O que é arte. Definição de arte. História da arte.
Hipismos tropeiros
1. Hipismo tropeiro
2.1.1. DESFILES DE CAVALEIROS- Existe uma “cultura” atrasada que diz –
“cavalo alheio, espora e relho e tirão no freio”. Entretanto, já fazem mais de
cem anos que o campeiro Blau Nunes nos ensina – “não grites sem ocasião e
não guasqueies sem precisão ... (...fala com ele...)... e sempre que puderes,
passa-lhe a mão.
Na verdade - desde os começos coloniais, com o Indio e o Gaudério, - o
cavalo torna-se o maior amigo do Tropeiro. Quando o escultor Morrone,
encarregado da Estátua do Tropeiro, procurou o padre historiador Aluísio
Almeida este o orientou a representar o Tropeiro Símbolo em cima de um
Cavalo. Por que? O padre historiador sabia das coisas...
No tropeirismo moderno, o cavalo aparece nos desfiles de cavaleiros, lado a
lado com o muar, - o burro ou a mula. Faça-se justiça a esse valente hibrido
de jumento, que por sinal tem meio sangue do cavalo. – mas tu sabias que
nenhum dos muitos milhões de muares até hoje produzidos no país, poderia
existir se não tivesse saído do ventre de uma égua-mãe – uma fêmea da
espécie cavalar? Assim, se tu - tropeiro ou tropeira - escolheres desfilar
montando uma mula, serei o primeiro a te dar parabéns. Saibas porém que
a escolha prioritária do cavalo nos símbolos do Tropeiro, não se deve apenas
a razões estéticas, nem a qualquer discriminação do muar, mas principalmente
por respeito à verdade histórica e biológica. A simpática e valorosa mula entrou
com o pé direito na história do tropeirismo – só que entrou depois do cavalo. E
depende até hoje - dos humanos tropeiros e da espécie eqüina - para nascer
e continuar sendo reproduzida.
2.1.2. PROVAS DE AGILIDADE - Num bom cavalo crioulo, / Vale da rédea a
leveza, / Pois pouco serve a beleza,/ Se a sua boca for dura;/ Por isso, a raça se
apura / Nos torneios de destreza –( Mário Mattos, in Décima de Sepé Tiaraju,
Martins Livreiro, Porto Alegre, 1985.).
O hábito de montar a cavalo e participar de desfiles e cavalgadas -
manifestação típica da tradição tropeira – vem crescendo em todos os estados
do Brasil. Cavaleiros e cavaleiras brilham ao vivo e na TV, executando provas
de tambores e balisas, tudo medido a relógio minuteiro, com regulamento
complicado. É bonito assistir, mas difícil de participar . Só têm acesso os
2. cavaleiros ou cavaleiras mais preparados, inclusive mais abonados de grana..
Para os cavaleiros comuns, com seus cavalinhos “pêlo duro” faz falta poderem
praticar o divertimento em qualquer campinho de várzea, como aqueles que a
gurizada usava nas “peladas” de futebol – ou nas carreiras de piás em petiços,
só por rapadura. Nesta situação, a prova das cinco balisas em filas duplas
já é uma experiência comprovada por nós na Semana do Tropeiro de
Sorocaba, nas décadas de 70 e 80. É fácil de implantar, não precisa relógio.
Com julgamentos transparentes, pode exercitar a confiança e amizade entre os
tropeiros.
DIMENSÕES DA CANCHA :40 X 30 METROS
ABERTURA DE COVAS : com cavadeira de molas, para afofar a terra, à
profundidade de 50 centímetros e distancia de 6 metros uma cova da outra,
formando assim as duas fileiras de 5 balisas; na distância de 10 metros entre
as duas fileiras.
MEDIDAS DA CANCHA - A cancha será balisada em 30 metros de frente
por 40 metros da frente ao fundo. Essa medida permite colocar bandeirolas
marcando a linha de partida e chegada; e tem suficiente espaço para a
circulação dos cavaleiros.
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3. No final da década de 80, os cavaleiros de Tatuí SP, Nelson Gardenal e seu
filho Nilson, foram apontados pela revista Hippus como destaques nacionais –
cavaleiros eméritos da década. Em contato fortuito com este autor, ocorrido no
CTTB de Itapetininga, SP, Nelson, lembrou que seu começo no hipismo
aconteceu em suas participações nas provas que promoviamos na Semana do
Tropeiro em Sorocaba. Aquelas estatuetas do Tropeiro conquistadas nas provas
simples de Sorocaba. estão guardadas com carinho em sua casa, ao lado dos
troféus da sua brillhante carreira
Outras provas, como corridas de estafetas entre a criançada, a pé ou com
cavalinhos de verdade; provas de tiro de laço à mula mecânica, etc,; podem ser
criadas pelos tradicionalistas imaginosos.
2.1.3. Indumentárias - Trajes típicos, masculinos e feminiinos, podem ser
criados pela pesquisa de cada região ou localidade desde que os estilos
sejam considerados simbólicos: No mínimo , pelo viés interiorano ou
campeiro. A liberdade de criação artística com elementos simbólicos alusivos ao
tropeirismo, não pretende ser folclore, mas será, sim, projeção folclórica e
nova tradição criada para o século 21. Recordo que em Sorocaba dos anos
70, elaborei para miss Sorocaba , Maria José Carvalho de Sanctis. um croqui de
traje feminino “tropeiro “. Levado como pista ao costureiro Clodovil , aquele
famoso e saudoso estilista confeccionou o traje com que a bela concorreu ao
titulo de miss São Paulo.– com expressivo sucesso no desfile apresentado na
TV...