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             REFLEXÕES CORPO-CONSCIÊNCIA NA EDUCAÇÃO FÍSICA


                                                                         Alexandra Enoshita Sato1
                                                                                       FAEFI/UFU
                                                                         Gabriella Ferreira Braga1
                                                                                       FAEFI/UFU
                                                                         Juliana Rodrigues Alves 1
                                                                                       FAEFI/UFU


RESUMO
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a relação entre Filosofia e Educação Física
a fim de compreender a integração corpo-consciência o qual não pode ser entendido como
um simples treinamento muscular ou momento de descontração. Compreender as práticas
educativas desenvolvidas são conseqüências de uma opção filosófica e de uma decisão
política. Para alcançar esse objetivo, foi realizada uma revisão literaria sobre a origem
da Filosofia e suas implicações na Educação Fisica, que também recorre às reflexões
filosóficas ao reconhecer o corpo como totalidade a fim de respeitar nossos limites e
provocar um equilíbrio interior na personalidade do individuo.


ABSTRACT
This work has as objective to reflect on the relation between Philosophy and Physical
Education in order to understand the integration body-conscience which cannot be
understood as simple muscular training or moment of descontration. To understand
practical the educative ones developed they are consequences of a philosophical option
and decision politics. To reach this objective, a revision was carried through would
literary on origin of Philosophy and its implications in Physical Education, also appeals to
the philosophical reflections when recognizing the body as totality in order to respect our
limits and to provoke an interior balance in personality of individual.


RESUMEN
Este trabajo tiene objetivo a reflejar en relación entre la filosofía y educación física,
entender la cuerpo-conciencia de la integración que no se puede entender como
entrenamiento muscular or simple de descontração. Entender educativos prácticos los
desarrolló es consecuencias de una opción filosófica y de una política de decisión. Para
alcanzar este objetivo, una revisión fue llevada a través literaria en origen de la filosofía y
de sus implicaciones en la educación de Fisica, que también abroga a las reflexiones
filosóficas reconocer el cuerpo como totalidad para respetar nuestros límites y provocar
un equilibrio interior en la personalidad del individuo.




1
    Acadêmica do Curso de Educação Física. Universidade Federal de Uberlândia –M G
2


INTRODUÇÃO


        Este presente trabalho surgiu a partir do contato com a disciplina Filosofia da
Educação no curso de graduação de Educação Física na Universidade Federal de
Uberlândia-MG. A escolha deste tema visa a análise e descrição dos conceitos
introdutórios da Filosofia, sua aplicabilidade na vida cotidiana para assim demonstrar aos
estudantes de E  ducação Física/Educação o valor de questionar sobre assuntos e temas
vivenciados.
        Este trabalho tem como finalidade despertar o interesse para os conhecimentos
introdutórios da Filosofia que, por sua vez, acarreta o aprendizado em assuntos posteriores
da própria matéria, como o ser, a temática do corpo, ética, estética, epistemologia na visão
de diversos autores.Utilizá- los para integrar os conhecimentos da Educação Física com a
Filosofia e formar uma visão crítica dos alunos daquilo que é vivenciado por eles.
        A palavra filosofia é grega, sendo composta por outras duas: philo e sophia. Philo
deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia
quer dizer sabedoria e dela deriva a palavra sophos, sábio.


METODOLOGIA

      Para realizar este trabalho será utilizada a pesquisa bibliográfica qualitativa e de
caráter exploratório com finalidade de colocar o pesquisador em contato direto com tudo o
que foi escrito sobre a temática em questão (LAKATOS, 1991).
      Segundo Triviños (1987), o estudo com caráter exploratório permite ao investigador
aumentar sua experiência em torno de determinado problema. Este tipo de estudo
possibilita ao pesquisador encontrar os recursos necessários que lhe permitam, em contato
com determinada população, obter os resultados que desejam. E ainda pode servir para
levantar possíveis problemas de pesquisa.
      A partir da pesquisa bibliográfica, e sua inserção dentro de um contexto escolar os
estudantes possuem a oportunidade de obter conhecimentos pela pesquisa e aumentar sua
“bagagem intelectual e cultural”.


REFLEXÕES FILOSOFICAS ACERCA DO UNIVERSO DA EDUCAÇÃO FISICA


        A Filosofia é um modo de pensar e exprimir os pensamentos que surgiu
especificamente com os gregos e que, por razões históricas e políticas, tornou-se depois, o
modo de pensar e de se exprimir da cultura européia ocidental da qual, em decorrência da
colonização portuguesa do Brasil, nós também participamos.
        De acordo com Chauí (1997), pode-se apontar como principais condições históricas
para o surgimento da Filosofia na Grécia: as viagens marítimas possibilitaram aos gregos
verificar que os locais habitados por deuses, titãs e heróis eram mitos; o invento do
calendário tornou a percepção do tempo como algo natural e não como poder divino
incompreensível; o advento da moeda pelo qual houve uma troca abstrata feita pelo cálculo
do valor semelhante das coisas diferentes, revelando uma nova capacidade de abstração e
de generalização.
        Ainda segundo Chauí (1997), o surgimento da vida urbana, com predomínio do
comércio e do artesanato e a diminuição do prestígio das famílias da aristocracia
3


proprietária de terras, por quem e para quem os mitos foram criados, possibilitaram o
surgimento da Filosofia. Soma-se a isso o aparecimento de uma classe de comerciantes
ricos que almejava o poder e prestígio da aristocracia. Essa ascensão foi procurada por
meio de patrocínio e estímulo às artes, às técnicas e aos conhecimentos, favorecendo um
ambiente no qual a filosofia poderia surgir.
        A Filosofia surge, quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade,
insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera, demonstram que o mundo, os
acontecimentos naturais e as ações humanas podem ser explicados pela razão humana.
        Reale (2002) acrescenta que o homem passou a filosofar quando viu-se cercado
pelo problema, pelo mistério e para solucioná- los adquiriu a consciência de sua dignidade
pensante.
        Segundo Chauí (1997), os traços principais deste pensamento filosófico são a
tendência à racionalidade, a busca por respostas conclusivas para os problemas e a
exigência que o pensamento apresente suas regras de funcionamento. Assim quando uma
contradição aparece numa exposição filosófica, ela deve ser considerada falsa.
        A autora soma a isso a tendência à generalização, isto é, mostrar que uma
explicação tem validade para muitas coisas diferentes, porque nossos sentidos descobrem
semelhanças e identidades sobre um mesmo elemento. Por exemplo: nossos sentidos
percebem que a chuva, a neblina e o gelo tratam-se de um mesmo elemento, a água.
        Após a explanação sobre os traços principais da Filosofia, surge uma reflexão sobre
as nossas vidas, repletas de coisas que nos mantêm ocupados e preocupados. Mas a todo o
momento olhamos para trás e perguntamos o que significa tudo isso. Então, é bem
provável que comecemos a fazer perguntas fundamentais com as quais normalmente não
nos importamos.
        Isso pode acontecer com qualquer aspecto da vida. Na política, por exemplo,
discutimos sobre termos como “liberdade”, “igualdade”, “justiça social” . E quando
alguém pergunta: “Tudo bem, mas o que você realmente entende por liberdade? Qual a sua
noção de igualdade?”, esse questionamento torna-se um desafio incômodo.
        Diante disso,Chauí (1997) explica que a Filosofia busca uma compreensão mais
profunda dos conceitos, procura a verdadeira essência da idéia, do valor, procura o
conceito e não a mera opinião que temos de nós mesmos, das coisas, das idéias e dos
valores. A diferença entre opinião e conceito consiste em esclarecer que a opinião é
instável, mutável, depende de cada um, de seus gostos e preferências, enquanto o conceito
é uma verdade intemporal, universal, e necessária de alguma coisa.
       De acordo com a mesma autora, a Filosofia se volta para questões humanas como
uma forma de garantia para encontrar a verdade, isto é, o pensamento deve oferecer a si
mesmo caminhos e meios próprios para saber o que é verdadeiro e como alcançá- lo em
tudo o que investigamos. Portanto, o ponto de partida da Filosofia é a confiança no
pensamento ou no homem como ser racional, capaz de conhecer-se a si mesmo e fazer
reflexões.
       A partir de nossa revisão literária, podemos dizer que a Filosofia inicia-se com um
estado de inquietação e de perplexidade, para se chegar à uma atitude crítica diante do real
. (REALE, 2004)
       Segundo Severino (1994), a Filosofia defini-se como um esforço com o qual o
homem percebe a realidade e busca uma compreensão mais aprofundada.
       O estudo da Filosofia não só nos ajuda a pensar claramente sobre os nossos
preconceitos, como ajuda a clarificar de forma precisa aquilo em que acreditamos. Ao
longo desse processo desenvolve-se uma capacidade para argumentar de forma coerente
sobre um vasto leque de temas– uma capacidade útil que pode ser aplicada em muitas
áreas.
4


      Sendo assim, uma importante razão para se estudar Filosofia é o fato de lidar com
questões fundamentais acerca do sentido da nossa existência sem nos guiar pela submissão
às idéias dominantes a aos poderes estabelecidos na busca da compreensão sobre a
significação do mundo, da cultura, da história ao conhecer o sentido das criações humanas
nas artes, nas ciências e na política.
      Ao dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e
de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos, pode-se dizer
que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes.
      A utilidade de uma atividade é quando “tem um efeito prático, concreto, aplicável à
ação, ao contrário de uma atividade puramente especulativa, abstrata, sem eficácia no
concreto”. (SEVERINO, 1994, p.23).
      A Filosofia ainda contribui na medida em que torna-se um suporte teórico das
atividades educacionais da Educação Física para compreender que elas são conseqüências
de uma opção filosófica e de uma decisão política. Santin (1987) explica que ao valorizar o
desempenho e a produtividade nos exercícios físicos e na competição como fundamento do
esporte leva a outras linhas filosóficas que consequentemente geram outros aspectos
determinantes da pedagogia e da prática desportiva. Também relata que com essa
valorização a Educação Física deixa de ser gesto criativo e torna-se uma forma de
movimento mecânico, vazio e ritualístico.
      Desse modo, a Filosofia auxilia em várias aréas das ciências, entre as quais situa-se a
Educação Física ao mostrar que a sua identidade é a realidade humana. “O homem é
corporeidade e, como tal, é movimento, é gesto, é expressividade, é presença”. (SANTIN,
1987, p. 26).
      Nessa busca pela identidade, Santin (1987) relata que a Educação Física necessita
atentar aos componentes intencionais internos do movimento humano para não acabar
como um mero instrumento de objetos alheios e conflitantes.
      Ainda de acordo com o autor, “os componentes intencionais internos são os que dão
a verdadeira identidade e autonomia da Educação Física”(SANTIN, 1987, p. 37), uma vez
que a nossa cultura reduz o corpo a um objeto de uso de acordo com os interesses
econômicos, políticos e ideológicos de outros grupos.
      Para reverter essa situação faz-se necessário a reflexão sobre os temas vivenciados, já
que este “exercício de reflexão segue uma órbita circular que, por assim dizer, não tem um
ponto certo para começar nem um ponto definitivo de chegada”. (SEVERINO, 1994, p. 13)
      Embora haja uma preocupação em conhecer a identidade do ser humano, o que mais
angustia atualmente é saber quais são os critérios de nossas ações, ou seja, qual a maneira
de agir enquanto homens.
      De acordo com Santin (1987), a contribuição maior que a reflexão filosófica
proporciona à Educação Física é a possibilidade de mostrar os possíveis paradigmas
filosóficos, sociológicos, psicológicos e antropológicos originados da compreensão do
humano [grifo do autor] do homem. O humano no sentido da totalidade do ser humano,
sem pensar que o homem age por partes, pois “o pensar, as emoções, os gestos são
humanos, não são ora físicos ou psíquicos, mas sempre totais” (SANTIN, 1987, p. 25)
      Ao entender essa parte humana, a Educação Física deixa de ser instrumento ou
função, para se tornar arte como um gesto criador.
      A escola é o lugar onde se ensina, aprende e tem “por função preparar os indivíduos
para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais.” (LIBÂNEO,
1988, p.21)
      No âmbito escolar, a Filosofia nos conduz a ver que existem valores morais e éticos
no desporto e que estes devem orientar a conduta do desportista, já que muitos jovens se
espelham na personalidade de seus ídolos. Lisboa e Pereira (1994) explanam que a crise de
5


valores atualmente encontrada no desporto composta pelas práticas anti-desportivas como
o dopping, a corrupção, a violência, as discriminações são condenadas não somente pelas
autoras, mas também pelo mundo esportivo. E essa crise pode ser evitada ao entender que
é no desporto que encontra-se os valores da corporeidade, da condição física, da interação
do ser.
      Ao considerar que o homem é capaz de interagir com outros homens, com a natureza
e consigo mesmo, possibilita a este produzir cultura. E é justamente por isso que, através
das relações e inter-relações, se colidem algumas discussões, debates, confrontos e
discordâncias. A escola é uma instituição mediadora, dedicada a educar o aluno também
para a vida em sociedade e não apenas como depósito de conhecimentos.
        Da mesma forma, a Educação Física busca o conhecimento do mundo através do
corpo-consciência ao demonstrar os limites necessários para que toda posição humana e
todo movimento humano seja visto como uma totalidade. Então, por que não filosofar?

CONSIDERAÇÕES FINAIS

        Para todo campo de atividade há uma filosofia, que implica questionar seus
conceitos, princípios e métodos fundamentais, como por exemplo: a filosofia da medicina,
do direito, da educação.
        A Filosofia não considera nada sem antes analisar, refletir e criticar. Orienta-se pela
elaboração filosófica de significações gerais sobre a realidade e os seres humanos.Além
disso, é a busca do fundamento e do sentido da realidade em suas múltiplas formas ao
indagar o que são, qual a sua permanência e qual a necessidade interna que as transforma
em outras.
        A finalidade da Filosofia muitas vezes é questionada, pois a sociedade moderna
julga algo útil ao considerar que o poder, prestígio, fama, riqueza estão acima de tudo e
também pela visibilidade dos resultados. Porém, é com as questões filosóficas que a
ciência acredita na existência da verdade, de procedimentos corretos para usar o
pensamento, na tecnologia como aplicação prática de teorias.
        Ao integrar o conhecimento da Filosofia ao da Educação Física mostra-se que ao
superar a dicotomia corpo e alma, o corpo não deve ser utilizado apenas como instrumento
de treinamento muscular, já que a essência e identidade da Educação Física é o homem na
sua totalidade.
        Assim, ao discutir sobre os conhecimentos introdutórios acima citados, mostra-se
aos alunos a necessidade do debate, da reflexão filosófica, já que todos os conhecimentos
passados a eles surgiram de algum lugar. E saber como surgiram é de fundamental
importância para construção da crítica em torno dos assuntos com os quais eles deparam.


REFERENCIAS

ARANHA, M. L. de Arruda e MARTIINS, M. H.Pires. Filosofando: introdução à
Filosofia. 2ª ed .São Paulo: Ed. Moderna.1993. p. 42-53
CHAUI, MARILENA Convite a Filosofia. 9ª ed. São Paulo : Ática. 1997. p19-53.
LAKATOS, E. M. & MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed.
São Paulo: Atlas. 1991.
LIBÂNEO, José Carlos. Tendências Pedagógicas na Prática Escolar. IN : __________.
Democratização da Escola Pública : a pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo :
Loyola, 1988.
LISBOA, M.G Cavalcanti e PEREIRA, R.M Batista. Filosofia da Educação Física. Porto
6


Alegre-RS : Edições Est. 1994.
NAGEL, THOMAS. O que é filosofia. Revista de filosofia e ensino. Abril de 1997.
REALE, Miguel. Introdução à Filosofia. 4ª ed. São Paulo: Ed .Saraiva, 2002.
SANTIN, Silvino. Educação Física : uma abordagem filosófica da corporeidade. Ijuí : Liv.
Unijuí. 1987.
SEVERINO, A. Joaquim. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1994. – (Coleção magistério 2º
grau. Série formação geral).
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em
educação. São Paulo: Atlas. 1987.
WARBURTON, NIGEL. Elementos básicos de Filosofia. Lisboa: Gradiva, 1998.




Alexandra Enoshita Sato. Av. Belarmino Cotta Pacheco, 586. apto. 04. Santa Mônica.
Uberlândia-MG. alexandra_sato@hotmail.com

Gabriella Ferreira Braga. Rua Algas Marinhas, 260. Bairro Jardim Botânico. Uberlândia-
MG. gabriellafbraga@yahoo.com.br

Juliana Rodrigues Alves.     Rua    Curitiba,   1256.   Bairro   Brasil.   Uberlândia-MG.
jueduca@yahoo.com.br

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Reflexões sobre corpo e consciência na Educação Física

  • 1. 1 REFLEXÕES CORPO-CONSCIÊNCIA NA EDUCAÇÃO FÍSICA Alexandra Enoshita Sato1 FAEFI/UFU Gabriella Ferreira Braga1 FAEFI/UFU Juliana Rodrigues Alves 1 FAEFI/UFU RESUMO Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a relação entre Filosofia e Educação Física a fim de compreender a integração corpo-consciência o qual não pode ser entendido como um simples treinamento muscular ou momento de descontração. Compreender as práticas educativas desenvolvidas são conseqüências de uma opção filosófica e de uma decisão política. Para alcançar esse objetivo, foi realizada uma revisão literaria sobre a origem da Filosofia e suas implicações na Educação Fisica, que também recorre às reflexões filosóficas ao reconhecer o corpo como totalidade a fim de respeitar nossos limites e provocar um equilíbrio interior na personalidade do individuo. ABSTRACT This work has as objective to reflect on the relation between Philosophy and Physical Education in order to understand the integration body-conscience which cannot be understood as simple muscular training or moment of descontration. To understand practical the educative ones developed they are consequences of a philosophical option and decision politics. To reach this objective, a revision was carried through would literary on origin of Philosophy and its implications in Physical Education, also appeals to the philosophical reflections when recognizing the body as totality in order to respect our limits and to provoke an interior balance in personality of individual. RESUMEN Este trabajo tiene objetivo a reflejar en relación entre la filosofía y educación física, entender la cuerpo-conciencia de la integración que no se puede entender como entrenamiento muscular or simple de descontração. Entender educativos prácticos los desarrolló es consecuencias de una opción filosófica y de una política de decisión. Para alcanzar este objetivo, una revisión fue llevada a través literaria en origen de la filosofía y de sus implicaciones en la educación de Fisica, que también abroga a las reflexiones filosóficas reconocer el cuerpo como totalidad para respetar nuestros límites y provocar un equilibrio interior en la personalidad del individuo. 1 Acadêmica do Curso de Educação Física. Universidade Federal de Uberlândia –M G
  • 2. 2 INTRODUÇÃO Este presente trabalho surgiu a partir do contato com a disciplina Filosofia da Educação no curso de graduação de Educação Física na Universidade Federal de Uberlândia-MG. A escolha deste tema visa a análise e descrição dos conceitos introdutórios da Filosofia, sua aplicabilidade na vida cotidiana para assim demonstrar aos estudantes de E ducação Física/Educação o valor de questionar sobre assuntos e temas vivenciados. Este trabalho tem como finalidade despertar o interesse para os conhecimentos introdutórios da Filosofia que, por sua vez, acarreta o aprendizado em assuntos posteriores da própria matéria, como o ser, a temática do corpo, ética, estética, epistemologia na visão de diversos autores.Utilizá- los para integrar os conhecimentos da Educação Física com a Filosofia e formar uma visão crítica dos alunos daquilo que é vivenciado por eles. A palavra filosofia é grega, sendo composta por outras duas: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela deriva a palavra sophos, sábio. METODOLOGIA Para realizar este trabalho será utilizada a pesquisa bibliográfica qualitativa e de caráter exploratório com finalidade de colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito sobre a temática em questão (LAKATOS, 1991). Segundo Triviños (1987), o estudo com caráter exploratório permite ao investigador aumentar sua experiência em torno de determinado problema. Este tipo de estudo possibilita ao pesquisador encontrar os recursos necessários que lhe permitam, em contato com determinada população, obter os resultados que desejam. E ainda pode servir para levantar possíveis problemas de pesquisa. A partir da pesquisa bibliográfica, e sua inserção dentro de um contexto escolar os estudantes possuem a oportunidade de obter conhecimentos pela pesquisa e aumentar sua “bagagem intelectual e cultural”. REFLEXÕES FILOSOFICAS ACERCA DO UNIVERSO DA EDUCAÇÃO FISICA A Filosofia é um modo de pensar e exprimir os pensamentos que surgiu especificamente com os gregos e que, por razões históricas e políticas, tornou-se depois, o modo de pensar e de se exprimir da cultura européia ocidental da qual, em decorrência da colonização portuguesa do Brasil, nós também participamos. De acordo com Chauí (1997), pode-se apontar como principais condições históricas para o surgimento da Filosofia na Grécia: as viagens marítimas possibilitaram aos gregos verificar que os locais habitados por deuses, titãs e heróis eram mitos; o invento do calendário tornou a percepção do tempo como algo natural e não como poder divino incompreensível; o advento da moeda pelo qual houve uma troca abstrata feita pelo cálculo do valor semelhante das coisas diferentes, revelando uma nova capacidade de abstração e de generalização. Ainda segundo Chauí (1997), o surgimento da vida urbana, com predomínio do comércio e do artesanato e a diminuição do prestígio das famílias da aristocracia
  • 3. 3 proprietária de terras, por quem e para quem os mitos foram criados, possibilitaram o surgimento da Filosofia. Soma-se a isso o aparecimento de uma classe de comerciantes ricos que almejava o poder e prestígio da aristocracia. Essa ascensão foi procurada por meio de patrocínio e estímulo às artes, às técnicas e aos conhecimentos, favorecendo um ambiente no qual a filosofia poderia surgir. A Filosofia surge, quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera, demonstram que o mundo, os acontecimentos naturais e as ações humanas podem ser explicados pela razão humana. Reale (2002) acrescenta que o homem passou a filosofar quando viu-se cercado pelo problema, pelo mistério e para solucioná- los adquiriu a consciência de sua dignidade pensante. Segundo Chauí (1997), os traços principais deste pensamento filosófico são a tendência à racionalidade, a busca por respostas conclusivas para os problemas e a exigência que o pensamento apresente suas regras de funcionamento. Assim quando uma contradição aparece numa exposição filosófica, ela deve ser considerada falsa. A autora soma a isso a tendência à generalização, isto é, mostrar que uma explicação tem validade para muitas coisas diferentes, porque nossos sentidos descobrem semelhanças e identidades sobre um mesmo elemento. Por exemplo: nossos sentidos percebem que a chuva, a neblina e o gelo tratam-se de um mesmo elemento, a água. Após a explanação sobre os traços principais da Filosofia, surge uma reflexão sobre as nossas vidas, repletas de coisas que nos mantêm ocupados e preocupados. Mas a todo o momento olhamos para trás e perguntamos o que significa tudo isso. Então, é bem provável que comecemos a fazer perguntas fundamentais com as quais normalmente não nos importamos. Isso pode acontecer com qualquer aspecto da vida. Na política, por exemplo, discutimos sobre termos como “liberdade”, “igualdade”, “justiça social” . E quando alguém pergunta: “Tudo bem, mas o que você realmente entende por liberdade? Qual a sua noção de igualdade?”, esse questionamento torna-se um desafio incômodo. Diante disso,Chauí (1997) explica que a Filosofia busca uma compreensão mais profunda dos conceitos, procura a verdadeira essência da idéia, do valor, procura o conceito e não a mera opinião que temos de nós mesmos, das coisas, das idéias e dos valores. A diferença entre opinião e conceito consiste em esclarecer que a opinião é instável, mutável, depende de cada um, de seus gostos e preferências, enquanto o conceito é uma verdade intemporal, universal, e necessária de alguma coisa. De acordo com a mesma autora, a Filosofia se volta para questões humanas como uma forma de garantia para encontrar a verdade, isto é, o pensamento deve oferecer a si mesmo caminhos e meios próprios para saber o que é verdadeiro e como alcançá- lo em tudo o que investigamos. Portanto, o ponto de partida da Filosofia é a confiança no pensamento ou no homem como ser racional, capaz de conhecer-se a si mesmo e fazer reflexões. A partir de nossa revisão literária, podemos dizer que a Filosofia inicia-se com um estado de inquietação e de perplexidade, para se chegar à uma atitude crítica diante do real . (REALE, 2004) Segundo Severino (1994), a Filosofia defini-se como um esforço com o qual o homem percebe a realidade e busca uma compreensão mais aprofundada. O estudo da Filosofia não só nos ajuda a pensar claramente sobre os nossos preconceitos, como ajuda a clarificar de forma precisa aquilo em que acreditamos. Ao longo desse processo desenvolve-se uma capacidade para argumentar de forma coerente sobre um vasto leque de temas– uma capacidade útil que pode ser aplicada em muitas áreas.
  • 4. 4 Sendo assim, uma importante razão para se estudar Filosofia é o fato de lidar com questões fundamentais acerca do sentido da nossa existência sem nos guiar pela submissão às idéias dominantes a aos poderes estabelecidos na busca da compreensão sobre a significação do mundo, da cultura, da história ao conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política. Ao dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos, pode-se dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes. A utilidade de uma atividade é quando “tem um efeito prático, concreto, aplicável à ação, ao contrário de uma atividade puramente especulativa, abstrata, sem eficácia no concreto”. (SEVERINO, 1994, p.23). A Filosofia ainda contribui na medida em que torna-se um suporte teórico das atividades educacionais da Educação Física para compreender que elas são conseqüências de uma opção filosófica e de uma decisão política. Santin (1987) explica que ao valorizar o desempenho e a produtividade nos exercícios físicos e na competição como fundamento do esporte leva a outras linhas filosóficas que consequentemente geram outros aspectos determinantes da pedagogia e da prática desportiva. Também relata que com essa valorização a Educação Física deixa de ser gesto criativo e torna-se uma forma de movimento mecânico, vazio e ritualístico. Desse modo, a Filosofia auxilia em várias aréas das ciências, entre as quais situa-se a Educação Física ao mostrar que a sua identidade é a realidade humana. “O homem é corporeidade e, como tal, é movimento, é gesto, é expressividade, é presença”. (SANTIN, 1987, p. 26). Nessa busca pela identidade, Santin (1987) relata que a Educação Física necessita atentar aos componentes intencionais internos do movimento humano para não acabar como um mero instrumento de objetos alheios e conflitantes. Ainda de acordo com o autor, “os componentes intencionais internos são os que dão a verdadeira identidade e autonomia da Educação Física”(SANTIN, 1987, p. 37), uma vez que a nossa cultura reduz o corpo a um objeto de uso de acordo com os interesses econômicos, políticos e ideológicos de outros grupos. Para reverter essa situação faz-se necessário a reflexão sobre os temas vivenciados, já que este “exercício de reflexão segue uma órbita circular que, por assim dizer, não tem um ponto certo para começar nem um ponto definitivo de chegada”. (SEVERINO, 1994, p. 13) Embora haja uma preocupação em conhecer a identidade do ser humano, o que mais angustia atualmente é saber quais são os critérios de nossas ações, ou seja, qual a maneira de agir enquanto homens. De acordo com Santin (1987), a contribuição maior que a reflexão filosófica proporciona à Educação Física é a possibilidade de mostrar os possíveis paradigmas filosóficos, sociológicos, psicológicos e antropológicos originados da compreensão do humano [grifo do autor] do homem. O humano no sentido da totalidade do ser humano, sem pensar que o homem age por partes, pois “o pensar, as emoções, os gestos são humanos, não são ora físicos ou psíquicos, mas sempre totais” (SANTIN, 1987, p. 25) Ao entender essa parte humana, a Educação Física deixa de ser instrumento ou função, para se tornar arte como um gesto criador. A escola é o lugar onde se ensina, aprende e tem “por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais.” (LIBÂNEO, 1988, p.21) No âmbito escolar, a Filosofia nos conduz a ver que existem valores morais e éticos no desporto e que estes devem orientar a conduta do desportista, já que muitos jovens se espelham na personalidade de seus ídolos. Lisboa e Pereira (1994) explanam que a crise de
  • 5. 5 valores atualmente encontrada no desporto composta pelas práticas anti-desportivas como o dopping, a corrupção, a violência, as discriminações são condenadas não somente pelas autoras, mas também pelo mundo esportivo. E essa crise pode ser evitada ao entender que é no desporto que encontra-se os valores da corporeidade, da condição física, da interação do ser. Ao considerar que o homem é capaz de interagir com outros homens, com a natureza e consigo mesmo, possibilita a este produzir cultura. E é justamente por isso que, através das relações e inter-relações, se colidem algumas discussões, debates, confrontos e discordâncias. A escola é uma instituição mediadora, dedicada a educar o aluno também para a vida em sociedade e não apenas como depósito de conhecimentos. Da mesma forma, a Educação Física busca o conhecimento do mundo através do corpo-consciência ao demonstrar os limites necessários para que toda posição humana e todo movimento humano seja visto como uma totalidade. Então, por que não filosofar? CONSIDERAÇÕES FINAIS Para todo campo de atividade há uma filosofia, que implica questionar seus conceitos, princípios e métodos fundamentais, como por exemplo: a filosofia da medicina, do direito, da educação. A Filosofia não considera nada sem antes analisar, refletir e criticar. Orienta-se pela elaboração filosófica de significações gerais sobre a realidade e os seres humanos.Além disso, é a busca do fundamento e do sentido da realidade em suas múltiplas formas ao indagar o que são, qual a sua permanência e qual a necessidade interna que as transforma em outras. A finalidade da Filosofia muitas vezes é questionada, pois a sociedade moderna julga algo útil ao considerar que o poder, prestígio, fama, riqueza estão acima de tudo e também pela visibilidade dos resultados. Porém, é com as questões filosóficas que a ciência acredita na existência da verdade, de procedimentos corretos para usar o pensamento, na tecnologia como aplicação prática de teorias. Ao integrar o conhecimento da Filosofia ao da Educação Física mostra-se que ao superar a dicotomia corpo e alma, o corpo não deve ser utilizado apenas como instrumento de treinamento muscular, já que a essência e identidade da Educação Física é o homem na sua totalidade. Assim, ao discutir sobre os conhecimentos introdutórios acima citados, mostra-se aos alunos a necessidade do debate, da reflexão filosófica, já que todos os conhecimentos passados a eles surgiram de algum lugar. E saber como surgiram é de fundamental importância para construção da crítica em torno dos assuntos com os quais eles deparam. REFERENCIAS ARANHA, M. L. de Arruda e MARTIINS, M. H.Pires. Filosofando: introdução à Filosofia. 2ª ed .São Paulo: Ed. Moderna.1993. p. 42-53 CHAUI, MARILENA Convite a Filosofia. 9ª ed. São Paulo : Ática. 1997. p19-53. LAKATOS, E. M. & MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas. 1991. LIBÂNEO, José Carlos. Tendências Pedagógicas na Prática Escolar. IN : __________. Democratização da Escola Pública : a pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo : Loyola, 1988. LISBOA, M.G Cavalcanti e PEREIRA, R.M Batista. Filosofia da Educação Física. Porto
  • 6. 6 Alegre-RS : Edições Est. 1994. NAGEL, THOMAS. O que é filosofia. Revista de filosofia e ensino. Abril de 1997. REALE, Miguel. Introdução à Filosofia. 4ª ed. São Paulo: Ed .Saraiva, 2002. SANTIN, Silvino. Educação Física : uma abordagem filosófica da corporeidade. Ijuí : Liv. Unijuí. 1987. SEVERINO, A. Joaquim. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1994. – (Coleção magistério 2º grau. Série formação geral). TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas. 1987. WARBURTON, NIGEL. Elementos básicos de Filosofia. Lisboa: Gradiva, 1998. Alexandra Enoshita Sato. Av. Belarmino Cotta Pacheco, 586. apto. 04. Santa Mônica. Uberlândia-MG. alexandra_sato@hotmail.com Gabriella Ferreira Braga. Rua Algas Marinhas, 260. Bairro Jardim Botânico. Uberlândia- MG. gabriellafbraga@yahoo.com.br Juliana Rodrigues Alves. Rua Curitiba, 1256. Bairro Brasil. Uberlândia-MG. jueduca@yahoo.com.br