1. O Instituto Geológico – missão e atividades
2. Desastres naturais
3. Principais fenômenos naturais no Estado de São Paulo
4. Riscos geoambientais
5. Políticas públicas - Instrumentos de Gestão de Riscos
Atuação do Instituto Geológico na prevenção de desastres naturais. Maria José Brollo (Instituto Geológico), 2012
1. ATUAÇÃO DO INSTITUTO
GEOLÓGICO NA
PREVENÇÃO DE
DESASTRES NATURAIS
Geól. Maria José Brollo
Seminário de Defesa Civil de Lins – junho de 2010
2. SUMÁRIO
1. O Instituto Geológico – missão e atividades
2. Desastres naturais
3. Principais fenômenos naturais no Estado de São
Paulo
4. Riscos geoambientais
5. Políticas públicas - Instrumentos de Gestão de
Riscos
4. INSTITUTO GEOLÓGICO
Missão:
“ atender as necessidades de
conhecimento sobre o meio físico,
físico
através do desenvolvimento de
pesquisas, básicas e aplicadas, e por
pesquisas
meio da prestação de serviços, para dar
serviços
suporte à gestão ambiental, ao
desenvolvimento sustentável do Estado, e
à implementação de políticas públicas.”
públicas
6. AS ÁREAS DE ATUAÇÃO
ESTRATÉGICA
Levantamentos
Básicos em
Geociências
Gestão de Recursos Gestão de Recursos
Hídricos Minerais
Subterrâneos
Gestão de Unidades
Prevenção de de Conservação
Desastres
Sistemas
Planejamento Gerenciadores
Territorial de Informações
Geoambientais
7. O ARRANJO PROGRAMÁTICO
Geoprocessamento Uso e Ocupação do Solo
Hidrogeologia Geologia Geral
Paleontologia Geotecnia
Hidroclimatologia Recursos Minerais
Geomorfologia
8. SUPORTE A INSTRUMENTOS DE
GESTÃO AMBIENTAL
planos preventivos de defesa
civil
zoneamentos planos de bacias
ecológicos- hidrográficas
econômicos
planos diretores
regulamentações
planos de manejo de
unidades de legislação
conservação
10. DESASTRES NATURAIS
São o resultado de eventos naturais adversos (fenômenos
naturais) sobre um ecossistema, causando danos humanos,
materiais ou ambientais (situação de perigo) e conseqüentes
prejuízos econômicos e sociais
Etna, 2002 (fonte: folha on lin
11. FENÔMENOS NATURAIS
Terremotos, Tsunamis;
Vulcões
Ciclones, Furacões, Tornados;
Tempestades (gelo, granizo,
raios);
Secas;
Temperaturas extremas;
Escorregamentos
Erosão Processos Geodinâmicos
Inundação
Subsidência/Colapso Origem
Etna, 2002 (fonte: folha on lin
32. PROCESSOS DE EROSÃO
CONTINENTAL
O processo erosivo do solo é deflagrado pelas chuvas e compreende a
seguinte
seqüência de mecanismos:
(1) o impacto das gotas de chuva, que provoca a desagregação das
partículas;
(2) a remoção e transporte pelo escoamento superficial, e
(3) a deposição das partículas, formando depósitos de sedimentos
(assoreamento).
Fonte: (Infanti JR. & Fornasari Filho, 1998).
34. EROSÃO
Processo de desagregação e remoção das partículas do solo, pela
ação combinada da gravidade com a água (chuva, enxurradas, etc),
vento, gelo e organismos
Tipos de erosão:
Erosão laminar
Erosão linear
(em sulcos e
ravinas)
Boçoroca
Lavoura de mamoeiro apresentando erosão laminar severa (Fonte: www.todafruta.com.br/)
35. EROSÃO
Tipos de erosão:
Erosão laminar
Erosão linear
(em sulcos e
ravinas)
Boçoroca
(Mogi Mirim, 2002 - acervo IG)
36. EROSÃO
Tipos de erosão:
Tipos de erosão:
Erosão laminar
Erosão laminar
Erosão linear
(em sulcos e
ravinas) linear
Erosão
(em sulcos e
ravinas)
Boçoroca
Boçoroca
(Sulco de erosão, Ubatuba, 2004 – acervo IG)
37. EROSÃO
Tipos de erosão:
Erosão laminar
Erosão linear
(em sulcos e
ravinas)
Boçoroca
(Sulco de erosão, Ubatuba, 2004 – acervo IG)
38. EROSÃO
Tipos de erosão:
Erosão laminar
Erosão linear
(em sulcos e
ravinas)
Boçoroca
erosão superficial +
erosão interna +
solapamentos +
desabamentos +
escorregamentos +
nível d'água
(Mirassol - acervo IG)
39. EROSÃO
Tipos de erosão:
Erosão laminar
Erosão linear
(em sulcos e
ravinas)
Boçoroca
erosão superficial +
erosão interna +
solapamentos +
desabamentos +
escorregamentos +
nível d'água
(Monte Alto, 2007 - acervo IG)
40. EROSÃO
Tipos de erosão:
Erosão laminar
Erosão linear
(em sulcos e
ravinas)
Boçoroca
erosão superficial +
erosão interna +
solapamentos +
desabamentos +
escorregamentos +
nível d'água
42. PROCESSOS DE INUNDAÇÃO/
ENCHENTE
Inundação: Processo de
extravasamento das águas de
um curso d’água para suas
áreas marginais (planícies de
inundação), que ocorre quando
a vazão a ser escoada é
superior à capacidade de
descarga da calha.
Enchente: Corresponde à
elevação do nível normal de
água de um rio, sem
extravasamento da água
para fora do canal principal
Alagamento: Decorrente da
incapacidade de drenagem
das águas das chuvas, em
razão da topografia
suavizada e dos sistemas
de captação de águas
pluviais.
44. PROCESSOS DE INUNDAÇÃO/
ENCHENTE – CONDICIONANTES
NATURAIS
formas do relevo;
características da rede de drenagem da bacia
hidrográfica;
intensidade, quantidade, distribuição e freqüência
das chuvas;
características do solo e o teor de umidade;
presença ou ausência da cobertura vegetal.
45. PROCESSOS DE INUNDAÇÃO/
ENCHENTE – CONDICIONANTES
ANTRÓPICOS
uso e ocupação irregular nas planícies e margens de
cursos d’água;
disposição irregular de lixo nas proximidades dos
cursos d’água;
alterações nas características da bacia hidrográfica e
dos cursos d’água (vazão, retificação e canalização de
cursos d’água, impermeabilização do solo,
desmatamento entre outras);
intenso processo de erosão dos solos e de
assoreamento dos cursos d’água.
52. ASSOREAMENTO
Assoreamento de rio e de sua planície provocado pela mobilização de grandes volumes de terra
(córrego na bacia do rio Piracicaba, SP –
e detritos oriundos dos escorregamentos no Braço do Baú, SC (Acervo IG, dez.2008). Arquivo IG)
55. COLAPSO DE SOLOS
Solos colapsíveis são solos arenosos os que
quando submetidos a uma determinada tensão (peso
de uma construção por unidade de área) e umedecidos
(infiltração de água de chuva ou vazamentos em
dutos) sofrem redução significativa em sua capacidade
de carga acarretando deformações na construção que
podem causar sérios danos estruturais.
56. COLAPSO DE SOLOS
Os solos suscetíveis ao processo
chuva
chuva de colapso apresentam
uma grande sensibilidade à ação
da água, ou seja, o aumento do
teor de
umidade é o mecanismo
deflagrador do colapso.
trincas 0,20 a 0,50 m
recalque
e↑ 1,0 a 8,0 m
Tubulação
Camada solo colapsível S↓
rompida
?m
Fonte: Rodrigues (2007) Fonte: Acervo IG-SMA (2009)
57. COLAPSO DE SOLOS
chuva
chuva
45°
trincas 0,20 a 0,50 m
recalque
e↑ 1,0 a 8,0 m
Tubulação
Camada solo colapsível S↓
rompida
?m
45°
Fonte: Rodrigues (2007) Fonte: Acervo IG-SMA (2009)
58. COLAPSO DE SOLOS
Suscetibilidade de colapso em
chuva solos naturais é função de:
chuva
1º) Estrutura porosa do solo
(alto índice de vazios);
2º) Condição não saturada do
solo(baixo teor de umidade ou
grau de saturação).
trincas 0,20 a 0,50 m
recalque O que aciona o processo de
e↑ colapso:m
1,0 a 8,0
Tubulação
Camada solo colapsível S↓
rompida 1ª) Elevação do teor de
umidade até um determinado
valor limite;
2ª) ? Atuação de um estado de
m
tensões crítico (como uma
construção).
Fonte: Rodrigues (2007) Fonte: Acervo IG-SMA (2009)
59. COLAPSO DE SOLOS – ONDE
OCORREM
No Brasil: regiões Centro-Sul e Nordeste.
No Estado de São Paulo: principalmente na região oeste paulista.
Ilha Solteira
S.J. Rio Preto
Pereira Barreto
Bauru
60. COLAPSO DE SOLOS – COMO
IDENTIFICAR
- NSPT ≤ 4 golpes);
- análise granulométrica: ausência da fração silte;
- baixo grau de saturação (≤ 60%);
- grande porosidade ( ≥ 40%).
Fontes: A - Rodrigues (2007)
B - Giacheti et al. (2000)
C - Mendes (2001)
D - Rodrigues e Lollo (2004)
61. PROCESSO DE SUBSIDÊNCIA
OU ADENSAMENTO DE SOLOS
Solos compressíveis são solos argilosos saturados
que não apresentam resistência satisfatória para
suportar as cargas provenientes dos elementos
estruturais de fundação (sapatas, radiers, brocas,
estacas, tubulões, etc.) de uma edificação, gerando
recalques diferenciais excessivos.
63. PROCESSO DE SUBSIDÊNCIA
OU ADENSAMENTO DE SOLOS
– O QUE É E COMO OCORRE
É o fenômeno pelo qual ocorrem recalques
(fundações de obras) com expulsão da água do
interior dos vazios (poros) dos solos saturados.
A evolução do processo ao longo do tempo é
dependente do tipo de solo e da sua permeabilidade).
Os recalques em solos saturados são inteiramente
resultantes da variação de volume dos vazios.
68. PROCESSOS DE ESCORREGAMENTOS
- movimentos gravitacionais de massa, mobilizando o solo, a rocha ou ambos.
- tipos: planar, circular, em cunha, rastejo, queda de blocos/desplacamento de rocha
São os processos de
movimentos de massa
mais comuns e que
causam maior número
de vítimas;
envolvendo cortes e
aterros
74. PROCESSOS DE ESCORREGAMENTOS
- movimentos gravitacionais de massa, mobilizando o solo, a rocha ou ambos.
- tipos: planar, circular, em cunha, rastejo, queda de blocos/desplacamento de rocha
75. ESCORREGAMENTOS
CIRCULARES/ROTACIONAIS
Jaraguá do Sul (SC), 2008 Fonte: Acervo IG e USGS
76. PROCESSOS DE ESCORREGAMENTOS
- movimentos gravitacionais de massa, mobilizando o solo, a rocha ou ambos.
- tipos: planar, circular, em cunha, rastejo, queda de blocos/desplacamento de rocha
77. PROCESSOS DE ESCORREGAMENTOS
- movimentos gravitacionais de massa, mobilizando o solo, a rocha ou ambos.
- tipos: planar, circular, em cunha, rastejo, queda de blocos/desplacamento de rocha
Rastejo
78. RASTEJOS: TRINCAS E
ABATIMENTOS
Nova Friburgo, RJ
Fonte: www.cprm.gov.br www.usgs.gov
81. CORRIDAS DE LAMA, DE DETRITOS
El Salvador, 2001 Fonte: Acervo IG , ABMS e
82. CORRIDAS DE LAMA e DE
DETRITOS
Corrida de lama na região do
Morro do Baú, SC, atingindo e
destruindo casas, ruas e
estrada e causando barramento
do curso d’água, provocando
inundação (acervo IG).
Santa Catarina – 2008
84. ANÁLISE DE RISCO
Risco: é função de eventos naturais perigosos e do
elemento em risco (vulnerabilidade/danos)
Zona de
Zona de Zona de localização dos
perigo risco elementos sócio-
econômico-
ambientais
85. ANÁLISE DE RISCO
Risco: é função de eventos naturais perigosos e do
elemento em risco (vulnerabilidade/danos)
Zona de
Zona de Zona de localização dos
perigo risco elementos sócio-
econômico-
ambientais
86. ANÁLISE DE RISCO
P D V
Análise de Risco: função de
eventos naturais perigosos e do R=P x V x D
elemento em risco
(vulnerabilidade/danos) P = Perigo
V = Vulnerabilidade
D= Dano
87. Análise de Risco (R)
Risco de quê,
como e onde? Perigo (P)
Evento ou fenômeno potencialmente danoso, o qual
pode causar a perda de vidas e ferimentos a pessoas,
danos a propriedades, rupturas sociais e econômicas
ou degradação ambiental. Cada perigo deve ser
caracterizado por seu tipo, localização, intensidade e
probabilidade.
88. Análise de Risco (R)
Risco para o quê Elemento
ou para quem?? em risco (E)
Indivíduos, população, propriedades,
empreendimentos, atividades econômicas, meio
ambiente
89. Análise de Risco (R)
Qual a resistência Vulnerabilidade (V)
ao risco?
Condições resultantes de fatores físicos, sociais,
econômicos e ambientais, as quais determinam a
suscetibilidade de uma comunidade (ou elemento em
risco) ao impacto dos perigos.
91. Análise de Risco (R)
Risco de quanto? Valoração do
Dano (D)
Contempla a valoração do elemento em risco. É uma
estimativa da extensão do dano resultante, expressa
pela perda de vidas e ferimentos a pessoas, danos a
propriedades, rupturas sociais e econômicas ou
degradação ambiental.
96. Desastres Naturais no Mundo
Tipos de desastres mais
frequentes no Mundo:
1º - Inundações (35%)
2º - Tempestades (31%)
IN – inundação IF – incêndio florestal
ES – escorregamento VU – vulcanismo
TE – tempestade TR – terremoto
SE – seca RE - ressaca
TX – temperatura extrema
Fonte: (EM-DAT 2007 - Emergency Events Database , período 1900-2006)
97. Desastres Naturais no Mundo
Fonte: (EM-DAT 2007 - Emergency Events Database**)
**Computados somente os desastres considerados de grande severidade – levando os Estados e países a buscarem auxílio externo.
150 registros
período 1900-2006: 8.183 vítimas fatais
prejuízos de US$ 10 bilhões
59%
Desastres documentados pela
Defesa Civil Estadual:
-Decretados Situação de
Emergência e Estado de
Calamidade Pública pelos
municípios afetados.
14%
O número de desastres
IN – inundação TX – temperatura extrema
torna-se bem mais elevado.
ES – escorregamento IF – incêndio florestal
TE – tempestade TR – terremoto
SE – seca
98. Distribuição Espacial dos Desastres Naturais no Brasil
Fonte: (EM-DAT 2007 - Emergency Events Database**)
**Computados somente os desastres considerados de grande severidade – levando os Estados e países a buscarem auxílio externo.
Região 2% 4%
Sudeste: 23%
Prevalecem os 39%
escorregamentos
e as inundações.
(Fonte: Secretaria
Nacional de Defesa
Civil)
Regiões: 32%
Centro Oeste Norte
Sul Nordeste
Sudeste
100. Termos de Cooperação Técnica IG-CEDEC
Ações Preventivas
Planos Preventivos
Mapeamento de
de Defesa Civil
áreas de risco
(PPDC)
Desde 1988 Desde 2004
101. Planos Preventivos de Defesa Civil (PPDC)
Início da Atuação
Iniciou-se no verão de 1988/1989, a partir da
iniciativa do governo do Estado devido à
ocorrência
I de acidentes associados a
escorregamentos no verão de 1987-1988, na
região da Serra do Mar, que causaram mortes
nas cidades de Cubatão e Ubatuba.
Objetivo Principal
Evitar a ocorrência de mortes, com a remoção
preventiva e temporária da população que
ocupa as áreas de risco, antes que os
escorregamentos atinjam suas moradias.
102. Planos Preventivos de Defesa Civil (PPDC)
Operação
- período de verão (Dezembro a Março)
- coordenado pela Defesa Civil do Estado
(CEDEC)
- apoio técnico do IG e do IPT
Ações
- Monitoramento dos índices pluviométricos e
da previsão meteorológica;
- Realização de vistorias de campo;
- Realização de atendimentos emergenciais.
103. Planos Preventivos de Defesa Civil (PPDC)
Abrangência
- implantados em 5 regiões do Estado de São
Paulo, com o monitoramento de 66 municípios:
- 08 municípios do Litoral (Baixada Santista
e Litoral Norte);
- 07 municípios da Região do ABCD;
- 11 municípios da Região de Sorocaba;
- 16 municípios da Região do Vale do
Paraíba e Serra da Mantiqueira;
- 24 municípios da Região de Campinas.
104. Mapeamento de áreas de risco
Início da Atuação
Iniciou-se em 2004, com o mapeamento de áreas
de risco a escorregamentos e inundações em
municípios da região de Sorocaba e do ABC.
Objetivo Principal
Fornecer subsídios à Defesa Civil Estadual para a
identificação e o gerenciamento das situações
de riscos relacionadas a fenômenos naturais
(inundação, escorregamento, erosão e subsidência)
em áreas residenciais dos municípios.
105. Mapeamento de áreas de risco realizados
pelo Instituto Geológico
31 municípios mapeados
106. Mapeamento de áreas de risco
Fatores considerados na análise do risco:
i) probabilidade de ocorrência de fenômenos
naturais (inundação, escorregamento, erosão e
subsidência)
Estimada pela identificação e análise de feições e características
do terreno indicadoras de suscetibilidade, combinadas a
observações sobre as formas de uso e ocupação do terreno
ii) vulnerabilidade em relação às formas de uso
e ocupação do solo;
Função do padrão construtivo, qualidade da infra-estrutura,
capacidade de enfrentamento de situações de risco
iii) dano potencial.
Estimado pelo número de moradias e de moradores (elementos
em risco) potencialmente sujeitos a serem afetados
107. Mapeamento de áreas de risco
Graus de risco considerados na setorização das áreas
Grau de Risco Simbologia
Baixo R1
Médio R2
Alto R3
Muito Alto R4