O documento discute o surgimento e características das vanguardas artísticas europeias e brasileiras no início do século XX. Apresenta os principais movimentos vanguardistas na Europa antes da Primeira Guerra, como o Futurismo, Cubismo, Expressionismo e Dadaísmo, e seu desenvolvimento no Brasil a partir da Semana de Arte Moderna de 1922. Também destaca artistas pioneiras do Modernismo brasileiro como Anita Malfatti.
3. Na Europa, as primeiras manifestações
surgiram antes da Primeira Guerra
Mundial (1914-1918).
No Brasil, o movimento modernista
consolidou-se apenas na década de
1920, após a realização da Semana de
Arte Moderna.
4. Do francês avant-garde, a palavra
vanguarda significa “o que estar a frente, a
diante ”
Artística ou politicamente, vanguardas são
grupos ou correntes que apresentam uma
proposta e/ou uma prática inovadoras.
5. Na Europa não houve uma semana de
arte moderna uniforme. Houve, sim, um
conjunto de tendências artísticas com
propostas específica.
Paris – centro cultural da época e difusor
das ideias artísticas para o mundo
ocidental.
6. Negação das obras artísticas do passado.
Ruptura formal com os princípios
estéticos do passado.
Invenção de novas técnicas, novos
objetos estéticos.
Experimentalismo.
Agressão ao público.
Simplificação na representação das
imagens.
7. Avanço científico e tecnológico;
Supervalorização do progresso e o
enaltecimento da máquina;
Crise do Capitalismo– Primeira Guerra
Mundial (1914);
Final da chamada Belle époque;
8. Após a publicação, em 1909, do Manifesto
Futurista, que define o perfil ideológico do
movimento, Marinetti lançou, em 1912, o
manifesto da literatura Futurista, cujas
propostas representam uma verdadeira
revolução literária.
9. Palavras em liberdades;
Uso de verbos no infinitivo;
Abolição aos adjetivos e advérbios;
Uso de substantivo duplo – mulher-golfo;
Uso de sinais matemáticos;
Destruição do eu psicologizante;
10. À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
(...)
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos, calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
13. O movimento cubista teve início na
França, em 1907, com o quadro Les
demoiselles d’ Avignon,(As senhoritas de
Avignon), do pintor espanhol Pablo
Picasso.
Em torno de Picasso e do poeta francês
Apollinaire formou-se um grupo de artistas
que cultivaria as técnicas cubistas.
14. O cubismo pictórico -
Les demoiselles
d’Avignon (1907), de
Picasso. As
mulheres da
esquerda identifica-
se com a cultura
ibérica e da direita
revelam influência da
arte negra, que o
pintor vinha
pesquisando.
15.
16.
17. Essa técnica cubista corresponde à
fragmentação da realidade, à
superposição e simultaneidade de planos
– por exemplo, reunião de assuntos
aparentemente sem nexo, mistura de
assunto, espaços e tempos
diferentes, ilogismo, humor.
18. HÍPICA
Saltos records
Cavalos de Penha
Correm jóqueis de
Higienópolis
Os magnatas
As meninas
E a orquestra toca
Chá
Na sala de coctails.
(Pau-Brasil. 2. ed. São Paulo: Globo, 2003. p.173.)
19. Alemanha e França (fauvismo), fins do
século XIX e início do século XX.
Diz Giulio Argan: “o Expressionismo se
põe como antítese ao Impressionismo,
mas o pressupõe: ambos são movimentos
realistas, que exigem a dedicação total do
artista à questão da realidade, mesmo que
o primeiro a resolva no plano do
conhecimento e o segundo no plano da
ação”.
20. A arte não é imitação. É criação subjetiva, livre, é
expressão dos sentimentos;
A realidade que circunda o artista é horrível e, por
isso, ele a deforma ou a elimina, criando a arte
abstrata;
A razão é objeto de descrédito;
A arte é criada sem obstáculos convencionais, o
que representa um repúdio à repressão social;
A vivência da dor deriva do sentido trágico da vida
e causa uma deformação torturada;
A arte se desvincula do conceito de belo e feio e
torna-se uma forma de contestação.
21. Linguagem
fragmentada, elíptica, constituída de
frases nominais, às vezes até sem sujeito;
Despreocupação quanto à organização do
texto em estrofes, ao emprego de rimas ou
à musicalidade;
Combate à fome, à inércia e aos valores
do mundo burguês.
22. NECESSIDADE DE
INTERPRETAR A
REALIDADE DE UM
MODO INÉDITO
PERÍODO DE
INQUIETAÇÃO, CONTR
ADIÇÃO E
INSATISFAÇÃO
23. Cantos e metrópoles, levianas febris,
Terras descoradas, pólos sem glória,
Miséria, heróis e mulheres da escória,
Sobrolhos espectrais, tumulto em carris.
Soam ventoinhas em nuvens perdidas.
Os livros são bruxas. Povos desconexos.
A alma reduz-se a mínimos complexos.
A arte está morta. As horas reduzidas.
(Apud Lúcia Helena. Movimentos da vanguarda europeia. São Paulo: Scipione, 1993. p.33.
24. Suíça – Tristan Tzara e outros artistas do
“Cabaré Voltaire” (1916).
O mais demolidor e radical movimento de
vanguarda;
A guerra desvendou a barbárie por trás da
civilização burguesa ocidental. Era necessário
desmascarar os valores ditos civilizados.
26. O Dadaísmo caracteriza-se pela
agressividade, pela improvisação, pela
desordem, pela rejeição ao tipo de
racionalização e equilíbrio, pela livre
associação das palavras e pela invenção
de palavras com base na exploração do
seu significante.
27. Pegue um jornal.
Pegue uma tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a
[seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam
[esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas
[do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma
[sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do
[público.
30. França – André Breton (1918).
O surreal subjaz à noção de “real” até então
conhecida;
Acrescenta-se à razão a imaginação, o
sonho e a fantasia criadora do inconsciente;
Diz Breton: “Creio na resolução futura
desses dois estados, aparentemente tão
contraditórios, tais sejam o sonho e a
realidade, em uma espécie de realidade
absoluta, de super-realidade, se assim se
pode chamar”.
31.
32. Mamãe vestida de rendas
Tocava piano no caos.
Uma noite abriu as asas
Cansada de tanto som,
Equilibrou-se no azul,
De tonta não mais olhou
Para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos.
In: MENDES, Murilo.. Poesia Completa e Prosa. Organização, preparação do texto e notas, por
Luciana Stegagno Picchio. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995.
33.
34. Criação da revista de artes O
Pirralho, dirigida por Oswald de Andrade e
Emílio de Menezes, em 1911;
A exposição de obras do pintor russo Lasar
Segall, em 1913;
Fundação da revista Orpheu, em Portugal;
Publicação, em 1917, de várias obras de
poesias, entre elas Há uma gota de sangue
em cada poema, Mário de Andrade e A cinza
das horas, de Manuel bandeira.
35.
36. Ocorreu em São Paulo no Teatro Municipal
da cidade nos dias 13,15 e 17 de fevereiro
de 1922.
Foram apresentadas leituras de poemas,
dança, música e palestras sobre
modernidade.
37.
38.
39. ANITA MALFATTI
“A estudante”, um
dos quadros
apresentados por
Anita Malfatti na
polêmica exposição
de 1917 (Museu de
Arte de São Paulo).
40. ANITA MALFATTI – O
HOMEM AMARELO
RITMO (TORSO) (1915-6)
DE ANITA MALFATTI