Quando o preconceito anda lado a lado com a violência
QUEM DISSE QUE UM “TAPINHA” NÃO DÓI?
1. QUEM DISSE QUE UM “TAPINHA” NÃO DÓI?<br />Acesse http://nitportalsocial.blogspot.com/2011/06/quem-disse-que-um-tapinha-nao-doi.html<br />Entende-se como violência contra a mulher qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico, tanto na esfera pública como na esfera privada, segundo a definição da Convenção de Belém do Pará (Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher) adotada pela OEA em 1994.<br />A Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos (1993-Viena) reconheceu formalmente a violência contra as mulheres como uma violação aos direitos humanos. A partir daí, os países membros da ONU e as organizações da sociedade civil têm se empenhado para acabar com esse tipo de violência que contribui como grave problema de saúde pública e de violação de direitos humanos.<br />Desde remotos tempos vivemos uma sociedade onde a figura do homem é de superioridade, onde o sexo masculino é visto como a parte forte. Séculos passados havia nas famílias uma relação de subordinação, onde o homem ditava normas e condutas, sem aceitar qualquer tipo de interferência por parte da esposa, esta sendo vista apenas como a que cuida e que zela por seus filhos e marido. Ao filho varão tudo era permitido, a filha mulher apenas ser preparada para casar e cuidar da família. E assim, no decorrer do tempo, foi se sedimentando uma sociedade baseada em moldes “ao homem tudo é permitido”.<br />Hoje, muito embora a mulher tenha conquistado seu espaço e mostrado seus valores e para que veio, ainda vemos, muitas vezes movido por ciúme, drogas, álcool, a mulher ser vítima de violência por parte de seus parceiros. É só abrir os jornais, ligar a televisão ou o rádio e começam a surgir as manchetes onde a mulher é sempre exposta como vítima de um homem. Mas embora sofrendo maus tratos ela nem sempre recorre à justiça para denunciar seus agressores, devido ao medo de novas agressões, ameaças, dependência financeira e emocional, vergonha etc. Ela prefere acreditar que foi só por uma única vez; que não pode tomar uma atitude em virtude de seus filhos.<br />A violência doméstica independe de classes sociais, raça, credo ou faixa etária e os maus tratos sofridos causam perdas significativas na saúde física e mental da mulher como também em suas relações sociais.<br />Existem delegacias especializadas para este tipo de violência em que se pode registrar a ocorrência – Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) conhecida também com Delegacia da Mulher (DDM) ou buscar a Defensoria Pública, Juizado Especial, Conselhos Estaduais dos Direitos da Mulher e organizações de mulheres. Para que seu registro na delegacia seja coberto de sustentação é importante contar todo o ocorrido, levar testemunhas ou citar endereço delas, se houver. <br />Existem diversos tipo de violência, mas hoje vamos falar um pouco sobre a doméstica que é composta por fases:<br />- da tensão – atritos, insultos e ameaças que vão acontecendo com uma certa frequência<br />- da agressão – o acúmulo destas situações de tensão acaba desencadeando empurrões, socos, pontapés, agressões com objetos <br />- da reconciliação – com pedidos de perdão, promessas que em geral não serão cumpridas, presentes e promessas de amor<br />E quanto mais estas situações se repetem mais sérios vão se tornando os conflitos às vezes chegando até a casos de assassinato.<br />Aceitar a violência seja ela qual for, passivamente, ou recuar após ter tomado a atitude de denunciar é ser cúmplice dela! É buscar sua autodestruição, autoflagelação. É necessário que a mulher queira tomar as rédeas de sua vida e mudar o rumo de sua história e o primeiro passo é romper com o silêncio.<br />No ano de 2006 foi promulgada a lei Maria da Penha Maia – Lei 1340/06 (cearense que ficou tetraplégica após sofrer violência doméstica, praticada pelo marido) para atender a recomendações internacionais, objetivando alcançar uma resposta efetiva contra a violência doméstica.<br />Para que aqueles que fazem uso da violência ao invés do diálogo, possam perceber que atos como estes não ficam impunes aos olhos da justiça e é necessário que a mulher retire a mordaça de sua boca, denunciando seus agressores, já que este tipo de violência afeta toda a família, base da estrutura de uma sociedade.<br />Lares que favorecem uma concepção naturalizada da violência em que pais são agressivos em seu relacionamento ou até mesmo com os filhos acabam dando a eles a não indicação de desamor (pela violência), mas apenas o ato de subjugar alguém, sendo visto pelos pequeninos como uma coisa banal. E, em geral, quando adultos terão a mesma forma de conduta com sua parceira e filhos.<br />Portanto, façamos de nossos lares, “escolas”, onde nossos filhos possam ver que existe acima de tudo entre seus pais e enquanto família RESPEITO e AMOR.<br />E como sempre fazemos ao final de nossos artigos, daremos destaque aqui ao Instituto Noos, que nasceu da vontade de quatro profissionais da área de saúde que sentiram ser capazes de inovar e renovar as práticas de saúde mental e ampliar o número de beneficiários ao adotar a visão do mundo sistêmica, ampliada pelas idéias trazidas pelo movimento do Construcionismo Social e que dentre inúmeros serviços prestados está o de promover e oferecer métodos pacíficos de resolução de conflitos em contextos familiares. Acesse http://www.noos.org.br/portal/historia e conheça melhor este trabalho.<br />“Onde acaba o amor têm início o poder, a violência e o terror.”<br />Carl Gustav Jung<br />Ana Porto/Sergio Honorato<br />Gestores Nit Portal Social<br />