3. A CONTRIBUIÇÃO DA OKTOBERFEST PARA O DISCURSO
IDENTITÁRIO GERMÂNICO DE SANTA CRUZ DO SUL
4. HISTORIOGRAFIA REGIONAL E AS REPRESENTAÇÕES DE IDENTIDADE
INFLUENCIADAS PELO PROCESSO IMIGRATÓRIO
Em princípios do século XIX inicia a história da
emigração dos alemães para o Brasil.
A Alemanha sem condições de promover o próprio
desenvolvimento, pois não existia unidade
social, estava dividida entre reinados e intensos
conflitos políticos. A revolução agrícola e demográfica
que iniciara neste século, impulsionou o
desenvolvimento industrial e a urbanização
acelerada, abolindo as estruturas agrícolas, o que
levou ao empobrecimento dos
camponeses, obrigando-os a emigrarem.
Em 1824 as primeiras correntes imigratórias vieram
para o Brasil, mais precisamente para o sul do Brasil.
O Governo Imperial e Provincial dão inicio ao
processo de ocupação, através da implantação de um
projeto com objetivos políticos e militares. A
colonização, além de ser um processo de ocupação
estratégica e geopolítica, também foi planejada como
um processo de substituição do trabalho escravo pelo
trabalho livre, e do negro escravo pelo branco
europeu, em um processo de colonização baseado na
pequena propriedade
5. SANTA CRUZ DO SUL: A OCUPAÇÃO DO NUCLEO COLONIAL E O
DESENVOLVIMENTO DO MUNICIPIO
Em 1849 ocorre a segunda fase
imigratória, o Governo funda novas
colonias. A colônia de Santa Cruz do
Sul foi um emprendimento iniciado
em 19 de dezembro gerida por
Francisco José de Souza Soares de
Andréa(Barão de Caçapava), que
distribuiu os lotes de terra, em
160.00 braças(2,2m cada braça).
Os colonizadores que vieram
para Santa Cruz vieram do norte da
Alemanha, das províncias que
formavam a Confederação
Germânica, como Rheno, a Prússia, a
Pomerânia, a Turingia, a Saxônia, a
Westfália, o Hannover e Oldenburg.
6. Com o desenvolvimento social
e econômico da colônia, passa
para condição de freguesia. A
partir daí foi instalada a
Câmara Municipal. Inicia um
aumento de exportações
agrícolas, lideradas pelo
tabaco. Surge a fumicultura.
Em 1905 instalado um ramal
ferroviário, luz elétrica, rede
telefônica, Hidráulica
Municipal e o hospital e a
instalação de empresas de
fumo atraindo o capital
estrangeiro. Santa cruz ganha
destaque na produção
fumageira sendo chamada de
‘capital nacional do fumo’
7. A REPRESENTAÇÃO DO GERMANISMO EM SANTA CRUZ DO SUL
Desejo da preservação da cultura alemã:
O Deutschtum, palavra alemã que traduz o conceito de
germanismo como uma ideologia que se refere á
conservação das características culturais, sociais, raciais e
dos grupos formados por indivíduos de origem germânica, é
um conceito que se estruturou desde o período de
formação da sociedade de Santa Cruz do Sul. Essa
ideologia da sustentação á politica e economia e ao
engajamento da elite política da comunidade, pois fica no
centro da geometria de poder das lideranças empresariais e
culturais.
8. DA FESTA NACIONAL DO FUMO PARA OKTOBERFEST
Santa Cruz do sul, que tinha o fumo como
principal produto agrícola e de grande
influência econômica no mercado interno e
externo, no ano de 1966, realiza a I Festa
Nacional do Fumo(FENAF).
Em 1960 inicia os preparativos para a festa.
Muitos obstáculos impossibilitaram a realização
da festa, tinham que construir um
parque, calçamento da cidade e hotéis, não
tinham infraestrutura. Inicialmente foi tratada
com descrédito. Mas naquele mesmo ano
conseguem recursos para construção do
pórtico do parque.
Foram criadas ações voltadas para limpeza da
cidade, educação e hospitalidade do povo.
Começava a realizar cursos que preparavam a
comunidade para ser hospitaleira e ornamentar
as vitrines das lojas para festa.
Em 1966, acontece o primeiro baile para
escolha de rainha da I FENAF. As candidatas
desfilaram com os trajes típicos das diversas
regiões da Alemanha.
9. RAINHAS DA FENAF
Rainha e princesas
da 2ª fenaf Rainha e princesas da
3ª fenaf
Rainha e princesas
da 1ª fenaf
10. Os apoios financeiros para os materiais de divulgação
foram fornecidos pelo Serviço Estadual de turismo(SETUR).
A festa deveria seduzir os turistas com atrativos de cunho
cultural e gastronômicos. Assim incentivada pelo
SETUR, inicia em Santa Cruz do Sul os discursos da
identidade alemã, promovidos por meio de uma festa.
O principal objetivo da festa era tornar Santa Cruz do Sul
reconhecida pelo seu progresso e desenvolvimento
industrial, por isso a festa destinava-se mais aos
empresários, que diretamente ao povo, aos visitantes.
No final da III FENAF, as industrias de fumo, maiores
patrocinadoras da festa questionavam a viabilidade de
continuar realizando a festa, já que os principais clientes
das industrias do tabaco não estavam no Brasil. As
fumageiras garantiam a venda do fumo sem a realização da
festa.
11. Em 1979, o secretário de turismo, Ademir
Mueller, percebendo a carência de
atividades turísticas no município, propõe a
criação de uma festa que valorizasse as
tradições germânicas, diferenciasse Santa
Cruz do Sul dos demais municípios da
região e do estado e diversificasse a
economia existente. Mueller foi o precursor
da Oktoberfest´, por buscar inúmeras
alternativas que viabilizassem a mesma.
A FENAF foi encerrada com sua última
edição em 1978
Como Santa Cruz do Sul já vinha
reforçando a identidade alemã em diversos
momentos, inclusive por meio da FENAF
, a festa que começava a ganhar maior
destaque e, a ser abraçada com maior
entusiasmo pela comunidade era a
Oktoberfest, por ser uma festa destinada
para comunidade e para os turistas.
A festa de outubro acabou substituindo à
FENAF. Dentre os motivos foram políticos e
alteraram a festa do fumo para festa étnica.
Num primeiro momento os organizadores da FENAF demonstraram descontentamento
quanto à substituição de uma festa por outra.
Já outros, pessoas relacionadas ao Poder Público Municipal, viam na Oktoberfest uma
maneira de fortalecer a identidade étnica e diversificar a economia através do turismo.
12. BIERHAUS
Na III FENAF foi
criada para servir
pratos típicos da
gastronomia alemã e
apresentações
artísticas das
tradições germânicas.
A tradução da palavra
Bierhaus significa
“casa do chope”.
13. ORIGEM DA OKTOBERFEST
A origem da Oktoberfest, na Alemanha, remonta ao ano de 1810, na cidade de
Munique, na Baviera, quando, com uma corrida de cavalos, foi celebrado o
casamento do príncipe herdeiro Ludwig, mais tarde Ludwig I, com a princesa
Therese Von Sachsen- Hildburghausen. O enorme sucesso de público no evento
que contou ainda com a presença da família real da Baviera . fez com que fosse
marcada outra festa para o outubro seguinte e, desta forma, se iniciou a
tradição. Na medida em que novas edições eram realizadas, novas atrações
foram incorporadas, como os Jogos Germânicos, desfiles de carros
alegóricos, concursos de rainhas e princesas, bailes típicos animados por
bandas folclóricas e, principalmente, a gastronomia.
14.
15. Para a
organização da
primeira edição
da festa, cerca de
oitenta pessoas
da comunidade
santa-cruzense
A área onde hoje se encontra o Parque da
Oktoberfest foi doada pelo governo da Província se
do Rio
Grande do Sul, em 5 de julho de 1904. Com envolveram, volu
412.738 m²
estava localizada na Várzea e deveria abrigar a
ntariamente, era
Estação
Ferroviária.
o desejo de
afirmar ao
visitante a cultura
17. Os bonecos foram criados para
promover a representação da família
alemã e com a finalidade de
acrescentar um toque germânico e
popular à festa, especialmente para
as crianças e idosos. Este par
símbolo, como também é
chamado, serve a Oktoberfest de
Santa Cruz do Sul desde a quarta
edição da festa, ou seja, no ano de
1987.
Em primeiro de outubro de 2003, Max e
Milli foram incorporados à 19ª Oktoberfest
como filhos de Fritz e Frida. Foi uma
iniciativa apropriada para a edição do
evento que tinha como tema central a
família. Para a escolha destes nomes, foi
realizado um concurso, do qual a Sra. Ilse
O’Meagher foi a vencedora e também
madrinha dos bonecos numa cerimônia de
batismo realizado pelo padre Alfredo
Lenz.
46. Com shows nacionais fantásticos a oktoberfest 2011 foi um sucesso.
Muito chope, dança, alegria, divertimento, e muita comida alemã de boa
qualidade.
Mas não se pode agradar a todo mundo.
Estivemos passeando pelo parque da oktoberfest no feriado do dia 12 de
outubro e conversando com funcionários e participantes da festa da alegria.
Opiniões variadas que divergem de uma pessoa para outra.
47. Paulo nos contou que recebeu um
treinamento para taxistas há
alguns anos atrás, voltado para a
hospitalidade para com o turista.
Mas que foi só aquele curso que
Paulo Machado - Taxista foi dado, ele sente falta de mais
interesse nesse aspecto por parte
da presidência da oktoberfest e
até mesmo da administração
municipal.
Na visão dele a cidade é bem
sinalizada.
48. RECEPÇÃO: NICOLE ROVEDDAN, GILSON SCHMACHTENBERG E
LETICIA SANTOS
TIVERAM TREINAMENTO E GOSTAM DO QUE FAZEM, FORAM
SELECIONADOS MEDIANTE INCRIÇÃO NA SECRETARIA DE
TURISMOS, A NICOLE E A LETICIA JÁ TRABALHARAM OUTROS
ANOS, E O GILSON É O PRIMEIRO ANO.
49. ELES TRABALHAM NO PORTÃO DE ENTRADA DE
PESSOAL COM CREDENCIAL E PESSOAS COM
TRAJE TÍPICO, DOADORES E POLICIAIS.
EXISTEM 3 PORTÕES DE ENTRADA E UM DE
SAÍDA.
AS PERGUNTAS MAIS FREQUENTES DE
TURISTAS SÃO QUANTO A ALIMENTAÇÃO FORA
DO PARQUE DA OKTOBER E HOSPEDAGEM.
O MAIOR NÚMERO DE TURISTAS
ESTRANGEIROS FOI DE ALEMÃES, ARGENTINOS
E PARAGUAIOS.
50. SEGURANÇAS: MARIA REGINA, IZABEL E MARCOS
ELES REFEREM QUE A MAIOR RECLAMAÇÃO DO PÚBLICO É QUANTO
A MÁ SINALIZAÇÃO DE SAÍDA DO PARQUE.
E SENTEM FALTA DE UM TREINAMENTO TURISTICO, DO MESMO NIVEL
QUE FOI DADO AOS OUTROS COLABORADORES DO PARQUE DA
OKTOBER.
51. RAINHAS DO CARNAVAL 2012 DE SANTA CRUZ DO SUL
RAINHA: SANBRINA CORREA
1ª PRINCESA: PRISCILA FRANCO
2ª PRINCESA: SHANA OLIVEIRA
ELAS ESTAVAM FAZENDO UMA PESQUISA PARA A ASSEMP.
PARTICIPARAM DE UM CURSO DE HOSPITALIDADE.
52. ELISANDRA GOMES DA SILVA – PASSISTA DO IMPÉRIO DA ZONA
NORTE
TAMBÉM ESTAVA FAZENDO A DIVULGAÇÃO DO CARNAVAL 2012.
RECLAMOU DA FALTA DE ORIENTAÇÃO DO PÚBLICO EM GERAL.
53. UMA DAS EXPOSITORAS DA FEIRA SUL. PARTICIPA PELA PRIMEIRA
VEZ DA OKTOBERFEST. ACHOU TUDO MUITO ORGANIZADO, APENAS
O SEU APARELHO DE CARTÃO SÓ FUNCIONAVA FORA DO PAVILHÃO.
54. A pior experiência na oktoberfest foi com essa atendente, mal humorada, mal
educada e com certeza não recebeu nenhum treinamento de como bem
receber turistas. E olha só onde ela estava trabalhando, na loja de lembranças
da oktoberfest.
55. As chefs de cozinha da
BIERHAUS:
FABIANE MENDES
GRUDZINSKI e SANDRA
PAUSINSKI
Há dois anos no
comando da cozinha da
BIERHAUS uma parceria
que deu certo. HILDA G
gastronomia e
RESTAURANTE PANELA
DE BARRO.
Durante os 12 dias da festa da alegria essas chefs deixam seus restaurantes para
unir forças e ofertar o que se tem de mais elaborado na gastronomia alemã. Um
cardápio a altura e tradição da BIERHAUS.
56. Com relação à hospitalidade da festa, podemos dizer
que a Oktoberfest se preocupou em bem receber os
visitantes, propôs um atendimento de uma forma
diferenciada, educada e cortes, por extensão, um
acolhimento afetuoso.
Esse acolhimento afetuoso ou o “bem
receber”, foi diretamente ligado com a qualidade dos
bens e serviços oferecidos pelo setor da gastronomia.
Isto equivale a dizer que a qualidade oferecida na festa
está aliada ao serviço e aos produtos oferecidos, teve
diversas opções de alimentação, desde lanches
rápidos, passando por lanches típicos, comida por
Chef Buffet a quilo, café colonial genuinamente germânico e
SANDRA Buffet típico alemão.
PAUSINSKI A festa ofereceu um amplo conjunto de
estruturas, serviços e atitudes, a própria cidade
transformou-se para acolher os visitantes, e satisfazer
suas necessidades. A festa preocupou-se com um
conjunto de estruturas como: o ingresso, a
permanência, os deslocamentos internos e saídas dos
visitantes da cidade.