Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Memorial tfg
1. INTRODUÇ.ÃO 一(1)
OBJETIVO 四(4)
JUSTIFICATIVA 五(5)
HISTÓRICO 九(9)
A vinda dos japoneses para o Brasil 九(9)
Breve história do município de Suzano. 十三(13)
A Imigração Japonesa em Suzano. 十五(15)
ANÁLISE DO ENTORNO 十九(19)
A Imagem da Cidade: uma análise sobre Suzano. 十九(19)
O Município de Suzano 二十七(27)
Análise do Terreno 二十九(29)
Legislação, uso e ocupação do solo 三十五(35)
ARQUITETURA JAPONESA 四十二(42)
Arata Isozaki 四十四(44)
Tadao Ando 四十四(44)
Toyo Ito 四十五(45)
2. 1
ENTENDENDO O JAPÃO 四十八(48)
História e Cultura do Japão. 四十八(48)
JAPOP, a cultura pop japonesa 五十一(50)
Datas comemorativas 五十五(55)
PROGRAMA DE NECESSIDADES 五十七(57)
REFERÊNCIAS DE PROJETO 七十(70)
Biblioteca Alceu Amoroso Lima, São Paulo. 七十(70)
Centro Cultural Vergueiro, São Paulo. 七十二(72)
Midiateca de Sendai, Japão. 七十五(75)
Parabola House, Japão 七十六(76)
Knot House, Japão. 七十七(77)
PROJETO: CENTRO CULTURAL JAPONÊS 七十九(79)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 八十六(86)
一
3.
4. 1
INTRODUÇÃO
No Brasil a influência dos japoneses é muito grande devido à imigração que se
iniciou no século passado, sendo que em 2008 comemoraram-se os 100 anos dessa relação
Brasil-Japão. No país surgiram grandes colônias japonesas que contribuíram para
organização de associações agrícolas, esportivas e culturais que no inicio eram voltados
para os próprios imigrantes como uma forma de integração e entretenimento, mas com o
tempo tornaram-se meios de difundir essa cultura e tradição para os brasileiros.
Suzano é uma cidade que recebeu seus primeiros imigrantes japoneses em 1921
(fazendo 90 anos da imigração japonesa na cidade neste ano de 2011) e foi considerado
município independente em 1948, ou seja, a influência japonesa está presente desde sua
formação. Na sociedade, na política e na economia a presença de descendentes japoneses
na cidade é marcante, além da forte presença, culturalmente, através de eventos e festas
tradicionais que ocorrem anualmente (a festa mais tradicional da cidade que ocorre todo
mês de julho é a Festa da Cerejeira, organizada por entidades ligadas à tradição japonesa e
recebe apoio da prefeitura municipal).
Na arquitetura, o Japão é reconhecido mundialmente pelos seus templos religiosos,
palacetes imperiais e as antigas casas tradicionais japonesas que tinham em comum o uso
da madeira e outros elementos naturais como a pedra.
No mundo contemporâneo, alguns arquitetos japoneses com referência internacional
(por exemplo, citando apenas alguns nomes, Kenzo Tange, Arata Isozaki, Tadao Ando)
一
5. 2
sofreram influências do modernismo de Le Corbusier. Atualmente a expressividade da
arquitetura japonesa concentra-se em alguns arquitetos que se destacam em suas
particularidades (alguns citados no decorrer deste trabalho), porém sem possuir
características em comum para unificar-se e se estabelecer com um movimento
arquitetônico no país. O grande atrativo dessa arquitetura é o contraste entre o tradicional e
o contemporâneo, fato que ocorre não somente na arquitetura, mas também na sociedade
japonesa. No Japão há a mistura entre templos antigos e prédios modernos e de alta
tecnologia, e o mesmo é visto na sociedade, no qual os japoneses lidam com suas raízes
tradicionais de uma cultura antiga e milenar com novas tendências contemporâneas sem
gerar conflitos.
Para este trabalho, o Japão é o objeto de estudo tanto nas questões culturais
(tradicional e contemporânea) como arquitetônicas. No mundo atual, o Japão se difundiu na
sociedade ocidental através tanto de sua cultura pop1 como a mais tradicional, exemplificado
pelos desenhos, brinquedos, filmes, arte, culinária, costumes, entre outros, presente em
nosso cotidiano.
No período do Xogunato2 (1185-1868), no Japão, no qual vivia um período similar ao
feudalismo na Europa, o país viveu um grande enriquecimento cultural (grandes obras de
1
JAPOP: cultura de massa, popular japonesa. Melhor explicado na pág. 42 (四十二)
2
Xogunato: termo em português que se refere ao regime feudal comandado por figuras militares existente no
Japão do Período de 1192-1868. A palavra deriva-se do termo japonês [将軍] xogum que significa “comandante
do exército”.
二
6. 3
artes surgiram neste período) no Xogunato Tokugawa (1603-1868), devida ao isolamento e
falta de contato com o mundo exterior, houve um grande crescimento e enriquecimento
cultural próprio, sem interferências externas. Apenas após a Revolução Meiji (Era Meiji
1868-1912), com a abertura dos portos, o mundo ocidental voltou-se para o Japão, tomando
conhecimento dessa cultura nova e tão diferente da ocidental.
Além disso, destaca-se a importância dos brinquedos produzidos no Japão para o
seu reconhecimento no mundo ocidental, através das exportações. Como o governo japonês
dava grande importância à educação primária havia uma grande preocupação em
confeccionar brinquedos atrativos para esse público. Mas somente após a Segunda Guerra
Mundial, esses produtos chegaram massivamente às crianças no ocidente, criando-se
ícones da cultura pop japonesa, como por exemplo, Godzilla, Hello Kitty, a marca Nintendo,
além dos aparelhos eletrônicos e tecnológicos.
Hoje em dia o mundo é cercado pela animação e cinema japoneses (como o Estúdio
Ghibli, de Hayao Miyazaki e Akira Kurosawa, um grande expoente do cinema japonês que
influenciou diversos cineastas ocidentais) e através dessas mídias foram capazes de
transmitir ainda um pouco dessa cultura tradicional e antiga e, ao mesmo tempo, se misturar
a cultura pop e atual do Japão.
O enfoque deste trabalho é criar um Centro Cultural Japonês na cidade de Suzano,
devido às influências dos imigrantes japoneses no município, que busque relacionar o
tradicionalismo japonês com essa cultura de massa cada vez mais popular no mundo
ocidental, através de atividades que abrangem seu programa, além de se expressar na
própria arquitetura da edificação.
三
7. 4
OBJETIVO
O objetivo deste Trabalho Final de Graduação é difundir a cultura japonesa e estreitar
as relações entre os descendentes, do qual compõe 10% da população (de crianças a
adultos) da cidade de Suzano. Com atividades culturais que divulguem a cultura tradicional e
milenar do Japão, como a Cerimônia do Chá e o Shodô (arte da caligrafia), e espaços como
uma gibiteca e midiateca para divulgar o Japão contemporâneo e sua cultural atual. A
intenção é desenvolver um projeto de Centro Cultural para agregar esses espaços e juntar
os valores antigos e atuais e demonstrar um pedaço de uma cultura tão rica que vive em
meio a contrastes que é o Japão.
Além disso, busca-se entender a cultura, tanto tradicional como contemporânea,
assim como a arquitetura japonesa atual com a finalidade de adaptar-se a realidade
brasileira e criar um projeto que una seu programa à edificação.
四
8. 5
JUSTIFICATIVA
A cidade de Suzano, no Estado de São Paulo, é composta por
três grandes regiões: Boa Vista, ao norte; Centro e Palmeiras, ao sul
(fig.1). Ao norte, a região de Boa Vista é uma área adensada, composta
principalmente por conjuntos habitacionais populares, pequenos lotes e
população de baixa renda. A região Sul é uma APM – Área de Proteção
de Manancial, predominantemente rural, composta por pequenos
bairros e propriedades entre sítios e chácaras. Em ambas as regiões já
existem atividades culturais em desenvolvimento, como peças teatrais,
Fig.1 – Divisão de Suzano.
concertos, eventuais oficinas de artesanato, aulas de desenho e Fonte: Prefeitura.
pintura. (fig. 2 a 4)
Já na região do Centro, apesar de ser mais desenvolvida e estruturada, existe uma
carência de um equipamento que ofereça melhores condições de lazer e cultura para a
população de Suzano como um todo, pois, devido a sua localização, a região central é o
ponto de convergência de todo o fluxo de trabalho, serviço e comércio em geral. (fig.5)
Fig. 2 - Centro Cultural 1: Centro Fig. 3 - Centro Cultural 2: Centro Fig. 4 - Centro Cultural 3: Centro
Cultural Boa Vista. Cultural Colorado. Cultural Palmeiras.
五
9. 6
Centro Cultural 1 1
Ginásio
Região Central Biblioteca
1
Centro Cultural 2
Teatro
Centro Cultural 3 Equipamentos de Saúde
Educação
Cultura/ Esporte
Fig.5 – Recorte da Região Central: Atividades culturais e equipamentos
públicos em Suzano. Assinalado terreno escolhido.
六
10. 7
Nesta região, de acordo com o levantamento executado, existe um teatro, uma
biblioteca, um ginásio poliesportivo e um galpão no qual são oferecidas oficinas de teatro e
realizadas algumas apresentações, sendo estes, todos os equipamentos pertencentes ao
município (fig.6 a 8).
Fig.6– Ginásio Paulo Portela. Fig.7– Biblioteca Municipal. Fig.8 – Teatro Municipal.
Fonte: site prefeitura. Fonte: site prefeitura. Fonte: site prefeitura.
– Centro Cultural Boa Vista.
A proposta deste
Fonte: site prefeitura. trabalho é criar um Centro Cultural que manifeste e divulgue a
cultura japonesa de acesso a todos. Por isso, foi escolhida a região central da cidade, pois
além de possuir a facilidade do transporte público (fig.9), é uma área de fácil circulação tanto
para veículos como pedestres e não possui nenhuma atividade relacionada à cultura
japonesa de grande relevância.
七
11. 8
Fig.9 – Linhas de ônibus. A região 8, centro, é a área mais atendida pelo transporte coletivo.
Fonte: site prefeitura.
八
12. 9
HISTÓRICO
A vinda dos japoneses para o Brasil
Para descrever e entender o movimento migratório dos japoneses para o Brasil é
necessário primeiramente entender a situação e os motivos que os levaram a deixar seu
país de origem e enfrentar uma longa viagem e um futuro incerto num país totalmente
desconhecido para eles.
Por mais de dois séculos o Japão viveu isolado do restante do mundo. Nesta
época o país vivia num sistema feudal denominado Xogunato, sob o comando do xogum
(senhor feudal) Tokugawa. Devido ao isolamento sua economia estava estagnada, então em
1854, com o governo fragilizado, os americanos, a base da força e superioridade bélica,
facilmente abriram os portos japoneses e ali estabeleceram a primeira embaixada no país. A
partir deste momento culminou-se uma crise interna com revoltas e batalhas a fim de
restaurar o poder do imperador e modernizar o Japão. (SAKURAI, 2007)
Em 1868 dava-se início a Era Meiji (1868-1912), revolucionando o país, trazendo
modernidade e novas estruturas políticas, enriquecendo a burguesia emergente adotando o
método econômico ocidental. Porém, essa riqueza foi para poucos, pois a maior
preocupação do país na época era se fortalecer no setor bélico para poder competir com a
situação ao qual o resto do mundo se encontrava, deixando questões sociais em segundo
plano. Nesse período ainda havia um número maior da população vivendo nos campos, mas
九
13. 10
com os altos impostos, sem a ajuda do governo, muitos migraram para a cidade em busca
de emprego e melhores condições de vida. No entanto, apesar disso, o Japão que é apenas
um arquipélago, logo se viu super povoado, então o governo japonês encontrou como
alternativa o incentivo a emigração para outros países. Em 1883 houve oficialmente a
primeira emigração para a Austrália, logo em seguida, ganhando força, houve movimentos
emigratórios para o Canadá, Estados Unidos e Peru. (SAKURAI, 2007)
Já no Brasil, em 1888 por pressões externas foi abolida a escravidão, porém a
economia do país se baseava na cafeicultura e no trabalho escravo. Com a abolição da
escravatura, o Brasil viu-se obrigado a suprir essa falta de mão-de-obra. No início houve a
imigração de europeus, mas devido às condições subumanas alguns países europeus
impediram por anos a vinda de seus conterrâneos para o país. (SAKURAI, 2007)
Enfim, em 1895, Brasil e Japão assinaram um tratado no qual passaram a
desenvolver relações diplomáticas e a negociar a vinda de imigrantes japoneses ao país.
Somente em 1908, o navio Kasato Maru trouxe os 781 primeiros imigrantes japoneses ao
Brasil que foram alocados em fazendas de café no interior de São Paulo. Em 1924 os EUA
criaram leis que impediam a entrada de japoneses, assim como no Canadá criou-se
restrições dificultando a imigração, tornando o Brasil um país favorável e de fácil acesso
para a vinda dos japoneses. Em 1932 o Consulado Geral do Japão, em São Paulo, divulgou
que 132.689 japoneses já haviam imigrado, e que mais 25 mil já tinham autorização para
十
14. 11
entrar no país no ano seguinte. Na década de 1930, o Brasil já abrigava a maior população
de japoneses fora do Japão3.
1868 1883/88 1895 1908 1921 1932 1945 2008/11
Modernização Primeiros Primeiros Bombas atômicas em 100 anos da
do Japão imigrantes imigrantes Hiroshima e Nagasaki. Fim
Primeira imigração japonesa
japoneses japoneses em da Segunda Guerra no Brasil
emigração
no Brasil Suzano Mundial
japonesa
90 anos da
Mais de 130 mil
Abolição da imigração japonesa
imigrantes
escravidão no em Suzano
japoneses no Brasil
Brasil
Tratado entre
Brasil e Japão
Com o intuito de apenas juntar dinheiro no Brasil para depois voltar ao seu país de
origem, os imigrantes japoneses valorizavam suas tradições e davam grande importância
em repassá-las aos seus filhos, assim como a educação, pois não queriam que esses
passassem dificuldades ao retornarem.
Ao perceberem que estavam sendo explorados na lavoura muitos japoneses
abandonaram as fazendas e foram trabalhar em seus ofícios de origem como autônomos.
3
Informação retirada em: http://www.imigracaojaponesa.com.br/
十一
15. 12
Muitos imigrantes tinham profissão como carpinteiro, comerciante, ferreiro antes de vir para
o Brasil.
Tendo em vista o fracasso do trabalho nas fazendas de café, empresas de emigração
japonesas resolvem investir em terras brasileiras. Elas passam a comprar terras no interior
do país para constituir suas colônias, chamadas de shokuminchi. Este sistema deu origem a
várias colônias no Brasil, como nos municípios paulistas de Aliança, Bastos, Iguape,
Registro, Suzano, e as cidades de Assaí no Paraná e de Tomé-Açú no Pará, que
começaram como colônias de pequenos produtores rurais japoneses.
Nessas colônias os imigrantes rapidamente se organizaram a formar uma
comunidade semelhante às existentes no Japão. Criou-se o kyokai4 ou kaikan5, organização
semelhante a uma associação em salões que serviam para atividades ligadas à
comunidade. A educação também era uma grande preocupação, assim logo surgiu também
o nihongakko6, escola voltada para o ensino em japonês.
Atualmente é comum encontrar, em cidades com forte ligação com a imigração
japonesa, o bunkyo – associação voltada à cultura japonesa. Curiosamente, a palavra
bunkyo vem da união de duas palavras de origem japonesa – bunka que significa cultura e da
abreviação de kyokai que significa associação – bun(-ka)kyo(-kai)
4
Kyokai – palavra japonesa que significa “Associação”.
5
Kaikan – palavra japonesa que significa “Salão”.
6
Nihongakko - palavra japonesa que significa “Escola”.
十二
16. 13
Breve história do município de Suzano.
De acordo com pesquisas históricas, o Município de Suzano se constituiu a partir do
jesuíta Francisco Baruel em sua missão de catequizar os índios da região. Os primeiros
povoados surgiram ao sul, hoje a região de Palmeiras. Entre 1874 e 1875 chegou à região a
Estrada de Ferro São Paulo – Rio, atraindo mais pessoas ao local. Já em 1879, Antônio
Marques Figueira, feitor da Estrada de Ferro, ali se estabeleceu (AZEVEDO, 2004).
Em nome de Antônio Marques Figueira e seu irmão, em 1890 foi elabora a primeira
planta da cidade pelo Conde Romariz, tendo seu primeiro nome de Vila da Concórdia,
posteriormente Vila da Piedade. Então em 1891 a Estrada de Ferro Central do Brasil
também chegou à região, levando aos irmãos Figueira construírem em 1897 a primeira igreja
da Vila, que passou a ser conhecida por Vila de São Sebastião do Guaió, pois foi na data de
São Sebastião realizada sua primeira missa (AZEVEDO, 2004).
Com a nova administração da Estrada de Ferro Central do Brasil, administrada por
Joaquim Augusto Suzano Brandão, foi construída uma estação na Vila, que a partir de 1908
passou a ser chamada oficialmente de Suzano. Com seu crescimento, sua denominação de
vila passou a distrito de Mogi das Cruzes em 1919. Apenas em 1949 ocorreu sua
emancipação, assim Suzano tornou-se município independente, comemorado no dia 02 de
abril.
十三
17. 14
Fig.10 – Estação Ferroviária de Suzano em 1930. Fig.11 – Av. Marques Figueira, 1947.
Fonte: Prefeitura de Suzano. Fonte: Prefeitura de Suzano.
Fig.12 – Festa na Praça João Pessoa, 1940. Fig.13 – Igreja Matriz
Fonte: Prefeitura de Suzano. Fonte: Prefeitura de Suzano.
十四
18. 15
A Imigração Japonesa em Suzano.
Em 1908, o navio Kasato Maru desembarcava no porto de Santos, litoral de São
Paulo, com os primeiros imigrantes japoneses. Estes japoneses foram convencidos a
trabalhar na lavoura por Ryo Mizuno, que com promessas de riquezas, conseguiriam juntar
dinheiro e voltar ao Japão.
Em março de 1921 chegou a Suzano a família Haguihara, a primeira de imigrantes
japoneses, trazidas pelo navio Wakasa Maru. Logo em seguida chegaram as famílias
Nishioka, Miyasato, Oshima entre outros. Hoje o município conta, de acordo com o IBGE,
com cerca de 10% da população descendente de japoneses.
As primeiras famílias que se estabeleceram em Suzano iniciaram o cultivo de
morangos, pêssego e chá, este último considerado artigo de luxo na época. Em 1931 as
famílias Koda e Harada fundaram a Associação Rural do Fukuhaku e o Grupo Escolar do
Bairro e em 1934 fundou a Cooperativa Agrícola Mista de Suzano. Em 1946, Hatsuo
Ishibashi introduziu o cultivo de flores na cidade que anos mais tarde até os dias de hoje é
conhecida como Cidade das Flores.
Katsutoshi Naito que chegou a Suzano em 1932 foi o responsável pela vinda de
Tokuzo Terazaki do Pará o qual se instalou na Vila Urupês e construiu a academia de judô
Terazaki e sua residência onde seus familiares residem até os dias atuais. O Centro de
Instrução de Judô começou a ser construído no ano de 1937 e concluído em 1952. A
十五
19. 16
academia é uma réplica do primeiro templo de judô do Japão, o Kodokan7. Muito espaçoso,
chama a atenção principalmente pela foto de seu fundador, que pode ser vista ao fundo do
amplo tatame. Muitas peças da decoração vieram do Japão que ainda resistem ao tempo.
Considerado um ponto turístico e um marco da tradição japonesa na cidade,
localizado no Bairro da Casa Branca, na Estrada dos Fernandes está o templo budista
Daigozan Jomyoji (fig.14). Sua construção foi iniciada em 1967 e só foi concluído em 1980,
feito em madeira, sem pregos, apenas encaixes, pelo carpinteiro Natu Reijiro trazido
especialmente do Japão para a construção do templo. Seu interior foi decorado com peças
vindas diretamente do Japão e conta com o Fudo-Myo8, Buda com cerca de 3 metros de
altura, o maior da Améria Latina, talhado num único tronco de madeira. (AZEVEDO, 1994)
Fig.14 – Daigozan Jomyouji.
Fonte: Prefeitura de Suzano.
7
Primeira escola de judô, fundada no Japão, por Jigoro Kano, em 1882.
8
Deus protetor dos Guerreiros Ninjas e Samurais do antigo Japão. Fudo-Myo representa o maior de todos os
oponentes, a própria pessoa. Para conseguir dominar e superar as barreiras e adversários é necessário
conhecer-se a si próprio e vencer suas frustrações.
十六
20. 17
“Surpreendeu-me a integração entre as duas culturas, brasileira e japonesa, pois os
devotos desse Templo vão duas vezes por ano a Aparecida do Norte pedir benção na antiga
igreja, à Padroeira do Brasil”.(AZEVEDO, 1994, p.50).
Outro templo conhecido na cidade é o Shingonshu Kongoji construído em 1955, sob
a responsabilidade de Meisho Oda e com o apoio de outras pessoas que desejavam ter um
templo de Shingonshu9 em Suzano. Inicialmente era apenas uma simples capela que aos
poucos foi se ampliando.
Com uma representatividade significativa no município, com o passar dos anos
naturalmente foi surgindo grupos e associações culturais ligadas às tradições japonesas na
cidade. Dentre elas, as mais tradicionais e conhecidas são a Associação do Fukuhaku,
Academia Terazaki (fig.15), Associação Cultural Suzanense – Bunkyo (fig.16) e a Associação
Cultural Esportiva Agrícola de Suzano - ACEAS Nikkey. Há organização de eventos típicos,
como a Festa da Cerejeira; Undo-Kai10, jogos de beisebol, gateball, tênis de mesa, kendô e o
judô, além do ensino da língua japonesa e outras tradições, como o taiko11, por exemplo.
A influência dos imigrantes japoneses não está presente apenas nas atividades
culturais e sociais do município, mas também em sua economia. Suzano faz parte do
chamado Cinturão Verde da região metropolitana de São Paulo, cuja produção foca-se no
9
O Shingonshu Kouyasan é uma das seitas budistas criada no começo do século IX por Koubou Daishi Kukai.
10
Evento informal composto de gincanas prioritariamente direcionadas às crianças, que podem brincar e interagir
com outras crianças, com suas próprias famílias e com a comunidade.
11
Tambor japonês.
十七
21. 18
hortifrutigranjeiro. De acordo com dados do município há cerca de 540 produtores rurais,
sendo metade deles de origem japonesa. Além da produção rural, há grande influência
japonesa nas indústrias de Suzano com algumas filiais diretamente ligadas às empresas
japonesas no Japão, trazidas por Pedro Miyahira, prefeito de Suzano na década de 1970.
Fig.15 – Academia de Judô Terazaki. Fig.16 – Torii: portal de entrada do Bunkyo.
Fonte: Prefeitura de Suzano. Fonte: Prefeitura de Suzano.
十八
22. 19
ANÁLISE DO ENTORNO
A Imagem da Cidade: uma análise sobre Suzano.
BUNKYO – Centro – área de
associação análise
cultural
japonesa
entorno
academia de judô
terreno
templo budista
ACEAS – associação agrícola
e esportiva de suzano
Fig.17 – Recorte de Suzano.
十九
23. 20
terminal de ônibus
estação de trem
praça da igreja
bunkyo
praça do
expedicionário
terreno prefeitura
praça
via principal
via secundária
Fig.18 – Recorte de Suzano. Região central.
二十
24. 21
Kevin Lynch em seu livro “A imagem da cidade” faz um estudo com base em três
cidades norte-americanas (Boston, Jersey City e Los Angeles) no qual trabalha a questão da
percepção e imagem que as pessoas têm da cidade e partir disso como elas se localizam
nesse meio. O autor identificou cinco elementos capazes de estruturar a imagem da cidade,
estas classificadas em: vias, limites, bairros, pontos nodais e marcos.
As vias se resumem às ruas, alamedas, canais, ferrovias, ou seja, linhas de
circulação. Limites são elementos lineares formados por duas áreas distintas originando
uma quebra na continuidade, como rios, linhas férreas, uma construção. Os bairros, de
acordo com Lynch, são entendidos como áreas em que se percebe uma homogeneidade em
relação a outros espaços, diferentemente do termo comumente conhecido no Brasil mais
próximo ao termo distrito, ligado a idéia de uma divisão administrativa. Em relação ao ponto
nodal é entendida como um ponto de confluência de vias, pedestre, circulação tendo a
natureza tanto de conexões como de concentrações. Já o marco se configura como uma
tipologia de referência: um edifício marcante, uma torre alta, uma montanha, um sinal que se
destaca da paisagem e possam ser visto de longe, de vários pontos e ângulos da cidade,
resumindo-se a um elemento marcante. Com base nisto, o intuito neste ponto do trabalho é
fazer uma análise da cidade de Suzano com base nessas informações expostas e descritas
por Kevin Lynch em seu livro.
二十一
25. 22
1
2
3
LEGENDA
1- Terminal de ônibus
2- Estação Ferroviária
3- Praça da Igreja Matriz
4- Praça dos
Expedicionários
5- Paço Municipal
4
Linha Férrea
r. Francisco Glicério
r. Benjamin Constant
Fig.19 – Área
central de Suzano.
5
二十二
26. 23
paço municipal
terreno
praça
Fig.20 – Principais vias do entorno do terreno escolhido para o projeto.
O município de Suzano é marcado por vias bem distintas, começando pela linha
férrea que corta a cidade de leste a oeste e a divide em duas grandes áreas, configurando-
se também uma barreira ou um limite. Ainda neste mesmo local encontra-se um Terminal de
二十三
27. 24
Ônibus (fig.21) próximo à área de embarque e desembarque da Estação Ferroviária (fig.22)
conformando-se um ponto nodal onde há uma convergência de pessoas fazendo uso desses
meios de transporte, assim como de conexão com o restante da cidade. Os acessos
principais que delimitam a região central da cidade (av. Armando Sales de Oliveira e av.
Marques Figueira) também se interligam a rua paralela à ferrovia, demonstrando confluência
nessa região.
Os bairros do município já não se configuram conforme o bairro descrito por Lynch eu
seu livro. Essa característica pode ser encontrada na área comercial que se estabelecem
nas ruas Francisco Glicério e Benjamin Constant, ambas paralelas, formando o centro da
cidade. Outras áreas não possuem uma configuração mais homogênea ou uma tipologia
mais unificada. (fig.23)
Em relação aos marcos na cidade, um bem característico é a Praça da Igreja Matriz
(fig.25). A praça, além de ocupar um quarteirão inteiro, possui uma edificação bem
marcante, com seus arcos e torre do relógio. E não apenas um marco, mas este espaço se
caracteriza também como um ponto nodal, onde se torna um ponto de concentração de
pessoas.
Outro marco importante é a Praça dos Expedicionários (fig.24), no qual a estátua de
um soldado12, em homenagem aos soldados de Suzano que integraram o grupo que foi para
a Segunda Guerra Mundial, consolida-se como um monumento relevante e marcante para a
12
Estátua inaugurada na praça em 15 de novembro de 1964.
二十四
28. 25
praça. A imagem da estátua caracteriza a praça e se destaca em relação a outras existentes
na cidade, criando uma imagem única para este espaço.
O Paço Municipal (fig.26) e seu entorno caracteriza-se por ser uma área privilegiada.
O edifício municipal, só por si, possui uma tipologia significativa para a imagem da cidade,
como uma construção diferente e única em relação às outras edificações públicas
municipais existentes, com traços da arquitetura modernista. A praça existente ao lado da
prefeitura forma um ponto nodal, devido a sua localização e eventos sempre presentes no
local, formando mais um ponto de convergência, ainda mais facilitado pelas vias de acesso
(rua Baruel e av. Paulo Portela) e pontos de ônibus que cercam o entorno.
Fig.21 – Terminal de ônibus. Fonte: site skycrapercity. Fig.22 – Estação Ferroviária. Fonte: site skycrapercity.
二十五
29. 26
Fig.23 – rua Franciso Glicério. Fonte: site skycrapercity. Fig.24 – Praça dos Expedicionários. Fonte: site skycrapercity.
Fig.25 – Igreja Matriz. Fonte: site skycrapercity. Fig.26 – Paço Municipal. Fonte: site skycrapercity.
二十六
30. 27
O Município de Suzano
Fig.27 – RMSP. Fig.28 – Região do Alto Tietê.
Suzano faz parte da Região Metropolitana de São Paulo e também pertence à
Região do Alto Tietê cujos municípios estão localizados no entorno da nascente do Rio
Tietê. Seus municípios limítrofes são Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Santo André, Rio
Grande da Serra, Ribeirão Pires, Ferraz de Vasconcelos e Poá. E localiza-se a 34 km de
São Paulo, capital. (fig. 27 e 28)
O município dispõe da Estação Suzano da linha 11 da CPTM além do Terminal de
Ônibus Vereador Diniz José dos Santos Faria, conhecido como Terminal Norte. Além disso,
é servida por serviços de ônibus intermunicipais e metropolitanos de cidades como Arujá,
Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Ribeirão Pires,
Santa Isabel e São Paulo. Suas principais rodovias são: Rodovia Índio Tibiriçá, Rodovia
Ayrton Senna e Rodovia Henrique Eroles.(fig.29)
二十七
31. 28
Fig.30 – Principais vias de acesso da área de intervenção.
Fonte: Prefeitura de Suzano.
Fig.29 – Principais vias de acesso.
Fonte: Prefeitura de Suzano.
二十八
32. 29
De acordo com o Censo de 2010 há uma população de mais de 262 mil habitantes,
sendo 10% descendentes de japoneses.
Conhecida como “Cidade das Flores”, no município há uma grande produção nessa
área além da produção de hortifrutigranjeiro.
Na área educacional, além das escolas municipais e estaduais há em Suzano o
SESI, uma ETEC, uma faculdade particular e o Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia que atualmente oferece cursos técnicos, mas futuramente abrirá vagas para o
ensino superior.
Análise do Terreno
A área em estudo para a implantação deste projeto arquitetônico está situada na
região Central de Suzano devido à infraestrutura, facilidade em transporte e locomoção e
principalmente devido à dinâmica de circulação dos bairros para o centro. (fig.31)
Este local se diferencia pelos equipamentos existentes
no entorno. A área de intervenção é a conjunção de um terreno
abandonado e um estacionamento que se localiza na rua Baruel,
uma das principais vias de Suzano. Em frente a esta área
localiza-se o Paço Municipal, um edifício marcante ao lado de
uma praça recentemente construída.
Fig.31
二十九
33. 30
Seu entorno é caracterizado por edifícios institucionais, comerciais e de serviços,
além dos tipos habitacionais e de alguns de uso misto com comércio e habitação. Em um
raio de 300 metros, a partir do terreno de intervenção deste trabalho, abrange uma
quantidade considerável de instituições de ensino, entre municipais, estaduais e
particulares, desde o ensino fundamental até o ensino superior.
ÁREA: 4795,35m²
LARGURA FRONTAL: 48,82m
MEDIDAS: 48,82m x 106,64m x 49,85m x 91,52m (sentido horário)
Fig.32 – Terreno
escolhido em
frente ao Paço
Municipal.
三十
34. 31
O entorno da área do terreno é bem movimentada. Há várias escolas ao redor por
isso há uma grande circulação de pessoas. A av. Paulo Portela e a Rua Baruel são rotas de
ônibus, com pontos de parada próxima ao local.
Além disso, há outras atividades, como serviços e comércio, que reforça esse
movimento no local. A praça em frente ao terreno valoriza o entorno e é bem aproveitada
pelo público.
Os gabaritos das construções ao redor são predominantemente baixos, com algumas
exceções, como o edifício comercial ao lado do terreno, o próprio edifício da prefeitura e o
supermercado ao fundo do terreno.
O terreno não sofre com sombreamento dos edifícios do entorno, porém o contrário
pode acontecer, caso a proposta deste Centro Cultural exceda muito em sua altura, assim
causando sombra no edifício comercial ao lado. Além disso, o terreno não é muito
acidentado, com curvas de nível de 1 em 1 metro.
terreno 1
2
4
3 8
5 6 7
Fig.33 – Terreno
escolhido .
三十一
35. 32
1 2
Fig.33 Fig.34
1- Praça da prefeitura 2-Calçada do paço municipal.
3-Vista da praça para o terreno 4- Prédio da prefeitura
3 4
Fig.35 Fig.36
三十二
36. 33
5 6
Fig.37 Fig.38
5-Praça da prefeitura 6-Esquina r. Baruel com av. Paulo Portela
7-Praça da prefeitura 8-Av. Paulo Portela
7 8
Fig.39 Fig.40
三十三
37. 34
Fig.41 – Panorâmica: praça
Fig.42 – Panorâmica: terreno.
Fig.43 – Panorâmica: terreno e eixo da praça
三十四
38. 35
Rua Benjamin Constant
8 5
Rua Francisco Glicério
6 7
9 6
4
terreno
9
Rua Baruel
praça 1
2
Av.
Paulo
Portela 3
Av. Antônio
Marques
Figueira
LEGENDA
1. Prefeitura Municipal 2. Fórum Municipal 3. Posto Saúde Municipal
4. Secretarias do Município 5. Escola de Ensino Fundamental 6. Escola de Ensino Médio
7. Escola de Ensino Superior Particular 8. Teatro Municipal 9. Rede de Supermercado
Circulação pessoa Circulação veículos Ponto de ônibus
Fig.45 – análise do entorno.
三十五
39. 36
Fig.46 – Análise do Entorno. Maquete do entorno, curvas de nível, gabarito.
oeste
leste
Fig.47 – Análise do Entorno. Insolação.
三十六
40. 37
Legislação, uso e ocupação do solo
De acordo com a Lei Complementar 025-96 / Lei de Zoneamento do Município de
Suzano, a área em estudo pertence a Z1 – Zona Central de Alta Densidade Demográfica. Na
Seção IV – Do uso institucional:
Art. 47. Para fins de Uso e Ocupação do Solo, os estabelecimentos institucionais
("E") classificam-se como espaços, estabelecimentos ou instalações destinadas à educação,
saúde, lazer, cultura, assistência social, culto religioso ou Administração Pública, que
tenham espaço direto, funcional ou espacial, com o Uso Residencial.
A. TAXA DE OCUPAÇÃO: nunca superior a 50% (cinqüenta por cento) da área do
imóvel;
B. RECUOS MÍNIMOS:
1. DE FRENTE: 5,00 m (cinco metros);
2. LATERAIS, DE AMBOS OS LADOS: 3,00 m (três metros);
3. FUNDOS: 3,00 m (três metros);
E da seção II – altura máxima e dos recuos obrigatórios:
Art. 73. As edificações deverão obedecer a recuos laterais e de fundos, da
edificação, iguais a H/10 + l, 50m, onde "H" é a distância vertical entre o piso do primeiro
pavimento e o teto da última laje, excluído o ático;
三十七
41. 38
Art. 74. Toda edificação deverá obedecer a recuo mínimo de frente de 5,00 m (cinco
metros)
Art. 75. Nas "Z-l", as edificações com a altura máxima, de 10,00m (dez metros),
excluídos os telhados - cuja única finalidade seda a de cobertura -, poderão encostar nas
duas divisas laterais e na de fundos, obedecidas as demais normas vigentes de insolação,
ventilação, taxa de ocupação e índice de aproveitamento.(Alterado pela Lei Complementar
028/97).
A figura 48 mostra a aplicação da legislação de acordo com a altura máxima de dez
metros. Nesse caso não há a obrigatoriedade de recuos laterais e de fundo, apenas o recuo
frontal mínimo de cinco metros. Essa configuração ocupa todo o terreno não possibilitando
um respiro entre as construções vizinhas.
Fig.48 – Aplicação da legislação. Altura máxima = 10m.
三十八
42. 39
Na figura 49 é possível ver a aplicação da legislação de acordo com a altura máxima
de quinze metros. Já nesse caso há a obrigatoriedade de recuos laterais e de fundo
mínimos de três metros. O recuo frontal continua com cinco metros, o mínimo exigido. Os
recuos laterais já criam uma brecha entre os edifícios vizinhos criando uma sensação menos
aprisionada ao terreno.
Fig.49 – Aplicação da legislação. Altura máxima = 15m.
A figura 50 mostra a aplicação da legislação de acordo com a altura máxima de vinte
e cinco metros. Nesse caso há a obrigatoriedade de recuos laterais e de fundo de quatro
metros e recuo frontal mínimo de cinco metros. A partir dessa altura já começa a se tornar
三十九
43. 40
desfavorável ao entorno além de causar grande sombreamento ao edifício comercial ao
lado.
Fig.50 – Aplicação da legislação. Altura máxima = 25m.
Na figura 51 observa-se a aplicação da legislação de acordo com a altura máxima de
trinta e cinco metros. Nesse caso há a obrigatoriedade de recuos laterais e de fundo
mínimos de cincos metros. O recuo frontal continua com cinco metros, igual a todos os
outros casos, que é o mínimo exigido por lei. Essa altura excede em muitos metros em
relação ao entorno e apesar de permitido pela lei esta configuração é a menos favorável de
todas, podendo causar alguns problemas em relação a sombreamento.
四十
45. 42
ARQUITETURA JAPONESA
O Japão se situa na zona temperada do globo terrestre, mas devido as correntes de
ar e marítimas, seu clima, considerado moderado, possui as estações do ano bem
marcadas, nevando no inverno em algumas regiões e em outras com o verão bem quente e
úmido. Essas questões do clima somadas à abundância de recursos naturais, como as
florestas, resultaram no uso da madeira como um material predominante na arquitetura
japonesa.
Até antes da Segunda Guerra Mundial a arquitetura japonesa permeava entre as
experiências tradicionais e a imitação de modelos europeus, de formas distintas. Somente
com o advento do movimento moderno, principalmente com influencias de Le Corbusier, no
pós-guerra, surge uma nova geração de arquitetos, rompendo com esse dualismo
(BENEVOLO, 2007). Porém suas tradições de alguma forma ainda se mantêm presente,
como na busca por materiais naturais, simbolismos ou as formas simples, criando uma
conexão entre tradição e modernidade, como uma arquitetura singular.
A primeira geração de arquitetos desse pós-guerra é formada por Arata Isozaki,
Fuhimiko Maki, Kazuo Shinohara e Kisho Kurokawa que marcaram uma época, até a
década de 1980, com suas obras. A segunda geração formada por Tadao Ando, Toyo Ito,
Itsuko Hasegawa, Kijo Rokkaku e Kiko Mozuna surgiram algum tempo depois, mas com o
passar do tempo, ambas as gerações começaram a trabalhar lado a lado.
四十二
46. 43
Essa arquitetura é caracterizada por quatro princípios que marcaram seu
pensamento e estilo. Primeiro é a geometria, marcada pelos módulos, como a grelha e
formas simples, como quadrados e círculos. O segundo princípio é o requinte estilístico,
detalhes refinados e minuciosos, como o desenho de uma fachada, por exemplo. O
simbolismo, outro princípio, tem como proposta traduzir nas construções elementos
complexos como o processo da consciência humana ou fenômenos naturais, este último
como exemplo, pode ser visto em edifícios que se compõem em estudo com o vento ou a
luz. Por fim, o último princípio, o expressionismo tem com intuito expressar emoções, criando
um ambiente alegre, por exemplo, através de elementos arquitetônicos e percepções
espaciais. (MEYHÖFER, 1994).
“É importante que se reconheça o estudo de novos conceitos, como forma de ampliar
a percepção de seu próprio mundo. Esta tem sido justamente a postura dos japoneses
durante séculos: aprender a cultura e a técnica de outros povos sem perderem suas próprias
tradições no processo.” (MASSAD, Fredy; GUERRERO YESTE, Alicia.)
Apesar dessas características em comum ainda há grandes resquícios do
modernismo entre os arquitetos japoneses. O uso do concreto e as formas simples estão
muito presentes nas paisagens japonesas, mas sempre com características particulares,
mesclando o uso de materiais tradicionais como a madeira. Internacionalmente, a sua
arquitetura é reconhecida por alguns arquitetos que se destacam em suas particularidades,
porém sem manter um movimento ou corrente arquitetônica japonesa como foi no
modernismo para o mundo.
四十三
47. 44
Arata Isozaki
Arata Isozaki trabalha formas geométricas predominantes. É uma característica bem
significativa em suas edificações. Representante do movimento do metabolismo cuja
arquitetura prega uma “violência formal, geometria elementar ostentosa e proposta estrutural
rigorosa", ou seja, expressionismo formal. Isozaki tinha a preocupação teórica quanto à
criação de mega-estruturas, mas ao longo dos anos tem apresentado uma síntese de todos
os seus experimentos e estudos na arquitetura.
Fig.52 – Museu de Arte de Kitakyushu. Fig.53 – Centro de Conferência Internacional
Arq. Arata Isozaki. Arq. Arata Isozaki.
Tadao Ando
A arquitetura de Tadao Ando é reconhecida pelas formas geométricas e o elemento
de grelha, conceitualmente retirada da idéia dos tatames (aparenta-se a colchonetes de
dimensões definidas 180x90x5cm), cuja quantidade tradicionalmente delimitava o espaço de
四十四
48. 45
cada cômodo dentro de uma residência. Em sua arquitetura, Ando usa blocos de concreto
de 180 por 90 centímetros, seguindo eixos nessas dimensões. Tem grandes influências de
Le Corbusier e do modernismo.
Fig.54 – Igreja da Luz. Fig.55 – Casa Azuma.
Arq. Tadao Ando Arq. Tadao Ando.
Toyo Ito
Toyo Ito é um arquiteto que trabalha bastante com os simbolismos em sua
arquitetura. Elementos da natureza, como a árvore, o vento, o sol, são itens bem elaborados
e trabalhados em suas construções.
“Integrado no fluxo de uma metrópole que vive no limite do presente, Toyo Ito
desenvolve na atualidade – ajudado pela tecnologia – uma arquitetura inteligente e sensível,
四十五
49. 46
que faz patente a transição para uma realidade feita de muitos conceitos novos e a
consciência de haver estado ocupando este lugar durante muitos milhões de anos e que
poderia considerar-se essencialmente (por sua essência) japonesa”. (MASSAD, Fredy;
GUERRERO YESTE, Alicia).
Fig.56 – Edifício Mikimoto Ginza Fig. 57– Edifício Tod’s Omotesando.
Arq. Toyo Ito. Arq. Toyo Ito.
Estes três arquitetos citados acima possuem trabalhos de grande expressividade
mundial, no entanto suas principais características são bem distintas.
Para este trabalho a intenção não é buscar elementos característicos que definem a
arquitetura japonesa e aplicá-los em projeto, não há o intuito de recriar as técnicas dos
templos antigos e das tradicionais casas de madeira. O objetivo é entender a arquitetura, no
caso deste trabalho, devido a influencias, a arquitetura japonesa na contemporaneidade,
四十六
50. 47
para usá-la como referência projetual e de solução arquitetônica levando em consideração
essa aplicação baseada numa sociedade com base cultural diferenciada.
As principais características evidenciadas nas escolhas destes três arquitetos estão
na expressividade e simplicidade da forma, simbolismo e o uso da iluminação como partidos
de projeto. Destaca-se também o uso do concreto. Estas e outras características estão
evidenciadas nas escolhas das referências de projetos.
四十七
51. 48
ENTENDENDO O JAPÃO
História e Cultura do Japão.
A história do Japão se divide em períodos em que cada um contribuiu de forma
significativa para a formação artística e cultural do país. Abaixo estão listado os períodos
históricos do Japão mais importantes.
Período pré-budista – referente ao período paleolítico : caça, pesca e
instrumentos de pedra lascada, posteriormente polida. Peças de cerâmica de
barro, desenho em relevo através de cordas.
Período Asuka (552-710) – chegada do budismo e transformações sociais e
políticas. Influência da cultura budista.
Período Nara (710-794) – construção de diversos templos budistas,
crescimento cultural e artístico e escrita chinesa adaptada para o japonês
(ideogramas – kanjis)
Período Heian (794-1185) – sistema de escrita japonês (hiragana e katakana).
Surgimento da figura dos samurais na sociedade. Auge da corte imperial
japonesa e marcada pela poesia e literatura.
Período Kamakura – início do Xogunato (1192-1333) – os samurais se
consagram no poder – regime militar – feudalismo.
四十八
52. 49
Período Muromachi (1338-1573) – evolução econômica e cultural: arquitetura,
pintura, poesia, canções, cerimônia do chá, ikebana, teatro. Chegada do
cristianismo.
Período Momoyama (1574- 1603) – unificação.
Período Edo – Xogunato Tokugawa (1603 a 1868) – divisão de classes
(samurais, camponeses, artesãos e comerciantes), fechamento dos portos,
enriquecimento cultural (ukiyo-e, gueixas, kabuki, bunraku, poesia, literatura).
Período Meiji (1868-1912) – abertura dos portos, revolução industrial,
expansão militar.
Nesses períodos que surgiram as tradições e costumes milenares japoneses. Houve
um grande enriquecimento cultural no Período Edo devido à falta de contado do país com
outras culturas, voltando-se apenas para a própria cultura em formação e produção.
Fig.58 – A Grande Onda de Kanagawa. Fig.59 – Shodô: uso do pincel e tinta preta, modo
Ukiyo-e (xilogravura) correto de segurá-lo e escrever a caligrafia japonesa.
四十九
53. 50
Fig.60 – Ikebana são os arranjos Fig.61 – Cerimônia do Chá envolve a preparação, o modo
florais. de servir e até o ambiente.
五十
54. 51
JAPOP, a cultura pop japonesa
A cultura pop pode ser entendida como uma cultura de massa. Mas foi através da
pop art, de Roy Lichtenstein e Andy Warhol, por exemplo, que este termo tornou-se mais
conhecido, uma vez que esses artistas fizeram uso de imagens populares à mídia e meio de
comunicação, como Marlyn Monroe ou as famosas latas de sopa Campbell’s para criar suas
obras. Assim, “a cultura pop é um poderoso reflexo da sociedade na qual vivemos e não se
restringe somente ao aspecto estético, mas desempenha um papel importante atingindo da
mesma maneira todas as pessoas em um sentido cultural mais amplo” (LUYTEN, 2000, p.
7).
Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão em reconstrução e aberto para o mundo,
sua cultura tornou-se motivo de curiosidade e fascínio ao exterior. As imagens tradicionais
de sua cultura como a conduta e ética dos samurais, suas espadas (as katanas), kimonos,
gueixas, templos evocavam uma beleza e curiosidade sobre o oriental.
Porém com essa abertura do Japão para o mundo ocidentalizado as trocas e
influências entre culturas começaram a surgir. Dentro do próprio país suas antigas pinturas
foram sendo substituídas por personagens caricatos de olhos grandes e cabelos espetados
e seus filmes sobre samurais, mostrando uma imagem tradicional do país, foram sendo
substituídos por filmes e seriados de monstros gigantes destruindo Tóquio. Esses novos
produtos se popularizaram no Japão, chegando ao mundo ocidental.
No Brasil, na década de 1980 começou a entrada dessa cultura no país. Filmes do
Godzilla, super-heróis batalhando com monstros gigantes, desenhos animados com
五十一
55. 52
personagens caricatos, mas ainda de certa forma, mostrando características peculiares do
Japão, como nomes japoneses, o hábito de comer com hashi, uniformes escolares
semelhantes a roupas de marinheiro.
Hoje, muito dos curiosos ou apreciadores da cultura japonesa, buscam mais
conhecimentos sobre sua história e cultura mais tradicional após assistir um filme, uma
animação ou mesmo após ter lido algum mangá, as histórias em quadrinhos japoneses. E
nessa busca entram mais em contato com a cultura pop, como as novelas (doramas), moda
(visual kei, cosplay, moda urbana), música (j-music).
Explicando brevemente um pouco dessa manifestação cultural, a cultura pop
japonesa atinge diversas mídias e camadas:
Animê: série de desenho animado em capítulos. Geralmente são adaptações
animadas dos mangás após fazerem sucesso.
Mangá: histórias em quadrinhos. Diferentemente das HQ’s americanas (Marvel, DC
Comics, do Homem Aranha, Batman, Superman, etc) os mangás possuem histórias em um
ciclo fechado. A leitura do mangá é muito popular no Japão, atingindo tanto crianças como
adultos.
Vídeo Game: produção de consoles e criação de jogos, como enredo, jogabilidade,
história. Grande expoente nesta área está a Nintendo, que incialmente em 1889 produzia
apenas cartas de baralho, e criou o personagem-ícone Mario, do jogo de vídeo game.
五十二
56. 53
Seriados live-action: gravação com atores, divididos em tokusatsu (seriados de super
heróis) e doramas (novelas japonesas, muitas vezes adaptados dos animês e mangás). Eles
se assemelham na cultura americana pelos seriados e as novelas dos brasileiros.
Filmes: Akira Kurosawa, grande expoente da cinematografia japonesa, inspirou
diversos diretores no ocidente. Os filmes do gênero de terror japonês também ganharam
grande destaque no mundo ocidental. As animações japonesas de longa-metragem
ganharam grande espaço nos cinemas na parte ocidental do mundo, com destaque para o
Oscar de Melhor Animação em 2002, para Sen to Chihiro (A viagem de Chihiro).
Cosplay: do inglês “costume play” baseia-se no fato de se fantasiar e atuar como um
personagem. Apesar de ter surgido nos EUA, ganhou grande expressão no Japão com os
animês e mangás.
Moda Urbana: como grande expoente, o bairro de Harajuku em Tóquio concentra
diversas pessoas exibindo sua moda. Há muitos jovens estilistas mostrando seu trabalho.
Este ato de se expor na rua com suas roupas faz parte da cultura de cosplay no Japão.
五十三
57. 54
Fig.62 – Imagens representativas da cultura popular e atual do Japão. Envolvem seriados, novelas, filmes, música,
desenhos e até o modo de se vestir.
五十四
58. 55
Datas comemorativas
Algumas datas comemorativas no Japão vêm de uma longa tradição e costume que
continuam até os dias atuais. Estas datas fazem parte da cultura japonesa, presente no
cotidiano e marcado por eventos escolares, festivais, entre outras manifestações.
Dia 1 de Janeiro: Dia de Ano Novo - O mais importante feriado nacional do Japão. Há
costumes como comer manju, o bolinhos japoneses feito a base de arroz, as crianças
receberem dinheiro dos pais.
Dia 3 de Fevereiro: Festival de jogar favas de feijões (Setsubun) - Tradição para
espantar maus espíritos.
Dia 3 de Março: Dia das Meninas (Hina Matsuri) – há a tradição de confeccionar
bonecos representando a corte imperial. Nas escolas as crianças costumam fazer
dobraduras, artesanatos desses bonecos para celebrar a data.
Dia 5 de Maio: Dia das Crianças (Kodomono-hi) - Festival dos meninos – há a
tradição de pendurar nas casas bandeiras em forma de carpas.
Dia 7 de Julho: Festival das Estrelas (Tanabata Matsuri) – tradicionalmente nesta data
as pessoas escrevem seus desejos em um papel e amarram em galhos de bambu.
五十五
59. 56
Entre dias 13-16 de Agosto: Festival Bon - Uma importante tradição em honra aos
ancestrais. Há festividades com a dança bon-odori e fogos de artifícios.
Dia 15 de Setembro: Dia de respeito pelos idosos (Keirou-no-hi) – o Japão é
conhecido pela longevidade de sua população.
Segunda segunda-feira do mês de Outubro: Dia dos Esportes (Taiiku-no-hi) –
festividades esportivas são realizadas. Em escolas os alunos são incumbidos de
organizarem esses festivais e realizam-se atividades esportivas e competições entre turmas.
Dia 3 de Novembro: Dia da Cultura (Bunka-no-hi)
Dia 15 de Novembro: Shichi-go-san - Neste dia as pessoas vão aos templos para
desejarem crescimento saudável para meninas de sete anos, meninos de 5 anos e meninas
de 3 anos (shichi, go, san - 7, 5, 3).
五十六
60. 57
Fig.63 – Carpas para o Festival Fig.64 – Confecção de bonecas Fig.65 – Espantar os maus
dos Meninos. para o Dia das Meninas. espíritos no Setsubun.
Fig.66 – Dança do Bon-Odori. Fig.67 – Atividades esportivas em escolas no Dia do Esporte.
五十七
61. 58
PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa do Centro Cultural abrangerá atividades que contemplem tanto os
aspectos tradicionais como os contemporâneos da cultura japonesa. Devido a sua proposta
de implantação, na região central da cidade de Suzano, local de grande movimentação de
veículos e pessoas em razão do comércio e serviços ali presentes, a intenção será focada
nos trabalhadores locais, estudantes e usuários que eventualmente se deslocam para o
centro em busca das atividades e serviços oferecidos. Além disso, prevê-se a abrangência
para usuários mais distantes devido à facilidade de acesso e deslocamento, como a grande
oferta de transporte público na área de entorno.
Com base nisto, a intenção é promover atividades que preservem a história, tradição
e a cultura japonesa na cidade, cuja importância se vê muito relevante devido sua relação
próxima com os imigrantes japoneses.
O Centro Cultural se divide basicamente em duas grandes áreas, a primeira voltada
para a parte expositiva e de preservação da memória, com exposições e oficinas
relacionadas a atividades culturais mais tradicionais e outra se concentra nas atividades e
oficinas mais dinâmicas e modernas. A idéia principal é trabalhar de forma integrada essas
duas grandes áreas de forma a uma complementar a outra com o intuito de evitar espaços
ociosos, principalmente na área de exposição.
Abaixo se segue o programa do Centro Cultural e cada espaço com sua descrição e
funcionalidade.
五十八
62. 59
Espaço da Memória
Imigração Japonesa em Suzano: Espaço para exposição permanente sobre a
imigração japonesa no município. Resgatar a memória do passado e manter viva para as
novas gerações sua descendência além de mostrar a importância desse povo, sua cultura e
influências na cidade. Exposição de fotos e objetos de época. Reprodução de algumas
situações em que os imigrantes viviam e as atividades que desenvolviam. Montagem de
painéis interativos como textos bilíngües informativos sobre a história e dados curiosos e
relatos, além de reprodução em áudio, também bilíngüe, e projeções visuais. Trabalhar com
a dualidade de uma exposição mais tradicional, com objetos expositivos e uma exposição
mais interativa e tecnológica.
Cultura Tradicional Japonesa: Exposição permanente representando um pedaço da
rica cultura japonesa. As tradições antigas, costumes, peças tradicionais, objetos de época.
Espaço mais expositivo e painéis informativos descrevendo a história e cultura do Japão,
podendo seguir uma linha cronológica expondo objetos significativos e representativos de
cada época.
O Japão Hoje: Exposição permanente sobre a cultura do Japão atual. A cultura pop e
tecnológica que se espalha pelo mundo. Mangás, animês, vídeos games, música, moda.
Espaço de grande interatividade e tecnologia com projeções áudios-visuais.
Espaço Multiuso: Espaço reservado para atividades e eventos esporádicos
relacionados à cultura japonesa. Espaço reservado também para lembrar os costumes e
celebrar datas comemorativas e importantes no Japão, como o ano novo, o dia das crianças
e o dia da cultura.
五十九
63. 60
Espaço da Memória
Área
Ambiente Atividade Desenvolvida Descrição do Ambiente
circulação
Exposição sobre a espaço para exposição,
Exposição
Imigração Japonesa em quadros, pedestal, mesas
Permanente 25%
Suzano. História, fatos, com vidro, com boa
I
fotos, relatos. iluminação
Exposição sobre a
cultural tradicional do espaço para exposição,
Exposição
Japão. Tradição, quadros, pedestal, mesas
Permanente 25%
costumes, materiais e com vidro, com boa
II
peças que representem a iluminação
época.
Exposição sobre o Japão espaço para exposição,
Exposição
atual. Cultura pop. Peças, quadros, pedestal, mesas
Permanente 25%
imagens que representem com vidro, com boa
III
o Japão atualmente. iluminação
Exposição temporária
(hamani, ano novo, hina
Espaço matsuri, datas espaço versátil e aberto
25%
Multi-uso comemorativas no Japão com boa iluminação.
viram exposição),
eventos.
Espaço para materias de
Área Técnica 25%
exposição em desuso.
Depósito depósito para uso geral 25%
Bem arejado e
Atendimento de
Sanitários 25% organizado, adaptado a
necessidades fisiológicas
deficientes
六十
64. 61
Atividades Culturais
Telecentro: Acesso a microcomputadores, Internet e outras tecnologias digitais que
permitem coletar informações, criar, aprender e comunicar-se com outras pessoas, enquanto
desenvolvem habilidades digitais essenciais hoje em dia. Através da informática e mídias
tecnológicas é possível entrar em contato com a cultural de uma forma diferente e inovadora,
além de se tornar um atrativo para outros públicos.
História do Japão: aula sobre a história do Japão. Origem, períodos, a sociedade em
castas (imperador, nobreza, samurais, comerciantes e camponeses). Espaço de sala de
aula com interatividade com o restante do edifício do centro cultural, principalmente a área
de exposição. Alunos dessa oficina poderiam criar acervo e material para as exposições
temporárias e celebrar os costumes e datas comemorativas.
História da Cultura Tradicional: aula sobre o Japão voltado para a sua cultura
acompanhado sua história. Atividades culturais e artísticas desenvolvidas em cada período.
Espaço de sala de aula com interatividade com o restante do edifício do centro cultural,
principalmente a área de exposição. Alunos dessa oficina poderiam criar acervo e material
para as exposições temporárias.
Língua Japonesa: Salas de aulas voltadas para o ensino da língua japonesa. Estudo
gramatical com interação com o acervo de mangás e o ensino oral e de conversação
relacionado com o acervo audivisual. Alunos dessa oficina poderiam criar acervo e material
para as exposições temporárias.
六十一
65. 62
Kanji (shodo): Ensino da técnica do shodo, escrita do ideograma japonês com pincel
e tinta preta, considerada uma técnica de arte.
Desenho: Ensino do desenho japonês e dos mangás, a história em quadrinhos.
Espaços de ateliês.
Arte em papel: Ensino de técnicas de trabalho com o papel. Origami, a dobradura e o
kirigami, conhecido como origami arquitetônico. Além de outras técnicas que envolvam o
papel. Espaços de ateliês.
Furoshiko: Ensino da técnica que trabalha com tecidos para criação de embalagens,
embrulhos, bolsas, etc. Espaços de ateliês.
Ikebana: Aulas em que ensinam a arte do ikebana – arranjos florais. Conceitos e
filosofias. Espaços de ateliês.
Cerimônia do chá: Aula demonstrativa da milenar e tradicional cerimônia do chá.
Modo adequado de preparar o chá, servir, e se comportar durante a cerimônia. Recriar o
ambiente. Área visível para visitantes assistirem o momento em que é realizada a oficina.
Midiateca: Espaço audivisual. Músicas, documentários, filmes, animações
relacionadas à cultura japonesa.
Gibiteca: Acervo de histórias em quadrinhos diversificados e mangás.
六十二
66. 63
Atividades Culturais
Atividade Equipamentos/ nº Área Descrição do
Ambiente
Desenvolvida Móveis usuário circulação Ambiente
Acesso a Espaço com
microcomputadores e mesas e cadeira
Internet e permiter para
mesas, cadeiras,
coleta de computadores.
Telecentro computadores, 20 25%
informações, criação, Mesas e cadeiras
tomadas
aprendizagem e para uso de
comunicação com notebooks próprios
outras pessoas. - acesso a internet.
Estantes com
Leitura e empréstico
revistas em
de histórias em estatantes com
quadrinhos,
quadrinhos em geral. caixas de
Gibiteca 30 25% espaço para leitura
Acervo especial de plástico, bancos,
com mesas e
mangás. Espaços de mesas e cadeiras
cadeiras.Bem
leitura
iluminado
Lugar silencioso.
Remeter a tradição
Espaço exclusivo tatami, pufe,
Área de japonesa de tirar
para leitura ou mesa baixa, 15
Leitura/Descanso os sapatos sobre o
descanso. sapateira
tatami. Agradável
e confortável.
Equipamento
Acervo visual sobre a equipamento
audiovisual, com
cultura japonesa. técnico de
bancos, mesas,
Filmes, animês, audiovisual
Videoteca 15 25% cadeiras. Área
documentários. (computador,
para consulta.
Espaço para assistir fone de ouvido),
Acústica. (acerto
o acervo no local. bancos
digital)
六十三
67. 64
Acervo de áudio.
Equipamento
Música tradicional equipamento
audiovisual, com
até música pop atual técnico de
bancos, mesas,
do Japão. Espaço audiovisual
Audioteca 15 25% cadeiras. Área
para escutar o (computador,
para consulta.
acervo no local. fone de ouvido),
Acústica. (acerto
Espaço para bancos
digital)
karaokê.
Aula sobre a história Sala de aula com
geral do Japão. mesas e cadeiras.
mesa, cadeira,
História do Japão Origem, períodos 20 25% Conforto térmico e
armário, lousa
(Origem, feudalismo, acustico. Boa
Xogunato, Era Meiji) iluminação
Aula sobre as
Sala de aula com
tradições culturais do
História da mesas e cadeiras.
Japão. Gueixa, mesa, cadeira,
Cultural 20 25% Conforto térmico e
Samurais, armário, lousa
Tradicional acustico. Boa
Pensamento
iluminação
japones, honra, etc.
Aulas de ensino à
Sala de aula com
lingua japonesa.
mesas e cadeiras.
Alfabetização a mesa, cadeira,
Língua Japonesa 20 25% Conforto térmico e
leitura e armário, lousa
acustico. Boa
interpretação de
iluminação
textos
Aula e ensino da
técnica do shodo. Sala de aula com
Escrita dos mesas e cadeiras.
mesa, cadeira,
Kanji (shodo) ideogramas 15 25% Conforto térmico e
armário, lousa
japoneses acustico. Boa
considerado uma iluminação
técnica de arte.
六十四
68. 65
Aulas de desenho de Sala de aula com
mangá. Técnica mesa, cadeira, bancadas tipo
Desenho
tradicionalmente armário, lousa, 15 25% estúdio. Conforto
(mangá)
japonesa dos bancadas térmico e acustico.
quadrinhos Boa iluminação
Sala de aula com
Aula de origami,
mesa, cadeira, bancadas tipo
kirigami, e outras
Arte em Papel armário, lousa, 15 25% estúdio. Conforto
técnicas japonesas
bancadas térmico e acustico.
com papel
Boa iluminação
Aula em que ensina Sala de aula com
a técnica em que se mesa, cadeira, bancadas tipo
Furoshiki trabalha com panos armário, lousa, 10 25% estúdio. Conforto
para criar bolsas, bancadas térmico e acustico.
embalagens, etc Boa iluminação
Sala de aula com
mesa, cadeira, bancadas tipo
Aula de arranjos
Ikebana armário, lousa, 10 25% estúdio. Conforto
florais
bancadas térmico e acustico.
Boa iluminação
Ambiente
preparado com
móveis e objetos
Aula demostrativa da tatamis, mesa
Cerimônia do necessários para
milenar e tradicional 5 25% baixa de centro e
Chá a cerimonia do
cerimônia do chá louças de chá para
chá
demostração da
cerimônia
Espaço para
Aparelho de som, convívio e
vídeo,microfones, confraternização
Karaokê Esapaço para cantar 5 25%
mesa, sofá, entre amigos que
cadeiras. queiram cantar e
se divertir.
六十五
69. 66
Outros
Administração: Área admininstrativa de toda a edificação envolvendo áreas técnicas,
apoio a área de exposição, relações públicas.
Auditório: Espaço destinado a apresentações, eventos, grupos escolares, palestras,
apoio às oficinas e ao espaço multi-uso. Entrada e saída independente.
Café: Espaço de alimentação, convivência e descanso entre o público e visitante do
centro cultural.
Jardim: Área verde reservado ao convívio e descanso. Relação com o café. Trabalhar
com árvores de cerejeira, um símbolo para o Japão.
六十六
70. 67
Auditório
Atividade Equipamentos/ Nº Área Descrição do
Ambiente
Desenvolvida Móveis usuários circulação Ambiente
Espera- sofás, pufes,
Espera antes da
Foyer bancos, espelhos, 150
apresentação
obras de arte
Espaço climatizado
Auditório destinado a para a realização de
apresentações, peças teatrais, bandas
Auditório cadeiras 150 25%
eventos, palestras, e músicos que
aulas, teatro, cinema. necessitem de
isolamento acústico
Cabine - Área Essa área é destinada
destinada para para colocação de
câmeras, traduções e câmeras e áudio para
Sala de som traduções
Controle do mesa e cadeira 3 25%
Auditório Área destinada a
Dimmer - Área
dimmerização dos
destinada a controle da
elementos de luz do
luz
auditório
Local para a instalação Local destinado a
Sala de Ar
e manutenção do ar maquinário x 25% locação e manutenção
condicionado
condicionado de ar condicionado
Atendimento de Bem arejado e
lavatório/ vaso
Sanitários necessidades 20 25% organizado, adaptado a
sanitário
fisiológicas deficientes
六十七