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E.E Professor João Cruz
Jacareí , 05 de agosto de 2013
Língua Portuguesa
Apresentação dos Livros
Nicolas Martins Barbancho
Nª : 28 , 1ªEMB ,Manhã
Maria Piedade Teodoro
1- Caio Fernando Abreu: Morangos Mofados
*Um Pouco sobre o Livro :
O livro de contos de Caio Fernando Abreu foi um dos maiores sucessos editoriais dos anos 1980
Caio Fernando Abreu foi um criador múltiplo, tendo produzido em seus 48 anos de vida contos, novelas,
crônicas, poemas, romance, roteiro de cinema e peças de teatro. Considerado um dos principais contistas
brasileiros de sua geração (preferia as narrativas curtas), costumava retratar cenários urbanos e fatos sociais,
baseando-se em temas do cotidiano. Utilizando linguagem e temáticas próprias, o escritor especializou-se em
explorar os sentimentos humanos, muitas vezes proibidos. Seus escritos, em geral breves e repletos de
significado, tendem a deixar uma sensação de vazio interior após a leitura, um silêncio que o inconsciente do
leitor luta para eliminar, em busca de palavras ou idéias que ficaram perdidas nas entrelinhas.
Publicado em 1982, como continuação a Pedras de Calcutá (1977), Morangos Mofados foi um dos maiores
sucessos editoriais da década. Nesta coletânea de contos, focalizam-se personagens socialmente excluídos ou
marginalizados por seu comportamento. A obra é dividida em duas partes. A primeira, intitulada "O Mofo", é
constituída de nove histórias que contemplam a ditadura militar e a repressão à liberdade e ao direito de opinião,
escarafunchando sentimentos rejeitados pela sociedade e reprimidos nos indivíduos. Na segunda parte,
"Morangos", o autor mostra que há solução para os traumas impostos pelas circunstâncias sociais e fornece, em
oito contos, um fio de esperança aos personagens, que encontram um sentido para viver.
Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/morangos-mofados-402986.shtml
*Resenha sobre o Livro :
Porque é esse o sentimento que esse livro me trouxe. Junto com o gosto de morangos mofados na boca e aquela
dor no alto do estômago do desconforto de ter que se mover, porque Caio F. é como Clarice, e nos faz mergulhar
fundo e por dentro e é impossível ficar imóvel e irredutível às reflexões que suas palavras trazem.
Morangos Mofados tem essa coisa do doce e do amargo. Contos que de tão profundos e reais deixam um perfme no
ar, um meio sorriso no rosto e aquela sensação de não saber se foi bom ou ruim, pra logo depois entender que foi
maravilhoso.
Sou muito fã de Caio, apesar de confessar que não é todo conto/carta que ele escreveu que me agrada, mas
mesmo estes sempre trazem uma citação perfeita, um algo pra se guardar na memória.
Destaco deste livro, os contos “Pela passagem de uma grande dor”, “Luz e Sombra”, “Transformações”, “Natureza
Viva” e “Morangos Mofados” do qual tirei a citação que inicia essa resenha. Pobre resenha aliás, como todas as que
tento escrever sobre os livros de Caio e Clarice. Ambos estão muito acima de minhas vãs palavras. Mas fica aí a
minha impressão sobre essa leitura.
Recomendadíssima!
*Video sugerido sobre a Obra :
2-Fernando Sabino : O Encontro Marcado
* Um Pouco sobre o Livro :
Em 1956, Fernando Sabino surpreendeu os leitores com a publicação de uma narrativa longa, O encontro
marcado. A repercussão foi espetacular, tornando-se de imediato o livro de cabeceira de milhares de
jovens que nele se reconheciam por verem expostos ficcionalmente os seus próprios dramas existenciais.
A obra ganhou edições até no exterior, além de ser adaptada para o teatro. O encontro marcado seria
assim um típico romance de geração, isto é, um relato centrado nos problemas específicos de um grupo
etário/social de uma determinada época e cujo alcance esgota-se naquela geração.
A obra nos faz passear pelas ruas de Belo Horizonte conhecendo um pouco das gerações que por elas
passaram e, de alguma forma, marcaram a cidade. A história se passa na década de quarenta e tem como
protagonista Eduardo Marciano, alter ego de Sabino. Seu amigos de adolescência, Mauro e Hugo,
correspondem a Hélio Pellegrino e Otto Lara Resende, respectivamente. Antonieta, mulher de Eduardo, é
Helena Valladares. Toledo, um dos personagens mais importantes da história, mentor do jovem Eduardo (e
do moço Eduardo, e do adulto Eduardo), corresponde a Guilhermino César.
Eduardo Marciano caminhará pelo romance tentando reencontrar o sentido da existência na medida em
que transita das preocupações ideológicas e políticas para os anseios pessoais. Esses passam pela
sexualidade mais ou menos satisfeita, pela procura incessante da felicidade e pelo desejo profundo de
encontrar respostas para a grande pergunta existencial sobre a existência de Deus.
Fonte : http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/o/o_encontro_marcado
*Resenha sobre o Livro :
O Encontro Marcado é mais uma obra de Fernando Sabino que me deixou encantado. O primeiro livro que li
do autor foi O Grande Mentecapto e adorei a escrita dele e as obras dele sempre mexem comigo. Esse foi
mais um livro pra entrar na lista, um livro bastante poético que também vai mexer com você.
Eduardo Marciano é um garoto muito mimado, e com o passar das páginas você vai vendo o quanto ele
piora. Junto com seus amigos, Mauro e Hugo, são vistos como “as pestes” da cidade. Sempre aramando
confusões por ai.
Seu pai queria que ele tivesse os estudos formados mais a frente só que Eduardo descobriu um mundo
fantástico e mágico, o mundo da literatura. Passou a ler vários e vários livros junto de seus amigos, Mauro e
Hugo. Ganhou um concurso e foi para o Rio de Janeiro sozinho. Teve seu romance com Letícia, mas sua
mãe não aceitava tal namoro por conta da idades, eram jovens demais para isso. Seu amigo cometeu suicídio
na infância e isso o marcou. Ficou famoso por ter batido recorde na natação, apareceu nos jornais e tudo.
Já grandes passaram a frequentar os bares da cidade. E assim se resumia a vida deles: literatura,
bebidas e confusões. Conhece uma moça chamada Antoniete, filha de um ministro que mora no Rio,
visitou Belo Horizonte, pois sua tia morava na cidade. Eduardo, bastante conhecido pelas mulheres, sentiu-
se atraído por Antonieta então eles se conhecera, e passaram a namorar.
Antonieta era diferente de Eduardo, vinha de uma classe rica, de outra cidade, costumes totalmente
diferentes.
Decidiu então noivar, seu pai ficou preocupado por Eduardo ainda não ter se formado e achou que estava
cedo para isso, mas Antonieta aceitou e falou com seu pai e acabaram noivando e mais a frente casando e
foram morar no Rio. Depois do casamento Eduardo começou a se sentir diferente, estava cansando de ter de
sair todo dia para a praia ou para o cinema se sentia muito monótono. Passou então a frequentar bares
novamente, chegava tarde em casa e sua relação com sua mulher cada vez mais distante. Até que ele se vê
angustiado consigo mesmo. Ele quase que entra em depressão, ele perde seu pai, mais uma amigo e vê que
tudo que tem esperança nele acaba morrendo.
É um livro muito bonito que super recomendo. A parte que mais me marcou no livro, não sei por que, é
quando Eduardo, Mauro e Hugo estão em uma bar e eles meio que se abrem um para o outro, com o
objetivo de se conhecerem melhor, falar as coisas que gostam e que não gostam um do outro e assim que
saírem do bar tudo seria esquecido. Não sei por que, mas mexeu bastante comigo. Pretendo sim ler outros
livros do autor assim que tudo normalizar.
É isso espero que tenham gostado da resenha e fiquem ligados porque a próxima resenha é de Um Dia!!!
Até mais :D
Fonte : http://blogsonhoselivros.blogspot.com.br/2013/06/resenha-o-encontro-marcado-fernando.html
*Video sugerido sobre a Obra :
3-Fernando Gabeira: O que é Isso,
Companheiro?
*Um pouco sobre o Livro :
Neste clássico sobre os anos 60, Fernando Gabeira conta sua experiência com a luta armada
Nesse cenário desesperador, um jovem e talentoso jornalista se junta a um grupo guerrilheiro para realizar
um feito ousado: seqüestrar o embaixador americano no Brasil, Charles Elbrick, em troca da libertação de
prisioneiros políticos. Esse jovem idealista era Fernando Gabeira, nascido em 1941, em Juiz de Fora.
Gabeira iniciou sua carreira como redator do Jornal do Brasil, onde trabalhou de 1964 até 1968. Deixou o
emprego em 1969, ano em que participou do seqüestro que quase lhe custou a vida. Como resultado da
ação de guerrilha, Gabeira foi baleado, preso e exilado. Passou boa parte da década de 1970 na Suécia,
onde atuou como jornalista e até como condutor de metrô.
Com a anistia em 1979, voltou ao Brasil e lançou O que É Isso, Companheiro?, em que conta sua
experiência com a luta armada. Numa prosa fluida e competente, Gabeira relata todo o processo de
seqüestro do embaixador americano, desde o planejamento da ação até o seu desfecho. A narrativa
autobiográfica permite que o leitor se sinta na pele do autor e testemunhe os horrores ocorridos nos anos
de 1960 e 1970 no país. Elevado à condição de documento histórico, O que É Isso, Companheiro? tornou-
se uma espécie de símbolo dos anos de luta contra a ditadura e pelo retorno da democracia. A obra foi
adaptada para o cinema em 1997, em filme dirigido por Bruno Barreto.
Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/que-isso-companheiro-402989.shtml
*Resenha sobre o Livro :
“Um povo sem memória é um povo sem história”. A frase de sabedoria popular sintetiza porquê O que é
isso, Companheiro? de Fernando Gabeira é um livro importante. É difícil categorizar o livro já que, apesar
do tom dominante possuir a tônica do depoimento, há também reflexões ensaísticas e até mesmo pitadas
de romance. Para uma leitura mais completa, aconselho possuir um prévio conhecimento histórico da
época da ditadura (1964-1985), mas não que seja condição imprescindível para a leitura. O autor explicar
alguns pontos importantes sobre a época, além de haver um glossário no final do livro complementando
algumas siglas e nomes que não foram tão detalhados.
Fonte : http://www.estanteseletiva.com/2013/04/resenha-o-que-e-isso-companheiro.html
*Video sugerido sobre a Obra :
4-Dyonélio Machado: Os Ratos
*Um Pouco sobre o Livro :
Publicado em 1935, Os Ratos rendeu ao gaúcho Dyonélio Machado (1895-1985) o primeiro lugar no prêmio
Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. O escritor dividiu o galardão com Erico Verissimo,
Marques Rebelo e João Alphonsus de Guimaraens. Em uma década marcada por grandes romances
dedicados aos dramas das camadas sociais menos favorecidas, Dyonélio transformou Naziazeno Barbosa,
atormentado protagonista desse seu romance, em uma das figuras mais marcantes da galeria de
personagens desvalidos que povoam a literatura brasileira.
Os Ratos é um romance breve, composto de 28 capítulos curtos que se passam num único dia. Sem cair
no naturalismo fácil que explora a degradação e a violência das cidades, Machado consegue um perfeito
equilíbrio entre investigação psicológica e descrição social. O autor mostra sensibilidade para retratar um
quadro humano próximo ao desespero e para enxertar em sua narrativa elementos que plasmam a febre
paranóide e obsessiva de Naziazeno, funcionário público que precisa de 53 mil-réis para pagar a conta do
leite e sai pela Porto Alegre do começo do século 20 para cavar o dinheiro.
O crítico literário Davi Arrigucci sugere que o livro une o assunto dos ficcionistas russos do século 19,
sobretudo Gogol de O Capote e Dostoiévski, com as tendências de vanguarda do início do século 20.
"Desde o começo, o livro chama a atenção pelo modo como apresenta literariamente a realidade através
das relações entre a interioridade de Naziazeno e o mundo exterior", diz Arrigucci. Porto Alegre, por
exemplo, é deformada pelo prisma quase alucinado do personagem. Segundo o crítico, "a deformação,
categoria central da arte expressionista, torna-se um princípio fundamental da construção do romance". A
essa perspectiva expressionista aliam-se os elementos fortemente simbólicos do romance, como o leite,
cuja falta aciona as andanças do personagem. O leite é a pureza e a perpetuação da vida (Naziazeno tem
um filho pequeno, que precisa do leite que o leiteiro quer parar de fornecer)
opondo-se aos ratos cujo ruído parece abrir na mente do protagonista a consciência de que seus
problemas estão longe do fim, de que a vida é um lento rói-rói em direção à morte.
Dyonélio Machado diplomou-se em medicina com especialização em psiquiatria. Dedicou-se
também ao jornalismo e à política, tendo sido deputado pelo Partido Comunista Brasileiro antes da
implantação do Estado Novo. De acordo com a professora Célia Passoni, as atividades profissionais
como psiquiatra conferiram-lhe capacidade de observação, o que permitiu mergulhar fundo no interior
dos personagens. As atividades de jornalista possibilitaram nascer o cuidado com o estilo: "rápido,
certeiro, bem-dosado, tornando-se um mensageiro perfeito e de linguagem clara e simples". Por fim,
das suas atividades políticas tornaram-se possíveis as investigações sociais.
Machado estreou na literatura em 1927 com o livro de contos Um Pobre Homem. A seguir, publicou
12 romances, entre os quais Os Ratos (1936), O Louco do Cati(1942) e Desolação (1944).
Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/ratos-403444.shtml
*Resenha sobre o Livro:
Esse livro tive de lê-lo para fazer uma prova de curso técnico. Confesso que não foi uma leitura de
meu agrado. Primeiro deixe-me falar um pouco sobre a história que explicarei o porquê.
Esse livro narra a história de Naziazeno Barbosa, que deve dinheiro ao leiteiro e este lhe deu um
dia para pagar-lhe; ou cortará o leite. Naziazeno se 'desespera' e e vai para a cidade em busca de
uma saída para seu recente problema. Tentar fazer empréstimos, recorre á agiotas, chega a jogar
para tentar conseguir o dinheiro necessário para cessar sua dívida, mas não obtém sucesso. Seu
grande amigo e companheiro, Alcides, se preocupa e junto ao Duque, outro amigo de Naziazeno vai
em busca de uma solução.
A narrativa é cansativa, meio maçante, o que me desmotivou na leitura. Por mais clara que ela
seja, se trata de uma linguagem mais antiga, com uma concordância diferente, frases que no
português atual estão erradas e isso acabava me incomodando. É uma linguagem semelhante á de
Dom Casmurro, quem já leu esse livro, deve entender o que digo, mas estranhamente Dom
Casmurro foi um livro no qual apreciei bastante. Mas voltaremos para a resenha em questão.
Apesar de a narrativa ser cansativa, o enredo em si é bem interessante, uma história que se passa
em Porto Alegre e acontece em apenas um dia, o que torna o livro rico em detalhes - alguns
desnecessários.
É facilmente percebida á crítica feita pelo autor em que mostra o dinheiro como a principal
"mola propulsora das relações sociais". Há outras críticas também, como por exemplo o
descaso de alguns trabalhadores públicos com seus trabalhos, inclusive do próprio Naziazeno,
mostrando uma realidade ainda existente.
O título do livro, é explicado mais ao final, sendo associado também á mediocridade do
papel do protagonista, pensando pequeno, como ratos. O livro possui seus pontos negativos e
seus pontos positivos, podendo ser ou não apreciado. Cada um terá de ler e fazer sua própria
avaliação, é um livro que divide opiniões.
Fonte :http://www.just-books.org/2011/11/resenha-os-ratos-dyonelio-machado.html
*Video sugerido sobre a Obra :
5-Dalton Trevisan: O Vampiro de Curitiba
*Um pouco sobre o Livro :
Em histórias curtas e de grande impacto, passadas numa cidade fria e decaída, Dalton Trevisan
busca a realidade sem entregar-se ao realismo
Dedicando-se quase exclusivamente ao conto, Dalton Trevisan acabou consagrando-se como mestre da
narrativa curta. Com inúmeros prêmios na bagagem, continua recusando a fama. Estima a reclusão e o
anonimato. Enclausura-se na sua casa, não cede o número do telefone e não recebe visitas. Cerca-o
tamanho ar de mistério que recebeu o apelido de O Vampiro de Curitiba, título de seu livro mais famoso.
A obra apresenta uma série de relatos em torno do protagonista Nelsinho, rapaz que vaga pela cidade em
busca de sexo e de afeto. Ele segue e assedia velhinhas, matronas, viúvas de preto, normalistas e
prostitutas. O jovem, assim como o vampiro, é vítima da repetição infinita de seus desejos, o que só lhe
agrava o quadro de solidão: "Tem piedade, Senhor, são tantas, eu tão sozinho". Nelsinho tanto pode ser
um único personagem como vários, representados pelo mesmo nome. De todo modo, por meio desse anti-
herói vampiresco, ao leitor descortina-se o panorama de uma cidade decaída, onde se esconde um
vampiro no fundo de cada "filho de família". Na forma, um estilo ferino e cortante:
"Ai, me dá vontade até de morrer. Veja só a boquinha dela como está pedindo beijo-beijo de virgem é
mordida de taturana. Você grita vinte e quatro horas e desmaia feliz. É das que molham os lábios com a
ponta da língua para ficar mais excitante (...). Se eu fosse me chegando perto, como quem não quer nada-
ah, querida, é apenas uma folha seca ao vento-e me encostasse bem devagar na safadinha..."
Nascido em Curitiba em 1925, Dalton Jérson Trevisan estudou direito, profissão que logo abandonou.
Trabalhando depois na fábrica da família, foi vítima de um acidente grave, que o levou ao hospital por
um mês. O episódio marcou-lhe a vida: ainda sob o efeito do medo de morrer, escreveu sua primeira
novela. Em 1946, fundou a revista literária Joaquim. Além de apresentar traduções de Proust, Joyce,
Kafka e Gide, a publicação reunia ensaios assinados por Antonio Candido, Mário de Andrade e Otto
Maria Carpeaux e poemas até então inéditos, como O Caso do Vestido, de Carlos Drummond de
Andrade. Em 1959, a editora José Olympio publica suas Novelas Nada Exemplares, compilando uma
produção de duas décadas com a qual conquistou público e crítica. Várias outras coletâneas se
seguiram: Cemitério de Elefantes (1964) e O Vampiro de Curitiba (1965).
Com o passar do tempo, as histórias de Trevisan se tornam cada vez mais curtas; sua linguagem,
mais breve e concisa. Nesse estilo cada vez mais condensado, muitos de seus personagens são
chamados simplesmente de João e Maria: são ao mesmo tempo qualquer pessoa e cada um de nós.
No entender do tradutor Gregory Rabassa, "Trevisan segue o caminho de Machado de Assis, que
considera o escritor um clássico da língua portuguesa e que, em nome da realidade, detestava o
realismo, essa convenção cinzenta que aprendemos a confundir com o real". Entre seus outros
escritos acham-se Guerra Conjugal (1969), A Polaquinha (1985) e Pico na Veia (2002).
Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/vampiro-curitiba-403586.shtml
*Resenha sobre o Livro :
Um livro de frases curtas, de idéias soltas. A estética peculiar dos contos nos deixa genialmente "perdidos",
o tempo corre mas não entendemos bem como. Nelsinho - um tarado obsessivo - não é totalmente
compreensível, é trágico, é cômico, é um herói completamente sem caráter.
Pra mim, os melhores contos são "Debaixo da Ponte Preta", "Arara Bêbada", "A Noite da Paixão" e "O
Vampiro de Curitiba".
É uma obra interessante pra quem gosta de literatura brasileira.
Fonte : http://www.skoob.com.br/livro/resenhas/4649/mais-gostaram/
*Video sugerido sobre a Obra :
6-Autran Dourado: Ópera dos Mortos
*Um pouco sobre o Livro :
Obra-prima de Autran Dourado, renovador do romance brasileiro, trata dos embates entre morte e vida,
permanência e mudança
Considerado um dos renovadores do romance brasileiro, Autran Dourado é normalmente associado à linha do
regionalismo introspectivo. Minas Gerais, seu Estado de origem nasceu em Patos, em 1926 , é objeto de
investigação contínua. Ele imaginou, no sul de Minas, a fictícia cidade de Duas Pontes, onde se passam muitas
de suas histórias. Ópera dos Mortos, sua obra mais famosa ao lado de Os Sinos da Agonia (1974), se dá
justamente nesse lugar.
O livro, incluído pela Unesco na Coleção de Obras Representativas da Literatura Universal, conta a história de
Rosalina Honório Cota. Última remanescente de sua família, ela vivia praticamente sozinha na companhia de
Quiquina, empregada muda. As duas habitavam um sobrado velho e decadente, construído pelos antepassados
de Rosalina o avô, Lucas Procópio, havia erguido a parte térrea, e o pai, João Capistrano, acrescentara o
segundo andar. Cada parte da edificação guardava na arquitetura as marcas das personalidades de seus
construtores. Rosalina passava os dias fazendo flores de pano entre os relógios parados da casa cada um
desligado no dia da morte dos antigos habitantes. Estava isolada do resto da cidade, cujos habitantes viam na
residência um local misterioso e distante. Até que surge o falante empregado Juca Passarinho, que quebra a
rotina da casa e se envolve sexualmente com a patroa. Nasce um filho, morto, que é levado da casa pelo pai
desconsolado. Rosalina enlouquece e deixa a casa.
A ópera é dos mortos porque eles determinam a vida do sobrado, principalmente a de Rosalina. São
eles que regem o curso das coisas, o destino infeliz reservado a seus sucessores. Para o professor
Massaud Moisés, "a tensão romanesca é sufocante, as personagens, loucas ou tangidas por forças
indiscerníveis, exterminadoras, diabólicas, parecem arquétipos vivos; o tom, porém, é dum realismo
simbólico, em que se defrontam o Mito e a História". Duas Pontes é um microcosmo mineiro e, na
visão do crítico Celso Leopoldo Pagnan, caracteriza a decadência do Estado após o ciclo do ouro. A
história da família Honório Cota que se estende por outras obras do autor abrange o período que
vai da República Velha ao Estado Novo, justamente o de uma urbanização crescente.
Do ponto de vista formal, Autran Dourado optou, assim como Graciliano em Vidas Secas, por utilizar
o sistema de blocos narrativos. São nove, cada um contado pelo monólogo interior de um narrador
diferente pode ser Rosalina, Juca Passarinho ou até os moradores da cidade, que falam pelo
coletivo. Tudo é permeado por um narrador onisciente. A linguagem, de recursos barrocos, contribui
para criar uma narrativa elíptica e labiríntica. Há o anseio por captar os sentimentos como a
descrença e a tristeza tanto no plano individual quanto no coletivo. A atmosfera negativa vem do
embate entre o antigo e o novo, o obsoleto e o moderno, os mortos e os vivos, a permanência e a
mudança dos valores este último um tema comum nas obras do autor, como em Uma Vida em
Segredo (1964).
Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/opera-mortos-403445.shtml
*Resenha sobre o Livro :
Um livro muito bem escrito.
No sobrado, onde se desenrola a maior parte da história, moraram 3 personagens: o avô, fundador da
cidade; o pai sonhador e a filha, Rosalina, que herda a força, o orgulho, o ressentimento e a profundidade
das emoções deles. Após uma traição política o pai se isola da cidade e a filha, por afeição e ódio, faz o
mesmo. A única ligação com a cidade é a empregada Quinquina e mais tarde José Feliciano um forasteiro
que se envolve na trama.
Os pontos de vista se alternam a cada capítulo. Pode ser uma pessoa da cidade, Quinquina, Rosalina,
José Feliciano ou o próprio narrador. Autran Dourado muda a linguagem conforme o enfoque, mas sempre
é poético, sempre surpreende pela forma como usa as palavras, pelo clima que consegue passar, pelos
personagens riquíssimos que conseguiu criar.
O livro todo é bem escrito, mas da página 148 até mais ou menos a 156, foi um dos textos mais
comoventes que já li. De arrepiar. Vale a pena ler.
Fonte : http://www.skoob.com.br/livro/resenhas/1867/mais-gostaram/
*Video sugerido sobre a obra :
7-Ariano Suassuna: Romance d'A Pedra do
Reino
*Um pouco sobre o Livro :
Obra picaresca para Ariano Suassuna, livro se inspira em raízes populares e reúne as bases
do movimento armorial
A vida de Ariano Suassuna - conhecido pelo sucesso de sua peça O Auto da Compadecida, de 1955
- está marcada por um episódio trágico. Em 1930, seu pai, o ex-governador da Paraíba João
Suassuna, foi assassinado. Quarenta anos depois, o escritor concluiu Romance d a Pedra do Reino
e O Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971), que começou a escrever em 1958 e no qual se vê
transposta a morte do pai.
Trata-se de uma obra extensa, complexa, híbrida, que não cabe em classificações limitadoras. Para
Suassuna, esta obra é um romance picaresco. Ao longo da narrativa há epopéia, poesia, romance de
cavalaria, memorial e mais outras formas que implicam "lembrança, tradição e vivência na integração
do popular ao erudito, com toque pessoal de originalidade e improvisação", segundo definiu a
escritora cearense Raquel de Queiroz. Para o poeta e escritor Maximiano Campos (1940-1988),
discípulo de Suassuna, trata-se de "nossa epopéia áspera, sertaneja e mestiça, criada por um escritor
nordestino. Uma projeção profética e simbólica do futuro no tempo do agora, a expectativa
messiânica da redenção aos pobres".
Uma das inspirações primeiras do escritor aqui foram as jornadas de 1838 em São José do Belmonte, em
Pernambuco, que resultaram na morte de dezenas de pessoas, vítimas de um movimento messiânico que as
induziu a lavar com sangue duas formações rochosas locais, a Pedra do Reino. A história é contada pelo
Cronista-Fidalgo-Rapsodo-Acadêmico e Poeta Escrivão Dom Pedro Dinis Ferreira-Quaderna, ilustre descendente
de Dom João Ferreira-Quaderna ou Dom João, o Execrável. Semelhante a uma narrativa policial - pelo tema do
crime e o tom de mistério -, o romance-epopéia é formado por cinco livros, dividido em folhetos, que mostram
como o protagonista foi parar na prisão. É um herói que, após perder a integridade, afasta-se dos outros para
então viver uma série de aventuras e, assim, lutar para reaver sua identidade. Segundo a professora Guaraciaba
Micheletti, o enredo mistura a realidade ao mágico e leva ao Nordeste um espírito medieval, explícito no domínio
da piedade, nas santas que aparecem para interceder, nas entidades que vêem assassinatos em tocaias e se
tornam outros personagens.
Ariano Suassuna nasceu em 1927, em Nossa Senhora das Neves, então capital da Paraíba. Defensor da cultura
nacional, fundou em 1970, no Recife, o Movimento Armorial, cuja proposta era realizar uma arte brasileira erudita
com base em raízes populares da cultura do país. Muito desse princípio está presente em Pedra do Reino, em
que há uma notável intertextualidade com outros autores da literatura local e elementos característicos regionais,
perceptível inclusive no nível do léxico e da sintaxe.
O escritor tinha se lançado a proposta de criar uma trilogia, que até hoje não vingou - a segunda parte, História
d O Rei Degolado, foi publicada em 1977. Por outro lado, Suassuna conseguiu que se criasse uma festa popular
inspirada no livro e pelo Movimento Armorial. Todo ano, no último fim de semana de maio, uma cavalhada em
São José de Belmonte celebra o escritor e sua obra-prima.
Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/romance-pedra-reino-403230.shtml
*Resenha sobre o Livro :
Um rico mosaico de personagens desfila no grande palco que é o Romance d´A Pedra do Reino. Personagens
inspirados na cultura sertaneja e no gosto do autor pelas “demandas novelosas, embandeiradas e epopeicas” dos
romances de cavalaria medievais. E alguém conseguirá pensar em Quaderna sem enxergar nele a ingenuidade de
Quixote lutando contra moinhos de vento? Mas, Quaderna, um personagem complexo, que suscita amor, ódio,
riso fácil, asco e piedade, é também moldado à semelhança daquele diabo sertanejo e treteiro, filho (ou seria o
pai?) de Pedro Malazartes.
O livro não é linear, é uma mistura de muitas histórias dentro de uma única história, como aquelas bonecas
russas, as matrioskas, em que ao abrir a maiorzinha, aparece outra e mais outra… Quaderna traz no sangue a
tragédia de sua família, com tudo o que ela significou para transformá-lo no ardiloso arremedo de cavaleiro de
triste figura que ele é. Suassuna, por sua vez, é um escritor que traz no sangue a tragédia do assassinato do pai, por
causas políticas. Nesse sentido, o livro tem seus traços autobiográficos, mas é muita pobreza interpretativa reduzi-
lo apenas a uma catarse individual. A Pedra do Reino vai além.
A leitura, árdua em alguns trechos, revela diversos momentos de grande prazer. O burlesco, o ridículo, o mal-
ajambrado dão a tônica de uma narrativa febril, pontuada de picardia e de citações poéticas clássicas e populares,
de descrições detalhadas da heráldica de bandeiras e brasões que, no entanto, é visão de um único homem
delirante. Quaderna conta sua história, do seu jeito, para as belas damas de peito macio e para os nobres senhores,
ao mesmo tempo em que na segunda metade da obra, responde a um longo interrogatório em um inquérito
policial. Ele parece acreditar piamente nas motivações nobres de cada um dos seus atos e usando uma lábia fina
(de diabo sertanejo) tenta nos convencer e ganhar a simpatia da audiência para a sua causa.
Fonte :http://mardehistorias.wordpress.com/2012/03/30/resenha-romance-d%C2%B4a-pedra-do-reino/
*Video sugerido sobre a obra :
8-Murilo Rubião: O Ex-Mágico
*Um pouco sobre o Livro :
Livro de estréia do contista Murilo Rubião investe na literatura fantástica para descrever as
precariedades do cotidiano
Jornalista e escritor mineiro que somente se tornou reconhecido após a publicação de O Pirotécnico
Zacarias em 1974, Murilo Rubião (1916-1991) é o primeiro contista moderno na incipiente literatura
fantástica brasileira. Escreveu apenas alguns contos, a maioria redigida na busca obsessiva pela clareza
característica ao seu estilo.
Seu primeiro e melhor livro, O Ex-Mágico (1947), foi recebido pela crítica com pouco interesse. O crítico
Álvaro Lins reconheceu nele algumas qualidades, mas sem se entusiasmar. Mário de Andrade fez o
mesmo, mas de maneira mais desconfiada. O livro (hoje em catálogo como Contos de Murilo Rubião) é um
coletânea de 15 textos cujo título original é tirado de seu texto mais conhecido — O Ex-Mágico da Taberna
Minhota. A história é de um mágico que está desencantado com o mundo. Ele é capaz de tirar animais do
bolso e reconstituir as próprias mãos depois de cortá-las fora. Causa espanto e admiração no público, mas
ainda assim não se surpreende com seus feitos e se sente entediado com a própria profissão. Tenta se
suicidar, mas não consegue. Então passa a trabalhar como funcionário público, o que seria para ele uma
espécie de morte lenta. Ele não morre, mas perde os poderes mágicos diante de toda a burocracia.
Evidentemente pontuada por críticas à sociedade, a narrativa utiliza o fantástico para atacar as
precariedades do cotidiano, sem fantasias. Os elementos mágicos são tratados com naturalidade e não
chegam a causar propriamente estranhamento no leitor — exceto pela excentricidade de alguns casos. “E,
por mais absurdas que sejam as novas relações estabelecidas entre as coisas e o homem, a verdade é que
elas não são mais absurdas do que as condições de vida normal, controlada pela razão: eis a lição amarga
que se tira de sua sátira, tão poética e tão rica de invenção”, escreveu Carlos Drummond de Andrade ao
autor. Para os críticos, há nisso uma grande semelhança com o universo de Franz Kafka — autor que
Rubião desconhecia na época em que escreveu O Ex-Mágico. O humor irônico e gélido do escritor, que
lembraria a literatura machadiana, recai sobre o tédio e a inércia do mundo, que segue inalterado mesmo
diante dos feitos mágicos. Para o crítico Jorge Schwartz, “a solidão toma conta dos personagens, que se
caraterizam por uma perpétua procura e um contínuo desencontro”. Entre os recursos sobrenaturais mais
comuns estão a inversão da causalidade espaço-temporal, a tendência ao infinito, a metamorfose e o
zoomorfismo e a contaminação homem-objeto.
Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/ex-magico-403402.shtml
Resenha sobre o Livro :
O estudo de uma obra a partir da perspectiva do fantástico pressupõe o estudo do
conceito de fantástico e suas delimitações. Na literatura, o fantástico se desenvolve a partir
de um certo abandono da racionalidade que por muito tempo imperou com o propósito de
explicar o mundo e o indivíduo. O imaginário entra na literatura como uma nova
possibilidade de abordagem de elementos inquietantes e inexplicáveis da realidade. De
maneira geral, a primeira idéia que se estabelece com relação ao conceito de fantástico é
que ele se define em relação aos conceitos de real e de imaginário.
Desde o século XIX, foram muitas as definições formuladas, é possível citar como
exemplo alguns trechos de textos recentes extraídos da obra Le Conte Fantastique en
France de Castex "
"O fantástico... se caracteriza por uma intromissão brutal do
mistério no quadro da vida real" ou "a narrativa fantástica gosta de nos
apresentar, habitando o mundo real em que nos achamos, homens como nós,
colocados subitamente em presença do inexplicável". Rogger Caillois em Au Coeur do
fantastique diz "Todo o fantástico é ruptura da ordem estabelecida, irrupção do
inadmissível no seio da inalterável legalidade cotidiana". Dentre tantas definições
existentes a esse respeito podemos observar a recorrente citação de elementos como o
"mistério", o "inexplicável", o "inadmissível" que se introduz na "vida real", ou no
"mundo real", ou ainda na "inalterável legalidade cotidiana". Sendo assim, é possível
formular a idéia de que o fantástico se estabelece quando, em uma narrativa, se dá um
acontecimento inusitado que aparentemente não pode ser explicado pelas leis naturais mas,
no entanto, não deixa descartada totalmente essa possibilidade.
*Video sugerido sobre a Obra :
9-Olavo Bilac: Poesias
*Um pouco sobre o Livro:
As três coletâneas de Olavo Bilac mostram a precisão da descrição e a concepção neoclássica de
perfeição para o verso, ritmo e rima
Em geral, as qualidades do carioca Olavo Bilac (1865-1918) ficam à sombra do papel de bode expiatório
que ocupou durante o Modernismo. Expoente da escola parnasiana, ao publicar Poesias em 1888, com
apenas 23 anos de idade, já revelava toda a habilidade estilística que caracterizaria sua escrita. No livro
encontram-se três coletâneas: Panóplias, Sarças de Fogo e Via-Láctea, esta última uma de suas melhores
criações. Já a primeira abre com o poema Profissão de Fé, síntese dos princípios da ourivesaria
parnasiana. Entre eles, a precisão da descrição, a concepção neoclássica de perfeição para o verso, ritmo
e rima e a arte que encontra fundamento em si mesma (arte pela arte).
Bilac “é um poeta eloqüente, capaz de dizer com fluência as coisas mais díspares, que o tocam de leve,
mas o bastante para se fazerem, em suas mãos, literatura”, conforme definiu o crítico Alfredo Bosi. Foi
assim que ele cantou temas tão variados quanto o índio, a guerra, o amor erótico e a temática greco-
romana copiada dos parnasianos franceses. Bilac também prestou-se a homenagear os símbolos da
república recém-constituída, como na letra que compôs para o Hino à Bandeira Nacional.
À edição de 1902 de Poesias, acrescentaram-se as coletâneas Alma Inquieta, As Viagens e o épico O
Caçador de Esmeraldas. Entre os temas tratados, está o amor sensual, considerado por alguns o mais
bem-trabalhado da obra bilaquiana. Embora careça de profundidade, é um exemplo maior de sua
excelência descritiva.
Fonte ; http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/poesias-403362.shtml
*Resenha sobre o Livro :
Estreou em 1888 , com Poesias , livro saudado com entusiasmo, por Alberto de
Oliveira e Raimundo Correia, que formariam, com Bilac, a Trindade
Parnasiana. As Poesias, de 1888, além de uma introdução em verso, chamada Profissão de
Fé - espécie de manifesto parnasiano- continham três partes distintas:
Panóplias: poemas descritivos, obedecendo rigorosamente aos cânones parnasianos,
aproveitando sugestões da antiguidade greco-romana, com referências que
tendem à superficialidade e ao puramente ornamental.
Via Láctea: trinta e cinco sonetos, tematizando o lirismo amoroso
platônico, com o aproveitamento de sugestões românticas e clássicas.
Obra de inegável êxito junto ao leitor, resvala o kitsch *, reeditando,
em tom menor, a lírica de Camões e Bocage. O título Via Láctea,
alude a uma constante na poesia de Bilac
Fonte : http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_1123.html
* Video sugerido sobre a Obra :
10-Lúcio Cardoso: Crônica da Casa
Assassinada
*Um pouco sobre o Livro:
Decadência de família rural de Minas Gerais é mote para Lúcio Cardoso descrever um clima de
pesadelo por meio da mente atormentada dos personagens
Obra máxima de Lúcio Cardoso, um dos mais densos e originais ficcionistas da prosa brasileira surgidos
nos anos de 1930, Crônica da Casa Assassinada (1959) é um livro de extrema complexidade, composto de
um entrelaçamento de perspectivas e de recursos narrativos como trechos de diários, anotações,
confissões, flash-backs, além de modos de expressão que se aproximam da mais pura poesia. Na verdade,
todos esses meios são empregados para que o autor possa atingir seu objetivo principal: revelar o estado
de alma angustiado de seus personagens e retratar o clima de pesadelo que permeia a história.
O enredo, porém, é simples. Trata da decadência dos Menezes, uma família de fazendeiros das Minas
Gerais. Movidos por fortes sentimentos de inveja, incesto, desamor e ambição, os Menezes devoram-se
uns aos outros até a mais completa desintegração financeira e moral. O fulcro da ação se dá no
relacionamento amoroso entre Nina, mulher de um dos irmãos proprietários da fazenda, e o suposto filho
deles, André. "Entre as várias implicações que a ligação André-Nina pode ter com o tema central do
romance (a descoberta de Deus no Mal)", afirma a crítica literária Nelly Novaes Coelho, "parece-nos que a
mais importante é [...] a dupla ânsia de sobreviver e de vencer as forças que se opunham à total expansão
do ser."
O que interessa ao autor não é contar uma história nos moldes tradicionais, mas mergulhar na febre
dos sentimentos conflituosos dos atores do drama, que faz par com a atmosfera de morbidez e de
trevas que ronda a propriedade rural e o declínio da família. Essa preferência por explorar os fatores
psicológicos e existenciais dos personagens, em cuja descrição se revelam traços de delírio, de
terror, de anormalidade, já fazia parte dos romances anteriores de Lúcio Cardoso, como A Luz no
Subsolo (1936), A Professora Hilda (1946) e O Enfeitiçado (1954). É o próprio romancista quem
revela essa sua opção estética em nota ao A Professora Hilda: "O que neles [nos personagens] me
interessa, o que quis mostrar nos seus destinos atormentados foi a força selvagem com que foram
arrastados para longe da vida comum, sem apoio na esperança, sem fé numa outra vida, cegos e
obstinados contra a presença do Mistério".
Nascido em Curvelo, Minas Gerais, em 1913, Joaquim Lúcio Cardoso Filho logo se transferiu para
Belo Horizonte, onde completou sua formação escolar, e, depois, para o Rio de Janeiro. Foi na capital
fluminense que, recebendo as influências do ambiente intelectual que freqüentava e de inúmeras
leituras, iniciou suas experiências literárias. Antes dos 20 anos, já tinha guardadas centenas de
páginas de prosa e de poesia. Foi descoberto pelo poeta Augusto Frederico Schmidt (1906-1965),
que em 1934 editou seu primeiro livro, Maleita, obra ainda presa à estética regionalista que fazia
sucesso na época. Publicou mais de uma dezena de romances, além de escrever poesia, peças de
teatro e roteiro de cinema. Crônica da Casa Assassinada virou filme de Paulo César Saraceni, em
1967. Lúcio Cardoso morreu no Rio, em 1968.
Fonte:http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/cronica-casa-assassinada-402120.shtml
*Resenha sobre o Livro :
Crônica da Casa Assassinada, do escritor mineiro Lúcio Cardoso, obra publicada em 1973, acompanha a ruína
de uma aristocrata família mineira. Uma saga que se desenrola nos limites de uma casa de fazenda. A casa
desempenha o papel principal: os personagens são feitos do cimento da casa e esta, da carne dos seus
habitantes. A perspectiva dos temores que habitam a casa, da casa que sangra, que sofre, que abriga os mais
trágicos segredos.
Lúcio Cardoso revela pendor para criação da atmosfera de pesadelo e de sondagem interior a que lograria dar
uma rara densidade poética. Aproveita as sugestões do surrealismo, sem perder de vista a paisagem moral da
província que entra como clima nos seus romances.
Crônica da Casa Assassinada reconstrói de maneira admirável o clima de morbidez que envolve os ambientes e
os seres. Fixa a angústia de um amor que se crê incestuoso. Em vez de referências diretas, são as cartas, os
diários e as confissões das pessoas que conheceram a protagonista (e dela própria), que vão entrar como partes
estruturais do livro, tornadno a narrativa incomum e que costuram com maestria a história dos Meneses, centrada
na presença de uma mulher desconhecida..
A tragédia de um ser passa a refletir-se no caso das testemunhas; e estas percorrem a vária gama de reações
que vai da febre amorosa ao ódio, deste à indiferença ou ao juízo convencional. O caso psicanalítico sai,
portanto, do beco da auto-análise e assume dimensões familiares e grupais. Realiza uma forma complexa de
romance em que o introspectivo, o atmosférico e o sensorial não mais se justapusessem, mas se combinassem
no nível de uma escritura cerrada, capaz de converter o descritivo em onírico e adensar o psicológico no
existencial.
Fonte:http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/c/cronica_da_casa_assassinada
*Video sugerido sobre a Obra :

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  • 1. E.E Professor João Cruz Jacareí , 05 de agosto de 2013 Língua Portuguesa Apresentação dos Livros Nicolas Martins Barbancho Nª : 28 , 1ªEMB ,Manhã Maria Piedade Teodoro
  • 2. 1- Caio Fernando Abreu: Morangos Mofados
  • 3. *Um Pouco sobre o Livro : O livro de contos de Caio Fernando Abreu foi um dos maiores sucessos editoriais dos anos 1980 Caio Fernando Abreu foi um criador múltiplo, tendo produzido em seus 48 anos de vida contos, novelas, crônicas, poemas, romance, roteiro de cinema e peças de teatro. Considerado um dos principais contistas brasileiros de sua geração (preferia as narrativas curtas), costumava retratar cenários urbanos e fatos sociais, baseando-se em temas do cotidiano. Utilizando linguagem e temáticas próprias, o escritor especializou-se em explorar os sentimentos humanos, muitas vezes proibidos. Seus escritos, em geral breves e repletos de significado, tendem a deixar uma sensação de vazio interior após a leitura, um silêncio que o inconsciente do leitor luta para eliminar, em busca de palavras ou idéias que ficaram perdidas nas entrelinhas. Publicado em 1982, como continuação a Pedras de Calcutá (1977), Morangos Mofados foi um dos maiores sucessos editoriais da década. Nesta coletânea de contos, focalizam-se personagens socialmente excluídos ou marginalizados por seu comportamento. A obra é dividida em duas partes. A primeira, intitulada "O Mofo", é constituída de nove histórias que contemplam a ditadura militar e a repressão à liberdade e ao direito de opinião, escarafunchando sentimentos rejeitados pela sociedade e reprimidos nos indivíduos. Na segunda parte, "Morangos", o autor mostra que há solução para os traumas impostos pelas circunstâncias sociais e fornece, em oito contos, um fio de esperança aos personagens, que encontram um sentido para viver. Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/morangos-mofados-402986.shtml
  • 4. *Resenha sobre o Livro : Porque é esse o sentimento que esse livro me trouxe. Junto com o gosto de morangos mofados na boca e aquela dor no alto do estômago do desconforto de ter que se mover, porque Caio F. é como Clarice, e nos faz mergulhar fundo e por dentro e é impossível ficar imóvel e irredutível às reflexões que suas palavras trazem. Morangos Mofados tem essa coisa do doce e do amargo. Contos que de tão profundos e reais deixam um perfme no ar, um meio sorriso no rosto e aquela sensação de não saber se foi bom ou ruim, pra logo depois entender que foi maravilhoso. Sou muito fã de Caio, apesar de confessar que não é todo conto/carta que ele escreveu que me agrada, mas mesmo estes sempre trazem uma citação perfeita, um algo pra se guardar na memória. Destaco deste livro, os contos “Pela passagem de uma grande dor”, “Luz e Sombra”, “Transformações”, “Natureza Viva” e “Morangos Mofados” do qual tirei a citação que inicia essa resenha. Pobre resenha aliás, como todas as que tento escrever sobre os livros de Caio e Clarice. Ambos estão muito acima de minhas vãs palavras. Mas fica aí a minha impressão sobre essa leitura. Recomendadíssima!
  • 6. 2-Fernando Sabino : O Encontro Marcado
  • 7. * Um Pouco sobre o Livro : Em 1956, Fernando Sabino surpreendeu os leitores com a publicação de uma narrativa longa, O encontro marcado. A repercussão foi espetacular, tornando-se de imediato o livro de cabeceira de milhares de jovens que nele se reconheciam por verem expostos ficcionalmente os seus próprios dramas existenciais. A obra ganhou edições até no exterior, além de ser adaptada para o teatro. O encontro marcado seria assim um típico romance de geração, isto é, um relato centrado nos problemas específicos de um grupo etário/social de uma determinada época e cujo alcance esgota-se naquela geração. A obra nos faz passear pelas ruas de Belo Horizonte conhecendo um pouco das gerações que por elas passaram e, de alguma forma, marcaram a cidade. A história se passa na década de quarenta e tem como protagonista Eduardo Marciano, alter ego de Sabino. Seu amigos de adolescência, Mauro e Hugo, correspondem a Hélio Pellegrino e Otto Lara Resende, respectivamente. Antonieta, mulher de Eduardo, é Helena Valladares. Toledo, um dos personagens mais importantes da história, mentor do jovem Eduardo (e do moço Eduardo, e do adulto Eduardo), corresponde a Guilhermino César. Eduardo Marciano caminhará pelo romance tentando reencontrar o sentido da existência na medida em que transita das preocupações ideológicas e políticas para os anseios pessoais. Esses passam pela sexualidade mais ou menos satisfeita, pela procura incessante da felicidade e pelo desejo profundo de encontrar respostas para a grande pergunta existencial sobre a existência de Deus. Fonte : http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/o/o_encontro_marcado
  • 8. *Resenha sobre o Livro : O Encontro Marcado é mais uma obra de Fernando Sabino que me deixou encantado. O primeiro livro que li do autor foi O Grande Mentecapto e adorei a escrita dele e as obras dele sempre mexem comigo. Esse foi mais um livro pra entrar na lista, um livro bastante poético que também vai mexer com você. Eduardo Marciano é um garoto muito mimado, e com o passar das páginas você vai vendo o quanto ele piora. Junto com seus amigos, Mauro e Hugo, são vistos como “as pestes” da cidade. Sempre aramando confusões por ai. Seu pai queria que ele tivesse os estudos formados mais a frente só que Eduardo descobriu um mundo fantástico e mágico, o mundo da literatura. Passou a ler vários e vários livros junto de seus amigos, Mauro e Hugo. Ganhou um concurso e foi para o Rio de Janeiro sozinho. Teve seu romance com Letícia, mas sua mãe não aceitava tal namoro por conta da idades, eram jovens demais para isso. Seu amigo cometeu suicídio na infância e isso o marcou. Ficou famoso por ter batido recorde na natação, apareceu nos jornais e tudo.
  • 9. Já grandes passaram a frequentar os bares da cidade. E assim se resumia a vida deles: literatura, bebidas e confusões. Conhece uma moça chamada Antoniete, filha de um ministro que mora no Rio, visitou Belo Horizonte, pois sua tia morava na cidade. Eduardo, bastante conhecido pelas mulheres, sentiu- se atraído por Antonieta então eles se conhecera, e passaram a namorar. Antonieta era diferente de Eduardo, vinha de uma classe rica, de outra cidade, costumes totalmente diferentes. Decidiu então noivar, seu pai ficou preocupado por Eduardo ainda não ter se formado e achou que estava cedo para isso, mas Antonieta aceitou e falou com seu pai e acabaram noivando e mais a frente casando e foram morar no Rio. Depois do casamento Eduardo começou a se sentir diferente, estava cansando de ter de sair todo dia para a praia ou para o cinema se sentia muito monótono. Passou então a frequentar bares novamente, chegava tarde em casa e sua relação com sua mulher cada vez mais distante. Até que ele se vê angustiado consigo mesmo. Ele quase que entra em depressão, ele perde seu pai, mais uma amigo e vê que tudo que tem esperança nele acaba morrendo.
  • 10. É um livro muito bonito que super recomendo. A parte que mais me marcou no livro, não sei por que, é quando Eduardo, Mauro e Hugo estão em uma bar e eles meio que se abrem um para o outro, com o objetivo de se conhecerem melhor, falar as coisas que gostam e que não gostam um do outro e assim que saírem do bar tudo seria esquecido. Não sei por que, mas mexeu bastante comigo. Pretendo sim ler outros livros do autor assim que tudo normalizar. É isso espero que tenham gostado da resenha e fiquem ligados porque a próxima resenha é de Um Dia!!! Até mais :D Fonte : http://blogsonhoselivros.blogspot.com.br/2013/06/resenha-o-encontro-marcado-fernando.html
  • 12. 3-Fernando Gabeira: O que é Isso, Companheiro?
  • 13. *Um pouco sobre o Livro : Neste clássico sobre os anos 60, Fernando Gabeira conta sua experiência com a luta armada Nesse cenário desesperador, um jovem e talentoso jornalista se junta a um grupo guerrilheiro para realizar um feito ousado: seqüestrar o embaixador americano no Brasil, Charles Elbrick, em troca da libertação de prisioneiros políticos. Esse jovem idealista era Fernando Gabeira, nascido em 1941, em Juiz de Fora. Gabeira iniciou sua carreira como redator do Jornal do Brasil, onde trabalhou de 1964 até 1968. Deixou o emprego em 1969, ano em que participou do seqüestro que quase lhe custou a vida. Como resultado da ação de guerrilha, Gabeira foi baleado, preso e exilado. Passou boa parte da década de 1970 na Suécia, onde atuou como jornalista e até como condutor de metrô. Com a anistia em 1979, voltou ao Brasil e lançou O que É Isso, Companheiro?, em que conta sua experiência com a luta armada. Numa prosa fluida e competente, Gabeira relata todo o processo de seqüestro do embaixador americano, desde o planejamento da ação até o seu desfecho. A narrativa autobiográfica permite que o leitor se sinta na pele do autor e testemunhe os horrores ocorridos nos anos de 1960 e 1970 no país. Elevado à condição de documento histórico, O que É Isso, Companheiro? tornou- se uma espécie de símbolo dos anos de luta contra a ditadura e pelo retorno da democracia. A obra foi adaptada para o cinema em 1997, em filme dirigido por Bruno Barreto. Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/que-isso-companheiro-402989.shtml
  • 14. *Resenha sobre o Livro : “Um povo sem memória é um povo sem história”. A frase de sabedoria popular sintetiza porquê O que é isso, Companheiro? de Fernando Gabeira é um livro importante. É difícil categorizar o livro já que, apesar do tom dominante possuir a tônica do depoimento, há também reflexões ensaísticas e até mesmo pitadas de romance. Para uma leitura mais completa, aconselho possuir um prévio conhecimento histórico da época da ditadura (1964-1985), mas não que seja condição imprescindível para a leitura. O autor explicar alguns pontos importantes sobre a época, além de haver um glossário no final do livro complementando algumas siglas e nomes que não foram tão detalhados. Fonte : http://www.estanteseletiva.com/2013/04/resenha-o-que-e-isso-companheiro.html
  • 17. *Um Pouco sobre o Livro : Publicado em 1935, Os Ratos rendeu ao gaúcho Dyonélio Machado (1895-1985) o primeiro lugar no prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. O escritor dividiu o galardão com Erico Verissimo, Marques Rebelo e João Alphonsus de Guimaraens. Em uma década marcada por grandes romances dedicados aos dramas das camadas sociais menos favorecidas, Dyonélio transformou Naziazeno Barbosa, atormentado protagonista desse seu romance, em uma das figuras mais marcantes da galeria de personagens desvalidos que povoam a literatura brasileira. Os Ratos é um romance breve, composto de 28 capítulos curtos que se passam num único dia. Sem cair no naturalismo fácil que explora a degradação e a violência das cidades, Machado consegue um perfeito equilíbrio entre investigação psicológica e descrição social. O autor mostra sensibilidade para retratar um quadro humano próximo ao desespero e para enxertar em sua narrativa elementos que plasmam a febre paranóide e obsessiva de Naziazeno, funcionário público que precisa de 53 mil-réis para pagar a conta do leite e sai pela Porto Alegre do começo do século 20 para cavar o dinheiro. O crítico literário Davi Arrigucci sugere que o livro une o assunto dos ficcionistas russos do século 19, sobretudo Gogol de O Capote e Dostoiévski, com as tendências de vanguarda do início do século 20. "Desde o começo, o livro chama a atenção pelo modo como apresenta literariamente a realidade através das relações entre a interioridade de Naziazeno e o mundo exterior", diz Arrigucci. Porto Alegre, por exemplo, é deformada pelo prisma quase alucinado do personagem. Segundo o crítico, "a deformação, categoria central da arte expressionista, torna-se um princípio fundamental da construção do romance". A essa perspectiva expressionista aliam-se os elementos fortemente simbólicos do romance, como o leite, cuja falta aciona as andanças do personagem. O leite é a pureza e a perpetuação da vida (Naziazeno tem um filho pequeno, que precisa do leite que o leiteiro quer parar de fornecer)
  • 18. opondo-se aos ratos cujo ruído parece abrir na mente do protagonista a consciência de que seus problemas estão longe do fim, de que a vida é um lento rói-rói em direção à morte. Dyonélio Machado diplomou-se em medicina com especialização em psiquiatria. Dedicou-se também ao jornalismo e à política, tendo sido deputado pelo Partido Comunista Brasileiro antes da implantação do Estado Novo. De acordo com a professora Célia Passoni, as atividades profissionais como psiquiatra conferiram-lhe capacidade de observação, o que permitiu mergulhar fundo no interior dos personagens. As atividades de jornalista possibilitaram nascer o cuidado com o estilo: "rápido, certeiro, bem-dosado, tornando-se um mensageiro perfeito e de linguagem clara e simples". Por fim, das suas atividades políticas tornaram-se possíveis as investigações sociais. Machado estreou na literatura em 1927 com o livro de contos Um Pobre Homem. A seguir, publicou 12 romances, entre os quais Os Ratos (1936), O Louco do Cati(1942) e Desolação (1944). Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/ratos-403444.shtml
  • 19. *Resenha sobre o Livro: Esse livro tive de lê-lo para fazer uma prova de curso técnico. Confesso que não foi uma leitura de meu agrado. Primeiro deixe-me falar um pouco sobre a história que explicarei o porquê. Esse livro narra a história de Naziazeno Barbosa, que deve dinheiro ao leiteiro e este lhe deu um dia para pagar-lhe; ou cortará o leite. Naziazeno se 'desespera' e e vai para a cidade em busca de uma saída para seu recente problema. Tentar fazer empréstimos, recorre á agiotas, chega a jogar para tentar conseguir o dinheiro necessário para cessar sua dívida, mas não obtém sucesso. Seu grande amigo e companheiro, Alcides, se preocupa e junto ao Duque, outro amigo de Naziazeno vai em busca de uma solução. A narrativa é cansativa, meio maçante, o que me desmotivou na leitura. Por mais clara que ela seja, se trata de uma linguagem mais antiga, com uma concordância diferente, frases que no português atual estão erradas e isso acabava me incomodando. É uma linguagem semelhante á de Dom Casmurro, quem já leu esse livro, deve entender o que digo, mas estranhamente Dom Casmurro foi um livro no qual apreciei bastante. Mas voltaremos para a resenha em questão. Apesar de a narrativa ser cansativa, o enredo em si é bem interessante, uma história que se passa em Porto Alegre e acontece em apenas um dia, o que torna o livro rico em detalhes - alguns desnecessários.
  • 20. É facilmente percebida á crítica feita pelo autor em que mostra o dinheiro como a principal "mola propulsora das relações sociais". Há outras críticas também, como por exemplo o descaso de alguns trabalhadores públicos com seus trabalhos, inclusive do próprio Naziazeno, mostrando uma realidade ainda existente. O título do livro, é explicado mais ao final, sendo associado também á mediocridade do papel do protagonista, pensando pequeno, como ratos. O livro possui seus pontos negativos e seus pontos positivos, podendo ser ou não apreciado. Cada um terá de ler e fazer sua própria avaliação, é um livro que divide opiniões. Fonte :http://www.just-books.org/2011/11/resenha-os-ratos-dyonelio-machado.html
  • 22. 5-Dalton Trevisan: O Vampiro de Curitiba
  • 23. *Um pouco sobre o Livro : Em histórias curtas e de grande impacto, passadas numa cidade fria e decaída, Dalton Trevisan busca a realidade sem entregar-se ao realismo Dedicando-se quase exclusivamente ao conto, Dalton Trevisan acabou consagrando-se como mestre da narrativa curta. Com inúmeros prêmios na bagagem, continua recusando a fama. Estima a reclusão e o anonimato. Enclausura-se na sua casa, não cede o número do telefone e não recebe visitas. Cerca-o tamanho ar de mistério que recebeu o apelido de O Vampiro de Curitiba, título de seu livro mais famoso. A obra apresenta uma série de relatos em torno do protagonista Nelsinho, rapaz que vaga pela cidade em busca de sexo e de afeto. Ele segue e assedia velhinhas, matronas, viúvas de preto, normalistas e prostitutas. O jovem, assim como o vampiro, é vítima da repetição infinita de seus desejos, o que só lhe agrava o quadro de solidão: "Tem piedade, Senhor, são tantas, eu tão sozinho". Nelsinho tanto pode ser um único personagem como vários, representados pelo mesmo nome. De todo modo, por meio desse anti- herói vampiresco, ao leitor descortina-se o panorama de uma cidade decaída, onde se esconde um vampiro no fundo de cada "filho de família". Na forma, um estilo ferino e cortante: "Ai, me dá vontade até de morrer. Veja só a boquinha dela como está pedindo beijo-beijo de virgem é mordida de taturana. Você grita vinte e quatro horas e desmaia feliz. É das que molham os lábios com a ponta da língua para ficar mais excitante (...). Se eu fosse me chegando perto, como quem não quer nada- ah, querida, é apenas uma folha seca ao vento-e me encostasse bem devagar na safadinha..."
  • 24. Nascido em Curitiba em 1925, Dalton Jérson Trevisan estudou direito, profissão que logo abandonou. Trabalhando depois na fábrica da família, foi vítima de um acidente grave, que o levou ao hospital por um mês. O episódio marcou-lhe a vida: ainda sob o efeito do medo de morrer, escreveu sua primeira novela. Em 1946, fundou a revista literária Joaquim. Além de apresentar traduções de Proust, Joyce, Kafka e Gide, a publicação reunia ensaios assinados por Antonio Candido, Mário de Andrade e Otto Maria Carpeaux e poemas até então inéditos, como O Caso do Vestido, de Carlos Drummond de Andrade. Em 1959, a editora José Olympio publica suas Novelas Nada Exemplares, compilando uma produção de duas décadas com a qual conquistou público e crítica. Várias outras coletâneas se seguiram: Cemitério de Elefantes (1964) e O Vampiro de Curitiba (1965). Com o passar do tempo, as histórias de Trevisan se tornam cada vez mais curtas; sua linguagem, mais breve e concisa. Nesse estilo cada vez mais condensado, muitos de seus personagens são chamados simplesmente de João e Maria: são ao mesmo tempo qualquer pessoa e cada um de nós. No entender do tradutor Gregory Rabassa, "Trevisan segue o caminho de Machado de Assis, que considera o escritor um clássico da língua portuguesa e que, em nome da realidade, detestava o realismo, essa convenção cinzenta que aprendemos a confundir com o real". Entre seus outros escritos acham-se Guerra Conjugal (1969), A Polaquinha (1985) e Pico na Veia (2002). Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/vampiro-curitiba-403586.shtml
  • 25. *Resenha sobre o Livro : Um livro de frases curtas, de idéias soltas. A estética peculiar dos contos nos deixa genialmente "perdidos", o tempo corre mas não entendemos bem como. Nelsinho - um tarado obsessivo - não é totalmente compreensível, é trágico, é cômico, é um herói completamente sem caráter. Pra mim, os melhores contos são "Debaixo da Ponte Preta", "Arara Bêbada", "A Noite da Paixão" e "O Vampiro de Curitiba". É uma obra interessante pra quem gosta de literatura brasileira. Fonte : http://www.skoob.com.br/livro/resenhas/4649/mais-gostaram/
  • 28. *Um pouco sobre o Livro : Obra-prima de Autran Dourado, renovador do romance brasileiro, trata dos embates entre morte e vida, permanência e mudança Considerado um dos renovadores do romance brasileiro, Autran Dourado é normalmente associado à linha do regionalismo introspectivo. Minas Gerais, seu Estado de origem nasceu em Patos, em 1926 , é objeto de investigação contínua. Ele imaginou, no sul de Minas, a fictícia cidade de Duas Pontes, onde se passam muitas de suas histórias. Ópera dos Mortos, sua obra mais famosa ao lado de Os Sinos da Agonia (1974), se dá justamente nesse lugar. O livro, incluído pela Unesco na Coleção de Obras Representativas da Literatura Universal, conta a história de Rosalina Honório Cota. Última remanescente de sua família, ela vivia praticamente sozinha na companhia de Quiquina, empregada muda. As duas habitavam um sobrado velho e decadente, construído pelos antepassados de Rosalina o avô, Lucas Procópio, havia erguido a parte térrea, e o pai, João Capistrano, acrescentara o segundo andar. Cada parte da edificação guardava na arquitetura as marcas das personalidades de seus construtores. Rosalina passava os dias fazendo flores de pano entre os relógios parados da casa cada um desligado no dia da morte dos antigos habitantes. Estava isolada do resto da cidade, cujos habitantes viam na residência um local misterioso e distante. Até que surge o falante empregado Juca Passarinho, que quebra a rotina da casa e se envolve sexualmente com a patroa. Nasce um filho, morto, que é levado da casa pelo pai desconsolado. Rosalina enlouquece e deixa a casa.
  • 29. A ópera é dos mortos porque eles determinam a vida do sobrado, principalmente a de Rosalina. São eles que regem o curso das coisas, o destino infeliz reservado a seus sucessores. Para o professor Massaud Moisés, "a tensão romanesca é sufocante, as personagens, loucas ou tangidas por forças indiscerníveis, exterminadoras, diabólicas, parecem arquétipos vivos; o tom, porém, é dum realismo simbólico, em que se defrontam o Mito e a História". Duas Pontes é um microcosmo mineiro e, na visão do crítico Celso Leopoldo Pagnan, caracteriza a decadência do Estado após o ciclo do ouro. A história da família Honório Cota que se estende por outras obras do autor abrange o período que vai da República Velha ao Estado Novo, justamente o de uma urbanização crescente. Do ponto de vista formal, Autran Dourado optou, assim como Graciliano em Vidas Secas, por utilizar o sistema de blocos narrativos. São nove, cada um contado pelo monólogo interior de um narrador diferente pode ser Rosalina, Juca Passarinho ou até os moradores da cidade, que falam pelo coletivo. Tudo é permeado por um narrador onisciente. A linguagem, de recursos barrocos, contribui para criar uma narrativa elíptica e labiríntica. Há o anseio por captar os sentimentos como a descrença e a tristeza tanto no plano individual quanto no coletivo. A atmosfera negativa vem do embate entre o antigo e o novo, o obsoleto e o moderno, os mortos e os vivos, a permanência e a mudança dos valores este último um tema comum nas obras do autor, como em Uma Vida em Segredo (1964). Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/opera-mortos-403445.shtml
  • 30. *Resenha sobre o Livro : Um livro muito bem escrito. No sobrado, onde se desenrola a maior parte da história, moraram 3 personagens: o avô, fundador da cidade; o pai sonhador e a filha, Rosalina, que herda a força, o orgulho, o ressentimento e a profundidade das emoções deles. Após uma traição política o pai se isola da cidade e a filha, por afeição e ódio, faz o mesmo. A única ligação com a cidade é a empregada Quinquina e mais tarde José Feliciano um forasteiro que se envolve na trama. Os pontos de vista se alternam a cada capítulo. Pode ser uma pessoa da cidade, Quinquina, Rosalina, José Feliciano ou o próprio narrador. Autran Dourado muda a linguagem conforme o enfoque, mas sempre é poético, sempre surpreende pela forma como usa as palavras, pelo clima que consegue passar, pelos personagens riquíssimos que conseguiu criar. O livro todo é bem escrito, mas da página 148 até mais ou menos a 156, foi um dos textos mais comoventes que já li. De arrepiar. Vale a pena ler. Fonte : http://www.skoob.com.br/livro/resenhas/1867/mais-gostaram/
  • 32. 7-Ariano Suassuna: Romance d'A Pedra do Reino
  • 33. *Um pouco sobre o Livro : Obra picaresca para Ariano Suassuna, livro se inspira em raízes populares e reúne as bases do movimento armorial A vida de Ariano Suassuna - conhecido pelo sucesso de sua peça O Auto da Compadecida, de 1955 - está marcada por um episódio trágico. Em 1930, seu pai, o ex-governador da Paraíba João Suassuna, foi assassinado. Quarenta anos depois, o escritor concluiu Romance d a Pedra do Reino e O Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971), que começou a escrever em 1958 e no qual se vê transposta a morte do pai. Trata-se de uma obra extensa, complexa, híbrida, que não cabe em classificações limitadoras. Para Suassuna, esta obra é um romance picaresco. Ao longo da narrativa há epopéia, poesia, romance de cavalaria, memorial e mais outras formas que implicam "lembrança, tradição e vivência na integração do popular ao erudito, com toque pessoal de originalidade e improvisação", segundo definiu a escritora cearense Raquel de Queiroz. Para o poeta e escritor Maximiano Campos (1940-1988), discípulo de Suassuna, trata-se de "nossa epopéia áspera, sertaneja e mestiça, criada por um escritor nordestino. Uma projeção profética e simbólica do futuro no tempo do agora, a expectativa messiânica da redenção aos pobres".
  • 34. Uma das inspirações primeiras do escritor aqui foram as jornadas de 1838 em São José do Belmonte, em Pernambuco, que resultaram na morte de dezenas de pessoas, vítimas de um movimento messiânico que as induziu a lavar com sangue duas formações rochosas locais, a Pedra do Reino. A história é contada pelo Cronista-Fidalgo-Rapsodo-Acadêmico e Poeta Escrivão Dom Pedro Dinis Ferreira-Quaderna, ilustre descendente de Dom João Ferreira-Quaderna ou Dom João, o Execrável. Semelhante a uma narrativa policial - pelo tema do crime e o tom de mistério -, o romance-epopéia é formado por cinco livros, dividido em folhetos, que mostram como o protagonista foi parar na prisão. É um herói que, após perder a integridade, afasta-se dos outros para então viver uma série de aventuras e, assim, lutar para reaver sua identidade. Segundo a professora Guaraciaba Micheletti, o enredo mistura a realidade ao mágico e leva ao Nordeste um espírito medieval, explícito no domínio da piedade, nas santas que aparecem para interceder, nas entidades que vêem assassinatos em tocaias e se tornam outros personagens. Ariano Suassuna nasceu em 1927, em Nossa Senhora das Neves, então capital da Paraíba. Defensor da cultura nacional, fundou em 1970, no Recife, o Movimento Armorial, cuja proposta era realizar uma arte brasileira erudita com base em raízes populares da cultura do país. Muito desse princípio está presente em Pedra do Reino, em que há uma notável intertextualidade com outros autores da literatura local e elementos característicos regionais, perceptível inclusive no nível do léxico e da sintaxe. O escritor tinha se lançado a proposta de criar uma trilogia, que até hoje não vingou - a segunda parte, História d O Rei Degolado, foi publicada em 1977. Por outro lado, Suassuna conseguiu que se criasse uma festa popular inspirada no livro e pelo Movimento Armorial. Todo ano, no último fim de semana de maio, uma cavalhada em São José de Belmonte celebra o escritor e sua obra-prima. Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/romance-pedra-reino-403230.shtml
  • 35. *Resenha sobre o Livro : Um rico mosaico de personagens desfila no grande palco que é o Romance d´A Pedra do Reino. Personagens inspirados na cultura sertaneja e no gosto do autor pelas “demandas novelosas, embandeiradas e epopeicas” dos romances de cavalaria medievais. E alguém conseguirá pensar em Quaderna sem enxergar nele a ingenuidade de Quixote lutando contra moinhos de vento? Mas, Quaderna, um personagem complexo, que suscita amor, ódio, riso fácil, asco e piedade, é também moldado à semelhança daquele diabo sertanejo e treteiro, filho (ou seria o pai?) de Pedro Malazartes. O livro não é linear, é uma mistura de muitas histórias dentro de uma única história, como aquelas bonecas russas, as matrioskas, em que ao abrir a maiorzinha, aparece outra e mais outra… Quaderna traz no sangue a tragédia de sua família, com tudo o que ela significou para transformá-lo no ardiloso arremedo de cavaleiro de triste figura que ele é. Suassuna, por sua vez, é um escritor que traz no sangue a tragédia do assassinato do pai, por causas políticas. Nesse sentido, o livro tem seus traços autobiográficos, mas é muita pobreza interpretativa reduzi- lo apenas a uma catarse individual. A Pedra do Reino vai além.
  • 36. A leitura, árdua em alguns trechos, revela diversos momentos de grande prazer. O burlesco, o ridículo, o mal- ajambrado dão a tônica de uma narrativa febril, pontuada de picardia e de citações poéticas clássicas e populares, de descrições detalhadas da heráldica de bandeiras e brasões que, no entanto, é visão de um único homem delirante. Quaderna conta sua história, do seu jeito, para as belas damas de peito macio e para os nobres senhores, ao mesmo tempo em que na segunda metade da obra, responde a um longo interrogatório em um inquérito policial. Ele parece acreditar piamente nas motivações nobres de cada um dos seus atos e usando uma lábia fina (de diabo sertanejo) tenta nos convencer e ganhar a simpatia da audiência para a sua causa. Fonte :http://mardehistorias.wordpress.com/2012/03/30/resenha-romance-d%C2%B4a-pedra-do-reino/
  • 38. 8-Murilo Rubião: O Ex-Mágico
  • 39. *Um pouco sobre o Livro : Livro de estréia do contista Murilo Rubião investe na literatura fantástica para descrever as precariedades do cotidiano Jornalista e escritor mineiro que somente se tornou reconhecido após a publicação de O Pirotécnico Zacarias em 1974, Murilo Rubião (1916-1991) é o primeiro contista moderno na incipiente literatura fantástica brasileira. Escreveu apenas alguns contos, a maioria redigida na busca obsessiva pela clareza característica ao seu estilo. Seu primeiro e melhor livro, O Ex-Mágico (1947), foi recebido pela crítica com pouco interesse. O crítico Álvaro Lins reconheceu nele algumas qualidades, mas sem se entusiasmar. Mário de Andrade fez o mesmo, mas de maneira mais desconfiada. O livro (hoje em catálogo como Contos de Murilo Rubião) é um coletânea de 15 textos cujo título original é tirado de seu texto mais conhecido — O Ex-Mágico da Taberna Minhota. A história é de um mágico que está desencantado com o mundo. Ele é capaz de tirar animais do bolso e reconstituir as próprias mãos depois de cortá-las fora. Causa espanto e admiração no público, mas ainda assim não se surpreende com seus feitos e se sente entediado com a própria profissão. Tenta se suicidar, mas não consegue. Então passa a trabalhar como funcionário público, o que seria para ele uma espécie de morte lenta. Ele não morre, mas perde os poderes mágicos diante de toda a burocracia.
  • 40. Evidentemente pontuada por críticas à sociedade, a narrativa utiliza o fantástico para atacar as precariedades do cotidiano, sem fantasias. Os elementos mágicos são tratados com naturalidade e não chegam a causar propriamente estranhamento no leitor — exceto pela excentricidade de alguns casos. “E, por mais absurdas que sejam as novas relações estabelecidas entre as coisas e o homem, a verdade é que elas não são mais absurdas do que as condições de vida normal, controlada pela razão: eis a lição amarga que se tira de sua sátira, tão poética e tão rica de invenção”, escreveu Carlos Drummond de Andrade ao autor. Para os críticos, há nisso uma grande semelhança com o universo de Franz Kafka — autor que Rubião desconhecia na época em que escreveu O Ex-Mágico. O humor irônico e gélido do escritor, que lembraria a literatura machadiana, recai sobre o tédio e a inércia do mundo, que segue inalterado mesmo diante dos feitos mágicos. Para o crítico Jorge Schwartz, “a solidão toma conta dos personagens, que se caraterizam por uma perpétua procura e um contínuo desencontro”. Entre os recursos sobrenaturais mais comuns estão a inversão da causalidade espaço-temporal, a tendência ao infinito, a metamorfose e o zoomorfismo e a contaminação homem-objeto. Fonte : http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/ex-magico-403402.shtml
  • 41. Resenha sobre o Livro : O estudo de uma obra a partir da perspectiva do fantástico pressupõe o estudo do conceito de fantástico e suas delimitações. Na literatura, o fantástico se desenvolve a partir de um certo abandono da racionalidade que por muito tempo imperou com o propósito de explicar o mundo e o indivíduo. O imaginário entra na literatura como uma nova possibilidade de abordagem de elementos inquietantes e inexplicáveis da realidade. De maneira geral, a primeira idéia que se estabelece com relação ao conceito de fantástico é que ele se define em relação aos conceitos de real e de imaginário. Desde o século XIX, foram muitas as definições formuladas, é possível citar como exemplo alguns trechos de textos recentes extraídos da obra Le Conte Fantastique en France de Castex "
  • 42. "O fantástico... se caracteriza por uma intromissão brutal do mistério no quadro da vida real" ou "a narrativa fantástica gosta de nos apresentar, habitando o mundo real em que nos achamos, homens como nós, colocados subitamente em presença do inexplicável". Rogger Caillois em Au Coeur do fantastique diz "Todo o fantástico é ruptura da ordem estabelecida, irrupção do inadmissível no seio da inalterável legalidade cotidiana". Dentre tantas definições existentes a esse respeito podemos observar a recorrente citação de elementos como o "mistério", o "inexplicável", o "inadmissível" que se introduz na "vida real", ou no "mundo real", ou ainda na "inalterável legalidade cotidiana". Sendo assim, é possível formular a idéia de que o fantástico se estabelece quando, em uma narrativa, se dá um acontecimento inusitado que aparentemente não pode ser explicado pelas leis naturais mas, no entanto, não deixa descartada totalmente essa possibilidade.
  • 45. *Um pouco sobre o Livro: As três coletâneas de Olavo Bilac mostram a precisão da descrição e a concepção neoclássica de perfeição para o verso, ritmo e rima Em geral, as qualidades do carioca Olavo Bilac (1865-1918) ficam à sombra do papel de bode expiatório que ocupou durante o Modernismo. Expoente da escola parnasiana, ao publicar Poesias em 1888, com apenas 23 anos de idade, já revelava toda a habilidade estilística que caracterizaria sua escrita. No livro encontram-se três coletâneas: Panóplias, Sarças de Fogo e Via-Láctea, esta última uma de suas melhores criações. Já a primeira abre com o poema Profissão de Fé, síntese dos princípios da ourivesaria parnasiana. Entre eles, a precisão da descrição, a concepção neoclássica de perfeição para o verso, ritmo e rima e a arte que encontra fundamento em si mesma (arte pela arte). Bilac “é um poeta eloqüente, capaz de dizer com fluência as coisas mais díspares, que o tocam de leve, mas o bastante para se fazerem, em suas mãos, literatura”, conforme definiu o crítico Alfredo Bosi. Foi assim que ele cantou temas tão variados quanto o índio, a guerra, o amor erótico e a temática greco- romana copiada dos parnasianos franceses. Bilac também prestou-se a homenagear os símbolos da república recém-constituída, como na letra que compôs para o Hino à Bandeira Nacional. À edição de 1902 de Poesias, acrescentaram-se as coletâneas Alma Inquieta, As Viagens e o épico O Caçador de Esmeraldas. Entre os temas tratados, está o amor sensual, considerado por alguns o mais bem-trabalhado da obra bilaquiana. Embora careça de profundidade, é um exemplo maior de sua excelência descritiva. Fonte ; http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/poesias-403362.shtml
  • 46. *Resenha sobre o Livro : Estreou em 1888 , com Poesias , livro saudado com entusiasmo, por Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, que formariam, com Bilac, a Trindade Parnasiana. As Poesias, de 1888, além de uma introdução em verso, chamada Profissão de Fé - espécie de manifesto parnasiano- continham três partes distintas: Panóplias: poemas descritivos, obedecendo rigorosamente aos cânones parnasianos, aproveitando sugestões da antiguidade greco-romana, com referências que tendem à superficialidade e ao puramente ornamental. Via Láctea: trinta e cinco sonetos, tematizando o lirismo amoroso platônico, com o aproveitamento de sugestões românticas e clássicas. Obra de inegável êxito junto ao leitor, resvala o kitsch *, reeditando, em tom menor, a lírica de Camões e Bocage. O título Via Láctea, alude a uma constante na poesia de Bilac Fonte : http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_1123.html
  • 47. * Video sugerido sobre a Obra :
  • 48. 10-Lúcio Cardoso: Crônica da Casa Assassinada
  • 49. *Um pouco sobre o Livro: Decadência de família rural de Minas Gerais é mote para Lúcio Cardoso descrever um clima de pesadelo por meio da mente atormentada dos personagens Obra máxima de Lúcio Cardoso, um dos mais densos e originais ficcionistas da prosa brasileira surgidos nos anos de 1930, Crônica da Casa Assassinada (1959) é um livro de extrema complexidade, composto de um entrelaçamento de perspectivas e de recursos narrativos como trechos de diários, anotações, confissões, flash-backs, além de modos de expressão que se aproximam da mais pura poesia. Na verdade, todos esses meios são empregados para que o autor possa atingir seu objetivo principal: revelar o estado de alma angustiado de seus personagens e retratar o clima de pesadelo que permeia a história. O enredo, porém, é simples. Trata da decadência dos Menezes, uma família de fazendeiros das Minas Gerais. Movidos por fortes sentimentos de inveja, incesto, desamor e ambição, os Menezes devoram-se uns aos outros até a mais completa desintegração financeira e moral. O fulcro da ação se dá no relacionamento amoroso entre Nina, mulher de um dos irmãos proprietários da fazenda, e o suposto filho deles, André. "Entre as várias implicações que a ligação André-Nina pode ter com o tema central do romance (a descoberta de Deus no Mal)", afirma a crítica literária Nelly Novaes Coelho, "parece-nos que a mais importante é [...] a dupla ânsia de sobreviver e de vencer as forças que se opunham à total expansão do ser."
  • 50. O que interessa ao autor não é contar uma história nos moldes tradicionais, mas mergulhar na febre dos sentimentos conflituosos dos atores do drama, que faz par com a atmosfera de morbidez e de trevas que ronda a propriedade rural e o declínio da família. Essa preferência por explorar os fatores psicológicos e existenciais dos personagens, em cuja descrição se revelam traços de delírio, de terror, de anormalidade, já fazia parte dos romances anteriores de Lúcio Cardoso, como A Luz no Subsolo (1936), A Professora Hilda (1946) e O Enfeitiçado (1954). É o próprio romancista quem revela essa sua opção estética em nota ao A Professora Hilda: "O que neles [nos personagens] me interessa, o que quis mostrar nos seus destinos atormentados foi a força selvagem com que foram arrastados para longe da vida comum, sem apoio na esperança, sem fé numa outra vida, cegos e obstinados contra a presença do Mistério". Nascido em Curvelo, Minas Gerais, em 1913, Joaquim Lúcio Cardoso Filho logo se transferiu para Belo Horizonte, onde completou sua formação escolar, e, depois, para o Rio de Janeiro. Foi na capital fluminense que, recebendo as influências do ambiente intelectual que freqüentava e de inúmeras leituras, iniciou suas experiências literárias. Antes dos 20 anos, já tinha guardadas centenas de páginas de prosa e de poesia. Foi descoberto pelo poeta Augusto Frederico Schmidt (1906-1965), que em 1934 editou seu primeiro livro, Maleita, obra ainda presa à estética regionalista que fazia sucesso na época. Publicou mais de uma dezena de romances, além de escrever poesia, peças de teatro e roteiro de cinema. Crônica da Casa Assassinada virou filme de Paulo César Saraceni, em 1967. Lúcio Cardoso morreu no Rio, em 1968. Fonte:http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/cronica-casa-assassinada-402120.shtml
  • 51. *Resenha sobre o Livro : Crônica da Casa Assassinada, do escritor mineiro Lúcio Cardoso, obra publicada em 1973, acompanha a ruína de uma aristocrata família mineira. Uma saga que se desenrola nos limites de uma casa de fazenda. A casa desempenha o papel principal: os personagens são feitos do cimento da casa e esta, da carne dos seus habitantes. A perspectiva dos temores que habitam a casa, da casa que sangra, que sofre, que abriga os mais trágicos segredos. Lúcio Cardoso revela pendor para criação da atmosfera de pesadelo e de sondagem interior a que lograria dar uma rara densidade poética. Aproveita as sugestões do surrealismo, sem perder de vista a paisagem moral da província que entra como clima nos seus romances. Crônica da Casa Assassinada reconstrói de maneira admirável o clima de morbidez que envolve os ambientes e os seres. Fixa a angústia de um amor que se crê incestuoso. Em vez de referências diretas, são as cartas, os diários e as confissões das pessoas que conheceram a protagonista (e dela própria), que vão entrar como partes estruturais do livro, tornadno a narrativa incomum e que costuram com maestria a história dos Meneses, centrada na presença de uma mulher desconhecida.. A tragédia de um ser passa a refletir-se no caso das testemunhas; e estas percorrem a vária gama de reações que vai da febre amorosa ao ódio, deste à indiferença ou ao juízo convencional. O caso psicanalítico sai, portanto, do beco da auto-análise e assume dimensões familiares e grupais. Realiza uma forma complexa de romance em que o introspectivo, o atmosférico e o sensorial não mais se justapusessem, mas se combinassem no nível de uma escritura cerrada, capaz de converter o descritivo em onírico e adensar o psicológico no existencial. Fonte:http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/c/cronica_da_casa_assassinada