O documento descreve a Fascíola hepática, um parasita que infecta bovinos e ovelhas. Ele possui corpo achatado e foliáceo, com ventosas oral e ventral. É transmitido ao ser humano por ingestão de metacercárias em vegetais contaminados. O tratamento é feito com triclabendazol e a prevenção evitando o consumo de vegetais crus irrigados por água contaminada.
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P R O F ° . G I L D E VA N
FASCÍOLA HEPÁTICA / Licenciatura em Biologia
3. O que é
?
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Fascíola (Fasciola hepatica) é um verme achatado,
trematódeo da família dos fasciolídeos, filo
Platyhelminthes, parasita dos canais biliares do boi,
ovelha, cabra, porco e, raramente, do homem. Tal verme
apresenta corpo de coloração avermelhada (acinzentada
na porção anterior), foliáceo, achatado, com ventosa
ventral e oral pequena, e faringe bem desenvolvida.
Também é conhecido pelos nomes de barata-do-fígado,
baratinha-do-fígado, dúvia e saguaipé.
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A fasciolose é uma zoonose causada por este trematódeo
que abrange duas espécies: Fasciola hepática e Fasciola
gigantica. Essa doença, também chamada de distomatose
hepática ou fasciolíase, provém da Europa, sendo
característica de gado bovino e alguns animais herbívoros
.
Raramente afeta os seres humanos.
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7. Principais Características
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São acelomados (não possuem celoma) e triblásticos (possuem os
três folhetos germinativos: ectoderme, mesoderme e endoderme).
Possuem simetria bilateral.
A ectoderme dá origem ao revestimento externo, a mesoderme dá
origem à musculatura e ao parênquima, que é um tecido que
preenche todo o espaço entre o intestino e a parede do corpo. A
endoderme dá origem ao intestino e seu revestimento.
Tegumento
Os platelmintos possuem um epitélio simples, sendo a epiderme
formada por uma camada simples de células. As espécies parasitas
apresentam uma cutícula de proteção e, em alguns casos, ventosas
para fixação. Alguns apresentam cílios na região ventral, para fins
de locomoção. Podem possuir células mucosas, que produzem
lubrificação para facilitar a locomoção.
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Reprodução
São endo ou ectoparasitas.
Possuem ventosas para
fixação, uma na região
oral, outra ventral.
Possuem cutícula
protetora na epiderme e
não possuem cílios. São
hermafroditas.Fazem
fecundação cruzada e
interna.
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Digestão
Os sistema digestório dos
platelmintos é
incompleto, ou seja, a
boca é a única abertura
para o exterior, não
possuindo ânus. A
digestão pode ser intra ou
extracelular. O intestino é
bastante ramificado, o que
facilita a distribuição do
alimento digerido. O que
não é utilizado na digestão
é eliminado pela boca,ou
por um poro localizado
na extremidade do corpo
da Fasciola.
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Respiração
Não possuem sistema respiratório, e as trocas gasosas são
feitas pela epiderme, por difusão. Este tipo de respiração
recebe o nome de tegumentar ou cutânea e ocorre nas
espécies de vida livre, pois as parasitas fazem respiração
anaeróbia.
Circulação
Os platelmintos não possuem sistema circulatório. O
alimento digerido é enviado para as células por difusão,
graças a um intestino bem ramificado, pois ele é
gastrovascular.
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11. Principais Características
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Excreção
São os primeiros animais a apresentar sistema excretor: o protonefrídio, que é formado por
vários túbulos excretores com células-flama. As células-flama são fundamentais neste
sistema excretor. Apresentam vários flagelos que promovem a movimentação dos
fluidos, fazendo com que eles sejam muito bem filtrados. Os resíduos caem em um sistema
de ductos ou túbulos, que se abrem para o exterior através de estruturas chamadas
nefridióporos, que são poros excretores. Estes poros situam-se na superfície dorsal do
corpo, lateralmente.
Esqueleto
Não possuem esqueleto.
Sistema Nervoso
Apresentam um processo chamado cefalização, ou seja, uma cabeça com estruturas nervosas
e sensoriais. O sistema nervoso dos platelmintos é chamado ganglionar, formado por dois
gânglios nervosos, que estão ligados a dois cordões nervosos ventrais e longitudinais, que
são ligados por comissuras transversais e que percorrem toda a região ventral, até a parte
posterior do verme.
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12. Principais Características
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O parasita adulto apresenta uma forma de folha, medindo cerca de 3 cm de
comprimento por 1,5cm de largura. Seu corpo é achatado no sentido dorso-ventral
e, no animal vivo, possui saliências devido às contrações musculares.
Apresenta cor vinho tinto in vivo e cor pardo-acinzentada em meio líquido. Possui
as seguintes estruturas: ventosa oral; faringe (partindo dessa ventosa); ceco
bifurcado, ramificado e com fundo cego (partindo da faringe); ventosa ventral ou
acetábulo (abaixo da oral); poro genital; aparelho genital feminino (ovário
ramificado, oviduto, vitelodutos, oótipo, tubo uterino, útero e glândulas vitelinas);
aparelho genital masculino (dois testículos muito ramificados, canais eferente e
deferente e bolsa do cirro – o cirro, uma estrutura com finalidade de cópula, possui
uma parte prostática e outra muscular).
Nota-se que as fascíolas são hermafroditas.
Os ovos medem cerca de 140μm de comprimento por 80μm de largura. São
elípticos e revestidos por uma concha delgada, a qual apresenta um opérculo em
uma das extremidades.
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Musculatura
A musculatura é do tipo lisa, que favorece a
movimentação e locomoção do animal, podendo ter a
colaboração de cílios, caso estejam presentes. Essa
musculatura lisa forma o túbulo músculo-dermático, que é
uma unidade funcional com a pele.
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Como a fascíola
é transmitida?
Acontece por via
oral, por meio da
ingestão de
metacercárias (as
formas císticas do
trematódeo)
presentes na água e
verduras. Os
animais
contaminam-se
ingerindo
metacercárias em
capim ou gravetos.
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15. Como é feito o Tratamento?
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O tratamento é feito com a administração do
triclabendazol. Para o homem, a profilaxia é feita
evitando-se o consumo de agrião cru, principalmente
quando são irrigados por água de rio, ou adubados com
estrumes. Quanto ao controle e profilaxia nos animais, os
que estiverem infectados devem ser tratados, evitando, na
medida do possível, que defequem perto da água.
Também deve ser feito um controle da população de
caramujos Lymnaea, utilizando-se mulusquicidas, além da
drenagem das pastagens alagadas.
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