SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 29
3
4
5
6
7
8
9
1
0
1
1
1
2
1
3
1
4
1
5
1
6
1
7
1
8
1
9
CANTO I
Depois do Concílio dos Deuses, a armada de Vasco da Gama
chega a Moçambique onde pára para se abastecer. Aí recebe a bordo da
nau alguns Mouros da Ilha. O Régulo, isto é, o chefe da Ilha, é recebido
por Vasco da Gama.
O Mouro, quando verifica que os Portugueses eram Cristãos,
inspirado por Baco, resolve destruí-los. Quando Vasco da Gama
desembarca na ilha‚ é atacado traiçoeiramente, mas com a ajuda dos
marinheiros portugueses consegue vencer os mouros. Após o triunfo,
Vasco da Gama recebe a bordo um piloto, que recebera ordens para
levar os portugueses a cair numa cilada em Quíloa. Quando a armada se
aproximava de Quíloa, Vénus, que descobrira a traição de Baco, afasta a
armada da costa por meio de ventos contrários, anulando assim a
traição. O piloto mouro tenta outras vezes aproximar a armada da costa
para a destruir, mas Vénus está atenta e impede que isso aconteça.
Entretanto os portugueses continuam a viagem para Norte e chegam a
Mombaça, cujo rei fora avisado por Baco para receber os portugueses e
os destruir.
2
0
CANTO II
O rei de Mombaça convida a armada portuguesa a entrar no
porto a fim de a destruir. Vasco da Gama, por medida de segurança,
manda desembarcar dois condenados portugueses, encarregados por
ele de obterem informações acerca da terra. Baco disfarça-se de
sacerdote cristão. Os dois portugueses são levados à casa onde ele se
encontra e vêem em Baco um sacerdote cristão junto a um altar onde
se representavam Cristo e os Apóstolos. Quando os portugueses
regressam à armada, dão informações falsas a Vasco da Gama,
convencidos de que estavam entre gente Cristã. Vasco da Gama
resolve entrar com a armada no porto de Mombaça. Vénus apercebe-
se do perigo e, com a ajuda das Nereides, impede os barcos de entrar
no porto. Perante o espanto de todos, apesar do vento empurrar os
barcos em direcção à cilada, eles não avançam. O piloto mouro e os
companheiros que também tinham sido embarcados na ilha de
Moçambique, pensando que os seus objectivos tinham sido
descobertos, fogem precipitadamente lançando-se ao mar, perante a
admiração de Vasco da Gama, que acaba por descobrir a traição que
lhe estava preparada e à qual escapou milagrosamente.
Vasco da Gama agradece à Divina Guarda o milagre
concedido e pede-lhe que lhe mostre a terra que procura. Vénus,
ouvindo as suas palavras, fica comovida e vai ao Olimpo queixar-se a
Júpiter pela falta de protecção dispensada pelos deuses aos
Portugueses. Júpiter fica comovido e manda Mercúrio a terra para
preparar uma recepção em Melinde aos Portugueses e inspirar a Vasco
da Gama qual o caminho a seguir. A armada continua a viagem e chega
a Melinde, onde é magnificamente recebida. Vasco da Gama envia um
embaixador a terra e o rei acolhe-o favoravelmente.
Após várias manifestações de contentamento em terra e na
armada, o rei de Melinde visita a armada portuguesa.
2
1
CANTO III
O narrador começa por invocar Calíope, musa da poesia épica, para que
lhe ensine o que Vasco da Gama contou ao rei de Melinde. A partir daqui
o narrador passa a ser Vasco da Gama. Segundo ele, não contará história
estranha, mas irá ser obrigado a louvar os seus, o que, segundo ele, não
será o mais correcto. Por outro lado, receia que o tempo de que dispõe,
por mais longo que seja, se torne curto para tantos e tão grandiosos
feitos. Mas obedecerá ao seu pedido, indo contra o que deve e
procurando ser breve. E, para que a ordem leve e siga, irá primeiro tratar
da larga terra e, em seguida, falará da sanguinosa guerra.
Após a descrição da Europa, Vasco da Gama fala das origens de Portugal,
desde Luso a Viriato, indicando também a situação geográfica do seu
país relativamente ao resto da Europa. A partir da estância 23, começa a
narrar a História de Portugal desde o conde D. Henrique até D.
Fernando, último rei da primeira dinastia.
Os principais episódios narrados dizem respeito aos reinados de D.
Afonso Henriques e a D. Afonso IV.
Relativamente ao primeiro rei de Portugal, refere as diferentes lutas
travadas por ele: contra sua mãe, D. Teresa, contra D. Afonso VII e
contra os mouros, para alargamento das fronteiras em direcção ao sul.
São de destacar os episódios referentes a Egas Moniz (estâncias 35-41) e
a Batalha de Ourique (estâncias 42-54).
No reinado de D. Afonso IV, destacam-se os episódios da formosíssima
Maria, em que sua filha lhe vem pedir ajuda para seu marido, rei de
Castela, em virtude de o grão rei de Marrocos ter invadido a nobre
Espanha para a conquistar; o episódio da batalha do Salado, em que
juntos os dois Afonsos vencem o exército árabe; e, finalmente, o
episódio de Inês de Castro, a mísera e mesquinha que depois de morta
foi rainha.
2
2
CANTO IV
O canto IV começa por referir o interregno que se seguiu à
morte de D. Fernando, entre 1383-85, e, em seguida, foca o reinado de
D. João I, apresentando-nos os preparativos para a guerra com Castela,
a figura de D. Nuno Alvares Pereira, o seu insurgimento contra aqueles
que se colocaram ao lado de Castela, entre os quais se contam os seus
próprios irmãos, e a Batalha de Aljubarrota, que opôs D. João I de
Portugal a D. João I de Castela. Em seguida, é narrada a conquista de
Ceuta e o martírio de D. Fernando, o Infante Santo.
São a seguir apresentados os reinados a seguir a D. João I,
entre os quais os de D. Afonso V e de D. João II. No reinado de D.
Manuel I, é apresentado o seu sonho profético (estâncias 67-75). D.
Manuel I confia a Vasco da Gama o descobrimento do caminho
marítimo para a Índia e é-nos depois apresentada a partida das naus,
com os preparativos para a viagem, as despedidas na praia de Belém e,
finalmente, o episódio do velho do Restelo, no qual um velho de
aspecto venerando critica os descobrimentos, apontando os seus
inconvenientes e criticando mesmo o próprio rei D. Manuel I, que
deixava criar às portas o inimigo, no Norte de África, para ir buscar
outro tão longe, despovoando-se o reino e enfranquecendo-o
consequentemente.
2
3
CANTO V
Vasco da Gama, que continua a sua narração ao rei de
Melinde, apresenta agora, no começo deste canto, a largada de
Lisboa e o afastamento da armada até ao desaparecimento no
horizonte da fresca serra de Sintra. A viagem prossegue normalmente
até à passagem do Equador, momento a partir do qual Vasco da
Gama refere diversos fenómenos meteorológicos, tais como súbitas e
medonhas trovoadas, o fogo de Santelmo e a tromba marítima
(estâncias 16-23).
Chegados à ilha de Santa Helena, os portugueses
contactam com um nativo, a quem oferecem vários objectos. Crendo
haver conquistado a confiança dos nativos, Fernão Veloso aventura-se
a penetrar na ilha de Santa Helena. A certa altura, surge a correr a
toda pressa, perseguido por vários nativos, tendo Vasco da Gama de ir
em seu socorro, travando-se uma pequena luta entre eles, da qual
saiu Vasco da Gama ferido numa perna.
Regressados aos barcos, os marinheiros procuram gozar
com Fernão Veloso, dizendo-lhe que o outeiro fora melhor de descer
do que subir. Este, sem se desconcertar, respondeu-lhes que correra à
frente dos nativos por se ter lembrado que os companheiros estavam
ali sem a sua ajuda (estâncias 24-36).
Junto ao Cabo das Tormentas, ocorre o episódio do
Gigante Adamastor (estâncias 37-60), o qual faz diversas profecias
aos portugueses e, em seguida, interpelado por Vasco da Gama, conta
a sua história.
Vasco da Gama relata o resto da viagem até Melinde, tendo
referido também a mais crua e feia doença jamais por ele vista: o
escorbuto. O canto termina com os elogios feitos pelo Gama à
tenacidade portuguesa e com a invectiva do poeta contra os
portugueses seus contemporâneos por desprezarem a poesia e a
técnica que lhe corresponde.
2
4
CANTO VI
Após as festas de despedida, a armada larga de Melinde para
prosseguir a viagem até à Índia, levando a bordo um piloto melindano.
Entretanto Baco desce ao palácio de Neptuno, a fim de incitar os deuses
marinhos contra os portugueses, pois vê-os quase a atingir o império que
ele tinha na Índia. Baco é recebido por Neptuno no seu palácio e explica-
lhe os motivos da sua vinda.
Por ordem de Neptuno, Tritão vai convocar todos os deuses
marinhos para o concílio. Assim que se encontram todos reunidos, Baco
profere o seu discurso, apresentando honesta e claramente as razões da
sua presença. As lágrimas interrompem-lhe a dado momento as palavras,
fazendo com que de imediato todos os deuses se inflamassem tomando
o seu partido. Neptuno manda a Eolo recado para que solte os ventos,
gerando assim uma tempestade que destrua os portugueses (estâncias
6-37).
Sem nada pressentirem, os portugueses contam histórias para
evitarem o sono, entre as quais a dos Doze de Inglaterra (estâncias 43-
69). Quando se apercebem da chegada da tempestade, a fúria com que
os ventos investem é tal que não lhes dá tempo de amainar as velas,
rompendo-as e quebrando os mastros. É tal a fúria dos elementos que
nada lhes resiste. As areias no fundo dos mares vêem-se revolvidas, as
árvores arrancadas e com as raízes para o céu e os montes derribados.
Na armada a situação é caótica. As gentes gritam e vêem perto a
perdição, com as naus alagadas e os mastros derribados. Vendo-se
perdido, Vasco da Gama pede ajuda à Divina Guarda.
Vénus apercebe-se do perigo em que os portugueses se
encontram e, adivinhando que se trata de mais uma acção de Baco,
manda as Ninfas amorosas abrandarem as iras dos ventos. Quando a
tempestade se acalma (estâncias 70-85), amanhecia e o piloto melindano
avista a costa de Calecut. O canto termina com a oração de
agradecimento de Vasco da Gama e com uma reflexão do poeta acerca
do verdadeiro valor da glória.
2
5
CANTO VII
Os portugueses, que tinham chegado à Índia ainda no Canto
VI (estância 92), agora, na primeira estrofe do Canto VII entram na
barra de Calecut. Na estrofe 2, o narrador faz o elogio do espírito de
cruzada luso e exorta as outras nações europeias a seguirem o
exemplo dos Portugueses na luta contra os infiéis (estâncias 2 a 15).
Uma vez chegados a terra, pescadores em leves embarcações
mostram aos portugueses o caminho para Calecut, onde vive o rei da
Índia. Das estâncias 17 a 22, é feita a descrição da Índia e apresentados
os primeiros contactos com Calecut. Vasco da Gama avisa o rei da sua
chegada e manda a terra o degredado João Martins. Este mensageiro
encontra o mouro Monçaide, que já estivera em Castela e sabia quem
eram os portugueses, ficando muito admirado por os ver tão longe da
pátria. Convida-o a ir a sua casa, onde o recebe e lhe dá de comer.
Depois disto, Monçaide e o enviado regressam à nau de
Vasco da Gama. Monçaide visita a frota e fornece elementos acerca da
Índia. Algum tempo depois, Vasco da Gama desembarca com nobres
portugueses, é recebido pelo Catual, que o leva ao palácio do
Samorim. Após os discursos de apresentação, o Samorim recebe os
portugueses no seu palácio.
Enquanto estes aqui permanecem, o Catual procura colher
informações junto de Monçaide acerca dos portugueses e, em
seguida, visita a nau capitaina, onde é recebido por Paulo da Gama, a
quem pergunta o significado das figuras presentes nas bandeiras de
seda. Das estâncias 77 até ao fim do Canto VII, Camões invoca as ninfas
do Tejo e também as do Mondego, queixando-se dos seus infortúnios.
2
6
CANTO VIII
Paulo da Gama continua a explicar o significado das figuras
nas bandeiras portuguesas ao Catual, que se mostra bastante
interessado, fazendo várias perguntas.
Após a visita, o Catual regressa a terra. Por ordem do rei da
Índia (estâncias 45 a 46) os Arúspices fazem sacrifícios, porque
adivinham eterno cativeiro e destruição da gente indiana pelos
portugueses.
Entretanto, Baco resolve agir contra os portugueses.
Aparece em sonhos a um sacerdote árabe (estâncias 47 a 50)
incitando-o a opor-se aos portugueses. Quando acorda, o sacerdote
maometano instiga os outros a revoltarem-se contra Vasco da Gama.
Vasco da Gama procura entender-se com o Samorim, que,
após violenta discussão, ordena a Vasco da Gama que regresse à frota,
mostrando-lhe o desejo de trocar fazendas europeias por especiarias
orientais.
Subornado pelos muçulmanos, o Catual impede o
cumprimento das ordens do Samorim e pede a Vasco da Gama que
mande aproximar a frota para embarcar, com o intuito de a destruir.
Vasco da Gama, astuto e desconfiado, não aceita a proposta, sendo
preso pelo Catual.
Com o receio de ser castigado pelo Samorim, por causa da
demora, o Catual apresenta nova proposta a Vasco da Gama: deixa-o
embarcar, mas terá de lhe dar em troca fazendas europeias. Vasco da
Gama aceita e regressa à frota, depois de ter entregue as mercadorias
pedidas. O canto acaba com as reflexões do poeta acerca do poder do
«metal luzente e oiro».
2
7
CANTO IX
Dois feitores portugueses são encarregados de vender as
mercadorias, mas são detidos em terra, para retardar a partida da
armada portuguesa, a fim de dar tempo a que uma armada muçulmana
viesse de Meca para a destruir.
O Gama é informado disso pelo árabe Monçaide e, por isso,
decide partir, procurando fazer com que os dois feitores portugueses
regressem secretamente à armada, mas não consegue o que pretende.
Como represália, impede vários mercadores da Índia de regressarem a
terra e, tomando-os como reféns, ordena a partida.
Por ordem do Samorim, são restituídos a Vasco da Gama os
dois feitores portugueses e as fazendas, após o que se iniciou o regresso
a casa (estâncias 13 a 17).
Vénus decide preparar o repouso e prémio para os
portugueses (estâncias 18 a 21). Dirige-se, com esse objectivo, a seu filho
Cupido (estâncias 22 a 50), e manda reunir as Ninfas numa ilha
especialmente preparada para os acolher.
A «Ilha dos Amores», cuja descrição se apresenta nas estâncias
52 a 55, era uma ilha flutuante que Vénus colocou no trajecto da armada,
de modo a que esta, infalivelmente, a encontrasse.
Os portugueses desembarcaram na ilha e as Ninfas deixam-se
ver, iniciando-se uma perseguição. Para aumentar o desejo dos
portugueses, as Ninfas opuseram uma certa resistência, apenas se
deixando apanhar ao fim de algum tempo, efectuando-se, então, o
«casamento» entre elas e os marinheiros.
Tétis, a maior, e a quem todo o coro das Ninfas obedecia,
apresentou-se a Vasco da Gama, recebendo-o com honesta e régia
pompa. Depois de se ter apresentado e dado a entender que ali viera por
alta influição do Destino, tomando o Gama pela mão, levou-o para o seu
palácio, onde lhe explicou (estâncias 89 a 91) o significado alegórico da
«Ilha dos Amores»: as Ninfas do Oceano, Tétis e a Ilha outra coisa não são
que as deleitosas honras que a vida fazem sublimada.
O Canto IX termina com uma exortação dirigida aos que aspiram a
imortalizar o seu nome.
2
8
CANTO X
Tétis e as restantes ninfas oferecem um banquete aos
navegantes e durante ele uma ninfa começa a descrever os futuros
feitos dos portugueses. Entretanto (estâncias 8-9) o poeta interrompe-
lhe a descrição para invocar uma vez mais Calíope. Finda a invocação, a
ninfa retoma o seu discurso, falando dos heróis e futuros
governadores da Índia.
A partir da estância 74, onde acaba a prolepse (avanço no
tempo, ou seja, previsão de factos futuros), Tétis conduz Vasco da
Gama ao cimo de um monte, onde lhe mostra uma miniatura do
Universo e descobre, no orbe terrestre, os lugares onde os
portugueses irão praticar altos feitos. Dentro das várias profecias, Tétis
narra o martírio de S. Tomé e faz referência ao naufrágio de Camões.
Finalmente, Tétis despede os portugueses, que embarcam para
empreenderem a viagem de regresso (estâncias 142-143), cuja viagem
se efectua com vento sempre manso e favorável, chegando à foz do
Tejo sem quaisquer problemas (estância 144).
Das estâncias 145 a 156 são apresentadas lamentações, exortações a D.
Sebastião e vaticínios de futuras glórias.
2
9

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

10ºano camões parte C
10ºano camões parte C10ºano camões parte C
10ºano camões parte CLurdes Augusto
 
Os lusíadas resumo
Os lusíadas resumoOs lusíadas resumo
Os lusíadas resumoMirceya Lima
 
Análise do canto ix
Análise do canto ixAnálise do canto ix
Análise do canto ixKaryn XP
 
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptxSíntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptxLaraCosta708069
 
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologiaIlha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologiasin3stesia
 
Análise do episódio "Inês de Castro"
Análise do episódio "Inês de Castro"Análise do episódio "Inês de Castro"
Análise do episódio "Inês de Castro"Inês Moreira
 
Resumos de Português: Fernando Pessoa Ortónimo
Resumos de Português: Fernando Pessoa OrtónimoResumos de Português: Fernando Pessoa Ortónimo
Resumos de Português: Fernando Pessoa OrtónimoRaffaella Ergün
 
Análise do Poema - A Última Nau
Análise do Poema - A Última NauAnálise do Poema - A Última Nau
Análise do Poema - A Última NauMaria Freitas
 
Mensagem: Análise "O Bandarra"
Mensagem: Análise "O Bandarra"Mensagem: Análise "O Bandarra"
Mensagem: Análise "O Bandarra"InsdeCastro7
 
Canto IX - estâncias 88-95, Reflexões do Poeta
Canto IX - estâncias 88-95, Reflexões do PoetaCanto IX - estâncias 88-95, Reflexões do Poeta
Canto IX - estâncias 88-95, Reflexões do PoetaCatarina Sousa
 
Síntese do consílio dos deuses
Síntese do consílio dos deusesSíntese do consílio dos deuses
Síntese do consílio dos deusesEva Antunes
 
Cantigas de amor duas análises
Cantigas de amor duas análisesCantigas de amor duas análises
Cantigas de amor duas análisesHelena Coutinho
 
Mensagem, D. Filipa de Lencastre
Mensagem,  D. Filipa de Lencastre Mensagem,  D. Filipa de Lencastre
Mensagem, D. Filipa de Lencastre Ana Cristina Matias
 

Was ist angesagt? (20)

Analise os lusiadas 1
Analise os lusiadas 1Analise os lusiadas 1
Analise os lusiadas 1
 
Os Lusíadas Canto 8
Os Lusíadas Canto 8Os Lusíadas Canto 8
Os Lusíadas Canto 8
 
10ºano camões parte C
10ºano camões parte C10ºano camões parte C
10ºano camões parte C
 
Os Planos d'Os Lusíadas
Os Planos d'Os LusíadasOs Planos d'Os Lusíadas
Os Planos d'Os Lusíadas
 
Os lusíadas resumo
Os lusíadas resumoOs lusíadas resumo
Os lusíadas resumo
 
Análise do canto ix
Análise do canto ixAnálise do canto ix
Análise do canto ix
 
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptxSíntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
 
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologiaIlha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
 
Análise do episódio "Inês de Castro"
Análise do episódio "Inês de Castro"Análise do episódio "Inês de Castro"
Análise do episódio "Inês de Castro"
 
Resumos de Português: Fernando Pessoa Ortónimo
Resumos de Português: Fernando Pessoa OrtónimoResumos de Português: Fernando Pessoa Ortónimo
Resumos de Português: Fernando Pessoa Ortónimo
 
Canto v 92_100
Canto v 92_100Canto v 92_100
Canto v 92_100
 
Análise do Poema - A Última Nau
Análise do Poema - A Última NauAnálise do Poema - A Última Nau
Análise do Poema - A Última Nau
 
Ilha dos Amores
Ilha dos AmoresIlha dos Amores
Ilha dos Amores
 
Mensagem: Análise "O Bandarra"
Mensagem: Análise "O Bandarra"Mensagem: Análise "O Bandarra"
Mensagem: Análise "O Bandarra"
 
Canto vii est 78_97
Canto vii est 78_97Canto vii est 78_97
Canto vii est 78_97
 
Canto IX - estâncias 88-95, Reflexões do Poeta
Canto IX - estâncias 88-95, Reflexões do PoetaCanto IX - estâncias 88-95, Reflexões do Poeta
Canto IX - estâncias 88-95, Reflexões do Poeta
 
Os-lusiadas - resumo
 Os-lusiadas - resumo Os-lusiadas - resumo
Os-lusiadas - resumo
 
Síntese do consílio dos deuses
Síntese do consílio dos deusesSíntese do consílio dos deuses
Síntese do consílio dos deuses
 
Cantigas de amor duas análises
Cantigas de amor duas análisesCantigas de amor duas análises
Cantigas de amor duas análises
 
Mensagem, D. Filipa de Lencastre
Mensagem,  D. Filipa de Lencastre Mensagem,  D. Filipa de Lencastre
Mensagem, D. Filipa de Lencastre
 

Andere mochten auch

Andere mochten auch (12)

Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaOs Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
 
Lusíadas: Visão Global
Lusíadas: Visão GlobalLusíadas: Visão Global
Lusíadas: Visão Global
 
Proposição
ProposiçãoProposição
Proposição
 
Os lusíadas- Canto VII
Os lusíadas- Canto VIIOs lusíadas- Canto VII
Os lusíadas- Canto VII
 
Os lusíadas - Canto VII
Os lusíadas - Canto VIIOs lusíadas - Canto VII
Os lusíadas - Canto VII
 
Os lusíadas – canto vii
Os lusíadas – canto viiOs lusíadas – canto vii
Os lusíadas – canto vii
 
Os Lusíadas - Canto VII
Os Lusíadas -  Canto VIIOs Lusíadas -  Canto VII
Os Lusíadas - Canto VII
 
Os Lusíadas - a estrutura
Os Lusíadas - a estruturaOs Lusíadas - a estrutura
Os Lusíadas - a estrutura
 
Estrutura externa e interna d'os lusíadas
Estrutura externa e interna d'os lusíadasEstrutura externa e interna d'os lusíadas
Estrutura externa e interna d'os lusíadas
 
Os Lusíadas
Os LusíadasOs Lusíadas
Os Lusíadas
 
Análise do episódio "Consílio dos deuses"
Análise do episódio "Consílio dos deuses"Análise do episódio "Consílio dos deuses"
Análise do episódio "Consílio dos deuses"
 
Adamastor
AdamastorAdamastor
Adamastor
 

Ähnlich wie A Viagem de Vasco da Gama à Índia

Os Dez Cantos d´Os Lusíadas
Os Dez Cantos d´Os LusíadasOs Dez Cantos d´Os Lusíadas
Os Dez Cantos d´Os LusíadasMaria Gomes
 
Camões, vida e epopeia
Camões, vida e epopeiaCamões, vida e epopeia
Camões, vida e epopeiamaria.j.fontes
 
lusiadas_lexicoenarradores.docx
lusiadas_lexicoenarradores.docxlusiadas_lexicoenarradores.docx
lusiadas_lexicoenarradores.docxFamIndisciplinadAA
 
Os lusíadas tempestade - Português 9º ano
Os lusíadas tempestade - Português 9º anoOs lusíadas tempestade - Português 9º ano
Os lusíadas tempestade - Português 9º anoGabriel Lima
 
2 os lusiadas_resumos_episodios.docx
2 os lusiadas_resumos_episodios.docx2 os lusiadas_resumos_episodios.docx
2 os lusiadas_resumos_episodios.docxMargaridaMendona10
 
LUSÍADAS RESUMO.docx
LUSÍADAS RESUMO.docxLUSÍADAS RESUMO.docx
LUSÍADAS RESUMO.docxRitaMag2
 
Os lusíadas
Os lusíadasOs lusíadas
Os lusíadasgabyaron
 
Camões os lusíadas
Camões os lusíadasCamões os lusíadas
Camões os lusíadasPedro Lopes
 
Camões os lusíadas
Camões os lusíadasCamões os lusíadas
Camões os lusíadasPedro Lopes
 
Aula 04 camões épico - os lusíadas
Aula 04   camões épico - os lusíadasAula 04   camões épico - os lusíadas
Aula 04 camões épico - os lusíadasJonatas Carlos
 
Ft28 Quadro Global Lusiadas
Ft28 Quadro Global LusiadasFt28 Quadro Global Lusiadas
Ft28 Quadro Global LusiadasFernanda Soares
 
Versão joao de barros
Versão joao de barrosVersão joao de barros
Versão joao de barrosmarianelsa
 

Ähnlich wie A Viagem de Vasco da Gama à Índia (20)

Os Dez Cantos d´Os Lusíadas
Os Dez Cantos d´Os LusíadasOs Dez Cantos d´Os Lusíadas
Os Dez Cantos d´Os Lusíadas
 
Camões, vida e epopeia
Camões, vida e epopeiaCamões, vida e epopeia
Camões, vida e epopeia
 
Os lusiadas
Os lusiadasOs lusiadas
Os lusiadas
 
Os lusiadas resumo
Os lusiadas resumoOs lusiadas resumo
Os lusiadas resumo
 
lusiadas_lexicoenarradores.docx
lusiadas_lexicoenarradores.docxlusiadas_lexicoenarradores.docx
lusiadas_lexicoenarradores.docx
 
Camões / Os Lusíadas
Camões / Os LusíadasCamões / Os Lusíadas
Camões / Os Lusíadas
 
Trabalho lp
Trabalho lpTrabalho lp
Trabalho lp
 
Os lusíadas
Os lusíadasOs lusíadas
Os lusíadas
 
Os lusíadas tempestade - Português 9º ano
Os lusíadas tempestade - Português 9º anoOs lusíadas tempestade - Português 9º ano
Os lusíadas tempestade - Português 9º ano
 
2 os lusiadas_resumos_episodios.docx
2 os lusiadas_resumos_episodios.docx2 os lusiadas_resumos_episodios.docx
2 os lusiadas_resumos_episodios.docx
 
LUSÍADAS RESUMO.docx
LUSÍADAS RESUMO.docxLUSÍADAS RESUMO.docx
LUSÍADAS RESUMO.docx
 
Os lusíadas
Os lusíadasOs lusíadas
Os lusíadas
 
Camões os lusíadas
Camões os lusíadasCamões os lusíadas
Camões os lusíadas
 
Camões os lusíadas
Camões os lusíadasCamões os lusíadas
Camões os lusíadas
 
Os lusiadas
Os lusiadasOs lusiadas
Os lusiadas
 
Aula 04 camões épico - os lusíadas
Aula 04   camões épico - os lusíadasAula 04   camões épico - os lusíadas
Aula 04 camões épico - os lusíadas
 
Os Lusíadas
Os LusíadasOs Lusíadas
Os Lusíadas
 
Ft28 Quadro Global Lusiadas
Ft28 Quadro Global LusiadasFt28 Quadro Global Lusiadas
Ft28 Quadro Global Lusiadas
 
Versão joao de barros
Versão joao de barrosVersão joao de barros
Versão joao de barros
 
Camões 2.0
Camões 2.0Camões 2.0
Camões 2.0
 

A Viagem de Vasco da Gama à Índia

  • 1.
  • 2.
  • 3. 3
  • 4. 4
  • 5. 5
  • 6. 6
  • 7. 7
  • 8. 8
  • 9. 9
  • 10. 1 0
  • 11. 1 1
  • 12. 1 2
  • 13. 1 3
  • 14. 1 4
  • 15. 1 5
  • 16. 1 6
  • 17. 1 7
  • 18. 1 8
  • 19. 1 9
  • 20. CANTO I Depois do Concílio dos Deuses, a armada de Vasco da Gama chega a Moçambique onde pára para se abastecer. Aí recebe a bordo da nau alguns Mouros da Ilha. O Régulo, isto é, o chefe da Ilha, é recebido por Vasco da Gama. O Mouro, quando verifica que os Portugueses eram Cristãos, inspirado por Baco, resolve destruí-los. Quando Vasco da Gama desembarca na ilha‚ é atacado traiçoeiramente, mas com a ajuda dos marinheiros portugueses consegue vencer os mouros. Após o triunfo, Vasco da Gama recebe a bordo um piloto, que recebera ordens para levar os portugueses a cair numa cilada em Quíloa. Quando a armada se aproximava de Quíloa, Vénus, que descobrira a traição de Baco, afasta a armada da costa por meio de ventos contrários, anulando assim a traição. O piloto mouro tenta outras vezes aproximar a armada da costa para a destruir, mas Vénus está atenta e impede que isso aconteça. Entretanto os portugueses continuam a viagem para Norte e chegam a Mombaça, cujo rei fora avisado por Baco para receber os portugueses e os destruir. 2 0
  • 21. CANTO II O rei de Mombaça convida a armada portuguesa a entrar no porto a fim de a destruir. Vasco da Gama, por medida de segurança, manda desembarcar dois condenados portugueses, encarregados por ele de obterem informações acerca da terra. Baco disfarça-se de sacerdote cristão. Os dois portugueses são levados à casa onde ele se encontra e vêem em Baco um sacerdote cristão junto a um altar onde se representavam Cristo e os Apóstolos. Quando os portugueses regressam à armada, dão informações falsas a Vasco da Gama, convencidos de que estavam entre gente Cristã. Vasco da Gama resolve entrar com a armada no porto de Mombaça. Vénus apercebe- se do perigo e, com a ajuda das Nereides, impede os barcos de entrar no porto. Perante o espanto de todos, apesar do vento empurrar os barcos em direcção à cilada, eles não avançam. O piloto mouro e os companheiros que também tinham sido embarcados na ilha de Moçambique, pensando que os seus objectivos tinham sido descobertos, fogem precipitadamente lançando-se ao mar, perante a admiração de Vasco da Gama, que acaba por descobrir a traição que lhe estava preparada e à qual escapou milagrosamente. Vasco da Gama agradece à Divina Guarda o milagre concedido e pede-lhe que lhe mostre a terra que procura. Vénus, ouvindo as suas palavras, fica comovida e vai ao Olimpo queixar-se a Júpiter pela falta de protecção dispensada pelos deuses aos Portugueses. Júpiter fica comovido e manda Mercúrio a terra para preparar uma recepção em Melinde aos Portugueses e inspirar a Vasco da Gama qual o caminho a seguir. A armada continua a viagem e chega a Melinde, onde é magnificamente recebida. Vasco da Gama envia um embaixador a terra e o rei acolhe-o favoravelmente. Após várias manifestações de contentamento em terra e na armada, o rei de Melinde visita a armada portuguesa. 2 1
  • 22. CANTO III O narrador começa por invocar Calíope, musa da poesia épica, para que lhe ensine o que Vasco da Gama contou ao rei de Melinde. A partir daqui o narrador passa a ser Vasco da Gama. Segundo ele, não contará história estranha, mas irá ser obrigado a louvar os seus, o que, segundo ele, não será o mais correcto. Por outro lado, receia que o tempo de que dispõe, por mais longo que seja, se torne curto para tantos e tão grandiosos feitos. Mas obedecerá ao seu pedido, indo contra o que deve e procurando ser breve. E, para que a ordem leve e siga, irá primeiro tratar da larga terra e, em seguida, falará da sanguinosa guerra. Após a descrição da Europa, Vasco da Gama fala das origens de Portugal, desde Luso a Viriato, indicando também a situação geográfica do seu país relativamente ao resto da Europa. A partir da estância 23, começa a narrar a História de Portugal desde o conde D. Henrique até D. Fernando, último rei da primeira dinastia. Os principais episódios narrados dizem respeito aos reinados de D. Afonso Henriques e a D. Afonso IV. Relativamente ao primeiro rei de Portugal, refere as diferentes lutas travadas por ele: contra sua mãe, D. Teresa, contra D. Afonso VII e contra os mouros, para alargamento das fronteiras em direcção ao sul. São de destacar os episódios referentes a Egas Moniz (estâncias 35-41) e a Batalha de Ourique (estâncias 42-54). No reinado de D. Afonso IV, destacam-se os episódios da formosíssima Maria, em que sua filha lhe vem pedir ajuda para seu marido, rei de Castela, em virtude de o grão rei de Marrocos ter invadido a nobre Espanha para a conquistar; o episódio da batalha do Salado, em que juntos os dois Afonsos vencem o exército árabe; e, finalmente, o episódio de Inês de Castro, a mísera e mesquinha que depois de morta foi rainha. 2 2
  • 23. CANTO IV O canto IV começa por referir o interregno que se seguiu à morte de D. Fernando, entre 1383-85, e, em seguida, foca o reinado de D. João I, apresentando-nos os preparativos para a guerra com Castela, a figura de D. Nuno Alvares Pereira, o seu insurgimento contra aqueles que se colocaram ao lado de Castela, entre os quais se contam os seus próprios irmãos, e a Batalha de Aljubarrota, que opôs D. João I de Portugal a D. João I de Castela. Em seguida, é narrada a conquista de Ceuta e o martírio de D. Fernando, o Infante Santo. São a seguir apresentados os reinados a seguir a D. João I, entre os quais os de D. Afonso V e de D. João II. No reinado de D. Manuel I, é apresentado o seu sonho profético (estâncias 67-75). D. Manuel I confia a Vasco da Gama o descobrimento do caminho marítimo para a Índia e é-nos depois apresentada a partida das naus, com os preparativos para a viagem, as despedidas na praia de Belém e, finalmente, o episódio do velho do Restelo, no qual um velho de aspecto venerando critica os descobrimentos, apontando os seus inconvenientes e criticando mesmo o próprio rei D. Manuel I, que deixava criar às portas o inimigo, no Norte de África, para ir buscar outro tão longe, despovoando-se o reino e enfranquecendo-o consequentemente. 2 3
  • 24. CANTO V Vasco da Gama, que continua a sua narração ao rei de Melinde, apresenta agora, no começo deste canto, a largada de Lisboa e o afastamento da armada até ao desaparecimento no horizonte da fresca serra de Sintra. A viagem prossegue normalmente até à passagem do Equador, momento a partir do qual Vasco da Gama refere diversos fenómenos meteorológicos, tais como súbitas e medonhas trovoadas, o fogo de Santelmo e a tromba marítima (estâncias 16-23). Chegados à ilha de Santa Helena, os portugueses contactam com um nativo, a quem oferecem vários objectos. Crendo haver conquistado a confiança dos nativos, Fernão Veloso aventura-se a penetrar na ilha de Santa Helena. A certa altura, surge a correr a toda pressa, perseguido por vários nativos, tendo Vasco da Gama de ir em seu socorro, travando-se uma pequena luta entre eles, da qual saiu Vasco da Gama ferido numa perna. Regressados aos barcos, os marinheiros procuram gozar com Fernão Veloso, dizendo-lhe que o outeiro fora melhor de descer do que subir. Este, sem se desconcertar, respondeu-lhes que correra à frente dos nativos por se ter lembrado que os companheiros estavam ali sem a sua ajuda (estâncias 24-36). Junto ao Cabo das Tormentas, ocorre o episódio do Gigante Adamastor (estâncias 37-60), o qual faz diversas profecias aos portugueses e, em seguida, interpelado por Vasco da Gama, conta a sua história. Vasco da Gama relata o resto da viagem até Melinde, tendo referido também a mais crua e feia doença jamais por ele vista: o escorbuto. O canto termina com os elogios feitos pelo Gama à tenacidade portuguesa e com a invectiva do poeta contra os portugueses seus contemporâneos por desprezarem a poesia e a técnica que lhe corresponde. 2 4
  • 25. CANTO VI Após as festas de despedida, a armada larga de Melinde para prosseguir a viagem até à Índia, levando a bordo um piloto melindano. Entretanto Baco desce ao palácio de Neptuno, a fim de incitar os deuses marinhos contra os portugueses, pois vê-os quase a atingir o império que ele tinha na Índia. Baco é recebido por Neptuno no seu palácio e explica- lhe os motivos da sua vinda. Por ordem de Neptuno, Tritão vai convocar todos os deuses marinhos para o concílio. Assim que se encontram todos reunidos, Baco profere o seu discurso, apresentando honesta e claramente as razões da sua presença. As lágrimas interrompem-lhe a dado momento as palavras, fazendo com que de imediato todos os deuses se inflamassem tomando o seu partido. Neptuno manda a Eolo recado para que solte os ventos, gerando assim uma tempestade que destrua os portugueses (estâncias 6-37). Sem nada pressentirem, os portugueses contam histórias para evitarem o sono, entre as quais a dos Doze de Inglaterra (estâncias 43- 69). Quando se apercebem da chegada da tempestade, a fúria com que os ventos investem é tal que não lhes dá tempo de amainar as velas, rompendo-as e quebrando os mastros. É tal a fúria dos elementos que nada lhes resiste. As areias no fundo dos mares vêem-se revolvidas, as árvores arrancadas e com as raízes para o céu e os montes derribados. Na armada a situação é caótica. As gentes gritam e vêem perto a perdição, com as naus alagadas e os mastros derribados. Vendo-se perdido, Vasco da Gama pede ajuda à Divina Guarda. Vénus apercebe-se do perigo em que os portugueses se encontram e, adivinhando que se trata de mais uma acção de Baco, manda as Ninfas amorosas abrandarem as iras dos ventos. Quando a tempestade se acalma (estâncias 70-85), amanhecia e o piloto melindano avista a costa de Calecut. O canto termina com a oração de agradecimento de Vasco da Gama e com uma reflexão do poeta acerca do verdadeiro valor da glória. 2 5
  • 26. CANTO VII Os portugueses, que tinham chegado à Índia ainda no Canto VI (estância 92), agora, na primeira estrofe do Canto VII entram na barra de Calecut. Na estrofe 2, o narrador faz o elogio do espírito de cruzada luso e exorta as outras nações europeias a seguirem o exemplo dos Portugueses na luta contra os infiéis (estâncias 2 a 15). Uma vez chegados a terra, pescadores em leves embarcações mostram aos portugueses o caminho para Calecut, onde vive o rei da Índia. Das estâncias 17 a 22, é feita a descrição da Índia e apresentados os primeiros contactos com Calecut. Vasco da Gama avisa o rei da sua chegada e manda a terra o degredado João Martins. Este mensageiro encontra o mouro Monçaide, que já estivera em Castela e sabia quem eram os portugueses, ficando muito admirado por os ver tão longe da pátria. Convida-o a ir a sua casa, onde o recebe e lhe dá de comer. Depois disto, Monçaide e o enviado regressam à nau de Vasco da Gama. Monçaide visita a frota e fornece elementos acerca da Índia. Algum tempo depois, Vasco da Gama desembarca com nobres portugueses, é recebido pelo Catual, que o leva ao palácio do Samorim. Após os discursos de apresentação, o Samorim recebe os portugueses no seu palácio. Enquanto estes aqui permanecem, o Catual procura colher informações junto de Monçaide acerca dos portugueses e, em seguida, visita a nau capitaina, onde é recebido por Paulo da Gama, a quem pergunta o significado das figuras presentes nas bandeiras de seda. Das estâncias 77 até ao fim do Canto VII, Camões invoca as ninfas do Tejo e também as do Mondego, queixando-se dos seus infortúnios. 2 6
  • 27. CANTO VIII Paulo da Gama continua a explicar o significado das figuras nas bandeiras portuguesas ao Catual, que se mostra bastante interessado, fazendo várias perguntas. Após a visita, o Catual regressa a terra. Por ordem do rei da Índia (estâncias 45 a 46) os Arúspices fazem sacrifícios, porque adivinham eterno cativeiro e destruição da gente indiana pelos portugueses. Entretanto, Baco resolve agir contra os portugueses. Aparece em sonhos a um sacerdote árabe (estâncias 47 a 50) incitando-o a opor-se aos portugueses. Quando acorda, o sacerdote maometano instiga os outros a revoltarem-se contra Vasco da Gama. Vasco da Gama procura entender-se com o Samorim, que, após violenta discussão, ordena a Vasco da Gama que regresse à frota, mostrando-lhe o desejo de trocar fazendas europeias por especiarias orientais. Subornado pelos muçulmanos, o Catual impede o cumprimento das ordens do Samorim e pede a Vasco da Gama que mande aproximar a frota para embarcar, com o intuito de a destruir. Vasco da Gama, astuto e desconfiado, não aceita a proposta, sendo preso pelo Catual. Com o receio de ser castigado pelo Samorim, por causa da demora, o Catual apresenta nova proposta a Vasco da Gama: deixa-o embarcar, mas terá de lhe dar em troca fazendas europeias. Vasco da Gama aceita e regressa à frota, depois de ter entregue as mercadorias pedidas. O canto acaba com as reflexões do poeta acerca do poder do «metal luzente e oiro». 2 7
  • 28. CANTO IX Dois feitores portugueses são encarregados de vender as mercadorias, mas são detidos em terra, para retardar a partida da armada portuguesa, a fim de dar tempo a que uma armada muçulmana viesse de Meca para a destruir. O Gama é informado disso pelo árabe Monçaide e, por isso, decide partir, procurando fazer com que os dois feitores portugueses regressem secretamente à armada, mas não consegue o que pretende. Como represália, impede vários mercadores da Índia de regressarem a terra e, tomando-os como reféns, ordena a partida. Por ordem do Samorim, são restituídos a Vasco da Gama os dois feitores portugueses e as fazendas, após o que se iniciou o regresso a casa (estâncias 13 a 17). Vénus decide preparar o repouso e prémio para os portugueses (estâncias 18 a 21). Dirige-se, com esse objectivo, a seu filho Cupido (estâncias 22 a 50), e manda reunir as Ninfas numa ilha especialmente preparada para os acolher. A «Ilha dos Amores», cuja descrição se apresenta nas estâncias 52 a 55, era uma ilha flutuante que Vénus colocou no trajecto da armada, de modo a que esta, infalivelmente, a encontrasse. Os portugueses desembarcaram na ilha e as Ninfas deixam-se ver, iniciando-se uma perseguição. Para aumentar o desejo dos portugueses, as Ninfas opuseram uma certa resistência, apenas se deixando apanhar ao fim de algum tempo, efectuando-se, então, o «casamento» entre elas e os marinheiros. Tétis, a maior, e a quem todo o coro das Ninfas obedecia, apresentou-se a Vasco da Gama, recebendo-o com honesta e régia pompa. Depois de se ter apresentado e dado a entender que ali viera por alta influição do Destino, tomando o Gama pela mão, levou-o para o seu palácio, onde lhe explicou (estâncias 89 a 91) o significado alegórico da «Ilha dos Amores»: as Ninfas do Oceano, Tétis e a Ilha outra coisa não são que as deleitosas honras que a vida fazem sublimada. O Canto IX termina com uma exortação dirigida aos que aspiram a imortalizar o seu nome. 2 8
  • 29. CANTO X Tétis e as restantes ninfas oferecem um banquete aos navegantes e durante ele uma ninfa começa a descrever os futuros feitos dos portugueses. Entretanto (estâncias 8-9) o poeta interrompe- lhe a descrição para invocar uma vez mais Calíope. Finda a invocação, a ninfa retoma o seu discurso, falando dos heróis e futuros governadores da Índia. A partir da estância 74, onde acaba a prolepse (avanço no tempo, ou seja, previsão de factos futuros), Tétis conduz Vasco da Gama ao cimo de um monte, onde lhe mostra uma miniatura do Universo e descobre, no orbe terrestre, os lugares onde os portugueses irão praticar altos feitos. Dentro das várias profecias, Tétis narra o martírio de S. Tomé e faz referência ao naufrágio de Camões. Finalmente, Tétis despede os portugueses, que embarcam para empreenderem a viagem de regresso (estâncias 142-143), cuja viagem se efectua com vento sempre manso e favorável, chegando à foz do Tejo sem quaisquer problemas (estância 144). Das estâncias 145 a 156 são apresentadas lamentações, exortações a D. Sebastião e vaticínios de futuras glórias. 2 9