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Raízes de equações não lineares




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1 – Introdução
       1.1 – Localização das raízes
       1.2 – Refinamento
   2 – Método da bissecção
       2.1 – Interpretação geométrica
       2.2 – Algoritmo
       2.3 – Estimativa do número de iterações
       2.4 – Estudo da convergência
   3 – Método da corda falsa
       3.1 – Interpretação geométrica
       3.2 – Algoritmo
       3.4 – Majorante para o erro absoluto de uma estimativa
        3.3 – Estudo da convergência
   4 – Método de Newton–Raphson (MNR)
       4.1 – Abordagem analítica
       4.2 – Interpretação geométrica
                                                                 1
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       4.3 – Algoritmo
       4.4 – Estudo da convergência
   5 – Método da secante
0011 0010
1. Introdução




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0011 0010
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Pretendemos estudar alguns métodos iterativos que nos permitem
    obter raízes reais (aproximadas) de uma equação não linear f (x ) = 0,
    onde f é uma função real de variável real.

    Exemplos de equações não-lineares:
    2 x 4 + 3x 2 + 7 = 0,
             1
    x 4 + 3x = 0,
             2


    e − x − x 2 = 0,
    e − x + cos(4 x ) = 0.

                                                                 1
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Definição. Se f é uma função real de variável real e
     f (r ) = 0, então dizemos que r é um zero da função f
    ou que r é uma raíz da equação f (x ) = 0.

    Graficamente, os zeros reais de f são as abcissas dos pontos de
    intersecção do gráfico de f com o eixo dos x.




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Não existem fórmulas resolventes para a generalidade das equações,
    pelo que é necessário recorrer a outros métodos, chamados métodos
    iterativos.

    Um método iterativo é uma sequência de instruções que são
    executadas passo a passo, algumas das quais são repetidas em
    ciclos; cada ciclo recebe o nome de iteração.
    Estas iterações utilizam valores obtidos em iterações anteriores
    para encontrar uma nova aproximação para a raíz.




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Um processo iterativo para calcular as raízes de uma
    equação f ( x ) = 0, pode ser dividido em duas fases:


     1º Localização das raízes
     Consiste em obter um intervalo [a, b] que contém uma única raiz r.

    2º Refinamento
    Escolhida uma aproximação inicial no intervalo [a, b] melhorá-
    la sucessivamente por um processo iterativo (usando a
    aproximação anterior) até obter uma aproximação para a raíz
    dentro de uma precisão ε prefixada.


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1.1 Localização das raízes
  Nesta fase é feita uma análise gráfica e teórica da função.


   Análise Gráfica
   Esta análise pode ser feita através de um dos seguintes processos:
   (i) Esboçar o gráfico da função f e localizar as abcissas dos
   pontos de intersecção do gráfico com o eixo dos x.
                                       40
    Exemplo:   f ( x) = x3 − 9 x + 3
                                       30




                  r1 ∈ [−4,−3]         20


                                       10

                  r2 ∈ [0,1]
                                                                                      1
                                               r1                  r2           r3
                                         0

                  r3 ∈ [2,3]

                                                                                     452
                                       -10


                                       -20



0011 0010                              -30
                                          -4    -3   -2   -1   0        1   2        3   4
(ii)      A partir da equação f (x) = 0, obter a equação equivalente
                                g(x) = h(x),
          esboçar os gráficos de g(x) e h(x) no mesmo eixo Cartesiano
          e localizar as abcissas dos pontos de intersecção dos dois
          gráficos.
                                f ( r ) = 0 ⇔ g ( r ) = h ( r ).

       Exemplo                           8


       f ( x) = e − x − x = 0            7

                                         6
                                                g
       Resolução                         5

                                                                             h
         x = e−x                         4

                                         3

         g ( x) = e − x                  2


         h( x ) = x                      1

                                         0
                                                             r
       Logo r ∈ [0,1]                    -1


                                                                                      1
                                                                                     452
                                         -2
                                           -2       -1   0       1   2   3       4




0011 0010
Análise Teórica

Teorema (Corolário do teorema de Bolzano). Seja f uma função
contínua no intervalo [a, b]. Se f (a) f (b) <0, então existe pelo menos
um r ∈ (a, b ) tal que f (r) = 0.

                            y

Graficamente

                      a         r1        r2       r3       b   x




                            y



                                                                     1
0011 0010
                       a   r1        r2        b        x
                                                                    452
Teorema de Rolle. Se f é contínua em [a, b], diferenciável em (a,b)
 e f(a) = f(b) = 0, então existe c ∈ (a, b) tal que f’(c)=0.

 Portanto, sob as hipóteses do teorema anterior, se f’(x) existir e não
 mudar de sinal em [a, b], então existe uma única raíz nesse intervalo.
            y                                      y


 Graficamente


                a                 b   x        a                 b    x




     f ' ( x) > 0, ∀ x ∈ [a, b]           f ' ( x) < 0, ∀ x ∈[a, b]
                                                                           1
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Podemos aplicar este teorema atribuindo valores a x e analisando o
    sinal de f (x).

    Exemplo f ( x ) = x − 9 x + 3
                       3




             x     -10   -5   -3   -1   0   1    2     3     4

            f(x)    -    -    +     +   +   -     -    +     +




  - Analisando a mudança de sinal, podemos concluir que existe pelo
    menos uma raíz dentro dos intervalos indicados.
                                                                  1
                 f ' ( x ) = 3 x 2 − 9 não muda de sinal em cada um dos
  - A derivada
    intervalos, portanto cada raíz é única no intervalo.
0011 0010
                                                                 452
Observação
  Se f (a) f (b) > 0 então podem existir ou não raízes no intervalo [a,b].
                        y

  Graficamente



                                a       b       x

          y
                                            y




                                                                   1
      a

0011 0010
              r1   r2       b       x
                                            a       r1    b   x

                                                                  452
1.2 Refinamento

Esta fase implica a resolução de vários problemas:

•   Escolher uma aproximação inicial x0 para a raiz r.
•   Construir uma fórmula de recorrência que permite obter
    sucessivamente novas aproximações xk a partir da anterior.
    Obtemos assim uma sucessão x0 , x1 , x 2 ,... de aproximações da
    solução r.
    A cada aproximação corresponde o erro absoluto ek = xk − r
                        xk − r
    e o erro relativo            .
                          r

•   Estudar a convergência da sucessão.
                                                               1
     Obviamente estamos interessados em que o método iterativo
     seja convergente; ou seja, deve verificar-se que
0011 0010 k = r ou lim ek = 0.
     lim x
     k →∞          k →∞
                                                              452
• Estudar a velocidade de convergência.
     Definição. Se para um dado método iterativo existirem constantes c > 0 e p ≥ 1
                      ek
     tais que   lim p = c,
                k →∞ e
                      k −1

    dizemos que p é a ordem de convergência do método e c a constante de erro
    assimptótico do método relativamente ao zero r da função.

    A expressão nesta definição costuma por vezes escrever-se na forma assimptótica
                 ek ≈ cekp−1     quando k → ∞.

    Se p = 1, a convergência diz-se linear.
    Se 1 < p < 2 , a convergência diz-se supralinear.
    Se p = 2 , a convergência diz-se quadrática


                                                                          1
    Quanto maior for a ordem de convergência, mais rápida è, em geral, a velocidade
    de convergência do processo. A constante de erro assimptótico, normalmente, só é

                                                                         452
    considerada quando se comparam processos iterativos com a mesma ordem de
    convergência. Aqui, quanto menor for a constante de erro assimptótico mais rápida
0011é a convergência do processo.
     0010
•
      É impraticável realizar um número infinito de iterações; é
     necessário parar num determinado termo x k .
     Dizemos que o valor de xk é raíz aproximada com precisão ε se:
     (i) | x k − r |< ε
     (ii) | f ( xk ) |< ε
     Nem sempre é possível ter as duas condições satisfeitas
     simultaneamente:
     y   | xk − r |> ε                               | xk − r |< ε
                                        y
         | f ( xk ) |< ε                             | f ( xk ) |> ε




                r          xk   x
                                                xk   r                  1
                                                                       452
                                                                       x



0011 0010
Como não conhecemos o valor da raíz r para aplicar o teste
     xk − r < ε , usamos frequentemente a estimativa xk − xk −1 < ε
    do erro absoluto para o critério de paragem.



        Critérios de paragem alternativos:


            •    xk − xk −1 < ε

                xk − xk −1
            •                <ε
                   xk

            •    f (xk ) < ε
                                                              1
0011 0010
            •   Impondo um número máximo de iterações        452
2. Método da bissecção




                                      1
0011 0010
                                     452
Condições para aplicação:
       A função deve ser contínua no intervalo [a, b], onde
       contém uma única raíz.



      O objectivo deste método é reduzir a amplitude do intervalo
      inicial que contém a raiz até que seu comprimento seja
      menor que a precisão desejada, usando para isso sucessivas
      divisões a meio do intervalo [a, b].




                                                               1
0011 0010
                                                              452
2.1 – Interpretação Geométrica
       y




            a0
             1   a2
                 x1   x2 r x0
                      a3   b2
                            3
                            1              b0    x




                  Iteração 3:
                  Iteração 2:
                   Iteração 1:
                 xx2= (a02+ bb2)
                   0 = (a + 0)         a3 = x2
                                        1 a0
                   1      1
                            2
                              1
                                   ⇒
                                        2    1

                                       b1 = x0
                                         2 b1           1
0011 0010
                 ff (x1) < 0
                    (x2 ) > 0
                      0
                                         3   2
                                       r ∈ [a1 , b1]
                                             3
                                             2    3
                                                  2
                                                       452
2.2 Algoritmo do método da bissecção
    Seja f contínua em [a, b] , com uma única raíz neste intervalo.
            1. Dados iniciais:
                - intervalo inicial [a, b]
                - precisão ε

            2. Se a − b < ε , então escolha para r qualquer x∈[a, b]. FIM
            3. k = 0
            4. xk =
                    a+b
                     2
            5. Se f (a) f ( xk ) > 0 , faça   a = xk . Vá para o passo 7
            6. b = xk
            7. Se a − b < ε , escolha para r qualquer x∈[a, b].
                                                                        1
                                                                      FIM


0011 0010
            8. k = k +1. Volte ao passo 4
                                                                       452
2.3 Estimativa do número de iterações

Dada uma precisão ε e um intervalo [a, b], vamos determinar quantas
iterações, no mínimo, terão que ser efectuadas pelo método da bissecção
para que xk − r < ε .
        a0         x0                  b0


                    a1    x1           b1                             b0 − a 0
                                                x 0 − r ≤ b1 − a1 =
                                                                         2

                          a2    x2      b2                          b1 − a1 b0 − a0
                                                x1 − r ≤ b2 − a 2 =        =
                                                                       2      22

                                a3     b3                             b2 − a2        b0 − a0
                                                x2 − r ≤ b3 − a3 =               =
                                                                         2
                                                                                  1     23




0011 0010
                                       M

                               a k +1 b k + 1
                                                             M

                                                xk − r ≤ bk +1 − ak +1 =
                                                                            2    452
                                                                         bk − ak b0 − a0
                                                                                = k +1
                                                                                  2
Vamos determinar o menor inteiro k tal que xk − r < ε :

      Sabemos que
              b0 − a0
      xk − r ≤ k +1
               2
      Então
       b0 − a0              k +1       b0 − a0
          k +1
               <ε   ⇒ 2            >
        2                                ε

                                          b0 − a0 
                    ⇒ (k + 1) log 2 > log         
                                          ε 

                    ⇒k >
                            log(b0 − a0 ) − log ε
                                                  − 1, k ∈ Ζ .    1
0011 0010
                                   log 2
                                                                 452
2.4 Convergência do método da bissecção

    A convergência do método da bissecção é quase linear:
                             xk +1 − r       1
                     lim                 ≈
                      k →∞   xk − r          2




                                                             1
0011 0010
                                                            452
3. Método da corda falsa




                                        1
0011 0010
                                       452
Condições para aplicação:
   A função f deve ser contínua no intervalo [a, b], onde contém uma única raíz r.



   No método da corda falsa, a função f é substituída pela recta l que passa pelos
   pontos (a, f (a )) e (b, f (b )) .


   É muito semelhante ao método da bissecção, só que em vez de determinar o ponto
   médio do intervalo [a, b] é determinado um ponto c
   tal que
                                   f (b)(b − a )
                             c =b−
                                   f (b) − f (a)

   que é a abcissa do ponto de intersecção da recta  l com o eixo dos x .
                                                                             1
   O intervalo [a, b] é então substituído pelo intervalo limitado por c e pelo extremo a
                                                                            452
   ou b , em que a função tem sinal contrário a f (c ). O processo repete-se agora para
   este novo intervalo (que contém a raiz) e assim sucessivamente até atingir a
0011 0010
   precisão desejada.
3.1 Interpretação geométrica
      y




                                              •

                                         l0


                          •
                 •   l1
            a   x1        x0                  b    x
            •



                                                   1
0011 0010
                                                  452
3.2 Algoritmo do método da corda falsa
    Seja f contínua em [a, b], com uma única raíz neste intervalo.
            1. Dados iniciais:
               - intervalo inicial [a, b]
               - precisões ε 1 , ε 2

            2. k = 0
                                   b−a
               xk = b − f (b )
            3.                 f (b ) − f (a )
            4. Se | f ( x k ) |< ε 1 , faça r = xk.   FIM

            5. Se f (a) f ( x k ) > 0, faça a = x k . Vá para o passo 7
            6. b = xk
                                                                           1
0011 0010
            7. Se b − a < ε 2 , faça r = x k . FIM
            8. k = k +1. Volte ao passo 3                                 452
3.3 Majorante para o erro absoluto de uma estimativa

         e a ( x k ) = x k − r ≤ max {x k − a k , b k − x k }.




  3.4 Ordem de convergência do método da corda falsa
                       xk − r
                lim                =c
                k →∞   xk −1 − r
                          f ' (r )
  onde         c = 1−              >0
                          f ' (ε )
  com ε ∈ (a, b ) e f ' (r ) < f ' (ε ), pelo que a convergência do
  método da corda falsa é linear.                                 1
0011 0010
                                                                 452
4. Método de ewton Raphson




                                          1
0011 0010
                                         452
4.1 Abordagem analítica

  Seja f uma função com derivadas contínuas até à segunda ordem no
  intervalo [a, b] , f (a ) f (b ) < 0 e f ' (x ) ≠ 0 para todo x ∈ (a,b ).

  Seja r a única raíz da equação f (x) = 0 nesse intervalo.

   Pela fórmula de Taylor, se x0 ∈ [a,b],
                                     ,b

                                                                 f ' ' (ξ )
   f (r ) = f ( x 0 ) + (r − x 0 ) f ' (x 0 ) + (r − x 0 )
                                                             2

                                                                    2!

   para algum ξ entre r e x 0 .
                                                                               1
0011 0010
                                                                              452
Como f (r ) = 0 e f ' (x0 ) ≠ 0 ,
               f (x 0 )                    f ' ' (ξ )
     r = x0 −            + (r − x 0   )
                                      2

              f ' (x 0 )                  2 f ' (x 0 )

 Se r está próximo de x0 , o termo

                    f ' ' (ξ )
     (r −   x0 )
               2

                   2 f ' (x 0 )

 é pequeno em valor absoluto e podemos escrever

                f (x 0 )
      r ≈ x0 −            .
               f ' (x 0 )
                                                          1
0011 0010
                                                         452
Deste modo
                                        f (x 0 )
                       x1 = x 0 −
                                       f ' (x 0 )

      é uma estimativa para a raíz r.


      Pondo                     f ( x1 )
                      x2 = x1 −
                                f ' ( x1 )

      temos outra estimativa para a raíz r.

      Este procedimento pode repetir-se e obtemos assim uma
      sucessão
                             x 0 , x 1 , x 2 ,...          1
       de
0011 0010   valores aproximados da raíz r.                452
A partir de uma aproximação inicial x0                   gera-se uma sucessão
                          x 0 , x 1 , x 2 ,...

      de aproximações sucessivas da raíz r através do processo
      iterativo dado por

                                   f ( x k −1 )
                    x k = x k −1 −                ,   k = 1, 2 ,...
                                   f ' ( x k −1 )



                                                                              1
0011 0010
                                                                             452
4.2 Interpretação Geométrica
Dado o ponto ( xi , f ( xi )), traçamos a recta Li, tangente à curva
nesse ponto, dada por Li ( x) = f ( xi ) + f ' ( xi )( x − xi ) e a abcissa do
ponto de intersecção desta recta com o eixo dos x dá-nos uma
                                                                        f
aproximacão xi +1 da raíz.
                                                                       L1
                     y



                                                           •




                                                  •
                                                                     L0
                                x0              r x2       x1               x

                               •
                                                                                 1
0011 0010
                                                                                452
4.3 Algoritmo do M R
  Consideremos a equação f(x)=0.
                  1. Dados iniciais:
                     - aproximação inicial x0
                     - precisões ε 1 , ε 2
                   2. Se | f ( x0 ) |< ε 1, façar = x0 . FIM
                   3. k = 1
                                       f (x k −1 )
                                          (x
                   4. x k = x k −1   −
                                       f ' ( x k −1 )
                   5. Se | f ( x k ) |< ε 1       
                                                   faça r = x k . FIM
                      ou se | x k − x k −1 |< ε 2 

                   6. k = k + 1. Volte ao passo 4
                                                                          1
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4.4 Estudo da Convergência do M R
   Teorema. Seja f uma função que verifica as condições:
   (i) f tem derivadas contínuas até à segunda ordem num
       intervalo [a,b] ;
   (ii) f (a ) f (b ) < 0 ;
   (iii) f ' ( x ) ≠ 0 para todo x ∈[a, b] ;
   (iv) f ' ' não muda de sinal no intervalo [a,b] ;
   (v)      f (x0 ) f ' ' ( x0 ) > 0 para algum x 0 ∈ [a , b ]
   Então a sucessão x 0 , x 1 , x 2 ,...
   gerada pelo MNR, converge para a única raíz de f (x ) = 0
                                                                  1
   em [a, b] .

0011 0010
                                                                 452
Teorema. Seja f uma função que verifica as condições:
   (i) f tem derivadas contínuas até à segunda ordem num
       intervalo [a,b] ;
   (ii) f (a ) f (b ) < 0 ;
   (iii) f ' ( x ) ≠ 0 para todo x ∈[a, b] ;
   (iv) f ' ' não muda de sinal no intervalo x ∈ [a,b] ;
          f (a )            f (b )
   (v) f ' (a )  ≤b−a e             ≤ b − a.
                           f ' (b )
       Então a sucessão gerada pelo MNR, converge para a única
       raíz de f ( x ) = 0 em [a, b] , para qualquer valor inicial
        x 0 ∈ [a, b] .
                                                              1
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Ordem de convergência do M R

                       xk − r
               lim                2
                                      = c>0
               k →∞
                      xk -1 − r


      Assim, para k suficientemente grande,
                                              2
              xk − r      ≈ c x k −1 − r


     O erro da iteração do MNR é proporcional ao quadrado do erro
     da iteração anterior. Por isso, a convergência é quadrática.


                                                             1
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                                                            452
5. Método da secante




                                    1
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                                   452
A desvantagem que o método de Newton-Raphson apresenta
   ao ser necessário calcular a derivada da função (em certos
   problemas pode consumir muito tempo computacional) pode
   ser contornada pelo método da secante.

   No método da secante, a derivada é substituída por:

                                 f ( xk −1 ) − f ( xk − 2 )
                 f ' ( xk −1 ) ≈                            .
                                      xk −1 − xk − 2
   Consequentemente, substituindo na fórmula iterativa do
   método de Newton-Raphson, obtemos a fórmula iterativa do
   método da secante:
                            f ( xk −1 )( xk −1 − xk − 2 )
               xk = xk −1 −                               , k = 2,3,...
                             f ( xk −1 ) − f ( xk − 2 )
                                                                           1
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                                                                          452
Esta transformação faz com que seja necessário mais uma
    aproximação inicial para aproximar a primeira derivada.

    Os critérios de convergência são os mesmos do método de Newton-
    Raphson, à excepção da última condição que pode ser adaptada para
    a escolha de duas estimativas iniciais:

            f (a )                f (b )
    Se                 ≤b−a   e              ≤ b − a,
            f ' (a )              f ' (b )

    então quaisquer x0 , x1 ∈ [a, b] podem ser utilizados para iniciar o
    método.
    Por outro lado, se existirem x0 , x1 ∈ [a, b] tais que
                                                                                1
     f ( x0 ) f ' ' ( x0 ) > 0 e f ( x1 ) f ' ' ( x1 ) > 0, então esses valores podem ser
    estimativas iniciais.
0011 0010
                                                                               452
A ordem de convergência do método da secante é
                  1+       5
            p =                ≈ 1 . 618 .
                       2




                                                        1
0011 0010
                                                       452
Interpretação geométrica

                                  y




                f




                        r    xk                    xk − 2        xk −1   x

                                                     •
                                                                  •


   A partir de duas aproximações xk−2 , xk−1 , a aproximação xk
   é obtida como sendo a abcissa do ponto de intersecção
                                                                              1
                                                                             452
   do eixo dos x e da recta que passa pelos pontos (xk−1, f (xk−1)) , (xk−2, f (xk−2 )).
0011 0010

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2 equações

  • 1. Raízes de equações não lineares 1 0011 0010 452
  • 2. 1 – Introdução 1.1 – Localização das raízes 1.2 – Refinamento 2 – Método da bissecção 2.1 – Interpretação geométrica 2.2 – Algoritmo 2.3 – Estimativa do número de iterações 2.4 – Estudo da convergência 3 – Método da corda falsa 3.1 – Interpretação geométrica 3.2 – Algoritmo 3.4 – Majorante para o erro absoluto de uma estimativa 3.3 – Estudo da convergência 4 – Método de Newton–Raphson (MNR) 4.1 – Abordagem analítica 4.2 – Interpretação geométrica 1 452 4.3 – Algoritmo 4.4 – Estudo da convergência 5 – Método da secante 0011 0010
  • 3. 1. Introdução 1 0011 0010 452
  • 4. Pretendemos estudar alguns métodos iterativos que nos permitem obter raízes reais (aproximadas) de uma equação não linear f (x ) = 0, onde f é uma função real de variável real. Exemplos de equações não-lineares: 2 x 4 + 3x 2 + 7 = 0, 1 x 4 + 3x = 0, 2 e − x − x 2 = 0, e − x + cos(4 x ) = 0. 1 0011 0010 452
  • 5. Definição. Se f é uma função real de variável real e f (r ) = 0, então dizemos que r é um zero da função f ou que r é uma raíz da equação f (x ) = 0. Graficamente, os zeros reais de f são as abcissas dos pontos de intersecção do gráfico de f com o eixo dos x. 1 0011 0010 452
  • 6. Não existem fórmulas resolventes para a generalidade das equações, pelo que é necessário recorrer a outros métodos, chamados métodos iterativos. Um método iterativo é uma sequência de instruções que são executadas passo a passo, algumas das quais são repetidas em ciclos; cada ciclo recebe o nome de iteração. Estas iterações utilizam valores obtidos em iterações anteriores para encontrar uma nova aproximação para a raíz. 1 0011 0010 452
  • 7. Um processo iterativo para calcular as raízes de uma equação f ( x ) = 0, pode ser dividido em duas fases: 1º Localização das raízes Consiste em obter um intervalo [a, b] que contém uma única raiz r. 2º Refinamento Escolhida uma aproximação inicial no intervalo [a, b] melhorá- la sucessivamente por um processo iterativo (usando a aproximação anterior) até obter uma aproximação para a raíz dentro de uma precisão ε prefixada. 1 0011 0010 452
  • 8. 1.1 Localização das raízes Nesta fase é feita uma análise gráfica e teórica da função. Análise Gráfica Esta análise pode ser feita através de um dos seguintes processos: (i) Esboçar o gráfico da função f e localizar as abcissas dos pontos de intersecção do gráfico com o eixo dos x. 40 Exemplo: f ( x) = x3 − 9 x + 3 30 r1 ∈ [−4,−3] 20 10 r2 ∈ [0,1] 1 r1 r2 r3 0 r3 ∈ [2,3] 452 -10 -20 0011 0010 -30 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
  • 9. (ii) A partir da equação f (x) = 0, obter a equação equivalente g(x) = h(x), esboçar os gráficos de g(x) e h(x) no mesmo eixo Cartesiano e localizar as abcissas dos pontos de intersecção dos dois gráficos. f ( r ) = 0 ⇔ g ( r ) = h ( r ). Exemplo 8 f ( x) = e − x − x = 0 7 6 g Resolução 5 h x = e−x 4 3 g ( x) = e − x 2 h( x ) = x 1 0 r Logo r ∈ [0,1] -1 1 452 -2 -2 -1 0 1 2 3 4 0011 0010
  • 10. Análise Teórica Teorema (Corolário do teorema de Bolzano). Seja f uma função contínua no intervalo [a, b]. Se f (a) f (b) <0, então existe pelo menos um r ∈ (a, b ) tal que f (r) = 0. y Graficamente a r1 r2 r3 b x y 1 0011 0010 a r1 r2 b x 452
  • 11. Teorema de Rolle. Se f é contínua em [a, b], diferenciável em (a,b) e f(a) = f(b) = 0, então existe c ∈ (a, b) tal que f’(c)=0. Portanto, sob as hipóteses do teorema anterior, se f’(x) existir e não mudar de sinal em [a, b], então existe uma única raíz nesse intervalo. y y Graficamente a b x a b x f ' ( x) > 0, ∀ x ∈ [a, b] f ' ( x) < 0, ∀ x ∈[a, b] 1 0011 0010 452
  • 12. Podemos aplicar este teorema atribuindo valores a x e analisando o sinal de f (x). Exemplo f ( x ) = x − 9 x + 3 3 x -10 -5 -3 -1 0 1 2 3 4 f(x) - - + + + - - + + - Analisando a mudança de sinal, podemos concluir que existe pelo menos uma raíz dentro dos intervalos indicados. 1 f ' ( x ) = 3 x 2 − 9 não muda de sinal em cada um dos - A derivada intervalos, portanto cada raíz é única no intervalo. 0011 0010 452
  • 13. Observação Se f (a) f (b) > 0 então podem existir ou não raízes no intervalo [a,b]. y Graficamente a b x y y 1 a 0011 0010 r1 r2 b x a r1 b x 452
  • 14. 1.2 Refinamento Esta fase implica a resolução de vários problemas: • Escolher uma aproximação inicial x0 para a raiz r. • Construir uma fórmula de recorrência que permite obter sucessivamente novas aproximações xk a partir da anterior. Obtemos assim uma sucessão x0 , x1 , x 2 ,... de aproximações da solução r. A cada aproximação corresponde o erro absoluto ek = xk − r xk − r e o erro relativo . r • Estudar a convergência da sucessão. 1 Obviamente estamos interessados em que o método iterativo seja convergente; ou seja, deve verificar-se que 0011 0010 k = r ou lim ek = 0. lim x k →∞ k →∞ 452
  • 15. • Estudar a velocidade de convergência. Definição. Se para um dado método iterativo existirem constantes c > 0 e p ≥ 1 ek tais que lim p = c, k →∞ e k −1 dizemos que p é a ordem de convergência do método e c a constante de erro assimptótico do método relativamente ao zero r da função. A expressão nesta definição costuma por vezes escrever-se na forma assimptótica ek ≈ cekp−1 quando k → ∞. Se p = 1, a convergência diz-se linear. Se 1 < p < 2 , a convergência diz-se supralinear. Se p = 2 , a convergência diz-se quadrática 1 Quanto maior for a ordem de convergência, mais rápida è, em geral, a velocidade de convergência do processo. A constante de erro assimptótico, normalmente, só é 452 considerada quando se comparam processos iterativos com a mesma ordem de convergência. Aqui, quanto menor for a constante de erro assimptótico mais rápida 0011é a convergência do processo. 0010
  • 16. É impraticável realizar um número infinito de iterações; é necessário parar num determinado termo x k . Dizemos que o valor de xk é raíz aproximada com precisão ε se: (i) | x k − r |< ε (ii) | f ( xk ) |< ε Nem sempre é possível ter as duas condições satisfeitas simultaneamente: y | xk − r |> ε | xk − r |< ε y | f ( xk ) |< ε | f ( xk ) |> ε r xk x xk r 1 452 x 0011 0010
  • 17. Como não conhecemos o valor da raíz r para aplicar o teste xk − r < ε , usamos frequentemente a estimativa xk − xk −1 < ε do erro absoluto para o critério de paragem. Critérios de paragem alternativos: • xk − xk −1 < ε xk − xk −1 • <ε xk • f (xk ) < ε 1 0011 0010 • Impondo um número máximo de iterações 452
  • 18. 2. Método da bissecção 1 0011 0010 452
  • 19. Condições para aplicação: A função deve ser contínua no intervalo [a, b], onde contém uma única raíz. O objectivo deste método é reduzir a amplitude do intervalo inicial que contém a raiz até que seu comprimento seja menor que a precisão desejada, usando para isso sucessivas divisões a meio do intervalo [a, b]. 1 0011 0010 452
  • 20. 2.1 – Interpretação Geométrica y a0 1 a2 x1 x2 r x0 a3 b2 3 1 b0 x Iteração 3: Iteração 2: Iteração 1: xx2= (a02+ bb2) 0 = (a + 0) a3 = x2 1 a0 1 1 2 1 ⇒ 2 1 b1 = x0 2 b1 1 0011 0010 ff (x1) < 0 (x2 ) > 0 0 3 2 r ∈ [a1 , b1] 3 2 3 2 452
  • 21. 2.2 Algoritmo do método da bissecção Seja f contínua em [a, b] , com uma única raíz neste intervalo. 1. Dados iniciais: - intervalo inicial [a, b] - precisão ε 2. Se a − b < ε , então escolha para r qualquer x∈[a, b]. FIM 3. k = 0 4. xk = a+b 2 5. Se f (a) f ( xk ) > 0 , faça a = xk . Vá para o passo 7 6. b = xk 7. Se a − b < ε , escolha para r qualquer x∈[a, b]. 1 FIM 0011 0010 8. k = k +1. Volte ao passo 4 452
  • 22. 2.3 Estimativa do número de iterações Dada uma precisão ε e um intervalo [a, b], vamos determinar quantas iterações, no mínimo, terão que ser efectuadas pelo método da bissecção para que xk − r < ε . a0 x0 b0 a1 x1 b1 b0 − a 0 x 0 − r ≤ b1 − a1 = 2 a2 x2 b2 b1 − a1 b0 − a0 x1 − r ≤ b2 − a 2 = = 2 22 a3 b3 b2 − a2 b0 − a0 x2 − r ≤ b3 − a3 = = 2 1 23 0011 0010 M a k +1 b k + 1 M xk − r ≤ bk +1 − ak +1 = 2 452 bk − ak b0 − a0 = k +1 2
  • 23. Vamos determinar o menor inteiro k tal que xk − r < ε : Sabemos que b0 − a0 xk − r ≤ k +1 2 Então b0 − a0 k +1 b0 − a0 k +1 <ε ⇒ 2 > 2 ε  b0 − a0  ⇒ (k + 1) log 2 > log   ε  ⇒k > log(b0 − a0 ) − log ε − 1, k ∈ Ζ . 1 0011 0010 log 2 452
  • 24. 2.4 Convergência do método da bissecção A convergência do método da bissecção é quase linear: xk +1 − r 1 lim ≈ k →∞ xk − r 2 1 0011 0010 452
  • 25. 3. Método da corda falsa 1 0011 0010 452
  • 26. Condições para aplicação: A função f deve ser contínua no intervalo [a, b], onde contém uma única raíz r. No método da corda falsa, a função f é substituída pela recta l que passa pelos pontos (a, f (a )) e (b, f (b )) . É muito semelhante ao método da bissecção, só que em vez de determinar o ponto médio do intervalo [a, b] é determinado um ponto c tal que f (b)(b − a ) c =b− f (b) − f (a) que é a abcissa do ponto de intersecção da recta l com o eixo dos x . 1 O intervalo [a, b] é então substituído pelo intervalo limitado por c e pelo extremo a 452 ou b , em que a função tem sinal contrário a f (c ). O processo repete-se agora para este novo intervalo (que contém a raiz) e assim sucessivamente até atingir a 0011 0010 precisão desejada.
  • 27. 3.1 Interpretação geométrica y • l0 • • l1 a x1 x0 b x • 1 0011 0010 452
  • 28. 3.2 Algoritmo do método da corda falsa Seja f contínua em [a, b], com uma única raíz neste intervalo. 1. Dados iniciais: - intervalo inicial [a, b] - precisões ε 1 , ε 2 2. k = 0 b−a xk = b − f (b ) 3. f (b ) − f (a ) 4. Se | f ( x k ) |< ε 1 , faça r = xk. FIM 5. Se f (a) f ( x k ) > 0, faça a = x k . Vá para o passo 7 6. b = xk 1 0011 0010 7. Se b − a < ε 2 , faça r = x k . FIM 8. k = k +1. Volte ao passo 3 452
  • 29. 3.3 Majorante para o erro absoluto de uma estimativa e a ( x k ) = x k − r ≤ max {x k − a k , b k − x k }. 3.4 Ordem de convergência do método da corda falsa xk − r lim =c k →∞ xk −1 − r f ' (r ) onde c = 1− >0 f ' (ε ) com ε ∈ (a, b ) e f ' (r ) < f ' (ε ), pelo que a convergência do método da corda falsa é linear. 1 0011 0010 452
  • 30. 4. Método de ewton Raphson 1 0011 0010 452
  • 31. 4.1 Abordagem analítica Seja f uma função com derivadas contínuas até à segunda ordem no intervalo [a, b] , f (a ) f (b ) < 0 e f ' (x ) ≠ 0 para todo x ∈ (a,b ). Seja r a única raíz da equação f (x) = 0 nesse intervalo. Pela fórmula de Taylor, se x0 ∈ [a,b], ,b f ' ' (ξ ) f (r ) = f ( x 0 ) + (r − x 0 ) f ' (x 0 ) + (r − x 0 ) 2 2! para algum ξ entre r e x 0 . 1 0011 0010 452
  • 32. Como f (r ) = 0 e f ' (x0 ) ≠ 0 , f (x 0 ) f ' ' (ξ ) r = x0 − + (r − x 0 ) 2 f ' (x 0 ) 2 f ' (x 0 ) Se r está próximo de x0 , o termo f ' ' (ξ ) (r − x0 ) 2 2 f ' (x 0 ) é pequeno em valor absoluto e podemos escrever f (x 0 ) r ≈ x0 − . f ' (x 0 ) 1 0011 0010 452
  • 33. Deste modo f (x 0 ) x1 = x 0 − f ' (x 0 ) é uma estimativa para a raíz r. Pondo f ( x1 ) x2 = x1 − f ' ( x1 ) temos outra estimativa para a raíz r. Este procedimento pode repetir-se e obtemos assim uma sucessão x 0 , x 1 , x 2 ,... 1 de 0011 0010 valores aproximados da raíz r. 452
  • 34. A partir de uma aproximação inicial x0 gera-se uma sucessão x 0 , x 1 , x 2 ,... de aproximações sucessivas da raíz r através do processo iterativo dado por f ( x k −1 ) x k = x k −1 − , k = 1, 2 ,... f ' ( x k −1 ) 1 0011 0010 452
  • 35. 4.2 Interpretação Geométrica Dado o ponto ( xi , f ( xi )), traçamos a recta Li, tangente à curva nesse ponto, dada por Li ( x) = f ( xi ) + f ' ( xi )( x − xi ) e a abcissa do ponto de intersecção desta recta com o eixo dos x dá-nos uma f aproximacão xi +1 da raíz. L1 y • • L0 x0 r x2 x1 x • 1 0011 0010 452
  • 36. 4.3 Algoritmo do M R Consideremos a equação f(x)=0. 1. Dados iniciais: - aproximação inicial x0 - precisões ε 1 , ε 2 2. Se | f ( x0 ) |< ε 1, façar = x0 . FIM 3. k = 1 f (x k −1 ) (x 4. x k = x k −1 − f ' ( x k −1 ) 5. Se | f ( x k ) |< ε 1   faça r = x k . FIM ou se | x k − x k −1 |< ε 2  6. k = k + 1. Volte ao passo 4 1 0011 0010 452
  • 37. 4.4 Estudo da Convergência do M R Teorema. Seja f uma função que verifica as condições: (i) f tem derivadas contínuas até à segunda ordem num intervalo [a,b] ; (ii) f (a ) f (b ) < 0 ; (iii) f ' ( x ) ≠ 0 para todo x ∈[a, b] ; (iv) f ' ' não muda de sinal no intervalo [a,b] ; (v) f (x0 ) f ' ' ( x0 ) > 0 para algum x 0 ∈ [a , b ] Então a sucessão x 0 , x 1 , x 2 ,... gerada pelo MNR, converge para a única raíz de f (x ) = 0 1 em [a, b] . 0011 0010 452
  • 38. Teorema. Seja f uma função que verifica as condições: (i) f tem derivadas contínuas até à segunda ordem num intervalo [a,b] ; (ii) f (a ) f (b ) < 0 ; (iii) f ' ( x ) ≠ 0 para todo x ∈[a, b] ; (iv) f ' ' não muda de sinal no intervalo x ∈ [a,b] ; f (a ) f (b ) (v) f ' (a ) ≤b−a e ≤ b − a. f ' (b ) Então a sucessão gerada pelo MNR, converge para a única raíz de f ( x ) = 0 em [a, b] , para qualquer valor inicial x 0 ∈ [a, b] . 1 0011 0010 452
  • 39. Ordem de convergência do M R xk − r lim 2 = c>0 k →∞ xk -1 − r Assim, para k suficientemente grande, 2 xk − r ≈ c x k −1 − r O erro da iteração do MNR é proporcional ao quadrado do erro da iteração anterior. Por isso, a convergência é quadrática. 1 0011 0010 452
  • 40. 5. Método da secante 1 0011 0010 452
  • 41. A desvantagem que o método de Newton-Raphson apresenta ao ser necessário calcular a derivada da função (em certos problemas pode consumir muito tempo computacional) pode ser contornada pelo método da secante. No método da secante, a derivada é substituída por: f ( xk −1 ) − f ( xk − 2 ) f ' ( xk −1 ) ≈ . xk −1 − xk − 2 Consequentemente, substituindo na fórmula iterativa do método de Newton-Raphson, obtemos a fórmula iterativa do método da secante: f ( xk −1 )( xk −1 − xk − 2 ) xk = xk −1 − , k = 2,3,... f ( xk −1 ) − f ( xk − 2 ) 1 0011 0010 452
  • 42. Esta transformação faz com que seja necessário mais uma aproximação inicial para aproximar a primeira derivada. Os critérios de convergência são os mesmos do método de Newton- Raphson, à excepção da última condição que pode ser adaptada para a escolha de duas estimativas iniciais: f (a ) f (b ) Se ≤b−a e ≤ b − a, f ' (a ) f ' (b ) então quaisquer x0 , x1 ∈ [a, b] podem ser utilizados para iniciar o método. Por outro lado, se existirem x0 , x1 ∈ [a, b] tais que 1 f ( x0 ) f ' ' ( x0 ) > 0 e f ( x1 ) f ' ' ( x1 ) > 0, então esses valores podem ser estimativas iniciais. 0011 0010 452
  • 43. A ordem de convergência do método da secante é 1+ 5 p = ≈ 1 . 618 . 2 1 0011 0010 452
  • 44. Interpretação geométrica y f r xk xk − 2 xk −1 x • • A partir de duas aproximações xk−2 , xk−1 , a aproximação xk é obtida como sendo a abcissa do ponto de intersecção 1 452 do eixo dos x e da recta que passa pelos pontos (xk−1, f (xk−1)) , (xk−2, f (xk−2 )). 0011 0010