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Analise financeira e df
- 1. © Lidel-Edições Técnicas
Prática Financeira II – Gestão Financeira
16
EXEMPLO
Tendo em conta as operações realizadas pela empresa CACILHAS,
LDA., pretende-se a elaboração da Demonstração de fluxos de caixa,
admitindo que o saldo de caixa e seus equivalentes, no início de 2010, era
de 3.600,00 euros:
Operações:
1. Reembolso de prestações suplementares aos sócios no valor de 300,00 euros
2. Pagamento de honorários ao advogado no valor de 500,00 euros
3. Pagamento de despesas com o aumento de capital no valor de 350,00 euros
4. Aquisição de 300 obrigações por 2.500,00 euros. A compra das obrigações visou
a aplicação de excedentes de tesouraria, pretendendo-se ter em carteira as obri-
gações durante oito meses
5. Cobrança de dívidas a clientes: 300,00 euros
6. Desconto bancário de uma letra: Vn = 800,00 euros. E.B: 50,00 euros
A Demonstração dos fluxos de caixa seria:
A variação das disponibilidades (caixa, bancos e equivalentes) entre duas datas,
também designado por cash-flow (–2.600,00 euros), dá ao gestor algumas informações
de como foram geradas essas disponibilidades.
Actividades operacionais
Recebimentos 300,00
Pagamentos 3.000,00
(1) Fluxo das actividades operacionais –2.700,00
Actividades de investimento
Pagamentos 350,00
(2) Fluxo das actividades de investimento –350,00
Actividades de financiamento
Recebimentos 750,00
Pagamentos 300,00
(3) Fluxo das actividades de financiamento 450,00
Variação de caixa (4) = 1 + 2 + 3 –2.600,00
Caixa no início de 2010 3.600,00
Caixa no final de 2010 1.000,00
(em euros)
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Gestão Financeira a Curto Prazo CAP I
17
EXEMPLO
Consideremos os seguintes dados referentes à sociedade EXTREMOZ, LDA:
Balanços funcionais
Variação20102009Aplicações
Activo fixo
Activos fixos tangíveis 2.706,49 10.729,67 8.023,18
Activos fixos intangíveis 444,63 444,63
2.706,49 11.174,30 8.467,81
Necessidades cíclicas
Inventários 18.045,56 39.620,69 21.575,13
Dívidas de exploração c/prazo 3.485,80 3.485,80
Outras 359,11 1.000,00 640,89
18.404,67 44.106,49 25.701,82
Tesouraria activa
Dívidas a receber extra-exploração 3.673,49 –3.673,49
Disponibilidades 1.005,35 11.608,31 10.602,96
TOTAL 25.790,00 66.889,10 41.099,10
Variação20102009Origens
Capitais permanentes
Capitais próprios –447,3 57.374,38 54.622,08
Recursos cíclicos
Fornecedores 3.286,84 3.286,84
Dívidas de exploração c/prazo 2.266,3 –2.266,34
2.266,34 3.286,84 1.020,50
Tesouraria passiva
Dívidas a pagar extra-exploração 23.971,00 6.227,88 –14.543,48
Total 25.790,00 66.889,10 41.099,10
O conceito simples de cash-flow está relacionado com a variação das disponi-
bilidades. No caso anterior é de 10.602,96 euros. Como se pode verificar na
Demonstração de fluxos de caixa apresentada na página seguinte. Contudo, este
valor não nos dá informações sobre o modo como essas disponibilidades foram gera-
das. É preciso apurar o contributo de cada actividade, operacional, de investimento e
de financiamento. Daí a necessidade de elaborar a Demonstração dos fluxos de caixa
que explique a variação das disponibilidades e de apurar o cash-flow da empresa ao
longo do ciclo financeiro.
(em euros)
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Aplicações Financeiras CAP II
99
EXERCÍCIO
O Director financeiro da sociedade, Jorge Gomes, analisou as diversas aplicações financeiras de
curto prazo. São várias as alternativas de financiamento num prazo de 3 meses para o excedente
de tesouraria.
1 – Bilhetes do tesouro a 3 meses, à taxa de 4,9%, com valor nominal de 40.500,00 euros e emitidos a
desconto por dentro.
2 – Depósito a prazo, à taxa Euribor a 1 mês: 4,8%. Spread de 0,3%.
3 – Desconto a pp de fornecedores. PMP: 45 dias. Os fornecedores estão a conceder um desconto de pp
de 0,3% para uma liquidação de facturas, até 10 dias após a data da factura.
4 – Fundo de tesouraria GALIS, com uma taxa de rendibilidade nominal anual de 5,7%.
5 – Depósito no MMI (Mercado Monetário Interbancário) à taxa Euribor a 3 meses, 4,8%, deduzida de
um spread de 0,5%.
Resolução
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Prática Financeira II – Gestão Financeira
100
• Análise da Rendibilidade
1 – Bilhetes do tesouro
40.500,00 365
R = ( – 1)×
40.000,00 90
R = 0,0506 ou seja 5,06%
2 – Depósito a prazo
0,045 × 30 365
R = [(1 + )90/30
– 1] ×
360 90
R = 0,0457 ou seja 4,57%
3 – Desconto de pp
0,003 365
R = [(1 + )90/35
– 1] ×
1 – 0,003 90
R = 0,0314 ou seja 3,14%
4 – Fundos de tesouraria
0,057 365
R = [(1 + )90
– 1] ×
365 90
O fundo de tesouraria é capitalizado diariamente.
R = 0,05739, ou seja, 5,73%
5 – Depósito no MMI (Mercado monetário interbancário)
R = 4,8% – 0,5% ⇔ R = 4,3%
• Análise da Liquidez
A liquidez está relacionada com a transformação dos valores investidos em disponibilidades:
– Se os Bilhetes do tesouro forem levantados antes do prazo há penalizações. Dentro dos produtos em
estudo, são dos que apresentam uma liquidez mais baixa.
– No Fundo de tesouraria, se for respeitado o prazo de pré-aviso, não há penalização. Elevada Liquidez.
– No Depósito a prazo só há penalização se for desmobilizado no 1º mês. Boa liquidez.
– No desconto de pp, o período mínimo é de 35 dias. Não há possibilidade de desmobilização durante
este período. Baixa liquidez.
– Depósito no MMI tem uma elevada liquidez.
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Prática Financeira II – Gestão Financeira
128
Em que:
A – Valor do empréstimo
i – Taxa de juro
n – Prazo
t – varia de 1 a n
Isa – Taxa de imposto de selo na abertura do crédito
Isj – Taxa de imposto de selo sobre os juros
EXEMPLO
Empréstimo bancário em euros:
• Valor: 945.000 euros
• Taxa de juro fixa de 5,5%
• Período de carência: 1 semestre
• Imposto de selo de abertura de crédito: 0,5% ou seja 945.000 × 0,5% = 4725
euros
• Imposto de selo sobre juros: 4%
• IRC: 35%
• 5 prestações constantes
Apuramento do All in Cost:
a
5 12,75% = [1 – (1 + 2,75%)5] ÷ 2,75%
= 4,612581864
945.000 = C × 4,612581864
C = 204.874,41 euros
Semestres
Dívida
inicial
Amortização Juros Prestação
Efeito fiscal
de juros
Imposto
de selo
Efeito
fiscal
imposto
de juros
Efeito fiscal
imposto de
selo abertura
de crédito
Outflow
1
2
3
4
5
6
945.000,00
945.000,00
766.113,09
582.306,78
393.445,81
199.391,16
178.886,91
183.806,30
188.860,98
194.054,65
199.391,16
25.987,50
25.987,50
21.068,11
16.013,44
10.819,76
5.483,26
204.874,41
204.874,41
204.874,41
204.874,41
204.874,41
18.191,25
12.978,54
5.706,06
1.039,50
1.039,50
842,72
640,54
432,79
219,33
727,65
519,14
228,24
551,25
551,25
551,25
27.027,00
186.443,76
205.717,14
191.466,02
205.307,20
198.608,19
(em euros)
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Prática Financeira II – Gestão Financeira
130
EXEMPLO
Empréstimo obrigacionista em euros, por um prazo de três anos:
• Valor nominal: 945.000,00 euros
• Valor de emissão: 125%
• Despesas de emissão: 1%
• Prémio de reembolso: 20%
• Taxa de juro fixa de 5,75%. Taxa de juro nominal com capitalizações semestrais
• Reembolso de capital em partes iguais no 2.º ano e no 3.º ano
• Pagamento dos juros de 6 em 6 meses
• IRC=35%
Apuramento do All in Cost:
Outflow = 1 + 2 – 3 – 4 + 5 + 6 – 7
Em que:
• Valor de emissão: 1.181.250 euros (945.000 × 125%)
• Taxa efectiva semestral: 5,75% ÷ 2 = 2,875%
• Despesas de emissão: 945.000 × 1% = 9.450 euros
• Prémio de reembolso: 945.000 × 20% =189.000 euros
• Prémio de emissão: 945.000 × 25% = 236.250 euros
• Efeito fiscal de prémios de emissão: (236.250 × 25%) ÷ 3 = 27.562,50 euros
Semestres
Dívida
inicial
Amortização
(1)
Juros
(2)
Efeito
fiscal de
juros
(3)
Efeito
fiscal das
despesas
de emissão
(4)
Efeito fiscal
de prémios
de emissão
(5)
Prémio de
reembolso
(6)
Efeito
fiscal do
prémio de
reembolso
(7)
Outflow
1
2
3
4
5
6
945.000,00
945.000,00
945.000,00
945.000,00
945.000,00
945.000,00
472.500,00
567.000,00
27.168,75
27.168,75
27.168,75
27.168,75
13.584,39
13.584,38
19.018,13
19.018,13
9.509,06
1.102,50
1.102,50
1.102,50
27.562,50
27.562,50
27.562,50
94.500,00
113.400,00
22.050,00
22.050,00
22.050,00
27.168,75
12.560,63
27.168,75
579.560,63
13.584,38
688.885,31
(em euros)
- 7. © Lidel-Edições Técnicas
Planeamento Financeiro a Curto Prazo CAP IV
241
EXERCÍCIO
Orçamento de Tesouraria do 1.º semestre de 2011 da empresa VILA REAL:
A empresa tem descobertos de tesouraria em Fevereiro, Março e Abril. A empresa vai calcular os mon-
tantes financeiros necessários à cobertura dos descobertos periódicos e, ao mesmo tempo, constituir
disponibilidades mínimas (300,00 euros a partir de Fevereiro). Pelo que terá de estudar as formas de
financiamento mais convenientes, quer em valor quer em prazos.
Na elaboração do orçamento financeiro para o primeiro semestre consideremos a taxa de juro de 20%.
Teríamos de financiar:
– Em Fevereiro: Descoberto bancário (600,00 euros) e disponibilidades mínimas (300,00 euros);
– Em Março: Descoberto bancário (1.600,00 euros) e disponibilidades mínimas (300,00 euros);
– Em Abril: Descoberto bancário (500,00 euros) e disponibilidades mínimas (300,00 euros).
Numa primeira aproximação, podíamos considerar os seguintes financiamentos:
– Um financiamento de 950,00 euros em Fevereiro com a amortização de 40% em Maio e outra de
60% em Junho;
– Um financiamento de 1.100,00 euros em Março a amortizar em Junho.
Orçamento financeiro – 1.ª aproximação:
Descrição Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.
Recebimentos 9.400,00 10.000,00 11.000,00 12.400,00 13.400,00 16.000,00
Pagamentos 9.700,00 10.800,00 12.000,00 11.300,00 12.300,00 14.000,00
Saldo – 300,00 – 800,00 – 1.000,00 1.100,00 1.100,00 2.000,00
Saldo (início) 500,00 200,00 – 600,00 – 1.600,00 – 500,00 600,00
Saldo do mês – 300,00 – 800,00 – 1.000,00 1.100,00 1.100,00 2.000,00
Saldo (fim do mês) 200,00 – 600,00 – 1.600,00 – 500,00 600,00 2.600,00
(em euros)
Descrição Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.
Saldo (início) 500,00 200,00 293,00 338,00 1438,00 2.158,00
Saldo do mês – 300,00 – 800,00 – 1.000,00 1.100,00 1.100,00 2.000,00
Saldo (fim do mês) 200,00 – 600,00 – 707,00 1.438,00 2.538,00 4.158,00
Empréstimos 950,00 1.100,00
200,00 350,00 393,00 1.438,00 2.538,00 4.158,00
Juros 57,00 55,00
Amortizações 380,00 1.670,00
Saldo final 200,00 293,00 338,00 1.438,00 2.158,00 2.488,00
(em euros)
- 8. © Lidel-Edições Técnicas
Prática Financeira II – Gestão Financeira
318
EXERCÍCIO
O Hotel Ponderosa localizado no Alentejo considerou os seguintes dados para a elaboração dos
orçamentos para 2011:
Folha de cálculo: Dados