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Direitos de autor?
Isso é o quê?
Nasceram e cresceram numa época de fácil acesso a imagens, músicas ou textos.
Fazer download do que se gosta é uma prática comum a quem usa a Internet.
Sem problemas de consciência. Por isso, falar em direitos de autor soa estranho
aos ouvidos de muitos jovens. Para os sensibilizar, o projecto Grande© convida-
os a criar as suas próprias obras culturais. Percebem logo.
Texto Rita Pimenta
V
era Castanheira
acredita que “é
a sobrevivência dos inúmeros
autores que criam as belas
Report (um estudo publicado
pela International Federation
As obras
sempre o afecto obras que fazem das nossas of the Phonographic Industry). culturais e
que nos move”, vidas o que elas são. “Em vez “A literacia em direito de
daí que aposte da repressão e autoridade, autor e direitos conexos é informativas
na conquista dos
mais jovens para a valorização
optámos pela experiência,
sensibilização e criatividade”,
uma necessidade urgente, se
queremos assegurar a protecção
devem ser
dos bens culturais. Assim, explica Vera Castanheira, das obras culturais e dos seus protegidas pela
tenderão “a proteger o que principal responsável pela criadores, e a sobrevivência e
amam”, diz a directora executiva iniciativa. desenvolvimento das indústrias via do afecto,
da Associação para a Gestão
da Cópia Privada (Agecop).
“Levar o mundo da criação
aos alunos e trazê-los ao outro
criativas na era digital”, diz
ainda o relatório.
do respeito
Eis, assim, um dos lemas lado da produção das obras. Na agenda da União Europeia espontâneo, da
do concurso de criatividade Fazê-los entender que as para os próximos anos, as
Grande©, que se dirige a escolas obras culturais e informativas indústrias criativas foram eleitas identificação e
do ensino secundário e pretende
valorizar a propriedade
resultam de uma combinação
de talento com muito
pela Comissão Europeia como
uma das “áreas-chave na retoma
não da repressão
intelectual junto dos alunos dos trabalho. E que devem ser económica”. E (quase) tudo se
12 aos 20 anos. protegidas, pela via do afecto, passa online.
Em vez de os penalizar face do respeito espontâneo,
ao desrespeito pelos direitos da identificação e não da Aprende a experimentar
de autor, promove a revelação repressão. Esta é a missão A directora executiva da
de talentos e a materialização deste projecto”, pode ler-se Agecop sabe que está “apenas”
de projectos criativos por eles no relatório final da primeira a “lançar sementes” e que é
assinados. Os vencedores verão edição do Grande©. preciso uma “acção continuada
os seus trabalhos editados, No mesmo documento da sociedade no respeito pelos
comercializados e protegidos… informa-se que, em 2009, direitos de autor”. Razões
Uma forma positiva de levar 95 por cento de todos os para que o projecto tenha sido
os mais jovens a aperceber-se downloads de música foram pensado como “uma abordagem
da importância de assegurar ilegais, segundo o Digital Music comportamental ampla c
2. JOSÉ CARLOS COELHO/PUBLICO
As indústrias
criativas foram
eleitas pela UE
como uma das
“áreas-chave
na retoma
económica”. E
(quase) tudo se
passa online
3. miúdos
e não apenas informativa”. dos seis aos 11 anos, com a jovem a participar? A gestora experiência enquanto
Enquadra-se aqui um outro participação dos professores. do projecto dá algumas pistas. profissionais criativos. Entre
lema do projecto: “Aprende a As categorias a concurso Primeiro, detectar (dentro das os mais vistos, estão: Zé Pedro
experimentar.” são: música, letra, design de artes) qual a área que mais o e Pedro Osório (música),
Entusiasmada, conta: capa, vídeo, escrita criativa, atrai; depois, mostrar-lhe o Gimba (letra), Cláudia Cadima
“Quando os miúdos se media, fotografia. Cada uma que há feito, para o inspirar. e Catarina Wallenstein
envolvem e percebem que das categorias subdivide-se “Dar-lhe a conhecer as obras (vídeo), Vasco Ferreira e Jorge
podem revelar ao mundo a em áreas mais específicas. O maravilhosas que já existem.” Silva (design), Eric Lassche
sua singularidade, entregam- projecto tem um site com toda a Em seguida, desafiá-lo a (promoção online), David
se totalmente. É fundamental informação (www.grandec.org), criar algo de seu, “que será Soares e Alice Vieira (escrita),
que eles passem pelo processo mas também a divulga em várias sempre único”. Por último, Martim Avillez Figueiredo e
criativo. Houve grandes redes sociais: Facebook, Hi5, dizer-lhe como pode ser Maria Guedes (media).
revelações na edição anterior. Twitter. “Fomos ao encontro divertido trabalhar em equipa Além de várias parcerias
Tivemos perto de três mil dos jovens no lugar onde eles e como verá que na actividade com entidades privadas,
participantes, entre professores mais estão: na Internet”, diz à criativa “encontrará sempre como a Universal, a Valentim
e alunos, com um total de 500 Pública Vera Castanheira. As forma de se superar”. “E não de Carvalho e a Porto Editora,
obras a concurso.” inscrições terminam a 31 de esquecer que, connosco, terá o projecto é apoiado pelos
A organização decidiu Março e a entrega das obras tem oportunidade de estar em ministérios da Cultura e da
atribuir mais prémios e de acontecer até 21 de Abril. A palcos, estúdios e editoras Educação, pela presidência
menções honrosas do que havia divulgação dos resultados será de verdade.” Ou mesmo do Conselho de Ministros,
previsto quando se apercebeu em Junho. encontrar-se com alguns dos gabinete do ministro dos
da elevada qualidade de muitos Dos alunos que se seus ídolos. Assuntos Parlamentares, do
trabalhos. Porto, Lisboa e inscreveram na edição anterior, Há um conjunto de vídeos Plano Tecnológico e pela
Setúbal foram os distritos com 96 por cento (quase todos, (que resultam muito bem comissária europeia para os
mais concorrentes e as idades portanto) manifestaram vontade junto dos miúdos) no site do Assuntos dos Consumidores.
que mais aderiram situaram-se de o fazer de novo neste ano Grande© com autores das Vera Castanheira deseja que,
nos 17-18 anos. lectivo. diferentes categorias depois desta experiência, os
No princípio, a idade limite E como se e que falam miúdos “se apercebam de que
era 18 anos, mas foi alargada convence um da sua estão rodeados de obras bonitas,
para os 20, para se adaptar sejam músicas, filmes ou livros,
à população escolar que mas que esta banalização do
frequenta o 12.º ano. Para o ano belo não os deve fazer esquecer
lectivo de 2011/2012, as escolas de como ele é precioso”. Quem o
de 1.º e 2.º ciclos também criou também.
poderão concorrer, passando
o projecto a abranger crianças rpimenta@publico.pt
Em 2009,
JOÃO MATOS/PUBLICO
segundo o
Digital Music
Record, 95 por
cento de todos
os downloads de
música foram
ilegais