O documento fornece informações sobre a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). Em 3 frases:
A EAV é uma das maiores escolas de arte da América Latina localizada no Rio de Janeiro, que oferece cursos gratuitos e pagos em diversas modalidades artísticas de forma flexível. A escola atrai um público heterogêneo e funciona com o objetivo de estimular a arte acima de tudo, oferecendo um ambiente inspirador para o contato entre pessoas e a exploração artística. No
EAV Parque Lage: briefing de criação para otimizar divulgação
1. Briefing de criação
ESPM | Pós-graduação em Comunicação Integrada | Junho de 2011
Comunicação Mercadológica | Prof. Roberto Torterolli
Adriana Mello, Fernanda Castelo Branco, Fernanda de Lima e Gustavo D’Avila
2. Sobre a EAV
Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Voltada prioritariamente para o campo das artes
visuais contemporâneas, com ênfase em seus
aspectos interdisciplinares e transversais. Abrange
também outros campos de expressão artística
contemporânea (música, dança, cinema, teatro),
assim como literária (literatura, poesia), vistos em Público heterogêneo
suas relações com a visualidade. As atividades da • Artistas em formação/ aperfeiçoamento
EAV contemplam tanto as práticas artísticas como • Curadores, pesquisadores e produtores
seus fundamentos conceituais. • Universitários e profissionais de outras áreas
• Curiosos interessados em artes
• Crianças e jovens (de 3 a 16 anos)
Principais dados
• Uma das maiores escolas de arte da América Latina, fundada em 1975
• Vinculada à Secretaria de Estado de Cultura
• Localizada no Jardim Botânico, bairro nobre da Zona Sul carioca
• Mansão tombada pelo IPHAN como patrimônio histórico e paisagístico
• Escola aberta, com cursos gratuitos e pagos, oferece “percursos de formação”
• Já soma 2.200 alunos, mas está com capacidade ociosa nos 3 turnos
• Polo cultural, realiza exposições e eventos
• Possui biblioteca e núcleo de documentação
3. Um lugar plural
Passeio ao ar livre
Abertura da exposição Entre-vistas
Arte Sonora Shakesparque
Cine Lage
Visita escolar
Verão Cultura Urgente Café du Lage
7. Cenário
A cidade do Rio de Janeiro possui mais
de 40 espaços culturais, localizados em
sua maioria na região central e Zona Sul.
Centros culturais e museus são ambientes
de divulgação e apreciação de arte, de
educação e formação de público.
CCBB
Não devem ser vistos necessariamente
concorrentes da EAV, pois não funcionam Ranking divulgado pela revista britânica The Art
como escola de artes visuais. Newspaper apresenta o Centro Cultural Banco
do Brasil do Rio de Janeiro como o 14° museu
Ao contrário, eles indicam que há espaço mais visitado do mundo. A revista ainda elenca
para um artista crescer na cidade. exposições realizadas no país que obtiveram
MAM visitação expressiva. Entre as exposições
destacadas, cinco foram realizadas no Rio.
O aumento do público em exposições é contínuo.
Em 1995, o público mensal do CCBB Rio era
estimado em 190 mil. Em 2010, somente três
exposições foram responsáveis por mais de 1,2
milhão de visitas.
8. Concorrência
Telelistas.net apresenta cerca de
50 cadastros na categoria
“escolas de arte” (RJ) mas poucas
dessas empresas se dedicam ao
ensino de artes visuais.
Concorrentes não oferecem formação completa, maior
parte são cursos focados em desenho ou em fotografia
9. Entrevista com Charles Watson
professor da EAV
Ao falar sobre seus alunos, Charles Watson enfatiza que seu objetivo não é formar artistas.
Que eles se tornem artistas é uma consequência. Ele é um educador e quer expandir o
conhecimento, transformar a maneira de pensar (...)
Quando questionado sobre o funcionamento da escola, Charles Watson diz que é bastante
desorganizada, que não tem nada a ver com o sistema europeu. É uma escola aberta, que
não confere diploma e que não tem um processo admissional definido. Para ele, a EAV
Parque Lage é um ambiente de convivência, mais que uma escola de arte.
Watson diz que a escola mudou muito desde os anos 80, já não tem a mesma importância,
mas que ainda forma artistas. O enfraquecimento do papel da Escola é atribuído à internet e
ao acesso a diferentes informações que ela proporciona.
O público da escola tem origens e formações diversas, mas a maior parte é de classe média
e alta. Provavelmente as pessoas de áreas mais pobres não frequentam a escola porque não
têm nem mesmo acesso à educação fundamental. Watson acredita que a educação ainda é
uma questão crítica no Brasil e que precisa de grandes investimentos.
Livremente traduzido a partir de texto publicado em inglês. Entrevista de Charles Watson ao grupo de pesquisadores e
estudantes da universidade italiana de Bocconi. Disponível em: http://studytourbrazil.wordpress.com/rio-de-
janeiro-2/escola-de-artes-visuais-do-parque-lage/ Acessado em 13/06/11.
10. Observação in loco
• Fim de semana é quando o Parque Lage fica mais cheio e a secretária do
curso não funciona;
• Tem um mural com as informações do curso, mas muito informativo e
pouco atrativo para o público de fora;
• O livrinho falando sobre os cursos não fica em um lugar visível ao público;
• Muita gente vai visitar o Parque Lage sem conhecer a EAV;
• O público que conhece a EAV é quem vai para ver as exposições e
realmente gosta ou trabalha com arte;
• Público que vai tomar café da manhã muitas vezes fica sabendo dos
cursos na hora;
• Uma menina tinha interesse em fazer o curso para aprender a técnica,
mas o horário não era bom;.
• Uma mãe estava lendo o livro dos cursos e ia levar para o filho que tem
interesse em artes.
11. Entrevistas com público potencial
“Nunca fiz curso lá, mas sei que são bons”
Pedro (estilista, 24 anos)
Márcio (advogado, 31 anos)
Apesar de localizada em via movimentada
Tem a fotografia como hobby e gosta de
na Zona Sul, acha a EAV fora de mão.
fotografar natureza. Só conhece a EAV porque
Considerando os locais em que ele mora
gosta de frequentar o Parque Lage (fins de
(Santa Teresa) e trabalha (Botafogo), não
semana), mas não sabe muito sobre os cursos.
vê como encaixar a EAV na rotina.
Frequenta eventos no Parque Lage,
principalmente de moda, festas,
Daniel (artista 2D para games, 33 anos)
lançamentos, peças de teatro.
Ilustrador formado em design gráfico, trabalha
desenvolvendo arte para vídeo games, personagens,
cenários e interfaces. Não identifica na EAV cursos
Jandê (ilustrador, 25 anos)
que possam acrescentar à sua atuação profissional.
“A maioria dos cursos é para níveis menos Já fez bacharelado na Escola de Belas
avançados, outros são mais voltados para artistas Artes (UFRJ), não busca outros cursos de
plásticos”. artes. “Quem não é estudante ou artista
profissional faz o que da vida para poder ir
Cursos que despertavam sua curiosidade (caligrafia,
pintar no meio da tarde em dia de
aquarela e encadernação artesanal) já não fazem
semana?”
parte do portfólio da Escola.
12. Entrevistas com ex-alunos
(os satisfeitos)
Iara (atriz e estudante de arquitetura, 23 anos) Marcelo (bioquímico, 23 anos)
Cursou Design de Exposições (2009) e Fez o curso de Experiência em Desenho,
Cenografia e Indumentária (2010/11). Também em janeiro de 2011. Também tem
tem interesse no curso de Iluminação. Valoriza a interesse no curso de fotografia, além de
qualidade técnica dos cursos de produção, que outros cursos de desenho.
são difíceis de achar.
Vê a EAV Parque Lage como uma escola
“É um ambiente que favorece o contato com as diferenciada pela orientação dos cursos,
pessoas, os professores são atenciosos e há um voltados para explorar a arte ao invés de
senso de comunidade muito forte” apenas expor as técnicas.
“Os cursos que eu fiz complementam um pouco Gostaria que houvesse maior
a minha formação em arquitetura, mas ao disponibilidade de horários e datas
mesmo tempo trazem um foco maior em outras (abertura de turmas) para os cursos.
artes, então eu acho bem interessante”
13. Entrevistas com ex-alunos
(os críticos)
Raquel (estudante de radialismo e cinema, 24 anos)
Fez curso de fotografia no verão e agora está fazendo curso de fotografia iniciante.
Queria que tivesse mais cursos gratuitos ou com desconto. “Entendo que alguns
cursos precisem ser pagos, mas é que eu não posso pagar”.
“Como alguns cursos são muito procurados, especialmente os gratuitos, a gente
passa por processo de seleção, mas fica sem saber ao certo quais são os critérios”.
Adrianna (designer editorial, 25 anos)
Fez o curso Processo Criativo, em 2007. Tem interesse em cursos de desenho e
pintura.
Acha que a EAV enquanto escola já foi mais bem estruturada e que os recursos são
muito mal explorados, os cursos poderiam ser muito melhores, muito mais variados. E
muito mais divulgados também: “eles têm um centro multimídia do qual quase ninguém
ouviu falar”.
Acredita que investimento em divulgação, com material de qualidade, poderia contribuir
para angariar recursos para ser ainda melhor e para reconquistar “o requinte e o nome
que tinha antigamente”.
14. Análise da EAV
Pontos fortes Pontos fracos
- ambiente multidisciplinar desorganização -
- importância histórica processo admissional não é claro -
- eventos diversos e efervescência cultural cursos pagos são caros -
- reconhecida e recomendada pouca disponibilidade de cursos -
- local inspirador não confere diploma -
- senso de comunidade
- estrutura completa (ateliês e laboratórios)
- domínio técnico
- bons professores
Algumas sugestões
- criação de projetos interdisciplinares
- melhor aproveitamento da capacidade dos laboratórios
- orientação educacional (percurso de formação)
- transparência nos processos de admissão e gestão
15. O melhor da EAV
“Os alunos não necessariamente querem ser
artistas. Às vezes, as pessoas simplesmente Horários flexíveis
Parque público
querem explorar um viés artístico da vida
Eventos diversos
”
ou da área profissional delas
Pedro (estilista, 24 anos)
“ Gosto muito do espaço, gosto muito da proposta de
Grade flexível estimular sempre a arte acima de tudo
”
Adrianna (designer editorial, 25 anos)
Contato com a natureza
“
Ao falar sobre seus alunos, Charles Watson enfatiza que seu
objetivo não é formar artistas. Que eles se tornem artistas é Diversas modalidades artísticas
uma consequência. Ele é um educador e quer expandir o
conhecimento, transformar a maneira de pensar (...)
”
Blog de um grupo da universidade italiana de Bocconi
Escola aberta
Atividades livres
Público heterogêneo
“ O curso não tenta padronizar os alunos e o que eles
produzem. Há espaço para conhecer as técnicas e
Cursos gratuitos cada um explora à sua própria maneira
”
Marcelo (bioquímico, 23 anos)
Favorece o contato com as pessoas