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SIMAVE
PROEB 2011
            Revista Pedagógica
                   Matemática
  9º ano do Ensino Fundamental
ISSN 1983-0157




     SIMAVE
     PROEB 2011
          Revista Pedagógica


Matemática 9º ano do Ensino Fundamental
Governador de Minas Gerais
           Antônio Augusto Junho Anastasia

           Secretária de Estado de Educação
              Ana Lúcia Almeida Gazzola

       Secretária Adjunta de Estado de Educação
         Maria Céres Pimenta Spínola Castro

                  Chefe de Gabinete
             Maria Sueli de Oliveira Pires

Subsecretária de Informações e Tecnologias Educacionais
                   Sônia Andère Cruz

       Superintendente de Avaliação Educacional
              Maria Inez Barroso Simões
7    A importância dos
     resultados
                                8    Os resultados da sua escola




                                14   A estrutura da Escala de Proficiência

13   A Escala de Proficiência   16
                                32
                                     Domínios e Competências
                                     O papel da avaliação no ensino de Matemática




                                38   Baixo

37   Padrões de Desempenho
     Estudantil
                                42
                                50
                                     Intermediário
                                     Recomendado
                                56   Com a palavra, o professor




58   o trabalho continua
6
7




A importância dos resultados


A   s avaliações em larga escala realizadas pelo Sis-
    tema Mineiro de Avaliação da Educação Pública
(SIMAVE), ao oferecer medidas acerca do progresso
do sistema de ensino como um todo e, em particular,
de cada escola, atendem a dois propósitos principais:
o de prestar contas à sociedade sobre a eficácia dos
serviços educacionais oferecidos à população, e o de
fornecer subsídios para o planejamento das escolas em
suas atividades de gestão e de intervenção pedagógica.
Para as escolas, a oportunidade de receber os seus
resultados de forma individualizada tem como finalidade
prover subsídios para o planejamento de suas ações
de aprendizagem. A Revista Pedagógica, portanto, foi
criada para atender ao objetivo de divulgar os dados
gerados pelo SIMAVE/PROEB de maneira que eles pos-
sam ser, efetivamente, utilizados como subsídio para
as diversas instâncias gestoras, bem como para cada
unidade escolar. É preciso que a informação chegue a
seu público da melhor forma possível.

Nesta Revista Pedagógica você encontrará os resultados
desta escola em Matemática para o 9º ano do Ensino
Fundamental. Para a interpretação pedagógica desses
resultados, a escala de proficiência, com seus domínios
e competências, será fundamental. Com ela, torna-se
possível entender em quais pontos os alunos estão em
relação ao desenvolvimento das habilidades conside-
radas essenciais ao aprendizado da Matemática. Como
você verá, o detalhamento dos níveis de complexidade
das habilidades, apresentado nos domínios e competên-
cias da escala, prioriza a descrição do desenvolvimento
cognitivo ao longo do processo de escolarização. Essas
informações são muito importantes para o planejamen-
to dos professores, bem como para as intervenções
pedagógicas em sala de aula.

Os padrões de desempenho oferecem à escola os sub-
sídios necessários para a elaboração de metas coletivas.
Assim, ao relacionar a descrição das habilidades com
o percentual de estudantes em cada padrão, a esco-
la pode elaborar o seu projeto com propostas mais
concisas e eficazes, capazes de trazer modificações
substanciais para o aprendizado dos estudantes com
vistas à promoção da equidade.

Também são apresentados, nesta revista, alguns artigos
importantes sobre o ensino da Matemática e depoi-
mentos de professores que, como você, fazem toda a
diferença nas comunidades em que atuam.
8




    OS RESULTADOS DA SUA ESCOLA

    Os resultados desta escola
    no SIMAVE/PROEB 2011 são
                                     Resultados impressos nesta revista
    apresentados sob seis as-
    pectos. Quatro deles estão
    impressos nesta revista. Ou-     1. Proficiência média
    tros dois, os que se referem      Apresenta a proficiência média desta escola. Você pode
    aos resultados do percentual     comparar a proficiência da escola com as médias do estado, da
    de acerto no teste, estão dis-   sua Superintendência Regional de Ensino e do seu município
    poníveis no Portal da Avalia-    para as diferentes redes. O objetivo é proporcionar uma visão
    ção, pelo endereço eletrônico    das proficiências médias e posicionar sua escola em relação a
    www.simave.caedufjf.net.         essas médias.




                                     2. Participação
                                     Informa o número estimado de alunos para a realização do teste
                                     e quantos, efetivamente, participaram da avaliação no estado, na
                                     sua SRE, no seu município e na sua escola.




                                     3. Evolução do percentual de estudantes por padrão de desempenho
                                     Permite que você acompanhe a evolução do percentual de alunos
                                     nos padrões de desempenho das avaliações realizadas pelo
                                     SIMAVE/PROEB em suas últimas edições.
11




4. Percentual de alunos por nível de proficiência e padrão de desempenho
Apresenta a distribuição dos alunos ao longo dos intervalos de
proficiência no estado, na SRE/município e na sua escola. Os
gráficos permitem que você identifique o percentual de alunos
para cada padrão de desempenho. Isso será fundamental para
planejar intervenções pedagógicas, voltadas à melhoria do pro-
cesso de ensino e promoção da equidade escolar.




         Resultados DISPONíVEIS no Portal da avaliação

         5. Percentual de acerto por descritor    6. Resultados por aluno

         Apresenta o percentual de acerto no      Cada aluno pode ter acesso aos seus re-
         teste para cada uma das habilidades      sultados no SIMAVE/PROEB a partir do
         avaliadas. Esses resultados são apre-    sistema da escola. Nesse boletim do aluno
         sentados por SRE, município, escola,     é informado o padrão de desempenho al-
         turma e aluno.                           cançado e quais habilidades ele possui
                                                  desenvolvidas em Matemática para o 9º
                                                  ano do Ensino Fundamental. Essas são
                                                  informações importantes para o acompa-
                                                  nhamento, pelo aluno e seus familiares, de
                                                  seu desempenho escolar.
12
13




A Escala de Proficiência


  U   ma escala é a expressão da medida
      de uma grandeza. É uma forma de
  apresentar resultados com base em uma
  espécie de régua em que os valores são
  ordenados e categorizados. Para as ava-
  liações em larga escala da educação bá-
  sica realizadas no Brasil, os resultados
  dos alunos em Matemática são dispostos
  em uma escala de proficiência definida
  pelo Sistema Nacional de Avaliação da
  Educação Básica (SAEB). As escalas do
  SAEB permitem ordenar os resultados
  de desempenho em um continuum, ou
  seja, do nível mais baixo ao mais alto.
  Assim, os alunos que alcançaram um
  nível mais alto da escala, por exemplo,
  mostram que possuem o domínio das
  habilidades presentes nos níveis ante-
  riores. Isso significa que o estudante
  do último ano do Ensino Médio deve,
  naturalmente, ser capaz de dominar
  habilidades em um nível mais comple-
  xo do que as de um aluno do 5º ano do
  Ensino Fundamental.

  As escalas apresentam, também, para
  cada intervalo, as habilidades presentes
  naquele ponto, o que é muito importante
  para o diagnóstico das habilidades ainda
  não consolidadas em cada etapa de es-
  colaridade.

  A grande vantagem da adoção de uma
  escala de proficiência é sua capacida-
  de de traduzir as medidas obtidas em
  diagnósticos qualitativos do desempenho
  escolar. Com isso, os educadores têm
  acesso à descrição das habilidades dis-
  tintivas dos intervalos correspondentes
  a cada nível e podem atuar com mais
  precisão na detecção de dificuldades
  de aprendizagens, bem como planejar
  e executar ações de correção de rumos.
14




                         Domínios                       Competências                                    Descritores
                                           Localizar objetos em
                                                                                      D1 e D9.
                                           representações do espaço.
                                           Identificar figuras geométricas
                                                                                      D2, D3 e D4.
                                           e suas propriedades.
                        Espaço e Forma
                                           Reconhecer transformações
                                                                                      D5 e D7.
                                           no plano.

                                           Aplicar relações e propriedades.           D6, D8, D10 e D11.


                                           Utilizar sistemas de medidas.              D14

                   Grandezas e Medidas     Medir grandezas.                           D12 e D13.

                                           Estimar e comparar grandezas.              *


                                           Conhecer e utilizar números.               D15, D16, D19, D20, D21 e D22.

                 Números e Operações/
                                           Realizar e aplicar operações.              D17, D18, D23, D24 e D25.
                    Álgebra e Funções

                                           Utilizar procedimentos algébricos.         D26, D27, D28, D29 e D30.

                                           Ler, utilizar e interpretar informações
                                                                                      D31 e D32.
                          Tratamento da    apresentadas em tabelas e gráficos.
                             informação    Utilizar procedimentos de
                                                                                      *
                                           combinatória e probabilidade.

                    *As habilidades envolvidas nessas competências não são avaliadas nesta etapa de escolaridade.




     A estrutura da Escala de Proficiência
     Na primeira coluna da escala são     As habilidades, representadas por          das cores informa sobre essa gra-
     apresentados os grandes domínios     diferentes cores, que vão do ama-          dação na própria escala.
     do conhecimento em Matemáti-         relo-claro ao vermelho, estão dis-
     ca para toda a educação básica.      postas nas várias linhas da esca-          Na primeira linha da Escala estão
     Esses domínios são agrupamen-        la. Essas cores indicam a gradação         divididos todos os intervalos em fai-
                                                                                     xas de 25 pontos, que vão de zero a
     tos de competências que, por sua     de complexidade das habilidades
                                                                                     500 pontos. Em tons de verde, estão
     vez, agregam as habilidades pre-     pertinentes a cada competência.
                                                                                     agrupados os padrões de desem-
     sentes na Matriz de Referência de    Assim, por exemplo, a cor amare-           penho definidos pela Secretaria de
     Matemática. As colunas seguintes     lo-clara indica o primeiro nível de        Estado de Educação de Minas Ge-
     mostram a relação entre a escala     complexidade da habilidade, pas-           rais para o 9º ano do Ensino Funda-
     e a matriz, para cada competência,   sando pelo laranja e indo até o nível      mental. Os limites entre os padrões
     trazendo os descritores que lhes     mais complexo, representado pela           cortam a escala, no sentido vertical,
     são relacionados.                    cor vermelha. A legenda explicativa        da primeira à última linha.
15




                                       ESCALA DE PROFICIÊNCIA

0   25     50   75   100   125   150   175   200     225   250   275             300   325   350   375   400   425   450   475           500




                                                                                                                           Recomendado
                                                                 Intermediário
                                             Baixo




                            A gradação das cores indica a complexidade da tarefa.



         PADRÕES DE DESEMPENHO ESTUDANTIL PARA O 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
16




     Domínios e                                  ESPAÇO E FORMA
     Competências
     Os domínios da escala de proficiên-   Professor, na Matemática, o estudo
     cia agrupam as competências bási-     do Espaço e Forma é de fundamen-
     cas ao aprendizado da Matemática      tal importância para que o estudante
     para toda a educação básica.          desenvolva várias habilidades, como
                                           percepção, representação, abstra-
     Ao relacionar os resultados de sua    ção, levantamento e validação de
     escola a cada um dos domínios da      hipóteses, orientação espacial; além
     escala de proficiência e aos res-     de propiciar o desenvolvimento da
     pectivos intervalos de gradação       criatividade. Vivemos num mundo
     de complexidade da habilidade, é      em que, constantemente, neces-
     possível diagnosticar, com grande     sitamos nos movimentar, localizar
     precisão, dois pontos principais: o   objetos, localizar ruas e cidades em
     primeiro se refere ao nível de de-    mapas, identificar figuras geométri-
     senvolvimento obtido no teste e o     cas e suas propriedades para solu-
     segundo ao que é esperado dos         cionar problemas. O estudo deste
     alunos nas etapas de escolaridade     domínio pode auxiliar a desenvolver,
     em que se encontram. Com esses        satisfatoriamente, todas essas ha-
     dados, é possível implementar         bilidades, podendo, também, nos
     ações em nível de sala de aula com    ajudar a apreciar, com outro olhar,
     vistas ao desenvolvimento das ha-     as formas geométricas presentes
     bilidades ainda não consolidadas, o   na natureza, nas construções e nas
     que, certamente, contribuirá para     diferentes manifestações artísticas.
     a melhoria do processo educativo      Estas competências são trabalha-
     da escola.                            das desde a Educação Infantil até
                                           o Ensino Médio, permitindo que, a
                                           cada ano de escolaridade, os estu-
                                           dantes aprofundem e aperfeiçoem
                                           o seu conhecimento neste domínio,
                                           desenvolvendo, assim, o pensamen-
                                           to geométrico necessário para so-
                                           lucionar problemas.
17




Localizar objetos em representações do espaço


0    25    50    75    100   125   150   175   200   225   250   275   300   325   350   375   400   425   450   475   500



Um dos objetivos do ensino de Espaço e Forma em Matemática é propiciar ao estudante o desenvolvimento da
competência de localizar objetos em representações planas do espaço. Esta competência é desenvolvida desde
os anos iniciais do Ensino Fundamental, por meio de tarefas que exigem dos estudantes, por exemplo, desenhar,
no papel, o trajeto casa-escola, identificando pontos de referências. Para o desenvolvimento desta competência,
nos anos iniciais do Ensino Fundamental, são utilizados vários recursos, como a localização de ruas, pontos
turísticos, casas, dentre outros, em mapas e croquis. Além disso, o uso do papel quadriculado pode auxiliar
o estudante a localizar objetos utilizando as unidades de medidas (cm, mm), em conexão com o domínio de
Grandezas e Medidas. Nos anos finais do Ensino Fundamental, o papel quadriculado é um importante recurso
para que os estudantes localizem pontos utilizando coordenadas. No Ensino Médio, os estudantes trabalham
as geometrias plana, espacial e analítica. Utilizam o sistema de coordenadas cartesianas para localizar pontos,
retas, circunferências, entre outros objetos matemáticos.


          Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 150 pontos, ainda não de-
          senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.



          Estudantes cuja proficiência se encontra no intervalo de 150 a 200 pontos na escala, marcado
          pelo amarelo-claro, estão no início do desenvolvimento desta competência. Esses estudantes
          são os que descrevem caminhos desenhados em mapas, identificam objeto localizado dentro/
          fora, na frente/atrás ou em cima/embaixo.


          Estudantes cuja proficiência se encontra no intervalo amarelo-escuro, 200 a 250 pontos na
          escala, realizam atividades que envolvem referenciais diferentes da própria posição, como, por
          exemplo, localizar qual o objeto está situado entre outros dois. Também localizam e identificam
          a movimentação de objetos e pessoas em mapas e croquis.


          O laranja-claro, 250 a 300 pontos na escala, indica um novo grau de complexidade desta com-
          petência. Neste intervalo, os estudantes associam uma trajetória representada em um mapa
          à sua descrição textual. Por exemplo: dada uma trajetória entre duas localidades, no mapa,
          o estudante verifica qual a descrição textual que representa esse deslocamento e vice-versa.


          No intervalo de 300 a 375 pontos, cor laranja-escuro, os estudantes já conseguem realizar ati-
          vidade de localização utilizando sistema de coordenadas em um plano cartesiano. Por exemplo:
          dado um objeto no plano cartesiano, o estudante identifica o seu par ordenado e vice-versa.


          No intervalo de 375 a 500 pontos, representado pela cor vermelha, os estudantes localizam
          figuras geométricas por meio das coordenadas cartesianas de seus vértices, utilizando a
          nomenclatura abscissa e ordenada.
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     Identificar figuras geométricas e suas propriedades


     0     25    50     75    100   125   150   175    200   225   250   275   300    325   350   375   400    425   450   475      500



     Nesta competência, a denominação de “figuras geométricas” será utilizada de forma geral para se referir tanto às figuras
     bidimensionais como às tridimensionais. Em todos os lugares, nós nos deparamos com diferentes formas geométricas – ar-
     redondadas, retilíneas, simétricas, assimétricas, cônicas, esféricas, dentre muitas outras. A percepção das formas que estão
     ao nosso redor é desenvolvida pelas crianças mesmo antes de entrarem na escola. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental,
     os estudantes começam a desenvolver as habilidades de reconhecimento de formas utilizando alguns atributos das figuras
     planas (um dos elementos que diferencia o quadrado do triângulo é o atributo número de lados) e tridimensionais (conseguem
     distinguir a forma esférica de outras formas). Nos anos finais do Ensino Fundamental, são trabalhadas as principais proprie-
     dades das figuras geométricas. No Ensino Médio, os estudantes identificam várias propriedades das figuras geométricas,
     entre as quais destacamos o Teorema de Pitágoras, propriedades dos quadriláteros, dentre outras.


                Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram
                as habilidades relacionadas a esta competência.



                No intervalo de 125 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro, os estudantes começam a desenvolver
                a habilidade de associar objetos do cotidiano às suas formas geométricas.



                No intervalo de 200 a 250 pontos, representado pelo amarelo-escuro, os estudantes começam a desenvolver
                a habilidade de identificar quadriláteros e triângulos, utilizando como atributo o número de lados. Assim,
                dado um conjunto de figuras, os estudantes, pela contagem do número de lados, identificam aqueles
                que são triângulos e os que são quadriláteros. Em relação aos sólidos, os estudantes identificam suas
                propriedades comuns e suas diferenças, utilizando um dos atributos, nesse caso o número de faces.


                Estudantes cuja proficiência se encontra entre 250 e 300 pontos identificam algumas características de
                quadriláteros relativas a lados e ângulos e, também, reconhecem alguns polígonos, como pentágonos, hexá-
                gonos, entre outros, considerando, para isso, o número de lados. Em relação aos quadriláteros, conseguem
                identificar as posições dos lados, valendo-se do paralelismo. Com relação aos sólidos geométricos, esses
                estudantes identificam os objetos com forma esférica a partir de um conjunto de objetos do cotidiano e reco-
                nhecem algumas características dos corpos redondos. A partir das características dos sólidos geométricos,
                os estudantes discriminam entre poliedros e corpos redondos, bem como identificam a planificação do cubo
                e do bloco retangular. O laranja-claro indica o desenvolvimento dessas habilidades.


                No intervalo-laranja escuro, 300 a 375 pontos na escala, os estudantes reconhecem um quadrado fora
                de sua posição usual. É muito comum, ao rotacionarmos um quadrado 90 graus, os estudantes não
                identificarem a figura como sendo um quadrado. Nesse caso, os estudantes consideram essa figura
                como sendo um losango. Em relação às figuras tridimensionais, os estudantes identificam alguns
                elementos dessas figuras como, por exemplo, faces, vértices e bases, além de contarem o número de
                faces, vértices e arestas dos poliedros. Ainda, em relação às figuras planas, os estudantes reconhecem
                alguns elementos da circunferência, como raio, diâmetro e cordas. Relacionam os sólidos geométricos
                às suas planificações e também identificam duas planificações possíveis do cubo.


                Estudantes que apresentam proficiência a partir de 375 pontos já consolidaram as habilidades referentes
                aos níveis anteriores e, ainda, identificam a quantidade e as formas dos polígonos que formam um prisma,
                bem como identificam sólidos geométricos a partir de sua planificação (prismas e corpos redondos) e
                vice-versa. A cor vermelha indica a consolidação das habilidades vinculadas a esta competência.
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reconhecer transformações no plano


0    25    50    75    100   125   150   175   200   225   250   275   300   325   350   375   400   425   450   475   500



Existem vários tipos de transformações no plano. Dentre elas, podemos citar as isometrias que têm como ca-
racterísticas a preservação de distâncias entre pontos do plano, como translações, rotações e reflexões e as
transformações por semelhança que preservam a forma, mas não preservam, necessariamente, o tamanho. As
habilidades relacionadas a esta competência dizem respeito às transformações por semelhança e, devido à sua
complexidade, começam a ser desenvolvidas em níveis mais altos da escala de proficiência.


          Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 325 pontos, ainda não de-
          senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.



          Estudantes que se encontram entre 325 e 350 pontos na escala, marcado pelo amarelo-claro,
          começam a desenvolver as habilidades desta competência. Esses estudantes são os que
          resolvem problemas envolvendo escalas e constante de proporcionalidade.


          O amarelo-escuro, 350 a 375 pontos, indica que os estudantes com uma proficiência que se
          encontra neste intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas, pois reconhecem a
          semelhança de triângulos a partir da medida de seus ângulos, bem como comparam áreas
          de figuras planas semelhantes desenhadas em uma malha quadriculada, obtendo o fator
          multiplicativo.


          No intervalo representado pela cor vermelha, os estudantes reconhecem que a área de um
          retângulo quadruplica quando as medidas de seus lados são dobradas.
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     Aplicar Relações e Propriedades


     0    25    50    75    100   125   150   175   200   225   250   275   300   325   350   375   400   425   450   475   500



     A resolução de problemas é uma capacidade cognitiva que deve ser desenvolvida na escola. O ensino da Mate-
     mática pode auxiliar nesse desenvolvimento considerando que a resolução de problemas não é o ponto final do
     processo de aprendizagem, mas o ponto de partida da atividade matemática, propiciando ao estudante desenvolver
     estratégias, levantar hipóteses, testar resultados, utilizar conceitos já aprendidos em outras competências. No
     campo do Espaço e Forma, espera-se que os estudantes consigam aplicar relações e propriedades das figuras
     geométricas – planas e não planas – em situações-problemas.


               Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 300 pontos, ainda não de-
               senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.



               O amarelo-claro, 300 a 350 pontos na escala, indica que os estudantes trabalham com ângulo
               reto e reconhecem esse ângulo como sendo correspondente a um quarto de giro. Em relação
               às figuras geométricas, conseguem aplicar o teorema da soma dos ângulos internos de um
               triângulo para resolver problemas e diferenciar os tipos de ângulos: agudo, obtuso e reto. Em
               relação ao estudo do círculo e circunferência, esses estudantes estabelecem relações entre
               as medidas do raio, diâmetro e corda.


               No intervalo representado pelo amarelo-escuro, 350 a 375 pontos, os estudantes resolvem
               problemas geométricos mais complexos, utilizando o teorema de Pitágoras e a lei angular
               de Tales, além de resolver problemas envolvendo o cálculo do número de diagonais de um
               polígono e utilizar relações para o cálculo da soma dos ângulos internos e externos de um
               triângulo. Em relação ao estudo do círculo e circunferência, esses estudantes calculam os
               ângulos centrais em uma circunferência dividida em partes iguais.


               Estudantes cuja proficiência se encontra entre 375 e 400 pontos, marcado pelo laranja-claro,
               resolvem problemas mais complexos, envolvendo o teorema de Pitágoras e relações métricas
               no triângulo retângulo.


               No intervalo representado pela cor vermelha, os estudantes resolvem problemas utilizando
               conceitos básicos da Trigonometria, como a Relação Fundamental da Trigonometria e as razões
               trigonométricas em um triângulo retângulo. Na Geometria Analítica identificam a equação de
               uma reta e a sua equação reduzida a partir de dois pontos dados. Reconhecem os coeficientes
               linear e angular de uma reta dado o seu gráfico. Identificam a equação de uma circunferência
               a partir de seus elementos e vice-versa. Na Geometria Espacial, utilizam a relação de Euler
               para determinar o número de faces, vértices e arestas.
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GRANDEZAS E MEDIDAS


O estudo de temas vinculados a
este domínio deve propiciar aos
estudantes conhecer aspectos
históricos da construção do conhe-
cimento; compreender o conceito
de medidas, os processos de me-
dição e a necessidade de adoção
de unidades padrão de medidas;
resolver problemas utilizando as
unidades de medidas; estabele-
cer conexões entre grandezas e
medidas com outros temas ma-
temáticos como, por exemplo, os
números racionais positivos e suas
representações. Através de diver-
sas atividades, é possível mostrar a
importância e o acentuado caráter
prático das Grandezas e Medidas,
para poder, por exemplo, com-
preender questões relacionadas
aos Temas Transversais, além de
sua vinculação a outras áreas de
conhecimento, como as Ciências
Naturais (temperatura, velocidade
e outras grandezas) e a Geografia
(escalas para mapas, coordenadas
geográficas). Estas competências
são trabalhadas desde a Educação
Infantil até o Ensino Médio, permi-
tindo que, a cada ano de escolari-
dade, os estudantes aprofundem e
aperfeiçoem o seu conhecimento
neste domínio.
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     utilizar sistemas de medidas


     0    25    50    75    100   125   150   175   200   225   250   275   300   325   350   375   400   425   450   475   500



     Um dos objetivos do estudo de Grandezas e Medidas é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência:
     utilizar sistemas de medidas. Para o desenvolvimento desta competência, nos anos iniciais do Ensino Fundamental,
     podemos solicitar aos estudantes que marquem o tempo por meio de calendário. Destacam-se, também, ativi-
     dades envolvendo culinária, o que possibilita um rico trabalho, utilizando diferentes unidades de medida, como
     o tempo de cozimento: horas e minutos e a quantidade dos ingredientes: litro, quilograma, colher, xícara, pitada
     e outros. Os estudantes utilizam também outros sistemas de medidas convencionais para resolver problemas.

               Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não de-
               senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.



               No intervalo de 125 a 175 pontos, representado pelo amarelo-claro, os estudantes estão no
               início do desenvolvimento desta competência. Eles conseguem ler horas inteiras em relógio
               analógico.

               No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 175 a 225 pontos, os estudantes conseguem
               ler horas e minutos em relógio digital e de ponteiro em situações simples, resolver problemas
               relacionando diferentes unidades de uma mesma medida para cálculo de intervalos (dias e
               semanas, minutos e horas), bem como estabelecer relações entre diferentes medidas de
               tempo (horas, dias, semanas), efetuando cálculos. Em relação à grandeza comprimento, os
               estudantes resolvem problemas relacionando metro e centímetro. Quanto à grandeza Sistema
               Monetário, identificam quantas moedas de um mesmo valor equivalem a uma quantia inteira
               dada em reais e vice-versa.

               Estudantes que apresentam uma proficiência entre 225 e 300 pontos, marcado pelo laranja-
               -claro, desenvolvem tarefas mais complexas em relação à grandeza tempo. Esses estudantes
               relacionam diferentes unidades de medidas como, por exemplo, o mês, o bimestre, o ano,
               bem como estabelecem relações entre segundos e minutos, minutos e horas, dias e anos.
               Em se tratando da grandeza Sistema Monetário, resolvem problemas de trocas de unidades
               monetárias, que envolvem um número maior de cédulas e em situações menos familiares.
               Resolvem problemas realizando cálculo de conversão de medidas das grandezas comprimento
               (quilômetro/metro), massa (quilograma/grama) e capacidade (litro/mililitro).

               No intervalo de 300 a 350 pontos, marcado pelo laranja-escuro, os estudantes resolvem pro-
               blemas realizando conversão e soma de medidas de comprimento (quilômetro/metro) e massa
               (quilograma/grama). Neste caso, os problemas envolvendo conversão de medidas assumem
               uma complexidade maior do que aqueles que estão na faixa anterior.

               Percebe-se que, até o momento, as habilidades requeridas dos estudantes para resolver
               problemas utilizando conversão de medidas envolvem as seguintes grandezas: comprimento,
               massa, capacidade. Há problemas que trabalham com outras grandezas como, por exemplo, as
               grandezas volume e capacidade estabelecendo a relação entre suas medidas – metros cúbicos
               (m³) e litro (L). Acima de 350 pontos na Escala de Proficiência, as habilidades relacionadas a
               esta competência apresentam uma maior complexidade. Neste nível, os estudantes resolvem
               problemas envolvendo a conversão de m³ em litros, de cm² em m² e m³ em L. A cor vermelha
               indica a consolidação das habilidades relacionadas a esta competência.
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Medir grandezas


0    25    50    75    100   125   150   175   200   225   250   275   300   325   350   375   400   425   450   475   500



Outro objetivo do ensino de Grandezas e Medidas é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência:
medir grandezas. Esta competência é desenvolvida nos anos iniciais do Ensino Fundamental quando, por exemplo,
solicitamos aos estudantes para medirem o comprimento e largura da sala de aula, usando algum objeto como
unidade. Esta é uma habilidade que deve ser amplamente discutida com os estudantes, pois, em razão da diferença
dos objetos escolhidos como unidade de medida, os resultados encontrados serão diferentes. E perguntas como:
“Qual é medida correta?” É respondida da seguinte forma: “Todos os resultados são igualmente corretos, pois
eles expressam medidas realizadas com unidades diferentes.” Além dessa habilidade, ainda nos anos iniciais do
Ensino Fundamental, também é trabalhada a habilidade de medir a área e o perímetro de figuras planas, a partir
das malhas quadriculadas ou não. Nos anos finais do Ensino Fundamental, os estudantes resolvem problemas
envolvendo o cálculo de perímetro e área de figuras planas e problemas envolvendo noções de volume (paralelepí-
pedo). No Ensino Médio, os estudantes resolvem problemas envolvendo o cálculo do volume de diferentes sólidos
geométricos (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera) e problemas envolvendo a área total de um sólido (prisma,
pirâmide, cilindro, cone, esfera).


          Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram
          as habilidades relacionadas a esta competência.



          No intervalo de 150 a 225 pontos na escala, amarelo-claro, os estudantes conseguem resolver problemas
          de cálculo de área relacionando o número de metros quadrados com a quantidade de quadradinhos contida
          em um retângulo desenhado em malha quadriculada.


          Estudantes cuja proficiência se encontra entre 225 e 275 pontos, representado pelo amarelo-escuro,
          realizam tarefas mais complexas, comparando e calculando áreas de figuras poligonais em malhas
          quadriculadas. Em relação ao perímetro, demonstram a habilidade de identificar os lados e, conhecendo
          suas medidas, calcular a extensão do contorno de uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada,
          bem como calcular o perímetro de figura sem o apoio de malhas quadriculadas. Ainda, reconhecem
          que a medida do perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada, dobra ou se reduz à metade
          quando os lados dobram ou são reduzidos à metade.


          No intervalo representado pelo laranja-claro, de 275 a 325 pontos na escala, os estudantes calculam
          a área com base em informações sobre os ângulos da figura e o volume de sólidos a partir da medida
          de suas arestas.


          Estudantes cuja proficiência se encontra no intervalo de 325 a 400 pontos, laranja-escuro, resolvem
          problemas envolvendo o cálculo aproximado da área de figuras planas desenhadas em malhas quadri-
          culadas cuja borda é formada por segmentos de retas e arcos de circunferências. Também calculam
          a área do trapézio retângulo e o volume do paralelepípedo. Em relação ao perímetro, neste intervalo,
          realizam o cálculo do perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculadas e do volume de
          paralelepípedo retângulo de base quadrada. Reconhecem que a área de um retângulo quadruplica
          quando as medidas de seus lados são dobradas.


          A partir de 400 pontos na escala, os estudantes resolvem problemas envolvendo a decomposição de
          uma figura plana em triângulos, retângulos e trapézios retângulos e calculam a área desses polígonos.
          O vermelho indica a consolidação das habilidades relativas a esta competência.
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     Estimar e Comparar Grandezas


     0    25    50    75    100   125   150   175   200   225   250   275   300   325   350   375   400   425   450   475   500



     O estudo de Grandezas e Medidas tem também como objetivo propiciar ao estudante o desenvolvimento da
     competência: estimar e comparar grandezas. Muitas atividades cotidianas envolvem esta competência, como
     comparar tamanhos dos objetos, pesos, volumes, temperaturas diferentes e outras. Nos anos iniciais do Ensino
     Fundamental, esta competência é trabalhada, por exemplo, quando solicitamos aos estudantes que comparem
     dois objetos estimando as suas medidas e anunciando qual dos dois é maior. Atividades como essas propiciam
     a compreensão do processo de medição, pois medir significa comparar grandezas de mesma natureza e obter
     uma medida expressa por um número.


               Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 175 pontos, ainda não de-
               senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.



               Estudantes cuja proficiência se encontra entre 175 e 225 pontos, representado pelo amarelo-
               -claro, estão no início do desenvolvimento desta competência. Eles leem informações em
               calendários, localizando o dia de um determinado mês e identificam as notas do Sistema
               Monetário Brasileiro, necessárias para pagar uma compra informada.


               No intervalo de 225 a 275 pontos, os estudantes conseguem estimar medida de comprimento
               usando unidades convencionais e não convencionais. O amarelo-escuro indica o início do de-
               senvolvimento dessa habilidade.


               O laranja-claro, 275 a 350 pontos, indica que os estudantes com uma proficiência que se encontra
               neste intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas relativas a esta competência,
               como, por exemplo, resolver problemas estimando outras medidas de grandezas utilizando
               unidades convencionais como o litro.


               A partir de 350 pontos os estudantes comparam os perímetros de figuras desenhadas em
               malhas quadriculadas. O vermelho indica a consolidação das habilidades referentes a esta
               competência.
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NÚMEROS e OPERAÇÕES/ÁLGEBRA E FUNÇÕES


             Como seria a nossa vida sem os
             números? Em nosso dia a dia, nos
             deparamos com eles a todo o mo-
             mento. Várias informações essen-
             ciais para a nossa vida social são
             representadas por números: CPF,
             RG, conta bancária, senhas, núme-
             ro de telefones, número de nossa
             residência, preços de produtos, ca-
             lendário, horas, entre tantas outras.
             Não é por acaso que Pitágoras, um
             grande filósofo e matemático grego
             (580-500 a.C), elegeu como lema
             para a sua escola filosófica “Tudo
             é Número”, pois acreditava que o
             universo era regido pelos números
             e suas relações e propriedades.
             Este domínio envolve, além do
             conhecimento dos diferentes con-
             juntos numéricos, as operações
             e suas aplicações à resolução de
             problemas. As operações aritmé-
             ticas estão sempre presentes em
             nossas vidas. Quantos cálculos
             temos que fazer? Orçamento do
             lar, cálculos envolvendo nossa
             conta bancária, cálculo de juros,
             porcentagens, divisão de uma conta
             em um restaurante, dentre outros.
             Essas são algumas das muitas si-
             tuações com que nos deparamos
             em nossas vidas e nas quais preci-
             samos realizar operações. Além de
             números e operações, este domínio
             também envolve o conhecimento
             algébrico que requer a resolução de
             problemas por meio de equações,
             inequações, funções, expressões,
             cálculos, entre muitos outros. O
             estudo da álgebra possibilita aos
             estudantes desenvolverem, entre
             outras capacidades, a de genera-
             lizar. Quando fazemos referência a
             um número par qualquer, podemos
             representá-lo pela expressão 2n (n
             sendo um número natural). Essa
             expressão mostra uma generaliza-
             ção da classe dos números pares.
26




     conhecer e utilizar números


     0    25    50    75    100   125   150   175   200   225   250   275   300   325   350   375   400   425   450   475   500



     As crianças, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, têm contato com os números e já podem perceber a
     importância deles na vida cotidiana. Já conhecem a escrita de alguns números e já realizam contagens. Nessa
     fase da escolaridade, os estudantes começam a conhecer os diferentes conjuntos numéricos e a perceber a sua
     utilização em contextos do cotidiano. Entre os conjuntos numéricos estudados estão os naturais e os racionais em
     sua forma fracionária e decimal. Não podemos nos esquecer de que o domínio de números está sempre relacio-
     nado a outros domínios como o das Grandezas e Medidas. Na etapa final do Ensino Fundamental, os estudantes
     resolvem problemas mais complexos envolvendo diferentes conjuntos numéricos, como os naturais, inteiros e
     racionais. No Ensino Médio, os estudantes já devem ter consolidado esta competência.


               Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram
               as habilidades relacionadas a esta competência.



               Estudantes que se encontram no intervalo de 100 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro, de-
               senvolveram habilidades básicas relacionadas ao Sistema de Numeração Decimal. Por exemplo: dado
               um número natural, esses estudantes reconhecem o valor posicional dos algarismos, a sua escrita por
               extenso e a sua composição e decomposição em unidades e dezenas. Eles, também, representam e
               identificam números naturais na reta numérica. Além disso, reconhecem a representação decimal de
               medida de comprimento expressas em centímetros e localizam esses números na reta numérica em
               uma articulação com os conteúdos de Grandezas e Medidas, dentre outros.


               O amarelo-escuro, 200 a 250 pontos, indica que os estudantes com proficiência neste intervalo já con-
               seguem elaborar tarefas mais complexas. Eles trabalham com a forma polinomial de um número,
               realizando composições e decomposições de números de até três algarismos, identificando seus valores
               relativos. Já em relação aos números racionais, reconhecem a representação de uma fração por meio
               de representação gráfica.


               No laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos, os estudantes percebem que, ao mudar um algarismo
               de lugar, o número se altera. Identificam e localizam números inteiros em uma reta numérica ou em
               uma escala não unitária. Transformam uma fração em número decimal e vice-versa. Localizam, na reta
               numérica, números racionais na forma decimal e comparam esses números quando têm diferentes partes
               inteiras. Neste intervalo aparecem, também, habilidades relacionadas à porcentagem. Os estudantes
               estabelecem a correspondência 50% de um todo com a metade.


               No intervalo de 300 a 375 pontos, marcado pelo laranja-escuro, os estudantes desenvolveram habili-
               dades mais complexas relacionadas a frações equivalentes. Eles já resolvem problemas identificando
               mais de uma forma de representar numericamente uma mesma fração. Por exemplo, percebem, com
               apoio de uma figura, que a fração meio é equivalente a dois quartos. Além disso, resolvem problemas
               identificando um número natural (não informado), relacionando-o a uma demarcação na reta. Esses
               estudantes, também, transformam frações em porcentagens e vice-versa, identificam a fração como razão
               e a fração como parte-todo, bem como, os décimos, centésimos e milésimos de um número decimal.


               Acima de 375 pontos na escala, os estudantes, além de já terem consolidado as habilidades relativas aos
               níveis anteriores, conseguem localizar na reta numérica números representados na forma fracionária, com-
               parar números fracionários com denominadores diferentes e reconhecer a leitura de um número decimal
               até a ordem dos décimos. O vermelho indica a consolidação das habilidades associadas a esta competência.
27




realizar e aplicar operações


0    25    50    75    100   125   150   175   200   225   250   275   300   325   350   375   400   425   450   475   500



Esta competência refere-se às habilidades de cálculo e à capacidade de resolver problemas que envolvem as
quatro operações básicas da aritmética. Envolve, também, o conhecimento dos algoritmos utilizados para o cálculo
dessas operações. Além do conhecimento dos algoritmos, esta competência requer a aplicação dos mesmos
na resolução de problemas englobando os diferentes conjuntos numéricos, seja em situações específicas da
Matemática, seja em contextos do cotidiano.


          Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 100 pontos, ainda não de-
          senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.



          No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 100 a 200 pontos, em relação à adição e
          à subtração, os estudantes realizam operações envolvendo números de até três algarismos
          com reserva. Já em relação à multiplicação, realizam operações com reserva, tendo como
          multiplicador um número com um algarismo. Os estudantes resolvem problemas utilizando
          adição, subtração e multiplicação envolvendo, inclusive, o Sistema Monetário.


          Estudantes, cuja proficiência se encontra no intervalo de 200 a 250 pontos, amarelo-escuro,
          em relação às operações, realizam subtrações mais complexas com quatro algarismos e
          com reserva. Realizam também multiplicações com reserva, com multiplicador de até dois
          algarismos. Realizam divisões e resolvem problemas envolvendo divisões exatas com divisor
          de duas ordens. Além disso, resolvem problemas envolvendo duas ou mais operações.


          O laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos, indica um novo grau de complexidade desta
          competência. Os estudantes com proficiência neste nível resolvem problemas envolvendo
          as diferentes ideias relacionadas à multiplicação, em situações contextualizadas. Também
          efetuam adição e subtração com números inteiros, bem como realizam cálculo de expres-
          sões numéricas envolvendo o uso de parênteses e colchetes com adição e subtração, além
          de calcular porcentagens e resolver problemas do cotidiano envolvendo porcentagens em
          situações simples.


          Estudantes, cuja proficiência se localiza no intervalo de 300 a 350 pontos, já calculam ex-
          pressões numéricas envolvendo números inteiros e decimais positivos e negativos, inclusive
          potenciação. Eles conseguem, ainda, resolver problemas envolvendo soma de números inteiros
          e porcentagens, além de calcular raiz quadrada e identificar o intervalo em que está inserida
          a raiz quadrada não exata de um número, bem como efetuar arredondamento de decimais. O
          laranja-escuro indica a complexidade dessas habilidades.


          No intervalo representado pela cor vermelha, acima de 350 pontos, os estudantes calculam o
          resultado de expressões envolvendo, além das quatro operações, números decimais (positivos
          e negativos, potências e raízes exatas). Efetuam cálculos de divisão com números racionais
          (forma fracionária e decimal simultaneamente). Neste nível, os estudantes consolidam as
          habilidades relativas a esta competência.
28




     utilizar procedimentos algébricos


     0     25    50     75    100   125   150   175   200   225   250   275   300   325   350   375   400   425   450   475      500



     O estudo da álgebra possibilita ao estudante desenvolver várias capacidades, dentre elas a capacidade de abstrair,
     generalizar, demonstrar, sintetizar procedimentos de resolução de problemas. As habilidades referentes à álgebra
     são desenvolvidas no Ensino Fundamental e vão desde situações problema em que se pretende descobrir o valor da
     incógnita em uma equação utilizando uma balança de dois pratos, até a resolução de problemas envolvendo equações
     do segundo grau. Uma das habilidades básicas desta competência diz respeito ao cálculo do valor numérico de uma
     expressão algébrica, em que é utilizado o conceito de variável. No Ensino Médio, esta competência envolve a utilização
     de procedimentos algébricos para resolver problemas envolvendo o campo dos diferentes tipos de funções: linear,
     afim, quadrática e exponencial.

                Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 275 pontos, ainda não desenvolveram
                as habilidades relacionadas a esta competência.



                No intervalo representado pelo amarelo-claro, 275 a 300 pontos, os estudantes calculam o valor numérico
                de uma expressão algébrica.



                No intervalo de 300 a 350 pontos, indicado pelo amarelo-escuro, os estudantes já identificam a equação
                de primeiro grau, e sistemas de primeiro grau, adequados à resolução de problemas. Esses estudantes
                também determinam o cálculo numérico de uma expressão algébrica em sua forma fatorada e resolvem
                problemas envolvendo: grandezas diretamente proporcionais, variações entre mais de duas grandezas,
                juros simples, porcentagem e lucro.

                O laranja-claro, 350 a 400 pontos na escala, indica uma maior complexidade nas habilidades associadas a
                esta competência. Neste nível de proficiência, os estudantes resolvem problemas que recaem em equação
                do segundo grau, e sistemas de equações do primeiro grau e problemas mais complexos envolvendo
                juros simples. Resolvem problemas envolvendo a resolução de equações exponenciais. Reconhecem a
                expressão algébrica que representa uma função linear ou afim a partir de uma tabela e a expressão de
                uma função do primeiro grau a partir do seu gráfico. Calculam o termo de uma Progressão Aritmética
                – P.A. – dada a fórmula do termo geral.

                 Estudantes cuja proficiência se localiza no intervalo de 400 a 425 pontos, laranja-escuro, resolvem problemas
                que envolvem grandezas inversamente proporcionais e sistemas de duas equações. No campo das sequências
                numéricas, identificam uma regularidade em uma sequência numérica e determinam o número que ocupa uma
                determinada posição na sequência. Reconhecem intervalos de crescimento e decrescimento de uma função,
                interpretam os coeficientes da equação de uma reta quando o gráfico não está explicitado no problema. Reco-
                nhecem o gráfico de uma reta quando são dados dois pontos ou um ponto e a reta por onde passa. Reconhecem
                as raízes de um polinômio dada a sua decomposição em fatores do primeiro grau.

                Acima de 425 pontos na escala, indicado pela cor vermelha, os estudantes resolvem problemas relacionando a
                representação algébrica com a geométrica de um sistema de equações do primeiro grau. Relacionam a função
                do segundo grau com a descrição textual de seu gráfico, reconhecem a expressão algébrica que representa
                uma função não polinomial a partir de uma tabela, resolvem problemas envolvendo a determinação de ponto de
                máximo de uma função do segundo grau. Resolvem problemas que envolvem a determinação de algum termo de
                uma P.G. quando não é fornecida a fórmula do termo geral. Relacionam a expressão de um polinômio com a sua
                decomposição em fatores do primeiro grau. Resolvem problemas envolvendo a função exponencial, identificam
                gráficos da função seno e cosseno. Resolvem problemas envolvendo sistemas de equação com duas equações
                e duas incógnitas. Relacionam as raízes de um polinômio com a sua decomposição em fatores do primeiro
                grau. Identificam gráficos de funções exponenciais no contexto de crescimento populacional e juros compostos.
29




TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO


 O estudo de Tratamento da In-
 formação é de fundamental im-
 portância nos dias de hoje, tendo
 em vista a grande quantidade de
 informações que se apresentam no
 nosso cotidiano. Na Matemática,
 alguns conteúdos são extrema-
 mente adequados para “tratar a
 informação”. A Estatística, por
 exemplo, cuja utilização pelos
 meios de comunicação tem sido
 intensa, utiliza-se de gráficos e
 tabelas. A Combinatória também
 é utilizada para desenvolver o Tra-
 tamento da Informação, pois ela
 nos permite determinar o número
 de possibilidades de ocorrência
 de algum acontecimento. Outro
 conhecimento necessário para o
 tratamento da informação refere-
 -se ao conteúdo de Probabilidade,
 por meio da qual se estabelece a
 diferença entre um acontecimento
 natural, que tem um caráter deter-
 minístico, e um acontecimento ale-
 atório cujo caráter é probabilístico,
 avaliando-se se um acontecimento
 é mais provável ou menos provável.
 Com o estudo desses conteúdos,
 os estudantes desenvolvem as
 habilidades de fazer uso, expor,
 preparar, alimentar e/ou discutir
 determinado conjunto de dados ou
 de informes a respeito de alguém
 ou de alguma coisa.
30




     ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos


     0     25    50    75    100   125   150   175   200   225   250   275   300   325   350   375   400   425   450   475   500



     Um dos objetivos do ensino do conteúdo Tratamento da Informação é propiciar ao estudante o desenvolvimento
     da competência: ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. Esta competência é
     desenvolvida nos anos iniciais do Ensino Fundamental por meio de atividades relacionadas aos interesses das
     crianças. Por exemplo, ao registrar os resultados de um jogo ou ao anotar resultados de respostas a uma consulta
     que foi apresentada, elas poderão, utilizando sua própria forma de se expressar, construir representações dos
     fatos e, pela ação mediadora do professor, essas representações podem ser interpretadas e discutidas. Esses
     debates propiciam novas oportunidades para a aquisição de outros conhecimentos e para o desenvolvimento de
     habilidades e de atitudes. Nos anos finais do Ensino Fundamental, temas mais relevantes podem ser explorados
     e utilizados a partir de revistas e jornais. O professor pode sugerir a realização de pesquisas com os estudantes
     sobre diversos temas e efetuar os registros dos resultados em tabelas e gráficos para análise e discussão. No
     Ensino Médio, os estudantes são solicitados a utilizarem procedimentos estatísticos mais complexos como,
     por exemplo, cálculo de média aritmética.


                Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não de-
                senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.



                No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 125 e 150 pontos, os estudantes leem infor-
                mações em tabelas de coluna única e extraem informações em gráficos de coluna por meio
                de contagem.


                No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 150 a 200 pontos, os estudantes leem
                informações em tabelas de dupla entrada e interpretam dados num gráfico de colunas por
                meio da leitura de valores no eixo vertical.


                De 200 a 250 pontos, intervalo indicado pelo laranja-claro, os estudantes localizam informações
                e identificam gráficos de colunas que correspondem a uma tabela com números positivos e
                negativos. Esses estudantes também conseguem ler gráficos de setores e localizar dados em
                tabelas de múltiplas entradas, além de resolver problemas simples envolvendo as operações,
                identificando dados apresentados em gráficos ou tabelas, inclusive com duas entradas.


                Estudantes com proficiência entre 250 e 325 pontos, laranja-escuro, identificam o gráfico de
                colunas ou barras correspondente ao gráfico de setores e reconhecem o gráfico de colunas ou
                barras correspondente a dados apresentados de forma textual; associam informações contidas
                em um gráfico de colunas e barras a uma tabela que o representa, utilizando estimativas.
                Ainda, associam informações ao gráfico de setores correspondente, quando os dados estão em
                porcentagem, bem como quando os dados estão em valores absolutos (frequência simples).


                 A cor vermelha, acima de 325 pontos, indica que os estudantes leem, utilizam e interpretam
                informações a partir de gráficos de linha do plano cartesiano. Também conseguem anali-
                sar de analisarem os gráficos de colunas representando diversas variáveis, comparando seu
                crescimento. Neste nível de proficiência, as habilidades relativas a esta competência estão
                consolidadas.
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Utilizar procedimentos de Combinatória e Probabilidade


0    25    50    75    100   125   150   175   200   225   250   275   300   325   350   375   400   425   450   475   500



Um dos objetivos do ensino do Tratamento de Informação em Matemática é propiciar ao estudante o de-
senvolvimento da competência: utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. Esta competência
deve ser desenvolvida desde os anos iniciais do Ensino Fundamental por meio da resolução de problemas de
contagem simples e a avaliação das possibilidades de ocorrência ou não de um evento. Algumas habilidades
vinculadas a esta competência no Ensino Fundamental são exploradas juntamente com o domínio Números e
Operações/Álgebra e Funções. Quando tratamos essa habilidade dentro do Tratamento de Informação, ela se
torna mais forte no sentido do professor perceber a real necessidade de trabalhar com ela. O professor deve
resolver problemas simples de possibilidade de ocorrência, ou não, de um evento ou fenômeno, do tipo “Qual
é a chance?” Apesar desse conhecimento intuitivo ser muito comum na vida cotidiana, convém trabalhar com
os estudantes a diferença entre um acontecimento natural, que tem um caráter determinístico, e um aconteci-
mento aleatório, cujo caráter é probabilístico. Também é possível trabalhar em situações que permitam avaliar
se um acontecimento é mais ou menos provável. Não se trata de desenvolver com os estudantes as técnicas
de cálculo de probabilidade, mas de explorar a ideia de possibilidade de ocorrência ou não de um evento ou
fenômeno. Intuitivamente, compreenderão que alguns acontecimentos são possíveis, isto é, “têm chance”
de ocorrer (eventos com probabilidades não nulas). Outros acontecimentos são certos, “garantidos” (eventos
com probabilidade de 100%) e há aqueles que nunca poderão ocorrer (eventos com probabilidades nulas). As
habilidades associadas a esta competência são mais complexas, por isso começam a ser desenvolvidas em
níveis mais altos da escala de proficiência.


          Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 375 pontos, ainda não de-
          senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.



          No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 375 a 400 pontos, os estudantes começam
          a desenvolver esta competência, calculando a probabilidade de um evento acontecer no lan-
          çamento de um dado, bem como a probabilidade de ocorrência de dois eventos sucessivos
          como, por exemplo, ao se lançar um dado e uma moeda.


          O amarelo-escuro, 400 a 425 pontos, indica uma complexidade maior nesta competência. Neste
          intervalo, os estudantes conseguem resolver problemas de contagem utilizando o princípio
          multiplicativo sem repetição de elementos e calculam a probabilidade de ocorrência de um
          evento simples.


          No intervalo representado pela cor vermelha, acima de 425 pontos, habilidade mais complexa
          do que a anterior, os estudantes resolvem problemas de contagem utilizando o princípio
          multiplicativo com repetição de elementos e resolvem problemas de combinação simples.
32




                       O papel da avaliação no ensino de Matemática

                           A   s avaliações em larga escala
                               realizadas no Brasil recoloca-
                           ram a questão das desigualdades
                                                                    esperado para ano de escolaridade, o
                                                                    resultado é mais alarmante: 92% nas
                                                                    escolas estaduais e 94% nas escolas
                           escolares no centro dos debates,         municipais.
                           pois evidenciaram a distribuição
                           desigual da escolarização no país e      Esse cenário é, de fato, uma situ-
                           trouxeram à tona o baixo desempe-        ação preocupante. No entanto, é
                           nho dos estudantes em várias dis-        preciso ter em mente, em primeiro
                           ciplinas - inclusive em Matemática.      lugar, que esse não é um problema
                                                                    exclusivo do Brasil. Ao contrário, a
                           A análise da série histórica do          fragilidade da aprendizagem em
                           Sistema de Avaliação da Educação         Matemática tem sido motivo para
     As novas
                           Básica (SAEB) de 1995 a 2005, no         uma série de estudos, pesquisas
     propostas             9º ano, revela, que mais de 1/3 dos      e reformas curriculares em várias
                           alunos apresentou desempenho             partes do mundo. Pesquisas nacio-
     curriculares          abaixo do esperado na disciplina         nais e internacionais destacam que
     identificam os        em todo o período.                       existem alternativas para se rever-
     conhecimentos         Um aspecto que chama a atenção           ter as precariedades identificadas.
                           é o aumento da proporção de alu-         Currículo: ênfase na resolução de
     matemáticos
                           nos nessa situação. Considerando         problemas
     como meios para       os resultados da rede estadual, em
                           1995, 31% tiveram desempenho             Na literatura, é possível compilar
     se compreender        abaixo do esperado; em 2005, eles        algumas justificativas que motiva-
     e transformar         chegavam a 40% do total. A faixa         ram as reformas curriculares, ocor-
                           de desempenho esperado para a            ridas em diversos países (incluindo
     a realidade.          disciplina no 9º ano foi alcançada       o Brasil), a partir dos anos 1980:
                           por apenas 11% dos estudantes em
                           1995 e 8% em 2005.                       (1) por se achar que o ensino de
                                                                    Matemática tem produzido baixos
                           Considerando juntos os resultados        resultados no desempenho dos
                           das redes estadual e municipal,          alunos;
                           constata-se que quase metade dos
                           estudantes matriculados em escolas       (2) pelo reconhecimento de que o
                           públicas (estaduais: 40% em 2005 e       mundo necessita de estudantes
                           municipais: 49% em 2005) situam-se       com maiores habilidades no uso
                           na faixa abaixo do esperado na escala    de ferramentas matemáticas;
                           de Matemática do SAEB.
                                                                    (3) pelos avanços educacionais que
                           Se o recorte for o total de alunos que   passaram a valorizar a aprendiza-
                           se encontram abaixo do nível cognitivo   gem coletiva, os conhecimentos
33



prévios dos alunos e a construção       normas prescritivas, como um
do conhecimento pelos estudantes.       conteúdo autônomo.

No Brasil, os Parâmetros Curricu-       Modificam-se, então, os conteúdos
lares Nacionais (PCN/MEC) de Ma-        a serem transmitidos: Tratamento
temática, de 1998, e as sucessivas      da Informação e Medidas e Grande-
avaliações de livros didáticos do       zas passam a ser vistos como áreas
Programa Nacional do Livro Didá-        tão relevantes quanto aquelas mais
tico (PNLD/MEC) são dois impor-         tradicionais (Números, Álgebra e
tantes marcos no campo curricular.      Geometria). Modifica-se também o
Ambos foram decisivos para as re-       entendimento de como o ensino e
formulações nos currículos de Ma-       a aprendizagem devem se dar: os
temática no Ensino Fundamental e        estudantes devem ser conduzidos
levaram a uma ampliação das áreas       a fazer observações sistemáticas
de ensino abordadas ao longo do         de aspectos qualitativos e quantita-
processo de escolarização.              tivos da realidade, capacitando-os
                                        para selecionar, organizar e produzir
As novas propostas curriculares         informações relevantes – habilidade
identificam os conhecimentos ma-        fundamental numa sociedade da in-
temáticos como meios para se com-       formação, como a nossa.
preender e transformar a realidade.
Portanto, o ensino e a aprendizagem     Os papéis desempenhados por alunos
devem levar os estudantes a fazer       e professores também se renovam,
observações sistemáticas de as-         pois a ênfase recai sobre a constru-
pectos qualitativos e quantitativos     ção do conhecimento pelo estudante,
da realidade. Devem, também, ca-        o trabalho em equipe e a comunicação
                                        em sala de aula. O professor assume,        Entra em cena
pacitá-los para selecionar, organizar
                                        nesse contexto, o papel de organiza-        uma concepção
e produzir informações relevantes.
                                        dor da aprendizagem, encorajando
                                        os alunos a buscarem soluções para          que rompe com a
Nesse contexto, a resolução de
                                        os problemas propostos, valorizando         visão tradicional
problemas assume papel central
                                        assim seus processos de pensamento
no ensino-aprendizagem, ressig-                                                     de que a
                                        e os incentivando a se comunicarem
nificando o que era central para
                                        matematicamente, envolvendo-os em           Matemática é uma
a disciplina. Essas linhas seguem
                                        tarefas ricas e significativas (do ponto
recomendações da Agenda para                                                        ciência neutra.
                                        de vista intelectual e social).
a Ação do Conselho Nacional de
Professores de Matemática dos           Fica claro então que a escola, em
Estados Unidos, divulgadas em           todos os níveis, não pode se con-
1980 e que, desde então, norteiam       centrar apenas na transmissão de
modificações curriculares da Ma-        fatos ou informações. Mais do que
temática escolar em várias partes       isso, cabe a ela promover o desen-
do mundo.                               volvimento das competências básicas
                                        para a cidadania e para a profissão. E
O documento ressalta a importân-        isso deve ser extensivo a todos, o que
cia dos aspectos sociais, antropo-      é fundamental para se combater a
lógicos e linguísticos, além dos        fragmentação, geradora de desigual-
aspectos cognitivos – tradicional-      dades. Assim, dentre as funções do
mente valorizados nas discussões        ensino de Matemática destacam-se
curriculares. Ganha força, então, a     ensinar a pensar, abstrair, criticar,
ideia de que a função do ensino é       avaliar, decidir, inovar, planejar, fazer
construir as competências básicas       cálculos aproximados, usar o raciocí-
do cidadão, retirando a ênfase do       nio matemático para a compreensão
ensino propedêutico.                    do mundo, dentre outros.
Ao mesmo tempo, entra em cena           A Matemática deve, ainda, contri-
uma concepção que rompe com a           buir para que o indivíduo participe
visão tradicional de que a Matemá-      do processo de produção do conhe-
tica é uma ciência neutra, acabada,     cimento e usufrua dele. O aluno
e que seu ensino deve conduzir à        deve ser incentivado a se adaptar a
assimilação de um conjunto de           novas situações, a reconhecer suas
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                                            classe valorizavam os processos         aproximando-os da vida. O papel
                                            de pensamento dos alunos em re-         do professor no sentido de ajudar o
                                            lação à construção de conceitos.        aluno a desenvolver a autoconfiança
          Nos Estados
                                            Na outra escola, o currículo de         também foi citado.
          Unidos, documentos                Matemática enfatizava a pesquisa
                                            da resposta correta de problemas        Esses estudos apontam caminhos,
          oficiais elencam                  típicos; os estudantes trabalhavam      porém, mudar o ensino não é algo
          características de                individualmente em atividades que       simples. Muitas vezes, os professo-
                                            focavam a aplicação de regras e         res modificam algumas atividades,
          um ensino que se                  procedimentos.                          mas mantêm práticas tradicionais
          pretende renovador,                                                       de exposição e abordagem dos
                                            Ao serem expostos a problemas           conteúdos. Também ocorrem situ-
          identificadas a                   de resposta aberta, os estudantes       ações em que os docentes adotam
                                            da primeira escola tiveram mais         práticas que conduzem os alunos à
          partir de pesquisas               sucesso do que seus pares e de-         resolução de problemas, mas não
          empíricas.                        monstraram ser mais capazes de          possibilitam que eles discutam e
                                            usar seus conhecimentos, tendiam        confrontem suas soluções.
                                            a usar métodos intuitivos em todos
                                            os problemas e não se deixavam          Em alguns casos, os professores
                                            influenciar pelo contexto.              se sentem menos capazes de tra-
                                                                                    balhar com a agenda da reforma,
     habilidades lógico-matemáticas e       Outras pesquisas qualitativas evi-
                                                                                    por acreditarem que os alunos
     a empregá-las em situações-pro-        denciam a importância do papel do
                                                                                    aprendem mais com o ensino tradi-
     blema. Para tanto, é fundamental       professor na aprendizagem. Num
                                                                                    cional. Também existe a concepção
     que a Matemática seja apresentada      estudo norte-americano, Elizabe-
                                                                                    de que, como os alunos pertencem
     à criança e ao jovem como uma ci-      th Fennema e Megan Loef Franke
                                                                                    a famílias menos abastadas, não
     ência aberta e dinâmica.               acompanharam uma professora du-
                                            rante quatro anos, verificando como     necessitam de conhecimentos su-
                                            ela ajudava os estudantes a construir   postamente sofisticados.
     O efeito das reformas: o que dizem
                                            o entendimento de conceitos mate-       O estudante, por sua vez, é o persona-
     as pesquisas
                                            máticos e a buscar estratégias para     gem principal no processo de ensino e
     Pesquisas realizadas no Brasil e       solucionar problemas que envolviam      aprendizagem. Sem ele não há senti-
     em outros países apontam para          situações cotidianas. Como resul-       do no ensino propriamente dito. Mas,
     uma série de resultados positivos      tado, seus alunos se mostraram          com o frenético avanço tecnológico,
     obtidos a partir da ênfase na reso-    mais capazes de resolver problemas
                                                                                    muitos jovens perderam o interesse
     lução de problemas nos processos       complexos do que outros estudantes
                                                                                    naquilo que a escola tem a lhes ofe-
     de ensino e aprendizagem de Ma-        de mesmo nível escolar; usavam es-
                                                                                    recer, o que reforça a necessidade de
     temática.                              tratégias de alto nível e adaptavam
                                                                                    uma profunda renovação das estraté-
                                            seus procedimentos para resolver
     Creso Franco, Paola Sztajn e Maria                                             gias adotadas em sala de aula.
                                            os problemas. Demonstravam segu-
     Isabel Ramalho Ortigão analisaram      rança, tinham uma boa relação com       Nesse cenário, uma boa apropria-
     os resultados do Sistema de Ava-       a disciplina e se sentiam encoraja-     ção dos resultados das avaliações
     liação da Educação Básica (SAEB)       dos a persistir na busca da solução.    pode ajudar muito.
     de 2001 e verificaram a melhoria do    Em síntese, o estudo mostrou que
     desempenho dos alunos, quando          um professor com uma boa compre-        Da avaliação à sala de aula
     os professores enfatizavam a re-       ensão das estruturas matemáticas
     solução de problemas nas aulas de      e do pensamento matemático das          No Brasil, existe uma preocupa-
     Matemática.                            crianças tem efeito positivo sobre a    ção para que os resultados obti-
                                            aprendizagem.                           dos pelos alunos nas avaliações
     No Reino Unido, foi realizado um es-                                           cheguem até os seus professores.
     tudo longitudinal em duas escolas      Nos Estados Unidos, documentos          Para que isso ocorra, normalmente,
     que adotam currículos e metodolo-      oficiais elencam características
                                                                                    são elaborados boletins pedagógi-
     gias de ensino diferentes, durante     de um ensino que se pretende re-
                                                                                    cos, que oferecem vários tipos de
     três anos. Na primeira, os alunos      novador, identificadas a partir de
     trabalhavam em grupos, realizan-       pesquisas empíricas. Algumas delas      dados e informações aos profes-
     do projetos com duração de três        integram a literatura e documentos      sores: desde o número de alunos
     semanas e que envolviam resolu-        brasileiros - como a valorização do     que participaram da avaliação até
     ção de problemas; perguntavam à        conhecimento prévio dos alunos, o       indicadores educacionais, médias
     professora quando tinham dúvidas       estímulo ao engajamento de toda         obtidas nas provas e a distribuição
     (conceitos eram introduzidos quan-     a classe nas atividades e a am-         percentual dos estudantes ao longo
     do necessário) e as conversas em       pliação dos conteúdos ensinados,        da escala utilizada.
35



No entanto, nem sempre é fácil         des e competências estabelecidas
compreender e interpretar esses        nas matrizes de referência.
boletins, levando ao surgimento                                                     A avaliação, bem
de dúvidas e questionamentos.          Finalmente, os professores devem
Uma delas diz respeito aos resul-      atentar à distribuição dos alunos            interpretada, é um
tados dos alunos. Nesse âmbito, é      ao longo dos níveis da escala, o
                                                                                    instrumento rico
importante que o professor saiba       que permite perceber a proporção
                                       de estudantes nos distintos níveis           e relevante para o
que a compreensão desses, passa,
                                       de proficiência. A avaliação, bem            planejamento de ações
necessariamente, pela compreen-
                                       interpretada, é, portanto, um ins-
são da escala de desempenho de
                                       trumento rico e relevante para o             capazes de melhorar
Matemática, construída com base
                                       planejamento de ações capazes                a aprendizagem.
na Teoria da Resposta ao Item (TRI).
                                       de melhorar a aprendizagem.
Uma escala de proficiência serve       Não existe uma resposta ou uma
para ordenar o desempenho dos          alternativa única, contudo, coletiva-
alunos do menor para o maior em        mente, os professores podem en-
um continuum e são cumulativas,        contrar novos caminhos. Para isso,      no sentido de auxiliar seus alunos a
explicam Ligia Gomes Elliot, Nilma     é necessária a criação, na escola,      traçarem previamente um plano de
Santos  Fontanive  e Ruben  Klein.     de espaços que envolvam os pro-         resolução. É importante que todos
Desse modo, se o desempenho de         fessores em discussões e reflexões      tenham clareza de que equacionar
um grupo (ou escola) está situado      acerca da avaliação e do trabalho       um problema é uma das etapas do
numa determinada faixa, significa      escolar, em especial, o ensino e a      processo de resolução.
que ele domina as habilidades des-     aprendizagem de Matemática.             Essas ações em conjunto, embora
critas nela e nos níveis anteriores.
                                       Considerações finais                    não ocorram em um curto espaço
                                                                               de tempo, podem promover me-
É importante ter clareza de que toda
                                       É importante enfatizar que a me-        lhorias significativas no processo
escala resulta de uma construção
                                       lhoria da aprendizagem perpassa         de ensino e aprendizagem em
humana. E, de forma análoga ao que
                                       necessariamente a formação do           Matemática.
ocorre com a escala de temperatura
                                       professor, a qual não deve se cen-
corporal medida pelo termômetro,
                                       trar apenas em aspectos curricu-
as escalas usadas nas avaliações
                                       lares; também é preciso discutir
educacionais também atribuem va-
                                       as relações entre a educação e as
lores numéricos ao desempenho dos      desigualdades sociais, estimulando
alunos, posicionando-os de acordo      a reflexão sobre a rede de fatores
com suas habilidades demonstradas      que, direta ou indiretamente, in-
nos testes. Na análise de uma esca-    fluencia os resultados obtidos pelos
la, temos que considerar dois aspec-   estudantes.
tos importantes: cumulatividade e
ordenamento. Quanto maior o ponto      Também é importante manter um
da escala, melhor o desempenho.        olhar positivo para os docentes e
                                       o ensino de Matemática tendo em
As escalas das avaliações em larga     vista uma educação pública de qua-
escala são diferentes daquelas que     lidade, em que todos aprendam e
os professores utilizam em sala de     avancem nos estudos. Por isso, a
aula – 0 a 10 ou de 0 a 100. No Bra-   escola precisa estimular o aluno a
sil, as escalas de proficiência das    lidar com as diferentes linguagens
avaliações externas geralmente são     matemáticas, a pensar matemati-
compatíveis com a escala do SAEB,      camente e a transitar entre as su-
variando no intervalo de 0 a 500.      báreas da Matemática escolar.
Outro ponto importante para a com-     O trabalho com problemas precisa
preensão da escala é o entendimen-     também estimular o aluno a ler e a
to dos significados dos números da     conversar com seus colegas sobre
escala: ou seja, a sua interpretação   o que entendem dos dados e das
pedagógica – o que é possibilitado     informações contidas no enunciado.
por meio do confronto dos resulta-     Este trabalho demanda uma aten-
dos com as descrições de habilida-     ção especial por parte do professor
36
37




Padrões de Desempenho Estudantil


            P  ara uma escola ser considerada
               eficaz, ou seja, para fazer a diferen-
            ça na vida de seus usuários, ela deve
            proporcionar altos padrões de aprendi-
            zagem a todos, independente de suas
            características individuais, familiares e
            sociais. Se apenas um grupo privilegiado
            consegue aprender com qualidade o que
            é ensinado, aumentam-se as desigual-
            dades intraescolares e, como conse-
            quência, elevam-se os indicadores de
            repetência, evasão e abandono escolar.
            Na verdade, criam-se mais injustiças.
            Esse é um cenário que, certamente,
            nenhum professor gostaria de ver em
            nenhuma escola.

            O desempenho escolar de qualidade
            implica, necessariamente, a realização
            dos objetivos curriculares de ensino
            propostos. Os padrões de desempenho
            estudantil, nesse sentido, são balizado-
            res dos diferentes graus de realização
            educacional alcançados pela escola. Por
            meio deles é possível analisar a distân-
            cia de aprendizagem entre o percentual
            de alunos que se encontra nos níveis
            mais altos de desempenho e aqueles
            que estão nos níveis mais baixos. A
            distância entre esses extremos repre-
            senta, ainda que de forma alegórica, o
            abismo existente entre aqueles que têm
            grandes chances de sucesso escolar e,
            consequentemente, maiores possibi-
            lidades de acesso aos bens materiais,
            culturais e sociais modernos; e aqueles
            para os quais o fracasso escolar e ex-
            clusão social podem ser mera questão
            de tempo, caso a escola não reaja e
            concretize ações com vistas à promo-
            ção da equidade. Para cada padrão, são
            apresentados exemplos de item* do teste
            do SIMAVE/PROEB.




            *O percentual de brancos e nulos não está
            contemplado nesses exemplos.
38




                                                         Baixo

     Neste padrão de desempenho, as        Os estudantes diferenciam entre        de cálculo de área com base na con-
     habilidades matemáticas que se        os diversos sólidos os que têm         tagem das unidades de uma malha
     evidenciam são as relativas aos       superfícies arredondadas e reco-       quadriculada e estimam medida
     significados dos números nos di-      nhecem a planificação do cone e        de comprimento usando unidades
     versos contextos sociais e a com-     do cubo; reconhecem figuras bi-        convencionais e não convencionais.
     preensão dos algoritmos da adição     dimensionais pelos lados e pelo
                                                                                  Ainda, neste padrão, os estudantes
     de números de até três algarismos     ângulo reto; identificam a forma
                                                                                  demonstram conhecimentos bási-
     com reagrupamento, da subtração       ampliada de uma figura simples
                                                                                  cos relativos à Literacia Estatística,
     de até quatro algarismos com re-      em uma malha quadriculada, loca-
                                                                                  conseguem ler e interpretar infor-
     serva, da multiplicação de até dois   lizam pontos usando coordenadas
                                                                                  mações elementares e explícitas
     algarismos e da divisão exata por     cartesianas em um referencial qua-
                                                                                  em um gráfico de colunas, por meio
     números de um algarismo. Cons-        driculado; identificam a localização
                                                                                  da leitura de valores do eixo vertical,
     tata-se, também, que esses estu-      ou a movimentação de objetos em
                                                                                  e ler informações em tabelas de
     dantes localizam números na reta      representações gráficas, com base      coluna única e de dupla entrada. O
     numérica; reconhecem a escrita        em referencial igual ou diferente da   ganho em relação aos estudantes
     por extenso de números naturais       própria posição.                       do 5º ano reflete-se na capacidade
     e a sua composição e decomposi-       Eles também demonstram compre-         de identificar dados em uma lista de
     ção em dezenas e unidades, con-       ender a ação de medir um compri-       alternativas, utilizando-os na reso-
     siderando o seu valor posicional                                             lução de problemas, relacionando-
                                           mento utilizando régua numerada
     na base decimal; reconhecem a                                                -os, dessa forma, às informações
                                           e de estabelecer as relações entre
     quarta parte de um todo; resolvem                                            apresentadas em gráficos de barras
                                           as unidades de medida de compri-
     problemas envolvendo a soma ou                                               e tabelas. São capazes, ainda, de
                                           mento (metros e centímetros). Tam-
     subtração de números racionais na                                            resolver problemas envolvendo as
                                           bém estabelecem relações entre
     forma decimal, constituídos pelo                                             operações, usando dados apre-
                                           diferentes medidas de tempo (dias
                                                                                  sentados em gráficos ou tabelas,
     mesmo número de casas decimais        e semanas, horas e minutos) e re-
                                                                                  inclusive com duas entradas.
     e por até três algarismos, resolvem   alizam cálculos simples com essas
     problemas envolvendo as opera-        medidas. Leem horas e minutos em       As habilidades matemáticas que se
     ções do Sistema Monetário Brasi-      relógios analógicos e digitais. Rea-   evidenciam neste padrão são elemen-
     leiro e envolvendo a soma de nú-      lizam trocas de moedas em valores      tares para este ano e o desafio que se
     meros naturais. Esses estudantes      monetários pequenos e identificam      apresenta é o de viabilizar condições
     reconhecem as características do      cédulas que formam uma quantia de      para que os estudantes possam ven-
     Sistema de Numeração Decimal.         dinheiro inteira, resolvem problemas   cer as próximas etapas escolares.
39




Até 225 pontos
40



          (M090262A9)   Na figura abaixo temos quatro pontos representados no sistema cartesiano.


                                       3
                                       2
                                       1

                            –3 –2 –1        1   2   3
                                       –1
                                       –2
                                       –3


          O ponto de coordenadas (– 2, – 3) é o ponto
          A) P.
          B) Q.
          C) R.
          D) S.




     O item avalia habilidade de os estu-
     dantes identificarem e localizarem
                                                lacionado a segunda coordenada ao
                                                eixo das abscissas, desconsiderado o      A	4,8%
     pontos no plano cartesiano e suas          sinal negativo da primeira coordenada
     coordenadas.                               e a associaram-na ao eixo das orde-
                                                nadas. Um percentual considerável
                                                                                          B	11,7%
     Para resolver este item, os estudan-       dos estudantes (20,5%) assinalaram
     tes devem observar as coordenadas          as alternativas A, B e D demonstrando     C	79,1%
     indicadas no comando, relacionando         não identificar e localizar pontos no
     a primeira coordenada ao eixo das
     abscissas e a segunda coordenada
                                                plano cartesiano e suas coordenadas.
                                                                                          D	4,0%
     com o eixo das ordenadas, além             É importante que os estudantes com-
     disso, devem considerar o sentido          preendam o sistema de coordenadas,
     de positivo e negativo em cada eixo.       pois através dele é possível situar e
     Observa-se que 79,1% dos estudantes        orientar pontos e objetos no espaço, a
     desenvolveram a habilidade avaliada        partir de um referencial fixo de forma
     por este item, uma vez que escolhe-        a mobilizar os conhecimentos univer-
     ram a alternativa C como resposta.         sais e básicos para a organização de
                                                informações em gráficos e tabelas,
     Os estudantes que assinalaram a            além de desenvolver os conceitos de
     alternativa B (11,7%) podem ter re-        Matemática, Geografia e Estatística.
41



    (M090837A9) O quadro abaixo mostra os valores das menores temperaturas ocorridas em algumas capitais
    do Brasil no mês de julho.


                                     CIDADES             TEMPERATURA (ºC)
                               Brasília                         1
                               Belo Horizonte                   3
                               Curitiba                        –6
                               Rio de Janeiro                   6
                               Porto Alegre                    –4


    Qual dos gráficos seguintes melhor representa os dados desse quadro?
     A)                                             B)




     C)                                             D)




O item avalia habilidade de os es-
tudantes associarem informações
                                     trando não associar informações
                                     apresentadas em quadro simples
                                                                                A	6,6%
apresentadas em quadro simples       ao gráfico que o representa.
ao gráfico que o representa.                                                    B	3,9%
                                     A análise de um quadro demanda

                                                                                C	5,7%
Para resolver este item, os estu-    conceitos matemáticos relaciona-
dantes precisam identificar a ci-    dos à ordem, à medida e à grandeza,
dade e a temperatura associada à     ao mesmo tempo em que aciona as
ela para, em seguida, relacionar o
gráfico de colunas que apresenta
                                     funções cognitivas de identificação,
                                     de objetivação e de comunicação.
                                                                                D	83,4%
essa associação. Observa-se que      A passagem dos dados do quadro
83,4% dos estudantes escolheram      para o gráfico de colunas aciona a
a alternativa D, demonstram que      função de tratamento. Espera-se
já desenvolveram a habilidade ava-   que os estudantes do 9º ano do
liada por este item.                 Ensino Fundamental sejam capazes
                                     de mobilizar essas habilidades para
16,2% dos estudantes assinalaram     a compreensão e leitura de gráficos
as alternativas A, B e C, demons-    e quadros.
Simave ae boletim_vol3_9_ano_mat_2011
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  • 1. SIMAVE PROEB 2011 Revista Pedagógica Matemática 9º ano do Ensino Fundamental
  • 2. ISSN 1983-0157 SIMAVE PROEB 2011 Revista Pedagógica Matemática 9º ano do Ensino Fundamental
  • 3.
  • 4. Governador de Minas Gerais Antônio Augusto Junho Anastasia Secretária de Estado de Educação Ana Lúcia Almeida Gazzola Secretária Adjunta de Estado de Educação Maria Céres Pimenta Spínola Castro Chefe de Gabinete Maria Sueli de Oliveira Pires Subsecretária de Informações e Tecnologias Educacionais Sônia Andère Cruz Superintendente de Avaliação Educacional Maria Inez Barroso Simões
  • 5.
  • 6. 7 A importância dos resultados 8 Os resultados da sua escola 14 A estrutura da Escala de Proficiência 13 A Escala de Proficiência 16 32 Domínios e Competências O papel da avaliação no ensino de Matemática 38 Baixo 37 Padrões de Desempenho Estudantil 42 50 Intermediário Recomendado 56 Com a palavra, o professor 58 o trabalho continua
  • 7. 6
  • 8. 7 A importância dos resultados A s avaliações em larga escala realizadas pelo Sis- tema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (SIMAVE), ao oferecer medidas acerca do progresso do sistema de ensino como um todo e, em particular, de cada escola, atendem a dois propósitos principais: o de prestar contas à sociedade sobre a eficácia dos serviços educacionais oferecidos à população, e o de fornecer subsídios para o planejamento das escolas em suas atividades de gestão e de intervenção pedagógica. Para as escolas, a oportunidade de receber os seus resultados de forma individualizada tem como finalidade prover subsídios para o planejamento de suas ações de aprendizagem. A Revista Pedagógica, portanto, foi criada para atender ao objetivo de divulgar os dados gerados pelo SIMAVE/PROEB de maneira que eles pos- sam ser, efetivamente, utilizados como subsídio para as diversas instâncias gestoras, bem como para cada unidade escolar. É preciso que a informação chegue a seu público da melhor forma possível. Nesta Revista Pedagógica você encontrará os resultados desta escola em Matemática para o 9º ano do Ensino Fundamental. Para a interpretação pedagógica desses resultados, a escala de proficiência, com seus domínios e competências, será fundamental. Com ela, torna-se possível entender em quais pontos os alunos estão em relação ao desenvolvimento das habilidades conside- radas essenciais ao aprendizado da Matemática. Como você verá, o detalhamento dos níveis de complexidade das habilidades, apresentado nos domínios e competên- cias da escala, prioriza a descrição do desenvolvimento cognitivo ao longo do processo de escolarização. Essas informações são muito importantes para o planejamen- to dos professores, bem como para as intervenções pedagógicas em sala de aula. Os padrões de desempenho oferecem à escola os sub- sídios necessários para a elaboração de metas coletivas. Assim, ao relacionar a descrição das habilidades com o percentual de estudantes em cada padrão, a esco- la pode elaborar o seu projeto com propostas mais concisas e eficazes, capazes de trazer modificações substanciais para o aprendizado dos estudantes com vistas à promoção da equidade. Também são apresentados, nesta revista, alguns artigos importantes sobre o ensino da Matemática e depoi- mentos de professores que, como você, fazem toda a diferença nas comunidades em que atuam.
  • 9. 8 OS RESULTADOS DA SUA ESCOLA Os resultados desta escola no SIMAVE/PROEB 2011 são Resultados impressos nesta revista apresentados sob seis as- pectos. Quatro deles estão impressos nesta revista. Ou- 1. Proficiência média tros dois, os que se referem Apresenta a proficiência média desta escola. Você pode aos resultados do percentual comparar a proficiência da escola com as médias do estado, da de acerto no teste, estão dis- sua Superintendência Regional de Ensino e do seu município poníveis no Portal da Avalia- para as diferentes redes. O objetivo é proporcionar uma visão ção, pelo endereço eletrônico das proficiências médias e posicionar sua escola em relação a www.simave.caedufjf.net. essas médias. 2. Participação Informa o número estimado de alunos para a realização do teste e quantos, efetivamente, participaram da avaliação no estado, na sua SRE, no seu município e na sua escola. 3. Evolução do percentual de estudantes por padrão de desempenho Permite que você acompanhe a evolução do percentual de alunos nos padrões de desempenho das avaliações realizadas pelo SIMAVE/PROEB em suas últimas edições.
  • 10.
  • 11.
  • 12. 11 4. Percentual de alunos por nível de proficiência e padrão de desempenho Apresenta a distribuição dos alunos ao longo dos intervalos de proficiência no estado, na SRE/município e na sua escola. Os gráficos permitem que você identifique o percentual de alunos para cada padrão de desempenho. Isso será fundamental para planejar intervenções pedagógicas, voltadas à melhoria do pro- cesso de ensino e promoção da equidade escolar. Resultados DISPONíVEIS no Portal da avaliação 5. Percentual de acerto por descritor 6. Resultados por aluno Apresenta o percentual de acerto no Cada aluno pode ter acesso aos seus re- teste para cada uma das habilidades sultados no SIMAVE/PROEB a partir do avaliadas. Esses resultados são apre- sistema da escola. Nesse boletim do aluno sentados por SRE, município, escola, é informado o padrão de desempenho al- turma e aluno. cançado e quais habilidades ele possui desenvolvidas em Matemática para o 9º ano do Ensino Fundamental. Essas são informações importantes para o acompa- nhamento, pelo aluno e seus familiares, de seu desempenho escolar.
  • 13. 12
  • 14. 13 A Escala de Proficiência U ma escala é a expressão da medida de uma grandeza. É uma forma de apresentar resultados com base em uma espécie de régua em que os valores são ordenados e categorizados. Para as ava- liações em larga escala da educação bá- sica realizadas no Brasil, os resultados dos alunos em Matemática são dispostos em uma escala de proficiência definida pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). As escalas do SAEB permitem ordenar os resultados de desempenho em um continuum, ou seja, do nível mais baixo ao mais alto. Assim, os alunos que alcançaram um nível mais alto da escala, por exemplo, mostram que possuem o domínio das habilidades presentes nos níveis ante- riores. Isso significa que o estudante do último ano do Ensino Médio deve, naturalmente, ser capaz de dominar habilidades em um nível mais comple- xo do que as de um aluno do 5º ano do Ensino Fundamental. As escalas apresentam, também, para cada intervalo, as habilidades presentes naquele ponto, o que é muito importante para o diagnóstico das habilidades ainda não consolidadas em cada etapa de es- colaridade. A grande vantagem da adoção de uma escala de proficiência é sua capacida- de de traduzir as medidas obtidas em diagnósticos qualitativos do desempenho escolar. Com isso, os educadores têm acesso à descrição das habilidades dis- tintivas dos intervalos correspondentes a cada nível e podem atuar com mais precisão na detecção de dificuldades de aprendizagens, bem como planejar e executar ações de correção de rumos.
  • 15. 14 Domínios Competências Descritores Localizar objetos em D1 e D9. representações do espaço. Identificar figuras geométricas D2, D3 e D4. e suas propriedades. Espaço e Forma Reconhecer transformações D5 e D7. no plano. Aplicar relações e propriedades. D6, D8, D10 e D11. Utilizar sistemas de medidas. D14 Grandezas e Medidas Medir grandezas. D12 e D13. Estimar e comparar grandezas. * Conhecer e utilizar números. D15, D16, D19, D20, D21 e D22. Números e Operações/ Realizar e aplicar operações. D17, D18, D23, D24 e D25. Álgebra e Funções Utilizar procedimentos algébricos. D26, D27, D28, D29 e D30. Ler, utilizar e interpretar informações D31 e D32. Tratamento da apresentadas em tabelas e gráficos. informação Utilizar procedimentos de * combinatória e probabilidade. *As habilidades envolvidas nessas competências não são avaliadas nesta etapa de escolaridade. A estrutura da Escala de Proficiência Na primeira coluna da escala são As habilidades, representadas por das cores informa sobre essa gra- apresentados os grandes domínios diferentes cores, que vão do ama- dação na própria escala. do conhecimento em Matemáti- relo-claro ao vermelho, estão dis- ca para toda a educação básica. postas nas várias linhas da esca- Na primeira linha da Escala estão Esses domínios são agrupamen- la. Essas cores indicam a gradação divididos todos os intervalos em fai- xas de 25 pontos, que vão de zero a tos de competências que, por sua de complexidade das habilidades 500 pontos. Em tons de verde, estão vez, agregam as habilidades pre- pertinentes a cada competência. agrupados os padrões de desem- sentes na Matriz de Referência de Assim, por exemplo, a cor amare- penho definidos pela Secretaria de Matemática. As colunas seguintes lo-clara indica o primeiro nível de Estado de Educação de Minas Ge- mostram a relação entre a escala complexidade da habilidade, pas- rais para o 9º ano do Ensino Funda- e a matriz, para cada competência, sando pelo laranja e indo até o nível mental. Os limites entre os padrões trazendo os descritores que lhes mais complexo, representado pela cortam a escala, no sentido vertical, são relacionados. cor vermelha. A legenda explicativa da primeira à última linha.
  • 16. 15 ESCALA DE PROFICIÊNCIA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Recomendado Intermediário Baixo A gradação das cores indica a complexidade da tarefa. PADRÕES DE DESEMPENHO ESTUDANTIL PARA O 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
  • 17. 16 Domínios e ESPAÇO E FORMA Competências Os domínios da escala de proficiên- Professor, na Matemática, o estudo cia agrupam as competências bási- do Espaço e Forma é de fundamen- cas ao aprendizado da Matemática tal importância para que o estudante para toda a educação básica. desenvolva várias habilidades, como percepção, representação, abstra- Ao relacionar os resultados de sua ção, levantamento e validação de escola a cada um dos domínios da hipóteses, orientação espacial; além escala de proficiência e aos res- de propiciar o desenvolvimento da pectivos intervalos de gradação criatividade. Vivemos num mundo de complexidade da habilidade, é em que, constantemente, neces- possível diagnosticar, com grande sitamos nos movimentar, localizar precisão, dois pontos principais: o objetos, localizar ruas e cidades em primeiro se refere ao nível de de- mapas, identificar figuras geométri- senvolvimento obtido no teste e o cas e suas propriedades para solu- segundo ao que é esperado dos cionar problemas. O estudo deste alunos nas etapas de escolaridade domínio pode auxiliar a desenvolver, em que se encontram. Com esses satisfatoriamente, todas essas ha- dados, é possível implementar bilidades, podendo, também, nos ações em nível de sala de aula com ajudar a apreciar, com outro olhar, vistas ao desenvolvimento das ha- as formas geométricas presentes bilidades ainda não consolidadas, o na natureza, nas construções e nas que, certamente, contribuirá para diferentes manifestações artísticas. a melhoria do processo educativo Estas competências são trabalha- da escola. das desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, permitindo que, a cada ano de escolaridade, os estu- dantes aprofundem e aperfeiçoem o seu conhecimento neste domínio, desenvolvendo, assim, o pensamen- to geométrico necessário para so- lucionar problemas.
  • 18. 17 Localizar objetos em representações do espaço 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Um dos objetivos do ensino de Espaço e Forma em Matemática é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência de localizar objetos em representações planas do espaço. Esta competência é desenvolvida desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, por meio de tarefas que exigem dos estudantes, por exemplo, desenhar, no papel, o trajeto casa-escola, identificando pontos de referências. Para o desenvolvimento desta competência, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, são utilizados vários recursos, como a localização de ruas, pontos turísticos, casas, dentre outros, em mapas e croquis. Além disso, o uso do papel quadriculado pode auxiliar o estudante a localizar objetos utilizando as unidades de medidas (cm, mm), em conexão com o domínio de Grandezas e Medidas. Nos anos finais do Ensino Fundamental, o papel quadriculado é um importante recurso para que os estudantes localizem pontos utilizando coordenadas. No Ensino Médio, os estudantes trabalham as geometrias plana, espacial e analítica. Utilizam o sistema de coordenadas cartesianas para localizar pontos, retas, circunferências, entre outros objetos matemáticos. Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 150 pontos, ainda não de- senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. Estudantes cuja proficiência se encontra no intervalo de 150 a 200 pontos na escala, marcado pelo amarelo-claro, estão no início do desenvolvimento desta competência. Esses estudantes são os que descrevem caminhos desenhados em mapas, identificam objeto localizado dentro/ fora, na frente/atrás ou em cima/embaixo. Estudantes cuja proficiência se encontra no intervalo amarelo-escuro, 200 a 250 pontos na escala, realizam atividades que envolvem referenciais diferentes da própria posição, como, por exemplo, localizar qual o objeto está situado entre outros dois. Também localizam e identificam a movimentação de objetos e pessoas em mapas e croquis. O laranja-claro, 250 a 300 pontos na escala, indica um novo grau de complexidade desta com- petência. Neste intervalo, os estudantes associam uma trajetória representada em um mapa à sua descrição textual. Por exemplo: dada uma trajetória entre duas localidades, no mapa, o estudante verifica qual a descrição textual que representa esse deslocamento e vice-versa. No intervalo de 300 a 375 pontos, cor laranja-escuro, os estudantes já conseguem realizar ati- vidade de localização utilizando sistema de coordenadas em um plano cartesiano. Por exemplo: dado um objeto no plano cartesiano, o estudante identifica o seu par ordenado e vice-versa. No intervalo de 375 a 500 pontos, representado pela cor vermelha, os estudantes localizam figuras geométricas por meio das coordenadas cartesianas de seus vértices, utilizando a nomenclatura abscissa e ordenada.
  • 19. 18 Identificar figuras geométricas e suas propriedades 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Nesta competência, a denominação de “figuras geométricas” será utilizada de forma geral para se referir tanto às figuras bidimensionais como às tridimensionais. Em todos os lugares, nós nos deparamos com diferentes formas geométricas – ar- redondadas, retilíneas, simétricas, assimétricas, cônicas, esféricas, dentre muitas outras. A percepção das formas que estão ao nosso redor é desenvolvida pelas crianças mesmo antes de entrarem na escola. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, os estudantes começam a desenvolver as habilidades de reconhecimento de formas utilizando alguns atributos das figuras planas (um dos elementos que diferencia o quadrado do triângulo é o atributo número de lados) e tridimensionais (conseguem distinguir a forma esférica de outras formas). Nos anos finais do Ensino Fundamental, são trabalhadas as principais proprie- dades das figuras geométricas. No Ensino Médio, os estudantes identificam várias propriedades das figuras geométricas, entre as quais destacamos o Teorema de Pitágoras, propriedades dos quadriláteros, dentre outras. Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. No intervalo de 125 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro, os estudantes começam a desenvolver a habilidade de associar objetos do cotidiano às suas formas geométricas. No intervalo de 200 a 250 pontos, representado pelo amarelo-escuro, os estudantes começam a desenvolver a habilidade de identificar quadriláteros e triângulos, utilizando como atributo o número de lados. Assim, dado um conjunto de figuras, os estudantes, pela contagem do número de lados, identificam aqueles que são triângulos e os que são quadriláteros. Em relação aos sólidos, os estudantes identificam suas propriedades comuns e suas diferenças, utilizando um dos atributos, nesse caso o número de faces. Estudantes cuja proficiência se encontra entre 250 e 300 pontos identificam algumas características de quadriláteros relativas a lados e ângulos e, também, reconhecem alguns polígonos, como pentágonos, hexá- gonos, entre outros, considerando, para isso, o número de lados. Em relação aos quadriláteros, conseguem identificar as posições dos lados, valendo-se do paralelismo. Com relação aos sólidos geométricos, esses estudantes identificam os objetos com forma esférica a partir de um conjunto de objetos do cotidiano e reco- nhecem algumas características dos corpos redondos. A partir das características dos sólidos geométricos, os estudantes discriminam entre poliedros e corpos redondos, bem como identificam a planificação do cubo e do bloco retangular. O laranja-claro indica o desenvolvimento dessas habilidades. No intervalo-laranja escuro, 300 a 375 pontos na escala, os estudantes reconhecem um quadrado fora de sua posição usual. É muito comum, ao rotacionarmos um quadrado 90 graus, os estudantes não identificarem a figura como sendo um quadrado. Nesse caso, os estudantes consideram essa figura como sendo um losango. Em relação às figuras tridimensionais, os estudantes identificam alguns elementos dessas figuras como, por exemplo, faces, vértices e bases, além de contarem o número de faces, vértices e arestas dos poliedros. Ainda, em relação às figuras planas, os estudantes reconhecem alguns elementos da circunferência, como raio, diâmetro e cordas. Relacionam os sólidos geométricos às suas planificações e também identificam duas planificações possíveis do cubo. Estudantes que apresentam proficiência a partir de 375 pontos já consolidaram as habilidades referentes aos níveis anteriores e, ainda, identificam a quantidade e as formas dos polígonos que formam um prisma, bem como identificam sólidos geométricos a partir de sua planificação (prismas e corpos redondos) e vice-versa. A cor vermelha indica a consolidação das habilidades vinculadas a esta competência.
  • 20. 19 reconhecer transformações no plano 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Existem vários tipos de transformações no plano. Dentre elas, podemos citar as isometrias que têm como ca- racterísticas a preservação de distâncias entre pontos do plano, como translações, rotações e reflexões e as transformações por semelhança que preservam a forma, mas não preservam, necessariamente, o tamanho. As habilidades relacionadas a esta competência dizem respeito às transformações por semelhança e, devido à sua complexidade, começam a ser desenvolvidas em níveis mais altos da escala de proficiência. Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 325 pontos, ainda não de- senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. Estudantes que se encontram entre 325 e 350 pontos na escala, marcado pelo amarelo-claro, começam a desenvolver as habilidades desta competência. Esses estudantes são os que resolvem problemas envolvendo escalas e constante de proporcionalidade. O amarelo-escuro, 350 a 375 pontos, indica que os estudantes com uma proficiência que se encontra neste intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas, pois reconhecem a semelhança de triângulos a partir da medida de seus ângulos, bem como comparam áreas de figuras planas semelhantes desenhadas em uma malha quadriculada, obtendo o fator multiplicativo. No intervalo representado pela cor vermelha, os estudantes reconhecem que a área de um retângulo quadruplica quando as medidas de seus lados são dobradas.
  • 21. 20 Aplicar Relações e Propriedades 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 A resolução de problemas é uma capacidade cognitiva que deve ser desenvolvida na escola. O ensino da Mate- mática pode auxiliar nesse desenvolvimento considerando que a resolução de problemas não é o ponto final do processo de aprendizagem, mas o ponto de partida da atividade matemática, propiciando ao estudante desenvolver estratégias, levantar hipóteses, testar resultados, utilizar conceitos já aprendidos em outras competências. No campo do Espaço e Forma, espera-se que os estudantes consigam aplicar relações e propriedades das figuras geométricas – planas e não planas – em situações-problemas. Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 300 pontos, ainda não de- senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. O amarelo-claro, 300 a 350 pontos na escala, indica que os estudantes trabalham com ângulo reto e reconhecem esse ângulo como sendo correspondente a um quarto de giro. Em relação às figuras geométricas, conseguem aplicar o teorema da soma dos ângulos internos de um triângulo para resolver problemas e diferenciar os tipos de ângulos: agudo, obtuso e reto. Em relação ao estudo do círculo e circunferência, esses estudantes estabelecem relações entre as medidas do raio, diâmetro e corda. No intervalo representado pelo amarelo-escuro, 350 a 375 pontos, os estudantes resolvem problemas geométricos mais complexos, utilizando o teorema de Pitágoras e a lei angular de Tales, além de resolver problemas envolvendo o cálculo do número de diagonais de um polígono e utilizar relações para o cálculo da soma dos ângulos internos e externos de um triângulo. Em relação ao estudo do círculo e circunferência, esses estudantes calculam os ângulos centrais em uma circunferência dividida em partes iguais. Estudantes cuja proficiência se encontra entre 375 e 400 pontos, marcado pelo laranja-claro, resolvem problemas mais complexos, envolvendo o teorema de Pitágoras e relações métricas no triângulo retângulo. No intervalo representado pela cor vermelha, os estudantes resolvem problemas utilizando conceitos básicos da Trigonometria, como a Relação Fundamental da Trigonometria e as razões trigonométricas em um triângulo retângulo. Na Geometria Analítica identificam a equação de uma reta e a sua equação reduzida a partir de dois pontos dados. Reconhecem os coeficientes linear e angular de uma reta dado o seu gráfico. Identificam a equação de uma circunferência a partir de seus elementos e vice-versa. Na Geometria Espacial, utilizam a relação de Euler para determinar o número de faces, vértices e arestas.
  • 22. 21 GRANDEZAS E MEDIDAS O estudo de temas vinculados a este domínio deve propiciar aos estudantes conhecer aspectos históricos da construção do conhe- cimento; compreender o conceito de medidas, os processos de me- dição e a necessidade de adoção de unidades padrão de medidas; resolver problemas utilizando as unidades de medidas; estabele- cer conexões entre grandezas e medidas com outros temas ma- temáticos como, por exemplo, os números racionais positivos e suas representações. Através de diver- sas atividades, é possível mostrar a importância e o acentuado caráter prático das Grandezas e Medidas, para poder, por exemplo, com- preender questões relacionadas aos Temas Transversais, além de sua vinculação a outras áreas de conhecimento, como as Ciências Naturais (temperatura, velocidade e outras grandezas) e a Geografia (escalas para mapas, coordenadas geográficas). Estas competências são trabalhadas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, permi- tindo que, a cada ano de escolari- dade, os estudantes aprofundem e aperfeiçoem o seu conhecimento neste domínio.
  • 23. 22 utilizar sistemas de medidas 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Um dos objetivos do estudo de Grandezas e Medidas é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência: utilizar sistemas de medidas. Para o desenvolvimento desta competência, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, podemos solicitar aos estudantes que marquem o tempo por meio de calendário. Destacam-se, também, ativi- dades envolvendo culinária, o que possibilita um rico trabalho, utilizando diferentes unidades de medida, como o tempo de cozimento: horas e minutos e a quantidade dos ingredientes: litro, quilograma, colher, xícara, pitada e outros. Os estudantes utilizam também outros sistemas de medidas convencionais para resolver problemas. Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não de- senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. No intervalo de 125 a 175 pontos, representado pelo amarelo-claro, os estudantes estão no início do desenvolvimento desta competência. Eles conseguem ler horas inteiras em relógio analógico. No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 175 a 225 pontos, os estudantes conseguem ler horas e minutos em relógio digital e de ponteiro em situações simples, resolver problemas relacionando diferentes unidades de uma mesma medida para cálculo de intervalos (dias e semanas, minutos e horas), bem como estabelecer relações entre diferentes medidas de tempo (horas, dias, semanas), efetuando cálculos. Em relação à grandeza comprimento, os estudantes resolvem problemas relacionando metro e centímetro. Quanto à grandeza Sistema Monetário, identificam quantas moedas de um mesmo valor equivalem a uma quantia inteira dada em reais e vice-versa. Estudantes que apresentam uma proficiência entre 225 e 300 pontos, marcado pelo laranja- -claro, desenvolvem tarefas mais complexas em relação à grandeza tempo. Esses estudantes relacionam diferentes unidades de medidas como, por exemplo, o mês, o bimestre, o ano, bem como estabelecem relações entre segundos e minutos, minutos e horas, dias e anos. Em se tratando da grandeza Sistema Monetário, resolvem problemas de trocas de unidades monetárias, que envolvem um número maior de cédulas e em situações menos familiares. Resolvem problemas realizando cálculo de conversão de medidas das grandezas comprimento (quilômetro/metro), massa (quilograma/grama) e capacidade (litro/mililitro). No intervalo de 300 a 350 pontos, marcado pelo laranja-escuro, os estudantes resolvem pro- blemas realizando conversão e soma de medidas de comprimento (quilômetro/metro) e massa (quilograma/grama). Neste caso, os problemas envolvendo conversão de medidas assumem uma complexidade maior do que aqueles que estão na faixa anterior. Percebe-se que, até o momento, as habilidades requeridas dos estudantes para resolver problemas utilizando conversão de medidas envolvem as seguintes grandezas: comprimento, massa, capacidade. Há problemas que trabalham com outras grandezas como, por exemplo, as grandezas volume e capacidade estabelecendo a relação entre suas medidas – metros cúbicos (m³) e litro (L). Acima de 350 pontos na Escala de Proficiência, as habilidades relacionadas a esta competência apresentam uma maior complexidade. Neste nível, os estudantes resolvem problemas envolvendo a conversão de m³ em litros, de cm² em m² e m³ em L. A cor vermelha indica a consolidação das habilidades relacionadas a esta competência.
  • 24. 23 Medir grandezas 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Outro objetivo do ensino de Grandezas e Medidas é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência: medir grandezas. Esta competência é desenvolvida nos anos iniciais do Ensino Fundamental quando, por exemplo, solicitamos aos estudantes para medirem o comprimento e largura da sala de aula, usando algum objeto como unidade. Esta é uma habilidade que deve ser amplamente discutida com os estudantes, pois, em razão da diferença dos objetos escolhidos como unidade de medida, os resultados encontrados serão diferentes. E perguntas como: “Qual é medida correta?” É respondida da seguinte forma: “Todos os resultados são igualmente corretos, pois eles expressam medidas realizadas com unidades diferentes.” Além dessa habilidade, ainda nos anos iniciais do Ensino Fundamental, também é trabalhada a habilidade de medir a área e o perímetro de figuras planas, a partir das malhas quadriculadas ou não. Nos anos finais do Ensino Fundamental, os estudantes resolvem problemas envolvendo o cálculo de perímetro e área de figuras planas e problemas envolvendo noções de volume (paralelepí- pedo). No Ensino Médio, os estudantes resolvem problemas envolvendo o cálculo do volume de diferentes sólidos geométricos (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera) e problemas envolvendo a área total de um sólido (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera). Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. No intervalo de 150 a 225 pontos na escala, amarelo-claro, os estudantes conseguem resolver problemas de cálculo de área relacionando o número de metros quadrados com a quantidade de quadradinhos contida em um retângulo desenhado em malha quadriculada. Estudantes cuja proficiência se encontra entre 225 e 275 pontos, representado pelo amarelo-escuro, realizam tarefas mais complexas, comparando e calculando áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas. Em relação ao perímetro, demonstram a habilidade de identificar os lados e, conhecendo suas medidas, calcular a extensão do contorno de uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada, bem como calcular o perímetro de figura sem o apoio de malhas quadriculadas. Ainda, reconhecem que a medida do perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada, dobra ou se reduz à metade quando os lados dobram ou são reduzidos à metade. No intervalo representado pelo laranja-claro, de 275 a 325 pontos na escala, os estudantes calculam a área com base em informações sobre os ângulos da figura e o volume de sólidos a partir da medida de suas arestas. Estudantes cuja proficiência se encontra no intervalo de 325 a 400 pontos, laranja-escuro, resolvem problemas envolvendo o cálculo aproximado da área de figuras planas desenhadas em malhas quadri- culadas cuja borda é formada por segmentos de retas e arcos de circunferências. Também calculam a área do trapézio retângulo e o volume do paralelepípedo. Em relação ao perímetro, neste intervalo, realizam o cálculo do perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculadas e do volume de paralelepípedo retângulo de base quadrada. Reconhecem que a área de um retângulo quadruplica quando as medidas de seus lados são dobradas. A partir de 400 pontos na escala, os estudantes resolvem problemas envolvendo a decomposição de uma figura plana em triângulos, retângulos e trapézios retângulos e calculam a área desses polígonos. O vermelho indica a consolidação das habilidades relativas a esta competência.
  • 25. 24 Estimar e Comparar Grandezas 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 O estudo de Grandezas e Medidas tem também como objetivo propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência: estimar e comparar grandezas. Muitas atividades cotidianas envolvem esta competência, como comparar tamanhos dos objetos, pesos, volumes, temperaturas diferentes e outras. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, esta competência é trabalhada, por exemplo, quando solicitamos aos estudantes que comparem dois objetos estimando as suas medidas e anunciando qual dos dois é maior. Atividades como essas propiciam a compreensão do processo de medição, pois medir significa comparar grandezas de mesma natureza e obter uma medida expressa por um número. Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 175 pontos, ainda não de- senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. Estudantes cuja proficiência se encontra entre 175 e 225 pontos, representado pelo amarelo- -claro, estão no início do desenvolvimento desta competência. Eles leem informações em calendários, localizando o dia de um determinado mês e identificam as notas do Sistema Monetário Brasileiro, necessárias para pagar uma compra informada. No intervalo de 225 a 275 pontos, os estudantes conseguem estimar medida de comprimento usando unidades convencionais e não convencionais. O amarelo-escuro indica o início do de- senvolvimento dessa habilidade. O laranja-claro, 275 a 350 pontos, indica que os estudantes com uma proficiência que se encontra neste intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas relativas a esta competência, como, por exemplo, resolver problemas estimando outras medidas de grandezas utilizando unidades convencionais como o litro. A partir de 350 pontos os estudantes comparam os perímetros de figuras desenhadas em malhas quadriculadas. O vermelho indica a consolidação das habilidades referentes a esta competência.
  • 26. 25 NÚMEROS e OPERAÇÕES/ÁLGEBRA E FUNÇÕES Como seria a nossa vida sem os números? Em nosso dia a dia, nos deparamos com eles a todo o mo- mento. Várias informações essen- ciais para a nossa vida social são representadas por números: CPF, RG, conta bancária, senhas, núme- ro de telefones, número de nossa residência, preços de produtos, ca- lendário, horas, entre tantas outras. Não é por acaso que Pitágoras, um grande filósofo e matemático grego (580-500 a.C), elegeu como lema para a sua escola filosófica “Tudo é Número”, pois acreditava que o universo era regido pelos números e suas relações e propriedades. Este domínio envolve, além do conhecimento dos diferentes con- juntos numéricos, as operações e suas aplicações à resolução de problemas. As operações aritmé- ticas estão sempre presentes em nossas vidas. Quantos cálculos temos que fazer? Orçamento do lar, cálculos envolvendo nossa conta bancária, cálculo de juros, porcentagens, divisão de uma conta em um restaurante, dentre outros. Essas são algumas das muitas si- tuações com que nos deparamos em nossas vidas e nas quais preci- samos realizar operações. Além de números e operações, este domínio também envolve o conhecimento algébrico que requer a resolução de problemas por meio de equações, inequações, funções, expressões, cálculos, entre muitos outros. O estudo da álgebra possibilita aos estudantes desenvolverem, entre outras capacidades, a de genera- lizar. Quando fazemos referência a um número par qualquer, podemos representá-lo pela expressão 2n (n sendo um número natural). Essa expressão mostra uma generaliza- ção da classe dos números pares.
  • 27. 26 conhecer e utilizar números 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 As crianças, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, têm contato com os números e já podem perceber a importância deles na vida cotidiana. Já conhecem a escrita de alguns números e já realizam contagens. Nessa fase da escolaridade, os estudantes começam a conhecer os diferentes conjuntos numéricos e a perceber a sua utilização em contextos do cotidiano. Entre os conjuntos numéricos estudados estão os naturais e os racionais em sua forma fracionária e decimal. Não podemos nos esquecer de que o domínio de números está sempre relacio- nado a outros domínios como o das Grandezas e Medidas. Na etapa final do Ensino Fundamental, os estudantes resolvem problemas mais complexos envolvendo diferentes conjuntos numéricos, como os naturais, inteiros e racionais. No Ensino Médio, os estudantes já devem ter consolidado esta competência. Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. Estudantes que se encontram no intervalo de 100 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro, de- senvolveram habilidades básicas relacionadas ao Sistema de Numeração Decimal. Por exemplo: dado um número natural, esses estudantes reconhecem o valor posicional dos algarismos, a sua escrita por extenso e a sua composição e decomposição em unidades e dezenas. Eles, também, representam e identificam números naturais na reta numérica. Além disso, reconhecem a representação decimal de medida de comprimento expressas em centímetros e localizam esses números na reta numérica em uma articulação com os conteúdos de Grandezas e Medidas, dentre outros. O amarelo-escuro, 200 a 250 pontos, indica que os estudantes com proficiência neste intervalo já con- seguem elaborar tarefas mais complexas. Eles trabalham com a forma polinomial de um número, realizando composições e decomposições de números de até três algarismos, identificando seus valores relativos. Já em relação aos números racionais, reconhecem a representação de uma fração por meio de representação gráfica. No laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos, os estudantes percebem que, ao mudar um algarismo de lugar, o número se altera. Identificam e localizam números inteiros em uma reta numérica ou em uma escala não unitária. Transformam uma fração em número decimal e vice-versa. Localizam, na reta numérica, números racionais na forma decimal e comparam esses números quando têm diferentes partes inteiras. Neste intervalo aparecem, também, habilidades relacionadas à porcentagem. Os estudantes estabelecem a correspondência 50% de um todo com a metade. No intervalo de 300 a 375 pontos, marcado pelo laranja-escuro, os estudantes desenvolveram habili- dades mais complexas relacionadas a frações equivalentes. Eles já resolvem problemas identificando mais de uma forma de representar numericamente uma mesma fração. Por exemplo, percebem, com apoio de uma figura, que a fração meio é equivalente a dois quartos. Além disso, resolvem problemas identificando um número natural (não informado), relacionando-o a uma demarcação na reta. Esses estudantes, também, transformam frações em porcentagens e vice-versa, identificam a fração como razão e a fração como parte-todo, bem como, os décimos, centésimos e milésimos de um número decimal. Acima de 375 pontos na escala, os estudantes, além de já terem consolidado as habilidades relativas aos níveis anteriores, conseguem localizar na reta numérica números representados na forma fracionária, com- parar números fracionários com denominadores diferentes e reconhecer a leitura de um número decimal até a ordem dos décimos. O vermelho indica a consolidação das habilidades associadas a esta competência.
  • 28. 27 realizar e aplicar operações 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Esta competência refere-se às habilidades de cálculo e à capacidade de resolver problemas que envolvem as quatro operações básicas da aritmética. Envolve, também, o conhecimento dos algoritmos utilizados para o cálculo dessas operações. Além do conhecimento dos algoritmos, esta competência requer a aplicação dos mesmos na resolução de problemas englobando os diferentes conjuntos numéricos, seja em situações específicas da Matemática, seja em contextos do cotidiano. Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 100 pontos, ainda não de- senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 100 a 200 pontos, em relação à adição e à subtração, os estudantes realizam operações envolvendo números de até três algarismos com reserva. Já em relação à multiplicação, realizam operações com reserva, tendo como multiplicador um número com um algarismo. Os estudantes resolvem problemas utilizando adição, subtração e multiplicação envolvendo, inclusive, o Sistema Monetário. Estudantes, cuja proficiência se encontra no intervalo de 200 a 250 pontos, amarelo-escuro, em relação às operações, realizam subtrações mais complexas com quatro algarismos e com reserva. Realizam também multiplicações com reserva, com multiplicador de até dois algarismos. Realizam divisões e resolvem problemas envolvendo divisões exatas com divisor de duas ordens. Além disso, resolvem problemas envolvendo duas ou mais operações. O laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos, indica um novo grau de complexidade desta competência. Os estudantes com proficiência neste nível resolvem problemas envolvendo as diferentes ideias relacionadas à multiplicação, em situações contextualizadas. Também efetuam adição e subtração com números inteiros, bem como realizam cálculo de expres- sões numéricas envolvendo o uso de parênteses e colchetes com adição e subtração, além de calcular porcentagens e resolver problemas do cotidiano envolvendo porcentagens em situações simples. Estudantes, cuja proficiência se localiza no intervalo de 300 a 350 pontos, já calculam ex- pressões numéricas envolvendo números inteiros e decimais positivos e negativos, inclusive potenciação. Eles conseguem, ainda, resolver problemas envolvendo soma de números inteiros e porcentagens, além de calcular raiz quadrada e identificar o intervalo em que está inserida a raiz quadrada não exata de um número, bem como efetuar arredondamento de decimais. O laranja-escuro indica a complexidade dessas habilidades. No intervalo representado pela cor vermelha, acima de 350 pontos, os estudantes calculam o resultado de expressões envolvendo, além das quatro operações, números decimais (positivos e negativos, potências e raízes exatas). Efetuam cálculos de divisão com números racionais (forma fracionária e decimal simultaneamente). Neste nível, os estudantes consolidam as habilidades relativas a esta competência.
  • 29. 28 utilizar procedimentos algébricos 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 O estudo da álgebra possibilita ao estudante desenvolver várias capacidades, dentre elas a capacidade de abstrair, generalizar, demonstrar, sintetizar procedimentos de resolução de problemas. As habilidades referentes à álgebra são desenvolvidas no Ensino Fundamental e vão desde situações problema em que se pretende descobrir o valor da incógnita em uma equação utilizando uma balança de dois pratos, até a resolução de problemas envolvendo equações do segundo grau. Uma das habilidades básicas desta competência diz respeito ao cálculo do valor numérico de uma expressão algébrica, em que é utilizado o conceito de variável. No Ensino Médio, esta competência envolve a utilização de procedimentos algébricos para resolver problemas envolvendo o campo dos diferentes tipos de funções: linear, afim, quadrática e exponencial. Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 275 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. No intervalo representado pelo amarelo-claro, 275 a 300 pontos, os estudantes calculam o valor numérico de uma expressão algébrica. No intervalo de 300 a 350 pontos, indicado pelo amarelo-escuro, os estudantes já identificam a equação de primeiro grau, e sistemas de primeiro grau, adequados à resolução de problemas. Esses estudantes também determinam o cálculo numérico de uma expressão algébrica em sua forma fatorada e resolvem problemas envolvendo: grandezas diretamente proporcionais, variações entre mais de duas grandezas, juros simples, porcentagem e lucro. O laranja-claro, 350 a 400 pontos na escala, indica uma maior complexidade nas habilidades associadas a esta competência. Neste nível de proficiência, os estudantes resolvem problemas que recaem em equação do segundo grau, e sistemas de equações do primeiro grau e problemas mais complexos envolvendo juros simples. Resolvem problemas envolvendo a resolução de equações exponenciais. Reconhecem a expressão algébrica que representa uma função linear ou afim a partir de uma tabela e a expressão de uma função do primeiro grau a partir do seu gráfico. Calculam o termo de uma Progressão Aritmética – P.A. – dada a fórmula do termo geral. Estudantes cuja proficiência se localiza no intervalo de 400 a 425 pontos, laranja-escuro, resolvem problemas que envolvem grandezas inversamente proporcionais e sistemas de duas equações. No campo das sequências numéricas, identificam uma regularidade em uma sequência numérica e determinam o número que ocupa uma determinada posição na sequência. Reconhecem intervalos de crescimento e decrescimento de uma função, interpretam os coeficientes da equação de uma reta quando o gráfico não está explicitado no problema. Reco- nhecem o gráfico de uma reta quando são dados dois pontos ou um ponto e a reta por onde passa. Reconhecem as raízes de um polinômio dada a sua decomposição em fatores do primeiro grau. Acima de 425 pontos na escala, indicado pela cor vermelha, os estudantes resolvem problemas relacionando a representação algébrica com a geométrica de um sistema de equações do primeiro grau. Relacionam a função do segundo grau com a descrição textual de seu gráfico, reconhecem a expressão algébrica que representa uma função não polinomial a partir de uma tabela, resolvem problemas envolvendo a determinação de ponto de máximo de uma função do segundo grau. Resolvem problemas que envolvem a determinação de algum termo de uma P.G. quando não é fornecida a fórmula do termo geral. Relacionam a expressão de um polinômio com a sua decomposição em fatores do primeiro grau. Resolvem problemas envolvendo a função exponencial, identificam gráficos da função seno e cosseno. Resolvem problemas envolvendo sistemas de equação com duas equações e duas incógnitas. Relacionam as raízes de um polinômio com a sua decomposição em fatores do primeiro grau. Identificam gráficos de funções exponenciais no contexto de crescimento populacional e juros compostos.
  • 30. 29 TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO O estudo de Tratamento da In- formação é de fundamental im- portância nos dias de hoje, tendo em vista a grande quantidade de informações que se apresentam no nosso cotidiano. Na Matemática, alguns conteúdos são extrema- mente adequados para “tratar a informação”. A Estatística, por exemplo, cuja utilização pelos meios de comunicação tem sido intensa, utiliza-se de gráficos e tabelas. A Combinatória também é utilizada para desenvolver o Tra- tamento da Informação, pois ela nos permite determinar o número de possibilidades de ocorrência de algum acontecimento. Outro conhecimento necessário para o tratamento da informação refere- -se ao conteúdo de Probabilidade, por meio da qual se estabelece a diferença entre um acontecimento natural, que tem um caráter deter- minístico, e um acontecimento ale- atório cujo caráter é probabilístico, avaliando-se se um acontecimento é mais provável ou menos provável. Com o estudo desses conteúdos, os estudantes desenvolvem as habilidades de fazer uso, expor, preparar, alimentar e/ou discutir determinado conjunto de dados ou de informes a respeito de alguém ou de alguma coisa.
  • 31. 30 ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Um dos objetivos do ensino do conteúdo Tratamento da Informação é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência: ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. Esta competência é desenvolvida nos anos iniciais do Ensino Fundamental por meio de atividades relacionadas aos interesses das crianças. Por exemplo, ao registrar os resultados de um jogo ou ao anotar resultados de respostas a uma consulta que foi apresentada, elas poderão, utilizando sua própria forma de se expressar, construir representações dos fatos e, pela ação mediadora do professor, essas representações podem ser interpretadas e discutidas. Esses debates propiciam novas oportunidades para a aquisição de outros conhecimentos e para o desenvolvimento de habilidades e de atitudes. Nos anos finais do Ensino Fundamental, temas mais relevantes podem ser explorados e utilizados a partir de revistas e jornais. O professor pode sugerir a realização de pesquisas com os estudantes sobre diversos temas e efetuar os registros dos resultados em tabelas e gráficos para análise e discussão. No Ensino Médio, os estudantes são solicitados a utilizarem procedimentos estatísticos mais complexos como, por exemplo, cálculo de média aritmética. Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não de- senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 125 e 150 pontos, os estudantes leem infor- mações em tabelas de coluna única e extraem informações em gráficos de coluna por meio de contagem. No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 150 a 200 pontos, os estudantes leem informações em tabelas de dupla entrada e interpretam dados num gráfico de colunas por meio da leitura de valores no eixo vertical. De 200 a 250 pontos, intervalo indicado pelo laranja-claro, os estudantes localizam informações e identificam gráficos de colunas que correspondem a uma tabela com números positivos e negativos. Esses estudantes também conseguem ler gráficos de setores e localizar dados em tabelas de múltiplas entradas, além de resolver problemas simples envolvendo as operações, identificando dados apresentados em gráficos ou tabelas, inclusive com duas entradas. Estudantes com proficiência entre 250 e 325 pontos, laranja-escuro, identificam o gráfico de colunas ou barras correspondente ao gráfico de setores e reconhecem o gráfico de colunas ou barras correspondente a dados apresentados de forma textual; associam informações contidas em um gráfico de colunas e barras a uma tabela que o representa, utilizando estimativas. Ainda, associam informações ao gráfico de setores correspondente, quando os dados estão em porcentagem, bem como quando os dados estão em valores absolutos (frequência simples). A cor vermelha, acima de 325 pontos, indica que os estudantes leem, utilizam e interpretam informações a partir de gráficos de linha do plano cartesiano. Também conseguem anali- sar de analisarem os gráficos de colunas representando diversas variáveis, comparando seu crescimento. Neste nível de proficiência, as habilidades relativas a esta competência estão consolidadas.
  • 32. 31 Utilizar procedimentos de Combinatória e Probabilidade 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Um dos objetivos do ensino do Tratamento de Informação em Matemática é propiciar ao estudante o de- senvolvimento da competência: utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. Esta competência deve ser desenvolvida desde os anos iniciais do Ensino Fundamental por meio da resolução de problemas de contagem simples e a avaliação das possibilidades de ocorrência ou não de um evento. Algumas habilidades vinculadas a esta competência no Ensino Fundamental são exploradas juntamente com o domínio Números e Operações/Álgebra e Funções. Quando tratamos essa habilidade dentro do Tratamento de Informação, ela se torna mais forte no sentido do professor perceber a real necessidade de trabalhar com ela. O professor deve resolver problemas simples de possibilidade de ocorrência, ou não, de um evento ou fenômeno, do tipo “Qual é a chance?” Apesar desse conhecimento intuitivo ser muito comum na vida cotidiana, convém trabalhar com os estudantes a diferença entre um acontecimento natural, que tem um caráter determinístico, e um aconteci- mento aleatório, cujo caráter é probabilístico. Também é possível trabalhar em situações que permitam avaliar se um acontecimento é mais ou menos provável. Não se trata de desenvolver com os estudantes as técnicas de cálculo de probabilidade, mas de explorar a ideia de possibilidade de ocorrência ou não de um evento ou fenômeno. Intuitivamente, compreenderão que alguns acontecimentos são possíveis, isto é, “têm chance” de ocorrer (eventos com probabilidades não nulas). Outros acontecimentos são certos, “garantidos” (eventos com probabilidade de 100%) e há aqueles que nunca poderão ocorrer (eventos com probabilidades nulas). As habilidades associadas a esta competência são mais complexas, por isso começam a ser desenvolvidas em níveis mais altos da escala de proficiência. Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 375 pontos, ainda não de- senvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 375 a 400 pontos, os estudantes começam a desenvolver esta competência, calculando a probabilidade de um evento acontecer no lan- çamento de um dado, bem como a probabilidade de ocorrência de dois eventos sucessivos como, por exemplo, ao se lançar um dado e uma moeda. O amarelo-escuro, 400 a 425 pontos, indica uma complexidade maior nesta competência. Neste intervalo, os estudantes conseguem resolver problemas de contagem utilizando o princípio multiplicativo sem repetição de elementos e calculam a probabilidade de ocorrência de um evento simples. No intervalo representado pela cor vermelha, acima de 425 pontos, habilidade mais complexa do que a anterior, os estudantes resolvem problemas de contagem utilizando o princípio multiplicativo com repetição de elementos e resolvem problemas de combinação simples.
  • 33. 32 O papel da avaliação no ensino de Matemática A s avaliações em larga escala realizadas no Brasil recoloca- ram a questão das desigualdades esperado para ano de escolaridade, o resultado é mais alarmante: 92% nas escolas estaduais e 94% nas escolas escolares no centro dos debates, municipais. pois evidenciaram a distribuição desigual da escolarização no país e Esse cenário é, de fato, uma situ- trouxeram à tona o baixo desempe- ação preocupante. No entanto, é nho dos estudantes em várias dis- preciso ter em mente, em primeiro ciplinas - inclusive em Matemática. lugar, que esse não é um problema exclusivo do Brasil. Ao contrário, a A análise da série histórica do fragilidade da aprendizagem em Sistema de Avaliação da Educação Matemática tem sido motivo para As novas Básica (SAEB) de 1995 a 2005, no uma série de estudos, pesquisas propostas 9º ano, revela, que mais de 1/3 dos e reformas curriculares em várias alunos apresentou desempenho partes do mundo. Pesquisas nacio- curriculares abaixo do esperado na disciplina nais e internacionais destacam que identificam os em todo o período. existem alternativas para se rever- conhecimentos Um aspecto que chama a atenção ter as precariedades identificadas. é o aumento da proporção de alu- Currículo: ênfase na resolução de matemáticos nos nessa situação. Considerando problemas como meios para os resultados da rede estadual, em 1995, 31% tiveram desempenho Na literatura, é possível compilar se compreender abaixo do esperado; em 2005, eles algumas justificativas que motiva- e transformar chegavam a 40% do total. A faixa ram as reformas curriculares, ocor- de desempenho esperado para a ridas em diversos países (incluindo a realidade. disciplina no 9º ano foi alcançada o Brasil), a partir dos anos 1980: por apenas 11% dos estudantes em 1995 e 8% em 2005. (1) por se achar que o ensino de Matemática tem produzido baixos Considerando juntos os resultados resultados no desempenho dos das redes estadual e municipal, alunos; constata-se que quase metade dos estudantes matriculados em escolas (2) pelo reconhecimento de que o públicas (estaduais: 40% em 2005 e mundo necessita de estudantes municipais: 49% em 2005) situam-se com maiores habilidades no uso na faixa abaixo do esperado na escala de ferramentas matemáticas; de Matemática do SAEB. (3) pelos avanços educacionais que Se o recorte for o total de alunos que passaram a valorizar a aprendiza- se encontram abaixo do nível cognitivo gem coletiva, os conhecimentos
  • 34. 33 prévios dos alunos e a construção normas prescritivas, como um do conhecimento pelos estudantes. conteúdo autônomo. No Brasil, os Parâmetros Curricu- Modificam-se, então, os conteúdos lares Nacionais (PCN/MEC) de Ma- a serem transmitidos: Tratamento temática, de 1998, e as sucessivas da Informação e Medidas e Grande- avaliações de livros didáticos do zas passam a ser vistos como áreas Programa Nacional do Livro Didá- tão relevantes quanto aquelas mais tico (PNLD/MEC) são dois impor- tradicionais (Números, Álgebra e tantes marcos no campo curricular. Geometria). Modifica-se também o Ambos foram decisivos para as re- entendimento de como o ensino e formulações nos currículos de Ma- a aprendizagem devem se dar: os temática no Ensino Fundamental e estudantes devem ser conduzidos levaram a uma ampliação das áreas a fazer observações sistemáticas de ensino abordadas ao longo do de aspectos qualitativos e quantita- processo de escolarização. tivos da realidade, capacitando-os para selecionar, organizar e produzir As novas propostas curriculares informações relevantes – habilidade identificam os conhecimentos ma- fundamental numa sociedade da in- temáticos como meios para se com- formação, como a nossa. preender e transformar a realidade. Portanto, o ensino e a aprendizagem Os papéis desempenhados por alunos devem levar os estudantes a fazer e professores também se renovam, observações sistemáticas de as- pois a ênfase recai sobre a constru- pectos qualitativos e quantitativos ção do conhecimento pelo estudante, da realidade. Devem, também, ca- o trabalho em equipe e a comunicação em sala de aula. O professor assume, Entra em cena pacitá-los para selecionar, organizar nesse contexto, o papel de organiza- uma concepção e produzir informações relevantes. dor da aprendizagem, encorajando os alunos a buscarem soluções para que rompe com a Nesse contexto, a resolução de os problemas propostos, valorizando visão tradicional problemas assume papel central assim seus processos de pensamento no ensino-aprendizagem, ressig- de que a e os incentivando a se comunicarem nificando o que era central para matematicamente, envolvendo-os em Matemática é uma a disciplina. Essas linhas seguem tarefas ricas e significativas (do ponto recomendações da Agenda para ciência neutra. de vista intelectual e social). a Ação do Conselho Nacional de Professores de Matemática dos Fica claro então que a escola, em Estados Unidos, divulgadas em todos os níveis, não pode se con- 1980 e que, desde então, norteiam centrar apenas na transmissão de modificações curriculares da Ma- fatos ou informações. Mais do que temática escolar em várias partes isso, cabe a ela promover o desen- do mundo. volvimento das competências básicas para a cidadania e para a profissão. E O documento ressalta a importân- isso deve ser extensivo a todos, o que cia dos aspectos sociais, antropo- é fundamental para se combater a lógicos e linguísticos, além dos fragmentação, geradora de desigual- aspectos cognitivos – tradicional- dades. Assim, dentre as funções do mente valorizados nas discussões ensino de Matemática destacam-se curriculares. Ganha força, então, a ensinar a pensar, abstrair, criticar, ideia de que a função do ensino é avaliar, decidir, inovar, planejar, fazer construir as competências básicas cálculos aproximados, usar o raciocí- do cidadão, retirando a ênfase do nio matemático para a compreensão ensino propedêutico. do mundo, dentre outros. Ao mesmo tempo, entra em cena A Matemática deve, ainda, contri- uma concepção que rompe com a buir para que o indivíduo participe visão tradicional de que a Matemá- do processo de produção do conhe- tica é uma ciência neutra, acabada, cimento e usufrua dele. O aluno e que seu ensino deve conduzir à deve ser incentivado a se adaptar a assimilação de um conjunto de novas situações, a reconhecer suas
  • 35. 34 classe valorizavam os processos aproximando-os da vida. O papel de pensamento dos alunos em re- do professor no sentido de ajudar o lação à construção de conceitos. aluno a desenvolver a autoconfiança Nos Estados Na outra escola, o currículo de também foi citado. Unidos, documentos Matemática enfatizava a pesquisa da resposta correta de problemas Esses estudos apontam caminhos, oficiais elencam típicos; os estudantes trabalhavam porém, mudar o ensino não é algo características de individualmente em atividades que simples. Muitas vezes, os professo- focavam a aplicação de regras e res modificam algumas atividades, um ensino que se procedimentos. mas mantêm práticas tradicionais pretende renovador, de exposição e abordagem dos Ao serem expostos a problemas conteúdos. Também ocorrem situ- identificadas a de resposta aberta, os estudantes ações em que os docentes adotam da primeira escola tiveram mais práticas que conduzem os alunos à partir de pesquisas sucesso do que seus pares e de- resolução de problemas, mas não empíricas. monstraram ser mais capazes de possibilitam que eles discutam e usar seus conhecimentos, tendiam confrontem suas soluções. a usar métodos intuitivos em todos os problemas e não se deixavam Em alguns casos, os professores influenciar pelo contexto. se sentem menos capazes de tra- balhar com a agenda da reforma, habilidades lógico-matemáticas e Outras pesquisas qualitativas evi- por acreditarem que os alunos a empregá-las em situações-pro- denciam a importância do papel do aprendem mais com o ensino tradi- blema. Para tanto, é fundamental professor na aprendizagem. Num cional. Também existe a concepção que a Matemática seja apresentada estudo norte-americano, Elizabe- de que, como os alunos pertencem à criança e ao jovem como uma ci- th Fennema e Megan Loef Franke a famílias menos abastadas, não ência aberta e dinâmica. acompanharam uma professora du- rante quatro anos, verificando como necessitam de conhecimentos su- ela ajudava os estudantes a construir postamente sofisticados. O efeito das reformas: o que dizem o entendimento de conceitos mate- O estudante, por sua vez, é o persona- as pesquisas máticos e a buscar estratégias para gem principal no processo de ensino e Pesquisas realizadas no Brasil e solucionar problemas que envolviam aprendizagem. Sem ele não há senti- em outros países apontam para situações cotidianas. Como resul- do no ensino propriamente dito. Mas, uma série de resultados positivos tado, seus alunos se mostraram com o frenético avanço tecnológico, obtidos a partir da ênfase na reso- mais capazes de resolver problemas muitos jovens perderam o interesse lução de problemas nos processos complexos do que outros estudantes naquilo que a escola tem a lhes ofe- de ensino e aprendizagem de Ma- de mesmo nível escolar; usavam es- recer, o que reforça a necessidade de temática. tratégias de alto nível e adaptavam uma profunda renovação das estraté- seus procedimentos para resolver Creso Franco, Paola Sztajn e Maria gias adotadas em sala de aula. os problemas. Demonstravam segu- Isabel Ramalho Ortigão analisaram rança, tinham uma boa relação com Nesse cenário, uma boa apropria- os resultados do Sistema de Ava- a disciplina e se sentiam encoraja- ção dos resultados das avaliações liação da Educação Básica (SAEB) dos a persistir na busca da solução. pode ajudar muito. de 2001 e verificaram a melhoria do Em síntese, o estudo mostrou que desempenho dos alunos, quando um professor com uma boa compre- Da avaliação à sala de aula os professores enfatizavam a re- ensão das estruturas matemáticas solução de problemas nas aulas de e do pensamento matemático das No Brasil, existe uma preocupa- Matemática. crianças tem efeito positivo sobre a ção para que os resultados obti- aprendizagem. dos pelos alunos nas avaliações No Reino Unido, foi realizado um es- cheguem até os seus professores. tudo longitudinal em duas escolas Nos Estados Unidos, documentos Para que isso ocorra, normalmente, que adotam currículos e metodolo- oficiais elencam características são elaborados boletins pedagógi- gias de ensino diferentes, durante de um ensino que se pretende re- cos, que oferecem vários tipos de três anos. Na primeira, os alunos novador, identificadas a partir de trabalhavam em grupos, realizan- pesquisas empíricas. Algumas delas dados e informações aos profes- do projetos com duração de três integram a literatura e documentos sores: desde o número de alunos semanas e que envolviam resolu- brasileiros - como a valorização do que participaram da avaliação até ção de problemas; perguntavam à conhecimento prévio dos alunos, o indicadores educacionais, médias professora quando tinham dúvidas estímulo ao engajamento de toda obtidas nas provas e a distribuição (conceitos eram introduzidos quan- a classe nas atividades e a am- percentual dos estudantes ao longo do necessário) e as conversas em pliação dos conteúdos ensinados, da escala utilizada.
  • 36. 35 No entanto, nem sempre é fácil des e competências estabelecidas compreender e interpretar esses nas matrizes de referência. boletins, levando ao surgimento A avaliação, bem de dúvidas e questionamentos. Finalmente, os professores devem Uma delas diz respeito aos resul- atentar à distribuição dos alunos interpretada, é um tados dos alunos. Nesse âmbito, é ao longo dos níveis da escala, o instrumento rico importante que o professor saiba que permite perceber a proporção de estudantes nos distintos níveis e relevante para o que a compreensão desses, passa, de proficiência. A avaliação, bem planejamento de ações necessariamente, pela compreen- interpretada, é, portanto, um ins- são da escala de desempenho de trumento rico e relevante para o capazes de melhorar Matemática, construída com base planejamento de ações capazes a aprendizagem. na Teoria da Resposta ao Item (TRI). de melhorar a aprendizagem. Uma escala de proficiência serve Não existe uma resposta ou uma para ordenar o desempenho dos alternativa única, contudo, coletiva- alunos do menor para o maior em mente, os professores podem en- um continuum e são cumulativas, contrar novos caminhos. Para isso, no sentido de auxiliar seus alunos a explicam Ligia Gomes Elliot, Nilma é necessária a criação, na escola, traçarem previamente um plano de Santos  Fontanive  e Ruben  Klein. de espaços que envolvam os pro- resolução. É importante que todos Desse modo, se o desempenho de fessores em discussões e reflexões tenham clareza de que equacionar um grupo (ou escola) está situado acerca da avaliação e do trabalho um problema é uma das etapas do numa determinada faixa, significa escolar, em especial, o ensino e a processo de resolução. que ele domina as habilidades des- aprendizagem de Matemática. Essas ações em conjunto, embora critas nela e nos níveis anteriores. Considerações finais não ocorram em um curto espaço de tempo, podem promover me- É importante ter clareza de que toda É importante enfatizar que a me- lhorias significativas no processo escala resulta de uma construção lhoria da aprendizagem perpassa de ensino e aprendizagem em humana. E, de forma análoga ao que necessariamente a formação do Matemática. ocorre com a escala de temperatura professor, a qual não deve se cen- corporal medida pelo termômetro, trar apenas em aspectos curricu- as escalas usadas nas avaliações lares; também é preciso discutir educacionais também atribuem va- as relações entre a educação e as lores numéricos ao desempenho dos desigualdades sociais, estimulando alunos, posicionando-os de acordo a reflexão sobre a rede de fatores com suas habilidades demonstradas que, direta ou indiretamente, in- nos testes. Na análise de uma esca- fluencia os resultados obtidos pelos la, temos que considerar dois aspec- estudantes. tos importantes: cumulatividade e ordenamento. Quanto maior o ponto Também é importante manter um da escala, melhor o desempenho. olhar positivo para os docentes e o ensino de Matemática tendo em As escalas das avaliações em larga vista uma educação pública de qua- escala são diferentes daquelas que lidade, em que todos aprendam e os professores utilizam em sala de avancem nos estudos. Por isso, a aula – 0 a 10 ou de 0 a 100. No Bra- escola precisa estimular o aluno a sil, as escalas de proficiência das lidar com as diferentes linguagens avaliações externas geralmente são matemáticas, a pensar matemati- compatíveis com a escala do SAEB, camente e a transitar entre as su- variando no intervalo de 0 a 500. báreas da Matemática escolar. Outro ponto importante para a com- O trabalho com problemas precisa preensão da escala é o entendimen- também estimular o aluno a ler e a to dos significados dos números da conversar com seus colegas sobre escala: ou seja, a sua interpretação o que entendem dos dados e das pedagógica – o que é possibilitado informações contidas no enunciado. por meio do confronto dos resulta- Este trabalho demanda uma aten- dos com as descrições de habilida- ção especial por parte do professor
  • 37. 36
  • 38. 37 Padrões de Desempenho Estudantil P ara uma escola ser considerada eficaz, ou seja, para fazer a diferen- ça na vida de seus usuários, ela deve proporcionar altos padrões de aprendi- zagem a todos, independente de suas características individuais, familiares e sociais. Se apenas um grupo privilegiado consegue aprender com qualidade o que é ensinado, aumentam-se as desigual- dades intraescolares e, como conse- quência, elevam-se os indicadores de repetência, evasão e abandono escolar. Na verdade, criam-se mais injustiças. Esse é um cenário que, certamente, nenhum professor gostaria de ver em nenhuma escola. O desempenho escolar de qualidade implica, necessariamente, a realização dos objetivos curriculares de ensino propostos. Os padrões de desempenho estudantil, nesse sentido, são balizado- res dos diferentes graus de realização educacional alcançados pela escola. Por meio deles é possível analisar a distân- cia de aprendizagem entre o percentual de alunos que se encontra nos níveis mais altos de desempenho e aqueles que estão nos níveis mais baixos. A distância entre esses extremos repre- senta, ainda que de forma alegórica, o abismo existente entre aqueles que têm grandes chances de sucesso escolar e, consequentemente, maiores possibi- lidades de acesso aos bens materiais, culturais e sociais modernos; e aqueles para os quais o fracasso escolar e ex- clusão social podem ser mera questão de tempo, caso a escola não reaja e concretize ações com vistas à promo- ção da equidade. Para cada padrão, são apresentados exemplos de item* do teste do SIMAVE/PROEB. *O percentual de brancos e nulos não está contemplado nesses exemplos.
  • 39. 38 Baixo Neste padrão de desempenho, as Os estudantes diferenciam entre de cálculo de área com base na con- habilidades matemáticas que se os diversos sólidos os que têm tagem das unidades de uma malha evidenciam são as relativas aos superfícies arredondadas e reco- quadriculada e estimam medida significados dos números nos di- nhecem a planificação do cone e de comprimento usando unidades versos contextos sociais e a com- do cubo; reconhecem figuras bi- convencionais e não convencionais. preensão dos algoritmos da adição dimensionais pelos lados e pelo Ainda, neste padrão, os estudantes de números de até três algarismos ângulo reto; identificam a forma demonstram conhecimentos bási- com reagrupamento, da subtração ampliada de uma figura simples cos relativos à Literacia Estatística, de até quatro algarismos com re- em uma malha quadriculada, loca- conseguem ler e interpretar infor- serva, da multiplicação de até dois lizam pontos usando coordenadas mações elementares e explícitas algarismos e da divisão exata por cartesianas em um referencial qua- em um gráfico de colunas, por meio números de um algarismo. Cons- driculado; identificam a localização da leitura de valores do eixo vertical, tata-se, também, que esses estu- ou a movimentação de objetos em e ler informações em tabelas de dantes localizam números na reta representações gráficas, com base coluna única e de dupla entrada. O numérica; reconhecem a escrita em referencial igual ou diferente da ganho em relação aos estudantes por extenso de números naturais própria posição. do 5º ano reflete-se na capacidade e a sua composição e decomposi- Eles também demonstram compre- de identificar dados em uma lista de ção em dezenas e unidades, con- ender a ação de medir um compri- alternativas, utilizando-os na reso- siderando o seu valor posicional lução de problemas, relacionando- mento utilizando régua numerada na base decimal; reconhecem a -os, dessa forma, às informações e de estabelecer as relações entre quarta parte de um todo; resolvem apresentadas em gráficos de barras as unidades de medida de compri- problemas envolvendo a soma ou e tabelas. São capazes, ainda, de mento (metros e centímetros). Tam- subtração de números racionais na resolver problemas envolvendo as bém estabelecem relações entre forma decimal, constituídos pelo operações, usando dados apre- diferentes medidas de tempo (dias sentados em gráficos ou tabelas, mesmo número de casas decimais e semanas, horas e minutos) e re- inclusive com duas entradas. e por até três algarismos, resolvem alizam cálculos simples com essas problemas envolvendo as opera- medidas. Leem horas e minutos em As habilidades matemáticas que se ções do Sistema Monetário Brasi- relógios analógicos e digitais. Rea- evidenciam neste padrão são elemen- leiro e envolvendo a soma de nú- lizam trocas de moedas em valores tares para este ano e o desafio que se meros naturais. Esses estudantes monetários pequenos e identificam apresenta é o de viabilizar condições reconhecem as características do cédulas que formam uma quantia de para que os estudantes possam ven- Sistema de Numeração Decimal. dinheiro inteira, resolvem problemas cer as próximas etapas escolares.
  • 41. 40 (M090262A9) Na figura abaixo temos quatro pontos representados no sistema cartesiano. 3 2 1 –3 –2 –1 1 2 3 –1 –2 –3 O ponto de coordenadas (– 2, – 3) é o ponto A) P. B) Q. C) R. D) S. O item avalia habilidade de os estu- dantes identificarem e localizarem lacionado a segunda coordenada ao eixo das abscissas, desconsiderado o A 4,8% pontos no plano cartesiano e suas sinal negativo da primeira coordenada coordenadas. e a associaram-na ao eixo das orde- nadas. Um percentual considerável B 11,7% Para resolver este item, os estudan- dos estudantes (20,5%) assinalaram tes devem observar as coordenadas as alternativas A, B e D demonstrando C 79,1% indicadas no comando, relacionando não identificar e localizar pontos no a primeira coordenada ao eixo das abscissas e a segunda coordenada plano cartesiano e suas coordenadas. D 4,0% com o eixo das ordenadas, além É importante que os estudantes com- disso, devem considerar o sentido preendam o sistema de coordenadas, de positivo e negativo em cada eixo. pois através dele é possível situar e Observa-se que 79,1% dos estudantes orientar pontos e objetos no espaço, a desenvolveram a habilidade avaliada partir de um referencial fixo de forma por este item, uma vez que escolhe- a mobilizar os conhecimentos univer- ram a alternativa C como resposta. sais e básicos para a organização de informações em gráficos e tabelas, Os estudantes que assinalaram a além de desenvolver os conceitos de alternativa B (11,7%) podem ter re- Matemática, Geografia e Estatística.
  • 42. 41 (M090837A9) O quadro abaixo mostra os valores das menores temperaturas ocorridas em algumas capitais do Brasil no mês de julho. CIDADES TEMPERATURA (ºC) Brasília 1 Belo Horizonte 3 Curitiba –6 Rio de Janeiro 6 Porto Alegre –4 Qual dos gráficos seguintes melhor representa os dados desse quadro? A) B) C) D) O item avalia habilidade de os es- tudantes associarem informações trando não associar informações apresentadas em quadro simples A 6,6% apresentadas em quadro simples ao gráfico que o representa. ao gráfico que o representa. B 3,9% A análise de um quadro demanda C 5,7% Para resolver este item, os estu- conceitos matemáticos relaciona- dantes precisam identificar a ci- dos à ordem, à medida e à grandeza, dade e a temperatura associada à ao mesmo tempo em que aciona as ela para, em seguida, relacionar o gráfico de colunas que apresenta funções cognitivas de identificação, de objetivação e de comunicação. D 83,4% essa associação. Observa-se que A passagem dos dados do quadro 83,4% dos estudantes escolheram para o gráfico de colunas aciona a a alternativa D, demonstram que função de tratamento. Espera-se já desenvolveram a habilidade ava- que os estudantes do 9º ano do liada por este item. Ensino Fundamental sejam capazes de mobilizar essas habilidades para 16,2% dos estudantes assinalaram a compreensão e leitura de gráficos as alternativas A, B e C, demons- e quadros.