Proposta De Modelo De AvaliaçãO De Um Curso Online
Aval Online(2)
1.
2. Nota Introdutória
Este trabalho, no âmbito da Unidade Curricular de Concepção e
Avaliação em E-Learning, do Mestrado em Pedagogia do E-Learning,
pretende reunir num único documento dois textos com perspectivas
diversificadas sobre formas de avaliação online.
Avaliação em processos de educação problematizadora online
da autoria de Alex Primo;
Aportaciones de la tecnología a la e-Evaluación de Elena
Barberà.
Se para Primo o enfoque da avaliação deve assentar em pressupostos
eminentemente colaborativos e cooperativos baseados na interacção
e partilha entre formandos. Por outro lado, para Barberà a avaliação
online deve ser observada sob vários contextos não estando
unicamente centrada numa única perspectiva teórica.
Avaliação Online
Ambos os autores iniciam os seus textos enquadrando teoricamente
as suas perspectivas sobre a avaliação online.
Por um lado, Primo identifica um modelo teórico “bancário”. Apesar
de ser um modelo bastante frequente na avaliação, com fortes
influências behavioroistas (estímulo - resposta), é extremamente
redutor, uma vez que o aluno é visto como um "repositório", de
forma a assimilar os conhecimentos ministrados pelo professor, para
posterior reprodução. Este modelo, de "sentido único", onde o aluno
trilha um percurso pré-definido pelo professor, vai limitar a sua
criatividade. A crescente introdução e aplicação, das Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC), no ensino a distância, segundo
Primo, apenas contribuiu para "digitalizar" o processo de ensino -
aprendizagem, através da produção em massa de tutoriais e o
recurso a sistemas de validação dos conhecimentos adquiridos (testes
3. informáticos de correcção imediata), rotulando-se este novo processo
de e-learning.
Por outro lado Primo defende que a solução para avaliação online
está naquilo que apelida de Educação dialógica e problematizadora.
Este tipo de educação segundo este autor brasileiro, tem como
objectivo a pesquisa de soluções, para problemas de interesse dos
alunos, permitindo desta forma, compreender antes de tentar
resolver. O trabalho em pequenos grupos, torna-se uma excelente
estratégia, face ao envolvimento criado pelos intervenientes, no
decurso das várias etapas (investigar, descobrir, partilhar,
argumentar,...), recorrendo-se para isso, a fóruns, chats, blogs,...
devidamente medidos pelo professor, criando desta forma um
trabalho e consequente avaliação colaborativa. A aprendizagem, não
deve ser vista como um acto isolado e individual, mas sim um trilho
constante, onde a cooperação/interacção entre os intervenientes,
permite criar uma rede de aprendizagem, contrastando com o ensino
tradicional, onde a reprodução é premiada.
O recurso a esta estratégia, demonstra que o isolamento apontado
como crítica ao ensino a distância, se vai esbater devido à constante
interacção entre os diferentes elementos do grupo de trabalho.
O enquadramento de Barberá sobre a avaliação online é diferente. A
autora apresenta um conceito multidimensional sobre a avaliação
baseada em quatro componentes:
Avaliação da aprendizagem, Avaliação para a aprendizagem,
Avaliação como aprendizagem e Avaliação a partir da aprendizagem.
A autora defende que o contributo das TIC trouxe três modos de
operacionalizar a avaliação online.
Por um lado a avaliação automática com recurso a sistemas
informáticos, que permitem a aferição dos conhecimentos adquiridos,
permitindo ao aluno obter a avaliação de imediato, contudo apresenta
o grande inconveniente de limitar a comunicação e impedir a
4. personalização, uma vez que estes sistemas funcionam com um
conjunto de perguntas padronizadas, para todos os estudantes. Primo
afirma que a este tipo de interacção se chama de reactiva e que
“depende da previsibilidade e da automatização nas trocas” (Primo
2006).
Por outro lado a grande quantidade de informação acessível na
Internet, permite que os alunos possam pesquisar diferentes fontes,
na realização dos seus trabalhos, contudo cria a possibilidade de
surgirem algumas situações de plágio, avaliação que Barberà apelida
de avaliação enciclopédica.
Finalmente, e concordando com Primo, Barberà afirma que também é
possível encontrar na avaliação online a avaliação colaborativa. Um
tipo de avaliação que, apresenta a grande vantagem de não se
restringir apenas a alguns momentos, pois permite ao professor
acompanhar todo o processo, intervindo em determinadas situações,
caso seja necessário, não se condicionando apenas o produto final.
Por outro lado, a colaboração entre os diferentes elementos, com o
recurso a fóruns, chats ou blogs, permite enriquecer todo o processo
e consequente o conhecimento adquirido.
Conclusão
Parece numa primeira análise que quaisquer das perspectivas
apresentadas pelos autores, ostentam vantagens e desvantagens. No
entanto parece ser possível concluir que será exequível utilizar em
contextos online todos os tipos de avaliação apresentados, tendo
sempre em conta, o contexto e as diferentes realidades de
aprendizagem, direccionando-se assim, para as necessidades do
aluno e não do professor/tutor.
A perspectiva de Primo é muito interessante dado que aponta no
caminho de um processo reflexivo por parte do aprendente, assente
na pesquisa e partilha dentro de uma rede de aprendizagem, onde o
5. que conta não é apenas o produto final mas sim todo o processo de
aprendizagem trilhado pelo aluno, com o recurso às diferentes
ferramentas que a web oferece, nomeadamente aqueles que
possibilitam uma maior interacção, nomeadamente, blogs, chats,
listas de discussão ou fóruns.
Trabalho efectuado por:
José Carlos Figueiredo @jctf
Paulo Simões @pgsimoes