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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA – UNIVAP
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E COMUNICAÇÃO
COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO
NATHÁLIA ADRIANA PEREIRA DOS SANTOS
REVISTA DIGITAL PARA MÍDIA TABLETS
VOLTADA AO PÚBLICO LGBT
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP
2013
NATHÁLIA ADRIANA PEREIRA DOS SANTOS
REVISTA DIGITAL PARA MÍDIA TABLETS
VOLTADA AO PÚBLICO LGBT
São José dos Campos, SP
2013
Trabalho de conclusão de curso apresentado como
exigência do curso de Jornalismo da FCSAC, da
Universidade do Vale do Paraíba.
Orientador (a): Prof.Ma.Celeste Marinho Manzanete
NATHÁLIA ADRIANA PEREIRA DOS SANTOS
REVISTA DIGITAL PARA MÍDIA TABLETS
VOLTADA AO PÚBLICO LGBT
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Avaliadora como exigência da
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do curso de Comunicação Social –
Jornalismo da FCSAC, da Universidade do Vale do Paraíba.
Banca examinadora:
___________________________________________
Prof.º
___________________________________________
Prof.º
___________________________________________
Prof.º
São José dos Campos, SP
2013
Resumo
Este projeto tem como principal objetivo a identificação do homossexual enquanto
cidadão, sendo também parte da sociedade e da cultura brasileira. Para isto será
realizada a criação de um veículo de comunicação digital que preencha as
necessidades de informação e conhecimento do público LGBT do Brasil. A Queen
Magazine, é uma revista para mídia tablet e terá uma edição mensal, no entanto
com atualizações semanais. Este projeto visa também uma pesquisa e levantamento
para mensurar a necessidade desse nicho em obter um veículo de comunicação
específico, que fale a sua linguagem e aborde assuntos aprofundados de seu
interesse.
Palavras-chave: Revista Digital. Público LGBT. Homossexual. Identidade cultural.
Abstract
This project’s main objective is the identification of the homosexual as a citizen, as
part of the society as well the Brazilian culture. For this to be done, a specific
communication vehicle will be created, one that fills the needs of information and
knowledge of the Brazilian LGBT public. The Queen Magazine is a monthly
magazine for tablets, with weekly updates. This project also aims in researching and
measuring the needs of this niche in obtaining a specific communication vehicle, one
that speaks its language and covers subjects of its interest.
Keywords: Digital Magazine. LGBT Public. Homosexual. Cultural Identity.
Sumário
1. Introdução.............................................................................................................6
2. Tema.....................................................................................................................8
2.2. O Snob ............................................................................................................10
2.3. Lampião da Esquina........................................................................................11
2.4. Aids e Preconceito...........................................................................................12
2.5. Imprensa Lésbica ............................................................................................13
2.6. Anos 90 e a Internet ........................................................................................14
2.7. Século XXI.......................................................................................................16
3. Objetivo...............................................................................................................18
4. Hipótese..............................................................................................................19
5. Justificativa .........................................................................................................20
5.1. Mídia Tablet.....................................................................................................22
6. Modalidade .........................................................................................................23
6.1. Jornalismo de Revista .....................................................................................24
6.2. Jornalismo Digital ............................................................................................26
6.3. Revistas Digitais para Tablet...........................................................................27
6.4. Linguagem.......................................................................................................29
7. Metodologia ........................................................................................................31
8. Cronograma........................................................................................................34
9. Referência Bibliográfica......................................................................................35
10. Anexos ............................................................................................................36
10.1. Projeção de Capítulos..................................................................................36
10.2. Anexo 2 - Questionário.................................................................................37
6
1. Introdução
A imprensa brasileira é nova comparada a de outros países, com um pouco mais de
200 anos, ela foi e é utilizada para pregar opiniões liberais, denunciar abusos e
questionar governos. Por outro lado, este papel já deixou de ser feito por causa da
ditadura e da censura.
Para manter sua boa imagem e impedir que “influências negativas”
chegassem à população era necessário aumentar o controle à
imprensa, evitando que ela desse espaço para o discurso inimigo.
Esse controle foi de grande utilidade, pois impedia que grande parte
da população soubesse dos atos repressivos, autoritários e violentos
por parte do governo. Estava proibido críticas ao governo em todas
as suas esferas; impedia que o teatro apresentasse peças
subversivas e “perigosas”. (SAMWAYS, 2012, p. 4)
E foi exatamente nos anos 60 que foram lançadas as primeiras publicações
direcionadas aos homossexuais. Abrindo portas para um novo nicho, o da Imprensa
Gay1. Durante todo o período dos dois séculos, o papel da imprensa sempre foi o de
levar informação de forma séria, imparcial e com integridade.
Já a Imprensa Gay brasileira vive, até hoje, em um meio ainda inexplorado. Há muito
o que entender sobre este nicho e como não é um público fácil de se identificar,
durante anos as publicações gays foram criadas e descontinuadas. A revolução
cultural e sexual que deu o início a esta mudança, ainda não acabou. E, apesar da
grande divulgação feita, a homossexualidade é tida como ofensiva para a sociedade,
por isso, muitos não se assumem.
Com a chegada da internet, a facilidade do anonimato auxiliou a integração entre os
homossexuais. No entanto, o medo de sair do armário2, dificultou o conhecimento,
pois ainda que tenham interesse, a má informação da sociedade e o preconceito
negam aos cidadãos os seus direitos e suas escolhas. Por isso, a realização da
Queen, uma publicação que luta pelos direitos, informa e ainda entretém.
1 Gay - significa alegre em inglês e começou a ser utilizada na década de 1950, nos EUA, para
denominar homens que tinham relações sexuais com outros homens.
2Sair do armário - expressão que descreve o anúncio público da orientação sexual ou identidade de
género de alguém, ou de si próprio.
7
A Queen Magazine busca unir os homossexuais, utilizando um meio de informação
digital, cumprindo assim o papel da imprensa com todos, sem exceção. Mantendo o
anonimato da internet e a militância da revista. Sendo assim, este trabalho,
juntamente com a pesquisa feita, aborda mais do que a criação de uma nova revista,
é a identificação de um público, a criação de um cidadão que ainda é invisível para a
sociedade.
Ainda que o campo econômico utilize este público como fonte para suas aplicações,
visando a inclusão como meio para obter lucro. O cidadão homossexual não deve
apenas existir como consumidor, ou alguém com muito dinheiro que pode ajudar nos
faturamentos, ele precisa ser lembrado como cidadão e que possui direitos.
Não sendo diferente de nenhum outro público, e por ainda haver poucos incentivos,
ou aceitação, pública. A Queen abordará também a falta de leis, atendimento e até
mesmo direitos negados. Executando o verdadeiro papel da mídia, de voz do povo.
Uma imprensa séria que se preocupa com o seu papel social e com a população e,
ao mesmo tempo, se interessa em agradar o seu público com matérias de
entretenimento. Sim, uma mídia que trata o homossexual como cidadão, que
defende seus direitos e comunica abusos.
8
2. Tema
A Imprensa feita para homossexuais marca um importante período na história da
imprensa brasileira. E apesar dos primeiros jornais terem sidos lançados no início do
século XVIII, ainda hoje essa imprensa está em construção. Há muitas barreiras
para a liberação de materiais do tipo, mais do que a homossexualidade, também é
posto em jogo a religião, a política e a moral. Se vivemos em uma sociedade que há
pouco tempo era contra os direitos das mulheres, e até hoje possui uma moral um
tanto machista, não fica difícil de entender que a aceitação da homossexualidade
ainda seja considerada um tabu.
No entanto, a imprensa gay, ou alternativa, como era chamada antigamente, surgiu
exatamente para quebrar tais barreiras.
Trata-se de uma imprensa que, mesmo diante de tantos problemas,
se manteve insubordinada aos modos tradicionais de produção,
veiculação e distribuição de informação, às ideias convencionais, às
regras morais, aos poderes constituídos, ao mercado editorial e às
pressões econômicas. Se existe um denominador comum, [...] é o
esforço, coletivo, individual, de defender o direito das pessoas de
viver e expressar livremente sua orientação sexual. (PÉRET, 2011, p.
08)
2.1.Liberdade Sexual
Por muitos séculos a sexualidade foi repreendida, e apenas em alguns
estabelecimentos lucrativos que o sexo era permitido. Na época da contrarreforma,
há o início da discussão sobre o assunto, no entanto surge a condenação de atos
infecundos. “Além de ser inútil para a reprodução da espécie, a prática homossexual
solaparia a família (em cujo seio se geram os novos consumidores e seus padrões
ideológicos cuja ordem é consumir)” (TREVISAN, 2007, p.19)
9
Já no século XIX, a psiquiatria enquadrou os "desvios” sexuais como doença e que
poderia ser tratada. Até mesmo aqui, no Brasil, de 1920 e 1930, houve a intenção da
criação de um instituto específico para o tratamento de homossexuais.
Até a década de 60, na imprensa brasileira, os periódicos tinham uma ideologia
sobre a homossexualidade de acordo com a época. Era muito comum a divulgação
de charges e ilustrações com sátiras de figuras públicas e fatos policiais que
envolviam homossexuais e travestis.
Um caso bastante explorado pela mídia [...] foi a prisão de Febrônio
Índio do Brasil. Detido por estuprar um menor, ele foi condenado
como "louco moral" em 1927. [...] a partir deste caso, o jornalismo
brasileiro passou a vincular frequentemente a homossexualidade ao
delito e a perversão (PÉRET, 2011, p. 11).
O jornalista e escritor Paulo Barreto, conhecido pelo pseudônimo de João do Rio, foi
perseguido e caluniado publicamente, por ser homossexual. Suas crônicas narravam
histórias da Lapa, um conhecido ponto de encontro de homossexuais. Seus textos
eram explícitos e continham muitos elementos homoeróticos. Ainda assim, João
tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras e colaborou em jornais como O
Paiz, Gazeta de Notícias, O Dia e Correio Mercantil. A mesma Lapa continuou a ser
o local de encontro nas décadas de 40 e 50, além da Cinelândia, da praça
Tiradentes e de Copacabana. Já em São Paulo, "eles se concentravam
principalmente no centro, na confluência das avenidas São João e Ipiranga.”
(Ibid.p.15)
Entre 1950 e 1960, houve uma grande ocupação de homossexuais nas metrópoles
do país. A importância dessa migração está na própria aceitação da cidade grande.
O criador do jornal gay O Snob, publicado entre 1963 e 1969, Agildo Guimarães,
conta que quando vivia com seus pais havia muita pressão para levar uma vida
"normal", casar e ter filhos. Ao mesmo tempo era alvo de fofocas sobre sua
sexualidade. Por isso, em 1952, decidiu se mudar para o Rio de Janeiro.
10
Apesar da tolerância, alguns estabelecimentos começaram a hostilizar os
homossexuais, muitas vezes, até negando a sua entrada. Piorando a situação, em
1950, o delegado de polícia Raimundo Padilha, decidiu limpar a cidade e iniciou uma
caça aos homossexuais. Os policiais aplicavam leis de vadiagem e perturbação da
ordem pública, sendo assim, qualquer pessoa que estivesse à noite na rua sem
carteira de trabalho corria o risco de ser presa e levada para a delegacia.
Para se protegerem, os homossexuais passaram a se reunir em turmas nas casas
uns dos outros para conversar, escutar música, beber e conhecer pessoas.
(Ibid.p.16). Assim, surgiu a Turma OK, o mais antigo grupo homossexual brasileiro e
em atividade até hoje. A criação desses novos lugares deu espaço para novas
necessidades, foi assim que surgiram os primeiros fanzines3, ou jornais que
divulgavam as ações dos grupos. A princípio, as publicações, voltadas apenas aos
homossexuais, eram feitas artesanalmente, mimeografadas e distribuídas entre
pessoas das diferentes turmas.
2.2.O Snob
A primeira publicação abertamente homossexual divulgada no Brasil. Criada a partir
de um descontentamento com o resultado do concurso Miss Traje Típico, realizado
pela Turma OK, Agildo Guimarães decidiu fazer uma publicação simples,
datilografada e mimeografada, para protestar contra a escolha do júri. Com o tempo,
O Snob tornou-se conhecido dentro da comunidade gay carioca e se transformou
em uma mini revista com mais de trinta páginas. Nos editoriais, assuntos como
fofocas, concurso de contos e poesias, moda e beleza, entrevistas, reportagens e
palavras cruzadas eram o que comandavam. A linguagem era bem sarcástica e
cheia de ironias, além de utilizar um vocabulário todo característico.
O uso que O Snob fazia da linguagem consistia na adaptação de
modos de fala próprios dos grupos gays e na utilização de gírias e
adjetivos. Esses elementos apresentavam um vocabulário diferente
do da linguagem utilizada pelos meios de comunicação tradicionais.
Tais características são a marca da imprensa gay dos anos 1960 e
3 Fanzine - uma abreviação de fanatic magazine, é portanto, uma revista editada e sustentada por um
fã.
11
revelam a irreverência e a insubordinação às normas sociais (Ibid. p.
23).
O Snob, ao utilizar de um vocabulário marginalizado, encontrou também dificuldade
de manifestar o desejo homoerótico. Havia a incorporação e reprodução de
estereótipos de relação macho/fêmea, onde “bofes” eram os homens de verdades e
“mariconas” os homossexuais efeminados. Gerado este conflito, um dos integrantes
do jornal, Hélio Gato Preto, mudou seu pseudônimo de Pantera Cor-de-rosa para
Gato Preto, protestando assim contra feminização da homossexualidade masculina.
Fazendo isso, ele gerou polêmicas dentro do jornal e contribuiu com que O Snob se
tornasse uma publicação mais aberta a assuntos políticos.
Ainda que não fossem ativistas políticos, Gato Preto e Guimarães
tinham consciência da importância de os homossexuais ocuparem
espaços mais visíveis e ganharem efetiva representação social (Ibid.
p. 27).
O Snob teve 99 edições ao todo e circulou de julho de 1963 a junho de 1969.
2.3.Lampião da Esquina
O final dos anos 1960 e até meados dos 1970 foi a época mais violenta da ditadura
militar. A imprensa alternativa era repetidamente censurada e repreendida.
“Jornalistas foram presos, torturados e assassinados, edições eram recolhidas, e
grupos paramilitares explodiram bombas caseiras em bancas que vendiam
publicações consideradas subversivas” (Ibid. p. 45).
Ao mesmo tempo grupos de diferentes movimentos culturais e comportamentos
vanguardistas surgiam, grupos musicais e teatrais se apresentavam vestindo roupas
e acessórios femininos, limitando as diferenças de gêneros sociais. Em 1977, o
ativista gay e jornalista Winston Leyland, veio ao Brasil e em um de seus encontros
surgiu a ideia de criar um jornal criado e direcionado à comunidade homossexual,
apenas.
[...] a proposta do Lampião era, da ótica da contracultura e da
imprensa alternativa do período, abordar não apenas temas gays,
mas também assuntos polêmicos ligados a grupos minoritários, como
o feminismo e a questão racial. (Ibid. p. 49).
12
Ao contrário das publicações feitas até o momento, o Lampião foi o primeiro jornal
gay com circulação nacional, era vendido nas bancas e durante os três anos de sua
existência teve 36 edições que traziam reportagens, entrevistas, ensaios, críticas e
notícias sobre cultura. “Apesar do enfoque político que seu conteúdo apresentava, o
Lampião abusava da ironia e do humor, criando campanhas provocativas [...]” (Ibid.
p.51). Mesmo com uma grande aceitação para a época, boa parte dos exemplares
não era vendido, além da publicidade se limitar a saunas e boates, por isso, entre
outras razões o Lampião da Esquina foi retirado do mercado, em junho de 1981.
Não antes de colocar a homossexualidade como pauta principal para discussões.
2.4.Aids e Preconceito
Em um momento de liberdade sexual, “o vírus da imunodeficiência humana (HIV)
espalhou-se pelo mundo, trocando sonho da liberdade sexual, por medo e culpa”
(Ibid. p. 63).
A imprensa gay calou-se diante de tal doença, a grande falta de informação, junto
com o preconceito, deu origem a ataques feitos aos homossexuais no início da
epidemia da Aids.
Em São Paulo noticia-se que um casal de bichas se suicidou por
medo da Aids. Depois de uma entrevista publicada na imprensa, a
Dra. Valéria Petri, especialista em dermatologia, passa a receber
uma média diária de 200 telefonemas locais e interurbano, com
gente aflita, pedindo informações sobre a doença [...] Um mês
depois, já há oito casos em todo o estado [de São Paulo], com três
óbitos. Descobre-se, na verdade, a doença já começara a fazer
vítimas brasileiras desde 1982, sem que os óbitos tivessem atraído
atenção pública. [...] No gueto homossexual há um silencio cada vez
mais pesado. Sua vida noturna se esvazia, nas cidades mais
atingidas como São Paulo (PÉRET, 2011, p.64 apud TREVISAN,
2000, p.430-3).
Segundo Trevisan, houve episódios ainda mais graves no Brasil, como o jornal A
Tarde publicou em uma editoria de 14 de janeiro de 1985, que uma forma de
erradicar com a doença, seria o extermínio dos homossexuais. Por todo território
brasileiro, onde havia a confirmação da doença, havia discriminação e hostilidade. A
13
doença era considerada “punição divina pelos atos ‘anormais’ cometidos” (PÉRET,
2011, p.66).
Quando houve mais informações sobre a Aids, o país se mobilizou e criou
campanhas de pesquisas e disponibilização de remédios. Em 1994, o Brasil foi
considerado um país referência no tratamento de HIV/Aids pela Organização
Mundial de Saúde. A partir daí, “O movimento gay passou então a se mobilizar
contra a doença, considerando, como nunca a homossexualidade um tema que
precisava ser discutido abertamente pela sociedade.” (Ibid.p.67). Foram fundados
grupos e associações com foco de esclarecer e divulgar ao público homossexual
sobre doenças e formas de contaminação.
2.5.Imprensa Lésbica
Conhecer publicações produzidas por lésbicas e para lésbicas é muito mais difícil,
comparada a imprensa gay masculina. Sempre reprimidas e excluídas da sociedade,
as reivindicações femininas só ganharam espaço na segunda metade do século XIX.
O primeiro periódico criado e editado por uma mulher no Brasil foi o Jornal das
Senhoras, em 1852, a publicação era voltada ao direito à educação feminina e a
emancipação da mulher.
Alguns anos depois, mais algumas publicações surgiram, como O Belo Sexo e A
Família, ambas tinham como reivindicação o direito ao voto e a liberdade de
ingressar em faculdades. Com a liberação do voto feminino em 1932 e a entrada da
mulher no mercado de trabalho, muitos grupos feministas surgiram, e foram dentro
desses grupos que surgiram as primeiras lésbicas ativistas do Brasil. No entanto,
esta união não durou muito, pois como diz a autora Flávia Péret, elas estavam “mais
preocupadas com a revolução social do que com uma mudança de costumes”.
Sendo assim, as lésbicas ativistas se distanciaram do feminismo tradicional e
passaram a integrar grupos voltados a questão lésbica.
Então em 1981, o Grupo Lésbico Feminista criou o primeiro jornal lésbico do Brasil,
o Chana com Chana. Mas em 1982 o grupo se desfez e a publicação do Chana com
Chana passou a ser do Grupo de Ação Lésbico-Feminista (Galf). Em 1987 o grupo
14
se transformou na ONG Rede de Informação Um Outro Olhar e o jornal Chana com
Chana foi extinto. No ano seguinte um novo fanzine era lançado, o Um Outro Olhar,
com 300 exemplares de tiragem, ele era distribuído em São Paulo e enviado pelo
correio a outros estados. “Foi o período lésbico que mais tempo sobreviveu às
resistências do mercado editorial brasileiro e aos constantes problemas financeiros,
tendo sido extinto em 2002” (Ibid., p. 77).
Atualmente, as lésbicas ainda são um segmento invisível no Brasil, e “como uma
minoria discreta, as pessoas esquecem que elas existem.” (Ibid., p.80).
2.6.Anos 90 e a Internet
Nos anos 90, houve o surgimento de um novo mercado, voltado exclusivamente ao
público homossexual, eram sites, revistas, agências de viagens, planos de saúde,
cartões de crédito, casas noturnas, enfim, um verdadeiro mercado de consumo. Em
2013, a SPTuris4 divulgou que, a Parada Gay de São Paulo, considerada a maior do
mundo e o segundo maior evento lucrativo da cidade de São Paulo, movimentou um
total de 3,2 milhões em uma semana. Um crescimento de 280% comparado ao
restante do ano.
Em entrevista Marcelo Rehder5, o presidente da SPturis afirmou:
O turista vem festejar o orgulho à diversidade e fica encantado com a
vasta oferta que encontra. Uma cidade rica em cultural, diversão e
entretenimento, com excelente estrutura turística e bom atendimento.
Ele não só volta, como promove o destino para seus amigos. Além
disso, a cidade possui uma imensa oferta de atrativos gay friendly6
.
Não à toa, em 2012, a cidade de São Paulo foi eleita o quarto melhor
destino gay do mundo pelos internautas do site internacional
especializado GayCities.com
4
Disponível em: <http://www.spturis.com/v7/noticia.php> Acessado em 08 de junho de 2013.
5Idem 2.
6 “Gay friendly” é o termo usado para identificar locais onde a presença de gays é bem-vinda e os
funcionários dos estabelecimentos são treinados para atender tanto ao público gay quanto aos não-
gays.
15
Além disso, após a morte de Cazuza em 1990, outros famosos começaram a expor
sua sexualidade, Renato Russo, Cassia Eller, Caio Fernando de Abreu e Ney
Matogrosso, tornaram-se ícones ao assumir com mais liberdade a
homossexualidade.
Essa junção entre liberdade sexual e crescimento de mercado, deu origem ao
Simpatizante, ou como é conhecido no exterior, gay friendly. Onde surgiu a sigla
GLS (gays, lésbicas e simpatizantes). Muitas empresas entraram nessa onda
simpatizante e uma rede de serviços específicos, com amplos conceitos
direcionados ao público gay foi criada. “A grande noção de identidade, tão
importante para os militantes e jornalistas das décadas de 1970 e 1980, foi sendo
gradualmente substituída pela de ‘consumidor’ ou ‘público gay’” (Ibid. p. 85).
Em controvérsia com este tipo de política consumista criado pela sigla GLS, alguns
movimentos e projetos foram criados, entre eles a Sui Generis.
Lançada em 1995, no Rio de Janeiro, foi a única publicação desse
período que conseguiu dialogar tanto com o lado considerado mais
mundano da cultura gay (festas, moda e boates) como com os
movimentos sociais e as questões colocadas pela militância. Esse
meio termo garantiu o sucesso e a recepção da revista[...] (Ibid.p.85).
Com problemas financeiros e uma tiragem média de 30 mil exemplares, a Sui
Generis foi editada até 2000. Outra publicação que causou polêmica foi a G
Magazine, lançada em 1997, com o nome de Bananaloca, tinha como compromisso
publicar notícias de homofobia, direitos homossexuais e ainda contar com fotos
eróticas de famosos com ereção. A revista continha um grande material militante em
suas reportagens e colunas, no entanto, em 2008, foi vendida a um grupo norte-
americano que a transformou em uma revista exclusivamente erótica.
No final de 2007, duas novas revistas foram lançadas a Junior e a DOM - De Outro
Modo, ambas com propostas editoriais parecidas que teriam como objetivo a
“militância de mercado”, ou seja, “o que os gays consomem, como se comportam e
quem são seus ícones” (Ibid., p.91). A DOM tirar a vírgula chegou a encerrar suas
edições em 2009 e a Júnior continua até hoje com suas edições mensais.
Inserida em um contexto editorial ainda instável, na qual revistas
para o público homossexual surgem e desaparecem com relativa
16
rapidez, ela [Revista Junior] ainda está buscando uma fórmula para
permanecer no mercado, variando abordagens e visando a
adequação ao contexto atual (AZEVEDO, 2010, p.50).
2.7.Século XXI
Na primeira década do século XXI a internet produziu uma grande revolução e
conectou o mundo todo. A democratização do acesso a informação fez com que
indivíduos de diferentes locais pudessem expressar seus desejos, opiniões, modo
de vida e orientação sexual de forma aberta. A imprensa gay sentiu os abalos que a
internet causou e como criar um site é mais barato que criar uma revista, algumas
redes investiram nesse formato.
Atualmente, o site Mix Brasil, “primeiro portal gay da América Latina”, que já estava
na rede desde 1993, tem cerca de 800 mil visitantes e 20 milhões de page views7
por mês8. Outro site, que atualmente é muito acessado é o Grupo Gay da Bahia, “ele
reúne boletins sobre crimes violentos contra homossexuais” (PÉRET, 2011 p.100).
Apesar da militância, André Ficher afirma: “Nosso Portal tem compromisso com a
militância e abre espaço para notícias relativas aos direitos gays, mas a maioria dos
nossos internautas, de fato, acessa o site em busca de conteúdo erótico” (Ibid.p.102)
Ainda assim, existem sites que apoiam as pessoas que ainda não se assumiram
como o site Armário X e sites como A Capa, ParouTudo e Athos GLS. “Sites que se
preocupam em estimular a identidade homossexual baseada não apenas no
consumo, mas também na questão de direitos” (Ibid.p.104).
Independente da identidade de gênero que cada um utilize, ou da orientação sexual,
todos têm direito à informação. E com a internet, esse acesso tornou-se amplo e
pode atingir qualquer um sem discriminações.
Nos últimos cinquenta anos jornalistas e não jornalistas, escritores,
intelectuais e pessoas interessadas em se expressar construíram, de
maneira precária e com os recursos que tinham um pouco dessa
história [da imprensa gay]. Uma história feita de inúmeros avanços
7 Page views - parâmetro utilizado pelos servidores web para medir a visibilidade de um site ou grupo
de arquivos ou parte de um portal na internet.
8 Disponível em: < http://mixbrasil.uol.com.br/anuncie.html> Acessado em 09 de maio de 2013
17
no campo da criação de uma identidade de gênero mais múltipla e
consciente. Uma história que continua a ser escrita, diariamente, por
indivíduos que acreditam em uma sociedade menos preconceituosa
e mais igualitária. (Ibid., p. 112)
18
3. Objetivo
Desenvolver projeto editorial de uma revista digital para mídia tablet, voltada ao
público LGBT do Brasil. Uma revista que consiga unir o lado “mundano” como
informação sobre a vida noturna, moda e festas e ao mesmo tempo questões sociais
e de militância.
19
4. Hipótese
Apesar de ser um caso muito antigo, recentemente o número de violências e direitos
homossexuais e a homofobia ocuparam a mídia brasileira. Parte devido ao
reconhecimento do Supremo Tribunal Federal, em maio de 2011, da união civil entre
pessoas do mesmo sexo. No mesmo ano, imagens de agressões na Avenida
Paulista e declarações preconceituosas do deputado federal Jair Bolsonaro
chocaram o país. Neste ano, a ironia se estabeleceu no cenário político. O pastor
Marco Feliciano, considerado homofóbico pelo procurador-geral da República após a
declaração do seguinte comentário "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos
levam ao ódio, ao crime, à rejeição", no microblog Twitter9, foi eleito presidente da
Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Tal decisão tomada pelos grandes “em
favor” dos poucos, deixou muito longe a identidade do homossexual como cidadão.
Em 1976, o Última Hora inaugurou a “Coluna do Meio” que tratava pela primeira vez,
e de maneira explicita, temas da comunidade gay. Assim que a notícia repercutiu
houve inúmeras manifestações de intolerância e indignação. No entanto, alguns
anos antes, em 1972, na Alemanha (conhecida pela grande perseguição aos gays
durante a Segunda Guerra) o primeiro-ministro Willyy Brandt fez um pronunciamento
no qual “pedia às pessoas que estivessem sendo perseguidas por serem
homossexuais que procurassem a polícia e denunciassem.” (PÉRET, 2011, p.39).
Se quase 40 anos depois ainda existem pessoas preconceituosas no Brasil.
Acredita-se que esta revista digital pode colaborar para disseminar mais
informações, e quem sabe assim, diminuir o conceito que a mídia difunde utilizando
uma “abordagem, [que] quase sempre, é preconceituosa, homofóbica e
sensacionalista” (Ibid., p. 109). Além de proporcionar uma real representação do
público LGBT no espaço de comunicação e uma visibilidade positiva.
9 Disponível em < http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/03/deputado-marco-feliciano-responde-por-
homofobia-e-estelionato-no-stf.html> Acessado dia 09 de maio de 2013
20
5. Justificativa
A década de 90 foi a responsável pela expressão do “dinheiro cor-de-rosa”. Foi
neste período que um mercado especificamente gay surgiu, foram revistas, sites,
agências de viagem, planos de saúde, cartões de crédito, casa noturnas e eventos
culturais. Ou seja, “um conjunto cada vez maior de produtos voltados para o público
homossexual que atualmente movimenta bilhões de dólares no mundo todo”
(PÉRET, 2011, p.83)
Esse mercado é tão lucrativo que há dois anos acontece, em São Paulo, a Expo
Business LGBT Mercosul, feira voltada para estimular negócios no setor. Com
entrada gratuita, o evento contou em 2012 com a participação de palestrantes de
grandes empresas, entidades nacionais e internacionais, como a Prefeitura de Tel
Aviv, em Israel, cidade referência em turismo gay.
A organizadora do evento se baseia nos dados da Associação da Parada do
Orgulho LGBT de São Paulo, que tem uma estimativa de 18 milhões de
homossexuais no país e que gastam uma média de 30% a mais do que os heteros.
Em reportagem ao site UOL10, o organizador da feira, Luiz Redeschi, destacou a
importância do atendimento:
Não precisa de tratamento especial. Basta ser igual,
independentemente do sexo. Se dois rapazes entrarem numa loja, o
funcionário deve mostrar a cama de casal assim como mostraria para
um homem e uma mulher. O mercado tem de fazer isso e não
pendurar uma bandeirinha colorida do lado de fora.
Além do óbvio mercado GLS que existe, o homossexual precisa ser identificado,
reconhecido. Mais do que aceito, ele precisa de um papel ativo na sociedade.
O que atualmente se define como segmentação de mercado GLS é
toda a atividade econômica focada nos consumidores homossexuais
que aceitam com naturalidade sua orientação sexual, desejando
10 Disponível em: <http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/08/10/mercado-gay-
pode-ser-lucrativo-e-feira-de-negocios-aponta-oportunidades.jhtm> Acessado em 03 de maio de 2013
21
consumir produtos e serviços direcionados ao seu estilo de vida.
(FRANCO; BACELLAR, 2008, p.172).
A dificuldade de mensurar de forma precisa este público de uma forma realmente,
dificulta, muitas vezes, o investimento neste segmento. É preciso conhecer e
analisar a representação do homossexual na sociedade e a importância da
comunidade LGBT.
Uma pesquisa, realizada em São Paulo, em 1997, revelou que, os homossexuais,
independente da classe social, "(...) dariam valor à imagem, aparência e moda,
mesmo que o estilo de roupa adotado fosse distinto" (NUNAN, 2003, p.181).
O portal Mix Brasil, realizou uma pesquisa11 em agosto de 2012, com 1538
entrevistados e revelou o alto grau de escolaridade dos seus leitores: 50,67%
possuem ensino superior e 32,27% pós-graduação. A pesquisa revelou que 40, 56%
não se identificam com nenhum partido. Costumam frequentar teatros com
assiduidade e 19,79% e 36,71% afirmam ler mais de cinco livros por ano. Além
disso, 70% deles acompanham com muito interesse notícias sobre questões e
direitos LGBT o que revela a tendência desse público de buscar estar atualizado
com as tendências e novidades.
Para afirmar a possibilidade de uma nova publicação voltada ao público LGBT, está
sendo feita uma pesquisa com um número mínimo de respostas de 166 pessoas. O
cálculo da amostra foi feito com dados obtidos com o IBGE no Censo de 201012.
É importante lembrar que a pesquisa do IBGE foi feita com base nos números de
pessoas declaradas, ou assumidas sexualmente, sabe-se que o número de
homossexual no Brasil é muito maior, no entanto, não há a obrigatoriedade de
ninguém se assumir para pertencer a um grupo. Flávia Péret cita Trevisan ao dizer:
“[...] o ato mesmo de comprar o jornal era uma espécie de saída do armário, uma
forma de assumir” (PÉRET, 2011, p.53)
11 Disponível em < http://mixbrasil.uol.com.br/anuncie.html> Acessado em 03 de maio de 2013.
12 Disponível em http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/04/censo-2010-contabiliza-mais-de-60-mil-
casais-homossexuais.html> Acessado em 10 de maio de 2013.
22
Se antigamente uma pessoa que comprasse uma publicação gay em uma banca
teria que ter coragem de se revelar, hoje em dia, a mídia digital facilita o anônimato e
a privacidade de aproveitar um conteúdo como esse. Aguilnaldo Silva, em entrevista
à autora Péret, afirmou:
Penso que cada um tem direito não só a privacidade mas à liberdade
de manter uma vida pessoal. [...] não acredito que as pessoas
tenham, obrigatoriamente, que manisfestar publicamente que são
isso ou aquilo. Cada um é dono da sua própria vida, do seu próprio
destino e do direito de manter-se em silêncio sobre o que quiser
(Ibid., p.119).
5.1.Mídia Tablet
Segundo o IDC Brasil - líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e
conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, o
mercado que mais cresceu no ano de 2012, no Brasil, foi o mercado de tablets.
Segundo o estudo13 realizado por eles, no ano de 2012, foram vendidos cerca de 3,1
milhões de unidade, um crescimento de 171% se compararmos com o ano de 2011.
O barateamento do dispositivo e a sua versão com o sistema Android14 possibilitou
esse crescimento, pois os preços baixaram e chegam a custar menos de R$ 500. O
analista de mercado da IDC, Pedro Hagge, declarou15.
A entrada de equipamentos com esta faixa de preço foi o principal
fator para o aumento significativo de vendas de tablets em 2012. Em
2010 e 2011, os valores ainda eram considerados altos e o leque de
opções não era tão extenso.
Para 2013, a IDC espera que sejam vendidos mais de cinco milhões de tablets,
cerca de 89,5% a mais que no ano de 2012. Só em janeiro deste ano, já havia sido
registrado vendas de 350 mil peças.
13 (Arrais, Rosa. Mercado de tablets no Brasil foi o que mais cresceu em 2012, revela estudo da IDC.
Em <http://br.idclatin.com/releases/news.aspx?id=1457>. Acesso em: 03 de maio de 2013)
14 Android - sistema operacional para dispositivos móveis, desenvolvido pela Open Handset Alliance.
15 Idem 13
23
6. Modalidade
Para analisar e definir o que é uma revista digital para mídia tablet é preciso
primeiramente definir o que é revista impressa, para isso, observaremos a evolução
gráfica e editoria e sua convergência com o jornalismo digital.
A revista é um meio de comunicação que, assim como outro, tem objetivo de
informar e comunicar. Além disso, a revista tem como principal característica a
segmentação, a portabilidade e a periodicidade. Segundo Marília Scalzo "Uma
revista é um veículo de comunicação, um produto, um negócio, uma marca, um
objeto, um conjunto de serviços, uma mistura de jornalismo e entretenimento”.
(2009, p.11). Scalzo afirma ainda que o leitor e a revista tem uma relação única e
pessoal, essa intimidade é alcançada por causa da segmentação, pois o leitor tem a
sensação de que o conteúdo é único e dirige-se unicamente a ele.
Além da intimidade, a revista impressa tem a facilidade de manuseio, pode ser
guardada e é até mesmo colecionável. Algumas revistas até mesmo fazem uma
reimpressão de suas edições em formatos pocket16 para que seus consumidores
possam carregar. Isso facilita a leitura, até para quem é acostumado a ler pela tela
do computador. "É que a tela do computador não é gostosa de usar. Você não
consegue levá-la para ler na cama nem no banheiro" (PLUVINAGE, 2011, p.2 apud
CIVITA, 2002, p.7)
Outra coisa que diferencia a revista de um jornal impresso é a periodicidade. A
revista pode ser semanal, quinzenal, mensal, entre outros. Apesar da temporalidade
não permitir a realização de matérias factuais, ela tem o tempo para apurar e
abordar de uma forma única o assunto tão comentado.
É possível definir as revistas em três grupos, segundo Pluvinage (2011): as revistas
de consumo, revistas profissionais e revistas de institucionais. As revistas de
consumo são dirigidas a um público amplo e são subdivididas em interesse geral,
segmentadas por público e segmentada por interesse. As revistas profissionais têm
16 Pocket - algo em um formato pequeno, formulado para uma leitura prática e para o barateamento
de seu custo.
24
como público alvo um determinado setor, por exemplo, de dermatologistas, ou por
área profissional como a medicina. Já as revistas institucionais são publicadas por
uma empresa, ou organização tendo como público seus clientes, funcionários e
associados.
6.1.Jornalismo de Revista
A primeira revista impressa foi publicada na Alemanha, em 1663. Apesar de ter um
formato de livro, a Erbauliche Monaths-Unterredungen (Edificantes Discussões
Mensais), como era chamada, era periódica e tinha um assunto específico e por
isso, foi considerada uma revista. Alguns anos depois, em 1665, foi lançada a
primeira revista cientifica, o Le jornal des savants, na França. O objetivo era "difundir
descobertas, promover a colaboração entre pesquisadores e lutar a favor da
liberdade de pensamento." (PLUVINAGE, 2011, p. 3). A primeira revista feminina foi
publicada em 1693, na Inglaterra. Chamava-se The ladies Mercury, era produzida
por homens e continha conselhos sentimentais.
A palavra revista só veio a ser utilizada algum tempo depois. Em Londres, no ano de
1731, foi lançada a The Gentleman's Magazine, a utilização da palavra Magazine,
que significa armazém, deu a ideia de "dispor de diversos assuntos". Já a palavra
revista, vem do inglês review que significa tirar a vírgula resenha e crítica literária.
A palavra review era comum em várias revistas literárias inglesas,
que eram modelos imitados em todo o mundo no século XVII e XVIII.
Daí a origem da palavra revista na língua portuguesa. (PLUVINAGE,
2011, p. 3 apud ALI, 2009, p.19)
Em 1741, foi lançada a primeira revista americana, a The General Magazine. Em
1842, surge na Inglaterra a primeira revista ilustrada, The Illustrated London News,
publicada até hoje. Em 1888, é publicada a primeira edição da National Geographic
Magazine, nos EUA.
Depois da Primeira Guerra, as revistas tiveram o grande avanço. A Time, publicada
desde 1923, considerava as notícias da semana em um formato fácil de ler para o
público que não tinha tempo. Até hoje ela é modelo para revistas semanais como a
Veja, que utiliza "uma linguagem sintética e concisa sem deixar de lado a análise
dos temas que ocorreram na semana" (PLUVINAGE, 2011, p.4).
25
O avanço da fotografia trouxe para imprensa revistas como a Life, em 1936, voltada
à reportagem fotográfica. Nessa época também surgiu os primeiros “comic books”,
ou histórias em quadrinhos. Em 1932, foi lançada a revista Esquire, que "buscava
um público jovem e bem-humorado." (Ibid., p.4)
No fim da Segunda Guerra, foi criada na França, a revista feminina Elle, que serve
de referência no mundo todo, a criadora Hélène Gordon-Lazareff queria desenvolver
o gosto pela vida no período pós-guerra. A revista referência masculina Playboy, foi
criada em 1953, pelo jornalista Hugh Hefner, na primeira edição, a revista contava
com fotos nuas de Marilyn Monroe, além de reportagens sobre vinhos, carros,
restaurantes, etc.
No Brasil, a primeira revista surgiu no século XVIII. Segundo Scalzo, a revista As
Variedades, foi publicada em 1812, em Salvador, com formato de livro. No entanto,
outros autores afirmam que a primeira revista é o Correio Braziliense, lançada em
1808 por José Hipólito da Costa. Seu foco era político e a favor da liberdade de
imprensa. Apesar de ser brasileira, ela era imprensa em Londres e circulava
clandestinamente pelo Brasil.
O livro A Revista no Brasil expõe esse dilema, As Variedades 1812
de Silva Serva, e O Correio Braziliense (1808) de Hipólito da Costa,
pareciam livro. Mas a primeira acabou sendo considerada revista e o
segundo jornal. (PLUVINAGE, 2011, p. 5 apud A REVISTA NO
BRASIL, 200, p.12)
Nos anos seguintes, surgiram publicações de inúmeros temas, desde medicina
como O Propagador das Ciências Médicas, de 1827, como na área de artes e
literatura, como Anais Fluminenses de Ciências, Artes e Literatura, de 1822.
Quando surgiram as ilustrações, houve uma febre de caricaturas, onde o trabalho de
Ângelo Agostini se destaca, inclusive, ele foi um dos fundadores da primeira revista
brasileira de histórias em quadrinhos, O Tico-Tico, em 1905.
O momento pós-guerra também trouxe mudanças para a imprensa brasileira. Em
1928, foi lançada a revista O Cruzeiro. Segundo Scalzo, "A publicação estabeleceu
uma nova linguagem da imprensa nacional, através da publicação de grandes
reportagens e dando uma atenção especial ao fotojornalismo" (2009, p.30). Em
concorrência com O Cruzeiro, Adolpho Bloch lançou em 1952 a revista Manchete.
26
Em 1966, a Editora Abril lança a publicação Realidade, focada em jornalismo
investigativo com texto literário e, em 1968, é lançada a Veja, publicada até hoje.
6.2.Jornalismo Digital
O Jornalismo Digital nada mais é do que "todos os noticiários, sites e produtos que
nasceram diretamente na WEB" (FERRARI, 2009, p.40-41). Ferrari ainda completa
dizendo que mais do que ser apenas transformado para a Web, esse conteúdo
conta com mais informações do que um conteúdo impresso deveria ter, ou seja, com
texto, vídeo, áudio, ilustrações e animações. “O jornalista digital tem o dever de
mediar chats, blogs e redes sociais. Para mediar informações e não apenas
repassar notícias recebidas.” (PLUVINAGE, 2011, p. 06)
A história e desenvolvimento do Jornalismo digital estão atrelados ao
desenvolvimento da internet. Criada pelo Departamento de Defesa Norte-Americano,
em 1969, o objetivo era criar um meio de comunicação que não pudesse ser
interrompido por um ataque. Com o tempo, a rede começou a ser utilizada pela
comunidade acadêmica e, em 1980, o pesquisador Tim Berners Lee inventou a
World Wide Web, ou seja, um sistema de "hipermídia interligados e executados na
Internet" (Ibid., p. 7).
Para os jornalistas, a grande mudança ocorreu entre o século XX e XXI. O conteúdo
impresso foi transportado para portais, com links de diferentes outros sites e
subsites, uma pequena amostra do que conhecemos hoje como “site de buscas”.
No Brasil, o jornalismo digital aconteceu devido às empresas de internet que se
interessaram e investiram na área. Em 1994, surgiu o portal Brasil Online, ou BOL,
em 1995, ela se tornou um provedor de acesso ao conteúdo de internet da Editora
Abril. Surgiu também um grande número de provedores gratuitos, como o IG,
lançado em 2000.
Já as Organizações Globos fizeram o lançamento de uma revista semanal de
notícias junto com a criação do site, uma grande novidade para o momento. E no dia
25 de maio de 1998, foi lançado simultaneamente a revista e o site da Época.
27
No início do século XXI, o avanço da tecnologia e da velocidade da
internet, fez com que o jornalismo se adequa-se a Web 2.0, onde há
uma grande interação entre público e conteúdo através não só dos
sites, mas também das redes sociais. (Ibid., p.8)
O surgimento dos blogs facilitou a inserção de conteúdo pela população, já que
nesse momento, não havia mais a necessidade de conhecimentos de programação,
qualquer um poderia fazer um texto e publicar na web. Surgiram também as redes
sociais e sites de compartilhamento de informação. Sendo assim, o que já estava
certo, como sites de informação centralizada, foi criando uma nova regra.
Assim como um mercado em construção, a indústria digital de notícias ainda busca
rumos, pois a cada inovação, a cada tecnologia, há uma forma nova de comunicar
com o seu público. Atualmente, a “Era da Mobilidade” entra em cena, possibilitando
acessar conteúdos jornalísticos de celulares, smartphones e tablets, facilitando a
vida do cidadão. Ainda sem um plano certo, muitas empresas trabalham na criação
de aplicativos para atender a demanda.
6.3.Revistas Digitais para Tablet
O tablet é um dispositivo eletrônico em formato de prancheta, ou bloco de notas.
Nele é possível criar, editar e reproduzir diversos tipos de arquivos digitais. Além de
executar programas, acessar a internet, jogar e muito mais. Isso tudo é feito através
de uma tela plana, sensível ao toque, sem necessidade de mouse ou teclado.
Apesar de ser uma tecnologia nova, a primeira demonstração dessa tecnologia
ocorreu em 1956, com um bloco de anotações, sensível ao toque de uma caneta
digital. Já o primeiro tablet a ser vendido foi o GRiDPad, da GRiDSystems, em
1989. Em 2002, a Microsoft lançou o Microsoft Tablet PC com sistema operacional
Windows XP, já nessa época, havia revistas impressas que eram digitalizadas para
serem lidas no tablet. Em 2003, foi inventada a tecnologia de toque pela empresa
Fingerworks, tecnologia que foi utilizada pela Apple para o iPhone e o iPad.
28
Finalmente, em abril de 2010, foi lançado o iPad, primeiro tablet da Apple, só nos
primeiros 80 dias, foram vendidos três milhões17. Isso ocorreu devida à similaridade
do aparelho com o iPod e o iPhone, além de poder utilizar os mesmos aplicativos
que eles. Tais aplicativos tinham inúmeras funções que as diferenciavam dos outros
aparelhos semelhantes ao iPad, como os e-Readers, dispositivo eletrônico usado
para leitura de textos. Normalmente, os arquivos eram no formato de ePub "um
formato de arquivo para livros digitais (eBook) que podem ser abertos e lidos em
praticamente qualquer leitor de livro eletrônico" (PLUVINAGE, 2011, p.10 apud
VICENTINI, 2011, p.35)
Esse primeiro contato com a leitura na mídia tablet tornou possível a leitura de
histórias em quadrinhos interativas.
A editora de quadrinhos norte-americana Marvel lançou seu
aplicativo Marvel Comics, em abril de 2010, permitindo a leitura de
suas histórias impressas na tela do iPad, mas com possibilidade de
efetuar um zoom em cada quadrinho e adaptar a orientação de
leitura horizontal e vertical. (PLUVINAGE, 2011, p.10).
Em seguida, surgiu um formato de arquivo que incorporava conteúdo multimídia,
interatividade e hipertextos, um documento com conteúdo textual, digital e com
design gráfico. Criado pela Adobe Systems o Issue, formato de arquivo, foi
desenvolvido por um conjunto de aplicativos e plug-ins Adobe Digital Publishing
Suite. Com essa tecnologia, a primeira revista interativa digital, a Wired, foi lançada
sua versão para download e leitura em iPads, em maio de 2010. A primeira edição
foi distribuída gratuitamente e continha dois formatos de orientações, botões
interativos, vídeos, hiperlinks e muito mais. Muitas outras revistas surgiram após
este lançamento.
No Brasil, a pioneira foi a revista Época que lançou sua primeira versão digital e
interativa em outubro de 2010, no entanto, era como um aplicativo. No mês seguinte,
a editora Abril lançava uma versão digital e interativa da revista Veja e se tornou a
17 (Arrais, Rosa. Mercado de tablets no Brasil foi o que mais cresceu em 2012, revela estudo da IDC.
Em <http://br.idclatin.com/releases/news.aspx?id=1457>. Acesso em: 03 de maio de 2013)
29
primeira revista digital para tablet nacional. No entanto, todas eram uma releitura da
versão imprensa.
A primeira revista lançada exclusivamente para iPad foi a The Daily lançada em
fevereiro de 2011, no Brasil. A Editora 247 lançou uma revista exclusiva para tablet
disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, com conteúdo atualizado às 6h e
às 20h. Diferente da versão americana, a Brasil 247 é gratuita. (Ibid., p.11)
6.4.Linguagem
A principal característica em uma publicação periódica formatada para tablet e
dispositivos móveis, "é a junção de elementos gráficos e editoriais de mídia
imprensa com recursos digitais usados na narrativa e no jornalismo digital, que são
os recursos interativos, hipertextuais e multimídia." (Ibid.) Sendo assim, uma versão
digital, em PDF estático, não é uma revista digital.
Claro que alguns elementos são básicos e semelhantes de revistas impressas,
como:
 Periodicidade - É preciso ter uma atualização constante. Mesmo que não
seja em um curto período de tempo a análise precisa ser aprofundada e
completa, ou seja, atualizada.
 Segmentação - Revistas atingem um público-alvo de forma mais fácil que
meios de comunicação de massa. "Com a redução de custos de produção de
revistas digitais, será possível atingir públicos cada vez mais específicos.
Quanto maior a personalização, maior será a relação de intimidade entre
leitor e revista" (Ibid., p.12)
 Portabilidade - A portabilidade de um tablet é semelhante de uma revista
impressa, sendo até mais fácil de transportar do que um notebook ou
netbook.
 Identidade Gráfica - Uma revista tem uma identidade formada pelo logo, capa,
tipografia, paleta de cores, diagramação, entre outros.
30
Outras características são apenas dos meios digitais:
 Leitura Multimídia - Narrativa que combinam elementos estáticos com
dinâmicos. Permitindo assim, uma experiência multissensorial.
 Interatividade - Possibilidade de interagir com a mídia é uma marca da WEB
2.0.
 Hipertexto - A leitura superou a linearidade, o leitor cria a sua própria
experiência narrativa, por meio de links.
Já algumas características são exclusivas das revistas digitais para tablet:
 Orientação Dupla - a revista precisa ser lida em dois formatos: vertical e
horizontal.
 Profundidade - Uma revista digital precisa de uma nova dimensão,
profundidade é essencial.
Sendo assim, a revista para tablets se firma como um meio de comunicação ao
misturar elementos da revista imprensa e do jornalismo digital. Confirmando assim a
tendência da convergência do impresso para a nova tecnologia.
Como seu histórico comprova a revista sempre procura a vanguarda:
do surgimento da ilustração e das charges de adoção da fotografia e
do fotojornalismo. Essa busca agora inclui a convergência com o
digital e aponta para o paradoxo de uma nova mídia, na qual a
regularidade das páginas da revista ganham brechas no tempo e
espaço ilimitado do hipertexto. (Ibid., p.13)
31
7. Metodologia
Para iniciar o trabalho de criação da revista, foi necessária uma pesquisa que
identificasse o público alvo. A pesquisa utilizada foi a Pesquisa de Mercado que é
uma ferramenta importante para obter informações sobre o mercado em que se
pretende atuar. E, quanto maior for o conhecimento do mercado, melhor é o
desempenho do projeto.
Para melhor entender o Mercado ou o público alvo, as organizações
devem dispor de informações relevantes sobre seu campo de
atuação, seu negócio, sua concorrência e especialmente seu público.
Por isso, o profissional da comunicação deve estudar para
compreender o seu público e ser mais útil a ele. (CHIMEN, 2010, p.
02).
Por ser tão importante, o valor dado a cada questão desenvolvida pode resultar em
crescimento ou não do negócio. Partindo de uma real necessidade, o primeiro passo
é identificar o público alvo e os objetivos da pesquisa. Ou seja, precisamos
identificar o perfil do possível consumidor da revista, suas necessidades e desejos.
O segundo passo é a definição da coleta de dados ou levantamento das
informações necessárias para a realização da pesquisa. São informações que
podem virar instrumentos para a tomada de decisões. Para identificar o público e
levantar informações sobre eles, utilizaremos dois tipos de pesquisas: a bibliográfica
e a quantitativa.
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já
elaborado, constituída principalmente de livros e artigos científicos. A
principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de
permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos 67
muito mais ampla que poderia pesquisar diretamente. (GIL, 1985. p.
65)
Já a pesquisa quantitativa é que realiza a coleta de dados que definirão as editorias
da revista. Segundo Gil, a pesquisa quantitativa é aquela em que tudo pode ser
32
quantificável, ou seja, a tradução de opiniões, expressões e informações em
números para uma classificação e análise.
O universo da pesquisa foi a comunidade de LGBT declarada do Brasil e, para tanto,
foram utilizados os dados do Censo 2010, que nos revelou um total de 60.002 casais
do mesmo sexo. Partindo dessa informação, foi selecionado um grupo de 166
pessoas, calculado através de um plano de amostragem que respondeu o
questionário. Para chegar a este número foi feito um cálculo amostral no site Cálculo
Amostral18. No cálculo, foi utilizado 10% de cálculo de erro e 99% de nível de
confiança.
Figura 1 - Cálculo Amostral
Fonte:.calculoamostral.vai.la
Nas pesquisas sociais é muito frequente trabalhar com uma amostra,
ou seja, com uma pequena parte dos elementos que compõem o
universo. Quando um pesquisador seleciona uma pequena parte da
18 SANTOS, Glauber Eduardo de Oliveira. Cálculo amostral: calculadora on-line. Disponível em:
<http://www.calculoamostral.vai.la>. Acesso em: 09 de maio de 2013.
33
população, espera que ela seja representativa dessa população que
pretende estudar. (Ibid.. p. 99)
O meio de publicação da pesquisa utilizado foi a internet, especificamente o Google
Docs, um pacote de produtos que permite criar diferentes tipos de documentos e
pesquisas. Primeiramente, ele foi escolhido pela facilidade de elaboração e
disseminação da pesquisa. No entanto, a internet se tornou o meio perfeito para
uma pesquisa de mercado para uma revista digital, visto que grande parte do público
já está presente na web. Além de ser barato e rápido, os questionados não
dispuseram de muito tempo.
Entre as principais vantagens das entrevistas estruturadas estão a
sua rapidez e o fato de não exigirem exaustiva preparação dos
pesquisadores, o que implica custos relativamente baixos. Outra
vantagem é possibilitar a análise estatística dos dados, já que as
respostas obtidas são padronizadas. (Ibid. p. 120)
34
8. Cronograma
Previsão das ações que serão tomadas para a busca das fontes de informação,
seleção da técnica para coleta de dados, realização do trabalho de campo e o
processamento das informações.
Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
Cronograma de
Produção
Desenvolver Pré-
projeto
x x x x X
Adquirir Material
Produção
x X x x
Coleta de Dados x x X x x
Captação de
Imagens
x x x x
Apuração x x x
Diagramação da
Revista
x x x
Elaboração do
Relatório final
x x
Revisão do Texto x x
Entrega do TCC x
35
9. Referência Bibliográfica
CHIMEN, Rivaldo. Introdução à Comunicação Empresarial. São Paulo: Saraiva,
2010.
FERRARI, Pollyana. Jornalismo Digital. São Paulo: Contexto, 2009.
FRANCO, Reinaudo; BACELLAR, Laura O mercado GLS: como obter sucesso
com o segmento de maior potencial da atualidade. São Paulo: Ideia & Ação,
2008.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª Edição. São
Paulo: Atlas,1985.
NUNAN, Adriana Homossexualidade: do preconceito aos padrões de consumo.
Rio de Janeiro: Caravansarai 2003.
PÉRET, Flávia. Imprensa Gay no Brasil. São Paulo: Publifolha, 2011
PLUVINAGE, Jean-Fréderic A progressão da Revista Impressa para sua Versão
Digital na Mídia Tablet. São Paulo: INTERCOM, 2011
SAMWAYS, Daniel Trevisam. Censura à imprensa e a busca de legitimidade no
regime militar. Rio Grande do Sul: ANPUH, 2012
SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. São Paulo: Contexto, 2004. 75
TREVISAN, João Silvério. Devassos no paraíso: A homossexualidade no Brasil,
da colônia à atualidade. 7ed., Rio de Janeiro: Record 2007
36
10.Anexos
10.1. Projeção de Capítulos
1. Introdução (abordado nas páginas de 8 à 9 deste trabalho)
1.1.Descrição do Projeto.
2. Tema (abordado nas páginas de 10 à 20 deste trabalho)
2.1.Vou falar sobre a imprensa feita para homossexuais.
2.2.O conceito da liberdade sexual.
2.3.O Snob primeira publicação não oficial voltado ao público gay.
2.4.O Lampião da Esquina primeiro jornal publicado voltada aos homossexuais.
2.5.Período de Aids no Brasil e o Preconceito.
2.6.Imprensa homossexual feminina.
2.7.Chegada da Internet
2.8.Século XXI.
3. Modalidade (abordado nas páginas de 27 à 35 deste trabalho)
3.1.Revista Digital para Mídia Tablet
3.2.Jornalismo de Revista - do surgimento a atualidade.
3.3.Jornalismo Digital.
3.4.Revista Digital para Tablet.
3.5.Linguagem da mídia portátil.
4. Metodologia (abordado nas páginas de 36 à 38 deste trabalho)
4.1.Métodos de pesquisas utilizados.
4.2.Pesquisa Bibliográfica.
4.3.Pesquisa Quantitativa.
4.4.Resultado da Pesquisa.
5. Planejamento Gráfico - Revista Queen
5.1.Definição do Nome
5.2.Logotipo
5.3.Padrão Gráfico
5.4.Diagramação
5.5.Cores
5.6.Tipologia
37
5.7.Linha Editorial
6. Revista Digital
6.1.Formatos
6.2.Tamanhos
6.3.Exibição
6.4.Definição de receita
10.2. Anexo 2 - Questionário
Como você se considera? *
( ) Lésbica
( ) Gay
( ) Bissexual
( ) Travesti
( ) Transexual
( ) Transgênero
( ) Simpatizante
Qual sua idade? *
( ) Menor de 18 anos
( ) Entre 19 - 30 anos
( ) Entre 31 - 40 anos
( ) Entre 41 - 50 anos
( ) Mais de 50 anos
Qual sua renda mensal? *
( ) Até 1 salário mínimo
( ) 2 - 3 salários mínimos
( ) 4 - 5 salários mínimos
( ) 6 - 7 salários mínimos
( ) acima de 8 salários mínimos
Qual sua escolaridade? *
38
( ) Ensino Fundamental
( ) Ensino Médio
( ) Ensino Superior
( ) Pós - Graduação
( ) Mestrado
Qual seu ramo de atuação? *
( ) Alimentação
( ) Automobilismo
( ) Consultoria/ Serviços
( ) Beleza e Estética
( ) Governo
( ) Saúde
( ) Informática
( ) Vestuário e Moda
( ) Educação
( ) Outros
Se Outros, qual?
Quais meios você utiliza para se atualizar? *
( ) Amigos e família
( ) Cursos e palestras
( ) Internet
( ) Livros
( ) Revistas
( ) Jornais
( ) TV
( ) Rádio
( ) Outros
Se Outros, qual?
39
Por quais assuntos você mais se interessa? *
( ) Fofocas
( ) Cinema, Novelas e Séries
( ) Esportes
( ) Economia
( ) Tecnologia
( ) Politica
( ) Religião
( ) Música
( ) Saúde
( ) Beleza e Comportamento
( ) Moda
( ) Atualidades
( ) Sexo
( ) Outros
Se Outros, qual?
Na sua opinião, falta de opção de entretenimento ao público LGTB? *
( ) Sim
( ) Não
Se sim, qual?
O que acha de uma publicação digital voltada ao público LGBT? *
( ) Interessante
( ) Boa ideia
( ) Tanto faz
( ) Má ideia
( ) Desnecessário
40
Você já conheceu, ou frequentou, algum lugar que tivesse um atendimento
diferenciado ao público LGTB? *
Por exemplo: lojas, bares, hotéis, etc.
( ) Sim
( ) Não
Se Sim, qual? Gostou do atendimento.
Se Não, gostaria?
Quais tipos de serviços você acha que seria importante o investimento, não só
financeiro mas social para o público LGBT? *
( ) Turismo
( ) Saúde
( ) Educação
( ) Segurança
( ) Alimentação
( ) Comércio
( ) Transporte
( ) Cultura
( ) Outros
Se Outros, qual?
Você já sofreu algum tipo de preconceito por causa de sua orientação sexual? *
( ) Sim
( ) Não

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Pré projeto final - 12.06.2013

  • 1. UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA – UNIVAP FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO NATHÁLIA ADRIANA PEREIRA DOS SANTOS REVISTA DIGITAL PARA MÍDIA TABLETS VOLTADA AO PÚBLICO LGBT SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP 2013
  • 2. NATHÁLIA ADRIANA PEREIRA DOS SANTOS REVISTA DIGITAL PARA MÍDIA TABLETS VOLTADA AO PÚBLICO LGBT São José dos Campos, SP 2013 Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência do curso de Jornalismo da FCSAC, da Universidade do Vale do Paraíba. Orientador (a): Prof.Ma.Celeste Marinho Manzanete
  • 3. NATHÁLIA ADRIANA PEREIRA DOS SANTOS REVISTA DIGITAL PARA MÍDIA TABLETS VOLTADA AO PÚBLICO LGBT Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Avaliadora como exigência da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do curso de Comunicação Social – Jornalismo da FCSAC, da Universidade do Vale do Paraíba. Banca examinadora: ___________________________________________ Prof.º ___________________________________________ Prof.º ___________________________________________ Prof.º São José dos Campos, SP 2013
  • 4. Resumo Este projeto tem como principal objetivo a identificação do homossexual enquanto cidadão, sendo também parte da sociedade e da cultura brasileira. Para isto será realizada a criação de um veículo de comunicação digital que preencha as necessidades de informação e conhecimento do público LGBT do Brasil. A Queen Magazine, é uma revista para mídia tablet e terá uma edição mensal, no entanto com atualizações semanais. Este projeto visa também uma pesquisa e levantamento para mensurar a necessidade desse nicho em obter um veículo de comunicação específico, que fale a sua linguagem e aborde assuntos aprofundados de seu interesse. Palavras-chave: Revista Digital. Público LGBT. Homossexual. Identidade cultural.
  • 5. Abstract This project’s main objective is the identification of the homosexual as a citizen, as part of the society as well the Brazilian culture. For this to be done, a specific communication vehicle will be created, one that fills the needs of information and knowledge of the Brazilian LGBT public. The Queen Magazine is a monthly magazine for tablets, with weekly updates. This project also aims in researching and measuring the needs of this niche in obtaining a specific communication vehicle, one that speaks its language and covers subjects of its interest. Keywords: Digital Magazine. LGBT Public. Homosexual. Cultural Identity.
  • 6. Sumário 1. Introdução.............................................................................................................6 2. Tema.....................................................................................................................8 2.2. O Snob ............................................................................................................10 2.3. Lampião da Esquina........................................................................................11 2.4. Aids e Preconceito...........................................................................................12 2.5. Imprensa Lésbica ............................................................................................13 2.6. Anos 90 e a Internet ........................................................................................14 2.7. Século XXI.......................................................................................................16 3. Objetivo...............................................................................................................18 4. Hipótese..............................................................................................................19 5. Justificativa .........................................................................................................20 5.1. Mídia Tablet.....................................................................................................22 6. Modalidade .........................................................................................................23 6.1. Jornalismo de Revista .....................................................................................24 6.2. Jornalismo Digital ............................................................................................26 6.3. Revistas Digitais para Tablet...........................................................................27 6.4. Linguagem.......................................................................................................29 7. Metodologia ........................................................................................................31 8. Cronograma........................................................................................................34 9. Referência Bibliográfica......................................................................................35 10. Anexos ............................................................................................................36 10.1. Projeção de Capítulos..................................................................................36 10.2. Anexo 2 - Questionário.................................................................................37
  • 7. 6 1. Introdução A imprensa brasileira é nova comparada a de outros países, com um pouco mais de 200 anos, ela foi e é utilizada para pregar opiniões liberais, denunciar abusos e questionar governos. Por outro lado, este papel já deixou de ser feito por causa da ditadura e da censura. Para manter sua boa imagem e impedir que “influências negativas” chegassem à população era necessário aumentar o controle à imprensa, evitando que ela desse espaço para o discurso inimigo. Esse controle foi de grande utilidade, pois impedia que grande parte da população soubesse dos atos repressivos, autoritários e violentos por parte do governo. Estava proibido críticas ao governo em todas as suas esferas; impedia que o teatro apresentasse peças subversivas e “perigosas”. (SAMWAYS, 2012, p. 4) E foi exatamente nos anos 60 que foram lançadas as primeiras publicações direcionadas aos homossexuais. Abrindo portas para um novo nicho, o da Imprensa Gay1. Durante todo o período dos dois séculos, o papel da imprensa sempre foi o de levar informação de forma séria, imparcial e com integridade. Já a Imprensa Gay brasileira vive, até hoje, em um meio ainda inexplorado. Há muito o que entender sobre este nicho e como não é um público fácil de se identificar, durante anos as publicações gays foram criadas e descontinuadas. A revolução cultural e sexual que deu o início a esta mudança, ainda não acabou. E, apesar da grande divulgação feita, a homossexualidade é tida como ofensiva para a sociedade, por isso, muitos não se assumem. Com a chegada da internet, a facilidade do anonimato auxiliou a integração entre os homossexuais. No entanto, o medo de sair do armário2, dificultou o conhecimento, pois ainda que tenham interesse, a má informação da sociedade e o preconceito negam aos cidadãos os seus direitos e suas escolhas. Por isso, a realização da Queen, uma publicação que luta pelos direitos, informa e ainda entretém. 1 Gay - significa alegre em inglês e começou a ser utilizada na década de 1950, nos EUA, para denominar homens que tinham relações sexuais com outros homens. 2Sair do armário - expressão que descreve o anúncio público da orientação sexual ou identidade de género de alguém, ou de si próprio.
  • 8. 7 A Queen Magazine busca unir os homossexuais, utilizando um meio de informação digital, cumprindo assim o papel da imprensa com todos, sem exceção. Mantendo o anonimato da internet e a militância da revista. Sendo assim, este trabalho, juntamente com a pesquisa feita, aborda mais do que a criação de uma nova revista, é a identificação de um público, a criação de um cidadão que ainda é invisível para a sociedade. Ainda que o campo econômico utilize este público como fonte para suas aplicações, visando a inclusão como meio para obter lucro. O cidadão homossexual não deve apenas existir como consumidor, ou alguém com muito dinheiro que pode ajudar nos faturamentos, ele precisa ser lembrado como cidadão e que possui direitos. Não sendo diferente de nenhum outro público, e por ainda haver poucos incentivos, ou aceitação, pública. A Queen abordará também a falta de leis, atendimento e até mesmo direitos negados. Executando o verdadeiro papel da mídia, de voz do povo. Uma imprensa séria que se preocupa com o seu papel social e com a população e, ao mesmo tempo, se interessa em agradar o seu público com matérias de entretenimento. Sim, uma mídia que trata o homossexual como cidadão, que defende seus direitos e comunica abusos.
  • 9. 8 2. Tema A Imprensa feita para homossexuais marca um importante período na história da imprensa brasileira. E apesar dos primeiros jornais terem sidos lançados no início do século XVIII, ainda hoje essa imprensa está em construção. Há muitas barreiras para a liberação de materiais do tipo, mais do que a homossexualidade, também é posto em jogo a religião, a política e a moral. Se vivemos em uma sociedade que há pouco tempo era contra os direitos das mulheres, e até hoje possui uma moral um tanto machista, não fica difícil de entender que a aceitação da homossexualidade ainda seja considerada um tabu. No entanto, a imprensa gay, ou alternativa, como era chamada antigamente, surgiu exatamente para quebrar tais barreiras. Trata-se de uma imprensa que, mesmo diante de tantos problemas, se manteve insubordinada aos modos tradicionais de produção, veiculação e distribuição de informação, às ideias convencionais, às regras morais, aos poderes constituídos, ao mercado editorial e às pressões econômicas. Se existe um denominador comum, [...] é o esforço, coletivo, individual, de defender o direito das pessoas de viver e expressar livremente sua orientação sexual. (PÉRET, 2011, p. 08) 2.1.Liberdade Sexual Por muitos séculos a sexualidade foi repreendida, e apenas em alguns estabelecimentos lucrativos que o sexo era permitido. Na época da contrarreforma, há o início da discussão sobre o assunto, no entanto surge a condenação de atos infecundos. “Além de ser inútil para a reprodução da espécie, a prática homossexual solaparia a família (em cujo seio se geram os novos consumidores e seus padrões ideológicos cuja ordem é consumir)” (TREVISAN, 2007, p.19)
  • 10. 9 Já no século XIX, a psiquiatria enquadrou os "desvios” sexuais como doença e que poderia ser tratada. Até mesmo aqui, no Brasil, de 1920 e 1930, houve a intenção da criação de um instituto específico para o tratamento de homossexuais. Até a década de 60, na imprensa brasileira, os periódicos tinham uma ideologia sobre a homossexualidade de acordo com a época. Era muito comum a divulgação de charges e ilustrações com sátiras de figuras públicas e fatos policiais que envolviam homossexuais e travestis. Um caso bastante explorado pela mídia [...] foi a prisão de Febrônio Índio do Brasil. Detido por estuprar um menor, ele foi condenado como "louco moral" em 1927. [...] a partir deste caso, o jornalismo brasileiro passou a vincular frequentemente a homossexualidade ao delito e a perversão (PÉRET, 2011, p. 11). O jornalista e escritor Paulo Barreto, conhecido pelo pseudônimo de João do Rio, foi perseguido e caluniado publicamente, por ser homossexual. Suas crônicas narravam histórias da Lapa, um conhecido ponto de encontro de homossexuais. Seus textos eram explícitos e continham muitos elementos homoeróticos. Ainda assim, João tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras e colaborou em jornais como O Paiz, Gazeta de Notícias, O Dia e Correio Mercantil. A mesma Lapa continuou a ser o local de encontro nas décadas de 40 e 50, além da Cinelândia, da praça Tiradentes e de Copacabana. Já em São Paulo, "eles se concentravam principalmente no centro, na confluência das avenidas São João e Ipiranga.” (Ibid.p.15) Entre 1950 e 1960, houve uma grande ocupação de homossexuais nas metrópoles do país. A importância dessa migração está na própria aceitação da cidade grande. O criador do jornal gay O Snob, publicado entre 1963 e 1969, Agildo Guimarães, conta que quando vivia com seus pais havia muita pressão para levar uma vida "normal", casar e ter filhos. Ao mesmo tempo era alvo de fofocas sobre sua sexualidade. Por isso, em 1952, decidiu se mudar para o Rio de Janeiro.
  • 11. 10 Apesar da tolerância, alguns estabelecimentos começaram a hostilizar os homossexuais, muitas vezes, até negando a sua entrada. Piorando a situação, em 1950, o delegado de polícia Raimundo Padilha, decidiu limpar a cidade e iniciou uma caça aos homossexuais. Os policiais aplicavam leis de vadiagem e perturbação da ordem pública, sendo assim, qualquer pessoa que estivesse à noite na rua sem carteira de trabalho corria o risco de ser presa e levada para a delegacia. Para se protegerem, os homossexuais passaram a se reunir em turmas nas casas uns dos outros para conversar, escutar música, beber e conhecer pessoas. (Ibid.p.16). Assim, surgiu a Turma OK, o mais antigo grupo homossexual brasileiro e em atividade até hoje. A criação desses novos lugares deu espaço para novas necessidades, foi assim que surgiram os primeiros fanzines3, ou jornais que divulgavam as ações dos grupos. A princípio, as publicações, voltadas apenas aos homossexuais, eram feitas artesanalmente, mimeografadas e distribuídas entre pessoas das diferentes turmas. 2.2.O Snob A primeira publicação abertamente homossexual divulgada no Brasil. Criada a partir de um descontentamento com o resultado do concurso Miss Traje Típico, realizado pela Turma OK, Agildo Guimarães decidiu fazer uma publicação simples, datilografada e mimeografada, para protestar contra a escolha do júri. Com o tempo, O Snob tornou-se conhecido dentro da comunidade gay carioca e se transformou em uma mini revista com mais de trinta páginas. Nos editoriais, assuntos como fofocas, concurso de contos e poesias, moda e beleza, entrevistas, reportagens e palavras cruzadas eram o que comandavam. A linguagem era bem sarcástica e cheia de ironias, além de utilizar um vocabulário todo característico. O uso que O Snob fazia da linguagem consistia na adaptação de modos de fala próprios dos grupos gays e na utilização de gírias e adjetivos. Esses elementos apresentavam um vocabulário diferente do da linguagem utilizada pelos meios de comunicação tradicionais. Tais características são a marca da imprensa gay dos anos 1960 e 3 Fanzine - uma abreviação de fanatic magazine, é portanto, uma revista editada e sustentada por um fã.
  • 12. 11 revelam a irreverência e a insubordinação às normas sociais (Ibid. p. 23). O Snob, ao utilizar de um vocabulário marginalizado, encontrou também dificuldade de manifestar o desejo homoerótico. Havia a incorporação e reprodução de estereótipos de relação macho/fêmea, onde “bofes” eram os homens de verdades e “mariconas” os homossexuais efeminados. Gerado este conflito, um dos integrantes do jornal, Hélio Gato Preto, mudou seu pseudônimo de Pantera Cor-de-rosa para Gato Preto, protestando assim contra feminização da homossexualidade masculina. Fazendo isso, ele gerou polêmicas dentro do jornal e contribuiu com que O Snob se tornasse uma publicação mais aberta a assuntos políticos. Ainda que não fossem ativistas políticos, Gato Preto e Guimarães tinham consciência da importância de os homossexuais ocuparem espaços mais visíveis e ganharem efetiva representação social (Ibid. p. 27). O Snob teve 99 edições ao todo e circulou de julho de 1963 a junho de 1969. 2.3.Lampião da Esquina O final dos anos 1960 e até meados dos 1970 foi a época mais violenta da ditadura militar. A imprensa alternativa era repetidamente censurada e repreendida. “Jornalistas foram presos, torturados e assassinados, edições eram recolhidas, e grupos paramilitares explodiram bombas caseiras em bancas que vendiam publicações consideradas subversivas” (Ibid. p. 45). Ao mesmo tempo grupos de diferentes movimentos culturais e comportamentos vanguardistas surgiam, grupos musicais e teatrais se apresentavam vestindo roupas e acessórios femininos, limitando as diferenças de gêneros sociais. Em 1977, o ativista gay e jornalista Winston Leyland, veio ao Brasil e em um de seus encontros surgiu a ideia de criar um jornal criado e direcionado à comunidade homossexual, apenas. [...] a proposta do Lampião era, da ótica da contracultura e da imprensa alternativa do período, abordar não apenas temas gays, mas também assuntos polêmicos ligados a grupos minoritários, como o feminismo e a questão racial. (Ibid. p. 49).
  • 13. 12 Ao contrário das publicações feitas até o momento, o Lampião foi o primeiro jornal gay com circulação nacional, era vendido nas bancas e durante os três anos de sua existência teve 36 edições que traziam reportagens, entrevistas, ensaios, críticas e notícias sobre cultura. “Apesar do enfoque político que seu conteúdo apresentava, o Lampião abusava da ironia e do humor, criando campanhas provocativas [...]” (Ibid. p.51). Mesmo com uma grande aceitação para a época, boa parte dos exemplares não era vendido, além da publicidade se limitar a saunas e boates, por isso, entre outras razões o Lampião da Esquina foi retirado do mercado, em junho de 1981. Não antes de colocar a homossexualidade como pauta principal para discussões. 2.4.Aids e Preconceito Em um momento de liberdade sexual, “o vírus da imunodeficiência humana (HIV) espalhou-se pelo mundo, trocando sonho da liberdade sexual, por medo e culpa” (Ibid. p. 63). A imprensa gay calou-se diante de tal doença, a grande falta de informação, junto com o preconceito, deu origem a ataques feitos aos homossexuais no início da epidemia da Aids. Em São Paulo noticia-se que um casal de bichas se suicidou por medo da Aids. Depois de uma entrevista publicada na imprensa, a Dra. Valéria Petri, especialista em dermatologia, passa a receber uma média diária de 200 telefonemas locais e interurbano, com gente aflita, pedindo informações sobre a doença [...] Um mês depois, já há oito casos em todo o estado [de São Paulo], com três óbitos. Descobre-se, na verdade, a doença já começara a fazer vítimas brasileiras desde 1982, sem que os óbitos tivessem atraído atenção pública. [...] No gueto homossexual há um silencio cada vez mais pesado. Sua vida noturna se esvazia, nas cidades mais atingidas como São Paulo (PÉRET, 2011, p.64 apud TREVISAN, 2000, p.430-3). Segundo Trevisan, houve episódios ainda mais graves no Brasil, como o jornal A Tarde publicou em uma editoria de 14 de janeiro de 1985, que uma forma de erradicar com a doença, seria o extermínio dos homossexuais. Por todo território brasileiro, onde havia a confirmação da doença, havia discriminação e hostilidade. A
  • 14. 13 doença era considerada “punição divina pelos atos ‘anormais’ cometidos” (PÉRET, 2011, p.66). Quando houve mais informações sobre a Aids, o país se mobilizou e criou campanhas de pesquisas e disponibilização de remédios. Em 1994, o Brasil foi considerado um país referência no tratamento de HIV/Aids pela Organização Mundial de Saúde. A partir daí, “O movimento gay passou então a se mobilizar contra a doença, considerando, como nunca a homossexualidade um tema que precisava ser discutido abertamente pela sociedade.” (Ibid.p.67). Foram fundados grupos e associações com foco de esclarecer e divulgar ao público homossexual sobre doenças e formas de contaminação. 2.5.Imprensa Lésbica Conhecer publicações produzidas por lésbicas e para lésbicas é muito mais difícil, comparada a imprensa gay masculina. Sempre reprimidas e excluídas da sociedade, as reivindicações femininas só ganharam espaço na segunda metade do século XIX. O primeiro periódico criado e editado por uma mulher no Brasil foi o Jornal das Senhoras, em 1852, a publicação era voltada ao direito à educação feminina e a emancipação da mulher. Alguns anos depois, mais algumas publicações surgiram, como O Belo Sexo e A Família, ambas tinham como reivindicação o direito ao voto e a liberdade de ingressar em faculdades. Com a liberação do voto feminino em 1932 e a entrada da mulher no mercado de trabalho, muitos grupos feministas surgiram, e foram dentro desses grupos que surgiram as primeiras lésbicas ativistas do Brasil. No entanto, esta união não durou muito, pois como diz a autora Flávia Péret, elas estavam “mais preocupadas com a revolução social do que com uma mudança de costumes”. Sendo assim, as lésbicas ativistas se distanciaram do feminismo tradicional e passaram a integrar grupos voltados a questão lésbica. Então em 1981, o Grupo Lésbico Feminista criou o primeiro jornal lésbico do Brasil, o Chana com Chana. Mas em 1982 o grupo se desfez e a publicação do Chana com Chana passou a ser do Grupo de Ação Lésbico-Feminista (Galf). Em 1987 o grupo
  • 15. 14 se transformou na ONG Rede de Informação Um Outro Olhar e o jornal Chana com Chana foi extinto. No ano seguinte um novo fanzine era lançado, o Um Outro Olhar, com 300 exemplares de tiragem, ele era distribuído em São Paulo e enviado pelo correio a outros estados. “Foi o período lésbico que mais tempo sobreviveu às resistências do mercado editorial brasileiro e aos constantes problemas financeiros, tendo sido extinto em 2002” (Ibid., p. 77). Atualmente, as lésbicas ainda são um segmento invisível no Brasil, e “como uma minoria discreta, as pessoas esquecem que elas existem.” (Ibid., p.80). 2.6.Anos 90 e a Internet Nos anos 90, houve o surgimento de um novo mercado, voltado exclusivamente ao público homossexual, eram sites, revistas, agências de viagens, planos de saúde, cartões de crédito, casas noturnas, enfim, um verdadeiro mercado de consumo. Em 2013, a SPTuris4 divulgou que, a Parada Gay de São Paulo, considerada a maior do mundo e o segundo maior evento lucrativo da cidade de São Paulo, movimentou um total de 3,2 milhões em uma semana. Um crescimento de 280% comparado ao restante do ano. Em entrevista Marcelo Rehder5, o presidente da SPturis afirmou: O turista vem festejar o orgulho à diversidade e fica encantado com a vasta oferta que encontra. Uma cidade rica em cultural, diversão e entretenimento, com excelente estrutura turística e bom atendimento. Ele não só volta, como promove o destino para seus amigos. Além disso, a cidade possui uma imensa oferta de atrativos gay friendly6 . Não à toa, em 2012, a cidade de São Paulo foi eleita o quarto melhor destino gay do mundo pelos internautas do site internacional especializado GayCities.com 4 Disponível em: <http://www.spturis.com/v7/noticia.php> Acessado em 08 de junho de 2013. 5Idem 2. 6 “Gay friendly” é o termo usado para identificar locais onde a presença de gays é bem-vinda e os funcionários dos estabelecimentos são treinados para atender tanto ao público gay quanto aos não- gays.
  • 16. 15 Além disso, após a morte de Cazuza em 1990, outros famosos começaram a expor sua sexualidade, Renato Russo, Cassia Eller, Caio Fernando de Abreu e Ney Matogrosso, tornaram-se ícones ao assumir com mais liberdade a homossexualidade. Essa junção entre liberdade sexual e crescimento de mercado, deu origem ao Simpatizante, ou como é conhecido no exterior, gay friendly. Onde surgiu a sigla GLS (gays, lésbicas e simpatizantes). Muitas empresas entraram nessa onda simpatizante e uma rede de serviços específicos, com amplos conceitos direcionados ao público gay foi criada. “A grande noção de identidade, tão importante para os militantes e jornalistas das décadas de 1970 e 1980, foi sendo gradualmente substituída pela de ‘consumidor’ ou ‘público gay’” (Ibid. p. 85). Em controvérsia com este tipo de política consumista criado pela sigla GLS, alguns movimentos e projetos foram criados, entre eles a Sui Generis. Lançada em 1995, no Rio de Janeiro, foi a única publicação desse período que conseguiu dialogar tanto com o lado considerado mais mundano da cultura gay (festas, moda e boates) como com os movimentos sociais e as questões colocadas pela militância. Esse meio termo garantiu o sucesso e a recepção da revista[...] (Ibid.p.85). Com problemas financeiros e uma tiragem média de 30 mil exemplares, a Sui Generis foi editada até 2000. Outra publicação que causou polêmica foi a G Magazine, lançada em 1997, com o nome de Bananaloca, tinha como compromisso publicar notícias de homofobia, direitos homossexuais e ainda contar com fotos eróticas de famosos com ereção. A revista continha um grande material militante em suas reportagens e colunas, no entanto, em 2008, foi vendida a um grupo norte- americano que a transformou em uma revista exclusivamente erótica. No final de 2007, duas novas revistas foram lançadas a Junior e a DOM - De Outro Modo, ambas com propostas editoriais parecidas que teriam como objetivo a “militância de mercado”, ou seja, “o que os gays consomem, como se comportam e quem são seus ícones” (Ibid., p.91). A DOM tirar a vírgula chegou a encerrar suas edições em 2009 e a Júnior continua até hoje com suas edições mensais. Inserida em um contexto editorial ainda instável, na qual revistas para o público homossexual surgem e desaparecem com relativa
  • 17. 16 rapidez, ela [Revista Junior] ainda está buscando uma fórmula para permanecer no mercado, variando abordagens e visando a adequação ao contexto atual (AZEVEDO, 2010, p.50). 2.7.Século XXI Na primeira década do século XXI a internet produziu uma grande revolução e conectou o mundo todo. A democratização do acesso a informação fez com que indivíduos de diferentes locais pudessem expressar seus desejos, opiniões, modo de vida e orientação sexual de forma aberta. A imprensa gay sentiu os abalos que a internet causou e como criar um site é mais barato que criar uma revista, algumas redes investiram nesse formato. Atualmente, o site Mix Brasil, “primeiro portal gay da América Latina”, que já estava na rede desde 1993, tem cerca de 800 mil visitantes e 20 milhões de page views7 por mês8. Outro site, que atualmente é muito acessado é o Grupo Gay da Bahia, “ele reúne boletins sobre crimes violentos contra homossexuais” (PÉRET, 2011 p.100). Apesar da militância, André Ficher afirma: “Nosso Portal tem compromisso com a militância e abre espaço para notícias relativas aos direitos gays, mas a maioria dos nossos internautas, de fato, acessa o site em busca de conteúdo erótico” (Ibid.p.102) Ainda assim, existem sites que apoiam as pessoas que ainda não se assumiram como o site Armário X e sites como A Capa, ParouTudo e Athos GLS. “Sites que se preocupam em estimular a identidade homossexual baseada não apenas no consumo, mas também na questão de direitos” (Ibid.p.104). Independente da identidade de gênero que cada um utilize, ou da orientação sexual, todos têm direito à informação. E com a internet, esse acesso tornou-se amplo e pode atingir qualquer um sem discriminações. Nos últimos cinquenta anos jornalistas e não jornalistas, escritores, intelectuais e pessoas interessadas em se expressar construíram, de maneira precária e com os recursos que tinham um pouco dessa história [da imprensa gay]. Uma história feita de inúmeros avanços 7 Page views - parâmetro utilizado pelos servidores web para medir a visibilidade de um site ou grupo de arquivos ou parte de um portal na internet. 8 Disponível em: < http://mixbrasil.uol.com.br/anuncie.html> Acessado em 09 de maio de 2013
  • 18. 17 no campo da criação de uma identidade de gênero mais múltipla e consciente. Uma história que continua a ser escrita, diariamente, por indivíduos que acreditam em uma sociedade menos preconceituosa e mais igualitária. (Ibid., p. 112)
  • 19. 18 3. Objetivo Desenvolver projeto editorial de uma revista digital para mídia tablet, voltada ao público LGBT do Brasil. Uma revista que consiga unir o lado “mundano” como informação sobre a vida noturna, moda e festas e ao mesmo tempo questões sociais e de militância.
  • 20. 19 4. Hipótese Apesar de ser um caso muito antigo, recentemente o número de violências e direitos homossexuais e a homofobia ocuparam a mídia brasileira. Parte devido ao reconhecimento do Supremo Tribunal Federal, em maio de 2011, da união civil entre pessoas do mesmo sexo. No mesmo ano, imagens de agressões na Avenida Paulista e declarações preconceituosas do deputado federal Jair Bolsonaro chocaram o país. Neste ano, a ironia se estabeleceu no cenário político. O pastor Marco Feliciano, considerado homofóbico pelo procurador-geral da República após a declaração do seguinte comentário "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição", no microblog Twitter9, foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Tal decisão tomada pelos grandes “em favor” dos poucos, deixou muito longe a identidade do homossexual como cidadão. Em 1976, o Última Hora inaugurou a “Coluna do Meio” que tratava pela primeira vez, e de maneira explicita, temas da comunidade gay. Assim que a notícia repercutiu houve inúmeras manifestações de intolerância e indignação. No entanto, alguns anos antes, em 1972, na Alemanha (conhecida pela grande perseguição aos gays durante a Segunda Guerra) o primeiro-ministro Willyy Brandt fez um pronunciamento no qual “pedia às pessoas que estivessem sendo perseguidas por serem homossexuais que procurassem a polícia e denunciassem.” (PÉRET, 2011, p.39). Se quase 40 anos depois ainda existem pessoas preconceituosas no Brasil. Acredita-se que esta revista digital pode colaborar para disseminar mais informações, e quem sabe assim, diminuir o conceito que a mídia difunde utilizando uma “abordagem, [que] quase sempre, é preconceituosa, homofóbica e sensacionalista” (Ibid., p. 109). Além de proporcionar uma real representação do público LGBT no espaço de comunicação e uma visibilidade positiva. 9 Disponível em < http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/03/deputado-marco-feliciano-responde-por- homofobia-e-estelionato-no-stf.html> Acessado dia 09 de maio de 2013
  • 21. 20 5. Justificativa A década de 90 foi a responsável pela expressão do “dinheiro cor-de-rosa”. Foi neste período que um mercado especificamente gay surgiu, foram revistas, sites, agências de viagem, planos de saúde, cartões de crédito, casa noturnas e eventos culturais. Ou seja, “um conjunto cada vez maior de produtos voltados para o público homossexual que atualmente movimenta bilhões de dólares no mundo todo” (PÉRET, 2011, p.83) Esse mercado é tão lucrativo que há dois anos acontece, em São Paulo, a Expo Business LGBT Mercosul, feira voltada para estimular negócios no setor. Com entrada gratuita, o evento contou em 2012 com a participação de palestrantes de grandes empresas, entidades nacionais e internacionais, como a Prefeitura de Tel Aviv, em Israel, cidade referência em turismo gay. A organizadora do evento se baseia nos dados da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que tem uma estimativa de 18 milhões de homossexuais no país e que gastam uma média de 30% a mais do que os heteros. Em reportagem ao site UOL10, o organizador da feira, Luiz Redeschi, destacou a importância do atendimento: Não precisa de tratamento especial. Basta ser igual, independentemente do sexo. Se dois rapazes entrarem numa loja, o funcionário deve mostrar a cama de casal assim como mostraria para um homem e uma mulher. O mercado tem de fazer isso e não pendurar uma bandeirinha colorida do lado de fora. Além do óbvio mercado GLS que existe, o homossexual precisa ser identificado, reconhecido. Mais do que aceito, ele precisa de um papel ativo na sociedade. O que atualmente se define como segmentação de mercado GLS é toda a atividade econômica focada nos consumidores homossexuais que aceitam com naturalidade sua orientação sexual, desejando 10 Disponível em: <http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/08/10/mercado-gay- pode-ser-lucrativo-e-feira-de-negocios-aponta-oportunidades.jhtm> Acessado em 03 de maio de 2013
  • 22. 21 consumir produtos e serviços direcionados ao seu estilo de vida. (FRANCO; BACELLAR, 2008, p.172). A dificuldade de mensurar de forma precisa este público de uma forma realmente, dificulta, muitas vezes, o investimento neste segmento. É preciso conhecer e analisar a representação do homossexual na sociedade e a importância da comunidade LGBT. Uma pesquisa, realizada em São Paulo, em 1997, revelou que, os homossexuais, independente da classe social, "(...) dariam valor à imagem, aparência e moda, mesmo que o estilo de roupa adotado fosse distinto" (NUNAN, 2003, p.181). O portal Mix Brasil, realizou uma pesquisa11 em agosto de 2012, com 1538 entrevistados e revelou o alto grau de escolaridade dos seus leitores: 50,67% possuem ensino superior e 32,27% pós-graduação. A pesquisa revelou que 40, 56% não se identificam com nenhum partido. Costumam frequentar teatros com assiduidade e 19,79% e 36,71% afirmam ler mais de cinco livros por ano. Além disso, 70% deles acompanham com muito interesse notícias sobre questões e direitos LGBT o que revela a tendência desse público de buscar estar atualizado com as tendências e novidades. Para afirmar a possibilidade de uma nova publicação voltada ao público LGBT, está sendo feita uma pesquisa com um número mínimo de respostas de 166 pessoas. O cálculo da amostra foi feito com dados obtidos com o IBGE no Censo de 201012. É importante lembrar que a pesquisa do IBGE foi feita com base nos números de pessoas declaradas, ou assumidas sexualmente, sabe-se que o número de homossexual no Brasil é muito maior, no entanto, não há a obrigatoriedade de ninguém se assumir para pertencer a um grupo. Flávia Péret cita Trevisan ao dizer: “[...] o ato mesmo de comprar o jornal era uma espécie de saída do armário, uma forma de assumir” (PÉRET, 2011, p.53) 11 Disponível em < http://mixbrasil.uol.com.br/anuncie.html> Acessado em 03 de maio de 2013. 12 Disponível em http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/04/censo-2010-contabiliza-mais-de-60-mil- casais-homossexuais.html> Acessado em 10 de maio de 2013.
  • 23. 22 Se antigamente uma pessoa que comprasse uma publicação gay em uma banca teria que ter coragem de se revelar, hoje em dia, a mídia digital facilita o anônimato e a privacidade de aproveitar um conteúdo como esse. Aguilnaldo Silva, em entrevista à autora Péret, afirmou: Penso que cada um tem direito não só a privacidade mas à liberdade de manter uma vida pessoal. [...] não acredito que as pessoas tenham, obrigatoriamente, que manisfestar publicamente que são isso ou aquilo. Cada um é dono da sua própria vida, do seu próprio destino e do direito de manter-se em silêncio sobre o que quiser (Ibid., p.119). 5.1.Mídia Tablet Segundo o IDC Brasil - líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, o mercado que mais cresceu no ano de 2012, no Brasil, foi o mercado de tablets. Segundo o estudo13 realizado por eles, no ano de 2012, foram vendidos cerca de 3,1 milhões de unidade, um crescimento de 171% se compararmos com o ano de 2011. O barateamento do dispositivo e a sua versão com o sistema Android14 possibilitou esse crescimento, pois os preços baixaram e chegam a custar menos de R$ 500. O analista de mercado da IDC, Pedro Hagge, declarou15. A entrada de equipamentos com esta faixa de preço foi o principal fator para o aumento significativo de vendas de tablets em 2012. Em 2010 e 2011, os valores ainda eram considerados altos e o leque de opções não era tão extenso. Para 2013, a IDC espera que sejam vendidos mais de cinco milhões de tablets, cerca de 89,5% a mais que no ano de 2012. Só em janeiro deste ano, já havia sido registrado vendas de 350 mil peças. 13 (Arrais, Rosa. Mercado de tablets no Brasil foi o que mais cresceu em 2012, revela estudo da IDC. Em <http://br.idclatin.com/releases/news.aspx?id=1457>. Acesso em: 03 de maio de 2013) 14 Android - sistema operacional para dispositivos móveis, desenvolvido pela Open Handset Alliance. 15 Idem 13
  • 24. 23 6. Modalidade Para analisar e definir o que é uma revista digital para mídia tablet é preciso primeiramente definir o que é revista impressa, para isso, observaremos a evolução gráfica e editoria e sua convergência com o jornalismo digital. A revista é um meio de comunicação que, assim como outro, tem objetivo de informar e comunicar. Além disso, a revista tem como principal característica a segmentação, a portabilidade e a periodicidade. Segundo Marília Scalzo "Uma revista é um veículo de comunicação, um produto, um negócio, uma marca, um objeto, um conjunto de serviços, uma mistura de jornalismo e entretenimento”. (2009, p.11). Scalzo afirma ainda que o leitor e a revista tem uma relação única e pessoal, essa intimidade é alcançada por causa da segmentação, pois o leitor tem a sensação de que o conteúdo é único e dirige-se unicamente a ele. Além da intimidade, a revista impressa tem a facilidade de manuseio, pode ser guardada e é até mesmo colecionável. Algumas revistas até mesmo fazem uma reimpressão de suas edições em formatos pocket16 para que seus consumidores possam carregar. Isso facilita a leitura, até para quem é acostumado a ler pela tela do computador. "É que a tela do computador não é gostosa de usar. Você não consegue levá-la para ler na cama nem no banheiro" (PLUVINAGE, 2011, p.2 apud CIVITA, 2002, p.7) Outra coisa que diferencia a revista de um jornal impresso é a periodicidade. A revista pode ser semanal, quinzenal, mensal, entre outros. Apesar da temporalidade não permitir a realização de matérias factuais, ela tem o tempo para apurar e abordar de uma forma única o assunto tão comentado. É possível definir as revistas em três grupos, segundo Pluvinage (2011): as revistas de consumo, revistas profissionais e revistas de institucionais. As revistas de consumo são dirigidas a um público amplo e são subdivididas em interesse geral, segmentadas por público e segmentada por interesse. As revistas profissionais têm 16 Pocket - algo em um formato pequeno, formulado para uma leitura prática e para o barateamento de seu custo.
  • 25. 24 como público alvo um determinado setor, por exemplo, de dermatologistas, ou por área profissional como a medicina. Já as revistas institucionais são publicadas por uma empresa, ou organização tendo como público seus clientes, funcionários e associados. 6.1.Jornalismo de Revista A primeira revista impressa foi publicada na Alemanha, em 1663. Apesar de ter um formato de livro, a Erbauliche Monaths-Unterredungen (Edificantes Discussões Mensais), como era chamada, era periódica e tinha um assunto específico e por isso, foi considerada uma revista. Alguns anos depois, em 1665, foi lançada a primeira revista cientifica, o Le jornal des savants, na França. O objetivo era "difundir descobertas, promover a colaboração entre pesquisadores e lutar a favor da liberdade de pensamento." (PLUVINAGE, 2011, p. 3). A primeira revista feminina foi publicada em 1693, na Inglaterra. Chamava-se The ladies Mercury, era produzida por homens e continha conselhos sentimentais. A palavra revista só veio a ser utilizada algum tempo depois. Em Londres, no ano de 1731, foi lançada a The Gentleman's Magazine, a utilização da palavra Magazine, que significa armazém, deu a ideia de "dispor de diversos assuntos". Já a palavra revista, vem do inglês review que significa tirar a vírgula resenha e crítica literária. A palavra review era comum em várias revistas literárias inglesas, que eram modelos imitados em todo o mundo no século XVII e XVIII. Daí a origem da palavra revista na língua portuguesa. (PLUVINAGE, 2011, p. 3 apud ALI, 2009, p.19) Em 1741, foi lançada a primeira revista americana, a The General Magazine. Em 1842, surge na Inglaterra a primeira revista ilustrada, The Illustrated London News, publicada até hoje. Em 1888, é publicada a primeira edição da National Geographic Magazine, nos EUA. Depois da Primeira Guerra, as revistas tiveram o grande avanço. A Time, publicada desde 1923, considerava as notícias da semana em um formato fácil de ler para o público que não tinha tempo. Até hoje ela é modelo para revistas semanais como a Veja, que utiliza "uma linguagem sintética e concisa sem deixar de lado a análise dos temas que ocorreram na semana" (PLUVINAGE, 2011, p.4).
  • 26. 25 O avanço da fotografia trouxe para imprensa revistas como a Life, em 1936, voltada à reportagem fotográfica. Nessa época também surgiu os primeiros “comic books”, ou histórias em quadrinhos. Em 1932, foi lançada a revista Esquire, que "buscava um público jovem e bem-humorado." (Ibid., p.4) No fim da Segunda Guerra, foi criada na França, a revista feminina Elle, que serve de referência no mundo todo, a criadora Hélène Gordon-Lazareff queria desenvolver o gosto pela vida no período pós-guerra. A revista referência masculina Playboy, foi criada em 1953, pelo jornalista Hugh Hefner, na primeira edição, a revista contava com fotos nuas de Marilyn Monroe, além de reportagens sobre vinhos, carros, restaurantes, etc. No Brasil, a primeira revista surgiu no século XVIII. Segundo Scalzo, a revista As Variedades, foi publicada em 1812, em Salvador, com formato de livro. No entanto, outros autores afirmam que a primeira revista é o Correio Braziliense, lançada em 1808 por José Hipólito da Costa. Seu foco era político e a favor da liberdade de imprensa. Apesar de ser brasileira, ela era imprensa em Londres e circulava clandestinamente pelo Brasil. O livro A Revista no Brasil expõe esse dilema, As Variedades 1812 de Silva Serva, e O Correio Braziliense (1808) de Hipólito da Costa, pareciam livro. Mas a primeira acabou sendo considerada revista e o segundo jornal. (PLUVINAGE, 2011, p. 5 apud A REVISTA NO BRASIL, 200, p.12) Nos anos seguintes, surgiram publicações de inúmeros temas, desde medicina como O Propagador das Ciências Médicas, de 1827, como na área de artes e literatura, como Anais Fluminenses de Ciências, Artes e Literatura, de 1822. Quando surgiram as ilustrações, houve uma febre de caricaturas, onde o trabalho de Ângelo Agostini se destaca, inclusive, ele foi um dos fundadores da primeira revista brasileira de histórias em quadrinhos, O Tico-Tico, em 1905. O momento pós-guerra também trouxe mudanças para a imprensa brasileira. Em 1928, foi lançada a revista O Cruzeiro. Segundo Scalzo, "A publicação estabeleceu uma nova linguagem da imprensa nacional, através da publicação de grandes reportagens e dando uma atenção especial ao fotojornalismo" (2009, p.30). Em concorrência com O Cruzeiro, Adolpho Bloch lançou em 1952 a revista Manchete.
  • 27. 26 Em 1966, a Editora Abril lança a publicação Realidade, focada em jornalismo investigativo com texto literário e, em 1968, é lançada a Veja, publicada até hoje. 6.2.Jornalismo Digital O Jornalismo Digital nada mais é do que "todos os noticiários, sites e produtos que nasceram diretamente na WEB" (FERRARI, 2009, p.40-41). Ferrari ainda completa dizendo que mais do que ser apenas transformado para a Web, esse conteúdo conta com mais informações do que um conteúdo impresso deveria ter, ou seja, com texto, vídeo, áudio, ilustrações e animações. “O jornalista digital tem o dever de mediar chats, blogs e redes sociais. Para mediar informações e não apenas repassar notícias recebidas.” (PLUVINAGE, 2011, p. 06) A história e desenvolvimento do Jornalismo digital estão atrelados ao desenvolvimento da internet. Criada pelo Departamento de Defesa Norte-Americano, em 1969, o objetivo era criar um meio de comunicação que não pudesse ser interrompido por um ataque. Com o tempo, a rede começou a ser utilizada pela comunidade acadêmica e, em 1980, o pesquisador Tim Berners Lee inventou a World Wide Web, ou seja, um sistema de "hipermídia interligados e executados na Internet" (Ibid., p. 7). Para os jornalistas, a grande mudança ocorreu entre o século XX e XXI. O conteúdo impresso foi transportado para portais, com links de diferentes outros sites e subsites, uma pequena amostra do que conhecemos hoje como “site de buscas”. No Brasil, o jornalismo digital aconteceu devido às empresas de internet que se interessaram e investiram na área. Em 1994, surgiu o portal Brasil Online, ou BOL, em 1995, ela se tornou um provedor de acesso ao conteúdo de internet da Editora Abril. Surgiu também um grande número de provedores gratuitos, como o IG, lançado em 2000. Já as Organizações Globos fizeram o lançamento de uma revista semanal de notícias junto com a criação do site, uma grande novidade para o momento. E no dia 25 de maio de 1998, foi lançado simultaneamente a revista e o site da Época.
  • 28. 27 No início do século XXI, o avanço da tecnologia e da velocidade da internet, fez com que o jornalismo se adequa-se a Web 2.0, onde há uma grande interação entre público e conteúdo através não só dos sites, mas também das redes sociais. (Ibid., p.8) O surgimento dos blogs facilitou a inserção de conteúdo pela população, já que nesse momento, não havia mais a necessidade de conhecimentos de programação, qualquer um poderia fazer um texto e publicar na web. Surgiram também as redes sociais e sites de compartilhamento de informação. Sendo assim, o que já estava certo, como sites de informação centralizada, foi criando uma nova regra. Assim como um mercado em construção, a indústria digital de notícias ainda busca rumos, pois a cada inovação, a cada tecnologia, há uma forma nova de comunicar com o seu público. Atualmente, a “Era da Mobilidade” entra em cena, possibilitando acessar conteúdos jornalísticos de celulares, smartphones e tablets, facilitando a vida do cidadão. Ainda sem um plano certo, muitas empresas trabalham na criação de aplicativos para atender a demanda. 6.3.Revistas Digitais para Tablet O tablet é um dispositivo eletrônico em formato de prancheta, ou bloco de notas. Nele é possível criar, editar e reproduzir diversos tipos de arquivos digitais. Além de executar programas, acessar a internet, jogar e muito mais. Isso tudo é feito através de uma tela plana, sensível ao toque, sem necessidade de mouse ou teclado. Apesar de ser uma tecnologia nova, a primeira demonstração dessa tecnologia ocorreu em 1956, com um bloco de anotações, sensível ao toque de uma caneta digital. Já o primeiro tablet a ser vendido foi o GRiDPad, da GRiDSystems, em 1989. Em 2002, a Microsoft lançou o Microsoft Tablet PC com sistema operacional Windows XP, já nessa época, havia revistas impressas que eram digitalizadas para serem lidas no tablet. Em 2003, foi inventada a tecnologia de toque pela empresa Fingerworks, tecnologia que foi utilizada pela Apple para o iPhone e o iPad.
  • 29. 28 Finalmente, em abril de 2010, foi lançado o iPad, primeiro tablet da Apple, só nos primeiros 80 dias, foram vendidos três milhões17. Isso ocorreu devida à similaridade do aparelho com o iPod e o iPhone, além de poder utilizar os mesmos aplicativos que eles. Tais aplicativos tinham inúmeras funções que as diferenciavam dos outros aparelhos semelhantes ao iPad, como os e-Readers, dispositivo eletrônico usado para leitura de textos. Normalmente, os arquivos eram no formato de ePub "um formato de arquivo para livros digitais (eBook) que podem ser abertos e lidos em praticamente qualquer leitor de livro eletrônico" (PLUVINAGE, 2011, p.10 apud VICENTINI, 2011, p.35) Esse primeiro contato com a leitura na mídia tablet tornou possível a leitura de histórias em quadrinhos interativas. A editora de quadrinhos norte-americana Marvel lançou seu aplicativo Marvel Comics, em abril de 2010, permitindo a leitura de suas histórias impressas na tela do iPad, mas com possibilidade de efetuar um zoom em cada quadrinho e adaptar a orientação de leitura horizontal e vertical. (PLUVINAGE, 2011, p.10). Em seguida, surgiu um formato de arquivo que incorporava conteúdo multimídia, interatividade e hipertextos, um documento com conteúdo textual, digital e com design gráfico. Criado pela Adobe Systems o Issue, formato de arquivo, foi desenvolvido por um conjunto de aplicativos e plug-ins Adobe Digital Publishing Suite. Com essa tecnologia, a primeira revista interativa digital, a Wired, foi lançada sua versão para download e leitura em iPads, em maio de 2010. A primeira edição foi distribuída gratuitamente e continha dois formatos de orientações, botões interativos, vídeos, hiperlinks e muito mais. Muitas outras revistas surgiram após este lançamento. No Brasil, a pioneira foi a revista Época que lançou sua primeira versão digital e interativa em outubro de 2010, no entanto, era como um aplicativo. No mês seguinte, a editora Abril lançava uma versão digital e interativa da revista Veja e se tornou a 17 (Arrais, Rosa. Mercado de tablets no Brasil foi o que mais cresceu em 2012, revela estudo da IDC. Em <http://br.idclatin.com/releases/news.aspx?id=1457>. Acesso em: 03 de maio de 2013)
  • 30. 29 primeira revista digital para tablet nacional. No entanto, todas eram uma releitura da versão imprensa. A primeira revista lançada exclusivamente para iPad foi a The Daily lançada em fevereiro de 2011, no Brasil. A Editora 247 lançou uma revista exclusiva para tablet disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, com conteúdo atualizado às 6h e às 20h. Diferente da versão americana, a Brasil 247 é gratuita. (Ibid., p.11) 6.4.Linguagem A principal característica em uma publicação periódica formatada para tablet e dispositivos móveis, "é a junção de elementos gráficos e editoriais de mídia imprensa com recursos digitais usados na narrativa e no jornalismo digital, que são os recursos interativos, hipertextuais e multimídia." (Ibid.) Sendo assim, uma versão digital, em PDF estático, não é uma revista digital. Claro que alguns elementos são básicos e semelhantes de revistas impressas, como:  Periodicidade - É preciso ter uma atualização constante. Mesmo que não seja em um curto período de tempo a análise precisa ser aprofundada e completa, ou seja, atualizada.  Segmentação - Revistas atingem um público-alvo de forma mais fácil que meios de comunicação de massa. "Com a redução de custos de produção de revistas digitais, será possível atingir públicos cada vez mais específicos. Quanto maior a personalização, maior será a relação de intimidade entre leitor e revista" (Ibid., p.12)  Portabilidade - A portabilidade de um tablet é semelhante de uma revista impressa, sendo até mais fácil de transportar do que um notebook ou netbook.  Identidade Gráfica - Uma revista tem uma identidade formada pelo logo, capa, tipografia, paleta de cores, diagramação, entre outros.
  • 31. 30 Outras características são apenas dos meios digitais:  Leitura Multimídia - Narrativa que combinam elementos estáticos com dinâmicos. Permitindo assim, uma experiência multissensorial.  Interatividade - Possibilidade de interagir com a mídia é uma marca da WEB 2.0.  Hipertexto - A leitura superou a linearidade, o leitor cria a sua própria experiência narrativa, por meio de links. Já algumas características são exclusivas das revistas digitais para tablet:  Orientação Dupla - a revista precisa ser lida em dois formatos: vertical e horizontal.  Profundidade - Uma revista digital precisa de uma nova dimensão, profundidade é essencial. Sendo assim, a revista para tablets se firma como um meio de comunicação ao misturar elementos da revista imprensa e do jornalismo digital. Confirmando assim a tendência da convergência do impresso para a nova tecnologia. Como seu histórico comprova a revista sempre procura a vanguarda: do surgimento da ilustração e das charges de adoção da fotografia e do fotojornalismo. Essa busca agora inclui a convergência com o digital e aponta para o paradoxo de uma nova mídia, na qual a regularidade das páginas da revista ganham brechas no tempo e espaço ilimitado do hipertexto. (Ibid., p.13)
  • 32. 31 7. Metodologia Para iniciar o trabalho de criação da revista, foi necessária uma pesquisa que identificasse o público alvo. A pesquisa utilizada foi a Pesquisa de Mercado que é uma ferramenta importante para obter informações sobre o mercado em que se pretende atuar. E, quanto maior for o conhecimento do mercado, melhor é o desempenho do projeto. Para melhor entender o Mercado ou o público alvo, as organizações devem dispor de informações relevantes sobre seu campo de atuação, seu negócio, sua concorrência e especialmente seu público. Por isso, o profissional da comunicação deve estudar para compreender o seu público e ser mais útil a ele. (CHIMEN, 2010, p. 02). Por ser tão importante, o valor dado a cada questão desenvolvida pode resultar em crescimento ou não do negócio. Partindo de uma real necessidade, o primeiro passo é identificar o público alvo e os objetivos da pesquisa. Ou seja, precisamos identificar o perfil do possível consumidor da revista, suas necessidades e desejos. O segundo passo é a definição da coleta de dados ou levantamento das informações necessárias para a realização da pesquisa. São informações que podem virar instrumentos para a tomada de decisões. Para identificar o público e levantar informações sobre eles, utilizaremos dois tipos de pesquisas: a bibliográfica e a quantitativa. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituída principalmente de livros e artigos científicos. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos 67 muito mais ampla que poderia pesquisar diretamente. (GIL, 1985. p. 65) Já a pesquisa quantitativa é que realiza a coleta de dados que definirão as editorias da revista. Segundo Gil, a pesquisa quantitativa é aquela em que tudo pode ser
  • 33. 32 quantificável, ou seja, a tradução de opiniões, expressões e informações em números para uma classificação e análise. O universo da pesquisa foi a comunidade de LGBT declarada do Brasil e, para tanto, foram utilizados os dados do Censo 2010, que nos revelou um total de 60.002 casais do mesmo sexo. Partindo dessa informação, foi selecionado um grupo de 166 pessoas, calculado através de um plano de amostragem que respondeu o questionário. Para chegar a este número foi feito um cálculo amostral no site Cálculo Amostral18. No cálculo, foi utilizado 10% de cálculo de erro e 99% de nível de confiança. Figura 1 - Cálculo Amostral Fonte:.calculoamostral.vai.la Nas pesquisas sociais é muito frequente trabalhar com uma amostra, ou seja, com uma pequena parte dos elementos que compõem o universo. Quando um pesquisador seleciona uma pequena parte da 18 SANTOS, Glauber Eduardo de Oliveira. Cálculo amostral: calculadora on-line. Disponível em: <http://www.calculoamostral.vai.la>. Acesso em: 09 de maio de 2013.
  • 34. 33 população, espera que ela seja representativa dessa população que pretende estudar. (Ibid.. p. 99) O meio de publicação da pesquisa utilizado foi a internet, especificamente o Google Docs, um pacote de produtos que permite criar diferentes tipos de documentos e pesquisas. Primeiramente, ele foi escolhido pela facilidade de elaboração e disseminação da pesquisa. No entanto, a internet se tornou o meio perfeito para uma pesquisa de mercado para uma revista digital, visto que grande parte do público já está presente na web. Além de ser barato e rápido, os questionados não dispuseram de muito tempo. Entre as principais vantagens das entrevistas estruturadas estão a sua rapidez e o fato de não exigirem exaustiva preparação dos pesquisadores, o que implica custos relativamente baixos. Outra vantagem é possibilitar a análise estatística dos dados, já que as respostas obtidas são padronizadas. (Ibid. p. 120)
  • 35. 34 8. Cronograma Previsão das ações que serão tomadas para a busca das fontes de informação, seleção da técnica para coleta de dados, realização do trabalho de campo e o processamento das informações. Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Cronograma de Produção Desenvolver Pré- projeto x x x x X Adquirir Material Produção x X x x Coleta de Dados x x X x x Captação de Imagens x x x x Apuração x x x Diagramação da Revista x x x Elaboração do Relatório final x x Revisão do Texto x x Entrega do TCC x
  • 36. 35 9. Referência Bibliográfica CHIMEN, Rivaldo. Introdução à Comunicação Empresarial. São Paulo: Saraiva, 2010. FERRARI, Pollyana. Jornalismo Digital. São Paulo: Contexto, 2009. FRANCO, Reinaudo; BACELLAR, Laura O mercado GLS: como obter sucesso com o segmento de maior potencial da atualidade. São Paulo: Ideia & Ação, 2008. GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª Edição. São Paulo: Atlas,1985. NUNAN, Adriana Homossexualidade: do preconceito aos padrões de consumo. Rio de Janeiro: Caravansarai 2003. PÉRET, Flávia. Imprensa Gay no Brasil. São Paulo: Publifolha, 2011 PLUVINAGE, Jean-Fréderic A progressão da Revista Impressa para sua Versão Digital na Mídia Tablet. São Paulo: INTERCOM, 2011 SAMWAYS, Daniel Trevisam. Censura à imprensa e a busca de legitimidade no regime militar. Rio Grande do Sul: ANPUH, 2012 SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. São Paulo: Contexto, 2004. 75 TREVISAN, João Silvério. Devassos no paraíso: A homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade. 7ed., Rio de Janeiro: Record 2007
  • 37. 36 10.Anexos 10.1. Projeção de Capítulos 1. Introdução (abordado nas páginas de 8 à 9 deste trabalho) 1.1.Descrição do Projeto. 2. Tema (abordado nas páginas de 10 à 20 deste trabalho) 2.1.Vou falar sobre a imprensa feita para homossexuais. 2.2.O conceito da liberdade sexual. 2.3.O Snob primeira publicação não oficial voltado ao público gay. 2.4.O Lampião da Esquina primeiro jornal publicado voltada aos homossexuais. 2.5.Período de Aids no Brasil e o Preconceito. 2.6.Imprensa homossexual feminina. 2.7.Chegada da Internet 2.8.Século XXI. 3. Modalidade (abordado nas páginas de 27 à 35 deste trabalho) 3.1.Revista Digital para Mídia Tablet 3.2.Jornalismo de Revista - do surgimento a atualidade. 3.3.Jornalismo Digital. 3.4.Revista Digital para Tablet. 3.5.Linguagem da mídia portátil. 4. Metodologia (abordado nas páginas de 36 à 38 deste trabalho) 4.1.Métodos de pesquisas utilizados. 4.2.Pesquisa Bibliográfica. 4.3.Pesquisa Quantitativa. 4.4.Resultado da Pesquisa. 5. Planejamento Gráfico - Revista Queen 5.1.Definição do Nome 5.2.Logotipo 5.3.Padrão Gráfico 5.4.Diagramação 5.5.Cores 5.6.Tipologia
  • 38. 37 5.7.Linha Editorial 6. Revista Digital 6.1.Formatos 6.2.Tamanhos 6.3.Exibição 6.4.Definição de receita 10.2. Anexo 2 - Questionário Como você se considera? * ( ) Lésbica ( ) Gay ( ) Bissexual ( ) Travesti ( ) Transexual ( ) Transgênero ( ) Simpatizante Qual sua idade? * ( ) Menor de 18 anos ( ) Entre 19 - 30 anos ( ) Entre 31 - 40 anos ( ) Entre 41 - 50 anos ( ) Mais de 50 anos Qual sua renda mensal? * ( ) Até 1 salário mínimo ( ) 2 - 3 salários mínimos ( ) 4 - 5 salários mínimos ( ) 6 - 7 salários mínimos ( ) acima de 8 salários mínimos Qual sua escolaridade? *
  • 39. 38 ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( ) Pós - Graduação ( ) Mestrado Qual seu ramo de atuação? * ( ) Alimentação ( ) Automobilismo ( ) Consultoria/ Serviços ( ) Beleza e Estética ( ) Governo ( ) Saúde ( ) Informática ( ) Vestuário e Moda ( ) Educação ( ) Outros Se Outros, qual? Quais meios você utiliza para se atualizar? * ( ) Amigos e família ( ) Cursos e palestras ( ) Internet ( ) Livros ( ) Revistas ( ) Jornais ( ) TV ( ) Rádio ( ) Outros Se Outros, qual?
  • 40. 39 Por quais assuntos você mais se interessa? * ( ) Fofocas ( ) Cinema, Novelas e Séries ( ) Esportes ( ) Economia ( ) Tecnologia ( ) Politica ( ) Religião ( ) Música ( ) Saúde ( ) Beleza e Comportamento ( ) Moda ( ) Atualidades ( ) Sexo ( ) Outros Se Outros, qual? Na sua opinião, falta de opção de entretenimento ao público LGTB? * ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? O que acha de uma publicação digital voltada ao público LGBT? * ( ) Interessante ( ) Boa ideia ( ) Tanto faz ( ) Má ideia ( ) Desnecessário
  • 41. 40 Você já conheceu, ou frequentou, algum lugar que tivesse um atendimento diferenciado ao público LGTB? * Por exemplo: lojas, bares, hotéis, etc. ( ) Sim ( ) Não Se Sim, qual? Gostou do atendimento. Se Não, gostaria? Quais tipos de serviços você acha que seria importante o investimento, não só financeiro mas social para o público LGBT? * ( ) Turismo ( ) Saúde ( ) Educação ( ) Segurança ( ) Alimentação ( ) Comércio ( ) Transporte ( ) Cultura ( ) Outros Se Outros, qual? Você já sofreu algum tipo de preconceito por causa de sua orientação sexual? * ( ) Sim ( ) Não