1. UNIDADE 5 – ANO 1
OS DIFERENTES TEXTOS EM SALAS DE
ALFABETIZAÇÃO
UNIDADE 5 – ANO 1
OS DIFERENTES TEXTOS EM SALAS DE
ALFABETIZAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE EDUCAÇÃO
NÚCLEO DE ALFABETIZAÇÃO, LEITURA E ESCRITA DO ESPÍRITO SANTO
PACTO NACIONAL PARA A ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA
FORMAÇÃO DE ORIENTADORES DE ESTUDO
Formadoras - 1º ano:
Elis Beatriz de Lima Falcão
Fabricia Pereira de Oliveira Dias
Maristela Gatti Piffer
18 de julho de 2013 - matutino
3. CONHECIMENTOSCONHECIMENTOS
• Os diferentes textos a serviço das diferentes
perspectivas de alfabetização;
• A diversidade textual em sala de aula (análise
de práticas);
• Os diversos textos (orais e escritos) e suas
relações com as áreas de conhecimento;
• Possibilidades de apropriação dos subsídios
materiais disponibilizados pelo MEC às escolas
no processo de alfabetização.
4. I - A DIVERSIDADE TEXTUAL
EM SALA DE AULA
I - A DIVERSIDADE TEXTUAL
EM SALA DE AULA
Vamos iniciar nosso estudo a partir do Texto 1: Os
diferentes textos a serviço da perspectiva do
alfabetizar letrando (Ivone Pedrosa de Souza e Telma
Ferraz Leal).
Essas autoras defendem que o trabalho com diferentes
textos na sala de aula, possibilita a integração entre os
componentes curriculares, retomando a
problematização em torno das práticas que giravam
em torno da repetição e memorização de letras,
sílabas, palavras ou frases soltas, que quase sempre
estavam acompanhadas de atividades avaliativas
centradas no erro e na punição.
5. • Para muitos professores, contudo, o principal
desafio é fazer com que alunos que ainda não
leem e não escrevem convencionalmente,
possam participar de atividades de leitura e
produção textual.
• Considerando essa necessidade, Leal e
Albuquerque (2005), reafirmam a importância de
planejar situações diversificadas de leitura e de
escrita, que, de acordo com as autoras, estão
agrupadas em quatro tipos principais:
7. Essas situações não esgotam, todavia, as
possibilidades de leitura e produção textual e
tampouco devem ser trabalhadas de forma
desarticulada com as atividades de reflexão sobre o
sistema de escrita e as relações entre sons e letras e
letras e sons, pois muitas vezes os professores
questionam porque, apesar de usarem textos
diversos em sala de aula, não conseguem alfabetizar
as crianças.
8. Assim, não basta levar textos para a sala de aula e
deixar de lado o trabalho de reflexão sobre a língua.
Por outro lado, o texto não pode ser apenas pretexto
para o ensino do sistema de escrita, sem a necessária
relação com seus aspectos discursivos.
Leitura e produção de textos integram o trabalho com
a língua e são dimensões imprescindíveis em qualquer
etapa do processo de alfabetização, inclusive no 1º
ano do Ensino Fundamental, quando é possível
vivenciar com as crianças diversas situações que levem
ao desenvolvimento de conhecimentos fundamentais,
como veremos nos quadros a seguir.
9. LeituraLeitura
Situações em que outras pessoas leem para as
crianças são importantes para que elas aprendam a:
BRASIL, PNAIC, Unidade 5, Ano 1, p. 10
10. Situações de leitura autônoma em que as crianças
possam aprender a:
BRASIL, PNAIC, Unidade 5, Ano 1, p. 11
11. Produção de textos escritosProdução de textos escritos
Situações compartilhadas de produção de textos que
ajudem as crianças a:
BRASIL, PNAIC, Unidade 5, Ano 1, p. 11
12. Situações em que as crianças são estimuladas
a escrever sozinhas para que possam mobilizar
conhecimentos apropriados nas situações
compartilhadas, coordenando ações em que
precisam definir o que e como dizer. Nessas
situações as crianças podem aprender a:
BRASIL, PNAIC, Unidade 5, Ano 1, p. 12
13. Produção de textos oraisProdução de textos orais
Situações planejadas de ensino em que
as crianças possam:
BRASIL, PNAIC, Unidade 5, Ano 1, p. 13
14. Nas salas de alfabetização, portanto, são diversas
as situações de aprendizagem que precisamos
planejar para que as crianças possam ampliar os
conhecimentos que já utilizam sobre a língua nas
experiências cotidianas de uso da linguagem.
Nosso objetivo, então, é potencializar a inserção
das crianças em práticas de leitura e de escrita
que possam contribuir para a compreensão das
diferentes formas de uso da linguagem em nossa
sociedade que se manifestam por meio dos
diferentes gêneros textuais.
15. Problematizações:
Mas, o que chamamos de gêneros textuais?
Como eles se manifestam nas variadas
situações de uso da linguagem?
E como podemos desenvolver um trabalho na
alfabetização em que os gêneros textuais são
entrelaçados às práticas de leitura, de
produção de textos e conhecimentos sobre a
língua?
16. Aprofundando conhecimentos...
• Para aprofundar reflexões sobre o trabalho
com gêneros textuais na alfabetização,
realizaremos, inicialmente, a seguinte
atividade:
17.
18. Podemos observar que o jornal é um lócus onde
circulam muitos textos, com diferentes
finalidades, reforçando que o uso da língua está
sempre voltado para as intenções que queremos
provocar no outro: SENSIBILIZAR, INFORMAR,
COMUNICAR, ENTRETER, CONVENCER,
DOCUMENTAR, PERSUADIR, etc.
É esse contexto de uso da linguagem que orienta
os seres humanos a fazerem escolhas das formas
textuais e dos recursos expressivos de que
necessitam para serem compreendidos. Vejamos
alguns exemplos:
19. Se alguém deseja que sua união amorosa com outra pessoa
seja oficializada na presença de amigos, parentes, etc.
poderá produzir...
20. Se o dono de um restaurante quer informar aos seus clientes os
produtos que oferece com seus respectivos preços ele poderá utilizar:
21. Se uma pessoa não quer esquecer os produtos que deseja
comprar em um supermercado elabora uma...
22. Assim, ao fazerem uso da língua, em
determinados contextos históricos e sociais,
os seres humanos utilizam formas textuais
relativamente estáveis, denominadas de
gêneros discursivos ou textuais.
Essa ideia pode ser mais bem compreendida a
partir das contribuições do teórico russo
Mikhail Bakhtin.
23. Mikhail Bakhtin produziu grande parte de sua
obra na década de 1920, na antiga União
Soviética, em parceria com um grupo de
intelectuais, conhecido com Círculo de
Bakhtin, evidenciando que a língua é
constituída nas relações humanas, sendo,
portanto, uma atividade social, lugar e espaço
de interação entre sujeitos.
A ideia de gêneros discursivos na
Perspectiva Bakhtiniana de Linguagem
A ideia de gêneros discursivos na
Perspectiva Bakhtiniana de Linguagem
24. Em Estética da criação verbal, Bakhtin (2003)
explica que todas as esferas de atividade
humana estão relacionadas com a utilização
da língua. É nesse movimento de uso da
língua, que os seres humanos elaboram tipos
relativamente estáveis de enunciados,
denominados de gêneros discursivos. Seus
modos de utilização são muito variados, pois
dependem das condições e finalidades
específicas de cada campo:
25. Em cada época, em cada círculo social, em cada
micromundo familiar, de amigos e conhecidos, de
colegas, em que o homem cresce e vive, sempre
existem enunciados investidos de autoridade que
dão o tom, como as obras de arte, ciência,
jornalismo político, nas quais as pessoas se
baseiam, as quais elas citam, imitam, seguem. Em
cada época e em todos os campos da vida e da
atividade, existem determinadas tradições,
expressas e conservadas em vestes verbalizadas:
em obras, enunciados, sentenças, etc. (BAKHTIN,
2003, p. 294)
Em cada época, em cada círculo social, em cada
micromundo familiar, de amigos e conhecidos, de
colegas, em que o homem cresce e vive, sempre
existem enunciados investidos de autoridade que
dão o tom, como as obras de arte, ciência,
jornalismo político, nas quais as pessoas se
baseiam, as quais elas citam, imitam, seguem. Em
cada época e em todos os campos da vida e da
atividade, existem determinadas tradições,
expressas e conservadas em vestes verbalizadas:
em obras, enunciados, sentenças, etc. (BAKHTIN,
2003, p. 294)
26. Assim, todos os nossos enunciados se baseiam
em formas linguísticas relativamente estáveis
que constituem os gêneros discursivos. Os
gêneros são, portanto, produções sócio-
históricas, visto que estão diretamente ligados
às situações sociais. São essas situações
sociais que orientam a escolha dos gêneros
com suas características composicionais,
temáticas e estilísticas próprias.
27. A escritora Eva Furnari, no
livro Felpo Filva, traz
vários exemplos de
gêneros textuais.
Vamos identificá-los!
32. Esse exemplo nos ajuda a compreender a
natureza social dos gêneros textuais,
evidenciando, como afirma Machado (2005, p.
175), “[...] a necessidade de se pensar o
discurso no contexto enunciativo da
comunicação e não como unidade de
estruturas linguísticas”.
O contexto comunicativo, então, é instaurador
das condições para a escolha do gênero e seu
modo de realização, dentro do repertório de
possibilidades que dispomos.
33. Como as esferas de utilização da língua são inúmeras
e extremamente heterogêneas, também os gêneros
apresentam grande heterogeneidade e integram
diferentes sequências tipológicas, como a narrativa,
a argumentativa, a explicativa, a injuntiva e a
descritiva.
Uma organização interessante das atividades
discursivas elaboradas pelos seres humanos pode ser
observada nos quadros que se seguem, propostos
por Dolz e Schneuwly (2004, p. 60-61), dois
estudiosos suíços, inseridos no campo da linguagem.
34. Domínios sociais de comunicação
Aspectos tipológicos (composicionais)
Capacidades de linguagem dominantes
Exemplos de gêneros orais e escritos
Cultura literária ficcional
Narrar
Mimeses da ação através da criação da
intriga no domínio do verossímil
conto maravilhoso
conto de fadas
fábula
lenda
narrativa de aventura
narrativa de ficção científica
narrativa de enigma
narrativa mítica
sketch ou história engraçada
biografia romanceada
romance
romance histórico
novela fantástica
conto
crônica literária
adivinha
piada...
35. Documentação e memorização das
ações humanas
Relatar
Representação pelo discurso de
experiências vividas, situadas no
tempo
relato de experiência vivida
relato de viagem
diário íntimo
testemunho
anedota ou caso
autobiografia
curriculum vitae
notícias
reportagem
crônica social
crônica esportiva
histórico
relato histórico
ensaio ou perfil bibliográfico
biografia...
Instruções e prescrições
Descrever ações
Regulação mútua de
comportamentos
instruções de montagem
receita
regulamento
regras de jogo
instruções de uso
comandos diversos
textos prescritivos...
36. Discussão de problemas sociais
controvertidos
Argumentar
Sustentação, refutação e
negociação de tomadas de
posição
textos de opinião
diálogo argumentativo
carta de leitor
carta de reclamação
carta de solicitação
deliberação informal
debate regrado
assembléia
discurso de defesa (advocacia)
discurso de acusação (advocacia)
resenha crítica
artigos de opinião ou assinados
editorial
ensaio...
37. Transmissão e construção de
saberes
Expor
Apresentação textual de diferentes
formas dos saberes
texto expositivo (em livro didático)
exposição oral
seminário
conferência
comunicação oral
palestra
entrevista de especialista
verbete
artigo enciclopédico
texto explicativo
tomada de notas
resumo de textos expositivos
e explicativos
resenha
relatório científico
relatório oral de experiência...
(DOLZ e SCHNEUWLY, 2004)
38. Gênero textual refere os
textos, materializados em
situações comunicativas
recorrentes, que encontramos
em nossa vida diária com
padrões sócio comunicativos
característicos definidos por
seus objetivos enunciativos,
aspectos composicionais e
estilos concretamente
realizados na integração de
forças históricas, sociais,
institucionais e técnicas
(MARCUSCHI, 2008, p. 155).
Gênero textual refere os
textos, materializados em
situações comunicativas
recorrentes, que encontramos
em nossa vida diária com
padrões sócio comunicativos
característicos definidos por
seus objetivos enunciativos,
aspectos composicionais e
estilos concretamente
realizados na integração de
forças históricas, sociais,
institucionais e técnicas
(MARCUSCHI, 2008, p. 155).
Tipo textual designa uma
espécie de construção teórica
definida pela natureza
linguística de sua composição
(aspectos lexicais, sintáticos,
tempos verbais, relações
lógicas, estilo). O tipo
caracteriza-se muito mais
como sequências linguísticas
[...] que abrangem cerca de
meia dúzia de categorias:
narração, argumentação,
exposição, descrição, injunção
(MARCUSCHI, 2008, p. 154-155).
Tipo textual designa uma
espécie de construção teórica
definida pela natureza
linguística de sua composição
(aspectos lexicais, sintáticos,
tempos verbais, relações
lógicas, estilo). O tipo
caracteriza-se muito mais
como sequências linguísticas
[...] que abrangem cerca de
meia dúzia de categorias:
narração, argumentação,
exposição, descrição, injunção
(MARCUSCHI, 2008, p. 154-155).
Distinção Gênero X Tipo textual
39. Vamos ler a analisar o exemplo do livro de
Steve Webb “Viviana, a rainha do pijama”,
tendo em vista, agora, os modos de realização
do texto escrito pela personagem Viviana.
40. TIPOLOGIAS PRESENTES NO TEXTO:
narrativa (carta e fábula) , descritiva (carta
e autobiografia) e argumentativa (resposta
ao convite)
GÊNEROS TEXTUAIS PRESENTES NO TEXTO:
carta, fábula, autobiografia
41. A questão do suporte textualA questão do suporte textual
De acordo com Marcuschi (2008) o gênero
textual ainda recebe influência do lugar em
que se situa, ou seja, o suporte textual.
Suporte de um gênero é entendido pelo autor
como um lócus físico ou virtual com formato
específico que serve de base ou ambiente de
fixação do gênero materializado como texto.
Suporte de um gênero é entendido pelo autor
como um lócus físico ou virtual com formato
específico que serve de base ou ambiente de
fixação do gênero materializado como texto.
42. Tome-se o caso deste breve texto:
“Paulo, te amo, me ligue o mais rápido que puder. Te
espero no fone 32331020.
Verônica .”
Se isto estiver escrito num papel colocado sobre
a mesa da pessoa indicada (Paulo), pode ser um
bilhete; se for passado pela secretária eletrônica é
um recado; remetido pelos correios num
formulário próprio, pode ser um telegrama;
exposto num outdoor pode ser uma declaração de
amor. O certo é que o conteúdo não muda, mas o
gênero é sempre identificado na relação com o
suporte.
Luiz Antônio Marcuschi (2008, p. 174)
47. Nas relações sociais e culturais os gêneros
textuais orais e escritos são como elos na cadeia
da comunicação verbal e dinamizam as relações
entre as pessoas.
A entrada dos gêneros discursivos na sala de
aula, contudo, é marcada por matizes singulares
desse contexto comunicativo. Como
materialidade didática, o gênero se situa em um
outro espaço de circulação que o desloca de seu
funcionamento real.
Gêneros textuais no contexto escolarGêneros textuais no contexto escolarGêneros textuais no contexto escolarGêneros textuais no contexto escolar
48. Nesse sentido é preciso que sejam planejadas
situações que ajudem a superar as
abordagens didáticas que dificultam a entrada
do texto na sala de aula ou que utilizam textos
com padrões artificiais apenas como pretexto
para o ensino das unidades mínimas da língua.
49. Assim, precisamos pensar...
• O texto sempre esteve presente em sala de
aula?
• Quais textos têm sido priorizados nas turmas
de 1º ano? Como eles são escolhidos? Para
quê?
• Como os livros didáticos de alfabetização têm
tratado a diversidade textual em sala de aula?
Há gêneros predominantes nos livros do 1º
ano? Por quê?
50. OS “TEXTOS” NAS CARTILHASOS “TEXTOS” NAS CARTILHAS
Fonte: LIMA, Branca Alves. Cartilha Caminho Suave. São Paulo.1985, 95ª ed.
Por muito tempo as
cartilhas foram
consideradas material
de referência na
alfabetização...
52. O conteúdo das histórias não eram interessantes,
nem relevantes à idade, cultura e experiência
das crianças, são textos artificiais, portanto,
pseudotextos. Textos apenas como pretexto
para a aquisição da técnica de ler e escrever.
53. Mas, a partir das décadas de 80 e 90 elas
foram amplamente criticadas, pois se
mostraram inadequadas na irrelevância das
informações que traziam, pela monotonia dos
exercícios que propunham, pela falta de
sentido nas atividades sugeridas e acabaram
por passar por mudanças até chegar nos livros
didáticos.
54. Sendo assim, presenciamos, nas últimas
décadas, um processo de reformulação dos
livros didáticos com vistas a contemplarem as
novas perspectivas teóricas de alfabetização,
com vistas a permitir que as crianças
convivam com a linguagem própria dos
gêneros que circulam na sociedade.
55.
56. Houve avanços, mas ainda temos
algumas reflexões importantes a fazer,
pois não basta entrar com os diferentes
textos na sala de aula. Precisamos
problematizar como os livros didáticos
estão propondo o trabalho com a leitura
e a escrita.
60. Podemos observar que, apesar de trazer uma
diversidade de gêneros textuais, o livro analisado
privilegia textos de tradição oral, o que reforça um
movimento muito comum nas práticas de
alfabetização.
Gontijo (2008, p. 11) destaca que, textos que
estavam presentes nas cartilhas foram
substituídos por parlendas, trava-línguas e lista de
palavras, pois se acredita que, dessa forma, é
possível tornar a aprendizagem mais significativa
para as crianças ou enfatizar a dimensão do
significado em detrimento do significante,
privilegiado em propostas que enfatizavam as
sílabas e as letras.
61. Essa abordagem pode ser observada na configuração
dos direitos de aprendizagem.
62. O quadro acaba enfatizando os tipos de textos que
“servem” para alfabetizar. Apesar de completar com
“dentre outros”, coloca em primeiro plano: poemas,
canções, tirinhas e textos de tradição oral.
Analisando o livro de 1º ano, Escola é nossa, podemos
observar a recorrência dos tipos de textos citados
acima. Sendo textos com repetição das palavras-chave
com sílabas que serão estudadas. Muitos textos que
cerceiam um aprofundamento mais discursivo, pois
suas finalidades apontam mais para a necessidade de
codificação e de decodificação.
67. QUESTÕES PARA REFLETIRMOS...
Existem textos mais apropriados?
Estamos subestimando as competências cognitivas
e linguísticas das crianças, subestimando-se suas
capacidades de aprendizagem posto que se
pretendem para elas, “livros fáceis”, “linguagem
fácil”, “textos fáceis”, “ilustrações fáceis”, “textos
curtos”?
Nesse sentido, ainda estamos apoiados em
argumentos sobre o “déficit cultural” dos alunos de
baixo nível socioeconômico?
68. Referências
BAKHTIN, Mikhail Mikhailovith. Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2003.
GONTIJO, Cláudia Maria Mendes; SCHWARTZ, Cleonara Maria. Alfabetização: teoria e
prática. Curitiba, PR: Sol, 2009.
MACHADO, Irene. Gêneros discursivos. In: BRAIT, Beth. Bakhtin: conceitos-chave. São
Paulo: Contexto, 2005. p. 151-166.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São
Paulo: Parábola Editorial, 2008.
______. A questão do suporte dos gêneros textuais. Pernambuco: UFPE/CNPq, 2003.
SCHNEUWLY. Bernard; DOLZ, Joaquim e Colaboradores. ROJO, Roxane. CORDEIRO, Glaís
Sales (Org.). Gêneros orais e escritos na escola. São Paulo: Mercado das Letras, 2004.
SOUZA, Ivane Pedrosa; LEAL, Telma Ferraz. Os diferentes textos a serviço do alfabetizar
letrando. In: BRASIL, PACTO NACIONAL PARA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA,
UNIDADE 5, ANO 1, 2012.
Hinweis der Redaktion
PODE SER OUTRA QUE TENHA ALGUMA DIVERSIDADE TEXTUAL... PODE SER POESIA ESCRITA EM RECEITA ETC.
Problematizar o agrupamento realizado pelo caderno do PNAIC (das situações) e a dicotomização entre o trabalho com textos e a apropriação do sistema de escrita alfabética;
Podemos problematizar se essa diversidade textual é levada em conta nas salas de alfabetização. Quais gêneros elas observam que são mais utilizados e quais não são. Por quê? E os gêneros orais? São trabalhados? Como?
Refletir sobre a ênfase em textos pequenos e que as crianças sabem de cor. Foco na consciência fonológica. Abordagem do letramento predomina também uma vez que há uma preocupação em diversificar os gêneros sem a necessária articulação discursiva. O texto é pretexto para ensino das relações grafofônicas, como se pode comprovar nos exemplos que se seguem.
Grande parte dos textos estão ligados a uma visão mais pragmática, de uso social corriqueiro ou para o exercício da escrita, sem preocupação com o dizer das crianças.
OBSERVAR QUE ESSE DIREITO ESTÁ LIGADO A LEITURA AUTÔNOMA – PERSPECTIVA DE SABER DECODIFICAR SOZINHO. OUTROS DIREITOS LEVAM A CONSIDERAR O TRABALHO COM DIFERENTES TEXTOS.