Sistemas de captação e abastecimento de água em Coimbra
1. Fernando Pedro Ortega Figueiredo
Paulo Jorge da Conceição Morgado
Lídia Maria Gil Catarino
José Manuel Martins Azevedo
Sónia Jesus Filipe
Carla Sofia Rocha
4. Como pode ser feito os abastecimentos de cisternas?
• Aquedutos
Aqueduto de Pegões, Tomar
• Telhados, terraços ou coberturas
5. Dimensão da cisterna (valores médios)
Largura 6,60
Comprimento 5,90
Altura 3,00
Volume aproximado da cisterna: 115 m3
Considerando uma precipitação média anual de 950 mm e uma área de telhado
de 300 m2, e assumindo que se perde 10% da água de precipitação conseguimos
acumular um volume aproximado de 250 m3 de água por ano, cerca de 2 vezes a
capacidade da cisterna.
Assumindo um consumo médio diário por pessoa de 20 l/dia e um período sem
precipitação de 4 meses (Junho, Julho, Agosto e Setembro) a cisterna tinha a
capacidade de abastecer uma comunidade com cerca de 50 pessoas.
6. Extracto da Carta Geológica de Coimbra
Ribela Mina do Jardim Botânico
Os materiais existentes neste vale resultam do A mina foi construída nas Camadas de Castelo
enchimento por aluviões predominantemente Viegas (Grés de Silves, Triásico), atravessando
argilosos, misturados com depósitos de vários estratos desta formação.
vertente resultantes da alteração dos calcários
e das margas da base. Uma das zonas da emergência da água
corresponde a uma falha geológica, onde se
Sobre estes materiais naturais foram colocados pode observar precipitação de calcite, sendo
aterros para a construção das actuais vias esta proveniente da dissolução em sedimentos
urbanas. carbonatados de níveis superiores.
7. Mina do Jardim Botânico
O Jardim Botânico, localizado no coração
da cidade de Coimbra desde 1772-1774,
por iniciativa do Marquês de Pombal,
ocupa uma área de 13,5 ha, em terrenos
que na sua maior parte foram doados
pelos frades Beneditinos (parte da quinta
pertencente ao Colégio de S. Bento) .
8. Porta de acesso à Mina do Jardim Botânico com
uma inscrição comemorativa da sua inauguração
Inauguração (inscrição que pode ser lida na parte superior da porta de acesso à Mina
JUNHO MDCCXCVIII DE V
(5 de Junho de 1798).
9. Percurso da água entre a Mina e o Jardim Botânico
Entrada
da Mina
11. O conjunto do actual sistema hidráulico é constituído pela galeria da mina (≈150m),
um troço de tubaria em ferro com diâmetro de 110mm (≈370m), uma galeria (≈90m)
terminando num troço de tubaria com o mesmo diâmetro da anterior (≈340m)
Parâmetros hidroquímicos
Oxigénio Condutividade
Turvação Temperatura Salinidade
pH Dissolvido eléctrica
(NTU) (ºC) (mg/l)
(mg/l) (µS/cm)
7,99 7,58 415,0 4,8 16,0 0,1
O caudal que chega ao Jardim Botânico é de cerca de 0,98 l/s, ou seja um volume
de água diário de 84,3 m3, mantendo-se quase constante ao longo do ano.
A temperatura dentro da mina é de 17,5ºC a 18,0ºC, havendo uma variação de
0,5ºC entre as estações de Inverno e Verão.
A humidade mantêm-se constante ao longo do ano com o valor de 100%
13. Jardim Botânico obrigado a recorrer à rede pública para salvar peixes
publicado 21:52, 21 Janeiro '08 (Lusa)
Coimbra, 21 Jan (Lusa) O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra ficou este fim-
de-semana privado de abastecimento de água a partir de uma mina, obrigando a
recorrer à rede pública para evitar a morte dos peixes dos seus lagos.
João Gabriel Silva, presidente dos conselhos directivos e científico da Faculdade de
Ciências da Universidade de Coimbra (FCTUC), adiantou à agência Lusa que a
ocorrência obrigou a tratar a água da rede pública para poder ser utilizada nos lagos.
"Felizmente estamos no Inverno e tem chovido", observou o docente universitário,
acrescentando que "há obras à borda da mina", movimento de terras para a
construção de um edifício, na Rua Pedro Monteiro, que poderão ter alguma relação
com a ocorrência.
Segundo João Gabriel Silva, o tubo de transporte da água à saída não foi destruído
pelas obras, embora possa haver um bloqueio mais adiante que impede a progressão
da água por um canal que passa por debaixo de diversas ruas até chegar ao Jardim
Botânico.
"Essa obra não está licenciada, e embora não seja possível fazer uma relação entre ela
e a interrupção do abastecimento de água ao Jardim Botânico, isso foi motivo para
uma actuação mais célere da Câmara Municipal, que a embargou", observou.
João Gabriel Silva adiantou que na sexta-feira receberem um alerta sobre a realização
de obras junto à mina, e que hoje a Universidade deu conhecimento à Câmara da
interrupção do abastecimento de água ao Jardim Botânico.
Durante a tarde de hoje a agência Lusa tentou obter sem sucesso uma declaração do
vereador responsável, João Rebelo, sobre os procedimentos adoptados.
FF.
15. Túnel da Ribela
• Corresponde a uma bacia hidrográfica com cerca de 2 km de comprimento
• Largura máxima de 750 metros
• O declive médio ronda os 6%, desde o seu início até à zona de Santa Cruz
16. A Ribela na documentação antiga
• Constituiu a linha de separação entra a colina da cidade e a de Montarroio
• A jusante localizaram-se as termas romanas, os banhos do tempo dos
muçulmanos que D. Sesnando herdou nos finais no Séc. XI
• No lugar dos banhos régios funda D. Telo em 1131 o mosteiro de Santa Cruz.
A cerca monástica expande-se pelo vale da Ribela. A torrens balneis regis
estabelece em 1139 o limite da paróquia de Santa Cruz
• Nos anos 1169/1170 o capelão de S. João de Santa Cruz, Pedro Homariz
projectou a construção de um aqueductum para encanar as águas para o
mosteiro.
• Na segunda metade do séc.XII muitas são as terras que os Crúzios compram
ou pagam para que lá se canalize a água para Santa Cruz.
Na compra de uma fonte no lugar de Guimarães (Celas), fica expresso que a
água será conduzida debaixo da terra ao longo de uma almoinha do mosteiro.
17. A Ribela na documentação antiga
• Em 1231 os Crúzios cedem à igreja de S. Pedro uma herdade na Fonte da
Rainha em troca dos locais, nas herdades de S. Pedro, por onde conduzirão
água ao mosteiro.
• Podemos mesmo afirmar que
no séc. XIII a água era mais importante que a própria terra
• Em 1458 o rei D. Afonso V, autoriza o Mosteiro a fazer uma conduta de água
de pedra e cal entre a Fonte da Rainha e o Claustro, respeitando o traçado de
uma antiga regueira
Algumas das estruturas actuais corresponderão a essa
obra hidráulica autorizada pelo Rei?
20. Porque conseguimos observar as formações geológicas
na Mina do Jardim Botânico e não na Ribela?
Mina Jardim botânico
(corte longitudinal)
Ribela
(corte transversal)
21. Outros sistemas de captação e drenagem de água em Coimbra
Mina de água na
freguesia de Santa Clara
Cerca S. Agostinho
Dez 2007 Aqueduto de Santa Clara
Maio 2006
Mina Laboratório Chimico
Mosteiro de Santa Clara-a-Velha Mina de captação de água
Julho 2008 Quinta de Santa Comba
22. Volume aproximado de água, Percentagem aproximada
Tipo de reservatório
(km3) da água total (%)
Oceanos 1 320 000 000 96,1000
Glaciares 29 000 000 2,1300
Água subterrânea 8 300 000 0,6100
Lagos 125 000 0,0090
Mares interiores 105 000 0,0080
Humidade do solo 67 000 0,0050
Atmosfera 13 000 0,0010
Rios 1 250 0,0001
Volume de água total 1 360 000 000 ≈100%
23. Água Virtual
(J. Anthony Allen, 2003, Kings College, London)
Uma chávena de café corresponde a um consumo de 140 litros
Meio quilo de queijo corresponde a 2500 litros
Um quilo de carne de vaca corresponde a 10000 litros
Um quilo de carne de porco corresponde a 4500 litros
Um quilo de trigo corresponde a 3000 litros
Cada um de nós consome, por dia cerca de 2000 a 5000 litros de Água Virtual...
(Arjen Hoekstra – Water Footprint Network, University of Twente, 2006)
24. Agradecimentos
Instituições:
Bombeiros Sapadores de Coimbra
Jardim Botânico – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
Universidade de Coimbra
Águas de Coimbra, E. M.
Câmara Municipal de Coimbra
Junta de Freguesia da Sé Nova
Pessoas:
Comandante Eng.º José de Almeida, Chefe Arménio Salgueiro, Eng.º Luís Esteves, Sub Chefe João Rosado,
Sub-Chefe Mário Miranda, Sr. Pedro Carvalho, Sr. Pedro Santos, Sr. Nelson Mendes e Sr. António Rosa, Sr.
José Mendes (Bombeiros Sapadores de Coimbra)
Profª. Doutora Helena Freitas (Directora do Jardim Botânico da U.C.)
Drª. Dulce Pitarma
Engº. João Rebelo (Vice-presidente) e Engº. Fernando Gaspar (Câmara Municipal de Coimbra)
Eng.º Mário Carvalhal, Eng.º Barbosa Ribeiro e Eng.º Bernardo Sousa (DGEEI-U.C.)
Drª. Maria Antónia Lucas da Silva (Câmara Municipal de Coimbra)
Prof. Doutor Alexandre Tavares (FCTUC-DCT)
Sr. Joaquim Rodrigues (FCTUC)
Eng.º Rui Cardantas (Águas de Coimbra, E. M.)
Dr. Helder Abreu (Presidente da Junta de Freguesia da Sé Nova)
Drª. Rita Santos e Agente Sandra Costa (Policial Municipal de Coimbra)
25.
26. História do Jardim Botânico
O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra foi criado em 1772 no âmbito do Museu de História Natural instituído
pelo Marquês de Pombal na Universidade de Coimbra, surge no prosseguimento da reforma pombalina dos estudos
universitários.
Anteriormente, porém, já tinha sido pensado estabelecer em Coimbra um Jardim Botânico. O primeiro projecto foi
elaborado por Jacob de Castro Sarmento, em 1731, e baseava-se no pequeno Jardim do Chelsea Physic Garden, em
Londres.
Em 1772, o local escolhido pelo Reitor da Universidade de Coimbra (Francisco de Lemos) para o então chamado
"Horto Botânico" compreendia parte da quinta pertencente ao Colégio de S. Bento. O Marquês designou, em 1773, o
coronel engenheiro William Elsden para preparar o projecto final, juntamente com o reitor e os professores italianos
de História Natural, Domingos Vandelli e Dalla Bella. O projecto de Castro Sarmento foi considerado muito modesto
por aqueles professores que decidiram ampliá-lo, mas de tal modo o tornaram grandioso e dispendioso que o
Marquês o rejeitou.
Deste modo, os trabalhos tiveram início por volta de 1774, respeitando projectos mais modestos. Vieram, então,
plantas do Jardim do Palácio da Ajuda, em Lisboa, por mar e ao longo do rio Mondego, ao cuidado de João Rodrigues
Vilar que veio a ser o primeiro jardineiro do novo estabelecimento. De início, a orientação botânica do jardim foi da
responsabilidade de Domingos Vandelli, função assumida, a partir de 1791, por Félix Avelar Brotero, professor de
Botânica e Agricultura. Este ilustre botânico ampliou o Jardim, providenciando para a aquisição de mais algum
terreno da quinta dos Padres Marianos (1809).
De 1814 a 1821 fizeram-se as terraplanagens entre a rua central e a superior, bem como o muro e o respectivo
gradeamento, feito com ferro proveniente de Estocolmo, expressamente para esse efeito. Em 1882 foi construído o
portão do lado Sul ("Entrada das Ursulinas"), junto ao Seminário. O portão principal concluiu-se em 1884, segundo
desenho que se encontra arquivado no Museu Machado de Castro.
Entre 1854 e 1867 foram acrescentados os lanços de escadas do lado sul e as pilastras e grades de todos os terraços
do Jardim. Finalmente, no mesmo período, o Jardim foi ainda enriquecido com a instalação da Estufa Grande que,
segundo projecto do engenheiro Pezarat, foi construída no Instituto Industrial de Lisboa e na Fundição de Massarelos
do Porto.
Fonte: http://www1.ci.uc.pt/botanica/jardbot.htm (Consultada em 17 de Julho de 2009)