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E. E. Infante Dom Henrique - 2009
    Professora Luiza Thomé
HISTÓRIAS RECONTADAS

A Festa                               Ellen                          1º A   pg     4
A Morte de Capitu                     Monique / Natália              1º A   pg.    5
A Pérola de Um “Amor”                 Samantha / Núbia               1º D   pg.    6
A Reunião                             Jéssica / Juliana              1º E   pg.    7
Amor!                                 Juliana Souza                  1º E   pg.    8
Amor ou Felicidade?                   Jeniffer / Michelle            1º A   pg.    9
Aniversário Triste                    Rafael / Sérgio                1º B   pg.   10
Aquela Noite!!!                       Camila / Juliana Novaes        1º D   pg.   11
Bentinho e Capitu                     Rosangela / Thalita            1º D   pg.   12
Caindo as Máscaras                    Fabiane / Jéssica Alves        1º E   pg.   14
Capitu                                Luiza (particip. Maiara)       1º C   pg.   15
Chá de Sumiço                         Bruno Almeida / Osmar          1º D   pg.   16
Curiosidade Não Tem Limite            Bruna Yukari / Pablo           1º A   pg.   17
Dom Casmurro                          Monyque                        1º A   pg.   20
Dom Casmurro                          Cezar Augusto / Samira         1º A   pg.   21
Dom Casmurro                          Mariana / Renata               1º E   pg.   22
Em Busca da Felicidade                Claudia / Crislaine            1º B   pg.   24
Famílias em Oposição                  Bianca / Higor                 1º C   pg.   25
Feliz Aniversário                     Marx / Natali                  1º A   pg.   26
Feliz Aniversário                     Iris dos Santos                1º A   pg.   28
Feliz Aniversário                     Amanda Cristina                1º B   pg.   29
Feliz Aniversário                     Aline / Mayara                 1º B   pg.   30
Feliz Aniversário                     Carolina / Lizandra            1º B   pg.   31
Feliz Aniversário                     Danilo Bernardino              1º D   pg.   32
Feliz Aniversário                     Juliana Turci / Luis Gustavo   1º D   pg.   33
Feliz Aniversário                     Caroline / Roberta             1º D   pg.   34
Feliz Aniversário                     Bruno / Guilherme / Júlio      1º D   pg.   36
Feliz Aniversário                     Gustavo / Kaique               1º D   pg.   37
Feliz Aniversário                     Matheus Cosmo                  1º D   pg.   38
Feliz Aniversário                     Isabela / Stefany              1º D   pg.   39
Feliz Aniversário                     Camila Tiemi                   1º E   pg.   41
Feliz Natal?                          Juliana Midori / Maiara        1º C   pg.   43
Feliz Natal                           Gabriela / Rafael              1º E   pg.   44
Fruto de Uma Traição                  Bruno Gutierres / Thais        1º B   pg.   45
Happy Birthday                        Caroline Moura                 1º E   pg.   47
Infeliz Aniversário                   Jéssica / Karen                1º C   pg.   48
Infeliz Aniversário                   Rozmari dos Santos             1º E   pg.   49
Mais Um Ano de Vida?!                 Maria Carolina / Pamella       1º D   pg.   50
Naquele Restaurante...                Caroline da Silva              1º B   pg.   51
O Diário de Capitu: Uma Continuação   Thaís Garofalo                 1º C   pg.   52
O Jantar                              Gabriel Costa                  1º A   pg.   54
O Jantar                              Carolina Moreno / Suellen      1º A   pg.   55
O Jantar                              Matheus / Roberto              1º A   pg.   56
O Jantar                              Rodrigo / Thiago               1º A   pg.   57
O Jantar                              Letícia / Thamires             1º B   pg.   58
O Sentimento Perdido                  Gustavo / Weverson             1º C   pg.   59
O Último Aniversário                  Alexandre / Thaís              1º E   pg.   60
Os Oitenta e Nove Anos de D. Anita    Wellington Luiz                1º A   pg.   62
Parabéns Pra Você                     Suelen / Vinícius              1º E   pg.   64
Que Comece a Tortura...               Anakelly / Guilherme           1º B   pg.   65
Surpresa de Aniversário               Karina Alves                   1º E   pg.   66
Um Grande Conflito Amoroso            Bruna Andrade                  1º C   pg.   68
Um Aniversário de 89, Feliz           Íngrid Cássia                  1º B   pg.   69
Um Sonho de Família                   Juliana Turci / Luis Gustavo   1º D   pg.   71
União Familiar Por Uma Vida           Murilo Batista                 1º E   pg.   72
Viva!                                 Luiz Raphael / Pedro Lúcio     1º C   pg.   73
A FESTA

         Ele entrou tarde no restaurante. Certamente ocupara-se até agora em grande negócio. Poderia ter
seus sessenta anos, era alto, corpulento, de cabelos brancos, sobrancelhas espessas e mãos potentes. Num
dedo, um anel de sua força. Sentou-se amplo e sólido.
         Perdi-o de vista. E enquanto comia, vi entrar uma família grande. O que me chamou a atenção foi
a expressão que traziam no rosto. Eram todos orgulhosos, parecia até que não queriam estar ali. Estavam
todos muito bem vestidos. Uma mulher de vestido azul-marinho com enfeites de paetês e um drapeado
disfarçando a barriga sem cinta, acompanhada de três crianças: duas meninas de peito quase nascendo,
infantilizadas de babados cor de rosa e anáguas engomadas e o menino acovardado pelo terno novo.
         Pouco depois, chegou o resto dos membros, um homem gordo e alto. Trazia pendurada em seu braço
uma senhora que entrava quase arrastada.
         No momento em que eu levava o garfo à boca, olhei o velho alto, corpulento, de sobrancelhas
espessas que mastigava o pão com vigor, de olhos fechados e punhos sobre a mesa. Continuei comendo e
olhando, mas, desta vez, a família da senhora que certamente fazia aniversário nesse dia.
         Nesse instante, mirei de novo o velho alto, corpulento, de sobrancelhas espessas que abocanhava a
carne do prato com mais vigor, mas agora fazia tanto esforço, que suava. Chamou o garçom que o atendia
com gentileza, pois se via que ele era um homem de boas gorjetas. Pediu vinho.
         Fitei novamente a família grande, a qual mandara trazer um bolo com vela onde se lia “89”. Agora
eu tinha certeza: era aniversário da velha. O homem que a trouxera era seu filho. Todos na mesa encaravam-
se. Estavam cheios de tédio e não viam a hora de acabar. A velha não se manifestava, e então o filho
começou a cantar os parabéns. Logo todos o imitavam.
         Todavia, o velho alto, corpulento, de sobrancelhas espessas, não parava de comer, até que deu um
gole no vinho, passou o guardanapo na testa e apoiou os cotovelos na mesa. Respirava fundo, parecia sentir
algo.
         Voltei o olhar para o meu prato. Perdi a vontade de comer quando vi, ao som dos parabéns, o velho
alto, corpulento, de sobrancelhas espessas, cair ao chão e a velha dar um grito.
         O restaurante inteiro ficou em completo silêncio e a velha que até agora não havia feito nenhum
movimento, correu com bastante dificuldade em direção ao velho que estava caído no chão, porém ainda
consciente.
         A família agora, sem saber o que estava acontecendo, cercou o velho e a senhora. Eu agora não sabia
o que pensar. Minha curiosidade aumentava. Perguntas me surgiam. Então, por uma brecha que havia entre
a família, vi a senhora deitar-se ao lado do velho. Olhou todos aqueles filhos, e netos, e bisnetos que não
passavam de carne de seu joelho. O velho, de olhos abertos, olhava todos com ternura, porém nada dizia.
         Percebi que a senhora buscava algo com os olhos. Ela olhava com os olhos ternos um pequeno
garoto. Rodrigo era seu nome. Pareceu-me que ele era o único que para ela era feito da carne de seu coração.
         Segurou a mão do menino, segurou a mão do velho e disse:
         _ Este é seu avô.
         Num último suspiro, encostou a cabeça no ombro do velho e ambos olharam-se fixamente. Morreram
ali, à vista de todos.
         A família derramou algumas lágrimas, mas nem os filhos, nem os netos, nem as noras choraram de
verdade. Chamaram as ambulâncias, levaram os corpos e, sem que eu pudesse fazer nada, foram embora.
         E eu?! Fiquei mais algumas horas, sentado diante do prato, com a comida já gelada e o vinho quente.
         Mas eu sou um homem ainda.
         “Quando me traíram ou assassinaram, quando alguém foi embora para sempre, ou perdi o que de
melhor me restava, ou quando soube que vou morrer – eu não como, não sou ainda essa potência, esta
construção, esta ruína. Empurro o prato, rejeito a carne e seu sangue”.

                                                                                  Ellen n° 12 – 1° A - 2009




                                                     4
A MORTE DE CAPITU

               Capitu, após sua viagem para a Suíça, voltou para o Brasil com seu filho Ezequiel
porque precisava resolver sua história com Bentinho. Ezequiel, por sua vez, resolveu ficar na suíça,
para terminar seus estudos.
        Chegando ao Brasil, Capitu vai para um hotel, onde é muito bem recebida por velhos amigos.
Após ir ao seu quarto, Capitu desce à recepção e pergunta a uma conhecida se Bentinho está bem e se
está morando na mesma casa. Ela responde que ele parece solitário, triste e que ainda mora na mesma
casa.
        Capitu imediatamente vai até a casa para conversar com Bentinho.
        Chegando lá, Bentinho se espanta ao vê-la e pergunta o que ela estava fazendo lá. Capitu, com
um olhar de alegria por ver Bentinho, começa a explicar toda a história. Explica que tudo que houve
não passou de um engano, pois ainda o amava e que Ezequiel era realmente filho dele.
        Bentinho, por sua vez, não acreditava no que ela estava dizendo e que ele não passava de um
tolo.
        Capitu saiu chorando em disparada, correndo pelas ruas. Quando, de repente, uma charrete
surge atropelando-a. o escravo eu estava montado no cavalo tenta ajudá-la e a leva para o hospital. Mas
já era tarde demais. Capitu havia morrido, pois o cavalo havia passado por cima de Capitu deixando-a
com muitos ferimentos.
        A moça do hotel onde Capitu estava hospedada, logo que ficou sabendo, foi avisar Bentinho
que se sentiu culpado pelo acontecimento. Foi até o hospital e, quando viu Capitu na cama, começou
a chorar desesperadamente, dizendo que confiava nela. Mas era tarde demais.
        No dia seguinte, Bentinho estava no enterro chorando sobre o caixão, quando Ezequiel chegou.
Bentinho abraçou-o e os dois choraram juntos.
        Bentinho pediu para Ezequiel nunca mais se separar dele, pois era a única pessoa, além de
Capitu, que ele amava. Ezequiel obedeceu ao pedido e morou com seu pai novamente.

                                           Monique Diniz nº 25, Natália S. Tierno nº 28 – 1º A / 2009




                                                  5
A PÉROLA DE UM “AMOR”

        Glória, uma jovem de 15 anos, tinha há um mês perdido os pais em um acidente de carro,
quando ela e os pais vieram visitar a tia D. Anita que morava em São Paulo.
        O pai de Glória era filho único e já não tinha mais ninguém da família de seu pai, já da família
de sua mãe havia restado apenas a irmã mais velha de D. Anita, com quem Glória ficou morando até
completar dezoito anos.
        Chegada a maioridade, Glória quis morar sozinha e nesse momento encontrou um rapaz bonito
chamado João Emanuel, que não hesitou em pedi-la em casamento, pois, estava completamente
apaixonado por ela.
        Após cinco meses de casados, Glória engravidou.
        Quando o seu filho Bento nasceu, foi com o filho e o marido para o Rio de Janeiro.
        Lá compraram uma casa onde Glória morou com o filho e o marido, até Emanuel falecer.
Uma semana depois da morte do marido, sua tia D. Anita completaria oitenta e nove anos; Glória e a
família foram convidados pela prima Zilda, mas Glória estava em um momento da sua vida que não se
considerava para festas.
        Bento já estava com doze anos e disse para a mãe que seria bom ela ir à festa para distrair-se.
        No dia seguinte, foram para o sítio que ficava a caminho de São Paulo onde aconteceria a festa.
        Sua tia D. Anita tinha quatro filhos, três homens e uma mulher que era Zilda.
        Os homens se chamavam: André, Carlos e Antônio e moravam no Rio de Janeiro.
        André com a esposa Vilma e os filhos. Viviane, Vitória e Vinycius moravam em Olaria. Carlos
com a mulher Sheila e o filho Rodrigo moravam em Ipanema e o filho Antônio com a amada Catita e
a filha Capitolina moravam no Flamengo.
        Na festa, Bento e Capitolina se conheceram, Bento com doze anos e Capitolina, com onze anos
e se tornaram grandes amigos.
        Como os pais moravam no Flamengo, Glória e o primo Antônio tiveram um convívio melhor e
assim Capitolina e Bento se viam diariamente.
        Quando cresceram, Bento e Capitolina se casaram e tiveram Daniel, oamor de Glória.
        Uma dia, Glória teve uma falta de ar repentina e no hospital conheceu o Dr. José Dias por quem
se apaixonou à primeira vista e José, por ela.
        Assim começaram um relacionamento que durou dez anos até a viagem que resultou na morte
deles.
        Enquanto isso, Bento, Capitolina e Daniel viveram felizes, na medida do possível, tentando
superar a morte de José e Glória.

                                   Samantha Ferreira da Silva nº 33, Núbia nº 26 – 1º D - 2009-08-11




                                                   6
A REUNIÃO

        No dia do aniversário de D. Anita, sua única filha mulher organizou uma reunião para comemorar
os 89 anos de sua mãe. Ela convidou os parentes mais próximos.
        Os que vieram de Olaria estavam bem vestidos, pois eles iam aproveitar a visita para dar um
passeio em Copacabana, a nora de Olaria apareceu cheia de enfeites e com uma roupa muito chique, e
seu marido não veio por razões óbvias, não queria encontrar seus irmãos, por isso mandou sua mulher
para que ela o representasse. Ela vinha acompanhada de seus três filhos: duas meninas e um menino, e
depois chegou o resto dos convidados.
        Durante a reunião, D. Anita ficou o tempo todo pensando e calada, só observando como um era
falso com o outro. Até que ela não agüentou mais e resolveu falar tudo que sentia. Começou a chorar
e ficou nervosa. Enquanto falava, seus parentes só a observavam. Depois disso, ela começou a passar
mal. Seus filhos a levaram para o hospital, ela ficou internada e eles voltaram para casa.
        No dia seguinte, seu filho José foi visitá-la no hospital e teve uma péssima notícia: sua mãe
havia falecido, depois de uma parada cardíaca.
        Nos dois primeiros meses, depois da morte de D. Anita, eles estavam unidos, mas depois que
passou um bom tempo, eles começaram a se desentender, como sempre fizeram.

                                            Jéssica Corrêa nº 13 e Juliana Franco nº 15 – 1º E – 2009




                                                  7
AMOR!

        Ele entrou tarde no restaurante. Certamente ocupara-se até agora em grandes negócios. Poderia
ter uns 37 anos, era alto, físico de atleta, cabelos grisalhos, arrumado de camisa social dentro da calça.
Uma aliança na mão esquerda. Sentou-se sorrindo.
        Perdi-o de vista e enquanto comia, observei a porta quando os jogadores do Corinthians
chegavam. Eles riam sem parar.
        No momento em que levava o garfo à boca, olhei. Continuei comendo e olhando. O garçom
dispunha os pratos sobre a toalha na mesa deles. Mas o homem grisalho mantinha a conversa quando
chamaram Mano Menezes. Chegou a comida e comeram rápido para ir ao treino.
        Eu também comi rapidamente para assistir ao treino. Não muito satisfeita com o treino, fui
vê-los no vestiário.
        Quando estava chegando perto, chegou um segurança primeiro do que eu, disfarcei e perguntei
para ele onde ficava o bebedouro.
        Acabou o treino, os jogadores saíram do campo para ir para o vestiário e eu peguei meu caderno
de autógrafos, uma caneta e a minha máquina digital. Tirei fotos com todos os jogadores, e quando
eu olho para trás, o Nilmar estava visitando o Parque São Jorge e não deu outra. Pedi o autógrafo e a
foto, só que nesse ex-jogador tinha uma coisa a mais, ele foi engraçado comigo até que criou coragem
e pediu meu telefone e eu pedi o dele. Ficamos conversando e ele me chamou para sair no outro dia, à
19 horas. Nilmar ia passar no meu prédio para me pegar.
        Fomos a um restaurante muito chique e muito romântico. Ele começou a me contar a história
dele, e disse que não comia carne e nem tomava vinho. Ele disse que tinha medo de morrer sofrendo,
seu pai, Carlos, tinha morrido de facada. Depois daquele dia, Nilmar não comeu nem carne e nem
vinho. Descobri que ele não tinha contado para ninguém essa história.
        Ficamos conversando até às 23 horas e nem vimos a hora passar, ele pagou a conta e fomos para casa.
        Chegando na porta da minha casa, ele me deu um beijo na boca e disse que aquela noite tinha
sido especial para ele, Nilmar todo tímido para namorar comigo e não pensei duas vezes e disse sim.
        Estamos muito felizes hoje e agradeço primeiramente a Deus e em segundo ao Corinthians, que
sempre estão me dando alegria de uma maneira ou de outra.

                                                                       Juliana Souza nº 16 – 1º E / 2009




                                                    8
AMOR OU FELICIDADE?

        Carolina, uma garota de programa, grávida de Denílson, seu primo, quando ela completou sete
meses de gravidez, ele foi assassinado. A garota teve gêmeas, porém, sem condições financeiras de
criar as meninas, deu uma para seu pai, que morava em São Paulo e a outra, para uma amiga cafetina
que morava em Salvador. Meses depois, Carol morreu de overdose no sul de Mato Grosso.
        Vinte e cinco anos se passaram e Thaís, a gêmea que ficou em São Paulo, sempre foi muito
agressiva com o avô, tratava-o como se ele fosse um animal. Como Juca, seu avô, já era velho e
acabado, não discutia com a neta, uma mulher muito revoltada.
        Judite, a cafetina que criou Capitu, a outra irmã, estava quase morrendo, pois o câncer de
pulmão que ela possuía já vinha atacando há mais de três meses.
        Antes de morrer, ela contou a Capitu sobre sua mãe e lhe contou também que seu avô e sua irmã
estavam em São Paulo. Deu-lhe o endereço e morreu.
        Capitu ficou muito triste ao saber que Judite não era sua mãe biológica e, muito chateada,
embarcou para São Paulo em busca de sua única família.
        Thaís era uma produtora de eventos, muito ambiciosa, que sempre tentava se dar bem em cima
dos outros. Já Capitu era uma mulher muito doce, sorridente e bondosa.
        Chegando a São Paulo, foi logo para a casa de seu avô biológico. Entrou sem bater e então foi
confundida com Thaís, explicou então a Juca que era Capitu. Ele, emocionado, chorou ao ver a neta.
Assim ela saiu para almoçar quando esbarrou, por acidente, em um homem magro, moreno, muito
bonito. Ele pediu-lhe desculpas e perguntou seu nome. Ela sorriu e respondeu:
        _ Capitu. E o seu?
        _ Bento. Posso lhe pagar um café?
        _ Claro.
        Eles conversaram, trocaram telefone e ele levou-a para casa.
        Thaís não admitiu o fato de a irmã ter vindo morar com ela, mas ao ver o carro do famoso Bento
Ribeiro, dono da famosa rede de hotéis “Ilha da Magia” parado na porta de sua casa pensou: “Isso pode
me favorecer”.
        Capitu entrou em casa e a irmã tratou-a como uma rainha. Ela, claro, adorou a recepção.
        No dia seguinte, Bentinho, como era chamado Bento, levou Capitu para conhecer seu sócio e
melhor amigo, Escobar.
        O tempo passou e as duas irmãs começaram a se gostar de verdade. Capitu se casou com
Bentinho e teve um filho, Ezequiel, e Escobar, alguns anos depois, morreu de infarto. O casal foi ao
velório do amigo. Bento começou a desconfiar de sua mulher, pois ele percebeu que ela sentira algo a
mais por Escobar, algo além de uma amizade.
        Quando chegou em casa, ele deu de cara com o filho, e percebeu certa semelhança entre ele e o
amigo falecido. Mas Ezequiel não tinha apenas alguns traços, era idêntico a Escobar.
        Ele não disse nada à mulher nem ao filho sobre a desconfiança. Começou então a investigar. Em
uma de suas investigações, abriu uma caixa cheia de caras de amor escritas por Escobar para Capitu.
Mais algumas dela para ele, que não haviam sido entregues. Em uma dessas cartas, ela dizia o que
sentia por ele, que não via a hora de largar seu marido e também contava que Ezequiel era filho dele e
não de Bento.
        Ele, indignado, foi logo discutir com a esposa, alegando que descobrira a sua traição. Ela foi
fria e confessou. Bento amava Capitu e lhe disse:
        _ Vamos esquecer tudo isso e seguir nossas vidas normalmente.
        Ela já não tinha nada a perder, pois quem ela amava já havia falecido. Decidiu então continuar
sua vida com o marido.
        Ezequiel, quando completou vinte e cinco anos, casou-se com sua vizinha Adriana, e a história
se repetiu assim como o caso de sua mãe e seu pai de criação. A esposa o traiu, confessou e foi
perdoada. O casal teve um filho: Bruno.
        Anos mais tarde, Ezequiel descobriu que Bruno não era seu filho de sangue. Porém não comentou
nada com ninguém. Assim como seu pai, foi em busca de sua felicidade. A partir disso, não aconteceu
mais nenhuma traição. Eles seguiram suas vidas normalmente.

                                                         Jeniffer nº 17 e Michelle nº 24 – 1º A - 2009



                                                  9
ANIVERSÁRIO TRISTE

        A família foi chegando pouco a pouco. Os que moravam no Rio de Janeiro estavam muito bem
arrumados, até porque não era apenas uma festinha da família, e sim uma visita, uma ida do Rio de
Janeiro até São Paulo não é uma coisa que se faça todos os dias.
        A nora de Olaria apareceu com um vestido verde escuro, com um laço na cabeça e um penteado
muito diferente, porém charmoso. O marido dela não fora por motivos óbvios à família, não queria
reencontrar os irmãos, tinham uma rivalidade de muitos e muitos anos, pois só pensavam em trabalho,
dinheiro e competiam sempre para saber qual deles era mais qualificado para essas atividades. Mas
mandara sua esposa à festa em sinal de respeito com a mãe que estava fazendo aniversário, para que o
laço que ainda os unia não fosse rompido.
        Ela sempre ia com o seu melhor vestido, justamente para mostrar para as cunhadas que quem
tinha mais poder e dinheiro era ela e o marido dela. Acompanhada de seus dois filhos, chegou e se
sentou bem no canto da sala. Zilda, a filha com quem a aniversariante convivia durante anos, tinha
organizado a festa como se fosse um baile de formatura – com as mesas em volta da sala e as mesas com
os petiscos e salgados no centro – a nora de Olaria, após ficar muito tempo sentada no canto do salão,
resolveu levantar para cumprimentar todos. Logo após cumprimentá-los, fechou a cara novamente e
foi sentar no mesmo lugar em que estava, só que agora, começara a prestar atenção nos atos de outros
convidados.
        Um pouco mais tarde, chegou a nora de Ipanema com seus netos e a babá. Disse que o marido
iria se atrasar um pouco, pois estava trabalhando e não conseguiu pegar o ônibus junto com eles. Os
outros irmãos já estavam presentes na festa, sempre estavam se olhando feio e fazendo caras mal
humoradas, apenas se cumprimentaram e sentaram muito distantes um do outro com suas famílias.
        Todos fingiam estar felizes com o “reencontro” da família, mas na verdade, aquilo não passava
de uma “encheção de saco” para aqueles que lá permaneciam de certa forma obrigados pelas esposas
e filhos.
        A nora de Ipanema já não suportava mais a situação de ter que ficar sentada durante a festa
inteira na frente de sua cunhada que a observava constantemente, então, teve a ideia de ir ao banheiro
e ficar ali pelos minutos restantes da festa, mesmo que faltasse muito para acabar, ela preferia ficar
no banheiro por muito tempo, a ficar vendo a sua cunhada a observá-la pelo restante da festa. Disse
para seus filhos chamá-la assim que fossem cantar os parabéns, só assim ela sairia do banheiro, mas
certamente voltaria após os parabéns. Quem via a aniversariante, não sabia se estava feliz ou triste, sua
expressão aparentava dor e raiva de seus filhos e parentes. Pensava que a única filha que dava valor
a ela era a Zilda, a filha com quem vivia há muitos e muitos anos. Dona Anita continuava sentada, só
observando a sua filha adorada servir os convidados, mas sempre com aquela expressão.
        De todos os convidados da tão “maravilhosa” festa, nenhum teve a coragem de entregar os
presentes para a dona Anita pessoalmente, todos deixaram os presentes no quarto de Zilda, o único ali
presente que deu parabéns à senhora foi seu neto Rodrigo, o neto de que ela mais gostava em toda sua
vida, filho de seu filho Carlos.
        Depois de muitas rivalidades e trocas de olhares, chegou a hora dos parabéns. Os filhos de
Juliana (a nora de Ipanema), foram chamá-la no banheiro, assim como tinha pedido. Todos cantaram
os parabéns a dona Anita, ela com cara de tristeza e raiva, apenas dava risadas para seu neto Rodrigo,
que cantava com alegria e vontade.
        Depois que todos comeram os pedaços do bolo, que por sinal estava delicioso, pois Zilda era
uma confeiteira de mão cheia, começaram a ir embora. José, que tinha chegado há 30 minutos, pegou
a sua família e começou a se despedir; logo em seguida, Cordélia chamou seus filhos, que brincavam
alegremente no quintal gigantesco que possuíam, para irem embora já que estavam cansados e com
saudades do pai. Assim foi indo, convidado por convidado, inimigo por inimigo.
        Quando já não restava nenhum convidado ali, dona Anita e Zilda se sentaram e começaram
a dar risadas sozinhas, como loucas, riam e riam, ficaram nesse ritmo durante muito tempo. O que
não descobrimos até hoje, se aquelas gargalhadas delas eram realmente de alegria, ou se eram de
raiva e ódio. Depois de muitas risadas, ficaram pensativas, pensavam se a festa do ano seguinte seria
finalmente uma festa melhor, com os familiares mais unidos, ou se seria uma catástrofe novamente.

                             Rafael Andreaza Cavaignac nº 31, Sérgio Frederique nº 33 – 1º B – 2009



                                                   10
AQUELA NOITE!!!

        No dia 13 de maio de 2014, aconteceu algo em minha vida. Estaria comemorando 15 anos de
casamento, ao lado do meu amado Manoel.
        Eu, Zilda, uma pessoa que não dava valor ao que tinha de melhor em minha vida, o meu
querido, filho Rodrigo e o meu marido Manoel.
        Manoel sempre me amou, sempre querendo me agradar, dando-me buquês de flores, presentes,
café-da-manhã na cama e sempre me surpreendendo com suas lindas frases de amor.
        Naquele jantar romântico, onde estávamos comemorando nosso aniversário de casamento, foi
lindo! Maravilhoso! Nunca me esqueço daquele lindo anel de brilhantes que ele me deu.
        Mas, infelizmente, chegou a hora de irmos embora. Chamamos táxi, fomos embora. Sem ao
menos me conhecer, o taxista me disse:
        _ São grandes oportunidades que temos em nossas vidas, mas não damos o pouco valor a quem
realmente nos ama.
        Naquela noite, um caminhão desgovernado, vinha em direção ao nosso carro. Eu não sofri mais
de dois arranhões em meu rosto, mas meu marido morreu.
        No velório dele, estavam todos os que o amavam: a minha sogra, vinda de Ipanema, a dona
Tereza, minha mãe, vinda de Olaria, a dona Nenê, minha avó dona Anita, dona Júlia, a concunhada
de Olaria, o meu irmão José, a sua mulher Cordélia. Estávamos todos lamentando a triste perda de
Manoel.
        E o nosso filho Rodrigo, de apenas quatro anos, disse assim:
        _ Mamãe, por que o papai ta aí?
        _ Meu filho, o papai agora vai virar uma estrelinha lá no céu, e quando você sentir saudades
dele é só olhar pro céu e saber que o seu pai é uma delas.
        Perguntei a Deus o porquê de tudo aquilo ter acontecido com o meu marido. Mas me lembrei, o
que aquele homem do táxi havia falado para mim. Como me arrependo de não ter dado o devido valor
ao meu marido.
        O amor que Manoel tinha por mim todos esses anos, só hoje percebo, quando já não o tenho
mais. Às vezes, não damos valor a quem nos ama. E só damos valor quando perdemos. Eu tive grandes
oportunidades na minha vida, mas não soube aproveitar, e só hoje eu sei como é a dor de perder um
grande amor.
        O único amor da minha vida sempre será o Manoel. E o fruto do nosso amor é o Rodrigo, meu
amado filho.
        Meu amor, eu te amo, e só agora que você não está aqui, eu digo todas as noites antes de dormir:
TE AMO!!!!!
        E eu sei que você está me ouvindo.

                                  Camila de Freitas Arcelli nº 05; Juliana Novaes nº 15 – 1º D – 2009




                                                  11
BENTINHO E CAPITU

        No Engenho Novo, um subúrbio da capital carioca, morava Bentinho e sua família. Bentinho
tinha 17 anos, era o inocente, o covarde da família. Ele tinha um irmão chamado Escobar.
        Escobar tinha 22 anos e era o oposto de Bentinho. A mãe deles, chamada Dona Glória, era
aquela que amava e amparava profundamente seus filhos, vivendo por eles.
        O sonho de dona Glória era que Bentinho entrasse para o seminário, mas Bentinho nunca gostou
dessa ideia, primeiro, porque ele não tinha vocação para isso, segunda porque ele amava Capitu.
        Capitu tinha 18 anos, morava ao lado da casa de Bentinho, ela era uma menina de personalidade
forte e envolvente, olhos de cigana oblíqua e dissimulada. Ela namorava Escobar, irmão de Bentinho,
os dois eram um casal feliz, porém Capitu ficava se insinuando para Bentinho e acabava deixando o
garoto inocente, apaixonado.
        Bentinho não suportava ver Escobar e Capitu juntos, o sonho dele era estar no lugar de seu
irmão, mas guardava esse sentimento para si mesmo.
        Certo dia, Escobar teve que fazer uma viagem para casa de seu tio Cosme, pois ele estava
muito doente. Escobar era muito apegado a esse tio. Ele prometeu a Capitu que voltaria assim que
seu tio ficasse bom, e iria mandar recado pelo Bentinho. Capitu entendeu, e disse que iria esperá-lo.
Entre as entregas de recados que Bentinho falava para Capitu, ela sempre dava um jeito de provocá-lo.
Bentinho fingia não entender o que acontecia e dava um jeito de sair dali, mas no fundo ele gostava.
        Depois de duas semanas, Escobar ligou para Bentinho avisando que seu tio Cosme havia piorado
e que ele iria demorar mais um pouco para voltar. Pediu que Bentinho desse o recado a Capitu e dona
Glória. Em seguida, Bentinho correu para a casa de Capitu para dar o recado de seu irmão. Ele deu três
toques na porta, pouco tempo depois, Capitu abriu. Bentinho ficou surpreso ao ver que Capitu estava
só de toalha, mas ele gostou do que estava vendo. Capitu o convidou para entrar, e disse que estava
sozinha.
        Bentinho recusou o convite, logo em seguida deu o recado e disse que tinha que ir porque
estava com pressa. Capitu não deu ouvidos ao recado, puxou Bentinho pela gola de sua camisa e o
beijou. Logo após o beijo, Bentinho saiu correndo e não sabia o que fazer. Capitu, da porta, começou
a dar risada e entrou.
        Bentinho chegou em casa e foi direto para seu quarto; ele havia gostado do que acontecera, mas
se sentiu culpado.
        Os dias foram se passando, Bentinho e Capitu sempre se encontrando, e acabaram mantendo
uma relação escondidos.
        Um mês se passou, dona Glória recebeu uma ligação de seu filho Escobar dizendo que iria
chegar à noite, e pediu que Bentinho chamasse Capitu para o jantar. Dona Glória concordou. Após a
ligação, a mãe de Bentinho lhe deu o recado e avisou que iria sair para comprar as coisas para o jantar.
        Bentinho viu que sua mãe saiu e foi correndo dar o recado a Capitu, mas pediu que ela fosse um
pouco mais cedo, para eles aproveitarem o pouco tempo que lhes restava.
        Algumas horas se passaram e dona Glória não havia chegado, Capitu foi à casa de Bentinho,
como combinado. Ao chegar, ela foi para o quarto de Bentinho e Escobar, pouco tempo depois dona
Glória chega e vai direto para a cozinha preparar o jantar. Enquanto isso, Bentinho e Capitu estavam
aos beijos no quarto.
        Escobar chegou e foi direto para seu quarto. Da porta ele vê a cena de Bentinho e Capitu.
Ele ficou indignado e com muito ódio dos dois. Sem nem pensar duas vezes, ele pegou Capitu pelos
cabelos e colocou-a para fora de sua casa e disse que nunca mais queria vê-la. Ela tentou se explicar e
pedir desculpas, mas foi em vão.
        Dona Glória se assustou com os gritos e foi ver o que se passava. Ao ver o que estava acontecendo,
ela tentou acalmar Escobar para que ele não fizesse nenhuma besteira com Bentinho.
        Depois de algumas horas, Escobar ficou mais calmo, mas ainda preferia não ver Bentinho em
sua frente.
                                                   12
Bentinho ficou em seu quarto com um enorme sentimento de culpa, e não parava de chorar,
então ele decidiu fazer uma besteira. Sem que ninguém o visse, ele foi até a cozinha e pegou uma faca
e acabou se suicidando. Dona Glória foi até a cozinha e, ao ver o corpo de Bentinho no chão, ela se
desesperou e começou a chamar por Escobar, aos prantos. Escobar chegou na cozinha e deitou sobre o
corpo de seu irmão e começou a chorar e a pedir desculpas. Ele acabou se sentindo culpado pelo que
tinha acontecido com seu irmão.
        Um ano se passou, dona Glória e Escobar passaram a cuidar do filho de Capitu e Bentinho,
pois Capitu havia descoberto que estava grávida de Bentinho, mas no parto ela não agüentou e veio a
falecer.
        Escobar deu para o menino o nome de seu irmão: Bento Santiago. Durante esse um ano que
passou, Escobar conheceu Sancha e eles começaram a namorar. Sancha aceitou o “filho” de Escobar.
        Dona Glória gostava muito de Bento e matava as saudades que sentia de seu filho, o Bentinho.
.

                                                Rosangela Ana nº 32, Thalita A. nº 37 – 1º D – 2009




                                                 13
CAINDO AS MÁSCARAS
                               Uma nova versão de “Dom Casmurro”

        Capitu e Escobar estavam em uma amizade muito íntima e isso começou a provocar ciúme e a
preocupar Bentinho, que estava desconfiado de que estaria sendo traído. Sem reação, Bentinho sai de
casa sem dizer nada e contrata um matador profissional para eliminar Escobar, para honrar seu nome.
        Voltando para casa, Escobar encontra o matador que faz o serviço conforme o mandado.
        Amanhecendo o dia, chega a notícia de que Escobar havia morrido, o que deixou Capitu muito
abalada. O enterro seria na tarde daquele mesmo dia. Capitu entra em estado de desespero e passa a
manhã inteira entre lágrimas.
        Após o enterro de Escobar, Capitu decide contar a Bentinho que está grávida e isso o deixa com
uma dúvida cruel, sem saber se o filho é seu ou de Escobar.
        Passaram os nove meses de sua gestação e Capitu ainda não se conformava com a morte do
amado Escobar. Após o nascimento da criança, Bentinho não conseguia acolher Ezequiel como seu
filho, sem conseguir dar carinho e afeto ao menino. Bentinho sempre jogava na cara de Ezequiel que
ele não era seu filho e Capitu ficava com muita raiva do marido, isso causava muitas brigas entre eles.
        Em uma dessas brigas, Ezequiel fugiu de casa e Capitu ficou desesperada atrás do menino.
Bentinho não se preocupou, nem sequer um pouquinho com o desaparecimento do menino. Capitu saiu
pelas ruas atrás de Ezequiel e o encontrou jogado na rua, pois tinha sido atropelado por um carro.
        As pessoas que estavam na rua, tentaram ajudá-lo, mas já era tarde demais, Ezequiel estava
morto.
        Capitu ficou dias e dias de cama por não se conformar com a morte de seu filho e colocava a
culpa em Bentinho. Após alguns anos, depois de ser tão humilhada por Bentinho, Capitu toma uma
decisão: mataria Bentinho. Depois de anos de agonia, ela finalmente ficaria livre dele. Armara tudo
sozinha, afinal ninguém poderia saber que ela seria a culpada pela morte de Bentinho.
        Numa noite, Capitu resolveu se fazer de arrependida e dando uma de mulher apaixonada, Capitu
se entrega a Bentinho pela última vez. Este pega num sono profundo. Capitu aproveita para dar uma
facada no peito de Bentinho, matando-o de uma só vez.
        Capitu arruma suas malas e foge para outro país, para onde ninguém nunca mais soubesse
notícias dela

                                   Fabiane Ferreira nº 06 e Jéssica Alves Cardoso nº 12 – 1º E / 2009




                                                  14
CAPITU

        Capitolina e Bento eram de famílias “bem de vida”, porém, havia uma rivalidade entre elas, por
conta de um conflito vindo de gerações.
        Os dois eram amigos, mas não podiam se ver, a não ser escondidos. Quando jovem, Bento
namorava Sancha, uma velha amiga de Capitu, porém teve que terminar com ela, pois, quando criança,
sua mãe havia adoecido, Bento fez uma promessa de que seria padre se sua mãe melhorasse. Bento
terminou com Sancha e despediu-se de Capitu, escondido, e foi para o seminário.
        Lá conheceu Escobar, viraram grandes amigos, estudaram durante dois anos, mas desistiram de
ser padres e voltaram para casa.
        Bento e Capitu começaram a ser gostar, mas não podiam namorar por causa do conflito de suas
famílias. Capitu tomou coragem e resolveu contar à mãe, que de princípio se espantou, mas depois
apoiou. Já Bento não contou a ninguém e Capitu não entendia como ele sabia mentir tão bem. Escobar
e Sancha também estavam namorando.
        Depois de um certo tempo, casaram-se: Bento e Capitu, Sancha e Escobar.
        Desde quando se casou, Capitu sempre quis ter um filho, mas seu marido, não.
        Um certo dia, Sancha veio visitá-los, visto que nunca mais haviam se visitado, trazendo-lhes
a novidade: já tinham um filho: Ezequiel. Capitu ficou fascinada com a criança. Bento até parecia já
conhecê-lo e Capitu achou-o muito parecido com Bento. Então resolveu conversar com Escobar sobre
isso. Ele também concordou.
        Capitu e Escobar começaram a investigar e achavam que, como eles tiveram um caso quando
eram jovens, nada mais natural que o mantivessem às escondidas. Escobar encontrou uma carta enviada
para Sancha, e Capitu encontrou uma também enviada para Bento, ambas sem nome do remetente.
        Quando começaram a lê-las, reconheceram a forma de escrever e descobriram que Bento e
Sancha enviaram as cartas um para o outro.
        Escobar e Capitu foram, então, falar com os dois. Estes não omitiram nada. Assim Bento ficou
com Sancha. Capitu ficou arrasada com a situação. Escobar foi consolá-la, embora também precisasse
de consolo. Descobriram assim, que tinham muita coisa em comum. Passado algum tempo, casaram-se
e tiveram o tão esperado filho a quem deram o nome de Manuel.

                          Luiza Soares nº 25 e (participação especial de Maiara Assis) – 1º C – 2009




                                                 15
CHÁ DE SUMIÇO

        Uma moça entra no restaurante para comer e o garçom a atende. Pediu o prato e um vinho. O
garçom trouxe.
        A moça estava assustada e apavorada com não sei o quê. Um rapaz estava observando o jeito
dela e como ela agia.
        Tinha um jeito meio atrapalhado, ela comia muito rápido e depois, devagar até demais. Colocava
o guardanapo na boca, no rosto e até na testa.
        Então entraram dois homens vestidos de branco, no restaurante. De repente, a moça sumiu.
Parecia que tinha tomado um chá de sumiço. O rapaz, abismado com tudo aquilo, foi perguntar o que
tinha acontecido. Quando dirigiu-se ao homem de branco, este perguntou ao rapaz:
        _ Você viu uma moça aqui?
        _ Vi. Ela sumiu do nada.
        _ Ela fugiu do hospício.
        Bem que o rapaz percebeu o jeito meio doido dela. Logo depois, o rapaz sai do restaurante
e encontra a moça que tinha saído do hospício no parque e percebeu que ela estava perturbada. Foi
conversar com ela; queria saber o que havia acontecido. Ela fala:
        _ Eu não sou doida! Eles me confundiram com outra pessoa, me assustei e fugi.
        O rapaz entendeu o lado dela, viu que ela não era doida. E assim, os dois começaram a conversar.
        Ele ajudou-a a fugir, levou-a para sua terra natal. Construíram uma casa e se casaram, tiveram
um filho e viveram felizes para sempre.

                                   Bruno de Almeida Callado nº 03, Osmar Junior nº 27 – 1º D / 2009




                                                  16
CURIOSIDADE NÃO TEM LIMITE

        Durante o feriado, na volta da casa de minha mãe, parei para almoçar em um restaurante.
Quando estava sentado, esperando pela minha comida, observei um homem sentado a poucas mesas
à minha frente, já que era feriado, o restaurante não estava muito cheio e não estava difícil observar e
ouvir as outras pessoas.
        Quando chegou minha comida, o perdi de vista enquanto comia, e tive uma distração com a
beleza de uma mulher, mas logo voltei ao meu foco. Ele era um homem de presença, passava uma
imagem muito concreta, que se mostrava educado, muito bem arrumado, podemos concluir que ele era
um homem de negócios.
        Enquanto eu comia, o garçom se aproximou dele e se mostrou com certa intimidade e perguntou:
        _ O que vai ser hoje, chefe?
        _ Por enquanto nada, mas logo eu te chamo.
        O garçom saiu de sua mesa e mostrou um rosto enigmático. E eu, como era um observador,
comecei a juntar os pontos, logo percebi que ele já freqüentava aquele local. Estava algum tempo
sentado e nada pediu, agia como se esperasse alguém. Interessei-me pelo que aconteceria e resolvi
ficar por mais um tempo no restaurante.
        Foi então que ele recebeu uma ligação e atendeu cheio de graciosidade.
        _ Oi, amor, houve um imprevisto e irei demorar um pouco. Avise para nosso filho que outro dia
o levamos ao parque.
        Ouvi a voz grossa do homem que eu observava. A pessoa do outro lado da linha disse algo, ele
somente sorriu e desligou.
        Estava sendo desvendado cada vez mais o meu ‘enigma’, vamos repaginar: Ele estava esperando
por alguém quando recebeu uma ligação desmarcando um encontro. Que provavelmente seria sua
esposa, já que ele disse que depois sairiam com o filho.
        Logo após, ele recebeu uma ligação. Minha comida já estava fria e quase acabando, não deixei
de querer descobrir aquele desfecho, fui capaz de pedir mais comida para continuar a observar, inventei
uma desculpa qualquer para sentar mais próximo de sua mesa. Sentei bem na hora em que ele atendeu
o celular.
        _ Oi linda, cadê você? Você tá atrasada, viu? Tá, no lugar de sempre, vai antes que sua irmã me
ligue de novo.
        Opa! O que estava acontecendo? E sem querer, fiz uma expressão de surpresa, quase me
engasguei com a água! Espera aí! Para tudo! Ele tinha uma amante? Era a irmã de sua esposa? Como
pode um homem com um filho e família ter esse tipo de atitude? Fiquei pasmo. O garçom veio em
minha direção para falar comigo.
        _ Ei, amigo, calma! – fiquei calado alguns instantes e ele tornou a falar. – Já me acostumei com
isso.
        _ Isso o quê?
        _ Esse senhor, na mesa à frente.
        _ Sério?!
        _ É sempre assim, de tempos em tempos, mas, o que ele não sabe é que sua mulher também
freqüenta aqui.
        _ Então ela também tem um amante, que é irmão dele?!
        _ Não, não! Ela é amiga da dona, ainda vai ter o dia que ela vai descobrir.
        _ Nossa, estou realmente pasmo.
        O garçom riu e disse:
        _ Agora vou atender outra mesa, até...
        Eu estava sem reação, quase não conseguia pegar no garfo, resolvi pedir uma sobremesa, já
estava quase explodindo de tanto comer, mas é como dizem “curiosidade mata” e eu estava quase
morrendo de tanto comer.
        Esperando minha sobremesa chegar adivinha quem chega? Ela mesma, a “outra”. Era uma
mulher muito sensual, olhar marcante, passos firmes, marcados por seu salto, cabelos ondulados, alta e
com um sorriso que até eu me apaixonei. Concluí que era a mulher ao nível dele, pensei também como
seria sua esposa (feia ao ponto de ele querer outra? Ou tão linda que enjoou? Ou era um cafajeste?).
                                                  17
Ela sentou-se muito sensual e sua face derramava, transbordava alegria. Foi então que iniciaram:
        _ Oi, paixão, que saudades! _ a mulher disse.
        _ Também estou! Muitas! Pensei que não viria...
        _ Você acha? Só houve alguns imprevistos, mas logo cheguei!
        _ Hoje sua irmã já me ligou quatro vezes, quase tivemos que desmarcar nosso encontro.
        _ Tinha que ser ela, é, eu sei que a saudade falou mais alto!
        _ Sim. Vamos pedir?
        _ Sim, vamos.
        Chamaram o garçom e fizeram seus pedidos, pude perceber uma coisa, ele não gostava de
verdade, ela deveria ser alguma distração, não pude esconder novamente meu rosto de surpresa, e o
garçom voltou até minha mesa.
        _ Oi, está menos surpreso?
        _ É, estou tentando.
        _ Linda, não? Igual à irmã.
        _ Sério?!
        _ Sim, ele faz o mesmo jogo com as duas. Ele tem duas e eu não pego nem gripe.
        _ Você é engraçado! _ eu disse entre risos.
        _ Depois eu volto, vou levar alguns pedidos, até...
        Gente, estou realmente impressionado, depois falam que o pobre é o sem vergonha, ele é um
rico cafajeste! Pude concluir que ele era o pior cafajeste, porque ele tinha um filho. Onde será que
estava a consciência dele? Em uma colônia de férias! Pois é o que parecia.
        Minha sobremesa chegou, quase não consegui comer, pois estava saturado de tanto comer, já
estava lá há um tempinho e continuei a observar. Enquanto eles esperavam a comida, ela deu-lhe um
beijo forte e marcante, meus olhos quase saltando ao ver aquela carícia tão ousada, quase pude sentir
a cereja que estava em minha boca ganhar uma passagem de volta para a cozinha. O garçom esperou
alguns instantes para poder entregar a comida.
        Aquela paixão parecia bem como um casal de amantes mesmo! Falando assim, parece que eu
tive experiência, não é? Mas não houve, foram casos de amigos.
        Ela pediu uma comida leve, para manter aquele corpinho de dezoito aninhos, já ele, uma comida
que o sustentasse. E foi aí que eu vi uma cena que quase me fez cair da cadeira. Eles trocavam carícias
bem quentes, que me deixaram um pouco sem graça, mas não conseguia desgrudar os olhos daquela
cena.
        E bem, se você acha que ele não percebeu, não, ele não percebeu. Porque eu sei esconder e
disfarçar muito bem, e com aquela mulher ao lado, sua atenção se voltava para ela, somente.
        De repente, ele se levantou e saiu. Devia ter ido ao banheiro. Chegando lá, tirou o celular do
bolso e iniciou uma ligação, não me segurei, tinha que ir até o banheiro, entrando em uma das cabines
ao lado da sua para ouvir a conversa.
        _ Vi que você ligou. O que aconteceu?
        _ ...
        _ Vai aonde?
        _ ...
        Dois homens entraram conversando e não pude mais ouvir, voltei para minha mesa antes que
ele me visse. Confesso que aquela história estava muito boa. Sabe por quê? Porque sua mulher estava
para ir até o restaurante! Lembram que ela era amiga da dona deste restaurante? É hoje, agora que eu
não saio daqui!
        Estava tão ansioso que me deu uma disenteria.
        _ Amigo!
        _ Quer mais alguma coisa, senhor?
        _ Sim, mas não é comida.
        _ O que é então?
        _ Tenho uma notícia para lhe dar. _ disse eufórico.
        _ É sobre o senhor à sua frente?
        _ Sim.
        _ Então fale... _ percebi que o ‘informante’ estava curioso.
                                                  18
_ Ouvi uma ligação dele com sua esposa...
        E eu lhe contei o que eu ouvi, ele ficou tão surpreso que engasgou com sua própria saliva. Que
coisa do destino, ele também tinha algo a me dizer, a chefe mandou separar a mesa para ela, sua amiga
e o filho e as amigas, aquilo só confirmou o que eu achava.
        Tempos depois a mulher do homem chegava. E realmente elas eram bem parecidas, diferenças
eram poucas, a estatura e alguns traços do rosto.
        A mesa de seu marido era próxima à porta de entrada, ela chegou com seu filho e mais duas
amigas. Todas demonstrando um nível alto de vida. O restaurante era de porte fino, logo quando ela
entrou, seu filho apontou e falou:
        _ Mãe, olha o papai!
        Ela achou que era apenas um homem parecido, mas, atenciosa, ela falou:
        _ Cadê, filho?
        A criança, feliz, pela atenção que a mãe lhe deu, falou para ela:
        _ Ali, mãe, na mesa da parede!
        Com o olhar meio perdido, procurava pelo que seu filho dissera, e de repente, ela acha.
        _ O quê! Não é possível! Ele falou que estava enrolado com negócios...
        _ Que legal, mãe! Vamos falar com o papai.
        _ Vamos agora! _ ela respondeu, frustrada.
        Eu estava de olho, só observando, e o garçom não parava de rir. Foi então que ela percebeu
que havia uma mulher junto de seu marido. A raiva só aumentou. E o pior aconteceu quando ela se
aproximou e viu seu marido beijar a mulher ao seu lado. A raiva a consumiu e ela resolveu tirar aquela
história a limpo. Ela poderia estar chorando, mas estava com raiva demais daquele cafajeste. O garoto
soltou a mão da mãe com euforia e foi correndo até seu pai, abraçou seu braço, gritando:
        _ Papai, papai!
        O homem se afastou assustado, da amante, que antes beijava, se assustou ainda mais
quando viu seu filho, sorrindo com os olhos cheios de alegria, já procurando saber onde estava sua
esposa. Encontrando-a com a pior cara. Ela foi até ele, agarrando a mão de seu filho, demonstrando
constrangimento.
        _ Você é um ridículo, idiota, disse que tinha negócios e fica se encontrando com outras! Você é
um dissimulado, não consigo acreditar que você chegou nesse nível!
        A mulher dizia em voz controlada, mas fazendo-a soar como se estivesse cuspindo as palavras.
Ele tentou argumentar, mas, a mulher partiu para a agressão, com uma de suas mãos virou a face
bruscamente do homem para o lado contrário marcando-a com um tom avermelhado e seus dedos
marcados na face. Aquele tapa doeu tanto em mim que eu pedi ao garçom para buscar gelo ou algo que
fizesse melhorar o vermelho do rosto do cara.
        _ Não se atreva a pisar em casa. Inclusive, mande alguém ir buscar suas coisas!
        E quando ela se virou para ir embora e viu a desgraça, descobriu quem era. Sua irmã. E, não sei
se ela conhecia a irmã que tinha, porque não esboçou qualquer reação, quando viu que a amante do seu
marido era a irmã. Ela aproximou-se e disse algo no ouvido dela.
        _ Não sabia que inveja matava, sabe? Não adianta, sendo desse nível, não vai conseguir ser
melhor que eu. Nunca. E sabe, você sempre foi uma decepção para mim. Você sempre tentou ser
superior, mas nunca conseguiu esconder o quão baixa você é.
        Dito isso, ela se afastou com seu filho, indo de encontro às amigas. Sua irmã olhava-a com ódio,
raiva, mas parecia haver algo a mais que eu não sabia dizer o que era.
        Percebi que algum tempo já passara, e que devia ir embora, afinal o tempo que esperei valeu
a pena, pois rendeu muitas emoções. Chamei o garçom simpático, pedindo a conta para logo depois
pagar e deixar uma boa gorjeta para o rapaz que havia me transformado num fofoqueiro portátil. Sorri
satisfeito, foi um ótimo almoço, confesso que ganhei diploma de senhor fofoqueiro, garanto que ainda
teremos muitas aventuras.

                                                Bruna Yukari nº 05, Pablo Wallace nº 29 – 1º A / 2009



                                                  19
DOM CASMURRO

        Nascido em 1842, numa fazenda em Itaguaí, Bento se muda para o Rio de Janeiro aos 2 anos
de idade, pois seu pai foi eleito deputado. Alguns anos depois, com o falecimento do pai, ele e a mãe
vendem a fazenda e os escravos e permanecem no Rio de Janeiro, vivendo de renda.
        Tudo corre bem até uma tarde de novembro de 1857, quando ele fica sabendo que a mãe continua
querendo fazer dele um padre. Era uma promessa que fizera a Deus, mas que parecia esquecida. Ela
reavivou essa ideia porque lhe disseram do namoro entre ele e Capitolina – a Capitu – que morava na
casa ao lado deles.
        Bentinho é enviado ao seminário, mas, antes, ele e Capitu juram se casar.
        No seminário, Bentinho conhece Ezequiel de Souza Escobar, que viria a ser seu melhor amigo.
Uma ideia do amigo o livra do destino de se tornar padre: a mãe de Bento deveria adotar alguém órfão
e custear seus estudos no seminário, pois assim daria um sacerdote a Deus.
        Resolvida a questão, Bento deixa o seminário e vai para São Paulo estudar Direito. Escobar,
comerciante bem sucedido, casa-se com Sancha, amiga de Capitu.
        Em 1865, Bento e Capitu também se casam. Os dois casais vivem felizes e progridem
financeiramente. Escobar e Sancha têm uma filha, à qual dão o nome de Capitolina. Bento e Capitu
também ganham um filho, chamado Ezequiel. As famílias se dão muito bem e cultivam uma grande
amizade.
        No entanto, com o passar do tempo, Bentinho passa a sentir Capitu cada vez mais dissimulada.
Às vezes, parecendo vaidosa e frívola, outras vezes, não prestava atenção ao marido. Para completar,
parece manter projetos secretos, compartilhados apenas com Escobar. Assim, nasce um ciúme que
corrói a mente de Bento.
        Em 1871, acontece a tragédia: Escobar morre afogado. No enterro, Bento percebe que Capitu
olhava fixamente para o defunto, com uma forte expressão, e fica abalado com essa situação.
        Com essas desconfianças, Bento resolve ir para o exterior sem avisar nada a ninguém. Depois
de um tempo, descobre que sua mãe havia sido morta. Sendo assim, resolve voltar para o Rio de
Janeiro à procura de quem a matou.
        Chegando lá, percebeu que cada vez mais Ezequiel parece com seu falecido amigo Escobar.
        Numa discussão, Capitu deixa escapar que não gostava da mãe de Bento e que era para ela ter
falecido há muito tempo.
        Após essa discussão, Bento descobre que Capitu havia matado sua mãe, mas não sabia o motivo
do crime.
        Sendo pressionada por Bento, Capitu resolve admitir que matou a mãe de Bento e que ele fora
traído, pois seu filho não era dele e sim de Escobar.
        Enfim, Capitu acaba sendo presa. Bento adota Ezequiel e volta para o exterior. Lá ele conhece
uma moça e se casa novamente.

                                                                        Monyque nº 26 – 1º A / 2009




                                                 20
DOM CASMURRO

        Bento – Bentinho – nascido em 1842, vai para o Rio de Janeiro aos dois anos de idade, pois seu
pai fora eleito deputado. Alguns anos depois, com o falecimento do pai, ele e a mãe vendem a fazenda
e os escravos e ficam vivendo no Rio, de rendas.
        Tudo parecia bem quando Bento fica sabendo que sua mãe ainda quer fazer dele padre, pois
descobriu o namoro do filho com Capitolina Pádua – Capitu – que morava na casa ao lado da deles.
        Bento é enviado ao seminário, onde conhece Ezequiel de Souza Escobar – Escobar – que viria
a ser seu melhor amigo e que deu uma ideia para livrar Bento do seminário.
        Algum tempo depois, Bento casa-se com Capitu, e Escobar com Sancha (amiga de Capitu),
ambas as famílias têm filhos.
        Com o passar do tempo, Bento começa a desconfiar que Capitu esteja traindo-o com seu melhor
amigo, Escobar.
        Cada vez mais, Bento vê semelhanças entre seu filho, Ezequiel, e Escobar e pensa que seu filho
é, na verdade, de Escobar.
        Enciumado, vai até a casa de Escobar tirar satisfações. Ele e Escobar começam a discutir. Este
fala a Bento que estava fora de si, que jamais teria coragem de fazer isso com seu melhor amigo.
        Bento sente-se ofendido por Escobar e começam a brigar. Bento vai à cozinha, pega uma faca
e golpeia o amigo que cai ao chão.
        Quando Bento percebeu o que havia feito, ajoelhou-se e começou a gritar o nome do amigo.
Uma pessoa que passava pela rua ouviu os gritos e chamou a polícia. Era tarde. Escobar estava morto.
        Bento é preso e condenado. Capitu e Ezequiel, que agora era muito parecido com Bento, foram
visitá-lo e, em uma conversa, Capitu jura nunca tê-lo traído e que vai embora.
        Nessa época, Bento fica muito depressivo, mesmo após ser solto, pois não tinha nenhum amigo
nem parente. Passa, então, a escrever um livro de memórias.

                                                   Cezar Augusto n° 10 / Samira n° 32 – 1° A - 2009




                                                 21
DOM CASMURRO

        “Eu fui convidada pelo Bentinho para ir jantar na Juice, a melhor lanchonete, em nossa opinião.
Nós nos conhecemos há 10 anos. E sempre fui apaixonada por ele, mas como sempre fui tímida e só
agora fui descobrir o que realmente sinto por ele, nunca mais disse nada”.
“Cara, de hoje não passa! Hoje eu falo para a Capitu que eu a amo. Dez anos, dez anos sentindo uma
coisa inexplicável por ela e há dez anos escondendo isso, hoje no Juice eu falo”.
Bentinho e Capitu se conheciam desde crianças e sempre se amaram.
Bentinho foi buscar Capitu às 19 horas para ir ao Juice. Chegando lá, ela pediu um Milk Shake de
morango e ele, um de chocolate e alguns biscoitos, também de chocolate.
_ Preciso contar algo que poderá deixar você triste e talvez com raiva!
_ Então diga, estou curiosa, seu olhar está muito misterioso.
_ A notícia não é boa! Minha mãe disse que não a estou orgulhando com as minhas notas; meus pais
estão se separando e acharam melhor eu ir estudar na França por uns tempos.
Por instantes, Capitu ficou sem reação. Pouco a pouco seus olhos foram se enchendo de lágrimas, e as
lágrimas foram escorrendo pelo seu delicado rosto.
Mas Bentinho continuou:
_ Mas antes eu preciso lhe dizer o que está guardado no meu coração há muito tempo!
_ Diga, por favor!
_ Não sei se vou conseguir dizer!
_ Mas que droga, Bentinho, diga logo!
_EU TE AMO, CAPITU!
Por um segundo, Capitu ficou paralisada, mas logo em seguida lhe disse baixinho, que talvez Bentinho
não a conseguiria ouvir:
_ Eu também te amo, Bentinho! Sempre te amei e sempre irei te amar.
Depois disso, eles ficaram calados até chegar à casa de Capitu. Antes de entrar, ela decidiu perguntar:
_Quando você vai embora?
_Amanhã! Amanhã ao meio-dia eu irei ao aeroporto!
_ Eu irei lá para me despedir!
_ O pai de Escobar irá leva-lo, pegue carona com eles!
_ Está bem!
No dia seguinte, ela estava esperando-o no aeroporto. Capitu estava com raiva de Bentinho. Tinha
dúvidas, confissões, queria dizer tudo que estava guardado dentro de seu peito. Porém decidiu ficar
quieta.
Nesse momento, Bentinho apareceu para se despedir e a única coisa que disse a ela foi:
_ Adeus e desculpa.
_ Capitu chorava de raiva, chorava sem parar, Escobar foi consolá-la como um bom amigo! O que
ninguém sabia é que Escobar queria ser muito mais que amigo dela.
_ Cá, não fique triste, é uma coisa sem volta!
_ O que você quis dizer com isso?
_ Você sabe! Agora vamos, você tem que descansar!
Chegando à casa de Capitu, Escobar disse que eles teriam que conversar.
Captiu concordou e ambos foram para o quarto dela.
_Capitu, se ele te amasse, nunca iria embora.
_ Ele quem? _ disse Capitu com muita raiva.
_ Você sabe.
_ Se eu soubesse, nunca iria perguntar, seu estúpido!
                                                  22
A raiva em suas palavras passaram para seus olhos.
_ Se você veio aqui para jogar as coisas que eu já sei na minha cara, é melhor ir embora, eu prefiro
sofrer sozinha!
_ Só vim aqui para te ajudar! Você sabe que é inútil ficar esperando pelo Bentinho!
Aquilo, ou melhor, aquela palavra fez com que abrisse um buraco enorme no peito de Capitu. Um
buraco que a fez desabar. Capitu disse chorando e gritando:
_ Nunca mais fale nele, por favor! Você ainda não percebeu que só de ouvir o nome dele eu sofro ainda
mais?
Escobar ficou quieto por um tempo, olhou para Capitu e a beijou. Ela não fez nada para impedi-lo,
estava paralisada, estava em “choque” com tudo que tinha acontecido. Logo depois, Escobar lhe disse
que a ajudaria esquecer Bentinho.
“Cinco anos se passaram, cinco anos sem eu ter nenhuma notícia de Bentinho e cinco anos sem ele
saber da minha relação com Escobar! Bentinho precisa voltar, preciso vê-lo, lhe contar a verdade! Se
eu não conseguir falar com ele, eu terei que casar com Escobar”.
“Há cinco anos eu a deixei no Brasil! Há cinco anos eu sofro por isso e sofro mais por saber que o meu
melhor amigo roubou minha amada de mim, sem eu poder ao menos fazer ou dizer nada!”
Bentinho tinha ficado tão deprimido por saber que Capitu e Escobar iam noivar, que decidiu uma coisa
que mudaria a vida de todos no mesmo segundo! Bentinho decidiu ir ao lugar que ele escolheu para
pedir Capitu em casamento, a ponte do amor. Lá Bentinho viveu seus últimos momentos de vida. Foi
lá, naquela ponte que, no dia 05 de outubro de 2008, Bentinho faleceu, uns dizem que ele se jogou da
ponte, outros, que ele atirou em si mesmo. Uma coisa que ninguém saberá, pois o corpo dele nunca foi
achado e a única coisa que ele deixou foi uma carta dizendo que amava Capitu como nunca ninguém
amará outra pessoa no mundo. Bentinho morreu sem saber a verdade, sem saber que Capitu o amou,
mesmo estando com outro.

                                         Mariana Gramarim nº 23, Renata Riccio nº 29 – 1º E / 2009




                                                 23
EM BUSCA DA FELICIDADE

        Nem tudo na vida é perfeito e Gregório sabe bem o porquê.
        Gregório é um homem rico, sempre teve tudo o que queria. Em sua vida faltava apenas uma
coisa: a união de sua família. Chegado seu aniversário de 89 anos, ganhou uma festa surpresa organizada
por sua filha Zilda. Ao chegar em sua casa, lugar em que ocorria a festa, percebeu a falsidade no olhar
de seus parentes.
        Entrou cabisbaixo, meio desanimado, seus parentes que estavam muito ocupados, deliciando-se
com os quitutes que Zilda havia preparado, não notaram a reação que teve o aniversariante.
        Chegada a hora do discurso, desabafou dizendo:
        _ Sempre tive o que quis em minha vida, vivia rodeado por mulheres, que na verdade pensavam
somente em meu dinheiro, nunca soube se realmente fui amado. Agora pergunto a vocês: será que minha
família me ama? Ou melhor, será que vocês realmente me amam? Ou só me vêem como uma fonte de
renda? Muitas vezes fico angustiado, tentando achar respostas para essa pergunta, e me desaponto a
olhar no fundo dos olhos de cada um, e deparar com uma grande falsidade.
        Depois do discurso que acabara de fazer, Gregório retira-se da festa e começa a andar pelas
ruas, atordoado, quando se depara com um restaurante e resolve entrar.
        Sentou-se à mesa ao lado da janela e logo em seguida começou a analisar as famílias que ali
estavam. Tentou se lembrar dos bons momentos que havia tido com sua família, mas em momento
algum conseguiu e, ficando cada vez mais atordoado, saiu do restaurante.
        Sem saber qual seria seu rumo, Gregório atravessou a rua sem olhar para os lados e acabou
sendo atropelado por um carro que vinha em alta velocidade.
        Foi resgatado e levado às pressas para o hospital, mas, infelizmente, não resistiu e acabou
falecendo.
        Só nesse momento sua família se uniu verdadeiramente e todos perceberam o quanto perderam
por causa de suas brigas inúteis, por causa de seu egoísmo.
        Gregório não estava mais ali, não viu seu sonho se realizar, foi preciso sacrificar sua própria
vida para que sua família percebesse o quanto é importante cuidarmos de quem nos ama de verdade e
deixar o nosso egoísmo de lado, pois em alguma hora poderemos nos arrepender. Aí, talvez, será tarde
demais.

                                                         Claudia nº 13 e Crislaine nº 14 – 1º B – 2009




                                                  24
FAMÍLIAS EM OPOSIÇÃO

        Dom Casmurro e sua família chegaram ao Rio de Janeiro onde definitivamente querem ficar e
viver tranquilamente.
        Morando em um bairro muito familiar, conheceram Dona Anita e sua filha que eram suas
vizinhas. Logo que se conheceram, Zilda, a filha, os convida para o aniversário de sua mãe que
completaria 89 anos.
        Dom Casmurro não viu motivos para recusar, pois assim teria chance de conhecer a vizinhança.
        Chegando à festa, logo vão se apresentando aos convidados da família e aos vizinhos da região.
Dom Casmurro se envolveu com José e Manuel que são filhos de dona Anita e sócios, enquanto isso
Capitu conhece Escobar e Sancha, um casal que mora na casa da frente.
        Zilda, durante a festa, passa oferecendo alguns aperitivos para os convidados, até que Dom
Casmurro troca olhares de romance com Zilda, pois ela foi oferecer os aperitivos com a intenção de
se aproximar dele. Enquanto isso, Capitu tem uma leve atração por Escobar e uma troca de olhares é
iniciada no momento em que
Sancha se afasta para conversar com os outros convidados.
        A troca de olhares entre Zilda e Com Casmurro traz a aproximação para uma conversa, e
durante a conversa, uma decisão é tomada, ficarem juntos, mas, para não haver riscos, será um segredo
entre eles, longe dos outros convidados.
        No decorrer da festa, enquanto os convidados vão se entretendo entre eles, no canto da cabeceira
está dona Anita, isolada, como se não existisse, fica a pensar em relação à família, pelo desprezo
constante com ela, fica a pensar sobre como ela pudera colocar filhos fracos, infelizes, incapacitados
de viver plenamente. O arrependimento guardado dentro do seu peito, ocupava todo o amor que ela
poderia dar se não a desprezassem...
        Capitu e Escobar decidiram conversar sozinhos em um lugar afastado, até que nesse tal
lugar encontram Zilda e Dom Casmurro nos maiores agarros. Nesse instante, começa um grande
desentendimento. Capitu tem uma grande discussão com Dom Casmurro pela sua pilantragem está
doida para bater em Zilda.
        Mas Dom Casmurro pergunta então para Capitu o que estava fazendo com Escobar, querendo
desviar o assunto, não conseguindo dizer. Então Escobar confessa que Capitu estava a fim dele. Isso
gerou uma grande discussão.
        Dona Anita, inocente, não estava entendendo nada até então. Rodrigo estava brincando com
seus amiguinhos perto do locar da discussão. Ele vai até sua avó, dona Anita, e fala o que estava
havendo. Ela já estava triste e pensativa e agora, para piorar a situação, está magoada porque nem no
dia do seu aniversário ela está feliz e unida com seus familiares.
        Dona Anita, muito decepcionada com o que estava acontecendo, não quis saber de ajudar no
que estava acontecendo. Enquanto todos discutiam, Escobar viu que não passava de um mal entendido
sob uma atração entre eles, que não levaria a nada.
        Dom Casmurro concordando e assumindo que foi um erro, que foi apenas coisa de momento,
com isso assumiram seus erros e que seria inconveniente levar a história para a frente, então o mal
entendido estava acabado por aí, só que a situação na festa não estava agradável, principalmente para
a aniversariante.
        No final da noite, os convidados começaram a ir embora, assim a festa chega ao fim e vão
se cumprimentando com a intenção de se encontrar no próximo aniversário, para que o próximo
aniversário seja melhor do que este.

                     Bianca Velonisqui da Silva nº 5; Higor Rafael Santana nº 14 – 1º C - 2009-10-10


                                                  25
FELIZ ANIVERSÁRIO

        A família toda praticamente já estava lá. Aqueles que vieram de Olaria estavam inadequadamente
vestidos para o evento, pois haviam acabado de chegar de um longo passeio aos principais pontos
turísticos de São Paulo, e como era um local urbano, tinham ido da forma mais moderna que se podia
imaginar. A família inteira era muito tradicional, e não estava acostumada a conviver com estilos
opostos aos deles. A nora de Olaria apareceu com uma calça amarela e uma camiseta preta (algo
normal para quem estava acompanhando-a, mas não para os outros); seu marido foi, mas não estava
empolgado, pois após a festa eles iriam a uma festa a fantasia de alguns amigos e a filha mais nova
também estava fantasiada, fato sem sentido para a ocasião.
        Zilda, que morava com a aniversariante, era a filha mais nova, que organizou toda a festa,
apesar de, na verdade, querer se livrar da mãe, pois ela não tinha tempo para ela mesma, porque tinha
que cuidar da mãe, que era doente, tinha mal de alzheimer, mas reconhecia o desprezo de seus filhos. A
nora de Olaria, depois de cumprimentar com cara fechada os que estavam na comemoração, sentou-se
e ficou observando o comportamento dos que estavam se “enturmando”.
        Zilda começou a servir os aperitivos quando passou perto de onde a nora de Olaria estava
sentada e perguntou por que ela estava tão quieta. Ela, por sua vez, respondeu: “Vim para não deixar
de vir”, e sentiu-se ofendida. Os filhos dela, ao contrário da mãe, estavam inquietos, dançando e
brincando alegremente.
        Após um tempo, a nora de Ipanema chegou com dois netos, também levou a babá. Zilda não os
viu chegar, pois estava na cozinha ordenando a algumas empregadas para que “andassem” mais rápido
com o serviço. Enquanto isso, a aniversariante estava sentada, quieta, em frente à mesa, com aparência
de triste, ao contrário dos outros presentes que estavam por obrigação e não por consideração a ela.
        Zilda foi logo arrumar a mesa para acabar logo com a festa, pois não agüentava mais todo aquele
barulho, porém José e sua família chegaram. A sala estava cheia de gente de diferentes expressões.
        A aniversariante parecia cada vez mais agoniada, foi quando José disse em voz alta para que
todos prestassem atenção:
        _ Oitenta e nove anos! A senhora deveria estar mais alegre, não são todos que chegam a essa
idade! _ disse José com um sinal provocante.
        Todos ficaram atentos e olharam a aniversariante; algumas pessoas admiravam a atitude de
José, mas a própria aniversariante encarou aquilo como um insulto, mas não disse nada, a não ser
mostrar rancor com um rosto “frio” e, aparentemente, nervosa.
        Manoel percebeu a reação dela e, para tentar reverter a situação, disse com um ar espirituoso:
        _ Oitenta e nove anos! É um brotinho, está na flor da idade!
        Todos riram, mas a velha nem se manifestou.
        Quase nenhum dos convidados levou presente para a velha; os que levaram eram insignificantes,
nada que a deixasse feliz, nem surpresa.
        Diante daquele clima, Zilda resolveu arrumar a mesa para os “parabéns”. Quando tudo estava
pronto, José começou a cantar bem alto e em seguida os outros também cantaram, porém foi uma
bagunça, mas a aniversariante nem estava entusiasmada, sentada em frente ao bolo, parecia meditar,
nem sequer se moveu. Na hora de apagar a vela, o seu bisneto cumpriu este papel com um único sopro.
        A aniversariante pegou a faca e cortou o bolo parecendo uma assassina. Todos estavam prontos
para serem servidos, de pratinho na mão, em direção ao bolo. Então a aniversariante foi servindo-os
pouco a pouco, mas sem dizer nenhuma palavra. Ficaram todos quietos. Dona Anita - aniversariante
– nem experimentou o bolo.
        Todos, percebendo o mau humor da velha, foram se despedindo pouco a pouco, quando, de
repente, dona Anita falou:
                                                  26
_ Cadê Rodrigo? – todos ficaram surpresos, pois a velha não havia dito nada até o momento.
        Rodrigo era o seu neto de sete anos, o único que ela considerava realmente parte do seu coração.
Ele estava sentado, com a cabecinha extremamente confusa e um olhar sonolento.
        Na cabeça da aniversariante, ela ficava se perguntando: “Como podia ter dado à luz aqueles
seres opacos, frutos azedos e infelizes sem capacidade sequer para uma boa alegria. Apenas Rodrigo
está em meu coração, os outros não passam de carne de joelho”.
        Com um olhar rancoroso, virou para o lado e cuspiu no chão. Zilda ficou envergonhada pela
atitude da mãe, então chamou a atenção da velha.
        _ Me dá uma taça de vinho! – pediu a aniversariante.
        _ Vovozinha?! Não vai te fazer mal? – disse a sua neta.
        _ Vovozinha?! Que diabos vos carreguem, cornos e vagabundas! Me dá o vinho, agora!
        Todos ficaram quietos e impressionados e a velha recebeu seu copo de vinho. Estava calma,
como se nada tivesse acontecido.
        A festa estava terminando. Todos foram indo pouco a pouco.
        Estimulado pela festa ter dado certo, apesar dos conflitos, José gritou emocionado:
        _ No ano que vem nos veremos, mãe!
        _ Sim, mas não sou surda! – disse a velha.
        Foram todos para casa e Anita continuou sentada em frente à mesa, pensando no que teria para
o jantar e sobre o grande mistério: a morte.



                     Bianca Velonisqui da Silva nº 5; Higor Rafael Santana nº 14 – 1º C - 2009-10-10




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FELIZ ANIVERSÁRIO

        Era aniversário de d. Anita. Zilda, sua filha que a acolheu em sua casa, organizou uma festa e
pediu que os familiares comparecessem. Mal sabiam eles que um membro da família ia para um lugar
melhor nesse dia.
        Uma das primeiras a chegar foi a nora de Olaria, que veio representar o marido, com duas filhas
e um filho, que estavam muito bem arrumados para parecer que não precisavam do resto da família.
        Depois chegou a nora de Ipanema e sentou-se do outro lado da sala.
        A festa corria e chegaram José, filho de dona Anita, e Manoel, seu sócio.
        _ Parabéns, mamãe! – disse José.
        A velha não se manifestava.
        A festa continuava e começaram a cantar parabéns, depois que uma vizinha chegou com o bolo
que estava em sua casa. Todos cantavam. Uns, em inglês, outros, em português; os que cantavam em
inglês trocaram para português, enquanto os que cantavam em português trocaram para o inglês. A
velha não se manifestava, até que, finalmente, manifestou-se:
        _ Eu quero um copo de vinho!
        O filho da nora de Ipanema atendeu ao pedido colocando pouco no copo, como sua mãe
ordenava, gesticulando.
        A velha não o aceitou.
        Todos ficaram colados. O olhar naquele momento não era de raiva, que depois de olhar todos,
um a um, bateu no copo com pouco vinho, que caiu no chão, junto com ela, que se desequilibrara.
        Foi levada ao médico e depois de trinta minutos de espera:
        _ Desculpem-me, nós a perdemos. – diz o médico.
        _ Mas o que aconteceu?! – perguntou Zilda, preocupada.
        _ É meio duro dizer, senhora, mas ela, quando caiu, sofreu um traumatismo craniano e não
agüentou.
        Esse dia foi decisivo para as últimas manifestações em homenagem à mãe, pois ao ouvirem a
notícia, Zilda e José ficaram duros, travados e nada falaram. Apenas uma lágrima deslizou dos olhos
dos filhos.

                                                          Íris dos Santos Santana n° 39 – 1° A - 2009




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FELIZ ANIVERSÁRIO

        Hoje era um dia muito especial para dona Cláudia, ela fazia oitenta e nove anos. A família foi
pouco a pouco chegando para a grande surpresa.
        Dona Cláudia não sabia que a família faria uma festa. O sonho dela era ter uma festa, porque,
quando pequena, os seus pais não tinham condição para fazê-la. Os filhos dela eram bons, uma coisa
verdadeira. O único homem entre as seis irmãs era Paulo.
        Raquel, a filha mais nova, arrumara a mesa cedo, a filha mais velha, a Ericka, fizera o bolo
açucarado; a Gisele, a filha do meio, os brigadeiros. Para adiantar, Ericka enfeitara a mesa logo
depois do almoço. Gabriela, a nora da aniversariante, pegou todas as crianças e foi dar uma volta na
praia, para eles não desarrumarem a mesa.
        Cristiam, o neto de dois anos, era muito arteiro, ele chegou à casa de dona Cláudia já querendo
quebrar e mexer em tudo que tinha na frente dele. A família pegou todos os presentes e deu para a
aniversariante para ela abrir, ela estava com um lindo sorriso no rosto. Gabriela, o único bisneto
de quinze anos, pegou os sanduíches para por na mesa, dona Cláudia estava muito alegre com a
surpresa, porém, essa alegria só não era completa porque seu marido não estava lá. Ele não viera
porque estava brigado com seus irmãos.
        A família da aniversariante cantou parabéns para ela e já estava terminando a festa, as crianças
foram saindo alegres.
        - Adeus, até outro dia, precisamos nos ver de novo. – disse Gabriela, a nora que só aparecia
nos aniversários, Natal e Ano Novo.
        Foram todos embora. Dona Cláudia estava arrumando a cama dela para se deitar, pensativa:
“será que hoje não vai ter jantar?”
        Dona Cláudia falava para a família que a hora dela ia chegar, mas tinha medo de morrer e
chorava quando falavam isso para ela.
        - Ninguém é pra sempre... – disse o marido dela.
        Esse é o maior mistério para a dona Cláudia, a morte.


                                                                 Amanda Cristina nº 41 – 1º B / 2009




                                                  29
FELIZ ANIVERSÁRIO

        O dia especial está chegando.
        Era um dia normal, ninguém imaginava que era o dia esperado. Zilda faria uma festa surpresa
para sua mãe, que estava fazendo oitenta e nove anos.
        Zilda preparou um bom churrasco junto aos seus irmãos, era um dia especial o aniversário de
dona Anita. Zilda ligou para seus familiares e vizinhos. Mais tarde, na festa, todos já haviam chegado.
Seu filho Manoel, que adorava sua mãe, deu-lhe um presente, um perfume, o que ela mais gostava.
        José, sócio de Manoel, deu-lhe um conjunto de banho; Zilda continuava a fazer as coisas na
cozinha enquanto os outros entregavam os presentes. Quando menos esperavam, apareceram Olaria e
Ipanema.
        Dona Anita chorava de emoção por ver todos no seu dia mais importante, Zilda abraçava e
beijava sua mãe e dizia:
        _ Amo você demais, minha mãe.
        Seu neto Rodrigo, o mais queridinho da vó, sentado esperando sua vez para abraçar sua vó
querida.
        Enquanto sua nora mais nova estava a ver o churrasco na churrasqueira, e seu filho sentado com
sua mulher e os dois filhos, quando Rodrigo chegou e disse:
        _ Vou buscar um ponche. Quem vai querer?
        Passando o tempo, quando todos estavam em silêncio, José suspirou e disse:
        _ Oitenta e nove anos, quem diria? Nem parece, uma mulher magra, morena e bonita!
        Dorothy chegou e ajudou a servir o vinho junto com Rodrigo. Cordélia, sentada curiosamente
esperando que dona Anita abrisse seu presente, ninguém podia imaginar o que havia no pacote.
        Surpreendeu-se com um lindo vestido vermelho, cheio de brilho e bem longo.
        Enquanto as crianças brincavam, os mais velhos conversavam na sala. Olaria não parava de
olhar as crianças incontroláveis, gritando pelo quintal.
        Logo o dia foi acabando, não parecia aquele mesmo olhar de festa, todos estavam se despedindo,
fazendo planos para o próximo ano, José disse:
        _ Ano que vem faremos novamente um bolo para comemorar.
        Manoel completou:
        _ Com certeza!
        Dona Anita, então, disse:
        _ Pois é, ano que vem terá surpresas.
        Os filhos olharam rindo e dizendo:
        _ Por q        eu isso, mamãe?
        Ela suspirou e disse:
        _ Foi só um palpite.
        Todos foram embora. Começaram a separar as mesas e desligar os aparelhos.
        _ Até ano que vem! Repetiu seu filho Manoel. Enquanto isso, lá em cima da escada, Zilda e
dona Anita olhavam-se e sorriam.

                                            Aline Fernanda nº 02 e Mayara Moura nº 28 – 1º B / 2009




                                                  30
FELIZ ANIVERSÁRIO

        A família morava numa casa só. Zilda a única mulher entre seis irmãos, teve a idéia de fazer
uma festa surpresa para dona Anita, sua mãe.
        Teve uma conversa com todos da família para planejar a festa. Carmem, a nora que morava em
Olaria mas se mudou para ficar mais perto da família, levou dona
Anita ao SPA, como presente de aniversário.
        Assim então Zilda pôde sair e contratar o Buffet e alugar o salão. Rose, uma de suas noras,
estava na praia de Ipanema, estava tendo o show do Roberto Carlos, ligou para Zilda e perguntou se
podia levá-lo. Zilda riu e desligou o celular.
        Rose então foi e falou com o Rei.
        O marido de Carmem decidiu comprar uma passagem para o Caribe para a mãe, estava disposto
a fazer as pazes com os irmãos.
        Dona Anita estava muito feliz por estar descansando num SPA. Cordélia, a nora mais nova,
gostava de agito, então decidiu sozinha contratar um DJ.
        Encontraram-se todos no salão. Quando dona Anita chegou, linda com um vestido longo de
paetês preto, e cheia de jóias.
        Acenderam as luzes, ela teve a grande surpresa, o Roberto Carlos cantando para ela Feliz
Aniversário!
        Ela abraçou todos os netos, bisnetos, os seis filhos, noras, enfim, todos.
        O bolo era de três andares, era de marchantiale, o seu preferido. O primeiro pedaço foi para
Zilda, que ficou lisonjeada e ofereceu para todos que a haviam ajudado.
        José, apressando Jonga que queria fazer um discurso também. Todos iriam falar um pouquinho.
        Fizeram um lindo discurso que emocionou dona Anita.
        Todos dançaram, pularam, mas nada desviava o olhar de dona Anita do palco. Quando o Rei
disse “São Tantas Emoções” ela pulou no colo do músico da banda. Os presentes ficaram assustados
com a atitude dela, mas riram muito. Eles se conheceram melhor e se apaixonaram, foram morar na
Inglaterra.
        A partir desse ano, dona Anita passou a comemorar os aniversários dela no Brasil, ao lado
de sua família que havia ganhado mais uma integrante. Dona Anita adotou um bebê que se chamava
Shara. Assim a família seguiu feliz.

                                    Carolia Soares nº 11, Lizandra Albuquerque nº 24 – 1º B – 2009




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FELIZ ANIVERSÁRIO

        A família foi pouco a pouco chegando, pois era muito unida e se encontravam todos os
finais de semana.
        Os que vieram de Olaria para Copacabana estavam muito bem vestidos. A nora de
Copacabana apareceu de azul marinho junto com seu marido e seus três filhos.
        Depois, veio a nora de Ipanema, com seus dois netos e sua babá; seu marido viria depois. A
festa estava bem alegre, as crianças brincando e correndo pela casa e todos estavam felizes porque
dona Anita, a aniversariante, fazia oitenta e nove anos.
        Zilda, a dona da casa, era a única filha e arrumara a mesa cedo; enchera de guardanapos de
papel colorido, copos de papelão, alusivos à data, espalhara balões pelo teto em alguns dos quais
estava escrito “happy burthday” e outros “feliz aniversário”, no centro da mesa havia um enorme
bolo açucarado.
        A aniversariante se vestiria depois do almoço. A nora de Olaria ficava o tempo todo
conversando com a nora de Ipanema porque não se encontravam há algum tempo.
        Depois do almoço, todos começaram a cantar parabéns, cantando forte como soldados e
todos gritavam: “viva mamãe”, “viva vovó”, “viva dona Anita”.
        A festa já estava chegando ao fim e os filhos se despediam alegremente da mãe, e diziam
que no próximo fim de semana se veriam de novo porque não conseguiam ficar muito tempo sem
se ver.
        Quando estavam na rua, todos se despediam alegremente, e na casa da aniversariante, Zilda
e sua mãe estavam com fome e Zilda preparou o jantar. Depois do jantar, Zilda e dona Anita foram
dormir e se preparar para o próximo fim de semana com a família.


                                                            Danilo Bernardino nº 8 – 1º D / 2009




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FELIZ ANIVERSÁRIO

        Os empregados foram pouco a pouco chegando para os preparativos da festa. D. Anita acabara
de chegar da fazenda ao lado. Ela era uma mulher magra, alta, de fibra e um tanto quanto prepotente.
Morava em uma fazenda muito grande, era dona de várias fazendas da redondeza e matriarca de uma
grande família. Hoje era seu aniversário, mas não queria comemorações. No entanto, quando chegou
a casa, encontrara suas noras, seus netos e seus filhos (com exceção de Jonga). A nora mais nova era
Melissa, fútil, egoísta e só bajulava dona Anita pelo seu dinheiro. Clarisse (sua outra nora) era doce,
gentil e educada. Seus netos eram todos interesseiros, com exceção de Rodrigo, que gostava de sua
avó por quem era e não pelo seu dinheiro. Quando dona Anita viu todos os convidados em geral, à sua
espera, disse:
        _ Ah! O que é isso?
        _ Feliz Aniversário! -disseram os convidados.
        _ O que vocês estão fazendo aqui? Sujando as minhas louças e comendo às minhas custas, é?
Quem os chamou?
        _ Nossa querida sogra, queríamos fazer uma surpresa! Hoje é seu aniversário. – disse Melissa.
        _ Sei melhor do que ninguém que hoje é meu aniversário. Não gosto de comemorações, muito
menos de surpresas, por acaso eu pedi essa festa? E quem vai arcar com os custos?
        _ Sogra, que horror! Seu filho Jonga vai arcar com tudo.
        _ E cadê ele que não está aqui?
        _ Está em uma viagem de negócios.
        Os convidados olharam-se pasmos por aquela situação.
        Dona Anita subiu correndo para o seu quarto, mas a sua filha Zilda correu atrás dela para
convencê-la a voltar para a festa. As duas ficaram conversando por uns dez minutos, no quarto,
enquanto os convidados se divertiam lá embaixo.
        Dona Anita estava a refletir, pensando que família era aquela que estava ali apenas por dinheiro.
E pensava também se teria sido grossa com sua “família”. De repente, alguém bateu na porta:
        _ Vovó... Tudo bem com a senhora?
        _ Sim. Desculpe-me pelo ocorrido. Isso não tinha nada a ver com você...
        _ Tudo bem, vovó, eu compreendo.
        _ O mundo dos adultos é complicado, meu filho!
        _ Vovó, vamos descer, quero ficar ao lado da senhora.
        _ Está bom, vamos sim.
        Dona Anita não comeu nada durante toda a festa. Já os convidados, se fartaram de tanto comer!
Cantaram parabéns, e nem o bolo ela comeu...
        Pouco a pouco, os convidados foram embora, todos contentes e desdenhosos de dona Anita.
        Rodrigo conversou com sua avó a festa toda e sua nora Clarisse também. Já era tarde quando
todos se foram. Sobrou apenas aquela velha mulher de fibra.
        Naquela mesma noite, dona Anita faleceu, com a lembrança daquela família interesseira.

                                        Juliana Turci nº 16, Luis Gustavo Cardoso nº 23 – 1º D – 2009




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FELIZ ANIVERSÁRIO

        Na pequena cidade de Mata Cavalos, morava uma senhora que se chamava dona Anita. Ali se
encontrava desde os primeiros moradores. Aos 33 anos, sua família migrara do Uruguai e resolveu
ali ficar para construir sua vida. A área estava sendo ocupada pelos sem-terras. Durante esse período,
Mata Cavalos foi invadida diversas vezes pela Justiça, eles queriam usar aquela área para construir
fábricas, sendo que todas as vezes que isso acontecia, os moradores faziam uma grande guerra. De sua
família só restou dona Anita e a sua mãe, Glória, o resto foi longe demais em sua luta. D. Anita logo
se casou com um próspero fazendeiro e formou uma grande e bela família.
        Vinte anos depois, dona Glória foi internada, ali perto de Mata Cavalos. Meses depois, veio a
falecer. Ela estivera internada na cidade vizinha, sofria de uma doença do coração e não resistiu. Para
dona Anita, nesse momento, seu marido Raimundo foi sua grande rocha, porque ela e seus familiares
sentiam um tremendo vazio, pois Glória era uma pessoa tão alegre que contagiava a todos, a felicidade
da família.
        Desde então, o lar de d. Anita não foi mais igual. Faltava-lhes algo. Algo como felicidade ou
paz. Talvez os dois. A família não conseguia mais se entender. Dona Anita agora era a voz superior. Mas
não teve forças para ajudá-los. O tempo passou, as brigas foram intensas, muitos irmãos, sobrinhos e
primos não se falavam por causa de intrigas, mas dona Anita não pôde perceber. Ela ficava trancada
em seu quarto grande parte do dia. Mal comia, bebia ou conversava. A angústia tomara conta dela, e
por inteiro.
        Mais tempo passou. Hoje era o dia do aniversário de 59 anos de dona Anita. Sua família decidiu
preparar uma festa, dona Anita não ia saber até de noitinha. A intenção era animar a pobre senhora.
        Durante o dia, sua filha Regina e seu neto Ricardo se encarregaram de tirá-la de casa. Os outros
preparavam a festa. Até que a família estava se animando um pouco mais que de costume, mas nada
se comparava a antes. Porém o senhor Raimundo não gostou muito da ideia de reunir todos e nem de
fazes a festa surpresa. Ele gritava aos filhos que se fizessem isso ela poderia ter um troço no coração!
Mas mesmo assim, ninguém se importou.
        Ao entardecer, dona Anita, sua filha e seu neto chegaram. Tudo já estava pronto. A única coisa
que faltava era não deixar que dona Anita chegasse perto do quintal dos fundos.
        Eles pediram para que dona Anita se arrumasse e disseram que alguns dos filhos que moravam
distante viriam visitá-la. Mas a senhora não gostou nada da ideia. Depois de arrumá-la e perfumá-la,
Regina arrastou dona Anita para os fundos. Já estava de noite, ao ver a aproximação dela, todos se
esconderam e apagaram as luzes. Segundos depois, começou aquele rebuliço. Dona Anita resmungava
porque não estava vendo nada só ouvindo alguns barulhos estranhos. Assim que ela acendeu a luz,
se deparou com a família inteira com chapéus na cabeça atrás da mesa com o bolo cheio de velinhas
azuis, brigando e se espancando. Regina, Ricardo, seu Raimundo e dona Anita ficaram pasmos com
todo aquele alvoroço. Até que alguns de seus netos pararam de discutir e saíram de perto da confusão.
        Dona Anita estava paralisada, ela não acreditava em toda aquela situação. Por que todos se
comportavam assim diante de sua festa surpresa de aniversário? Regina trouxe água, mas dona Anita
preferiu um pouco de vinho porque água naquela situação não ia adiantar. Ela se enfureceu e deu um
grito bem alto:

EU QUERO MESMO É QUE VÁ TODO MUNDO PRO INFERNO E QUE O DIABO OS CARREGUE!


                                                  34
Todos se espantaram com ela e na hora em que parara, dona Anita estava prestes a ter um ataque
do coração. Nesse momento, ela pôde perceber o quanto sua mãe fazia-lhe falta e, acima de tudo, o
quanto ela mesma fez falta todos esses anos à sua família. Ela estremeceu e começou a chorar de
arrependimento. Virou-se para seu marido e lhe deu um grande abraço. Raimundo disse
       _ Ah! Anita, minha boa e velha Anita está de volta!
       Ninguém acreditava naquilo! Ela permaneceu todos esses anos sem ao menos derramar uma
gota de lágrima. Todos imediatamente se aproximaram dela preocupados com tudo aquilo. Dona Anita
pediu desculpas por não ter estado mais presente na vida deles por tantos anos, se preocupando apenas
com as suas lágrimas e remoendo a perda de sua mãe e que não sabia que eles precisavam tanto dela.
Prometeu tentar ser uma pessoa melhor. Todos começaram a se entristecer, alguns a chorar.
       Com o tempo, dona Anita fez seus dias melhores, recuperou aquela força de viver, pois percebeu
o quanto era infeliz ao lado de todos por escolha própria.

“NUNCA FECHE OS OLHOS PARA O MUNDO, POIS SEMPRE VAI TER ALGUÉM NO MUNDO
QUE ESPERA O BRILHO DO SEU OLHAR”

                      Caroline Colen de Almeida nº 6; Roberta Santana Macedo nº 30 – 1º D – 2009




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FELIZ ANIVERSÁRIO

        No dia do aniversário de dona Anita, sua família resolve fazer uma festa com o propósito de unir os
laços que estavam se rompendo.
        Já era tarde e pouco a pouco a família estava chegando à casa de Zilda, onde se comemorava o
aniversário de dona Anita. Zilda, a filha da aniversariante, organizara toda a festa em sua casa, que era maior
e mais confortável.
        Dona Anita tinha três filhos: Jonga (já falecido), Zilda, a filha que organizou a festa e José, que era
o mais afastado da família. Anita não gostava de quase nenhum familiar, os únicos que habitavam o seu
coração era Rodrigo, seu neto, e seu filho Jonga.
        As crianças correndo pela sala e aquelas conversas altas sobre novelas e futebol estavam irritando
dona Anita. Sua cara apresentava raiva. Já não agüentava mais, olhava para todos com um olhar de nojo.
Sua filha Zilda pergunta o que estava acontecendo com Anita. A velha cospe no chão e diz que aquilo tudo
não passava de fingimento e que a família só estava unida para deixá-la feliz, mas por trás estavam se
odiando. Ela se retira e vai para o quarto.
        Rodrigo fica indignado e sobe para falar com dona Anita. Chegando no quarto, o rapaz tentou entrar,
mas a porta estava trancada.
        _ Vó, abre a porta! _ diz Rodrigo.
        Anita, como amava Rodrigo, abre-a e o neto entra e começa a conversar sobre o acontecido. O rapaz
explica que toda família tem briga e uns têm inveja dos outros, é normal isso; indica que eles se amavam.
A velha entende e desce para cantar parabéns.
        Depois de cantar, todos se abraçam e pedem desculpas pelas brigas e que no final todos se amam.

                     Bruno Rocha nº 02; Guilherme Pereira Sposito nº 11; Júlio Cesar nº 17 – 1º D – 2009




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FELIZ ANIVERSÁRIO

        Festa de aniversário, família reunida, comida gostosa, presentes, harmonia, só alegria!
        É isso que todos esperamos de festas de aniversário, era isso que dona Anita, a mãe, esperava: um
feliz aniversário.
        Dona Anita morava com sua filha Zilda e tinha outros seis filhos. Hoje era seu aniversário, esperava
ansiosamente por sua família, ficara muito tempo a arrumar a casa. Mas sua família já não era mais unida
como era antes. Em toda família há uma junção, alguém que une a todos, e nesta família não havia mais.
Esse elo era um de seus filhos, Jonga.
        Suas noras não gostavam dela, só pensavam em se mostrar umas para as outras, juntas aos filhos.
Foram à festa apenas por obrigação. A maioria dos parentes foi só para comer, ou marcar sua presença.
Alguns dos filhos de dona Anita ainda tentavam animar a festa, animar a sua mãe. Mas o que dona Anita
pensava sobre tudo isso? Estava muito chateada, desapontada. Por isso, durante a festa, ficou boa parte do
tempo pensativa e, mais tarde, fora agressiva e mal educada com seus convidados.
        No final, todos foram embora e ali só restaram Zilda, dona Anita e seus pensamentos.
        Família... para alguns, pode ser até caretice falar sobre isso, mas para as pessoas mais velhas, para
dona Anita, a ancestral da família, que não podia saber ao certo se estaria viva no próximo ano, significava
muito!
        De forma que no ano que vem ocorra realmente uma festa de aniversário com pessoas que ela
realmente gosta como seu neto Rodrigo.

                                         Gustavo de Oliveira nº 12; Kaique dos Santos nº 18 – 1º D – 2009




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Poesias & pro hisrecontadas

  • 1. E. E. Infante Dom Henrique - 2009 Professora Luiza Thomé
  • 2. HISTÓRIAS RECONTADAS A Festa Ellen 1º A pg 4 A Morte de Capitu Monique / Natália 1º A pg. 5 A Pérola de Um “Amor” Samantha / Núbia 1º D pg. 6 A Reunião Jéssica / Juliana 1º E pg. 7 Amor! Juliana Souza 1º E pg. 8 Amor ou Felicidade? Jeniffer / Michelle 1º A pg. 9 Aniversário Triste Rafael / Sérgio 1º B pg. 10 Aquela Noite!!! Camila / Juliana Novaes 1º D pg. 11 Bentinho e Capitu Rosangela / Thalita 1º D pg. 12 Caindo as Máscaras Fabiane / Jéssica Alves 1º E pg. 14 Capitu Luiza (particip. Maiara) 1º C pg. 15 Chá de Sumiço Bruno Almeida / Osmar 1º D pg. 16 Curiosidade Não Tem Limite Bruna Yukari / Pablo 1º A pg. 17 Dom Casmurro Monyque 1º A pg. 20 Dom Casmurro Cezar Augusto / Samira 1º A pg. 21 Dom Casmurro Mariana / Renata 1º E pg. 22 Em Busca da Felicidade Claudia / Crislaine 1º B pg. 24 Famílias em Oposição Bianca / Higor 1º C pg. 25 Feliz Aniversário Marx / Natali 1º A pg. 26 Feliz Aniversário Iris dos Santos 1º A pg. 28 Feliz Aniversário Amanda Cristina 1º B pg. 29 Feliz Aniversário Aline / Mayara 1º B pg. 30 Feliz Aniversário Carolina / Lizandra 1º B pg. 31 Feliz Aniversário Danilo Bernardino 1º D pg. 32 Feliz Aniversário Juliana Turci / Luis Gustavo 1º D pg. 33 Feliz Aniversário Caroline / Roberta 1º D pg. 34 Feliz Aniversário Bruno / Guilherme / Júlio 1º D pg. 36 Feliz Aniversário Gustavo / Kaique 1º D pg. 37 Feliz Aniversário Matheus Cosmo 1º D pg. 38 Feliz Aniversário Isabela / Stefany 1º D pg. 39 Feliz Aniversário Camila Tiemi 1º E pg. 41 Feliz Natal? Juliana Midori / Maiara 1º C pg. 43 Feliz Natal Gabriela / Rafael 1º E pg. 44 Fruto de Uma Traição Bruno Gutierres / Thais 1º B pg. 45 Happy Birthday Caroline Moura 1º E pg. 47 Infeliz Aniversário Jéssica / Karen 1º C pg. 48 Infeliz Aniversário Rozmari dos Santos 1º E pg. 49 Mais Um Ano de Vida?! Maria Carolina / Pamella 1º D pg. 50 Naquele Restaurante... Caroline da Silva 1º B pg. 51 O Diário de Capitu: Uma Continuação Thaís Garofalo 1º C pg. 52 O Jantar Gabriel Costa 1º A pg. 54 O Jantar Carolina Moreno / Suellen 1º A pg. 55 O Jantar Matheus / Roberto 1º A pg. 56 O Jantar Rodrigo / Thiago 1º A pg. 57 O Jantar Letícia / Thamires 1º B pg. 58 O Sentimento Perdido Gustavo / Weverson 1º C pg. 59 O Último Aniversário Alexandre / Thaís 1º E pg. 60 Os Oitenta e Nove Anos de D. Anita Wellington Luiz 1º A pg. 62 Parabéns Pra Você Suelen / Vinícius 1º E pg. 64 Que Comece a Tortura... Anakelly / Guilherme 1º B pg. 65 Surpresa de Aniversário Karina Alves 1º E pg. 66 Um Grande Conflito Amoroso Bruna Andrade 1º C pg. 68 Um Aniversário de 89, Feliz Íngrid Cássia 1º B pg. 69 Um Sonho de Família Juliana Turci / Luis Gustavo 1º D pg. 71 União Familiar Por Uma Vida Murilo Batista 1º E pg. 72 Viva! Luiz Raphael / Pedro Lúcio 1º C pg. 73
  • 3.
  • 4. A FESTA Ele entrou tarde no restaurante. Certamente ocupara-se até agora em grande negócio. Poderia ter seus sessenta anos, era alto, corpulento, de cabelos brancos, sobrancelhas espessas e mãos potentes. Num dedo, um anel de sua força. Sentou-se amplo e sólido. Perdi-o de vista. E enquanto comia, vi entrar uma família grande. O que me chamou a atenção foi a expressão que traziam no rosto. Eram todos orgulhosos, parecia até que não queriam estar ali. Estavam todos muito bem vestidos. Uma mulher de vestido azul-marinho com enfeites de paetês e um drapeado disfarçando a barriga sem cinta, acompanhada de três crianças: duas meninas de peito quase nascendo, infantilizadas de babados cor de rosa e anáguas engomadas e o menino acovardado pelo terno novo. Pouco depois, chegou o resto dos membros, um homem gordo e alto. Trazia pendurada em seu braço uma senhora que entrava quase arrastada. No momento em que eu levava o garfo à boca, olhei o velho alto, corpulento, de sobrancelhas espessas que mastigava o pão com vigor, de olhos fechados e punhos sobre a mesa. Continuei comendo e olhando, mas, desta vez, a família da senhora que certamente fazia aniversário nesse dia. Nesse instante, mirei de novo o velho alto, corpulento, de sobrancelhas espessas que abocanhava a carne do prato com mais vigor, mas agora fazia tanto esforço, que suava. Chamou o garçom que o atendia com gentileza, pois se via que ele era um homem de boas gorjetas. Pediu vinho. Fitei novamente a família grande, a qual mandara trazer um bolo com vela onde se lia “89”. Agora eu tinha certeza: era aniversário da velha. O homem que a trouxera era seu filho. Todos na mesa encaravam- se. Estavam cheios de tédio e não viam a hora de acabar. A velha não se manifestava, e então o filho começou a cantar os parabéns. Logo todos o imitavam. Todavia, o velho alto, corpulento, de sobrancelhas espessas, não parava de comer, até que deu um gole no vinho, passou o guardanapo na testa e apoiou os cotovelos na mesa. Respirava fundo, parecia sentir algo. Voltei o olhar para o meu prato. Perdi a vontade de comer quando vi, ao som dos parabéns, o velho alto, corpulento, de sobrancelhas espessas, cair ao chão e a velha dar um grito. O restaurante inteiro ficou em completo silêncio e a velha que até agora não havia feito nenhum movimento, correu com bastante dificuldade em direção ao velho que estava caído no chão, porém ainda consciente. A família agora, sem saber o que estava acontecendo, cercou o velho e a senhora. Eu agora não sabia o que pensar. Minha curiosidade aumentava. Perguntas me surgiam. Então, por uma brecha que havia entre a família, vi a senhora deitar-se ao lado do velho. Olhou todos aqueles filhos, e netos, e bisnetos que não passavam de carne de seu joelho. O velho, de olhos abertos, olhava todos com ternura, porém nada dizia. Percebi que a senhora buscava algo com os olhos. Ela olhava com os olhos ternos um pequeno garoto. Rodrigo era seu nome. Pareceu-me que ele era o único que para ela era feito da carne de seu coração. Segurou a mão do menino, segurou a mão do velho e disse: _ Este é seu avô. Num último suspiro, encostou a cabeça no ombro do velho e ambos olharam-se fixamente. Morreram ali, à vista de todos. A família derramou algumas lágrimas, mas nem os filhos, nem os netos, nem as noras choraram de verdade. Chamaram as ambulâncias, levaram os corpos e, sem que eu pudesse fazer nada, foram embora. E eu?! Fiquei mais algumas horas, sentado diante do prato, com a comida já gelada e o vinho quente. Mas eu sou um homem ainda. “Quando me traíram ou assassinaram, quando alguém foi embora para sempre, ou perdi o que de melhor me restava, ou quando soube que vou morrer – eu não como, não sou ainda essa potência, esta construção, esta ruína. Empurro o prato, rejeito a carne e seu sangue”. Ellen n° 12 – 1° A - 2009 4
  • 5. A MORTE DE CAPITU Capitu, após sua viagem para a Suíça, voltou para o Brasil com seu filho Ezequiel porque precisava resolver sua história com Bentinho. Ezequiel, por sua vez, resolveu ficar na suíça, para terminar seus estudos. Chegando ao Brasil, Capitu vai para um hotel, onde é muito bem recebida por velhos amigos. Após ir ao seu quarto, Capitu desce à recepção e pergunta a uma conhecida se Bentinho está bem e se está morando na mesma casa. Ela responde que ele parece solitário, triste e que ainda mora na mesma casa. Capitu imediatamente vai até a casa para conversar com Bentinho. Chegando lá, Bentinho se espanta ao vê-la e pergunta o que ela estava fazendo lá. Capitu, com um olhar de alegria por ver Bentinho, começa a explicar toda a história. Explica que tudo que houve não passou de um engano, pois ainda o amava e que Ezequiel era realmente filho dele. Bentinho, por sua vez, não acreditava no que ela estava dizendo e que ele não passava de um tolo. Capitu saiu chorando em disparada, correndo pelas ruas. Quando, de repente, uma charrete surge atropelando-a. o escravo eu estava montado no cavalo tenta ajudá-la e a leva para o hospital. Mas já era tarde demais. Capitu havia morrido, pois o cavalo havia passado por cima de Capitu deixando-a com muitos ferimentos. A moça do hotel onde Capitu estava hospedada, logo que ficou sabendo, foi avisar Bentinho que se sentiu culpado pelo acontecimento. Foi até o hospital e, quando viu Capitu na cama, começou a chorar desesperadamente, dizendo que confiava nela. Mas era tarde demais. No dia seguinte, Bentinho estava no enterro chorando sobre o caixão, quando Ezequiel chegou. Bentinho abraçou-o e os dois choraram juntos. Bentinho pediu para Ezequiel nunca mais se separar dele, pois era a única pessoa, além de Capitu, que ele amava. Ezequiel obedeceu ao pedido e morou com seu pai novamente. Monique Diniz nº 25, Natália S. Tierno nº 28 – 1º A / 2009 5
  • 6. A PÉROLA DE UM “AMOR” Glória, uma jovem de 15 anos, tinha há um mês perdido os pais em um acidente de carro, quando ela e os pais vieram visitar a tia D. Anita que morava em São Paulo. O pai de Glória era filho único e já não tinha mais ninguém da família de seu pai, já da família de sua mãe havia restado apenas a irmã mais velha de D. Anita, com quem Glória ficou morando até completar dezoito anos. Chegada a maioridade, Glória quis morar sozinha e nesse momento encontrou um rapaz bonito chamado João Emanuel, que não hesitou em pedi-la em casamento, pois, estava completamente apaixonado por ela. Após cinco meses de casados, Glória engravidou. Quando o seu filho Bento nasceu, foi com o filho e o marido para o Rio de Janeiro. Lá compraram uma casa onde Glória morou com o filho e o marido, até Emanuel falecer. Uma semana depois da morte do marido, sua tia D. Anita completaria oitenta e nove anos; Glória e a família foram convidados pela prima Zilda, mas Glória estava em um momento da sua vida que não se considerava para festas. Bento já estava com doze anos e disse para a mãe que seria bom ela ir à festa para distrair-se. No dia seguinte, foram para o sítio que ficava a caminho de São Paulo onde aconteceria a festa. Sua tia D. Anita tinha quatro filhos, três homens e uma mulher que era Zilda. Os homens se chamavam: André, Carlos e Antônio e moravam no Rio de Janeiro. André com a esposa Vilma e os filhos. Viviane, Vitória e Vinycius moravam em Olaria. Carlos com a mulher Sheila e o filho Rodrigo moravam em Ipanema e o filho Antônio com a amada Catita e a filha Capitolina moravam no Flamengo. Na festa, Bento e Capitolina se conheceram, Bento com doze anos e Capitolina, com onze anos e se tornaram grandes amigos. Como os pais moravam no Flamengo, Glória e o primo Antônio tiveram um convívio melhor e assim Capitolina e Bento se viam diariamente. Quando cresceram, Bento e Capitolina se casaram e tiveram Daniel, oamor de Glória. Uma dia, Glória teve uma falta de ar repentina e no hospital conheceu o Dr. José Dias por quem se apaixonou à primeira vista e José, por ela. Assim começaram um relacionamento que durou dez anos até a viagem que resultou na morte deles. Enquanto isso, Bento, Capitolina e Daniel viveram felizes, na medida do possível, tentando superar a morte de José e Glória. Samantha Ferreira da Silva nº 33, Núbia nº 26 – 1º D - 2009-08-11 6
  • 7. A REUNIÃO No dia do aniversário de D. Anita, sua única filha mulher organizou uma reunião para comemorar os 89 anos de sua mãe. Ela convidou os parentes mais próximos. Os que vieram de Olaria estavam bem vestidos, pois eles iam aproveitar a visita para dar um passeio em Copacabana, a nora de Olaria apareceu cheia de enfeites e com uma roupa muito chique, e seu marido não veio por razões óbvias, não queria encontrar seus irmãos, por isso mandou sua mulher para que ela o representasse. Ela vinha acompanhada de seus três filhos: duas meninas e um menino, e depois chegou o resto dos convidados. Durante a reunião, D. Anita ficou o tempo todo pensando e calada, só observando como um era falso com o outro. Até que ela não agüentou mais e resolveu falar tudo que sentia. Começou a chorar e ficou nervosa. Enquanto falava, seus parentes só a observavam. Depois disso, ela começou a passar mal. Seus filhos a levaram para o hospital, ela ficou internada e eles voltaram para casa. No dia seguinte, seu filho José foi visitá-la no hospital e teve uma péssima notícia: sua mãe havia falecido, depois de uma parada cardíaca. Nos dois primeiros meses, depois da morte de D. Anita, eles estavam unidos, mas depois que passou um bom tempo, eles começaram a se desentender, como sempre fizeram. Jéssica Corrêa nº 13 e Juliana Franco nº 15 – 1º E – 2009 7
  • 8. AMOR! Ele entrou tarde no restaurante. Certamente ocupara-se até agora em grandes negócios. Poderia ter uns 37 anos, era alto, físico de atleta, cabelos grisalhos, arrumado de camisa social dentro da calça. Uma aliança na mão esquerda. Sentou-se sorrindo. Perdi-o de vista e enquanto comia, observei a porta quando os jogadores do Corinthians chegavam. Eles riam sem parar. No momento em que levava o garfo à boca, olhei. Continuei comendo e olhando. O garçom dispunha os pratos sobre a toalha na mesa deles. Mas o homem grisalho mantinha a conversa quando chamaram Mano Menezes. Chegou a comida e comeram rápido para ir ao treino. Eu também comi rapidamente para assistir ao treino. Não muito satisfeita com o treino, fui vê-los no vestiário. Quando estava chegando perto, chegou um segurança primeiro do que eu, disfarcei e perguntei para ele onde ficava o bebedouro. Acabou o treino, os jogadores saíram do campo para ir para o vestiário e eu peguei meu caderno de autógrafos, uma caneta e a minha máquina digital. Tirei fotos com todos os jogadores, e quando eu olho para trás, o Nilmar estava visitando o Parque São Jorge e não deu outra. Pedi o autógrafo e a foto, só que nesse ex-jogador tinha uma coisa a mais, ele foi engraçado comigo até que criou coragem e pediu meu telefone e eu pedi o dele. Ficamos conversando e ele me chamou para sair no outro dia, à 19 horas. Nilmar ia passar no meu prédio para me pegar. Fomos a um restaurante muito chique e muito romântico. Ele começou a me contar a história dele, e disse que não comia carne e nem tomava vinho. Ele disse que tinha medo de morrer sofrendo, seu pai, Carlos, tinha morrido de facada. Depois daquele dia, Nilmar não comeu nem carne e nem vinho. Descobri que ele não tinha contado para ninguém essa história. Ficamos conversando até às 23 horas e nem vimos a hora passar, ele pagou a conta e fomos para casa. Chegando na porta da minha casa, ele me deu um beijo na boca e disse que aquela noite tinha sido especial para ele, Nilmar todo tímido para namorar comigo e não pensei duas vezes e disse sim. Estamos muito felizes hoje e agradeço primeiramente a Deus e em segundo ao Corinthians, que sempre estão me dando alegria de uma maneira ou de outra. Juliana Souza nº 16 – 1º E / 2009 8
  • 9. AMOR OU FELICIDADE? Carolina, uma garota de programa, grávida de Denílson, seu primo, quando ela completou sete meses de gravidez, ele foi assassinado. A garota teve gêmeas, porém, sem condições financeiras de criar as meninas, deu uma para seu pai, que morava em São Paulo e a outra, para uma amiga cafetina que morava em Salvador. Meses depois, Carol morreu de overdose no sul de Mato Grosso. Vinte e cinco anos se passaram e Thaís, a gêmea que ficou em São Paulo, sempre foi muito agressiva com o avô, tratava-o como se ele fosse um animal. Como Juca, seu avô, já era velho e acabado, não discutia com a neta, uma mulher muito revoltada. Judite, a cafetina que criou Capitu, a outra irmã, estava quase morrendo, pois o câncer de pulmão que ela possuía já vinha atacando há mais de três meses. Antes de morrer, ela contou a Capitu sobre sua mãe e lhe contou também que seu avô e sua irmã estavam em São Paulo. Deu-lhe o endereço e morreu. Capitu ficou muito triste ao saber que Judite não era sua mãe biológica e, muito chateada, embarcou para São Paulo em busca de sua única família. Thaís era uma produtora de eventos, muito ambiciosa, que sempre tentava se dar bem em cima dos outros. Já Capitu era uma mulher muito doce, sorridente e bondosa. Chegando a São Paulo, foi logo para a casa de seu avô biológico. Entrou sem bater e então foi confundida com Thaís, explicou então a Juca que era Capitu. Ele, emocionado, chorou ao ver a neta. Assim ela saiu para almoçar quando esbarrou, por acidente, em um homem magro, moreno, muito bonito. Ele pediu-lhe desculpas e perguntou seu nome. Ela sorriu e respondeu: _ Capitu. E o seu? _ Bento. Posso lhe pagar um café? _ Claro. Eles conversaram, trocaram telefone e ele levou-a para casa. Thaís não admitiu o fato de a irmã ter vindo morar com ela, mas ao ver o carro do famoso Bento Ribeiro, dono da famosa rede de hotéis “Ilha da Magia” parado na porta de sua casa pensou: “Isso pode me favorecer”. Capitu entrou em casa e a irmã tratou-a como uma rainha. Ela, claro, adorou a recepção. No dia seguinte, Bentinho, como era chamado Bento, levou Capitu para conhecer seu sócio e melhor amigo, Escobar. O tempo passou e as duas irmãs começaram a se gostar de verdade. Capitu se casou com Bentinho e teve um filho, Ezequiel, e Escobar, alguns anos depois, morreu de infarto. O casal foi ao velório do amigo. Bento começou a desconfiar de sua mulher, pois ele percebeu que ela sentira algo a mais por Escobar, algo além de uma amizade. Quando chegou em casa, ele deu de cara com o filho, e percebeu certa semelhança entre ele e o amigo falecido. Mas Ezequiel não tinha apenas alguns traços, era idêntico a Escobar. Ele não disse nada à mulher nem ao filho sobre a desconfiança. Começou então a investigar. Em uma de suas investigações, abriu uma caixa cheia de caras de amor escritas por Escobar para Capitu. Mais algumas dela para ele, que não haviam sido entregues. Em uma dessas cartas, ela dizia o que sentia por ele, que não via a hora de largar seu marido e também contava que Ezequiel era filho dele e não de Bento. Ele, indignado, foi logo discutir com a esposa, alegando que descobrira a sua traição. Ela foi fria e confessou. Bento amava Capitu e lhe disse: _ Vamos esquecer tudo isso e seguir nossas vidas normalmente. Ela já não tinha nada a perder, pois quem ela amava já havia falecido. Decidiu então continuar sua vida com o marido. Ezequiel, quando completou vinte e cinco anos, casou-se com sua vizinha Adriana, e a história se repetiu assim como o caso de sua mãe e seu pai de criação. A esposa o traiu, confessou e foi perdoada. O casal teve um filho: Bruno. Anos mais tarde, Ezequiel descobriu que Bruno não era seu filho de sangue. Porém não comentou nada com ninguém. Assim como seu pai, foi em busca de sua felicidade. A partir disso, não aconteceu mais nenhuma traição. Eles seguiram suas vidas normalmente. Jeniffer nº 17 e Michelle nº 24 – 1º A - 2009 9
  • 10. ANIVERSÁRIO TRISTE A família foi chegando pouco a pouco. Os que moravam no Rio de Janeiro estavam muito bem arrumados, até porque não era apenas uma festinha da família, e sim uma visita, uma ida do Rio de Janeiro até São Paulo não é uma coisa que se faça todos os dias. A nora de Olaria apareceu com um vestido verde escuro, com um laço na cabeça e um penteado muito diferente, porém charmoso. O marido dela não fora por motivos óbvios à família, não queria reencontrar os irmãos, tinham uma rivalidade de muitos e muitos anos, pois só pensavam em trabalho, dinheiro e competiam sempre para saber qual deles era mais qualificado para essas atividades. Mas mandara sua esposa à festa em sinal de respeito com a mãe que estava fazendo aniversário, para que o laço que ainda os unia não fosse rompido. Ela sempre ia com o seu melhor vestido, justamente para mostrar para as cunhadas que quem tinha mais poder e dinheiro era ela e o marido dela. Acompanhada de seus dois filhos, chegou e se sentou bem no canto da sala. Zilda, a filha com quem a aniversariante convivia durante anos, tinha organizado a festa como se fosse um baile de formatura – com as mesas em volta da sala e as mesas com os petiscos e salgados no centro – a nora de Olaria, após ficar muito tempo sentada no canto do salão, resolveu levantar para cumprimentar todos. Logo após cumprimentá-los, fechou a cara novamente e foi sentar no mesmo lugar em que estava, só que agora, começara a prestar atenção nos atos de outros convidados. Um pouco mais tarde, chegou a nora de Ipanema com seus netos e a babá. Disse que o marido iria se atrasar um pouco, pois estava trabalhando e não conseguiu pegar o ônibus junto com eles. Os outros irmãos já estavam presentes na festa, sempre estavam se olhando feio e fazendo caras mal humoradas, apenas se cumprimentaram e sentaram muito distantes um do outro com suas famílias. Todos fingiam estar felizes com o “reencontro” da família, mas na verdade, aquilo não passava de uma “encheção de saco” para aqueles que lá permaneciam de certa forma obrigados pelas esposas e filhos. A nora de Ipanema já não suportava mais a situação de ter que ficar sentada durante a festa inteira na frente de sua cunhada que a observava constantemente, então, teve a ideia de ir ao banheiro e ficar ali pelos minutos restantes da festa, mesmo que faltasse muito para acabar, ela preferia ficar no banheiro por muito tempo, a ficar vendo a sua cunhada a observá-la pelo restante da festa. Disse para seus filhos chamá-la assim que fossem cantar os parabéns, só assim ela sairia do banheiro, mas certamente voltaria após os parabéns. Quem via a aniversariante, não sabia se estava feliz ou triste, sua expressão aparentava dor e raiva de seus filhos e parentes. Pensava que a única filha que dava valor a ela era a Zilda, a filha com quem vivia há muitos e muitos anos. Dona Anita continuava sentada, só observando a sua filha adorada servir os convidados, mas sempre com aquela expressão. De todos os convidados da tão “maravilhosa” festa, nenhum teve a coragem de entregar os presentes para a dona Anita pessoalmente, todos deixaram os presentes no quarto de Zilda, o único ali presente que deu parabéns à senhora foi seu neto Rodrigo, o neto de que ela mais gostava em toda sua vida, filho de seu filho Carlos. Depois de muitas rivalidades e trocas de olhares, chegou a hora dos parabéns. Os filhos de Juliana (a nora de Ipanema), foram chamá-la no banheiro, assim como tinha pedido. Todos cantaram os parabéns a dona Anita, ela com cara de tristeza e raiva, apenas dava risadas para seu neto Rodrigo, que cantava com alegria e vontade. Depois que todos comeram os pedaços do bolo, que por sinal estava delicioso, pois Zilda era uma confeiteira de mão cheia, começaram a ir embora. José, que tinha chegado há 30 minutos, pegou a sua família e começou a se despedir; logo em seguida, Cordélia chamou seus filhos, que brincavam alegremente no quintal gigantesco que possuíam, para irem embora já que estavam cansados e com saudades do pai. Assim foi indo, convidado por convidado, inimigo por inimigo. Quando já não restava nenhum convidado ali, dona Anita e Zilda se sentaram e começaram a dar risadas sozinhas, como loucas, riam e riam, ficaram nesse ritmo durante muito tempo. O que não descobrimos até hoje, se aquelas gargalhadas delas eram realmente de alegria, ou se eram de raiva e ódio. Depois de muitas risadas, ficaram pensativas, pensavam se a festa do ano seguinte seria finalmente uma festa melhor, com os familiares mais unidos, ou se seria uma catástrofe novamente. Rafael Andreaza Cavaignac nº 31, Sérgio Frederique nº 33 – 1º B – 2009 10
  • 11. AQUELA NOITE!!! No dia 13 de maio de 2014, aconteceu algo em minha vida. Estaria comemorando 15 anos de casamento, ao lado do meu amado Manoel. Eu, Zilda, uma pessoa que não dava valor ao que tinha de melhor em minha vida, o meu querido, filho Rodrigo e o meu marido Manoel. Manoel sempre me amou, sempre querendo me agradar, dando-me buquês de flores, presentes, café-da-manhã na cama e sempre me surpreendendo com suas lindas frases de amor. Naquele jantar romântico, onde estávamos comemorando nosso aniversário de casamento, foi lindo! Maravilhoso! Nunca me esqueço daquele lindo anel de brilhantes que ele me deu. Mas, infelizmente, chegou a hora de irmos embora. Chamamos táxi, fomos embora. Sem ao menos me conhecer, o taxista me disse: _ São grandes oportunidades que temos em nossas vidas, mas não damos o pouco valor a quem realmente nos ama. Naquela noite, um caminhão desgovernado, vinha em direção ao nosso carro. Eu não sofri mais de dois arranhões em meu rosto, mas meu marido morreu. No velório dele, estavam todos os que o amavam: a minha sogra, vinda de Ipanema, a dona Tereza, minha mãe, vinda de Olaria, a dona Nenê, minha avó dona Anita, dona Júlia, a concunhada de Olaria, o meu irmão José, a sua mulher Cordélia. Estávamos todos lamentando a triste perda de Manoel. E o nosso filho Rodrigo, de apenas quatro anos, disse assim: _ Mamãe, por que o papai ta aí? _ Meu filho, o papai agora vai virar uma estrelinha lá no céu, e quando você sentir saudades dele é só olhar pro céu e saber que o seu pai é uma delas. Perguntei a Deus o porquê de tudo aquilo ter acontecido com o meu marido. Mas me lembrei, o que aquele homem do táxi havia falado para mim. Como me arrependo de não ter dado o devido valor ao meu marido. O amor que Manoel tinha por mim todos esses anos, só hoje percebo, quando já não o tenho mais. Às vezes, não damos valor a quem nos ama. E só damos valor quando perdemos. Eu tive grandes oportunidades na minha vida, mas não soube aproveitar, e só hoje eu sei como é a dor de perder um grande amor. O único amor da minha vida sempre será o Manoel. E o fruto do nosso amor é o Rodrigo, meu amado filho. Meu amor, eu te amo, e só agora que você não está aqui, eu digo todas as noites antes de dormir: TE AMO!!!!! E eu sei que você está me ouvindo. Camila de Freitas Arcelli nº 05; Juliana Novaes nº 15 – 1º D – 2009 11
  • 12. BENTINHO E CAPITU No Engenho Novo, um subúrbio da capital carioca, morava Bentinho e sua família. Bentinho tinha 17 anos, era o inocente, o covarde da família. Ele tinha um irmão chamado Escobar. Escobar tinha 22 anos e era o oposto de Bentinho. A mãe deles, chamada Dona Glória, era aquela que amava e amparava profundamente seus filhos, vivendo por eles. O sonho de dona Glória era que Bentinho entrasse para o seminário, mas Bentinho nunca gostou dessa ideia, primeiro, porque ele não tinha vocação para isso, segunda porque ele amava Capitu. Capitu tinha 18 anos, morava ao lado da casa de Bentinho, ela era uma menina de personalidade forte e envolvente, olhos de cigana oblíqua e dissimulada. Ela namorava Escobar, irmão de Bentinho, os dois eram um casal feliz, porém Capitu ficava se insinuando para Bentinho e acabava deixando o garoto inocente, apaixonado. Bentinho não suportava ver Escobar e Capitu juntos, o sonho dele era estar no lugar de seu irmão, mas guardava esse sentimento para si mesmo. Certo dia, Escobar teve que fazer uma viagem para casa de seu tio Cosme, pois ele estava muito doente. Escobar era muito apegado a esse tio. Ele prometeu a Capitu que voltaria assim que seu tio ficasse bom, e iria mandar recado pelo Bentinho. Capitu entendeu, e disse que iria esperá-lo. Entre as entregas de recados que Bentinho falava para Capitu, ela sempre dava um jeito de provocá-lo. Bentinho fingia não entender o que acontecia e dava um jeito de sair dali, mas no fundo ele gostava. Depois de duas semanas, Escobar ligou para Bentinho avisando que seu tio Cosme havia piorado e que ele iria demorar mais um pouco para voltar. Pediu que Bentinho desse o recado a Capitu e dona Glória. Em seguida, Bentinho correu para a casa de Capitu para dar o recado de seu irmão. Ele deu três toques na porta, pouco tempo depois, Capitu abriu. Bentinho ficou surpreso ao ver que Capitu estava só de toalha, mas ele gostou do que estava vendo. Capitu o convidou para entrar, e disse que estava sozinha. Bentinho recusou o convite, logo em seguida deu o recado e disse que tinha que ir porque estava com pressa. Capitu não deu ouvidos ao recado, puxou Bentinho pela gola de sua camisa e o beijou. Logo após o beijo, Bentinho saiu correndo e não sabia o que fazer. Capitu, da porta, começou a dar risada e entrou. Bentinho chegou em casa e foi direto para seu quarto; ele havia gostado do que acontecera, mas se sentiu culpado. Os dias foram se passando, Bentinho e Capitu sempre se encontrando, e acabaram mantendo uma relação escondidos. Um mês se passou, dona Glória recebeu uma ligação de seu filho Escobar dizendo que iria chegar à noite, e pediu que Bentinho chamasse Capitu para o jantar. Dona Glória concordou. Após a ligação, a mãe de Bentinho lhe deu o recado e avisou que iria sair para comprar as coisas para o jantar. Bentinho viu que sua mãe saiu e foi correndo dar o recado a Capitu, mas pediu que ela fosse um pouco mais cedo, para eles aproveitarem o pouco tempo que lhes restava. Algumas horas se passaram e dona Glória não havia chegado, Capitu foi à casa de Bentinho, como combinado. Ao chegar, ela foi para o quarto de Bentinho e Escobar, pouco tempo depois dona Glória chega e vai direto para a cozinha preparar o jantar. Enquanto isso, Bentinho e Capitu estavam aos beijos no quarto. Escobar chegou e foi direto para seu quarto. Da porta ele vê a cena de Bentinho e Capitu. Ele ficou indignado e com muito ódio dos dois. Sem nem pensar duas vezes, ele pegou Capitu pelos cabelos e colocou-a para fora de sua casa e disse que nunca mais queria vê-la. Ela tentou se explicar e pedir desculpas, mas foi em vão. Dona Glória se assustou com os gritos e foi ver o que se passava. Ao ver o que estava acontecendo, ela tentou acalmar Escobar para que ele não fizesse nenhuma besteira com Bentinho. Depois de algumas horas, Escobar ficou mais calmo, mas ainda preferia não ver Bentinho em sua frente. 12
  • 13. Bentinho ficou em seu quarto com um enorme sentimento de culpa, e não parava de chorar, então ele decidiu fazer uma besteira. Sem que ninguém o visse, ele foi até a cozinha e pegou uma faca e acabou se suicidando. Dona Glória foi até a cozinha e, ao ver o corpo de Bentinho no chão, ela se desesperou e começou a chamar por Escobar, aos prantos. Escobar chegou na cozinha e deitou sobre o corpo de seu irmão e começou a chorar e a pedir desculpas. Ele acabou se sentindo culpado pelo que tinha acontecido com seu irmão. Um ano se passou, dona Glória e Escobar passaram a cuidar do filho de Capitu e Bentinho, pois Capitu havia descoberto que estava grávida de Bentinho, mas no parto ela não agüentou e veio a falecer. Escobar deu para o menino o nome de seu irmão: Bento Santiago. Durante esse um ano que passou, Escobar conheceu Sancha e eles começaram a namorar. Sancha aceitou o “filho” de Escobar. Dona Glória gostava muito de Bento e matava as saudades que sentia de seu filho, o Bentinho. . Rosangela Ana nº 32, Thalita A. nº 37 – 1º D – 2009 13
  • 14. CAINDO AS MÁSCARAS Uma nova versão de “Dom Casmurro” Capitu e Escobar estavam em uma amizade muito íntima e isso começou a provocar ciúme e a preocupar Bentinho, que estava desconfiado de que estaria sendo traído. Sem reação, Bentinho sai de casa sem dizer nada e contrata um matador profissional para eliminar Escobar, para honrar seu nome. Voltando para casa, Escobar encontra o matador que faz o serviço conforme o mandado. Amanhecendo o dia, chega a notícia de que Escobar havia morrido, o que deixou Capitu muito abalada. O enterro seria na tarde daquele mesmo dia. Capitu entra em estado de desespero e passa a manhã inteira entre lágrimas. Após o enterro de Escobar, Capitu decide contar a Bentinho que está grávida e isso o deixa com uma dúvida cruel, sem saber se o filho é seu ou de Escobar. Passaram os nove meses de sua gestação e Capitu ainda não se conformava com a morte do amado Escobar. Após o nascimento da criança, Bentinho não conseguia acolher Ezequiel como seu filho, sem conseguir dar carinho e afeto ao menino. Bentinho sempre jogava na cara de Ezequiel que ele não era seu filho e Capitu ficava com muita raiva do marido, isso causava muitas brigas entre eles. Em uma dessas brigas, Ezequiel fugiu de casa e Capitu ficou desesperada atrás do menino. Bentinho não se preocupou, nem sequer um pouquinho com o desaparecimento do menino. Capitu saiu pelas ruas atrás de Ezequiel e o encontrou jogado na rua, pois tinha sido atropelado por um carro. As pessoas que estavam na rua, tentaram ajudá-lo, mas já era tarde demais, Ezequiel estava morto. Capitu ficou dias e dias de cama por não se conformar com a morte de seu filho e colocava a culpa em Bentinho. Após alguns anos, depois de ser tão humilhada por Bentinho, Capitu toma uma decisão: mataria Bentinho. Depois de anos de agonia, ela finalmente ficaria livre dele. Armara tudo sozinha, afinal ninguém poderia saber que ela seria a culpada pela morte de Bentinho. Numa noite, Capitu resolveu se fazer de arrependida e dando uma de mulher apaixonada, Capitu se entrega a Bentinho pela última vez. Este pega num sono profundo. Capitu aproveita para dar uma facada no peito de Bentinho, matando-o de uma só vez. Capitu arruma suas malas e foge para outro país, para onde ninguém nunca mais soubesse notícias dela Fabiane Ferreira nº 06 e Jéssica Alves Cardoso nº 12 – 1º E / 2009 14
  • 15. CAPITU Capitolina e Bento eram de famílias “bem de vida”, porém, havia uma rivalidade entre elas, por conta de um conflito vindo de gerações. Os dois eram amigos, mas não podiam se ver, a não ser escondidos. Quando jovem, Bento namorava Sancha, uma velha amiga de Capitu, porém teve que terminar com ela, pois, quando criança, sua mãe havia adoecido, Bento fez uma promessa de que seria padre se sua mãe melhorasse. Bento terminou com Sancha e despediu-se de Capitu, escondido, e foi para o seminário. Lá conheceu Escobar, viraram grandes amigos, estudaram durante dois anos, mas desistiram de ser padres e voltaram para casa. Bento e Capitu começaram a ser gostar, mas não podiam namorar por causa do conflito de suas famílias. Capitu tomou coragem e resolveu contar à mãe, que de princípio se espantou, mas depois apoiou. Já Bento não contou a ninguém e Capitu não entendia como ele sabia mentir tão bem. Escobar e Sancha também estavam namorando. Depois de um certo tempo, casaram-se: Bento e Capitu, Sancha e Escobar. Desde quando se casou, Capitu sempre quis ter um filho, mas seu marido, não. Um certo dia, Sancha veio visitá-los, visto que nunca mais haviam se visitado, trazendo-lhes a novidade: já tinham um filho: Ezequiel. Capitu ficou fascinada com a criança. Bento até parecia já conhecê-lo e Capitu achou-o muito parecido com Bento. Então resolveu conversar com Escobar sobre isso. Ele também concordou. Capitu e Escobar começaram a investigar e achavam que, como eles tiveram um caso quando eram jovens, nada mais natural que o mantivessem às escondidas. Escobar encontrou uma carta enviada para Sancha, e Capitu encontrou uma também enviada para Bento, ambas sem nome do remetente. Quando começaram a lê-las, reconheceram a forma de escrever e descobriram que Bento e Sancha enviaram as cartas um para o outro. Escobar e Capitu foram, então, falar com os dois. Estes não omitiram nada. Assim Bento ficou com Sancha. Capitu ficou arrasada com a situação. Escobar foi consolá-la, embora também precisasse de consolo. Descobriram assim, que tinham muita coisa em comum. Passado algum tempo, casaram-se e tiveram o tão esperado filho a quem deram o nome de Manuel. Luiza Soares nº 25 e (participação especial de Maiara Assis) – 1º C – 2009 15
  • 16. CHÁ DE SUMIÇO Uma moça entra no restaurante para comer e o garçom a atende. Pediu o prato e um vinho. O garçom trouxe. A moça estava assustada e apavorada com não sei o quê. Um rapaz estava observando o jeito dela e como ela agia. Tinha um jeito meio atrapalhado, ela comia muito rápido e depois, devagar até demais. Colocava o guardanapo na boca, no rosto e até na testa. Então entraram dois homens vestidos de branco, no restaurante. De repente, a moça sumiu. Parecia que tinha tomado um chá de sumiço. O rapaz, abismado com tudo aquilo, foi perguntar o que tinha acontecido. Quando dirigiu-se ao homem de branco, este perguntou ao rapaz: _ Você viu uma moça aqui? _ Vi. Ela sumiu do nada. _ Ela fugiu do hospício. Bem que o rapaz percebeu o jeito meio doido dela. Logo depois, o rapaz sai do restaurante e encontra a moça que tinha saído do hospício no parque e percebeu que ela estava perturbada. Foi conversar com ela; queria saber o que havia acontecido. Ela fala: _ Eu não sou doida! Eles me confundiram com outra pessoa, me assustei e fugi. O rapaz entendeu o lado dela, viu que ela não era doida. E assim, os dois começaram a conversar. Ele ajudou-a a fugir, levou-a para sua terra natal. Construíram uma casa e se casaram, tiveram um filho e viveram felizes para sempre. Bruno de Almeida Callado nº 03, Osmar Junior nº 27 – 1º D / 2009 16
  • 17. CURIOSIDADE NÃO TEM LIMITE Durante o feriado, na volta da casa de minha mãe, parei para almoçar em um restaurante. Quando estava sentado, esperando pela minha comida, observei um homem sentado a poucas mesas à minha frente, já que era feriado, o restaurante não estava muito cheio e não estava difícil observar e ouvir as outras pessoas. Quando chegou minha comida, o perdi de vista enquanto comia, e tive uma distração com a beleza de uma mulher, mas logo voltei ao meu foco. Ele era um homem de presença, passava uma imagem muito concreta, que se mostrava educado, muito bem arrumado, podemos concluir que ele era um homem de negócios. Enquanto eu comia, o garçom se aproximou dele e se mostrou com certa intimidade e perguntou: _ O que vai ser hoje, chefe? _ Por enquanto nada, mas logo eu te chamo. O garçom saiu de sua mesa e mostrou um rosto enigmático. E eu, como era um observador, comecei a juntar os pontos, logo percebi que ele já freqüentava aquele local. Estava algum tempo sentado e nada pediu, agia como se esperasse alguém. Interessei-me pelo que aconteceria e resolvi ficar por mais um tempo no restaurante. Foi então que ele recebeu uma ligação e atendeu cheio de graciosidade. _ Oi, amor, houve um imprevisto e irei demorar um pouco. Avise para nosso filho que outro dia o levamos ao parque. Ouvi a voz grossa do homem que eu observava. A pessoa do outro lado da linha disse algo, ele somente sorriu e desligou. Estava sendo desvendado cada vez mais o meu ‘enigma’, vamos repaginar: Ele estava esperando por alguém quando recebeu uma ligação desmarcando um encontro. Que provavelmente seria sua esposa, já que ele disse que depois sairiam com o filho. Logo após, ele recebeu uma ligação. Minha comida já estava fria e quase acabando, não deixei de querer descobrir aquele desfecho, fui capaz de pedir mais comida para continuar a observar, inventei uma desculpa qualquer para sentar mais próximo de sua mesa. Sentei bem na hora em que ele atendeu o celular. _ Oi linda, cadê você? Você tá atrasada, viu? Tá, no lugar de sempre, vai antes que sua irmã me ligue de novo. Opa! O que estava acontecendo? E sem querer, fiz uma expressão de surpresa, quase me engasguei com a água! Espera aí! Para tudo! Ele tinha uma amante? Era a irmã de sua esposa? Como pode um homem com um filho e família ter esse tipo de atitude? Fiquei pasmo. O garçom veio em minha direção para falar comigo. _ Ei, amigo, calma! – fiquei calado alguns instantes e ele tornou a falar. – Já me acostumei com isso. _ Isso o quê? _ Esse senhor, na mesa à frente. _ Sério?! _ É sempre assim, de tempos em tempos, mas, o que ele não sabe é que sua mulher também freqüenta aqui. _ Então ela também tem um amante, que é irmão dele?! _ Não, não! Ela é amiga da dona, ainda vai ter o dia que ela vai descobrir. _ Nossa, estou realmente pasmo. O garçom riu e disse: _ Agora vou atender outra mesa, até... Eu estava sem reação, quase não conseguia pegar no garfo, resolvi pedir uma sobremesa, já estava quase explodindo de tanto comer, mas é como dizem “curiosidade mata” e eu estava quase morrendo de tanto comer. Esperando minha sobremesa chegar adivinha quem chega? Ela mesma, a “outra”. Era uma mulher muito sensual, olhar marcante, passos firmes, marcados por seu salto, cabelos ondulados, alta e com um sorriso que até eu me apaixonei. Concluí que era a mulher ao nível dele, pensei também como seria sua esposa (feia ao ponto de ele querer outra? Ou tão linda que enjoou? Ou era um cafajeste?). 17
  • 18. Ela sentou-se muito sensual e sua face derramava, transbordava alegria. Foi então que iniciaram: _ Oi, paixão, que saudades! _ a mulher disse. _ Também estou! Muitas! Pensei que não viria... _ Você acha? Só houve alguns imprevistos, mas logo cheguei! _ Hoje sua irmã já me ligou quatro vezes, quase tivemos que desmarcar nosso encontro. _ Tinha que ser ela, é, eu sei que a saudade falou mais alto! _ Sim. Vamos pedir? _ Sim, vamos. Chamaram o garçom e fizeram seus pedidos, pude perceber uma coisa, ele não gostava de verdade, ela deveria ser alguma distração, não pude esconder novamente meu rosto de surpresa, e o garçom voltou até minha mesa. _ Oi, está menos surpreso? _ É, estou tentando. _ Linda, não? Igual à irmã. _ Sério?! _ Sim, ele faz o mesmo jogo com as duas. Ele tem duas e eu não pego nem gripe. _ Você é engraçado! _ eu disse entre risos. _ Depois eu volto, vou levar alguns pedidos, até... Gente, estou realmente impressionado, depois falam que o pobre é o sem vergonha, ele é um rico cafajeste! Pude concluir que ele era o pior cafajeste, porque ele tinha um filho. Onde será que estava a consciência dele? Em uma colônia de férias! Pois é o que parecia. Minha sobremesa chegou, quase não consegui comer, pois estava saturado de tanto comer, já estava lá há um tempinho e continuei a observar. Enquanto eles esperavam a comida, ela deu-lhe um beijo forte e marcante, meus olhos quase saltando ao ver aquela carícia tão ousada, quase pude sentir a cereja que estava em minha boca ganhar uma passagem de volta para a cozinha. O garçom esperou alguns instantes para poder entregar a comida. Aquela paixão parecia bem como um casal de amantes mesmo! Falando assim, parece que eu tive experiência, não é? Mas não houve, foram casos de amigos. Ela pediu uma comida leve, para manter aquele corpinho de dezoito aninhos, já ele, uma comida que o sustentasse. E foi aí que eu vi uma cena que quase me fez cair da cadeira. Eles trocavam carícias bem quentes, que me deixaram um pouco sem graça, mas não conseguia desgrudar os olhos daquela cena. E bem, se você acha que ele não percebeu, não, ele não percebeu. Porque eu sei esconder e disfarçar muito bem, e com aquela mulher ao lado, sua atenção se voltava para ela, somente. De repente, ele se levantou e saiu. Devia ter ido ao banheiro. Chegando lá, tirou o celular do bolso e iniciou uma ligação, não me segurei, tinha que ir até o banheiro, entrando em uma das cabines ao lado da sua para ouvir a conversa. _ Vi que você ligou. O que aconteceu? _ ... _ Vai aonde? _ ... Dois homens entraram conversando e não pude mais ouvir, voltei para minha mesa antes que ele me visse. Confesso que aquela história estava muito boa. Sabe por quê? Porque sua mulher estava para ir até o restaurante! Lembram que ela era amiga da dona deste restaurante? É hoje, agora que eu não saio daqui! Estava tão ansioso que me deu uma disenteria. _ Amigo! _ Quer mais alguma coisa, senhor? _ Sim, mas não é comida. _ O que é então? _ Tenho uma notícia para lhe dar. _ disse eufórico. _ É sobre o senhor à sua frente? _ Sim. _ Então fale... _ percebi que o ‘informante’ estava curioso. 18
  • 19. _ Ouvi uma ligação dele com sua esposa... E eu lhe contei o que eu ouvi, ele ficou tão surpreso que engasgou com sua própria saliva. Que coisa do destino, ele também tinha algo a me dizer, a chefe mandou separar a mesa para ela, sua amiga e o filho e as amigas, aquilo só confirmou o que eu achava. Tempos depois a mulher do homem chegava. E realmente elas eram bem parecidas, diferenças eram poucas, a estatura e alguns traços do rosto. A mesa de seu marido era próxima à porta de entrada, ela chegou com seu filho e mais duas amigas. Todas demonstrando um nível alto de vida. O restaurante era de porte fino, logo quando ela entrou, seu filho apontou e falou: _ Mãe, olha o papai! Ela achou que era apenas um homem parecido, mas, atenciosa, ela falou: _ Cadê, filho? A criança, feliz, pela atenção que a mãe lhe deu, falou para ela: _ Ali, mãe, na mesa da parede! Com o olhar meio perdido, procurava pelo que seu filho dissera, e de repente, ela acha. _ O quê! Não é possível! Ele falou que estava enrolado com negócios... _ Que legal, mãe! Vamos falar com o papai. _ Vamos agora! _ ela respondeu, frustrada. Eu estava de olho, só observando, e o garçom não parava de rir. Foi então que ela percebeu que havia uma mulher junto de seu marido. A raiva só aumentou. E o pior aconteceu quando ela se aproximou e viu seu marido beijar a mulher ao seu lado. A raiva a consumiu e ela resolveu tirar aquela história a limpo. Ela poderia estar chorando, mas estava com raiva demais daquele cafajeste. O garoto soltou a mão da mãe com euforia e foi correndo até seu pai, abraçou seu braço, gritando: _ Papai, papai! O homem se afastou assustado, da amante, que antes beijava, se assustou ainda mais quando viu seu filho, sorrindo com os olhos cheios de alegria, já procurando saber onde estava sua esposa. Encontrando-a com a pior cara. Ela foi até ele, agarrando a mão de seu filho, demonstrando constrangimento. _ Você é um ridículo, idiota, disse que tinha negócios e fica se encontrando com outras! Você é um dissimulado, não consigo acreditar que você chegou nesse nível! A mulher dizia em voz controlada, mas fazendo-a soar como se estivesse cuspindo as palavras. Ele tentou argumentar, mas, a mulher partiu para a agressão, com uma de suas mãos virou a face bruscamente do homem para o lado contrário marcando-a com um tom avermelhado e seus dedos marcados na face. Aquele tapa doeu tanto em mim que eu pedi ao garçom para buscar gelo ou algo que fizesse melhorar o vermelho do rosto do cara. _ Não se atreva a pisar em casa. Inclusive, mande alguém ir buscar suas coisas! E quando ela se virou para ir embora e viu a desgraça, descobriu quem era. Sua irmã. E, não sei se ela conhecia a irmã que tinha, porque não esboçou qualquer reação, quando viu que a amante do seu marido era a irmã. Ela aproximou-se e disse algo no ouvido dela. _ Não sabia que inveja matava, sabe? Não adianta, sendo desse nível, não vai conseguir ser melhor que eu. Nunca. E sabe, você sempre foi uma decepção para mim. Você sempre tentou ser superior, mas nunca conseguiu esconder o quão baixa você é. Dito isso, ela se afastou com seu filho, indo de encontro às amigas. Sua irmã olhava-a com ódio, raiva, mas parecia haver algo a mais que eu não sabia dizer o que era. Percebi que algum tempo já passara, e que devia ir embora, afinal o tempo que esperei valeu a pena, pois rendeu muitas emoções. Chamei o garçom simpático, pedindo a conta para logo depois pagar e deixar uma boa gorjeta para o rapaz que havia me transformado num fofoqueiro portátil. Sorri satisfeito, foi um ótimo almoço, confesso que ganhei diploma de senhor fofoqueiro, garanto que ainda teremos muitas aventuras. Bruna Yukari nº 05, Pablo Wallace nº 29 – 1º A / 2009 19
  • 20. DOM CASMURRO Nascido em 1842, numa fazenda em Itaguaí, Bento se muda para o Rio de Janeiro aos 2 anos de idade, pois seu pai foi eleito deputado. Alguns anos depois, com o falecimento do pai, ele e a mãe vendem a fazenda e os escravos e permanecem no Rio de Janeiro, vivendo de renda. Tudo corre bem até uma tarde de novembro de 1857, quando ele fica sabendo que a mãe continua querendo fazer dele um padre. Era uma promessa que fizera a Deus, mas que parecia esquecida. Ela reavivou essa ideia porque lhe disseram do namoro entre ele e Capitolina – a Capitu – que morava na casa ao lado deles. Bentinho é enviado ao seminário, mas, antes, ele e Capitu juram se casar. No seminário, Bentinho conhece Ezequiel de Souza Escobar, que viria a ser seu melhor amigo. Uma ideia do amigo o livra do destino de se tornar padre: a mãe de Bento deveria adotar alguém órfão e custear seus estudos no seminário, pois assim daria um sacerdote a Deus. Resolvida a questão, Bento deixa o seminário e vai para São Paulo estudar Direito. Escobar, comerciante bem sucedido, casa-se com Sancha, amiga de Capitu. Em 1865, Bento e Capitu também se casam. Os dois casais vivem felizes e progridem financeiramente. Escobar e Sancha têm uma filha, à qual dão o nome de Capitolina. Bento e Capitu também ganham um filho, chamado Ezequiel. As famílias se dão muito bem e cultivam uma grande amizade. No entanto, com o passar do tempo, Bentinho passa a sentir Capitu cada vez mais dissimulada. Às vezes, parecendo vaidosa e frívola, outras vezes, não prestava atenção ao marido. Para completar, parece manter projetos secretos, compartilhados apenas com Escobar. Assim, nasce um ciúme que corrói a mente de Bento. Em 1871, acontece a tragédia: Escobar morre afogado. No enterro, Bento percebe que Capitu olhava fixamente para o defunto, com uma forte expressão, e fica abalado com essa situação. Com essas desconfianças, Bento resolve ir para o exterior sem avisar nada a ninguém. Depois de um tempo, descobre que sua mãe havia sido morta. Sendo assim, resolve voltar para o Rio de Janeiro à procura de quem a matou. Chegando lá, percebeu que cada vez mais Ezequiel parece com seu falecido amigo Escobar. Numa discussão, Capitu deixa escapar que não gostava da mãe de Bento e que era para ela ter falecido há muito tempo. Após essa discussão, Bento descobre que Capitu havia matado sua mãe, mas não sabia o motivo do crime. Sendo pressionada por Bento, Capitu resolve admitir que matou a mãe de Bento e que ele fora traído, pois seu filho não era dele e sim de Escobar. Enfim, Capitu acaba sendo presa. Bento adota Ezequiel e volta para o exterior. Lá ele conhece uma moça e se casa novamente. Monyque nº 26 – 1º A / 2009 20
  • 21. DOM CASMURRO Bento – Bentinho – nascido em 1842, vai para o Rio de Janeiro aos dois anos de idade, pois seu pai fora eleito deputado. Alguns anos depois, com o falecimento do pai, ele e a mãe vendem a fazenda e os escravos e ficam vivendo no Rio, de rendas. Tudo parecia bem quando Bento fica sabendo que sua mãe ainda quer fazer dele padre, pois descobriu o namoro do filho com Capitolina Pádua – Capitu – que morava na casa ao lado da deles. Bento é enviado ao seminário, onde conhece Ezequiel de Souza Escobar – Escobar – que viria a ser seu melhor amigo e que deu uma ideia para livrar Bento do seminário. Algum tempo depois, Bento casa-se com Capitu, e Escobar com Sancha (amiga de Capitu), ambas as famílias têm filhos. Com o passar do tempo, Bento começa a desconfiar que Capitu esteja traindo-o com seu melhor amigo, Escobar. Cada vez mais, Bento vê semelhanças entre seu filho, Ezequiel, e Escobar e pensa que seu filho é, na verdade, de Escobar. Enciumado, vai até a casa de Escobar tirar satisfações. Ele e Escobar começam a discutir. Este fala a Bento que estava fora de si, que jamais teria coragem de fazer isso com seu melhor amigo. Bento sente-se ofendido por Escobar e começam a brigar. Bento vai à cozinha, pega uma faca e golpeia o amigo que cai ao chão. Quando Bento percebeu o que havia feito, ajoelhou-se e começou a gritar o nome do amigo. Uma pessoa que passava pela rua ouviu os gritos e chamou a polícia. Era tarde. Escobar estava morto. Bento é preso e condenado. Capitu e Ezequiel, que agora era muito parecido com Bento, foram visitá-lo e, em uma conversa, Capitu jura nunca tê-lo traído e que vai embora. Nessa época, Bento fica muito depressivo, mesmo após ser solto, pois não tinha nenhum amigo nem parente. Passa, então, a escrever um livro de memórias. Cezar Augusto n° 10 / Samira n° 32 – 1° A - 2009 21
  • 22. DOM CASMURRO “Eu fui convidada pelo Bentinho para ir jantar na Juice, a melhor lanchonete, em nossa opinião. Nós nos conhecemos há 10 anos. E sempre fui apaixonada por ele, mas como sempre fui tímida e só agora fui descobrir o que realmente sinto por ele, nunca mais disse nada”. “Cara, de hoje não passa! Hoje eu falo para a Capitu que eu a amo. Dez anos, dez anos sentindo uma coisa inexplicável por ela e há dez anos escondendo isso, hoje no Juice eu falo”. Bentinho e Capitu se conheciam desde crianças e sempre se amaram. Bentinho foi buscar Capitu às 19 horas para ir ao Juice. Chegando lá, ela pediu um Milk Shake de morango e ele, um de chocolate e alguns biscoitos, também de chocolate. _ Preciso contar algo que poderá deixar você triste e talvez com raiva! _ Então diga, estou curiosa, seu olhar está muito misterioso. _ A notícia não é boa! Minha mãe disse que não a estou orgulhando com as minhas notas; meus pais estão se separando e acharam melhor eu ir estudar na França por uns tempos. Por instantes, Capitu ficou sem reação. Pouco a pouco seus olhos foram se enchendo de lágrimas, e as lágrimas foram escorrendo pelo seu delicado rosto. Mas Bentinho continuou: _ Mas antes eu preciso lhe dizer o que está guardado no meu coração há muito tempo! _ Diga, por favor! _ Não sei se vou conseguir dizer! _ Mas que droga, Bentinho, diga logo! _EU TE AMO, CAPITU! Por um segundo, Capitu ficou paralisada, mas logo em seguida lhe disse baixinho, que talvez Bentinho não a conseguiria ouvir: _ Eu também te amo, Bentinho! Sempre te amei e sempre irei te amar. Depois disso, eles ficaram calados até chegar à casa de Capitu. Antes de entrar, ela decidiu perguntar: _Quando você vai embora? _Amanhã! Amanhã ao meio-dia eu irei ao aeroporto! _ Eu irei lá para me despedir! _ O pai de Escobar irá leva-lo, pegue carona com eles! _ Está bem! No dia seguinte, ela estava esperando-o no aeroporto. Capitu estava com raiva de Bentinho. Tinha dúvidas, confissões, queria dizer tudo que estava guardado dentro de seu peito. Porém decidiu ficar quieta. Nesse momento, Bentinho apareceu para se despedir e a única coisa que disse a ela foi: _ Adeus e desculpa. _ Capitu chorava de raiva, chorava sem parar, Escobar foi consolá-la como um bom amigo! O que ninguém sabia é que Escobar queria ser muito mais que amigo dela. _ Cá, não fique triste, é uma coisa sem volta! _ O que você quis dizer com isso? _ Você sabe! Agora vamos, você tem que descansar! Chegando à casa de Capitu, Escobar disse que eles teriam que conversar. Captiu concordou e ambos foram para o quarto dela. _Capitu, se ele te amasse, nunca iria embora. _ Ele quem? _ disse Capitu com muita raiva. _ Você sabe. _ Se eu soubesse, nunca iria perguntar, seu estúpido! 22
  • 23. A raiva em suas palavras passaram para seus olhos. _ Se você veio aqui para jogar as coisas que eu já sei na minha cara, é melhor ir embora, eu prefiro sofrer sozinha! _ Só vim aqui para te ajudar! Você sabe que é inútil ficar esperando pelo Bentinho! Aquilo, ou melhor, aquela palavra fez com que abrisse um buraco enorme no peito de Capitu. Um buraco que a fez desabar. Capitu disse chorando e gritando: _ Nunca mais fale nele, por favor! Você ainda não percebeu que só de ouvir o nome dele eu sofro ainda mais? Escobar ficou quieto por um tempo, olhou para Capitu e a beijou. Ela não fez nada para impedi-lo, estava paralisada, estava em “choque” com tudo que tinha acontecido. Logo depois, Escobar lhe disse que a ajudaria esquecer Bentinho. “Cinco anos se passaram, cinco anos sem eu ter nenhuma notícia de Bentinho e cinco anos sem ele saber da minha relação com Escobar! Bentinho precisa voltar, preciso vê-lo, lhe contar a verdade! Se eu não conseguir falar com ele, eu terei que casar com Escobar”. “Há cinco anos eu a deixei no Brasil! Há cinco anos eu sofro por isso e sofro mais por saber que o meu melhor amigo roubou minha amada de mim, sem eu poder ao menos fazer ou dizer nada!” Bentinho tinha ficado tão deprimido por saber que Capitu e Escobar iam noivar, que decidiu uma coisa que mudaria a vida de todos no mesmo segundo! Bentinho decidiu ir ao lugar que ele escolheu para pedir Capitu em casamento, a ponte do amor. Lá Bentinho viveu seus últimos momentos de vida. Foi lá, naquela ponte que, no dia 05 de outubro de 2008, Bentinho faleceu, uns dizem que ele se jogou da ponte, outros, que ele atirou em si mesmo. Uma coisa que ninguém saberá, pois o corpo dele nunca foi achado e a única coisa que ele deixou foi uma carta dizendo que amava Capitu como nunca ninguém amará outra pessoa no mundo. Bentinho morreu sem saber a verdade, sem saber que Capitu o amou, mesmo estando com outro. Mariana Gramarim nº 23, Renata Riccio nº 29 – 1º E / 2009 23
  • 24. EM BUSCA DA FELICIDADE Nem tudo na vida é perfeito e Gregório sabe bem o porquê. Gregório é um homem rico, sempre teve tudo o que queria. Em sua vida faltava apenas uma coisa: a união de sua família. Chegado seu aniversário de 89 anos, ganhou uma festa surpresa organizada por sua filha Zilda. Ao chegar em sua casa, lugar em que ocorria a festa, percebeu a falsidade no olhar de seus parentes. Entrou cabisbaixo, meio desanimado, seus parentes que estavam muito ocupados, deliciando-se com os quitutes que Zilda havia preparado, não notaram a reação que teve o aniversariante. Chegada a hora do discurso, desabafou dizendo: _ Sempre tive o que quis em minha vida, vivia rodeado por mulheres, que na verdade pensavam somente em meu dinheiro, nunca soube se realmente fui amado. Agora pergunto a vocês: será que minha família me ama? Ou melhor, será que vocês realmente me amam? Ou só me vêem como uma fonte de renda? Muitas vezes fico angustiado, tentando achar respostas para essa pergunta, e me desaponto a olhar no fundo dos olhos de cada um, e deparar com uma grande falsidade. Depois do discurso que acabara de fazer, Gregório retira-se da festa e começa a andar pelas ruas, atordoado, quando se depara com um restaurante e resolve entrar. Sentou-se à mesa ao lado da janela e logo em seguida começou a analisar as famílias que ali estavam. Tentou se lembrar dos bons momentos que havia tido com sua família, mas em momento algum conseguiu e, ficando cada vez mais atordoado, saiu do restaurante. Sem saber qual seria seu rumo, Gregório atravessou a rua sem olhar para os lados e acabou sendo atropelado por um carro que vinha em alta velocidade. Foi resgatado e levado às pressas para o hospital, mas, infelizmente, não resistiu e acabou falecendo. Só nesse momento sua família se uniu verdadeiramente e todos perceberam o quanto perderam por causa de suas brigas inúteis, por causa de seu egoísmo. Gregório não estava mais ali, não viu seu sonho se realizar, foi preciso sacrificar sua própria vida para que sua família percebesse o quanto é importante cuidarmos de quem nos ama de verdade e deixar o nosso egoísmo de lado, pois em alguma hora poderemos nos arrepender. Aí, talvez, será tarde demais. Claudia nº 13 e Crislaine nº 14 – 1º B – 2009 24
  • 25. FAMÍLIAS EM OPOSIÇÃO Dom Casmurro e sua família chegaram ao Rio de Janeiro onde definitivamente querem ficar e viver tranquilamente. Morando em um bairro muito familiar, conheceram Dona Anita e sua filha que eram suas vizinhas. Logo que se conheceram, Zilda, a filha, os convida para o aniversário de sua mãe que completaria 89 anos. Dom Casmurro não viu motivos para recusar, pois assim teria chance de conhecer a vizinhança. Chegando à festa, logo vão se apresentando aos convidados da família e aos vizinhos da região. Dom Casmurro se envolveu com José e Manuel que são filhos de dona Anita e sócios, enquanto isso Capitu conhece Escobar e Sancha, um casal que mora na casa da frente. Zilda, durante a festa, passa oferecendo alguns aperitivos para os convidados, até que Dom Casmurro troca olhares de romance com Zilda, pois ela foi oferecer os aperitivos com a intenção de se aproximar dele. Enquanto isso, Capitu tem uma leve atração por Escobar e uma troca de olhares é iniciada no momento em que Sancha se afasta para conversar com os outros convidados. A troca de olhares entre Zilda e Com Casmurro traz a aproximação para uma conversa, e durante a conversa, uma decisão é tomada, ficarem juntos, mas, para não haver riscos, será um segredo entre eles, longe dos outros convidados. No decorrer da festa, enquanto os convidados vão se entretendo entre eles, no canto da cabeceira está dona Anita, isolada, como se não existisse, fica a pensar em relação à família, pelo desprezo constante com ela, fica a pensar sobre como ela pudera colocar filhos fracos, infelizes, incapacitados de viver plenamente. O arrependimento guardado dentro do seu peito, ocupava todo o amor que ela poderia dar se não a desprezassem... Capitu e Escobar decidiram conversar sozinhos em um lugar afastado, até que nesse tal lugar encontram Zilda e Dom Casmurro nos maiores agarros. Nesse instante, começa um grande desentendimento. Capitu tem uma grande discussão com Dom Casmurro pela sua pilantragem está doida para bater em Zilda. Mas Dom Casmurro pergunta então para Capitu o que estava fazendo com Escobar, querendo desviar o assunto, não conseguindo dizer. Então Escobar confessa que Capitu estava a fim dele. Isso gerou uma grande discussão. Dona Anita, inocente, não estava entendendo nada até então. Rodrigo estava brincando com seus amiguinhos perto do locar da discussão. Ele vai até sua avó, dona Anita, e fala o que estava havendo. Ela já estava triste e pensativa e agora, para piorar a situação, está magoada porque nem no dia do seu aniversário ela está feliz e unida com seus familiares. Dona Anita, muito decepcionada com o que estava acontecendo, não quis saber de ajudar no que estava acontecendo. Enquanto todos discutiam, Escobar viu que não passava de um mal entendido sob uma atração entre eles, que não levaria a nada. Dom Casmurro concordando e assumindo que foi um erro, que foi apenas coisa de momento, com isso assumiram seus erros e que seria inconveniente levar a história para a frente, então o mal entendido estava acabado por aí, só que a situação na festa não estava agradável, principalmente para a aniversariante. No final da noite, os convidados começaram a ir embora, assim a festa chega ao fim e vão se cumprimentando com a intenção de se encontrar no próximo aniversário, para que o próximo aniversário seja melhor do que este. Bianca Velonisqui da Silva nº 5; Higor Rafael Santana nº 14 – 1º C - 2009-10-10 25
  • 26. FELIZ ANIVERSÁRIO A família toda praticamente já estava lá. Aqueles que vieram de Olaria estavam inadequadamente vestidos para o evento, pois haviam acabado de chegar de um longo passeio aos principais pontos turísticos de São Paulo, e como era um local urbano, tinham ido da forma mais moderna que se podia imaginar. A família inteira era muito tradicional, e não estava acostumada a conviver com estilos opostos aos deles. A nora de Olaria apareceu com uma calça amarela e uma camiseta preta (algo normal para quem estava acompanhando-a, mas não para os outros); seu marido foi, mas não estava empolgado, pois após a festa eles iriam a uma festa a fantasia de alguns amigos e a filha mais nova também estava fantasiada, fato sem sentido para a ocasião. Zilda, que morava com a aniversariante, era a filha mais nova, que organizou toda a festa, apesar de, na verdade, querer se livrar da mãe, pois ela não tinha tempo para ela mesma, porque tinha que cuidar da mãe, que era doente, tinha mal de alzheimer, mas reconhecia o desprezo de seus filhos. A nora de Olaria, depois de cumprimentar com cara fechada os que estavam na comemoração, sentou-se e ficou observando o comportamento dos que estavam se “enturmando”. Zilda começou a servir os aperitivos quando passou perto de onde a nora de Olaria estava sentada e perguntou por que ela estava tão quieta. Ela, por sua vez, respondeu: “Vim para não deixar de vir”, e sentiu-se ofendida. Os filhos dela, ao contrário da mãe, estavam inquietos, dançando e brincando alegremente. Após um tempo, a nora de Ipanema chegou com dois netos, também levou a babá. Zilda não os viu chegar, pois estava na cozinha ordenando a algumas empregadas para que “andassem” mais rápido com o serviço. Enquanto isso, a aniversariante estava sentada, quieta, em frente à mesa, com aparência de triste, ao contrário dos outros presentes que estavam por obrigação e não por consideração a ela. Zilda foi logo arrumar a mesa para acabar logo com a festa, pois não agüentava mais todo aquele barulho, porém José e sua família chegaram. A sala estava cheia de gente de diferentes expressões. A aniversariante parecia cada vez mais agoniada, foi quando José disse em voz alta para que todos prestassem atenção: _ Oitenta e nove anos! A senhora deveria estar mais alegre, não são todos que chegam a essa idade! _ disse José com um sinal provocante. Todos ficaram atentos e olharam a aniversariante; algumas pessoas admiravam a atitude de José, mas a própria aniversariante encarou aquilo como um insulto, mas não disse nada, a não ser mostrar rancor com um rosto “frio” e, aparentemente, nervosa. Manoel percebeu a reação dela e, para tentar reverter a situação, disse com um ar espirituoso: _ Oitenta e nove anos! É um brotinho, está na flor da idade! Todos riram, mas a velha nem se manifestou. Quase nenhum dos convidados levou presente para a velha; os que levaram eram insignificantes, nada que a deixasse feliz, nem surpresa. Diante daquele clima, Zilda resolveu arrumar a mesa para os “parabéns”. Quando tudo estava pronto, José começou a cantar bem alto e em seguida os outros também cantaram, porém foi uma bagunça, mas a aniversariante nem estava entusiasmada, sentada em frente ao bolo, parecia meditar, nem sequer se moveu. Na hora de apagar a vela, o seu bisneto cumpriu este papel com um único sopro. A aniversariante pegou a faca e cortou o bolo parecendo uma assassina. Todos estavam prontos para serem servidos, de pratinho na mão, em direção ao bolo. Então a aniversariante foi servindo-os pouco a pouco, mas sem dizer nenhuma palavra. Ficaram todos quietos. Dona Anita - aniversariante – nem experimentou o bolo. Todos, percebendo o mau humor da velha, foram se despedindo pouco a pouco, quando, de repente, dona Anita falou: 26
  • 27. _ Cadê Rodrigo? – todos ficaram surpresos, pois a velha não havia dito nada até o momento. Rodrigo era o seu neto de sete anos, o único que ela considerava realmente parte do seu coração. Ele estava sentado, com a cabecinha extremamente confusa e um olhar sonolento. Na cabeça da aniversariante, ela ficava se perguntando: “Como podia ter dado à luz aqueles seres opacos, frutos azedos e infelizes sem capacidade sequer para uma boa alegria. Apenas Rodrigo está em meu coração, os outros não passam de carne de joelho”. Com um olhar rancoroso, virou para o lado e cuspiu no chão. Zilda ficou envergonhada pela atitude da mãe, então chamou a atenção da velha. _ Me dá uma taça de vinho! – pediu a aniversariante. _ Vovozinha?! Não vai te fazer mal? – disse a sua neta. _ Vovozinha?! Que diabos vos carreguem, cornos e vagabundas! Me dá o vinho, agora! Todos ficaram quietos e impressionados e a velha recebeu seu copo de vinho. Estava calma, como se nada tivesse acontecido. A festa estava terminando. Todos foram indo pouco a pouco. Estimulado pela festa ter dado certo, apesar dos conflitos, José gritou emocionado: _ No ano que vem nos veremos, mãe! _ Sim, mas não sou surda! – disse a velha. Foram todos para casa e Anita continuou sentada em frente à mesa, pensando no que teria para o jantar e sobre o grande mistério: a morte. Bianca Velonisqui da Silva nº 5; Higor Rafael Santana nº 14 – 1º C - 2009-10-10 27
  • 28. FELIZ ANIVERSÁRIO Era aniversário de d. Anita. Zilda, sua filha que a acolheu em sua casa, organizou uma festa e pediu que os familiares comparecessem. Mal sabiam eles que um membro da família ia para um lugar melhor nesse dia. Uma das primeiras a chegar foi a nora de Olaria, que veio representar o marido, com duas filhas e um filho, que estavam muito bem arrumados para parecer que não precisavam do resto da família. Depois chegou a nora de Ipanema e sentou-se do outro lado da sala. A festa corria e chegaram José, filho de dona Anita, e Manoel, seu sócio. _ Parabéns, mamãe! – disse José. A velha não se manifestava. A festa continuava e começaram a cantar parabéns, depois que uma vizinha chegou com o bolo que estava em sua casa. Todos cantavam. Uns, em inglês, outros, em português; os que cantavam em inglês trocaram para português, enquanto os que cantavam em português trocaram para o inglês. A velha não se manifestava, até que, finalmente, manifestou-se: _ Eu quero um copo de vinho! O filho da nora de Ipanema atendeu ao pedido colocando pouco no copo, como sua mãe ordenava, gesticulando. A velha não o aceitou. Todos ficaram colados. O olhar naquele momento não era de raiva, que depois de olhar todos, um a um, bateu no copo com pouco vinho, que caiu no chão, junto com ela, que se desequilibrara. Foi levada ao médico e depois de trinta minutos de espera: _ Desculpem-me, nós a perdemos. – diz o médico. _ Mas o que aconteceu?! – perguntou Zilda, preocupada. _ É meio duro dizer, senhora, mas ela, quando caiu, sofreu um traumatismo craniano e não agüentou. Esse dia foi decisivo para as últimas manifestações em homenagem à mãe, pois ao ouvirem a notícia, Zilda e José ficaram duros, travados e nada falaram. Apenas uma lágrima deslizou dos olhos dos filhos. Íris dos Santos Santana n° 39 – 1° A - 2009 28
  • 29. FELIZ ANIVERSÁRIO Hoje era um dia muito especial para dona Cláudia, ela fazia oitenta e nove anos. A família foi pouco a pouco chegando para a grande surpresa. Dona Cláudia não sabia que a família faria uma festa. O sonho dela era ter uma festa, porque, quando pequena, os seus pais não tinham condição para fazê-la. Os filhos dela eram bons, uma coisa verdadeira. O único homem entre as seis irmãs era Paulo. Raquel, a filha mais nova, arrumara a mesa cedo, a filha mais velha, a Ericka, fizera o bolo açucarado; a Gisele, a filha do meio, os brigadeiros. Para adiantar, Ericka enfeitara a mesa logo depois do almoço. Gabriela, a nora da aniversariante, pegou todas as crianças e foi dar uma volta na praia, para eles não desarrumarem a mesa. Cristiam, o neto de dois anos, era muito arteiro, ele chegou à casa de dona Cláudia já querendo quebrar e mexer em tudo que tinha na frente dele. A família pegou todos os presentes e deu para a aniversariante para ela abrir, ela estava com um lindo sorriso no rosto. Gabriela, o único bisneto de quinze anos, pegou os sanduíches para por na mesa, dona Cláudia estava muito alegre com a surpresa, porém, essa alegria só não era completa porque seu marido não estava lá. Ele não viera porque estava brigado com seus irmãos. A família da aniversariante cantou parabéns para ela e já estava terminando a festa, as crianças foram saindo alegres. - Adeus, até outro dia, precisamos nos ver de novo. – disse Gabriela, a nora que só aparecia nos aniversários, Natal e Ano Novo. Foram todos embora. Dona Cláudia estava arrumando a cama dela para se deitar, pensativa: “será que hoje não vai ter jantar?” Dona Cláudia falava para a família que a hora dela ia chegar, mas tinha medo de morrer e chorava quando falavam isso para ela. - Ninguém é pra sempre... – disse o marido dela. Esse é o maior mistério para a dona Cláudia, a morte. Amanda Cristina nº 41 – 1º B / 2009 29
  • 30. FELIZ ANIVERSÁRIO O dia especial está chegando. Era um dia normal, ninguém imaginava que era o dia esperado. Zilda faria uma festa surpresa para sua mãe, que estava fazendo oitenta e nove anos. Zilda preparou um bom churrasco junto aos seus irmãos, era um dia especial o aniversário de dona Anita. Zilda ligou para seus familiares e vizinhos. Mais tarde, na festa, todos já haviam chegado. Seu filho Manoel, que adorava sua mãe, deu-lhe um presente, um perfume, o que ela mais gostava. José, sócio de Manoel, deu-lhe um conjunto de banho; Zilda continuava a fazer as coisas na cozinha enquanto os outros entregavam os presentes. Quando menos esperavam, apareceram Olaria e Ipanema. Dona Anita chorava de emoção por ver todos no seu dia mais importante, Zilda abraçava e beijava sua mãe e dizia: _ Amo você demais, minha mãe. Seu neto Rodrigo, o mais queridinho da vó, sentado esperando sua vez para abraçar sua vó querida. Enquanto sua nora mais nova estava a ver o churrasco na churrasqueira, e seu filho sentado com sua mulher e os dois filhos, quando Rodrigo chegou e disse: _ Vou buscar um ponche. Quem vai querer? Passando o tempo, quando todos estavam em silêncio, José suspirou e disse: _ Oitenta e nove anos, quem diria? Nem parece, uma mulher magra, morena e bonita! Dorothy chegou e ajudou a servir o vinho junto com Rodrigo. Cordélia, sentada curiosamente esperando que dona Anita abrisse seu presente, ninguém podia imaginar o que havia no pacote. Surpreendeu-se com um lindo vestido vermelho, cheio de brilho e bem longo. Enquanto as crianças brincavam, os mais velhos conversavam na sala. Olaria não parava de olhar as crianças incontroláveis, gritando pelo quintal. Logo o dia foi acabando, não parecia aquele mesmo olhar de festa, todos estavam se despedindo, fazendo planos para o próximo ano, José disse: _ Ano que vem faremos novamente um bolo para comemorar. Manoel completou: _ Com certeza! Dona Anita, então, disse: _ Pois é, ano que vem terá surpresas. Os filhos olharam rindo e dizendo: _ Por q eu isso, mamãe? Ela suspirou e disse: _ Foi só um palpite. Todos foram embora. Começaram a separar as mesas e desligar os aparelhos. _ Até ano que vem! Repetiu seu filho Manoel. Enquanto isso, lá em cima da escada, Zilda e dona Anita olhavam-se e sorriam. Aline Fernanda nº 02 e Mayara Moura nº 28 – 1º B / 2009 30
  • 31. FELIZ ANIVERSÁRIO A família morava numa casa só. Zilda a única mulher entre seis irmãos, teve a idéia de fazer uma festa surpresa para dona Anita, sua mãe. Teve uma conversa com todos da família para planejar a festa. Carmem, a nora que morava em Olaria mas se mudou para ficar mais perto da família, levou dona Anita ao SPA, como presente de aniversário. Assim então Zilda pôde sair e contratar o Buffet e alugar o salão. Rose, uma de suas noras, estava na praia de Ipanema, estava tendo o show do Roberto Carlos, ligou para Zilda e perguntou se podia levá-lo. Zilda riu e desligou o celular. Rose então foi e falou com o Rei. O marido de Carmem decidiu comprar uma passagem para o Caribe para a mãe, estava disposto a fazer as pazes com os irmãos. Dona Anita estava muito feliz por estar descansando num SPA. Cordélia, a nora mais nova, gostava de agito, então decidiu sozinha contratar um DJ. Encontraram-se todos no salão. Quando dona Anita chegou, linda com um vestido longo de paetês preto, e cheia de jóias. Acenderam as luzes, ela teve a grande surpresa, o Roberto Carlos cantando para ela Feliz Aniversário! Ela abraçou todos os netos, bisnetos, os seis filhos, noras, enfim, todos. O bolo era de três andares, era de marchantiale, o seu preferido. O primeiro pedaço foi para Zilda, que ficou lisonjeada e ofereceu para todos que a haviam ajudado. José, apressando Jonga que queria fazer um discurso também. Todos iriam falar um pouquinho. Fizeram um lindo discurso que emocionou dona Anita. Todos dançaram, pularam, mas nada desviava o olhar de dona Anita do palco. Quando o Rei disse “São Tantas Emoções” ela pulou no colo do músico da banda. Os presentes ficaram assustados com a atitude dela, mas riram muito. Eles se conheceram melhor e se apaixonaram, foram morar na Inglaterra. A partir desse ano, dona Anita passou a comemorar os aniversários dela no Brasil, ao lado de sua família que havia ganhado mais uma integrante. Dona Anita adotou um bebê que se chamava Shara. Assim a família seguiu feliz. Carolia Soares nº 11, Lizandra Albuquerque nº 24 – 1º B – 2009 31
  • 32. FELIZ ANIVERSÁRIO A família foi pouco a pouco chegando, pois era muito unida e se encontravam todos os finais de semana. Os que vieram de Olaria para Copacabana estavam muito bem vestidos. A nora de Copacabana apareceu de azul marinho junto com seu marido e seus três filhos. Depois, veio a nora de Ipanema, com seus dois netos e sua babá; seu marido viria depois. A festa estava bem alegre, as crianças brincando e correndo pela casa e todos estavam felizes porque dona Anita, a aniversariante, fazia oitenta e nove anos. Zilda, a dona da casa, era a única filha e arrumara a mesa cedo; enchera de guardanapos de papel colorido, copos de papelão, alusivos à data, espalhara balões pelo teto em alguns dos quais estava escrito “happy burthday” e outros “feliz aniversário”, no centro da mesa havia um enorme bolo açucarado. A aniversariante se vestiria depois do almoço. A nora de Olaria ficava o tempo todo conversando com a nora de Ipanema porque não se encontravam há algum tempo. Depois do almoço, todos começaram a cantar parabéns, cantando forte como soldados e todos gritavam: “viva mamãe”, “viva vovó”, “viva dona Anita”. A festa já estava chegando ao fim e os filhos se despediam alegremente da mãe, e diziam que no próximo fim de semana se veriam de novo porque não conseguiam ficar muito tempo sem se ver. Quando estavam na rua, todos se despediam alegremente, e na casa da aniversariante, Zilda e sua mãe estavam com fome e Zilda preparou o jantar. Depois do jantar, Zilda e dona Anita foram dormir e se preparar para o próximo fim de semana com a família. Danilo Bernardino nº 8 – 1º D / 2009 32
  • 33. FELIZ ANIVERSÁRIO Os empregados foram pouco a pouco chegando para os preparativos da festa. D. Anita acabara de chegar da fazenda ao lado. Ela era uma mulher magra, alta, de fibra e um tanto quanto prepotente. Morava em uma fazenda muito grande, era dona de várias fazendas da redondeza e matriarca de uma grande família. Hoje era seu aniversário, mas não queria comemorações. No entanto, quando chegou a casa, encontrara suas noras, seus netos e seus filhos (com exceção de Jonga). A nora mais nova era Melissa, fútil, egoísta e só bajulava dona Anita pelo seu dinheiro. Clarisse (sua outra nora) era doce, gentil e educada. Seus netos eram todos interesseiros, com exceção de Rodrigo, que gostava de sua avó por quem era e não pelo seu dinheiro. Quando dona Anita viu todos os convidados em geral, à sua espera, disse: _ Ah! O que é isso? _ Feliz Aniversário! -disseram os convidados. _ O que vocês estão fazendo aqui? Sujando as minhas louças e comendo às minhas custas, é? Quem os chamou? _ Nossa querida sogra, queríamos fazer uma surpresa! Hoje é seu aniversário. – disse Melissa. _ Sei melhor do que ninguém que hoje é meu aniversário. Não gosto de comemorações, muito menos de surpresas, por acaso eu pedi essa festa? E quem vai arcar com os custos? _ Sogra, que horror! Seu filho Jonga vai arcar com tudo. _ E cadê ele que não está aqui? _ Está em uma viagem de negócios. Os convidados olharam-se pasmos por aquela situação. Dona Anita subiu correndo para o seu quarto, mas a sua filha Zilda correu atrás dela para convencê-la a voltar para a festa. As duas ficaram conversando por uns dez minutos, no quarto, enquanto os convidados se divertiam lá embaixo. Dona Anita estava a refletir, pensando que família era aquela que estava ali apenas por dinheiro. E pensava também se teria sido grossa com sua “família”. De repente, alguém bateu na porta: _ Vovó... Tudo bem com a senhora? _ Sim. Desculpe-me pelo ocorrido. Isso não tinha nada a ver com você... _ Tudo bem, vovó, eu compreendo. _ O mundo dos adultos é complicado, meu filho! _ Vovó, vamos descer, quero ficar ao lado da senhora. _ Está bom, vamos sim. Dona Anita não comeu nada durante toda a festa. Já os convidados, se fartaram de tanto comer! Cantaram parabéns, e nem o bolo ela comeu... Pouco a pouco, os convidados foram embora, todos contentes e desdenhosos de dona Anita. Rodrigo conversou com sua avó a festa toda e sua nora Clarisse também. Já era tarde quando todos se foram. Sobrou apenas aquela velha mulher de fibra. Naquela mesma noite, dona Anita faleceu, com a lembrança daquela família interesseira. Juliana Turci nº 16, Luis Gustavo Cardoso nº 23 – 1º D – 2009 33
  • 34. FELIZ ANIVERSÁRIO Na pequena cidade de Mata Cavalos, morava uma senhora que se chamava dona Anita. Ali se encontrava desde os primeiros moradores. Aos 33 anos, sua família migrara do Uruguai e resolveu ali ficar para construir sua vida. A área estava sendo ocupada pelos sem-terras. Durante esse período, Mata Cavalos foi invadida diversas vezes pela Justiça, eles queriam usar aquela área para construir fábricas, sendo que todas as vezes que isso acontecia, os moradores faziam uma grande guerra. De sua família só restou dona Anita e a sua mãe, Glória, o resto foi longe demais em sua luta. D. Anita logo se casou com um próspero fazendeiro e formou uma grande e bela família. Vinte anos depois, dona Glória foi internada, ali perto de Mata Cavalos. Meses depois, veio a falecer. Ela estivera internada na cidade vizinha, sofria de uma doença do coração e não resistiu. Para dona Anita, nesse momento, seu marido Raimundo foi sua grande rocha, porque ela e seus familiares sentiam um tremendo vazio, pois Glória era uma pessoa tão alegre que contagiava a todos, a felicidade da família. Desde então, o lar de d. Anita não foi mais igual. Faltava-lhes algo. Algo como felicidade ou paz. Talvez os dois. A família não conseguia mais se entender. Dona Anita agora era a voz superior. Mas não teve forças para ajudá-los. O tempo passou, as brigas foram intensas, muitos irmãos, sobrinhos e primos não se falavam por causa de intrigas, mas dona Anita não pôde perceber. Ela ficava trancada em seu quarto grande parte do dia. Mal comia, bebia ou conversava. A angústia tomara conta dela, e por inteiro. Mais tempo passou. Hoje era o dia do aniversário de 59 anos de dona Anita. Sua família decidiu preparar uma festa, dona Anita não ia saber até de noitinha. A intenção era animar a pobre senhora. Durante o dia, sua filha Regina e seu neto Ricardo se encarregaram de tirá-la de casa. Os outros preparavam a festa. Até que a família estava se animando um pouco mais que de costume, mas nada se comparava a antes. Porém o senhor Raimundo não gostou muito da ideia de reunir todos e nem de fazes a festa surpresa. Ele gritava aos filhos que se fizessem isso ela poderia ter um troço no coração! Mas mesmo assim, ninguém se importou. Ao entardecer, dona Anita, sua filha e seu neto chegaram. Tudo já estava pronto. A única coisa que faltava era não deixar que dona Anita chegasse perto do quintal dos fundos. Eles pediram para que dona Anita se arrumasse e disseram que alguns dos filhos que moravam distante viriam visitá-la. Mas a senhora não gostou nada da ideia. Depois de arrumá-la e perfumá-la, Regina arrastou dona Anita para os fundos. Já estava de noite, ao ver a aproximação dela, todos se esconderam e apagaram as luzes. Segundos depois, começou aquele rebuliço. Dona Anita resmungava porque não estava vendo nada só ouvindo alguns barulhos estranhos. Assim que ela acendeu a luz, se deparou com a família inteira com chapéus na cabeça atrás da mesa com o bolo cheio de velinhas azuis, brigando e se espancando. Regina, Ricardo, seu Raimundo e dona Anita ficaram pasmos com todo aquele alvoroço. Até que alguns de seus netos pararam de discutir e saíram de perto da confusão. Dona Anita estava paralisada, ela não acreditava em toda aquela situação. Por que todos se comportavam assim diante de sua festa surpresa de aniversário? Regina trouxe água, mas dona Anita preferiu um pouco de vinho porque água naquela situação não ia adiantar. Ela se enfureceu e deu um grito bem alto: EU QUERO MESMO É QUE VÁ TODO MUNDO PRO INFERNO E QUE O DIABO OS CARREGUE! 34
  • 35. Todos se espantaram com ela e na hora em que parara, dona Anita estava prestes a ter um ataque do coração. Nesse momento, ela pôde perceber o quanto sua mãe fazia-lhe falta e, acima de tudo, o quanto ela mesma fez falta todos esses anos à sua família. Ela estremeceu e começou a chorar de arrependimento. Virou-se para seu marido e lhe deu um grande abraço. Raimundo disse _ Ah! Anita, minha boa e velha Anita está de volta! Ninguém acreditava naquilo! Ela permaneceu todos esses anos sem ao menos derramar uma gota de lágrima. Todos imediatamente se aproximaram dela preocupados com tudo aquilo. Dona Anita pediu desculpas por não ter estado mais presente na vida deles por tantos anos, se preocupando apenas com as suas lágrimas e remoendo a perda de sua mãe e que não sabia que eles precisavam tanto dela. Prometeu tentar ser uma pessoa melhor. Todos começaram a se entristecer, alguns a chorar. Com o tempo, dona Anita fez seus dias melhores, recuperou aquela força de viver, pois percebeu o quanto era infeliz ao lado de todos por escolha própria. “NUNCA FECHE OS OLHOS PARA O MUNDO, POIS SEMPRE VAI TER ALGUÉM NO MUNDO QUE ESPERA O BRILHO DO SEU OLHAR” Caroline Colen de Almeida nº 6; Roberta Santana Macedo nº 30 – 1º D – 2009 35
  • 36. FELIZ ANIVERSÁRIO No dia do aniversário de dona Anita, sua família resolve fazer uma festa com o propósito de unir os laços que estavam se rompendo. Já era tarde e pouco a pouco a família estava chegando à casa de Zilda, onde se comemorava o aniversário de dona Anita. Zilda, a filha da aniversariante, organizara toda a festa em sua casa, que era maior e mais confortável. Dona Anita tinha três filhos: Jonga (já falecido), Zilda, a filha que organizou a festa e José, que era o mais afastado da família. Anita não gostava de quase nenhum familiar, os únicos que habitavam o seu coração era Rodrigo, seu neto, e seu filho Jonga. As crianças correndo pela sala e aquelas conversas altas sobre novelas e futebol estavam irritando dona Anita. Sua cara apresentava raiva. Já não agüentava mais, olhava para todos com um olhar de nojo. Sua filha Zilda pergunta o que estava acontecendo com Anita. A velha cospe no chão e diz que aquilo tudo não passava de fingimento e que a família só estava unida para deixá-la feliz, mas por trás estavam se odiando. Ela se retira e vai para o quarto. Rodrigo fica indignado e sobe para falar com dona Anita. Chegando no quarto, o rapaz tentou entrar, mas a porta estava trancada. _ Vó, abre a porta! _ diz Rodrigo. Anita, como amava Rodrigo, abre-a e o neto entra e começa a conversar sobre o acontecido. O rapaz explica que toda família tem briga e uns têm inveja dos outros, é normal isso; indica que eles se amavam. A velha entende e desce para cantar parabéns. Depois de cantar, todos se abraçam e pedem desculpas pelas brigas e que no final todos se amam. Bruno Rocha nº 02; Guilherme Pereira Sposito nº 11; Júlio Cesar nº 17 – 1º D – 2009 36
  • 37. FELIZ ANIVERSÁRIO Festa de aniversário, família reunida, comida gostosa, presentes, harmonia, só alegria! É isso que todos esperamos de festas de aniversário, era isso que dona Anita, a mãe, esperava: um feliz aniversário. Dona Anita morava com sua filha Zilda e tinha outros seis filhos. Hoje era seu aniversário, esperava ansiosamente por sua família, ficara muito tempo a arrumar a casa. Mas sua família já não era mais unida como era antes. Em toda família há uma junção, alguém que une a todos, e nesta família não havia mais. Esse elo era um de seus filhos, Jonga. Suas noras não gostavam dela, só pensavam em se mostrar umas para as outras, juntas aos filhos. Foram à festa apenas por obrigação. A maioria dos parentes foi só para comer, ou marcar sua presença. Alguns dos filhos de dona Anita ainda tentavam animar a festa, animar a sua mãe. Mas o que dona Anita pensava sobre tudo isso? Estava muito chateada, desapontada. Por isso, durante a festa, ficou boa parte do tempo pensativa e, mais tarde, fora agressiva e mal educada com seus convidados. No final, todos foram embora e ali só restaram Zilda, dona Anita e seus pensamentos. Família... para alguns, pode ser até caretice falar sobre isso, mas para as pessoas mais velhas, para dona Anita, a ancestral da família, que não podia saber ao certo se estaria viva no próximo ano, significava muito! De forma que no ano que vem ocorra realmente uma festa de aniversário com pessoas que ela realmente gosta como seu neto Rodrigo. Gustavo de Oliveira nº 12; Kaique dos Santos nº 18 – 1º D – 2009 37