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     LEVANTAMENTO DE OCORRÊNCIAS DE INUNDAÇÃO EM
   REGISTROS DE JORNAIS COMO SUBSÍDIO AO PLANEJAMENTO
           REGIONAL E AO MAPEAMENTO DE RISCO



EDUARDO DE ANDRADE *
LANA CAROLINA DANNA*
MAIARA LARISSA DOS SANTOS*
PAULO CÉSAR FERNANDES DA SILVA*
* Instituto Geológico, Secretaria do Meio Ambiente Av. Miguel Estéfano, 3.900 – Água Funda
CEP 04301-903 - São Paulo, SP. E-mail: eduardo@igeologico.sp.gov.br




RESUMO O presente trabalho enfoca procedimentos de coleta e tratamento de informações
relacionadas a eventos de inundação (assim como enchentes e alagamentos) a partir de
notícias publicadas em jornais. O estudo utilizou ferramentas tecnológicas e bases de dados de
livre acesso e disponíveis na Internet, visando compreender os fenômenos e seus impactos de
forma ágil e abrangente, e permitir a aplicação dos procedimentos em diversos contextos
socioeconômicos (por exemplo, prefeituras e defesas civis municipais). Uma vez
sistematizadas, processadas e interpretadas, tais informações compõem um banco de dados
georreferenciado apto a subsidir estudos voltados ao planejamento e ao mapeamento de risco
em escalas regional e local.
Palavras-Chave: notícias de jornal, inundação, espacialização, classificação de perigos


ABSTRACT The present paper deals with procedures for gathering and processing of
information about flooding (as well as ponding) to be derived from news published on the press.
The study utilised free access tools and databases available at the Web. The aim was to
understand the phenomena and their impacts in a quick and comprehensive manner as well as
enabling application of procedures in different socio-economic context (e.g. Mayoralties and civil
defence boards). Once systematised, processed and properly interpreted such derived
information allowed the build-up of geo-referenced databank that is able to provide subsides for
planning and hazard mapping at regional and local scales.
Keywords: newspaper, flooding, spatial displaying, hazard classification


   1. INTRODUÇÃO

       As inundações têm ocorrido com elevada freqüência e magnitude em áreas urbanas,
causando significativos prejuízos à economia e perda de vidas humanas. A ocupação de áreas
contíguas aos cursos d' água tem sido uma característica do processo civilizatório desde os
seus primórdios, tanto pela necessidade de acesso direto a este recurso natural para consumo
quanto para sua utilização como insumo em atividades econômicas e meio de transporte de
bens e mercadorias. Essa proximidade, por si só, resulta em um risco intrínseco a prejuízos
2




materiais e a perda de vidas quando da ocorrência de eventos meteorológicos extremos. O
crescimento acelerado da urbanização nas planícies de inundação, como observado no Brasil
nas últimas décadas, somado à ausência de planejamento e ordenamento territorial são alguns
dos fatores que tem agravado os efeitos desses fenômenos.
        Neste cenário novas políticas públicas procuram abordar este problema com o intuito de
preveni-lo e de mitigá-lo; No caso do Estado de São Paulo, a Lei n º 13.798, de 09 de
novembro de 2009, denominada Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) estabelece
os princípios e os instrumentos que deverão ser adotados pelo governo como forma de garantir
o desenvolvimento sustentável, orientado por valores ambientais e pelo planejamento
ambiental, implementados através do Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE) e de
mapeamentos de risco.
        Segundo Cerri (1999), inundação é um processo de extravasamento das águas de um
curso d’água para suas áreas marginais quando a vazão a ser escoada se torna superior à
capacidade de descarga da calha. Já quando há a elevação do nível normal de água de um rio
sem que haja o extravasamento da água para fora do canal principal, o evento é caracterizado
como enchente. E por fim, os alagamentos decorrem da incapacidade de drenagem das águas
das chuvas por fatores como a topografia suavizada e os sistemas de captação de águas
pluviais.
        Conviver com as inundações e seus impactos requer conhecimento sobre os
componentes do meio físico e os aspectos condicionantes das situações de risco. Tal
conhecimento pode ser obtido através de dados de diferentes naturezas e a partir de diversas
fontes. Nesse sentido, as informações relacionadas a ocorrências de inundação, na maioria
dos casos, encontram-se de forma dispersa em acervos de órgãos e prefeituras municipais,
incluindo as defesas civis, instituições e empresas responsáveis pela produção de energia
elétrica e abastecimento de água, e também em notícias publicadas pela imprensa. A despeito
de sua freqüência, periodicidade e continuidade ao longo do tempo, notícias de jornais
geralmente não são utilizadas para derivação de dados em trabalhos de demanda técnica.
Entretanto, como demonstrado por Gramani et al. (2004), notícias de jornais podem fornecer
informações úteis, que uma vez sistematizadas, processadas e interpretadas adequadamente
podem compor um banco de dados e subsidiar estudos sobre a ocorrência de inundações.




Figura 1. Mapa de localização da UGRHI 2 com limites municipais e distribuição de ocorrências de inundações,
enchentes e alagamentos. Fonte: IBGE 2007, Limites Municipais / SIGRH, Limites da UGRHI.
3




        O presente trabalho enfoca procedimentos de coleta e tratamento de informações
relacionadas a eventos de inundação (assim como enchentes e alagamentos), a partir de
notícias de jornal. Os resultados ora apresentados são preliminares, e correspondem a estudo
realizado em escala regional, com aplicação inicial na formulação de políticas públicas de
planejamento e gestão ambiental (zoneamento ecológico-econômico), tendo como área de
estudo a Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos 2 (UGRHI-2), correspondente ao
Vale do Rio Paraíba do Sul, situado ao leste do Estado de São Paulo (Figura 1).
        O estudo explorou a utilização de ferramentas tecnológicas e bases de dados de livre
acesso e disponíveis na Internet, visando obter uma compreensão dos fenômenos
(particularmente a inundação) e seus impactos na área de estudo, de forma ágil e abrangente,
bem como permitir a aplicação dos procedimentos em diversos contextos socioeconômicos
(como por exemplo, em prefeituras e defesas civis municipais). Outrossim, um dos objetivos do
presente trabalho foi o de delimitar critérios e dar consistência às infomações jornalísticas de
forma a viabilizar sua utilização em trabalhos e estudos de natureza técnico-científica, e na
medida do possível orientar e otimizar esforços na realização de trabalhos de campo.
        A sistematização, consolidação e o georreferenciamento dos dados e informações
coletadas permitiram a espacialização e análises numérico-estatísticas quanto à localização,
freqüência, intensidade, distribuição espacial e temporal das ocorrências, e possíveis
correlações com parâmetros do terreno. Nesse sentido, os resultados ora obtidos e
interpretações decorrentes devem constituir um subsídio prático, não apenas ao zoneamento
ecológico-econômico mas também a estudos subsequentes voltados ao mapeamento de risco.


   2. METODOLOGIA

        A metodologia desenvolvida no presente trabalho procurou estabelecer procedimentos
padronizados para a derivação de dados e informações a partir de notícias publicadas em
jornais, e incluiu as seguintes etapas: 1) pesquisa e coleta de dados; 2) sistematização e
consolidação de dados; 3) georreferenciamento (localização e espacialização); 4) análise
numérico-estatística; 5) classificação preliminar de perigos (ou probabilidade de ocorrência dos
fenômenos estudados).
                                                                                                               Sistematização e   Determinação de
     Escolha     Contatos p révios , v erificação, seleção            Ficha Cadastral e Coleta de
                                                                                                               Consolidação de      coordenadas
     da área        dos veículos e fontes de Dados                               Dados
                                                                                                                    Dados           geográficas


                                                 Análise Numérico                             Análise Numérico
                                                    Estatística I                                 Estatística II
                 Banco de Dados
                                                 (ex. histograma)                           (ex. análise temporal)
                Georreferenciado
                                                                                                                                       Classificação
                                                                                            Identificação de                              Perigos
                                                                                              áreas críticas                          Vulne rabilidade s
               Georreferenciamento                     Visualiz ação e                                                               Potenciais de dano
                   Inserção GIS                     Distribuição espacial
                                                           de dados                         Análise Espacial
                                                                                               de Dados



                                           Figura 2. Fluxograma das etapas de trabalho.



        A coleta de dados concentrou-se nos registros de ocorrência de eventos chuvosos
disponíveis em Arquivos de Jornais e Arquivos Públicos Municipais envolvendo uma série
histórica de aproximadamente 40 anos. A etapa de sistematização e consolidação de dados
4




procurou dar consistência e confiabilidade aos dados derivados dos registros jornalísticos, de
forma a permitir a pesquisa, análise e interpretação com um viés técnico-científico.
        Uma vez consolidadas, as informações foram vertidas em um banco de dados,
georreferenciadas e inseridas em um Sistema de Informações Geográficas (SIG), o que
possibilita inserir e integrar diversas informações e combiná-las através de algoritmos de
manipulação e análise, além de oferecer mecanismos para consulta, recuperação, visualização
e plotagem do conteúdo da banco de dados. A síntese dos procedimentos metodológicos
acima mencionados é ilustrada na Figura 2.


   2.1. Pesquisa e Coleta de Dados

        Como forma de orientar a obtenção de dados, efetuou-se um levantamento prévio junto
a órgãos e instituições dos municípios, através de contato telefônico, para averiguar a
existência e disponibilidade de dados relativos aos eventos de inundação na área de estudo
(UGRHI – 2). Nos casos afirmativos, foram realizadas visitas aos municípios a fim de avaliar a
viabilidade de utilização dos acervos.
        A partir do levantamento prévio foram selecionados os locais de consulta e os veículos
de informação para a pesquisa, em função da disponibilidade e acessibilidade aos registros. O
Jornal Vale Paraibano foi utilizado como fonte principal de dados devido à abrangência regional
(registros referentes a toda a UGRHI-2) e temporal (periodicidade diária e continuidade de
edições), sendo possível cobrir o período entre 1970 a Outubro/2009 (aproximadamente 40
anos) com os registros disponíveis no Arquivo Público Municipal de São José dos Campos,
complementados com edições disponíveis no Acervo do Centro de Documentação do próprio
jornal. Secundariamente foram consultados registros do jornal “O Taubateano”, disponíveis no
Arquivo Histórico de Taubaté.




                            Figura 3. Fluxograma das etapas de trabalho.
5




        Considerando que as notícias publicadas em jornais não tem uma natureza
eminentemente técnica, tornam-se necessários a identificação e a padronização das
informações e dados considerados relevantes ao estudo. Dessa forma, para a coleta dos
dados elaborou-se uma ficha de cadastro que incluiu os seguintes tópicos: a) Título da notícia;
b) Data da publicação, n º da edição, página da reportagem, fotos e nome do fotógrafo; c) Tipo
de evento (enchente, inundação, alagamento); d) Drenagem associada (nome do curso d’água
- rio, córrego, ribeirão - ao qual o fenômeno está associado); e) Data e duração do evento
chuvoso; f) Locais e áreas afetadas (cidade, localidade, bairro, rua); g) Níveis atingidos (altura
da água); h) Quantidade de chuva registrada; i) Extensão dos danos (moradias/edificações
atingidas, nº de desabrigados/desalojados, nº de óbitos e feridos); j) Informações adicionais
(menção a evento chuvoso identificado anteriormente e observações diversas).
       Dentro do período abrangência das ocorrências (1970-2009), a pesquisa de registros foi
orientada pela análise prévia de dados pluviométricos disponíveis no site do Sistema Integrado
de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SIGRH (www.sigrh.sp.gov.br), e teve como enfoque
os meses identificados como mais chuvosos (novembro a março). Tal análise, permitiu
também a identificação de anos considerados anômalos quanto à pluviosidade (como por
exemplo, os anos de 1983 e 1985). Nestes casos, a pesquisa de registros de ocorrências
abrangeu todos os meses do ano. Outras fontes de dados complementares para a definição do
período a ser pesquisado foram as informações obtidas junto aos cadastros da Coordenadoria
Estadual de Defesa Civil – CEDEC e de algumas comissões municipais de Defesa Civil
(COMDEC).
       Para a coleta de dados foi utilizada uma abordagem temporal retroativa (registro mais
recente para o mais antigo), pois desta maneira foi possível antever os eventos de inundação
através de citações em matérias com datas posteriores aos eventos ocorridos, o que
potencializou a captação dos dados disponíveis.


   2.2. Sistematização e Consolidação dos Dados

        Encerrada a etapa de pesquisa e coleta de dados em campo todas as fichas de
cadastro foram transcritas para um banco de dados em formato Access. Cada ficha de
cadastro correspondeu a uma notícia publicada, respectiva a um evento chuvoso (de duração
variável) com consequente inundação, enchente ou alagamento. Por outro lado, observa-se
que o conteúdo de uma mesma notícia pode referir-se a único local ou a diferentes áreas
afetadas pelas chuvas, e que na maioria das vezes abarcavam diversas ruas, bairros, ou
mesmo municípios distintos. Nesse sentido, para fins de localização e entendimento da
distribuição espacial dos fenômenos estudados, na etapa de transcrição as fichas de cadastro
foram desmembradas em registros pontuais. Cada registro, de forma individualizada, diz
respeito a uma ocorrência de inundação, enchente ou alagamento, em uma determinada data e
em determinado local. Ao final do processo de transcrição das fichas obteve-se um total de
1463 ocorrências.
        Uma das dificuldades encontradas durante a sistematização e consolidação dos dados
diz respeito à toponímia, ou mais especificamente à grafia dos nomes pelos quais os diferentes
locais e logradouros são designados nas notícias publicadas. Dessa forma recorreu-se ao site
da Empresa Brasileira Correios (www.buscacep.correios.com.br) para padronizar a
denominação dos logradouros e seus respectivos bairros. Tal procedimento estendeu-se, em
alguns casos, à etapa seguinte de georreferenciamento das ocorrências. Na construção do
banco de dados, foi atribuído um código numérico de identificação para cada município da
6




UGRHI – 2, de forma crescente segundo ordem alfabética (de 1 a 34). Em 27 municípios (de
um total de 34, que compõem a UGRHI) foram observados registros de ocorrências.


   2.3. Georreferenciamento(Localização e Espacialização de Dados)

        A etapa subseqüente à construção do banco de dados envolveu a determinação das
coordenadas geográficas (localização) relativas às ocorrências. Para isso foram utilizados os
aplicativos disponíveis na Internet: Google Earth (imagens de satélite, Projeção Cilíndrica
simples Plate Carré, Datum WGS 84) e Google Maps (incluindo as ferramentas de visualização
Mapa e Terreno). De forma combinada aos aplicativos, em alguns casos, foram utilizadas
plantas cartográficas dos municípios, nos formatos DWG (AutoCad) e PDF (Adobe Acrobat),
obtidas junto às prefeituras e órgãos municipais que em alguns casos também disponíveis na
Internet.
        As coordenadas geográficas (cilíndricas e no formato UTM) foram determinadas em
função dos seguintes elementos, individualmente ou de forma associada: 1) toponímia (quando
o conteúdo da notícia permitiu identificação do nome do bairro e logradouro, e numeração em
alguns casos); 2) elevação do terreno (fornecida pelo próprio aplicativo Google Earth); e 3)
proximidade de cursos d’água. Nos casos em que não foi possível associar a coordenada a
uma drenagem (curso d’água), inferiu-se que a ocorrência tratava-se de um alagamento. A
inferência ou associação de uma ocorrência a uma determinada drenagem baseou-se na
interpretação da imagem de satélite do aplicativo Google Earth, combinada às ferramentas
Mapa e Terreno do Google Maps e plantas cartográficas do município quando disponíveis. Em
alguns casos, a própria notícia menciona o nome do curso d’ água ao qual a ocorrência está
relacionada.
        Levando em conta os elementos acima descritos e informações adicionais coletadas
nas notícias de jornal, adotou-se uma escala decrescente (de 1 a 3) com o intuito de criar um
atributo (passível de georreferenciamento) que pudesse indicar a precisão com que a
respectiva coordenada foi determinada. A escala foi igualmente utilizada na identificação dos
pontos de ocorrência na imagem (uma vez que o aplicativo permite o seu armazenamento),
sendo neste caso adotada uma codificação de cores equivalente, sendo: 1 = verde; 2 =
amarelo; e 3 = vermelho. Tal procedimento possibilitou a rápida visualização das ocorrências e
o grau de precisão com que sua localização foi determinada.
        Foram determinadas as coordenadas de 1295 ocorrências, que corresponderam a 606
locais distintos. Por diferentes razões, que são discutidas a seguir, não foi possível determinar
a localização e coordenadas de 168 ocorrências, o que correspondeu a 11,5 % dos registros
inicialmente transcritos da ficha de cadastro para o banco de dados (total de 1463).
        Aos 1295 registros de ocorrência que compuseram o banco de dados georreferenciado
atribuiu-se um código específico de identificação, respectivo aos registros ocorrentes em cada
município, e composto por duas seqüências de caracteres numéricos como no exemplo a
seguir.
       Exemplo: ID 30-125, onde o caractere 30 corresponde ao código do município e 125
corresponde ao número seqüencial do registro respectivo àquele município.
        O banco de dados consolidado e georreferenciado foi importado em formato tabular
para o Sistema de Informação Geográfica SPRING versão 5.1.4 (ver Câmara et al. 1996, e
INPE 2009) compondo um novo plano de informação (PI), permitindo assim a visualização da
distribuição espacial das ocorrências juntamente com os demais PI`s inseridos no sistema, tais
7




como curvas de nível (espaçamento 20 metros), hidrografia, limites de sub-bacias e de
municípios.
       A tabela de atributos e topologia respectivos ao PI de ocorrências, preservou a estrutura
de tópicos originários da ficha cadastral, o que permite a manipulação e análise espacial
desses atributos, assim como mecanismos de consulta utilizando diferentes limites espaciais e
elementos (atributos) de referência.


   2.4. Análise Numérico-Estatística

        No atual estágio do estudo, a análise numérico-estatística explorou dois atributos
principais, o número de ocorrências e a elevação do terreno, e teve como objetivos:
       avaliar e analisar comparativamente a distribuição e variabilidade espacial dos
        registros de ocorrências em relação aos limites da UGRHI-2, dos municípios e das
        sub-bacias, avaliando também, sempre que possível, a distribuição e variabilidade
        interna aos referidos limites e em relação ao tipo de evento;
       avaliar possíveis correlações entre a distribuição dos registros de ocorrências e
        parâmetros do terreno (no caso, elevação);
       estabelecer premissas para a classificação preliminar de perigos;
       identificar e priorizar áreas ou locais específicos para análises e estudos
        subsequentes, tais como o mapeamento de risco.
       Para tal foram explorados os seguintes métodos, utilizando o aplicativo Excel (da
Microsoft):
   a) Estatística Descritiva, que enfoca parâmetros e medidas de tendência central e
      dispersão dos dados, tais como média, quartil, variância, erro padrão da média e desvio
      padrão;
   b) Histogramas de Frequência que indicam a distribuição dos dados (em freqüências
      individuais e cumulativas) de acordo com intervalos de valores pré-determinados
      Análise de dados agrupados);
   c) Diagramas de Dispersão (scatterplot) acoplados a ferramentas de análise de regressão
      que usam o método de "quadrados mínimos" para ajustar linhas de tendência ao
      conjunto de dados observados, derivar equações de regressão e coeficientes de
      determinação (R2). Estes indicam o grau de correspondência entre os valores
      estimados para a linha de tendência e os dados observados, como estimativas de
      correlação entre os atributos estudados, no caso, o número de ocorrências e a elevação
      do terreno;
   d) Testes Estatísticos que incluíram a determinação de índices de correlação de Pearson e
      aplicação de testes não-paramétricos através do método Kolmogorov-Smirnov (K-S)
      para duas amostras independentes (ver Conover 1981, Gibbons e Chakraborti 1992) . O
      método K-S explora diferenças entre as curvas de distribuição cumulativa dos dados
      agrupados como medida de correlação, associação ou compatibilidade entre conjuntos
      de dados observados. Os valores de distribuição cumulativa foram obtidos a partir dos
      resultados numéricos de histogramas de frequência.
     Visando a análise comparativa, os dados foram segregados e analisados de acordo
com a frequência (1 ocorrência, 2 ou mais ocorrências) e tipo de evento (alagamentos,
8




inundações e/ou enchentes), este último utilizando o critério de associação à drenagem
anteriormente mencionado (vide Seção 2.3).
         Os testes não-paramétricos (K-S) envolveram os atributos número de ocorrências e
elevação do terreno, e foram aplicados da seguinte forma: a) abrangendo dados de toda a
UGRHI-2, segregados por tipo de evento e frequência; b) dados não-segregados referentes
aos limites municipais testados contra os dados não-segregados referentes a toda a UGRHI-2;
c) dados não-segregados referentes aos limites municipais testados entre si (Tabela 2). Para
calibragem dos resultados dos testes não-paramétricos (K-S) adotou-se o índice denominado
Dratio (ou Razão D), proposto por Fernandes da Silva e Cripps (2008), a um nível de
significância de 5%. O valor de Dratio é resultante da razão entre o valor D observado (diferença
entre as curvas cumulativas de distribuição de frequência das duas amostras analisadas e o
valor crítico calculado para tal distribuição com base no tamanho das amostras). Uma vez que
o teste não assume qualquer premissa acerca da forma de distribuição (normal ou outra) dos
dados, de acordo com os autores o valor de Dratio é um indicador da confiabilidade do resultado
obtido no teste, devendo aproximar-se de zero quando a hipótese nula é aceita com maior
confiabilidade. Quando a hipótese nula é rejeitada, o valor de Dratio deve afastar-se ao máximo
de zero indicando a maior confiabilidade da rejeição.
        Exemplos de resultados da análise numérico-estatística são apresentados na Figura 4.
                      UGRHI 2 - dados não-agrupados

                  A Média Descritiva - Ocorrências
                     Estatística
                                               2,14                                                                    UG R H I - 2   Alag amentos : duas ou mais oc orrênc ias
                      Erro padrão                                              0,12
                      Mediana                                                    1                          50                                                                                              100%
                                                                                                                                                   41
                      Modo                                                       1                          40                                                                                              80%
                                                                                          Nº de L oc ais




                      Desvio padrão                                            2,93                         30                                                                                              60%
                      Variância da amostra                                     8,57                         20                                               17                                             40%
                      Curtose                                                141,67
                                                                                                            10                        3                                     3                               20%
                      Assimetria                                               9,38                                0         0                                                      0    0            0
                                                                                                             0                                                                                              0%
                      Intervalo                                                 51
                                                                                                                   450       500      550          600      650           700      750   800         Mais
                      Mínimo                                                     1
                      Máximo                                                    52                                                                          E le va ç ã o
                      Soma                                                    1295
                      Contagem                                                 606                                                                         C
                      UGRHI - dados não-agrupados

                  B Média
                      Estatística Descritiva - Elevação
                                                    578,13                                                                            UG R H I - 2 T odos os reg is tros
                      Erro padrão                                              1,86
                      Mediana                                                  570                          400                                    355                                                      100%
                                                                                                            350
                                                                                           Nº de L oc ais




                      Modo                                                     565                          300                                                                                             80%
                      Desvio padrão                                           45,69                         250                                                                                             60%
                      Variância da amostra                                  2087,55                         200
                                                                                                            150                        127                                                                  40%
                      Curtose                                                 10,38                                                                           91
                                                                                                            100                                                                                             20%
                      Assimetria                                               2,39                          50        1         2                                          15      9     2           4
                                                                                                              0                                                                                             0%
                      Intervalo                                                437
                                                                                                                    450       500      550          600       650           700    750   800         Mais
                      Mínimo                                                   444
                      Máximo                                                   881                                                                        E levaç ão
                      Soma                                                  350349
                      Contagem                                                 606                                                                         D
                                                                                      UG R H I-2                  Inundaç ões : 2 ou mais oc orrênc ias

                                                                 18
                                       Número de Oc orrênc ias




                                                                                                                                                                      2
                                                                 16                                                                                     y = -6E -05x + 0,0786x - 20,192
                                                                                                                                                                      2
                                                                 14                                                                                                  R = 0,0098
                                                                 12
                               E                                 10
                                                                  8
                                                                  6
                                                                  4
                                                                  2
                                                                  0
                                                                      500         550                       600             650              700               750                800          850

                                                                                                                         E levaç ão do T erreno



Figura 4. Exemplos de resultados obtidos a partir da análise numérico-estatística. (A) e (B) Parâmetros descritivos
referentes ao número de ocorrências e elevação do terreno, respectivamente, na UGRHI 2. (C) e (D) Histogramas de
frequência para intervalos de elevação de terreno referentes a alagamentos (2 ou mais ocorrências) e todos os
registros de ocorrência na UGRHI 2, respectivamente. (E) Diagrama de dispersão e resultados de análise de
regressão para dados de elevação do terreno versus número de ocorrências.
9




   2.5. Classificação Preliminar de Perigos

        A classificação preliminar de perigos baseou-se exclusivamente na análise exploratória
dos dados através dos métodos numérico-estatísticos acima descritos. Para a definição de
classes de perigo (ou probabilidade de ocorrência de inundação e/ou enchentes e
alagamentos), foram utilizados os seguintes parâmetros estatísticos do atributo “número de
ocorrências”: a) valor médio; b) erro padrão da média, que indica a precisão do valor médio
obtido pela razão entre o desvio-padrão e a raiz quadrada do tamanho amostral; c) quartis; d)
desvio-padrão. Com base nesses parâmetros, foram elaborados experimentalmente
mecanismos distintos de classificação (ver Tabelas 3 e 4) utilizando dados agrupados por: a)
locais de ocorrência em municípios e sub-bacias; b) número de ocorrências por municípios.
        No caso das sub-bacias (dados referentes a 606 locais agrupados em 70 sub-bacias
com registro de ocorrência), foram estabelecidos os seguintes limiares e classes de perigo (ver
Tabela 3-A): Perigo BAIXO – até 6 ocorrências (limiar definido pelo valor mediano ou 2º quartil
e valor médio subtraído do erro padrão); Perigo MODERADO – de 7 a 11 ocorrências (limiar
definido pelo valor intermediário entre o 3º quartil e valor médio acrescido do erro padrão);
Perigo ALTO – de 12 a 20 ocorrências (limiar definido pelo valor médio acrescido do desvio
padrão); Perigo MUITO ALTO – acima de 20 ocorrências.
       De forma similar, respectivamente aos limites geopolíticos (municípios), utilizando
dados agrupados por locais (em 27 municípios com com registro de ocorrência), foram
estabelecidos os seguintes limiares e classes de perigo (ver Tabela 3-B): Perigo BAIXO – até 6
ocorrências (limiar definido pelo valor mediano ou 2º quartil); Perigo MODERADO – de 7 a 13
ocorrências (limiar definido pelo valor médio subtraído do erro padrão); Perigo ALTO – de 14 a
32 ocorrências (limiar definido pelo valor médio acrescido do erro padrão); Perigo MUITO ALTO
– acima de 32 ocorrências.
        Para os dados referentes a 1295 ocorrências distribuídas ao longo dos 27 municípios,
foram efetuados dois procedimentos que conduziram a mecanismos de classificação distintos.
Um dos procedimentos utilizou valores absolutos do número de ocorrências, e estabeleceu os
seguintes limiares e classes de perigo (ver Tabela 4, Perigo Class2): Perigo BAIXO – até 9
ocorrências (limiar definido pelo valor mediano ou 2º quartil); Perigo MODERADO – de 10 a 23
ocorrências (limiar definido pelo valor intermediário entre o 3º quartil e o valor médio subtraído
do erro padrão); Perigo ALTO – de 24 a 72 ocorrências (limiar definido pelo valor médio
acrescido do erro padrão); Perigo MUITO ALTO – acima de 72 ocorrências. Em outro
procedimento, dados auxiliares (Tabela 4, Perigo Class3) sobre área e taxa de urbanização
dos municípios, provenientes de consulta ao site do SEADE (www.seade.gov.br), também
foram utilizados para definição de parâmetro experimental, aqui denominado, densidade de
ocorrências por km2 de área urbana. Tal paramêtro foi obtido pela razão entre o número de
ocorrências registradas e a área urbana do município (dados agrupados). Os mesmos
parâmetros estatísticos (quartis, média e erro padrão) foram adotados para estabelecimento de
limiares de classe de perigo, resultando assim na seguinte classificação: Perigo BAIXO – até o
valor de 0.0341; Perigo MODERADO – superior a 0.0341 até 0.0737; Perigo ALTO – superior a
0.0737 até 0.1239; Perigo MUITO ALTO – acima de 0.1239.
10




   3. RESULTADOS

        Como indicado anteriormente, os dados sistematizados e consolidados resultaram num
banco de dados georreferenciado contendo registro de 1295 ocorrências, que correspondem a
606 locais distintos. A análise numérico-estatísca demonstrou que deste total, 375 locais (62%)
referem-se a registros de uma única ocorrência. Outros 231 locais (38%) referem-se a duas ou
mais ocorrências no período analisado (1970-2009), correspondendo a 920 registros de
ocorrências, o que equivale a cerca de 71 % do total de registros. As Tabelas 2 e 3 mostram a
distribuição dos locais e dos registros de ocorrências consolidados por sub-bacias e por
município ao longo de toda a UGRHI. Observa-se que apenas seis municípios, todos com altas
taxas de urbanização, concentram aproximadamente 90% do total dos registros e dos locais de
ocorrência, sendo eles: São José dos Campos (618 ocorrências, 255 locais), Jacareí (172
ocorrências, 69 locais), Taubaté (141 ocorrências, 79 locais), Guaratinguetá (114 ocorrências,
52 locais), Lorena (58 ocorrências, 25 locais) e Aparecida (55 ocorrências, 29 locais).
       Nesta etapa inicial do estudo, dos 375 locais com uma única ocorrência, 128 locais não
puderam ser associados a alguma linha drenagem, sendo assim considerados como pontos de
ocorrência de alagamento conforme critério adotado. Os demais 247 locais correspondem
possivelmente a ocorrências de inundação (e/ou enchentes) com ou sem efeitos de
alagamento associados. Entre os 231 locais com registros de duas ou mais ocorrências, 64
(cerca de 28%) não puderam ser associados a alguma drenagem, sendo então considerados
como locais de alagamento.
        Os resultados obtidos a partir de estatística descritiva mostram que os valores médios
do número de ocorrências e da elevação do terreno para a UGRHI-2 são, respectivamente, de
2.14 ocorrências e 578 metros (ver Figuras 4-A e 4-B), e de 3.98 ocorrências e 577 metros
(quando segregados em duas ou mais ocorrências). Quando segregados por tipo de evento, os
valores médios de elevação do terreno e de número de ocorrências são, respectivamente:
alagamentos (1 ocorrência) = 582 metros; alagamentos (duas ou mais ocorrências) = 590
metros, 3.44 ocorrências); inundações (1 ocorrência) = 577 metros e inundações (duas ou mais
ocorrências) = 572 metros, 4.19 ocorrências). A análise de histogramas de frequência (ver
Figura 4-D) para elevação do terreno ao longo da UGRHI-2 (todas as ocorrências) indica que a
maior parte dos registros (58,6%) situa-se no intervalo de classe entre 550 e 600 metros, o que
é compatível com os valores de parâmetros como a média (578 metros) e a moda (565
metros). Secundariamente têm-se os intervalos de 500-550 metros (21%) e de 600 – 650
metros (15%). Esta proporção referente ao intervalo de 550-600 metros é similar quando a
avaliação diz respeito aos registros de inundação e/ou enchente, sendo de 53,8% para 1
ocorrência e de 56,9% para duas ou mais ocorrências. Entretanto, para 2 ou mais ocorrências
de alagamento (ver Figura 4-C), o intervalo de 550-600 metros passa a corresponder a 64%
dos registros, enquanto os intervalos de 600-650 e de 650-700 metros respondem por cerca de
32% dos registros, o que sugere que as ocorrências de alagamento estejam associadas a
cotas topográficas mais elevadas.
        A Tabela 1 apresenta uma comparação entre valores médios do número de ocorrências
e de elevação do terreno para toda a UGRHI-2 e os seis municípios com maior número de
registros de ocorrências (sem discriminação quanto ao tipo de evento). Cinco municípios
apresentam valores médios de ocorrência acima da média para toda a UGRHI-2. É
interessante notar que os municípios de Aparecida, Guaratinguetá e Lorena apresentam
valores médios de elevação do terreno nos locais de ocorrência bem menores que a elevação
média para toda a UGRHI-2. Em Lorena, mesmo o valor máximo é inferior à média geral. Já os
municípios de Jacareí e São José dos Campos apresentaram valores médios de elevação do
terreno maiores que a média da UGRHI-2, bem como valores máximos de elevação acima de
11




650 metros, superando os intervalos mais frequentes indicados em histogramas, o que poderia
estar associado à maior ocorrência de alagamentos (e não de inundações) nesses municípios.


Tabela 1. Quadro comparativo de parâmetros estatísticos descritivos referentes a UGRHI 2 e aos seis municípios
com o maior número de ocorrências de inundação, enchentes e alagamentos.

                                      No.          No.
                                                                     E levação            E levação           E levação           No. L ocais de
                      ÁREA            O corrências O corrências
                                                                     Média (m)            Minima (m)          Máxima (m)          O corrência
                                      T otal       Média
                UG R HI-2                    1295          2,14             578,13               444                881                606
                Aparecida                     55           1,9              549,38               527                589                 29
                Lorena                        58           2,32             531,16               522                551                 25
                Guaratinguetá                114           2,19             538,81               525                641                 52
                Taubaté                      140           1,77             579,46               540                650                 79
                Jacareí                      172           2,49             582,10               563                779                 69
                S. J. dos Campos             619           2,43             587,15               538                685                255




Tabela 2. Resultados de testes estatísticos não-paramétricos (K-S) para os atributos “número de ocorrências” (K-S
Ocorr) e “elevação do terreno” (K-S Elev). (A) Dados de municípios testados contra dados de toda a UGRHI-2. ACT
= aceitação. REJ = Rejeição. (B) Dados de municípios testados entre si. Valores correspondem a Dratio (ou Razão
D). Detalhes no texto.
                                                                                 Número de oc orrênc ias
                     Nº Locais                Razão D              Razão D
     MUNICIP                     K-S Ocorr              K-S Elev                                                                    Guaratin-
                      Ocorr                    Ocorr                Elev               MUNICIP             Lorena    Aparecida                  Jacareí   Taubaté
                                                                                                                                     guetá
Tremembé                 5         ACT         0.2956     ACT      0.6312        Lorena                      -            -            -           -         -
S.L. do Paraitinga        7        ACT         0.1692     REJ      1.8864        Aparecida                 0.8138         -             -          -         -
Paraibuna                 8        ACT         0.3213     REJ      1.6536        Guaratinguetá             0.5740     0.3556            -          -         -
Pindamonhangaba           8        ACT         0.1952     ACT      0.4125        Jacareí                   0.3816     0.6011         0.3493        -         -
Cachoeira Paulista        9        ACT         0.2951     ACT      0.9901        T aubaté                  0.9637     0.1168         0.4561     0.8014       -
Piquete                   9        ACT         0.4806     REJ      1.7525        S.J. dos Campos           0.6769     0.4095         0.2897     0.3890    0.6157
Caçapava                  10       ACT         0.5062     ACT      0.4605
                                                                                 E lev aç ão do T erreno
Cruzeiro                  19       ACT         0.6926     REJ      1.9806
                                                                                                                                    Guaratin-
Lorena                    25       ACT         0.7945     REJ      2.6859              MUNICIP             Lorena    Aparecida                  Jacareí   Taubaté
                                                                                                                                     guetá
Aparecida                 29       ACT         0.3154     REJ      1.3044        Lorena                      -            -             -          -         -
Guaratinguetá             52       ACT         0.1553     REJ      3.3119        Aparecida                 1.1000         -             -          -         -
Jacareí                   69       ACT         0.5751     REJ      1.2415        Guaratinguetá             0.2859     0.9951            -          -         -
T aubaté                  79       ACT         0.4932     REJ      1.1630        Jacareí                   3.0239     1.8331         3.4650        -         -
S.J. dos Campos           255      ACT         0.2974     REJ      2.0746        T aubaté                  2.9950     1.7827         3.4590     0.2030       -
                                                                                 S.J. dos Campos           3.3544     2.0554         4.1629     0.6236    0.9170

                                      A
                                                                                                                              B


       Os resultados dos testes K-S para dados dos municipios versus dados de toda a
UGRHI-2 (Tabela 2-A) sugerem a associação ou correlação entre a distribuição do número de
ocorrências, uma vez que em todos os testes houve aceitação, em alguns casos envolvendo
municípios com número significativo de registros e baixos valores de Dratio (Razão D) indicando
a confiabilidade dos resultados, como por exemplo, São José dos Campos, Guarantinguetá e
Aparecida. Por outro lado, no que diz respeito ao atributo elevação do terreno, os testes K-S
sugerem a não-correlação na maioria dos municípios, como demonstram os índices de rejeição
entre as curvas de distribuição de frequência, mesmo nos municípios anteriormente citados.
Quanto aos municípios testados entre si (Tabela 2-B), verifica-se situação similar para o
12




número de ocorrências. Todavia, os resultados de testes K-S sugerem a correlação da
elevação de terreno entre alguns municípios, particularmente entre Taubaté e Jacareí, bem
como entre Guaratinguetá e Lorena, todos com nível significativo de dados e aceitação a
baixos valores da Razão D.
       A avaliação dos diagramas de dispersão e os resultados preliminares da análise de
regressão e respectivos coeficientes de determinação (R-quadrado), combinados aos valores
de Pearson, sugerem independência entre os valores de elevação do terreno e o número de
ocorrências quando analisados em relação a toda bacia (escala regional), e ainda que
segregados por número de ocorrências (1 ocorrência, 2 ou mais ocorrências) e tipo de evento
(alagamentos, inundações e/ou enchentes). Por outro lado, a associação entre estes atributos
torna-se ligeiramente mais evidente quando os dados são testados em escala mais local ou
semi-regional (respectiva aos limites de município), com destaque aos municípios de Lorena e
Taubaté (dados não-segregados), que com um número maior de locais e de ocorrências
obtiveram coeficientes de correlação acima de 0.3. Os municípios de Paraibuna,
Pindamonhangaba, Piquete e Tremembé apresentaram valores ainda maiores, no entanto, há
que se ressalvar a pequena quantidade de dados referente a estes municípios.


Tabela 3. Quadro apresentando classificação prelimianar de perigos de inundação (+enchentes e alagamentos) para
dados agrupados por locais de ocorrência em sub-bacias (A) e em municípios (B).
                                Nº de      Classificação                                        Nº de      Classificação                           Nº de
          Sub-bacia           Locais de    Preliminar de              Sub-bacia               Locais de    Preliminar de                                        PERIGO
                                                                                                                                MUNICIP          Locais de
                              Ocorrência      Perigo                                          Ocorrência      Perigo                                            CLASS1
C. CAMPO REDONDO                  1           BAIXO        R. PARAIBUNA                           7        MODERADO                              Ocorrência
R. DO SALTO                       1           BAIXO        RIB. JAGUARI                           7        MODERADO        Canas                     1          BAIXO
C. JATAÍ                          1           BAIXO        RIB. DOS MOTAS-APARECIDA               7        MODERADO
                                                                                                                           Cunha                     1          BAIXO
R. CAPIVARI                       1           BAIXO        C. DA MINHOCA                          7        MODERADO
R. VIRADOURO                      1           BAIXO        R. COMPRIDO                            8        MODERADO        Jambeiro                  1          BAIXO
RIB. GUARAREMA                    1           BAIXO        RIB. SANTA RITA                        8        MODERADO        Lagoinha                  1          BAIXO
R. COMPRIDO/ESTIVA                1           BAIXO        R. PARAITINGA                         10        MODERADO
                                                                                                                           Natividade da Serra       1          BAIXO
R. DA GALEGA/ANHANGUERA           1           BAIXO        RIO UMA                               10        MODERADO
R. DO CORTUME                     1           BAIXO        C. DO PONTILHÇO                       10        MODERADO        Redenção da Serra         1          BAIXO
RIB. IPIRANGA                     1           BAIXO        CÓRREGO SECO                          10        MODERADO        Roseira                   1          BAIXO
RIB. PIRATINI/SURDOS              1           BAIXO        RIB. IRIGUAÇU                         11        MODERADO
                                                                                                                           Bananal                   2          BAIXO
C. DOS PASSOS                     1           BAIXO        R. PIQUETE                            11        MODERADO
RIB. DAS PITAS                    1           BAIXO        C. LIMOEIRO                           12            ALTO        Lavrinhas                 2          BAIXO
RIB. DA BOCAINA                   1           BAIXO        COMPLEXO HIDROL.                      12            ALTO        Potim                     2          BAIXO
R. PIRACUAMA                      1           BAIXO        R. ALAMBARI                           12            ALTO
C. FAZ. VISTA VERDE               1           BAIXO        RIB. DO MOINHO I - STA CRUZ           12            ALTO        Queluz                    2          BAIXO
RIB. TETEQUERA/GRANDE             1           BAIXO        C. 4 RIBEIRAS                         14            ALTO        Areias                    3          BAIXO
C. DO ROSÁRIO                     1           BAIXO        RIB. DA CHÁCARA                       14            ALTO        Guararema                 4          BAIXO
C. DO PUTIM-GUARATINGUETÁ         1           BAIXO        RIB. TABUÇO                           14            ALTO
C. DAS PITANGUEIRAS               1           BAIXO        COMPL. HIDROL. (Tanquinho)            14            ALTO        Tremembé                  5          BAIXO
RIB. ÁGUA DOS NEVES               1           BAIXO        RIB. BUERAREMA                        17            ALTO        S.L. do Paraitinga        7        MODERADO
C. MUNICIPAL                      1           BAIXO        RIB. GUARATINGUETÁ                    17            ALTO
                                                                                                                           Paraibuna                 8        MODERADO
R. DAS POSSES/MACACOS             1           BAIXO        R. BUQUIRA/FERRÃO                     18            ALTO
C. DA BARRA                       1           BAIXO        JUDEU                                 23        MUITO ALTO      Pindamonhangaba           8        MODERADO
RIB. VERDE                        1           BAIXO        RIB. DA COLÔNIA -TURI                 26        MUITO ALTO      Cachoeira Paulista        9        MODERADO
C. DO BAIRRINHO                   2           BAIXO        RIB. PUTINS                           33        MUITO ALTO
                                                                                                                           Piquete                   9        MODERADO
RIB. DOS MUDOS                    2           BAIXO        RIB. DO MOINHO II (Convento Velho)    33        MUITO ALTO
RIB. CANAS                        2           BAIXO        R. PARARANGABA                        37        MUITO ALTO      Caçapava                 10        MODERADO
C. LINDEIRO                       2           BAIXO        RIB. DO VIDOCA                        44        MUITO ALTO      Cruzeiro                 19           ALTO
RIB. JACU                         2           BAIXO        RIB. LAVAPÉS                          68        MUITO ALTO
                                                                                                                           Lorena                   25           ALTO
PARAÍBA/FUNDOS                    2           BAIXO
RIB. PIRACANGUA                   3           BAIXO                                                                        Aparecida                29           ALTO
RIB. ITAGUAÇU
RIB. SÃO GONÇALO
                                  3
                                  3
                                              BAIXO
                                              BAIXO
                                                                                            A                              Guaratinguetá
                                                                                                                           Jacareí
                                                                                                                                                    52
                                                                                                                                                    69
                                                                                                                                                              MUITO ALTO
RIB. VERMELHO-AREIAS              3           BAIXO                                                                                                           MUITO ALTO
C. DOS VEADOS                     4           BAIXO                                                                        T aubaté                 79        MUITO ALTO
RIB. DOS LOPES (Água Limpa)       4           BAIXO                                                                        S.J. dos Campos          255       MUITO ALTO
RIB. MANOEL LITO                  6           BAIXO
RIB. DO PINHÇO                    6           BAIXO
C. DO SERTÃO/CAMPO                6           BAIXO
                                                                                                                                                   B
                              A
         Quanto à classificação preliminar de perigos (probabilidade de ocorrência de inundação,
enechente, alagamento) com base nos registros coletados mostra que 7 sub-bacias foram
classificadas como risco muito alto (Tabela 3-A), quatro delas relacionadas ao Município de
São José dos Campos (Putins, Pararangaba, Vidoca e Lavapés). A probabilidade de ocorrência
de eventos no município também foi classificada preliminarmente como muito alta quando
considerados o número de locais (Tabela 3-B), os valores absolutos de ocorrências (Tabela 4,
13




Perigo Class2) e valores proporcionais de ocorrências em relação à área urbanizada (Tabela 4,
Perigo Class3). Outros municípios onde o perigo foi classificado como alto e muito alto são:
Cruzeiro, Lorena, Aparecida, Guaratinguetá, Jacareí e Taubaté. Note-se que na classificação
proporcional à área urbana, os municípios Aparecida e Lorena são classificados como de
perigo muito alto, enquanto Cruzeiro aparece como perigo moderado e Paraibuna como perigo
alto.


Tabela 4. Classificação preliminar de perigos de inundação (+enchentes e alagamentos) para os municípios da
UGRHI-2. A coluna Perigo Class2 refere-se à classificação com base no número (absoluto) de ocorrências por
                                                                                                        2
municípios. A coluna Perigo Class3 refere-se à classificação com base na densidade de ocorrências por km de área
urbana nos municípios.
                                                                              AREA URB    DENS     PERIGO     PERIGO
                         MUNICIP          Nº OCORR   AREA (km2)   URBAN (%)
                                                                                (km2)    OCORR     CLASS2     CLASS3
                    Cunha                    1
                                                      1407,17      52,90%      744,39    0,0013     BAIXO      BAIXO
                    Jambeiro                 1         183,76      47,30%       86,92    0,0115     BAIXO      BAIXO
                    Lagoinha                 1         255,92      64,67%      165,50    0,0060     BAIXO      BAIXO
                    Natividade da Serra      1         832,61      46,10%      383,83    0,0026     BAIXO      BAIXO
                    Redenção da Serra        1         309,11      52,63%      162,68    0,0061     BAIXO      BAIXO
                    Roseira                  1         130,19      93,28%      121,44    0,0082     BAIXO      BAIXO
                    Bananal                  2         616,32      79,37%      489,17    0,0041     BAIXO      BAIXO
                    Canas                    2         53,49       95,75%       51,22    0,0390     BAIXO    MODERADO
                    Lavrinhas                2         166,86      92,34%      154,08    0,0130     BAIXO      BAIXO
                    Potim                    2         44,65       76,97%       34,37    0,0582     BAIXO    MODERADO
                    Queluz                   2         249,41      91,49%      228,19    0,0088     BAIXO      BAIXO
                    Areias                   3         306,57      74,49%      228,36    0,0131     BAIXO      BAIXO
                    Guararema                4         270,50      85,42%      231,06    0,0173     BAIXO      BAIXO
                    Tremembé                 9         192,42      87,97%      169,27    0,0532   MODERADO MODERADO
                    Piquete                  10        175,88      94,16%      165,61    0,0604   MODERADO MODERADO
                    Caçapava                 11        369,91      87,10%      322,19    0,0341   MODERADO     BAIXO
                    Pindamonhangaba          11        730,17      96,05%      701,33    0,0157   MODERADO     BAIXO
                    S.L. do Paraitinga       11        617,15      62,91%      388,25    0,0283   MODERADO     BAIXO
                    Cachoeira Paulista       18        287,84      82,19%      236,58    0,0761   MODERADO MODERADO
                    Paraibuna                21        809,79      30,78%      249,25    0,0843   MODERADO      ALTO
                    Cruzeiro                 23        304,57      97,78%      297,81    0,0772      ALTO    MODERADO
                    Aparecida                55        120,94      98,79%      119,48    0,4603      ALTO    MUITO ALTO
                    Lorena                   58        413,78      97,15%      401,99    0,1443      ALTO    MUITO ALTO
                    Guaratinguetá           114        751,44      95,66%      718,83    0,1586   MUITO ALTO MUITO ALTO
                    T aubaté                140        625,92      95,02%      594,75    0,2354   MUITO ALTO MUITO ALTO
                    Jacareí                 172        460,07      96,44%      443,69    0,3877   MUITO ALTO MUITO ALTO
                    S.J. dos Campos         619       1099,61      98,98%      1088,39   0,5687   MUITO ALTO MUITO ALTO




    4. DISCUSSÃO

         Desde sua concepção, os procedimentos aqui descritos procuraram suprir lacunas nos
registros de ocorrências de inundação, enchentes e alagamentos junto às prefeituras e
instituições afeitas ao tema, incluindo os órgãos de defesa civil em âmbito municipal e estadual.
Em sua maioria, os registros existentes restringem-se ao inventário de locais de maior
ocorrência, preocupando-se mais com o número de indivíduos afetados e com o montante dos
danos, poucas vezes organizados de forma cronológica e sem ater-se à abrangência e tempo
de retorno (recorrência) dos eventos.
        Os dados sistematizados e consolidados na forma de um banco de dados
georreferenciado, permitiram a espacialização dos registros de ocorrência e classificação
prévia de perigos com base em parâmetros estatísiticos, o que em si, representa um avanço na
derivação de informações técnico-cientícas a partir de material de conteúdo jornalístico e sua
utilização em estudos regionais. Os resultados apresentados, ainda que preliminares são
promissores para as etapas seguintes de trabalho, e devem orientar investigações e serem
14




efetuadas em escala de maior detalhe. Alguns aspectos acerca dos procedimentos
desenvolvidos, resultados já obtidos, potencialidades de aplicação e limitações merecem ser
discutidos.
         Dentre as vantagens dos procedimentos aqui descritos, destaca-se a Ficha Cadastral,
que convertida ao banco de dados fornece um histórico de cada local de ocorrência, que
viabilizará a análise temporal (recorrência, tempo de retorno), incluindo informações
importantes como a duração dos eventos chuvosos, quantidade de precipitação, citações sobre
os níveis atingidos pela água e registro fotográfico que permitirão a inferência indireta de tais
níveis, e também sobre quantificação de moradores atingidos e danos.
        Durante o desenvolvimento do presente trabalho, foram observadas algumas
dificuldades operacionais que devem ser levadas em conta para replicação dos procedimentos
aqui descritos.
       Na fase de Coleta de Dados:
   a) necessidade de padronização dos conceitos relativos aos eventos estudados e aos
      fenômenos meteorológicos causadores;
   b) cuidados em relação a informações redundantes, uma vez que o fenômeno
      meteorológico causador do evento pode estender-se por longos períodos e abranger
      uma grande região, ocasionando reportagens de conteúdo repetido. Vale mencionar
      que os dados foram consolidados de tal forma a evitar que uma mesma ocorrência
      reportada em datas e edições diferentes, fosse contabilizada como eventos ou
      ocorrências distintas, o que numa análise temporal poderia indicar a recorrência em
      determinados locais, e por conseguinte, sugerir o maior grau de probabilidade (ou
      perigo);
       Na fase de Sistematização e Consolidação de Dados:
   c) padronização da toponímia, uma vez que as denominações de logradouros e bairros
      tendem a figurar de forma incompleta ou com grafia incorreta. Não são raros os casos
      de mudança de nomes no decorrer do tempo, de duplicidade e de imprecisão quanto
      aos limites entre bairros. Denota-se também a falta de informação sobre as localidades
      rurais.
   d) para digitalização dos dados faz-se necessário estabelecer padrões de natureza mais
      técnica para informações veiculadas com "narrativa coloquial", como por exemplo:
      “água pela cintura”, “carro quase encoberto”;
       Na fase fase de Localização e Determinação de Coordenadas Geográficas:
   e) conteúdo da reportagem nem sempre permite identificar a natureza e a localização da
      ocorrência, limitando-se a citar o logradouro ou o bairro. Por vezes um bairro ou uma
      rua (logradouro) não correspondem ao município indicado na matéria publicada, o
      mesmo acontecendo em relação ao nome de córregos e ribeirões. Esta característica
      das matérias jornalísticas gerou a necessidade da criação de um atributo nomeado
      magnitude do registro com o intuito de auferir o grau de confiança na precisão da
      coordenada geográfica obtida.
         Levando em consideração as dificuldades operacionais mencionadas acima, cabe citar
que por vezes não foi possível associar os locais/registros de ocorrência às linhas de
drenagem, que por sua vez, foram considerados nesta etapa do estudo como ocorrência de
alagamento conforme critério adotado. As razões pelas quais tal associação nem sempre foi
viabilizada são diversas. Primeiramente, porque em alguns casos a reportagem não faz
qualquer menção direta ou indireta à hidrografia local ou regional. Em outras situações, há
conflito entre a localização citada na notícia e a localização dentro dos limites geopolíticos (de
15




municípios). Por fim, foram observadas dificuldades para a intepretação das imagens do
aplicativo Google Earth , decorrentes da ausência de infomações sobre a hidrografia, tanto em
ferramentas como o Google Maps, quanto nas bases cartográficas de municípios, utilizados
complemetarmente à interpretação. Estes aspectos serão levados em consideração nas
próximas etapas do estudo, onde a interpretação de imagens será refinada, assim como a
precisão dos dados de elevação do terreno obtidos a partir do aplicativo Google Earth serão
comparados às bases cartográficas digitais disponíveis nas escala 1:50.000 e 1:10.000, sobre
as quais os dados foram lançados.
        O atributo elevação de terreno (obtido a partir do aplicativo Google Earth) e a
segregação de dados por tipo de evento (associação à drenagem citada anteriormente), foram
explorados de forma limitada neste estágio inicial do estudo foi explorado. No entanto, os
resultados ora obtidos já indicam suas potenciais aplicações em estudos subsequentes, e após
o refinamento dos dados como observado acima. Por exemplo, foi observado que valores
médios de elevação do terreno são menores para inundação que para alagamentos, em
particular, quando os registros referem-se a duas ou mais ocorrências, o que poderia ser
interpretado como um indicativo da recorrência dos fenômenos em cotas topográficas menores.
Outro tipo de avaliação a ser feita a partir do refinamento dos dados e desses atributos seria
verificar se a elevação do terreno e a distribuição espacial dos registros de ocorrência de
inundação apresentam padrão mais regular que os registros referentes a alagamentos.
       Nesse sentido, vale ressaltar que os resultados dos gráficos de dispersão, de análise de
regressão e testes de correlação foram pouco conclusivos até o momento, especialmente
quando dizem respeito aos dados regionais, ou seja, referentes a toda a extensão da UGRHI.
Entretanto, os resultados testes de correlação são ligeiramente melhores quando a área de
abrangência é menor, ou seja, quando os dados são analisados por município). Novas análises
e testes de correlação com dados refinados e segregados em maior detalhe deverão ser
procedidos oportunamente. O mesmo se aplica aos testes estatísticos K-S e a necessidade de
aplicação de outros testes, do tipo paramétrico, explorando comparativa os valores médios e
variâncias dos diferentes conjuntos de dados, como por exemplo, Teste-T e Teste-Z.
        A classificação preliminar de perigos ou de probabilidade de ocorrência de inundação
(enchentes e alagamentos), nesta etapa do estudo, baseou-se exclusivamente nos parâmetros
estatísticos associados aos valores absolutos do atributo “número de ocorrências”. No atual
estágio de investigação não foram considerados outros parâmetros tais como elevação do
terreno, temporalidade ou recorrência (repetição de ocorrência dos fenômenos em um mesmo
local), e mesmo a magnitude do registro (precisão com que a localização/coordenada
geográfica do registro foi determinada). Tais atributos serão avaliados em maior profundidade,
“refinados”, e utilizados nas análises subsequentes.


   5. CONCLUSÃO

        O presente trabalho enfocou o desenvolvimento de procedimentos de coleta,
sistematização e tratamento de informações relacionadas a eventos de inundação (assim como
enchentes e alagamentos) a partir de notícias publicadas em jornais. Foram utilizadas
ferramentas tecnológicas e bases de dados de livre acesso e disponíveis na Internet, e buscou-
se o estabelecimento de critérios e padrões de forma a viabilizar o uso de infomações
jornalísticas em estudos de natureza técnico-científica.
        Nesse sentido, a presente investigação efetuou uma varredura preliminar e de caráter
regional, que permitiu a identificação e localização de áreas críticas e cursos d’água a serem
objeto de análise pormenorizada para fins de zoneamento ecológico-econômico, bem como de
16




estudos subsequentes de mapeamento de risco, em escala adequada, o que demonstrou a
viabilidade de aplicação dos procedimentos adotados.
         Os resultados obtidos, ainda que preliminares são bastantes promissores. A
classificação preliminar de perigos, teve caráter eminentemente experimental, e baseou-se
exclusivamente na análise exploratória dos dados através de métodos numérico-estatísticos.
Outros atributos considerados relevantes para o estudo de inundações, tais como a data dos
eventos/ocorrências e sua recorrência, número de moradias/edificações atingidas, devem ser
explorados oportunamente em análises espaciais e estatísticas subsequentes, destinadas à
classificação de perigos (ou probabilidade de ocorrência), avaliação de áreas críticas e ao
zoneamento de risco.
         Trabalhos futuros, em escalas regional e local, devem envolver a análise espacial de
dados explorando algoritmos de análise e interpoladores, novas análises estatísticas e
classificação de perigos utilizando outros parâmetros (por ex. elevação do terreno) e unidades
de terreno, tais como sub-bacias e compartimentos fisiográficos.


Agradecimentos
Os autores agradecem ao Arquivo Publico Municipal de São José dos Campos, na pessoa da Sra. Edna
Regina Santos Martelo, aos colegas Ivete Costa da Silva, Rosângela Pereira de Carvalho, Maria de
Lourdes Figueiredo Gomes, Maria Helena Silva de Jesus e Mirian Ramos Gutjahr pelo apoio na coleta e
sistematização de dados, e ao revisores anônimos do 7º SBCG.



   6. REFERÊNCIAS

Câmara, G.; Souza, R.C.M.; Garrido, J. (1996) SPRING: Integrating remote sensing and GIS by
     object-oriented data modeling. Computers & Graphics, 20: (3) 395-403.
Cerri, L.E.S. 1999. Riscos Geológicos Urbanos. In: Ciências da Terra e o Meio Ambiente:
        diálogos para (inter)ações no Planeta. São Leopoldo: UNISINOS, 1999. 284p
Conover W.J. (1981). Practical nonparametric statistics. 2ª Ed. John Wiley & Sons, New York.
      472p
Fernandes Da Silva, P.C.; Cripps, J.C. (2008) Comparing directional line sets using non-
      parametric statistics: a new approach for geoenvironmental applications. Stochastic
      Environmental Research & Risk Assessment, 22 (2): 231 - 246.
Gibbons J.D., Chakraborti, S. (1992) Nonparametric statistical inference. 3ª Ed. Marcel Dekker,
      New York. 495p
Gramani, M.F.; Silva, F.C.; Almeida Filho, G.S.; Gouveia, M.I.F. (2004) Diagnóstico das
     inundações em áreas urbanas do Rio Paraíba do Sul e Mantiqueira, SP: Subsídios para
     o Plano de Contingência. Anais do 1º Simpósio Brasileiro de Desastres Naturais.
     GEDN/UFSC, Florianópolis. Pp. 539-553 (CD-ROM)
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 2009. SPRING 5.1 – Manuais. Disponível
      em http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/manuais.html. Consultado em 26 de janeiro
      de 2009

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  • 1. 1 LEVANTAMENTO DE OCORRÊNCIAS DE INUNDAÇÃO EM REGISTROS DE JORNAIS COMO SUBSÍDIO AO PLANEJAMENTO REGIONAL E AO MAPEAMENTO DE RISCO EDUARDO DE ANDRADE * LANA CAROLINA DANNA* MAIARA LARISSA DOS SANTOS* PAULO CÉSAR FERNANDES DA SILVA* * Instituto Geológico, Secretaria do Meio Ambiente Av. Miguel Estéfano, 3.900 – Água Funda CEP 04301-903 - São Paulo, SP. E-mail: eduardo@igeologico.sp.gov.br RESUMO O presente trabalho enfoca procedimentos de coleta e tratamento de informações relacionadas a eventos de inundação (assim como enchentes e alagamentos) a partir de notícias publicadas em jornais. O estudo utilizou ferramentas tecnológicas e bases de dados de livre acesso e disponíveis na Internet, visando compreender os fenômenos e seus impactos de forma ágil e abrangente, e permitir a aplicação dos procedimentos em diversos contextos socioeconômicos (por exemplo, prefeituras e defesas civis municipais). Uma vez sistematizadas, processadas e interpretadas, tais informações compõem um banco de dados georreferenciado apto a subsidir estudos voltados ao planejamento e ao mapeamento de risco em escalas regional e local. Palavras-Chave: notícias de jornal, inundação, espacialização, classificação de perigos ABSTRACT The present paper deals with procedures for gathering and processing of information about flooding (as well as ponding) to be derived from news published on the press. The study utilised free access tools and databases available at the Web. The aim was to understand the phenomena and their impacts in a quick and comprehensive manner as well as enabling application of procedures in different socio-economic context (e.g. Mayoralties and civil defence boards). Once systematised, processed and properly interpreted such derived information allowed the build-up of geo-referenced databank that is able to provide subsides for planning and hazard mapping at regional and local scales. Keywords: newspaper, flooding, spatial displaying, hazard classification 1. INTRODUÇÃO As inundações têm ocorrido com elevada freqüência e magnitude em áreas urbanas, causando significativos prejuízos à economia e perda de vidas humanas. A ocupação de áreas contíguas aos cursos d' água tem sido uma característica do processo civilizatório desde os seus primórdios, tanto pela necessidade de acesso direto a este recurso natural para consumo quanto para sua utilização como insumo em atividades econômicas e meio de transporte de bens e mercadorias. Essa proximidade, por si só, resulta em um risco intrínseco a prejuízos
  • 2. 2 materiais e a perda de vidas quando da ocorrência de eventos meteorológicos extremos. O crescimento acelerado da urbanização nas planícies de inundação, como observado no Brasil nas últimas décadas, somado à ausência de planejamento e ordenamento territorial são alguns dos fatores que tem agravado os efeitos desses fenômenos. Neste cenário novas políticas públicas procuram abordar este problema com o intuito de preveni-lo e de mitigá-lo; No caso do Estado de São Paulo, a Lei n º 13.798, de 09 de novembro de 2009, denominada Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) estabelece os princípios e os instrumentos que deverão ser adotados pelo governo como forma de garantir o desenvolvimento sustentável, orientado por valores ambientais e pelo planejamento ambiental, implementados através do Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE) e de mapeamentos de risco. Segundo Cerri (1999), inundação é um processo de extravasamento das águas de um curso d’água para suas áreas marginais quando a vazão a ser escoada se torna superior à capacidade de descarga da calha. Já quando há a elevação do nível normal de água de um rio sem que haja o extravasamento da água para fora do canal principal, o evento é caracterizado como enchente. E por fim, os alagamentos decorrem da incapacidade de drenagem das águas das chuvas por fatores como a topografia suavizada e os sistemas de captação de águas pluviais. Conviver com as inundações e seus impactos requer conhecimento sobre os componentes do meio físico e os aspectos condicionantes das situações de risco. Tal conhecimento pode ser obtido através de dados de diferentes naturezas e a partir de diversas fontes. Nesse sentido, as informações relacionadas a ocorrências de inundação, na maioria dos casos, encontram-se de forma dispersa em acervos de órgãos e prefeituras municipais, incluindo as defesas civis, instituições e empresas responsáveis pela produção de energia elétrica e abastecimento de água, e também em notícias publicadas pela imprensa. A despeito de sua freqüência, periodicidade e continuidade ao longo do tempo, notícias de jornais geralmente não são utilizadas para derivação de dados em trabalhos de demanda técnica. Entretanto, como demonstrado por Gramani et al. (2004), notícias de jornais podem fornecer informações úteis, que uma vez sistematizadas, processadas e interpretadas adequadamente podem compor um banco de dados e subsidiar estudos sobre a ocorrência de inundações. Figura 1. Mapa de localização da UGRHI 2 com limites municipais e distribuição de ocorrências de inundações, enchentes e alagamentos. Fonte: IBGE 2007, Limites Municipais / SIGRH, Limites da UGRHI.
  • 3. 3 O presente trabalho enfoca procedimentos de coleta e tratamento de informações relacionadas a eventos de inundação (assim como enchentes e alagamentos), a partir de notícias de jornal. Os resultados ora apresentados são preliminares, e correspondem a estudo realizado em escala regional, com aplicação inicial na formulação de políticas públicas de planejamento e gestão ambiental (zoneamento ecológico-econômico), tendo como área de estudo a Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos 2 (UGRHI-2), correspondente ao Vale do Rio Paraíba do Sul, situado ao leste do Estado de São Paulo (Figura 1). O estudo explorou a utilização de ferramentas tecnológicas e bases de dados de livre acesso e disponíveis na Internet, visando obter uma compreensão dos fenômenos (particularmente a inundação) e seus impactos na área de estudo, de forma ágil e abrangente, bem como permitir a aplicação dos procedimentos em diversos contextos socioeconômicos (como por exemplo, em prefeituras e defesas civis municipais). Outrossim, um dos objetivos do presente trabalho foi o de delimitar critérios e dar consistência às infomações jornalísticas de forma a viabilizar sua utilização em trabalhos e estudos de natureza técnico-científica, e na medida do possível orientar e otimizar esforços na realização de trabalhos de campo. A sistematização, consolidação e o georreferenciamento dos dados e informações coletadas permitiram a espacialização e análises numérico-estatísticas quanto à localização, freqüência, intensidade, distribuição espacial e temporal das ocorrências, e possíveis correlações com parâmetros do terreno. Nesse sentido, os resultados ora obtidos e interpretações decorrentes devem constituir um subsídio prático, não apenas ao zoneamento ecológico-econômico mas também a estudos subsequentes voltados ao mapeamento de risco. 2. METODOLOGIA A metodologia desenvolvida no presente trabalho procurou estabelecer procedimentos padronizados para a derivação de dados e informações a partir de notícias publicadas em jornais, e incluiu as seguintes etapas: 1) pesquisa e coleta de dados; 2) sistematização e consolidação de dados; 3) georreferenciamento (localização e espacialização); 4) análise numérico-estatística; 5) classificação preliminar de perigos (ou probabilidade de ocorrência dos fenômenos estudados). Sistematização e Determinação de Escolha Contatos p révios , v erificação, seleção Ficha Cadastral e Coleta de Consolidação de coordenadas da área dos veículos e fontes de Dados Dados Dados geográficas Análise Numérico Análise Numérico Estatística I Estatística II Banco de Dados (ex. histograma) (ex. análise temporal) Georreferenciado Classificação Identificação de Perigos áreas críticas Vulne rabilidade s Georreferenciamento Visualiz ação e Potenciais de dano Inserção GIS Distribuição espacial de dados Análise Espacial de Dados Figura 2. Fluxograma das etapas de trabalho. A coleta de dados concentrou-se nos registros de ocorrência de eventos chuvosos disponíveis em Arquivos de Jornais e Arquivos Públicos Municipais envolvendo uma série histórica de aproximadamente 40 anos. A etapa de sistematização e consolidação de dados
  • 4. 4 procurou dar consistência e confiabilidade aos dados derivados dos registros jornalísticos, de forma a permitir a pesquisa, análise e interpretação com um viés técnico-científico. Uma vez consolidadas, as informações foram vertidas em um banco de dados, georreferenciadas e inseridas em um Sistema de Informações Geográficas (SIG), o que possibilita inserir e integrar diversas informações e combiná-las através de algoritmos de manipulação e análise, além de oferecer mecanismos para consulta, recuperação, visualização e plotagem do conteúdo da banco de dados. A síntese dos procedimentos metodológicos acima mencionados é ilustrada na Figura 2. 2.1. Pesquisa e Coleta de Dados Como forma de orientar a obtenção de dados, efetuou-se um levantamento prévio junto a órgãos e instituições dos municípios, através de contato telefônico, para averiguar a existência e disponibilidade de dados relativos aos eventos de inundação na área de estudo (UGRHI – 2). Nos casos afirmativos, foram realizadas visitas aos municípios a fim de avaliar a viabilidade de utilização dos acervos. A partir do levantamento prévio foram selecionados os locais de consulta e os veículos de informação para a pesquisa, em função da disponibilidade e acessibilidade aos registros. O Jornal Vale Paraibano foi utilizado como fonte principal de dados devido à abrangência regional (registros referentes a toda a UGRHI-2) e temporal (periodicidade diária e continuidade de edições), sendo possível cobrir o período entre 1970 a Outubro/2009 (aproximadamente 40 anos) com os registros disponíveis no Arquivo Público Municipal de São José dos Campos, complementados com edições disponíveis no Acervo do Centro de Documentação do próprio jornal. Secundariamente foram consultados registros do jornal “O Taubateano”, disponíveis no Arquivo Histórico de Taubaté. Figura 3. Fluxograma das etapas de trabalho.
  • 5. 5 Considerando que as notícias publicadas em jornais não tem uma natureza eminentemente técnica, tornam-se necessários a identificação e a padronização das informações e dados considerados relevantes ao estudo. Dessa forma, para a coleta dos dados elaborou-se uma ficha de cadastro que incluiu os seguintes tópicos: a) Título da notícia; b) Data da publicação, n º da edição, página da reportagem, fotos e nome do fotógrafo; c) Tipo de evento (enchente, inundação, alagamento); d) Drenagem associada (nome do curso d’água - rio, córrego, ribeirão - ao qual o fenômeno está associado); e) Data e duração do evento chuvoso; f) Locais e áreas afetadas (cidade, localidade, bairro, rua); g) Níveis atingidos (altura da água); h) Quantidade de chuva registrada; i) Extensão dos danos (moradias/edificações atingidas, nº de desabrigados/desalojados, nº de óbitos e feridos); j) Informações adicionais (menção a evento chuvoso identificado anteriormente e observações diversas). Dentro do período abrangência das ocorrências (1970-2009), a pesquisa de registros foi orientada pela análise prévia de dados pluviométricos disponíveis no site do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SIGRH (www.sigrh.sp.gov.br), e teve como enfoque os meses identificados como mais chuvosos (novembro a março). Tal análise, permitiu também a identificação de anos considerados anômalos quanto à pluviosidade (como por exemplo, os anos de 1983 e 1985). Nestes casos, a pesquisa de registros de ocorrências abrangeu todos os meses do ano. Outras fontes de dados complementares para a definição do período a ser pesquisado foram as informações obtidas junto aos cadastros da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil – CEDEC e de algumas comissões municipais de Defesa Civil (COMDEC). Para a coleta de dados foi utilizada uma abordagem temporal retroativa (registro mais recente para o mais antigo), pois desta maneira foi possível antever os eventos de inundação através de citações em matérias com datas posteriores aos eventos ocorridos, o que potencializou a captação dos dados disponíveis. 2.2. Sistematização e Consolidação dos Dados Encerrada a etapa de pesquisa e coleta de dados em campo todas as fichas de cadastro foram transcritas para um banco de dados em formato Access. Cada ficha de cadastro correspondeu a uma notícia publicada, respectiva a um evento chuvoso (de duração variável) com consequente inundação, enchente ou alagamento. Por outro lado, observa-se que o conteúdo de uma mesma notícia pode referir-se a único local ou a diferentes áreas afetadas pelas chuvas, e que na maioria das vezes abarcavam diversas ruas, bairros, ou mesmo municípios distintos. Nesse sentido, para fins de localização e entendimento da distribuição espacial dos fenômenos estudados, na etapa de transcrição as fichas de cadastro foram desmembradas em registros pontuais. Cada registro, de forma individualizada, diz respeito a uma ocorrência de inundação, enchente ou alagamento, em uma determinada data e em determinado local. Ao final do processo de transcrição das fichas obteve-se um total de 1463 ocorrências. Uma das dificuldades encontradas durante a sistematização e consolidação dos dados diz respeito à toponímia, ou mais especificamente à grafia dos nomes pelos quais os diferentes locais e logradouros são designados nas notícias publicadas. Dessa forma recorreu-se ao site da Empresa Brasileira Correios (www.buscacep.correios.com.br) para padronizar a denominação dos logradouros e seus respectivos bairros. Tal procedimento estendeu-se, em alguns casos, à etapa seguinte de georreferenciamento das ocorrências. Na construção do banco de dados, foi atribuído um código numérico de identificação para cada município da
  • 6. 6 UGRHI – 2, de forma crescente segundo ordem alfabética (de 1 a 34). Em 27 municípios (de um total de 34, que compõem a UGRHI) foram observados registros de ocorrências. 2.3. Georreferenciamento(Localização e Espacialização de Dados) A etapa subseqüente à construção do banco de dados envolveu a determinação das coordenadas geográficas (localização) relativas às ocorrências. Para isso foram utilizados os aplicativos disponíveis na Internet: Google Earth (imagens de satélite, Projeção Cilíndrica simples Plate Carré, Datum WGS 84) e Google Maps (incluindo as ferramentas de visualização Mapa e Terreno). De forma combinada aos aplicativos, em alguns casos, foram utilizadas plantas cartográficas dos municípios, nos formatos DWG (AutoCad) e PDF (Adobe Acrobat), obtidas junto às prefeituras e órgãos municipais que em alguns casos também disponíveis na Internet. As coordenadas geográficas (cilíndricas e no formato UTM) foram determinadas em função dos seguintes elementos, individualmente ou de forma associada: 1) toponímia (quando o conteúdo da notícia permitiu identificação do nome do bairro e logradouro, e numeração em alguns casos); 2) elevação do terreno (fornecida pelo próprio aplicativo Google Earth); e 3) proximidade de cursos d’água. Nos casos em que não foi possível associar a coordenada a uma drenagem (curso d’água), inferiu-se que a ocorrência tratava-se de um alagamento. A inferência ou associação de uma ocorrência a uma determinada drenagem baseou-se na interpretação da imagem de satélite do aplicativo Google Earth, combinada às ferramentas Mapa e Terreno do Google Maps e plantas cartográficas do município quando disponíveis. Em alguns casos, a própria notícia menciona o nome do curso d’ água ao qual a ocorrência está relacionada. Levando em conta os elementos acima descritos e informações adicionais coletadas nas notícias de jornal, adotou-se uma escala decrescente (de 1 a 3) com o intuito de criar um atributo (passível de georreferenciamento) que pudesse indicar a precisão com que a respectiva coordenada foi determinada. A escala foi igualmente utilizada na identificação dos pontos de ocorrência na imagem (uma vez que o aplicativo permite o seu armazenamento), sendo neste caso adotada uma codificação de cores equivalente, sendo: 1 = verde; 2 = amarelo; e 3 = vermelho. Tal procedimento possibilitou a rápida visualização das ocorrências e o grau de precisão com que sua localização foi determinada. Foram determinadas as coordenadas de 1295 ocorrências, que corresponderam a 606 locais distintos. Por diferentes razões, que são discutidas a seguir, não foi possível determinar a localização e coordenadas de 168 ocorrências, o que correspondeu a 11,5 % dos registros inicialmente transcritos da ficha de cadastro para o banco de dados (total de 1463). Aos 1295 registros de ocorrência que compuseram o banco de dados georreferenciado atribuiu-se um código específico de identificação, respectivo aos registros ocorrentes em cada município, e composto por duas seqüências de caracteres numéricos como no exemplo a seguir. Exemplo: ID 30-125, onde o caractere 30 corresponde ao código do município e 125 corresponde ao número seqüencial do registro respectivo àquele município. O banco de dados consolidado e georreferenciado foi importado em formato tabular para o Sistema de Informação Geográfica SPRING versão 5.1.4 (ver Câmara et al. 1996, e INPE 2009) compondo um novo plano de informação (PI), permitindo assim a visualização da distribuição espacial das ocorrências juntamente com os demais PI`s inseridos no sistema, tais
  • 7. 7 como curvas de nível (espaçamento 20 metros), hidrografia, limites de sub-bacias e de municípios. A tabela de atributos e topologia respectivos ao PI de ocorrências, preservou a estrutura de tópicos originários da ficha cadastral, o que permite a manipulação e análise espacial desses atributos, assim como mecanismos de consulta utilizando diferentes limites espaciais e elementos (atributos) de referência. 2.4. Análise Numérico-Estatística No atual estágio do estudo, a análise numérico-estatística explorou dois atributos principais, o número de ocorrências e a elevação do terreno, e teve como objetivos:  avaliar e analisar comparativamente a distribuição e variabilidade espacial dos registros de ocorrências em relação aos limites da UGRHI-2, dos municípios e das sub-bacias, avaliando também, sempre que possível, a distribuição e variabilidade interna aos referidos limites e em relação ao tipo de evento;  avaliar possíveis correlações entre a distribuição dos registros de ocorrências e parâmetros do terreno (no caso, elevação);  estabelecer premissas para a classificação preliminar de perigos;  identificar e priorizar áreas ou locais específicos para análises e estudos subsequentes, tais como o mapeamento de risco. Para tal foram explorados os seguintes métodos, utilizando o aplicativo Excel (da Microsoft): a) Estatística Descritiva, que enfoca parâmetros e medidas de tendência central e dispersão dos dados, tais como média, quartil, variância, erro padrão da média e desvio padrão; b) Histogramas de Frequência que indicam a distribuição dos dados (em freqüências individuais e cumulativas) de acordo com intervalos de valores pré-determinados Análise de dados agrupados); c) Diagramas de Dispersão (scatterplot) acoplados a ferramentas de análise de regressão que usam o método de "quadrados mínimos" para ajustar linhas de tendência ao conjunto de dados observados, derivar equações de regressão e coeficientes de determinação (R2). Estes indicam o grau de correspondência entre os valores estimados para a linha de tendência e os dados observados, como estimativas de correlação entre os atributos estudados, no caso, o número de ocorrências e a elevação do terreno; d) Testes Estatísticos que incluíram a determinação de índices de correlação de Pearson e aplicação de testes não-paramétricos através do método Kolmogorov-Smirnov (K-S) para duas amostras independentes (ver Conover 1981, Gibbons e Chakraborti 1992) . O método K-S explora diferenças entre as curvas de distribuição cumulativa dos dados agrupados como medida de correlação, associação ou compatibilidade entre conjuntos de dados observados. Os valores de distribuição cumulativa foram obtidos a partir dos resultados numéricos de histogramas de frequência. Visando a análise comparativa, os dados foram segregados e analisados de acordo com a frequência (1 ocorrência, 2 ou mais ocorrências) e tipo de evento (alagamentos,
  • 8. 8 inundações e/ou enchentes), este último utilizando o critério de associação à drenagem anteriormente mencionado (vide Seção 2.3). Os testes não-paramétricos (K-S) envolveram os atributos número de ocorrências e elevação do terreno, e foram aplicados da seguinte forma: a) abrangendo dados de toda a UGRHI-2, segregados por tipo de evento e frequência; b) dados não-segregados referentes aos limites municipais testados contra os dados não-segregados referentes a toda a UGRHI-2; c) dados não-segregados referentes aos limites municipais testados entre si (Tabela 2). Para calibragem dos resultados dos testes não-paramétricos (K-S) adotou-se o índice denominado Dratio (ou Razão D), proposto por Fernandes da Silva e Cripps (2008), a um nível de significância de 5%. O valor de Dratio é resultante da razão entre o valor D observado (diferença entre as curvas cumulativas de distribuição de frequência das duas amostras analisadas e o valor crítico calculado para tal distribuição com base no tamanho das amostras). Uma vez que o teste não assume qualquer premissa acerca da forma de distribuição (normal ou outra) dos dados, de acordo com os autores o valor de Dratio é um indicador da confiabilidade do resultado obtido no teste, devendo aproximar-se de zero quando a hipótese nula é aceita com maior confiabilidade. Quando a hipótese nula é rejeitada, o valor de Dratio deve afastar-se ao máximo de zero indicando a maior confiabilidade da rejeição. Exemplos de resultados da análise numérico-estatística são apresentados na Figura 4. UGRHI 2 - dados não-agrupados A Média Descritiva - Ocorrências Estatística 2,14 UG R H I - 2 Alag amentos : duas ou mais oc orrênc ias Erro padrão 0,12 Mediana 1 50 100% 41 Modo 1 40 80% Nº de L oc ais Desvio padrão 2,93 30 60% Variância da amostra 8,57 20 17 40% Curtose 141,67 10 3 3 20% Assimetria 9,38 0 0 0 0 0 0 0% Intervalo 51 450 500 550 600 650 700 750 800 Mais Mínimo 1 Máximo 52 E le va ç ã o Soma 1295 Contagem 606 C UGRHI - dados não-agrupados B Média Estatística Descritiva - Elevação 578,13 UG R H I - 2 T odos os reg is tros Erro padrão 1,86 Mediana 570 400 355 100% 350 Nº de L oc ais Modo 565 300 80% Desvio padrão 45,69 250 60% Variância da amostra 2087,55 200 150 127 40% Curtose 10,38 91 100 20% Assimetria 2,39 50 1 2 15 9 2 4 0 0% Intervalo 437 450 500 550 600 650 700 750 800 Mais Mínimo 444 Máximo 881 E levaç ão Soma 350349 Contagem 606 D UG R H I-2 Inundaç ões : 2 ou mais oc orrênc ias 18 Número de Oc orrênc ias 2 16 y = -6E -05x + 0,0786x - 20,192 2 14 R = 0,0098 12 E 10 8 6 4 2 0 500 550 600 650 700 750 800 850 E levaç ão do T erreno Figura 4. Exemplos de resultados obtidos a partir da análise numérico-estatística. (A) e (B) Parâmetros descritivos referentes ao número de ocorrências e elevação do terreno, respectivamente, na UGRHI 2. (C) e (D) Histogramas de frequência para intervalos de elevação de terreno referentes a alagamentos (2 ou mais ocorrências) e todos os registros de ocorrência na UGRHI 2, respectivamente. (E) Diagrama de dispersão e resultados de análise de regressão para dados de elevação do terreno versus número de ocorrências.
  • 9. 9 2.5. Classificação Preliminar de Perigos A classificação preliminar de perigos baseou-se exclusivamente na análise exploratória dos dados através dos métodos numérico-estatísticos acima descritos. Para a definição de classes de perigo (ou probabilidade de ocorrência de inundação e/ou enchentes e alagamentos), foram utilizados os seguintes parâmetros estatísticos do atributo “número de ocorrências”: a) valor médio; b) erro padrão da média, que indica a precisão do valor médio obtido pela razão entre o desvio-padrão e a raiz quadrada do tamanho amostral; c) quartis; d) desvio-padrão. Com base nesses parâmetros, foram elaborados experimentalmente mecanismos distintos de classificação (ver Tabelas 3 e 4) utilizando dados agrupados por: a) locais de ocorrência em municípios e sub-bacias; b) número de ocorrências por municípios. No caso das sub-bacias (dados referentes a 606 locais agrupados em 70 sub-bacias com registro de ocorrência), foram estabelecidos os seguintes limiares e classes de perigo (ver Tabela 3-A): Perigo BAIXO – até 6 ocorrências (limiar definido pelo valor mediano ou 2º quartil e valor médio subtraído do erro padrão); Perigo MODERADO – de 7 a 11 ocorrências (limiar definido pelo valor intermediário entre o 3º quartil e valor médio acrescido do erro padrão); Perigo ALTO – de 12 a 20 ocorrências (limiar definido pelo valor médio acrescido do desvio padrão); Perigo MUITO ALTO – acima de 20 ocorrências. De forma similar, respectivamente aos limites geopolíticos (municípios), utilizando dados agrupados por locais (em 27 municípios com com registro de ocorrência), foram estabelecidos os seguintes limiares e classes de perigo (ver Tabela 3-B): Perigo BAIXO – até 6 ocorrências (limiar definido pelo valor mediano ou 2º quartil); Perigo MODERADO – de 7 a 13 ocorrências (limiar definido pelo valor médio subtraído do erro padrão); Perigo ALTO – de 14 a 32 ocorrências (limiar definido pelo valor médio acrescido do erro padrão); Perigo MUITO ALTO – acima de 32 ocorrências. Para os dados referentes a 1295 ocorrências distribuídas ao longo dos 27 municípios, foram efetuados dois procedimentos que conduziram a mecanismos de classificação distintos. Um dos procedimentos utilizou valores absolutos do número de ocorrências, e estabeleceu os seguintes limiares e classes de perigo (ver Tabela 4, Perigo Class2): Perigo BAIXO – até 9 ocorrências (limiar definido pelo valor mediano ou 2º quartil); Perigo MODERADO – de 10 a 23 ocorrências (limiar definido pelo valor intermediário entre o 3º quartil e o valor médio subtraído do erro padrão); Perigo ALTO – de 24 a 72 ocorrências (limiar definido pelo valor médio acrescido do erro padrão); Perigo MUITO ALTO – acima de 72 ocorrências. Em outro procedimento, dados auxiliares (Tabela 4, Perigo Class3) sobre área e taxa de urbanização dos municípios, provenientes de consulta ao site do SEADE (www.seade.gov.br), também foram utilizados para definição de parâmetro experimental, aqui denominado, densidade de ocorrências por km2 de área urbana. Tal paramêtro foi obtido pela razão entre o número de ocorrências registradas e a área urbana do município (dados agrupados). Os mesmos parâmetros estatísticos (quartis, média e erro padrão) foram adotados para estabelecimento de limiares de classe de perigo, resultando assim na seguinte classificação: Perigo BAIXO – até o valor de 0.0341; Perigo MODERADO – superior a 0.0341 até 0.0737; Perigo ALTO – superior a 0.0737 até 0.1239; Perigo MUITO ALTO – acima de 0.1239.
  • 10. 10 3. RESULTADOS Como indicado anteriormente, os dados sistematizados e consolidados resultaram num banco de dados georreferenciado contendo registro de 1295 ocorrências, que correspondem a 606 locais distintos. A análise numérico-estatísca demonstrou que deste total, 375 locais (62%) referem-se a registros de uma única ocorrência. Outros 231 locais (38%) referem-se a duas ou mais ocorrências no período analisado (1970-2009), correspondendo a 920 registros de ocorrências, o que equivale a cerca de 71 % do total de registros. As Tabelas 2 e 3 mostram a distribuição dos locais e dos registros de ocorrências consolidados por sub-bacias e por município ao longo de toda a UGRHI. Observa-se que apenas seis municípios, todos com altas taxas de urbanização, concentram aproximadamente 90% do total dos registros e dos locais de ocorrência, sendo eles: São José dos Campos (618 ocorrências, 255 locais), Jacareí (172 ocorrências, 69 locais), Taubaté (141 ocorrências, 79 locais), Guaratinguetá (114 ocorrências, 52 locais), Lorena (58 ocorrências, 25 locais) e Aparecida (55 ocorrências, 29 locais). Nesta etapa inicial do estudo, dos 375 locais com uma única ocorrência, 128 locais não puderam ser associados a alguma linha drenagem, sendo assim considerados como pontos de ocorrência de alagamento conforme critério adotado. Os demais 247 locais correspondem possivelmente a ocorrências de inundação (e/ou enchentes) com ou sem efeitos de alagamento associados. Entre os 231 locais com registros de duas ou mais ocorrências, 64 (cerca de 28%) não puderam ser associados a alguma drenagem, sendo então considerados como locais de alagamento. Os resultados obtidos a partir de estatística descritiva mostram que os valores médios do número de ocorrências e da elevação do terreno para a UGRHI-2 são, respectivamente, de 2.14 ocorrências e 578 metros (ver Figuras 4-A e 4-B), e de 3.98 ocorrências e 577 metros (quando segregados em duas ou mais ocorrências). Quando segregados por tipo de evento, os valores médios de elevação do terreno e de número de ocorrências são, respectivamente: alagamentos (1 ocorrência) = 582 metros; alagamentos (duas ou mais ocorrências) = 590 metros, 3.44 ocorrências); inundações (1 ocorrência) = 577 metros e inundações (duas ou mais ocorrências) = 572 metros, 4.19 ocorrências). A análise de histogramas de frequência (ver Figura 4-D) para elevação do terreno ao longo da UGRHI-2 (todas as ocorrências) indica que a maior parte dos registros (58,6%) situa-se no intervalo de classe entre 550 e 600 metros, o que é compatível com os valores de parâmetros como a média (578 metros) e a moda (565 metros). Secundariamente têm-se os intervalos de 500-550 metros (21%) e de 600 – 650 metros (15%). Esta proporção referente ao intervalo de 550-600 metros é similar quando a avaliação diz respeito aos registros de inundação e/ou enchente, sendo de 53,8% para 1 ocorrência e de 56,9% para duas ou mais ocorrências. Entretanto, para 2 ou mais ocorrências de alagamento (ver Figura 4-C), o intervalo de 550-600 metros passa a corresponder a 64% dos registros, enquanto os intervalos de 600-650 e de 650-700 metros respondem por cerca de 32% dos registros, o que sugere que as ocorrências de alagamento estejam associadas a cotas topográficas mais elevadas. A Tabela 1 apresenta uma comparação entre valores médios do número de ocorrências e de elevação do terreno para toda a UGRHI-2 e os seis municípios com maior número de registros de ocorrências (sem discriminação quanto ao tipo de evento). Cinco municípios apresentam valores médios de ocorrência acima da média para toda a UGRHI-2. É interessante notar que os municípios de Aparecida, Guaratinguetá e Lorena apresentam valores médios de elevação do terreno nos locais de ocorrência bem menores que a elevação média para toda a UGRHI-2. Em Lorena, mesmo o valor máximo é inferior à média geral. Já os municípios de Jacareí e São José dos Campos apresentaram valores médios de elevação do terreno maiores que a média da UGRHI-2, bem como valores máximos de elevação acima de
  • 11. 11 650 metros, superando os intervalos mais frequentes indicados em histogramas, o que poderia estar associado à maior ocorrência de alagamentos (e não de inundações) nesses municípios. Tabela 1. Quadro comparativo de parâmetros estatísticos descritivos referentes a UGRHI 2 e aos seis municípios com o maior número de ocorrências de inundação, enchentes e alagamentos. No. No. E levação E levação E levação No. L ocais de ÁREA O corrências O corrências Média (m) Minima (m) Máxima (m) O corrência T otal Média UG R HI-2 1295 2,14 578,13 444 881 606 Aparecida 55 1,9 549,38 527 589 29 Lorena 58 2,32 531,16 522 551 25 Guaratinguetá 114 2,19 538,81 525 641 52 Taubaté 140 1,77 579,46 540 650 79 Jacareí 172 2,49 582,10 563 779 69 S. J. dos Campos 619 2,43 587,15 538 685 255 Tabela 2. Resultados de testes estatísticos não-paramétricos (K-S) para os atributos “número de ocorrências” (K-S Ocorr) e “elevação do terreno” (K-S Elev). (A) Dados de municípios testados contra dados de toda a UGRHI-2. ACT = aceitação. REJ = Rejeição. (B) Dados de municípios testados entre si. Valores correspondem a Dratio (ou Razão D). Detalhes no texto. Número de oc orrênc ias Nº Locais Razão D Razão D MUNICIP K-S Ocorr K-S Elev Guaratin- Ocorr Ocorr Elev MUNICIP Lorena Aparecida Jacareí Taubaté guetá Tremembé 5 ACT 0.2956 ACT 0.6312 Lorena - - - - - S.L. do Paraitinga 7 ACT 0.1692 REJ 1.8864 Aparecida 0.8138 - - - - Paraibuna 8 ACT 0.3213 REJ 1.6536 Guaratinguetá 0.5740 0.3556 - - - Pindamonhangaba 8 ACT 0.1952 ACT 0.4125 Jacareí 0.3816 0.6011 0.3493 - - Cachoeira Paulista 9 ACT 0.2951 ACT 0.9901 T aubaté 0.9637 0.1168 0.4561 0.8014 - Piquete 9 ACT 0.4806 REJ 1.7525 S.J. dos Campos 0.6769 0.4095 0.2897 0.3890 0.6157 Caçapava 10 ACT 0.5062 ACT 0.4605 E lev aç ão do T erreno Cruzeiro 19 ACT 0.6926 REJ 1.9806 Guaratin- Lorena 25 ACT 0.7945 REJ 2.6859 MUNICIP Lorena Aparecida Jacareí Taubaté guetá Aparecida 29 ACT 0.3154 REJ 1.3044 Lorena - - - - - Guaratinguetá 52 ACT 0.1553 REJ 3.3119 Aparecida 1.1000 - - - - Jacareí 69 ACT 0.5751 REJ 1.2415 Guaratinguetá 0.2859 0.9951 - - - T aubaté 79 ACT 0.4932 REJ 1.1630 Jacareí 3.0239 1.8331 3.4650 - - S.J. dos Campos 255 ACT 0.2974 REJ 2.0746 T aubaté 2.9950 1.7827 3.4590 0.2030 - S.J. dos Campos 3.3544 2.0554 4.1629 0.6236 0.9170 A B Os resultados dos testes K-S para dados dos municipios versus dados de toda a UGRHI-2 (Tabela 2-A) sugerem a associação ou correlação entre a distribuição do número de ocorrências, uma vez que em todos os testes houve aceitação, em alguns casos envolvendo municípios com número significativo de registros e baixos valores de Dratio (Razão D) indicando a confiabilidade dos resultados, como por exemplo, São José dos Campos, Guarantinguetá e Aparecida. Por outro lado, no que diz respeito ao atributo elevação do terreno, os testes K-S sugerem a não-correlação na maioria dos municípios, como demonstram os índices de rejeição entre as curvas de distribuição de frequência, mesmo nos municípios anteriormente citados. Quanto aos municípios testados entre si (Tabela 2-B), verifica-se situação similar para o
  • 12. 12 número de ocorrências. Todavia, os resultados de testes K-S sugerem a correlação da elevação de terreno entre alguns municípios, particularmente entre Taubaté e Jacareí, bem como entre Guaratinguetá e Lorena, todos com nível significativo de dados e aceitação a baixos valores da Razão D. A avaliação dos diagramas de dispersão e os resultados preliminares da análise de regressão e respectivos coeficientes de determinação (R-quadrado), combinados aos valores de Pearson, sugerem independência entre os valores de elevação do terreno e o número de ocorrências quando analisados em relação a toda bacia (escala regional), e ainda que segregados por número de ocorrências (1 ocorrência, 2 ou mais ocorrências) e tipo de evento (alagamentos, inundações e/ou enchentes). Por outro lado, a associação entre estes atributos torna-se ligeiramente mais evidente quando os dados são testados em escala mais local ou semi-regional (respectiva aos limites de município), com destaque aos municípios de Lorena e Taubaté (dados não-segregados), que com um número maior de locais e de ocorrências obtiveram coeficientes de correlação acima de 0.3. Os municípios de Paraibuna, Pindamonhangaba, Piquete e Tremembé apresentaram valores ainda maiores, no entanto, há que se ressalvar a pequena quantidade de dados referente a estes municípios. Tabela 3. Quadro apresentando classificação prelimianar de perigos de inundação (+enchentes e alagamentos) para dados agrupados por locais de ocorrência em sub-bacias (A) e em municípios (B). Nº de Classificação Nº de Classificação Nº de Sub-bacia Locais de Preliminar de Sub-bacia Locais de Preliminar de PERIGO MUNICIP Locais de Ocorrência Perigo Ocorrência Perigo CLASS1 C. CAMPO REDONDO 1 BAIXO R. PARAIBUNA 7 MODERADO Ocorrência R. DO SALTO 1 BAIXO RIB. JAGUARI 7 MODERADO Canas 1 BAIXO C. JATAÍ 1 BAIXO RIB. DOS MOTAS-APARECIDA 7 MODERADO Cunha 1 BAIXO R. CAPIVARI 1 BAIXO C. DA MINHOCA 7 MODERADO R. VIRADOURO 1 BAIXO R. COMPRIDO 8 MODERADO Jambeiro 1 BAIXO RIB. GUARAREMA 1 BAIXO RIB. SANTA RITA 8 MODERADO Lagoinha 1 BAIXO R. COMPRIDO/ESTIVA 1 BAIXO R. PARAITINGA 10 MODERADO Natividade da Serra 1 BAIXO R. DA GALEGA/ANHANGUERA 1 BAIXO RIO UMA 10 MODERADO R. DO CORTUME 1 BAIXO C. DO PONTILHÇO 10 MODERADO Redenção da Serra 1 BAIXO RIB. IPIRANGA 1 BAIXO CÓRREGO SECO 10 MODERADO Roseira 1 BAIXO RIB. PIRATINI/SURDOS 1 BAIXO RIB. IRIGUAÇU 11 MODERADO Bananal 2 BAIXO C. DOS PASSOS 1 BAIXO R. PIQUETE 11 MODERADO RIB. DAS PITAS 1 BAIXO C. LIMOEIRO 12 ALTO Lavrinhas 2 BAIXO RIB. DA BOCAINA 1 BAIXO COMPLEXO HIDROL. 12 ALTO Potim 2 BAIXO R. PIRACUAMA 1 BAIXO R. ALAMBARI 12 ALTO C. FAZ. VISTA VERDE 1 BAIXO RIB. DO MOINHO I - STA CRUZ 12 ALTO Queluz 2 BAIXO RIB. TETEQUERA/GRANDE 1 BAIXO C. 4 RIBEIRAS 14 ALTO Areias 3 BAIXO C. DO ROSÁRIO 1 BAIXO RIB. DA CHÁCARA 14 ALTO Guararema 4 BAIXO C. DO PUTIM-GUARATINGUETÁ 1 BAIXO RIB. TABUÇO 14 ALTO C. DAS PITANGUEIRAS 1 BAIXO COMPL. HIDROL. (Tanquinho) 14 ALTO Tremembé 5 BAIXO RIB. ÁGUA DOS NEVES 1 BAIXO RIB. BUERAREMA 17 ALTO S.L. do Paraitinga 7 MODERADO C. MUNICIPAL 1 BAIXO RIB. GUARATINGUETÁ 17 ALTO Paraibuna 8 MODERADO R. DAS POSSES/MACACOS 1 BAIXO R. BUQUIRA/FERRÃO 18 ALTO C. DA BARRA 1 BAIXO JUDEU 23 MUITO ALTO Pindamonhangaba 8 MODERADO RIB. VERDE 1 BAIXO RIB. DA COLÔNIA -TURI 26 MUITO ALTO Cachoeira Paulista 9 MODERADO C. DO BAIRRINHO 2 BAIXO RIB. PUTINS 33 MUITO ALTO Piquete 9 MODERADO RIB. DOS MUDOS 2 BAIXO RIB. DO MOINHO II (Convento Velho) 33 MUITO ALTO RIB. CANAS 2 BAIXO R. PARARANGABA 37 MUITO ALTO Caçapava 10 MODERADO C. LINDEIRO 2 BAIXO RIB. DO VIDOCA 44 MUITO ALTO Cruzeiro 19 ALTO RIB. JACU 2 BAIXO RIB. LAVAPÉS 68 MUITO ALTO Lorena 25 ALTO PARAÍBA/FUNDOS 2 BAIXO RIB. PIRACANGUA 3 BAIXO Aparecida 29 ALTO RIB. ITAGUAÇU RIB. SÃO GONÇALO 3 3 BAIXO BAIXO A Guaratinguetá Jacareí 52 69 MUITO ALTO RIB. VERMELHO-AREIAS 3 BAIXO MUITO ALTO C. DOS VEADOS 4 BAIXO T aubaté 79 MUITO ALTO RIB. DOS LOPES (Água Limpa) 4 BAIXO S.J. dos Campos 255 MUITO ALTO RIB. MANOEL LITO 6 BAIXO RIB. DO PINHÇO 6 BAIXO C. DO SERTÃO/CAMPO 6 BAIXO B A Quanto à classificação preliminar de perigos (probabilidade de ocorrência de inundação, enechente, alagamento) com base nos registros coletados mostra que 7 sub-bacias foram classificadas como risco muito alto (Tabela 3-A), quatro delas relacionadas ao Município de São José dos Campos (Putins, Pararangaba, Vidoca e Lavapés). A probabilidade de ocorrência de eventos no município também foi classificada preliminarmente como muito alta quando considerados o número de locais (Tabela 3-B), os valores absolutos de ocorrências (Tabela 4,
  • 13. 13 Perigo Class2) e valores proporcionais de ocorrências em relação à área urbanizada (Tabela 4, Perigo Class3). Outros municípios onde o perigo foi classificado como alto e muito alto são: Cruzeiro, Lorena, Aparecida, Guaratinguetá, Jacareí e Taubaté. Note-se que na classificação proporcional à área urbana, os municípios Aparecida e Lorena são classificados como de perigo muito alto, enquanto Cruzeiro aparece como perigo moderado e Paraibuna como perigo alto. Tabela 4. Classificação preliminar de perigos de inundação (+enchentes e alagamentos) para os municípios da UGRHI-2. A coluna Perigo Class2 refere-se à classificação com base no número (absoluto) de ocorrências por 2 municípios. A coluna Perigo Class3 refere-se à classificação com base na densidade de ocorrências por km de área urbana nos municípios. AREA URB DENS PERIGO PERIGO MUNICIP Nº OCORR AREA (km2) URBAN (%) (km2) OCORR CLASS2 CLASS3 Cunha 1 1407,17 52,90% 744,39 0,0013 BAIXO BAIXO Jambeiro 1 183,76 47,30% 86,92 0,0115 BAIXO BAIXO Lagoinha 1 255,92 64,67% 165,50 0,0060 BAIXO BAIXO Natividade da Serra 1 832,61 46,10% 383,83 0,0026 BAIXO BAIXO Redenção da Serra 1 309,11 52,63% 162,68 0,0061 BAIXO BAIXO Roseira 1 130,19 93,28% 121,44 0,0082 BAIXO BAIXO Bananal 2 616,32 79,37% 489,17 0,0041 BAIXO BAIXO Canas 2 53,49 95,75% 51,22 0,0390 BAIXO MODERADO Lavrinhas 2 166,86 92,34% 154,08 0,0130 BAIXO BAIXO Potim 2 44,65 76,97% 34,37 0,0582 BAIXO MODERADO Queluz 2 249,41 91,49% 228,19 0,0088 BAIXO BAIXO Areias 3 306,57 74,49% 228,36 0,0131 BAIXO BAIXO Guararema 4 270,50 85,42% 231,06 0,0173 BAIXO BAIXO Tremembé 9 192,42 87,97% 169,27 0,0532 MODERADO MODERADO Piquete 10 175,88 94,16% 165,61 0,0604 MODERADO MODERADO Caçapava 11 369,91 87,10% 322,19 0,0341 MODERADO BAIXO Pindamonhangaba 11 730,17 96,05% 701,33 0,0157 MODERADO BAIXO S.L. do Paraitinga 11 617,15 62,91% 388,25 0,0283 MODERADO BAIXO Cachoeira Paulista 18 287,84 82,19% 236,58 0,0761 MODERADO MODERADO Paraibuna 21 809,79 30,78% 249,25 0,0843 MODERADO ALTO Cruzeiro 23 304,57 97,78% 297,81 0,0772 ALTO MODERADO Aparecida 55 120,94 98,79% 119,48 0,4603 ALTO MUITO ALTO Lorena 58 413,78 97,15% 401,99 0,1443 ALTO MUITO ALTO Guaratinguetá 114 751,44 95,66% 718,83 0,1586 MUITO ALTO MUITO ALTO T aubaté 140 625,92 95,02% 594,75 0,2354 MUITO ALTO MUITO ALTO Jacareí 172 460,07 96,44% 443,69 0,3877 MUITO ALTO MUITO ALTO S.J. dos Campos 619 1099,61 98,98% 1088,39 0,5687 MUITO ALTO MUITO ALTO 4. DISCUSSÃO Desde sua concepção, os procedimentos aqui descritos procuraram suprir lacunas nos registros de ocorrências de inundação, enchentes e alagamentos junto às prefeituras e instituições afeitas ao tema, incluindo os órgãos de defesa civil em âmbito municipal e estadual. Em sua maioria, os registros existentes restringem-se ao inventário de locais de maior ocorrência, preocupando-se mais com o número de indivíduos afetados e com o montante dos danos, poucas vezes organizados de forma cronológica e sem ater-se à abrangência e tempo de retorno (recorrência) dos eventos. Os dados sistematizados e consolidados na forma de um banco de dados georreferenciado, permitiram a espacialização dos registros de ocorrência e classificação prévia de perigos com base em parâmetros estatísiticos, o que em si, representa um avanço na derivação de informações técnico-cientícas a partir de material de conteúdo jornalístico e sua utilização em estudos regionais. Os resultados apresentados, ainda que preliminares são promissores para as etapas seguintes de trabalho, e devem orientar investigações e serem
  • 14. 14 efetuadas em escala de maior detalhe. Alguns aspectos acerca dos procedimentos desenvolvidos, resultados já obtidos, potencialidades de aplicação e limitações merecem ser discutidos. Dentre as vantagens dos procedimentos aqui descritos, destaca-se a Ficha Cadastral, que convertida ao banco de dados fornece um histórico de cada local de ocorrência, que viabilizará a análise temporal (recorrência, tempo de retorno), incluindo informações importantes como a duração dos eventos chuvosos, quantidade de precipitação, citações sobre os níveis atingidos pela água e registro fotográfico que permitirão a inferência indireta de tais níveis, e também sobre quantificação de moradores atingidos e danos. Durante o desenvolvimento do presente trabalho, foram observadas algumas dificuldades operacionais que devem ser levadas em conta para replicação dos procedimentos aqui descritos. Na fase de Coleta de Dados: a) necessidade de padronização dos conceitos relativos aos eventos estudados e aos fenômenos meteorológicos causadores; b) cuidados em relação a informações redundantes, uma vez que o fenômeno meteorológico causador do evento pode estender-se por longos períodos e abranger uma grande região, ocasionando reportagens de conteúdo repetido. Vale mencionar que os dados foram consolidados de tal forma a evitar que uma mesma ocorrência reportada em datas e edições diferentes, fosse contabilizada como eventos ou ocorrências distintas, o que numa análise temporal poderia indicar a recorrência em determinados locais, e por conseguinte, sugerir o maior grau de probabilidade (ou perigo); Na fase de Sistematização e Consolidação de Dados: c) padronização da toponímia, uma vez que as denominações de logradouros e bairros tendem a figurar de forma incompleta ou com grafia incorreta. Não são raros os casos de mudança de nomes no decorrer do tempo, de duplicidade e de imprecisão quanto aos limites entre bairros. Denota-se também a falta de informação sobre as localidades rurais. d) para digitalização dos dados faz-se necessário estabelecer padrões de natureza mais técnica para informações veiculadas com "narrativa coloquial", como por exemplo: “água pela cintura”, “carro quase encoberto”; Na fase fase de Localização e Determinação de Coordenadas Geográficas: e) conteúdo da reportagem nem sempre permite identificar a natureza e a localização da ocorrência, limitando-se a citar o logradouro ou o bairro. Por vezes um bairro ou uma rua (logradouro) não correspondem ao município indicado na matéria publicada, o mesmo acontecendo em relação ao nome de córregos e ribeirões. Esta característica das matérias jornalísticas gerou a necessidade da criação de um atributo nomeado magnitude do registro com o intuito de auferir o grau de confiança na precisão da coordenada geográfica obtida. Levando em consideração as dificuldades operacionais mencionadas acima, cabe citar que por vezes não foi possível associar os locais/registros de ocorrência às linhas de drenagem, que por sua vez, foram considerados nesta etapa do estudo como ocorrência de alagamento conforme critério adotado. As razões pelas quais tal associação nem sempre foi viabilizada são diversas. Primeiramente, porque em alguns casos a reportagem não faz qualquer menção direta ou indireta à hidrografia local ou regional. Em outras situações, há conflito entre a localização citada na notícia e a localização dentro dos limites geopolíticos (de
  • 15. 15 municípios). Por fim, foram observadas dificuldades para a intepretação das imagens do aplicativo Google Earth , decorrentes da ausência de infomações sobre a hidrografia, tanto em ferramentas como o Google Maps, quanto nas bases cartográficas de municípios, utilizados complemetarmente à interpretação. Estes aspectos serão levados em consideração nas próximas etapas do estudo, onde a interpretação de imagens será refinada, assim como a precisão dos dados de elevação do terreno obtidos a partir do aplicativo Google Earth serão comparados às bases cartográficas digitais disponíveis nas escala 1:50.000 e 1:10.000, sobre as quais os dados foram lançados. O atributo elevação de terreno (obtido a partir do aplicativo Google Earth) e a segregação de dados por tipo de evento (associação à drenagem citada anteriormente), foram explorados de forma limitada neste estágio inicial do estudo foi explorado. No entanto, os resultados ora obtidos já indicam suas potenciais aplicações em estudos subsequentes, e após o refinamento dos dados como observado acima. Por exemplo, foi observado que valores médios de elevação do terreno são menores para inundação que para alagamentos, em particular, quando os registros referem-se a duas ou mais ocorrências, o que poderia ser interpretado como um indicativo da recorrência dos fenômenos em cotas topográficas menores. Outro tipo de avaliação a ser feita a partir do refinamento dos dados e desses atributos seria verificar se a elevação do terreno e a distribuição espacial dos registros de ocorrência de inundação apresentam padrão mais regular que os registros referentes a alagamentos. Nesse sentido, vale ressaltar que os resultados dos gráficos de dispersão, de análise de regressão e testes de correlação foram pouco conclusivos até o momento, especialmente quando dizem respeito aos dados regionais, ou seja, referentes a toda a extensão da UGRHI. Entretanto, os resultados testes de correlação são ligeiramente melhores quando a área de abrangência é menor, ou seja, quando os dados são analisados por município). Novas análises e testes de correlação com dados refinados e segregados em maior detalhe deverão ser procedidos oportunamente. O mesmo se aplica aos testes estatísticos K-S e a necessidade de aplicação de outros testes, do tipo paramétrico, explorando comparativa os valores médios e variâncias dos diferentes conjuntos de dados, como por exemplo, Teste-T e Teste-Z. A classificação preliminar de perigos ou de probabilidade de ocorrência de inundação (enchentes e alagamentos), nesta etapa do estudo, baseou-se exclusivamente nos parâmetros estatísticos associados aos valores absolutos do atributo “número de ocorrências”. No atual estágio de investigação não foram considerados outros parâmetros tais como elevação do terreno, temporalidade ou recorrência (repetição de ocorrência dos fenômenos em um mesmo local), e mesmo a magnitude do registro (precisão com que a localização/coordenada geográfica do registro foi determinada). Tais atributos serão avaliados em maior profundidade, “refinados”, e utilizados nas análises subsequentes. 5. CONCLUSÃO O presente trabalho enfocou o desenvolvimento de procedimentos de coleta, sistematização e tratamento de informações relacionadas a eventos de inundação (assim como enchentes e alagamentos) a partir de notícias publicadas em jornais. Foram utilizadas ferramentas tecnológicas e bases de dados de livre acesso e disponíveis na Internet, e buscou- se o estabelecimento de critérios e padrões de forma a viabilizar o uso de infomações jornalísticas em estudos de natureza técnico-científica. Nesse sentido, a presente investigação efetuou uma varredura preliminar e de caráter regional, que permitiu a identificação e localização de áreas críticas e cursos d’água a serem objeto de análise pormenorizada para fins de zoneamento ecológico-econômico, bem como de
  • 16. 16 estudos subsequentes de mapeamento de risco, em escala adequada, o que demonstrou a viabilidade de aplicação dos procedimentos adotados. Os resultados obtidos, ainda que preliminares são bastantes promissores. A classificação preliminar de perigos, teve caráter eminentemente experimental, e baseou-se exclusivamente na análise exploratória dos dados através de métodos numérico-estatísticos. Outros atributos considerados relevantes para o estudo de inundações, tais como a data dos eventos/ocorrências e sua recorrência, número de moradias/edificações atingidas, devem ser explorados oportunamente em análises espaciais e estatísticas subsequentes, destinadas à classificação de perigos (ou probabilidade de ocorrência), avaliação de áreas críticas e ao zoneamento de risco. Trabalhos futuros, em escalas regional e local, devem envolver a análise espacial de dados explorando algoritmos de análise e interpoladores, novas análises estatísticas e classificação de perigos utilizando outros parâmetros (por ex. elevação do terreno) e unidades de terreno, tais como sub-bacias e compartimentos fisiográficos. Agradecimentos Os autores agradecem ao Arquivo Publico Municipal de São José dos Campos, na pessoa da Sra. Edna Regina Santos Martelo, aos colegas Ivete Costa da Silva, Rosângela Pereira de Carvalho, Maria de Lourdes Figueiredo Gomes, Maria Helena Silva de Jesus e Mirian Ramos Gutjahr pelo apoio na coleta e sistematização de dados, e ao revisores anônimos do 7º SBCG. 6. REFERÊNCIAS Câmara, G.; Souza, R.C.M.; Garrido, J. (1996) SPRING: Integrating remote sensing and GIS by object-oriented data modeling. Computers & Graphics, 20: (3) 395-403. Cerri, L.E.S. 1999. Riscos Geológicos Urbanos. In: Ciências da Terra e o Meio Ambiente: diálogos para (inter)ações no Planeta. São Leopoldo: UNISINOS, 1999. 284p Conover W.J. (1981). Practical nonparametric statistics. 2ª Ed. John Wiley & Sons, New York. 472p Fernandes Da Silva, P.C.; Cripps, J.C. (2008) Comparing directional line sets using non- parametric statistics: a new approach for geoenvironmental applications. Stochastic Environmental Research & Risk Assessment, 22 (2): 231 - 246. Gibbons J.D., Chakraborti, S. (1992) Nonparametric statistical inference. 3ª Ed. Marcel Dekker, New York. 495p Gramani, M.F.; Silva, F.C.; Almeida Filho, G.S.; Gouveia, M.I.F. (2004) Diagnóstico das inundações em áreas urbanas do Rio Paraíba do Sul e Mantiqueira, SP: Subsídios para o Plano de Contingência. Anais do 1º Simpósio Brasileiro de Desastres Naturais. GEDN/UFSC, Florianópolis. Pp. 539-553 (CD-ROM) INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 2009. SPRING 5.1 – Manuais. Disponível em http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/manuais.html. Consultado em 26 de janeiro de 2009