Informática na Dislexia: Uma Estratégia de Intervenção
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INFORMÁTICA NA DISLEXIA
Raquel Caruso Whitaker
Fonoaudióloga / Psicopedagoga e Psicomotricista
Silvia Amaral de Mello Pinto
Pedagoga / Psicopedagoga e Professora Universitária
Colaboração: Adriana Fóz Veloso
Pedagoga / Psicopedagoga e Orientadora Educacional
Coordenadoras da Clínica CAD – Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento
1. Introdução
Em relação à nossa prática psicopedagógica e fonoaudiológica sentimos a necessidade de estratégias
mais específicas de intervenção para os casos de dislexia.
Encontramos excelentes resultados com o uso da Informática que nos permitiu, além de um melhor
atendimento às dificuldades do disléxico, o desenvolvimento do seu potencial cognitivo e emocional
como um todo.
Preocupamo-nos em promover a multiplicidade das inteligências, a diversidade de talentos e estilos
cognitivos do indivíduo, bem como desenvolver uma postura que vise a maior qualidade de vida do
disléxico.
Tendo em vista a dislexia, desenvolvemos uma ação específica que, através do instrumento da
informática, conduz o sujeito às possibilidades de aprendizagem.
2. Dislexia
A dislexia de desenvolvimento ou evolução é uma dificuldade para aprender a ler, apesar da criança ter
uma inteligência normal ( QI ) e ter sido submetida a um ensino adequado. Ela deve estar isenta de
outros distúrbios sensoriais, neurológicos ou emocionais e não ser proveniente de um meio sócio-cultural
insatisfatório.
Segundo o DSM-IV - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (APA,1994) – a dislexia
está classificada sob o código 315.00 - Transtorno da Leitura - na seção sobre transtornos da
Aprendizagem ( anteriormente habilidades escolares), na categoria Transtornos Geralmente
Diagnosticados pela Primeira vez na Infância ou Adolescência.
Os critérios para o diagnóstico diferencial são:
. rendimento da leitura ( teste padronizado ) muito abaixo do nível esperado para a idade, tendo em vista a
escolaridade e a capacidade intelectual do indivíduo ( teste de Q.I.);
. essas perturbações estejam interferindo significativamente no sucesso escolar ou nas atividades diárias
que requerem capacidade em leitura;
. em presença de um déficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem aquelas geralmente a este
associadas .
Apresentamos o conceito de dislexia segundo o DSM-IV por ser um dos mais referendados
mundialmente. Porém, é necessário ressaltar as inúmeras controvérsias a respeito da definição do termo
dislexia e suas implicações. Uma análise mais cuidadosa mostra que esta definição tem sua origem na
corrente organicista ( final do séc. XIX), evoluindo através de uma trajetória de exclusão. Nesse sentido é
importante acrescentar que os estudos sobre a Dislexia vêm ganhando amplitude e profundidade,
principalmente se considerarmos os avanços médico-tecnológicos e contribuições clínicas, ou seja, de
neuropsicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos e médicos.
Em interação com a corrente instrumental (psicólogos), a corrente pedagógica ( professores e pedagogos)
desenvolveu baterias de avaliação dos desempenhos em leitura, na verdade, baterias prognósticas da
aprendizagem, em plena consciência da complexidade deste comportamento que é o saber ler ( Grégoire
& Piérart, 1997).
As tentativas de avaliação dos distúrbios de leitura fundamentam-se na sua descrição sintomática.
São seus principais sintomas:
. Distorções, substituições ou omissões de letras, sílabas e palavras;
. Lentidão na leitura;
. Compreensão reduzida;
. Dificuldades também na escrita.
Segundo Critchley (in CONDEMARIN, 1989, pág. 21), existem algumas premissas para se diferenciar a
dislexia específica das demais causas de dificuldades na leitura. São elas:
. dificuldade para ler persistente até a idade adulta;
. erros na leitura e na escrita de natureza peculiar e específica ( ver acima );
. incidência familiar da síndrome;
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. dificuldade associada à interpretação de outros símbolos.
Desta forma, o conceito de dislexia está associado às diversas competências necessárias à leitura:
. competência léxica, isto é, o conhecimento que a criança tem de um certo número de palavras e sua
aptidão para ter acesso rapidamente ao vocabulário mental assim constituído;
. consciência fonológica, a capacidade de segmentar uma palavra em unidades menores como as sílabas e
de decompô-las em seus componentes fonológicos ;
. memória operacional.
Considerando a parcial transparência da Língua Portuguesa, a memorização da ortografia também
envolve um grande esforço por parte do sujeito. Os modelos cognitivos indicam a existência de um local
de armazenagem lexical da ortografia de palavras familiares, semelhante ao que existe para a fala ( léxico
de produção da fala), o qual também é usado no momento da leitura. Ele contém todas as palavras cuja
ortografia foi armazenada na memória. Ellis ( 1995 ) o chamou de léxico de produção dos grafemas.
Ele é alimentado pelo sistema semântico ( significado das palavras) e pelo sistema de produção da fala
( pronúncia de palavras familiares) que, por sua vez, são construídos através da análise visual
( identificação e posição das letras) e do sistema de reconhecimento visual de palavras ( ou léxico de
input visual ), que é uma espécie de depósito mental de palavras, que contém representações das formas
escritas de todas as palavras familiares.
A leitura se processa de forma semelhante, conforme podemos ver no quadro abaixo. O modelo
apresentado é uma adaptação do modelo clássico, de autoria de Patterson e Shewell (1987) ( GRÉGOIRE
& PIÉRART, 1997, pág. 57 ) no qual fizemos uma junção do processamento da leitura, da escrita e da
fala.
Sistema de
análise
visual
R
Sistema de
O
reconhecimento
T Segmentação
visual de palavras R
A da seqüência
O
ortográfica
T
A
F
L Sistema
O
E semântico N
X
Conversão dos O
I
segmentos L
C
ortográficos Ó
A
em segmentos G
L
Sistema de fonológicos I
Sistema de C
produção
produção A
fonológica de
Neste modelo, podemos visualizar muito bem as duas rotas de leitura utilizadas: a leitura por localização
dos
palavras
e a leitura por associação.
grafemas
A leitura por localização ( rota lexical ou léxico - semântica ) é utilizada para lermos palavras familiares
que armazenamos na memória ( sistema de reconhecimento visual de palavras), através de nossas
Junção
experiências de leitura. Recorremos ao léxico e ao sistema semântico para identificarmos essas palavras.
fonética
Em seguida, verificamos a pronúncia ( sistema de produção fonológica de palavras) e fazemos a leitura
oral.
Buffer
fonético
fala/leitura/escrita
Adaptação do modelo clássico de leitura e escrita
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A leitura por associação ( rota fonológica ) é utilizada para lermos palavras pouco freqüentes. Para
fazermos a leitura dessas palavras, a seqüência grafêmica é segmentada em unidades menores ( grafemas
e morfemas) e associada aos seus respectivos sons. Em seguida, fazemos a junção fonética e articulamos
a palavra.
Essas duas rotas são utilizadas sempre, por todos os indivíduos, em diferentes situações de leitura.
Nas crianças em processo de aprendizagem da leitura e escrita e nas disléxicas, em especial, precisamos
estar atentos a que rota elas usam preferencialmente, para estimulá-las, através de diferentes atividades
perceptivas e cognitivas, a fazer uso dos dois processos: o fonológico e o lexical.
Para estimular o processo fonológico, precisamos desenvolver sua consciência fonológica, através de
atividades onde a percepção e memória auditivas sejam trabalhadas.
Para estimular o processo léxico - semântico, precisamos trabalhar a percepção e memória visuais, além
de atividades cognitivas para enriquecimento da linguagem como um todo.
Desta forma, para ler, escrever e processar as informações, em geral, o sujeito faz uso de três grandes
funções - a percepção, a cognição e a emoção – que encontram-se intimamente relacionadas.
Várias pesquisas tem sido feitas para investigar os processos que o leitor usa para a decodificação da
informação léxica.
No processamento bottom-up, o leitor decodifica a informação a partir da percepção seqüencial dos
caracteres de cada letra ou sílaba até sua associação em palavras e frases, seguindo um trajeto do
particular para o geral, das partes para o todo.
No processamento denominado top-down, o significado da frase ou texto facilita a percepção das letras.
Desta forma, neste modelo, são usados procedimentos mais gerais e de nível cognitivo mais alto,
ressaltando a importância do significado no ato léxico e do todo na identificação das partes.
As pesquisas indicam, também, que esses dois processamentos interagem e, no caso de déficit de um
deles, o leitor buscaria apoio nos procedimentos mais intactos.
Escrita e leitura têm sido alvo de muitas pesquisas da Neuropsicologia cognitiva, mas encontramos uma
maior quantidade na área da leitura, principalmente com relação ao seu processamento.
Na escrita, os trabalhos estão mais ligados à ortografia de palavras do que à produção de textos e suas
implicações. No entanto, para escrever, gastamos muito mais energia no planejamento daquilo que
queremos dizer e como dizer.
Esta fase de planejamento, que alguns autores chamam de pré – escrita, envolve toda a preparação para
escrever: ruminação de idéias e decisão do que escrever.
O estágio seguinte, seria o da escrita propriamente dita e uma última etapa envolveria a reescrita, através
de uma avaliação e revisão do texto elaborado.
“Escrever é pensar. O ato de tentar expressar-se por escrito pode ajudar a esclarecer os próprios
pensamentos e fazer aflorar novas idéias ( ELLIS, 1995, pág. 71).”
Algumas pesquisas apontam na direção de que bons escritores são também bons em oratória e em ditado;
assim como os maus escritores têm dificuldade para expressar suas idéias. Entretanto, em nossa prática
clínica, observamos inúmeros casos em que essa afirmativa não procede, com crianças com graves
dificuldades de leitura e escrita apresentando incrível desenvoltura na linguagem oral.
Lembrando Ajuriaguerra ( 1952), a nossa experiência nos demonstra que não é possível encontrar
explicações unicausais aplicáveis a todos os disléxicos em geral.
São diversas as teorias, muitas as conclusões obtidas e outras tantas a serem ainda investigadas.
Mais importante do que definir dislexia e sua etiologia, no sentido de uma rotulação, é diagnosticá-la e
tratá-la de modo adequado, a partir de seus sintomas, direcionando a intervenção de forma particular e
procurando investigar o seu significado em cada caso.
A informática é um instrumento valioso na construção das funções cognitivas, perceptivas e emocionais
dos disléxicos , como veremos a seguir.
3. Informática
A informática é a “ciência que visa ao tratamento da informação através do uso de equipamentos e
procedimentos da área de processamento de dados” (FERREIRA –1986).
Ela possibilita o desenvolvimento do sujeito, unindo corpo – mente – emoção.
Ela estimula a percepção, uma das funções neuropsicomotoras de base, condicionadora da função
simbólica, envolvendo diferentes aspectos: discriminação e memória auditiva e visual; memória
seqüencial; coordenação viso-motora; ativação dos dois hemisférios cerebrais ( imagens e textos de forma
combinada); orientação espaço/temporal; controle de movimentos ( força, intensidade, agilidade no uso
do teclado e mouse).
A cognição, por sua vez, pode ser trabalhada, com o uso do computador através de: capacidade de
representação, passando do virtual para o real; simbolismo ( ex.: ícones); resolução de problemas
( antecipação, hipótese, escolha da estratégia, execução, avaliação, conclusão);imaginação e criatividade;
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leitura e escrita: habilidades fonológicas, habilidades semânticas e lexicais, habilidades sintáticas e
habilidades pragmáticas; formação de conceitos (abstração, generalização e integração).
Na área da emoção, o computador também vai favorecer o desenvolvimento de atitudes, hábitos e
habilidades: autonomia e independência, através da liberdade de exploração; trabalho com o erro de
maneira construtiva, elevando a auto-estima; dá limites, levando ao controle da ansiedade; motivação;
conscientização: de sua própria cognição, atenção e memória.
Desta forma, assim como a Informática, o sujeito vai tratar as informações, usando os seus
“equipamentos” e procedimentos.
Ao utilizar a Informática, o sujeito tem a possibilidade de entender o seu próprio processo de pensamento
através do que acontece com o computador, quando recebe as informações para serem processadas. Ele
vai tomar consciência dos processos e estratégias que utiliza: na esfera cognitiva (metacognição), na
captação de estímulos (metatenção) e no conteúdo da memória (metamemória).
Os softwares de simulação são ótimas opções para trabalharmos com o processamento de informações.
Neles os sujeitos vão criar situações, fazer planejamento, tomar decisões e fazer opções, enfim, resolver
problemas.
Quando o trabalho é realizado em pequenos grupos, aprende-se também a trabalhar em equipe e a se
relacionar melhor com os colegas.
Se bem orientados pelo mediador, os sujeitos tornam-se parte integrante de seu próprio processo
educativo, aprendem a se auto-avaliar, a rever seus erros e a acreditar em suas próprias possibilidades,
desenvolvendo sua auto-estima.
Alguns softwares proporcionam a oportunidade de treinar a percepção e a discriminação auditiva, sons
associados a figuras e criação de melodias. Utilizando o mouse, são desenvolvidos alguns aspectos da
coordenação viso-motora*.
No trabalho com a informática é importante estarmos atentos aos conhecimentos anteriores, ao interesse
e à necessidade dos indivíduos, pois são estes fatores que atribuem significado aos objetos e situações,
conduzindo a uma aprendizagem significativa.
Segundo Ausubel ( MOREIRA, 1982), a aprendizagem significativa dar-se-á quando uma nova
informação ancorar-se em conceitos relevantes pré-existentes na estrutura cognitiva de quem aprende.
A aprendizagem significativa encerra uma enorme potencialidade como intervenção psicopedagógica
com organizadores prévios que seriam o material introdutório, apresentados antes do próprio material a
ser aprendido. Estes organizadores têm por função principal superar o limite entre o que o indivíduo já
sabe e aquilo que ele precisa saber, antes de poder aprender a tarefa apresentada ( por isso precisam ser
apresentados em termos familiares ao indivíduo, mas também ser planejados anteriormente pelo
profissional).
A habilidade de quem ensina é necessária para despertar e incrementar a motivação de quem aprende,
fazendo com que este indivíduo consiga realizar múltiplas relações do “novo” ( o que o indivíduo irá
aprender) com o “antigo”( o que o indivíduo já sabe). Além dos aspectos motivacionais, precisamos levar
em consideração o desenvolvimento bio-psico-social do indivíduo, que foi estudado por Jean Piaget
(1974). Da epistemologia
*Não são utilizados os movimentos amplos do corpo, nem se manuseia objetos concretamente. Apesar disso,
atualmente existem novos programas sendo elaborados, procurando abordar alguns desses aspectos.
genética podemos ressaltar o aspecto de que as estruturas mentais são orgânicas, sendo construídas
através das trocas do organismo com o meio. A estruturação do conhecimento é contínua, constituindo-se
em uma sucessão de estágios, que podem sofrer acelerações ou atrasos, dependendo do meio em que o
sujeito vive. Uma das grandes virtudes do computador é a de possibilitar as diversas formas de relação,
enriquecendo as experiências do indivíduo, colaborando no seu desenvolvimento. Além disso, o
computador possibilita a
construção do conhecimento pelo próprio sujeito, através de sua exploração autônoma e independente
pela criança.
Diz Piaget (1977): “Cada vez que ensinamos prematuramente a uma criança alguma coisa que poderia
ter descoberto por si mesma, esta criança foi impedida de inventar e, conseqüentemente, de entender
completamente”. Desta forma, ele prioriza a autonomia e independência da criança na aprendizagem.
Seguindo os preceitos de L. S. Vygotsky (1989) - que propõe um outro tipo de interacionismo, que
valoriza mais a interação social - o mediador faria a sua intervenção junto ao sujeito, proporcionando um
ambiente de trocas recíprocas, onde a aprendizagem possa ocorrer, trazendo como conquista, o
desenvolvimento global do indivíduo.
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Assim, trabalhamos através da complexa dinâmica de intercâmbios comunicativos que estabelecem os
múltiplos níveis entre os participantes:
.
Estas questões precisam ser consideradas não somente pelos profissionais, individualmente, mas pelas
escolas, como um todo, ao organizarem seu plano de implantação da informática. Não basta dar aulas de
informática, ensinando aos alunos os sistemas operacionais e as diferentes linguagens. É preciso montar
um projeto em que os alunos possam fazer uso de diferentes softwares educacionais com professores
mediadores, capacitados a estimular o desenvolvimento das habilidades mentais e pessoais, orientando a
utilização dos programas.
A grande maioria dos softwares educacionais é elaborada com objetivos definidos, não só de trabalho
com conteúdos programáticos, mas também de atender às necessidades do próprio sujeito de interação,
criação e modificação do próprio conteúdo, fornecendo ao indivíduo feed-back da sua atuação.
É preciso sempre analisar se a informática será, naquela ocasião, para aquele indivíduo ou grupo, o
melhor recurso para se atingir os objetivos.
Deve ser usada concomitantemente a outras estratégias, para que possamos superar seus limites e
trabalhar as habilidades e os conceitos de forma concreta e signiticativa.
4. Conclusão
A Psicologia Cognitiva ou Ciência Cognitiva pesquisa e estuda o processamento de informações,
buscando descrever refinados detalhes das etapas de uma determinada execução. A leitura e a escrita,
como vimos acima, são funções cognitivas que envolvem o processamento de informações, de um
determinado sistema simbólico. Ao adquiri-las, o indivíduo vai assimilar as regras que governam e
organizam o próprio sistema; vai perceber o significado ou denotação dos símbolos e a relação entre eles;
bem como os usos e funções dos significados.
Ao ler e escrever, a criança faz uso da sua capacidade de simbolizar, a partir da necessidade que ela tem
de lidar receptivamente ou expressivamente com a representação da realidade e sua simbolização – a
nomeação do mundo.
Desta forma, trabalhar as possibilidades de um sujeito, seja ele disléxico ou não, é dar a ele a
oportunidade de perceber este mundo através de seus melhores canais receptivos e expressivos; é
favorecer o desenvolvimento das suas aptidões e do conhecimento de si mesmo e dos outros, ampliando
sua capacidade simbólica.
Segundo pesquisas realizadas por Howard Gardner e sua equipe, no “ Catalyst Projects” ( 1990), da
Harvard Graduate School of Education, o aluno aprende a lidar melhor e mais rápido com o computador,
se tiver propostas interessantes e um orientador eficiente.
Ao trabalhar com a informática, o sujeito faz uso de diferentes atividades e softwares, com o auxílio de
um mediador capacitado a estimular o desenvolvimento das habilidades cognitivas e emocionais,
orientando o desenrolar das atividades e a utilização dos programas. A escolha da Informática tem que
ser consciente. Não pode ser movida por modismos, nem pelo marketing ou só pelo fascínio que exerce
sobre o sujeito.
A informática surge no trabalho terapêutico e/ou escolar ( psicopedagógico e fonoaudiológico ) como um
instrumento facilitador da construção do conhecimento pelo disléxico e do seu desenvolvimento como
pessoa, consciente das suas dificuldades mas, principalmente, reconhecendo suas possibilidades e fazendo
pleno uso delas, para exercer o seu direito de ser feliz.
5. Bibliografia
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Artes Médicas, 1986.
6. 6
ELLIS, A.W. Leitura, Escrita e Dislexia: Uma Análise Cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995,
(153 p.).
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GARDNER, H. & WALTERS, J. Domain Projects as Assessment Vehicles in a Computer-Rich
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MOREIRA, M. A. & MASINI, E. F. S. Aprendizagem Significativa: a teoria de David Ausubel. São
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MYKLEBUST, H.R. – Progress in Learning Disabilities, Vol.II e IV, Grune & Stratton, N.York, 1978.
PIAGET, J.. A Construção do Real na Criança. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1974.
VIGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora LTDA,
1989.