O documento discute a importância de educar crianças para serem pessoas melhores e construir um mundo melhor. Aponta que a gentileza não é suficiente para mudar os outros e que é preciso estabelecer limites para prevenir comportamentos egoístas, gananciosos e violentos no futuro. Também destaca a responsabilidade dos adultos na educação das crianças.
NIT PORTAL SOCIAL - PESSOAS MELHORES PARA UM MUNDO MELHOR!
1. PESSOAS MELHORES PARA UM MUNDO MELHOR!
Sonhamos com um mundo melhor, mais fraterno, pacífico, ecológico, democrático, para
nós e nossos filhos. Mas, estamos sendo pessoas melhores e estamos educando filhos
melhores para este mundo novo? Ou seguimos fazendo escolhas que nos mantém com
os dois pés no mundo velho enquanto ano a ano renovamos nossos votos num mundo
melhor que só existe, na verdade, em nossas utopias, mas que não nos dispomos a por
em prática?
Tendemos a julgar os outros por nós, para o bem e para o mal. Se desejamos e
escolhemos um mundo melhor, sustentável, imaginamos que os outros também estão
tendo a mesma percepção e propósito. O problema de pensar assim é não tomarmos as
precauções contra oportunistas, gananciosos, egoístas, por não imaginar, em nossas
utopias, que tais pessoas possam existir, e pode ser tarde demais ao descobrir que a
realidade pode ser bem mais cruel e perversa do que sonha nossa imaginação.
2. O ‘Profeta’ Gentileza repetia a frase ‘gentileza gera gentileza’ que alguns tomam ao pé
da letra, como se fosse possível a mudança de fora para dentro. A frase do ‘profeta’ é
um desejo e não uma revelação de como as coisas funcionam na prática.
Uma pessoa gentil, generosa tende a imaginar e mesmo a gostar da ideia de viver num
mundo onde as pessoas são gentis e generosas também. O mundo se torna cor de rosa.
A verdade é bem diferente. O mundo não é cor de rosa muito menos em branco e preto,
mas está mais para o cinza, onde as cores estão todas meio misturadas.
Seria bom demais se a gentileza, o amor, tivessem este poder de mudança de fora para
dentro, se ao sermos generosos e amorosos conseguíssemos tornar também as outras
pessoas generosas e amorosas. Infelizmente, não é assim que acontece no mundo real.
Pessoas egoístas, mesquinhas, gananciosas só tenderão a se tornar ainda mais folgadas e
se aproveitarão ainda mais da situação se não encontrarem resistência.
E sequer sofrem qualquer impeditivo moral pois usam da inteligência para justificarem
seu ato de predação contra o outro. Podem justificar seu ato mau com a ideia de estar
fazendo uma espécie de justiça ao tirar de quem tem e que deveria dar a quem não tem,
mas por ser egoísta prefere guardar tudo para si. É uma inversão de valores. Outros
pensam que quem rouba de ladrão tem mil anos de perdão. Então, basta imaginar que o
outro não é tão certinho assim, e que no fundo no fundo, rouba também, só que não foi
descoberto ainda, para tirar dele e perdoar-se. Pessoas oportunistas, quando acham
alguma coisa, não devolvem, e mesmo quando tem a chance de descobrir o dono, como
um celular, por exemplo. Justificam-se dizendo que quem perdeu foi relaxado.
O primeiro cuidado que devemos ter com gente assim é identificar logo essas pessoas e
tratar de nos defender delas, por que é só uma questão de tempo para que nos causem
danos. Se estiver disposto a apostar numa mudança, faça, mas tome os devidos
cuidados, pois quem brinca com fogo corre o risco de se queimar. O segundo cuidado, é
nós próprios não produzirmos gente assim ao sermos permissivos ou negligentes na
educação das crianças sob nossa responsabilidade.
3. Muito antes de uma violência, ou prejuízo acontecer, são emitidos sinais de alerta, mas
tem gente que prefere fazer de conta que não está vendo, ou escolhe não fazer nada para
‘não se aborrecer’, até que pode ser tarde demais.
Isso ocorre tanto nas relações familiares quanto na vida em sociedade. A violência não
explode de uma hora para outra. Ela sinaliza antes. Tanto a violência quanto a paz não
ocorrem por um acaso, mas resultam de escolhas. A paz não é fruto das armas, mas da
justiça. Pessoas acostumadas a explorar umas às outras, tenderão a chantagear, a reagir
com violência quando, por alguma razão, forem impedidas de continuar com a
exploração.
O primeiro passo para acabar com as injustiças de um contra o outro, seja numa família
ou numa sociedade, é tomarmos consciência de que não é natural que seja assim, muito
menos é natural que continue sendo.
Quanto mais cedo se detectar em crianças e adolescentes a possibilidade de se
tornarem potenciais adultos folgados e violentos, maior deverá ser o empenho dos
adultos de hoje, enquanto podem e tem forca, em estabelecer limites e educar para a
generosidade, a honestidade, a gentileza. Por que depois que crescem, as crianças e
adolescentes poderão se tornar em adultos de difícil trato, um perigo para si e para os
outros.
Impor limites é também uma forma de generosidade e amor, por mais que seja difícil
dizer não. Descobrir uma pessoa gananciosa e folgada é muito fácil. Basta ser generosa
que elas são atraídas como mariposas diante da lâmpada acesa. Para saber o quanto são
gananciosas e folgadas basta apagar a luz, ou seja, deixar de ser generoso, cobrar algo
delas, pedir ajuda, exigir contrapartidas e elas ou se afastam ou tentam obrigar o
generoso a abrir novamente a bolsa, seja fazendo-se de vitima, e alguns apelando até
para a violência.
Como estelionatários emocionais, pessoas gananciosas e folgadas podem se fingir de
gentis e generosas até ganhar a confiança do outro, ou reconquistar a confiança perdida.
Tendem a reivindicar direitos e arranjarem desculpas para não cumprir deveres.
4. Pessoas gentis e generosas só costumam perceber isso quando já é bem tarde, às vezes
tarde demais, quando já perderam dinheiro, saúde, equilíbrio emocional, a confiança no
outro e, nos casos mais graves, a própria vida. O mais cruel é que o carrasco pode estar
ao lado, ser alguém que a gente ame, e que ame desde pequeno.
Escandalizamo-nos quando ouvimos notícias de netos e filhos que matam pais e avós
por interesse nos bens. Quase sempre a desculpa mais óbvia são as drogas ou as más
companhias. Entretanto, os verdadeiros motivos podem ser outros. Ninguém nasce ou
fica folgado ou ganancioso – ou gentil e generoso – de uma hora para outra. Requer
anos de prática.
Os adultos de hoje educam os adultos folgados, gananciosos e violentos de amanhã
quando não deixam que crianças ou adolescentes tenham de fazer alguma obrigação ou
tarefa doméstica ou assumir responsabilidades que os afastem do prazer da brincadeira
ou da preguiça, delegando tudo para empregados ou para os pais e avós.
Educam chantagistas quando escolhem não contrariar as crianças e adolescentes e
cedem às lágrimas, à pirraça, aos gritos, às ameaças. Educam gananciosos quando
substituem afeto por presentes materiais, dão dinheiro sem contrapartida, não punem
quando pegam o que não lhes pertence sem autorização dos donos.
Educam violentos quando ensinam que a violência se justifica quando estamos com
raiva ou quando queremos que alguém faca alguma coisa que não quer fazer. Educam
os adultos folgados, gananciosos e violentos de amanhã quando não querem ter o
trabalho de se aborrecer para impor limites com as crianças e os adolescentes de hoje.
5. Educam maus cidadãos quando desmerecem o trabalho voluntário e a solidariedade,
criticam os políticos como se nenhum prestasse, quando são bons em exigir direitos e
péssimos em cumprir deveres, quando estimulam o consumismo e o desperdício. Se
desejamos um mundo melhor amanhã, precisamos começar agora mesmo, praticando
com as nossas crianças e adolescentes.
Por Vilmar Sidnei Demamam Berna
Responsabilidade Social
E quando o assunto é Educação não podemos deixar de falar do Projeto Âncora, fundado em
setembro de 1995 e que oferece Creche para crianças de 3 a 5 anos, Ensino Fundamental I
para estudantes de 6 a 10 anos de idade e atividades complementares, para um público de até
15 anos, com aulas de circo, skate, artes, música, esportes, informática, culinária, entre outros.
Em 2012, foi realizado o antigo sonho do fundador do Projeto Âncora: inaugurar uma escola
de ensino fundamental com uma inovadora filosofia educacional, inspirada na Escola da Ponte
de Portugal, trazida pelo Professor José Pacheco, para somar esforços às atividades já
realizadas. O próximo passo, já em desenvolvimento, é expandir essa experiência para além
dos muros da entidade, para que o espaço de aprendizagem de crianças, adolescentes e
adultos seja ampliado para toda a cidade.
Ana Porto/Sergio Honorato
Gestores
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