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Título: Os Ovos Misteriosos

Autora: Luísa Ducla Soares e Manuela Bacelar

Ilustradora: Manuela Bacelar

Editora: Afrontamento


                                      Publicado em: http://www.escolovar.org
Os ovos misteriosos
     Era uma vez uma galinha que todos os dias punha um ovo. E todos os
dias vinha a dona, com uma cestinha, tirar-lho.
     - Já pus 1000 ovos. Podia ser mãe de mil filhos. Mas não tenho nenhum
por causa da gente gulosa. – cacarejou certa manhã a galinha. – Vou fugir.
     Se bem o pensou, melhor o fez. Quando a dona entrou na capoeira, como
de costume, esgueirou-se pela porta aberta. Só parou na mata.
     Logo aí tratou de fazer o seu ninho com folhas secas, palhas, penugem,
farrapos de lã. Nunca se vira ninho mais lindo, redondo, confortável. Sentou-se
nele e pôs um ovo muito branquinho.
     - Vou encher a barriga antes de começar a chocar, que aqui ninguém me
traz de comer. – resolveu a galinha, afastando-se em busca de almoço.
     Demorou-se, porque ali tudo lhe era estranho.
     Quando voltou, qual não foi o seu espanto ao ver o ninho cheio de ovos
de todos os tamanhos e feitios.
     - Cocorocó…   Que   vem   a   ser   isto? – disse ela. – Na minha capoeira
tiravam-me os ovos, aqui oferecem-mos. Mas que sorte.
     E logo se aninhou.
     Daí por diante, a galinha mal saía do choco. Estava preguiçosa, sentia o
corpo quente como uma botija.
     O tempo foi passando. Quanto, não sabia, porque não aprendera a contar
nem se guiava pelo calendário.
     Até  que…crac!  O  primeiro  ovo  estalou  e  de  lá  saiu  um  bicharoco  de  bico  
retorcido.
                                    - Ai, mas que filho,
                                    eu até desmaio!
                                    Em vez de ser pinto
                                    é um papagaio.
     - exclamou a galinha.
     No dia seguinte, outro ovo se abriu e de lá saiu, rastejando, uma criatura
comprida e sarapintada.
Ai, mas que filho,
                                como ele é diferente!
                                Em vez de ser pinto
                                é uma serpente.
     - exclamou a galinha.
     Nessa mesma tarde, o maior de todos os ovos partiu-se ao meio. A
galinha espreitou, desconfiada. Ao ver o que tinha à sua frente, pôs-se a
cacarejar:
                                 Ai, mas que filho,
                                 este é de truz!
                                 Em vez de ser pinto
                                 é uma avestruz.
     Faltavam ainda dois ovos. Que esconderiam lá dentro! A galinha curiosa,
picou um deles. Mas ai caindo para o lado.
                                 Ai, mas que filho!
                                 Deve vir do Nilo!
                                 Em vez de ser pinto
                                 é um crocodilo.
     Ainda se não tinha calado quando sentiu um reboliço no último.
     Ao ver uma penugem amarela, bateu as asas de contentamento e
escancarou o bico:
                                 Ai, mas que filho!
                                 Diz o meu instinto
                                 que este finalmente
                                 é mesmo um pinto.
     - Olhem a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão
variada, é tão engraçada.
     - Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos. – aconselhava a
perdiz.
     Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto
amor? Que outra mãe havia de tratar deles?
     Era feliz, mas vivia num desassossego.
     O papagaio voava para as árvores e ela não sabia voar.
O crocodilo só estava bem dentro de água e ela não sabia nadar.
     A serpente metia-se por todos os buracos e ela era gorda demais para a
poder ir buscar.
     A avestruz, essa, devorava tudo, não havia comida que lhe chegasse.
     Só o pinto, naturalmente, se portava como um pinto.
     Mas ela de todos gostava. De todos cuidava.
     Colocava a serpente quando ela tinha cócegas, porque à pobrezinha
faltavam as patas.
     Enrouquecia de tanto tagarelar com o papagaio, que queria sempre
conversa.
     Cansava-se a carregar petiscos para a comilona da avestruz.
     Esgravatava o chão em busca de sementes para o pinto.
     E nos intervalos levava as dentuças ao crocodilo.
     Tudo parecia correr bem até que apareceu no bosque um rapaz.
     - Ah, que belo frango! – disse ele, ao ver o filho verdadeiro da galinha. . -
Vou assá-lo para o jantar.
     - Cocorococó – refilou a galinha, o que quer dizer na sua língua «Não lhe
toques, senão pico-te».
     O rapaz riu. Pois, quem tem medo de uma galinha? E apanhou o frango.
     Foi então que a serpente, ao ver o que se passava, se pôs a assobiar à
sua frente, mostrando os dentes de veneno.
     - Ai, uma serpente! – gritou ele e atirou-se ao lago para lhe escapar.
     Foi a vez de o crocodilo avançar de boca aberta.
     - Ai, que este me come! – gritou novamente o rapaz, subindo para a
outra margem, sempre com o frango debaixo do braço.
     Aí estava o papagaio, empoleirado numa árvore:
                                És ladrão, és ladrão,
                                vou prender-te na prisão!
                                És ladrão, és ladrão,
                                vou prender-te na prisão!
     - Um  polícia… - assustou-se o moço. – Deixa-me fugir.
     Mas logo atrás de si começou a ouvir uns passos, primeiro distantes,
depois cada vez mais próximos. A grande velocidade. Era a avestruz.
Apavorado, pensando que um polícia o perseguia, o rapaz largou a ave e só
parou, esbaforido, na aldeia.
Às costas da irmã avestruz, o frango voltou para casa. Para festejar, a
galinha juntou todos os filhos e fez-lhes um bolo com vários andares.
                           Um tinha milho para o frango.
                           Outro, peixe para o crocodilo.
                           Outro, fruta para o papagaio.
                           Outro, ratos para a serpente.
     E por cima, a enfeitar, sete berlindes, um martelo e vinte pregos, porque a
avestruz só gostava de pitéus extravagantes.
     Depois do jantar, os filhos fizeram uma roda à volta da galinha e puseram-
se a cantar:
                                Somos todos irmãos,
                                somos todos diferentes:
                                há uns que têm bico,
                                outros que têm dentes,
                                há uns que têm escamas,
                                outros que têm asas,
                                na terra e na água
                                fazemos nossas casas.
                                Eu só tenho pescoço.
                                Eu voo pelo ar.
                                Eu nado a quatro patas.
                                Eu cá gosto de andar.
                                Somos todos diferentes
                                mas todos queremos bem
                                à boa galinha
                               que é nossa mãe.


                                                                 Luísa Ducla Soares
QUESTÕES INFERENCIAIS
                            Os ovos misteriosos

     - O que vos sugere o título desta história que vão ouvir?
     - Que tema ou temas irá/irão ser abordado/s nesta história?


     Era uma vez uma galinha que todos os dias punha um ovo. E todos os
dias vinha a dona, com uma cestinha, tirar-lho.
     - Já pus 1000 ovos. Podia ser mãe de mil filhos. Mas não tenho nenhum
por causa da gente gulosa. – cacarejou certa manhã a galinha. – Vou fugir.
     Se bem o pensou, melhor o fez. Quando a dona entrou na capoeira, como
de costume, esgueirou-se pela porta aberta. Só parou na mata.


     - Porque será que a galinha fugiu?
     - Ao parar na mata. O que é que será que ela fez a seguir?


     Logo aí tratou de fazer o seu ninho com folhas secas, palhas, penugem,
farrapos de lã. Nunca se vira ninho mais lindo, redondo, confortável. Sentou-se
nele e pôs um ovo muito branquinho.
     - Vou encher a barriga antes de começar a chocar, que aqui ninguém me
traz de comer. – resolveu a galinha, afastando-se em busca de almoço.
     Demorou-se, porque ali tudo lhe era estranho.


     - A galinha disse que tudo era estranho. Porquê?
     - O que será que aconteceu ou que viu para que dissesse que era
tudo estranho?
Quando voltou, qual não foi o seu espanto ao ver o ninho cheio de ovos
de todos os tamanhos e feitios.
     - Cocorocó…   Que   vem   a   ser   isto?   – disse ela. – Na minha capoeira
tiravam-me os ovos, aqui oferecem-mos. Mas que sorte.
     E logo se aninhou.
     Daí por diante, a galinha mal saía do choco. Estava preguiçosa, sentia o
corpo quente como uma botija.
     O tempo foi passando. Quanto, não sabia, porque não aprendera a contar
nem se guiava pelo calendário.
     Até  que…crac!  


     - O   que   será   que   significa   a   onomatopeia   “crac!”   .   O   que   será   que  
aconteceu…?


O primeiro ovo estalou e de lá saiu um bicharoco de bico retorcido.
                                      - Ai, mas que filho,
                                       eu até desmaio!
                                       Em vez de ser pinto
                                       é um papagaio.
     - exclamou a galinha.


     - O que será que aconteceu com o segundo ovo?
     - O que será que saiu de lá de dentro?


     No dia seguinte, outro ovo se abriu e de lá saiu, rastejando, uma criatura
comprida e sarapintada.


                                       Ai, mas que filho,
                                       como ele é diferente!
                                       Em vez de ser pinto
                                       é uma serpente.
     - exclamou a galinha.
- Um dos ovos era maior do que os outros. O que lhe irá acontecer?
     - Será que também vai sair de lá um animal diferente ou igual aos
outros?
     - Que animal irá sair do ovo?


     Nessa mesma tarde, o maior de todos os ovos partiu-se ao meio. A
galinha espreitou, desconfiada. Ao ver o que tinha à sua frente, pôs-se a
cacarejar:
                                  Ai, mas que filho,
                                  este é de truz!
                                  Em vez de ser pinto
                                  é uma avestruz.


     - Será que já se partiram todos os ovos?
     - Quantos faltarão partir?
     - Que animais ainda poderão sair dos ovos que faltam?


     Faltavam ainda dois ovos. Que esconderiam lá dentro! A galinha curiosa,
picou um deles. Mas ai caindo para o lado.
                                  Ai, mas que filho!
                                  Deve vir do Nilo!
                                  Em vez de ser pinto
                                  é um crocodilo.
     Ainda se não tinha calado quando sentiu um reboliço no último.


     - Que reboliço teria a galinha sentido no último ovo?
     - Será que finalmente era um pintainho ou não?
     - Mas os pintainhos são pequeninos. Será que fazem assim tanto
reboliço?




     Ao ver uma penugem amarela, bateu as asas de contentamento e
escancarou o bico:
Ai, mas que filho!
                                Diz o meu instinto
                                que este finalmente
                                é mesmo um pinto.


     - Como será que a galinha manifestou o seu contentamento?


     - Olhem a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão
variada, é tão engraçada.
     - Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos. – aconselhava a
perdiz.


     - Este conselho da perdiz era o melhor conselho que podia dar a uma
mãe?
     - O que será que a galinha fez, perante este conselho da perdiz?




     Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto
amor? Que outra mãe havia de tratar deles?
     Era feliz, mas vivia num desassossego.




     - Ela era feliz, mas vivia num desassossego. Porquê?
     - Que será que eles faziam para que ela não estivesse descansada?
O papagaio voava para as árvores e ela não sabia voar.
     O crocodilo só estava bem dentro de água e ela não sabia nadar.
     A serpente metia-se por todos os buracos e ela era gorda demais para a
poder ir buscar.
     A avestruz, essa, devorava tudo, não havia comida que lhe chegasse.
     Só o pinto, naturalmente, se portava como um pinto.
     Mas ela de todos gostava. De todos cuidava.


     - Será que ela cuidava de todos os seus filhos de igual modo?
     - Como será que a galinha cuidava dos seus filhos?




     Colocava a serpente quando ela tinha cócegas, porque à pobrezinha
faltavam as patas.
     Enrouquecia de tanto tagarelar com o papagaio, que queria sempre
conversa.
     Cansava-se a carregar petiscos para a comilona da avestruz.
     Esgravatava o chão em busca de sementes para o pinto.
     E nos intervalos levava as dentuças ao crocodilo.
     Tudo parecia correr bem até que apareceu no bosque um rapaz.


     - Que rapaz seria esse?
     - O que será que aconteceu a seguir?




     - Ah, que belo frango! – disse ele, ao ver o filho verdadeiro da galinha. -
Vou assá-lo para o jantar.
     - Cocorococó – refilou a galinha, o que quer dizer na sua língua «Não lhe
toques, senão pico-te».
     O rapaz riu. Pois, quem tem medo de uma galinha? E apanhou o frango.


     - Será que o rapaz conseguiu levar o frango?
- Se não conseguiu. O que aconteceu para que não o levasse?
     Foi então que a serpente, ao ver o que se passava, se pôs a assobiar à
sua frente, mostrando os dentes de veneno.
     - Ai, uma serpente! – gritou ele e atirou-se ao lago para lhe escapar.
     Foi a vez de o crocodilo avançar de boca aberta.
     - Ai, que este me come! – gritou novamente o rapaz, subindo para a
outra margem, sempre com o frango debaixo do braço.
     Aí estava o papagaio, empoleirado numa árvore:
                                És ladrão, és ladrão,
                                vou prender-te na prisão!
                                És ladrão, és ladrão,
                                vou prender-te na prisão!


     - Quando o polícia apareceu. Será que prendeu o rapaz?
     - Então será que ele levou o frango para casa?


     - Um  polícia… - assustou-se o moço. – Deixa-me fugir.


     - O rapaz conseguiu escapar ao polícia?
     - Então o que será que aconteceu?




     Mas logo atrás de si começou a ouvir uns passos, primeiro distantes,
depois cada vez mais próximos. A grande velocidade. Era a avestruz.
Apavorado, pensando que um polícia o perseguia, o rapaz largou a ave e só
parou, esbaforido, na aldeia.


     - O que aconteceu depois do susto que o rapaz apanhou quando a
avestruz apareceu?




     Às costas da irmã avestruz, o frango voltou para casa. Para festejar, a
galinha juntou todos os filhos e fez-lhes um bolo com vários andares.
- Como seria o bolo que a mãe galinha fez aos seus filhos?


                           Um tinha milho para o frango.
                           Outro, peixe para o crocodilo.
                           Outro, fruta para o papagaio.
                           Outro, ratos para a serpente.
     E por cima, a enfeitar, sete berlindes, um martelo e vinte pregos, porque a
avestruz só gostava de pitéus extravagantes.
     Depois do jantar, os filhos fizeram uma roda à volta da galinha e puseram-
se a cantar:


     - Após o jantar fizeram uma roda e cantaram. Que tipo de canção seria?
     - E a letra como seria?


                               Somos todos irmãos,
                                somos todos diferentes:
                                há uns que têm bico,
                                outros que têm dentes,
                                há uns que têm escamas,
                                outros que têm asas,
                                na terra e na água
                                fazemos nossas casas.
                                Eu só tenho pescoço.
                                Eu voo pelo ar.
                                Eu nado a quatro patas.
                                Eu cá gosto de andar.
                                Somos todos diferentes
                                mas todos queremos bem
                                à boa galinha
                               que é nossa mãe.
                                                                 Luísa Ducla Soares
1- Preenche os espaços com as palavras dadas, de acordo
          com a descrição da galinha.




      Era uma vez uma _______________ que todos os dias punha um ____
que a sua dona com uma _____________ lhos tirava.
      A galinha era uma ______ meiga e _________________ com os seus
filhos.
      Costumava fazer o _________ com ________ secas, _______, _______
e   ______________    de   lã.   Era   um   ninho   ________,   _________    e
____________ onde naquele dia pôs um ovo muito __________________.




    2- Preenche o quadro:


Qual é a cor dos ovos?            De quem?            Descreve os animais.



                                  Papagaio
3- O que é que aconteceu quando apareceu um rapaz no
      bosque?
   Assinala com um X a resposta correcta.
                                                            V   F
O rapaz tentou apanhar o crocodilo para assar.
O rapaz apanhou o papagaio para cozer.
O polícia tentou apanhar o pinto para assar.
O rapaz apanhou o pinto para assar.
O rapaz tentou apanhar o pinto para assar.


   4- O que te mostra a imagem? Descreve-a.




   5- Depois do que a galinha viu. O que é que ela disse.
6-“…Olhem  a  minha  ninhada!  – mostrava ela às galinhas do mato. –
É tão variada, é tão engraçada.
   - Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos –
aconselhava a perdiz.
Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com
tanto  amor?  Que  outra  mãe  havia  de  tratar  deles?”


6.1- Ilustra este excerto do texto.
1- “…Mas  ela  de  todos  gostava.  De  todos  cuidava.”

1.1- O que fazia ela à serpente?




1.2- O que fazia ao papagaio?




 1.3- O que fazia à avestruz?
1.4- O que fazia ao pinto?




  1.5- E nos intervalos, o que fazia ao crocodilo?




2- Expande a frase:

“  O  rapaz  largou  a  ave.”
1- Classifica morfologicamente as palavras sublinhadas:
O piquete do polícia Zeferino apanhou o ladrão do pinto.

    Palavra        Nome próprio   Nome Comum        Nome colectivo
piquete
policia
Zeferino
ladrão

   2- Reconstrói a frase começando por Hoje, Ontem e Amanhã:

   Hoje, A galinha é uma mãe carinhosa. _______________________
   Ontem, ____________________________________________
   Amanhã, __________________________________________
    Hoje, _____________________________________________________
   Ontem, ____________________________________________
   Amanhã, A galinha fará um bolo aos filhos.___________________


   3- Escreve o singular ou o plural das palavras.
              singular                         plural
              galinha
                                              crocodilo
              papagaio
                                                ovos
           confortável
                                               pitéus
               perdiz
               prisão

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  • 1. Título: Os Ovos Misteriosos Autora: Luísa Ducla Soares e Manuela Bacelar Ilustradora: Manuela Bacelar Editora: Afrontamento Publicado em: http://www.escolovar.org
  • 2. Os ovos misteriosos Era uma vez uma galinha que todos os dias punha um ovo. E todos os dias vinha a dona, com uma cestinha, tirar-lho. - Já pus 1000 ovos. Podia ser mãe de mil filhos. Mas não tenho nenhum por causa da gente gulosa. – cacarejou certa manhã a galinha. – Vou fugir. Se bem o pensou, melhor o fez. Quando a dona entrou na capoeira, como de costume, esgueirou-se pela porta aberta. Só parou na mata. Logo aí tratou de fazer o seu ninho com folhas secas, palhas, penugem, farrapos de lã. Nunca se vira ninho mais lindo, redondo, confortável. Sentou-se nele e pôs um ovo muito branquinho. - Vou encher a barriga antes de começar a chocar, que aqui ninguém me traz de comer. – resolveu a galinha, afastando-se em busca de almoço. Demorou-se, porque ali tudo lhe era estranho. Quando voltou, qual não foi o seu espanto ao ver o ninho cheio de ovos de todos os tamanhos e feitios. - Cocorocó…   Que   vem   a   ser   isto? – disse ela. – Na minha capoeira tiravam-me os ovos, aqui oferecem-mos. Mas que sorte. E logo se aninhou. Daí por diante, a galinha mal saía do choco. Estava preguiçosa, sentia o corpo quente como uma botija. O tempo foi passando. Quanto, não sabia, porque não aprendera a contar nem se guiava pelo calendário. Até  que…crac!  O  primeiro  ovo  estalou  e  de  lá  saiu  um  bicharoco  de  bico   retorcido. - Ai, mas que filho, eu até desmaio! Em vez de ser pinto é um papagaio. - exclamou a galinha. No dia seguinte, outro ovo se abriu e de lá saiu, rastejando, uma criatura comprida e sarapintada.
  • 3. Ai, mas que filho, como ele é diferente! Em vez de ser pinto é uma serpente. - exclamou a galinha. Nessa mesma tarde, o maior de todos os ovos partiu-se ao meio. A galinha espreitou, desconfiada. Ao ver o que tinha à sua frente, pôs-se a cacarejar: Ai, mas que filho, este é de truz! Em vez de ser pinto é uma avestruz. Faltavam ainda dois ovos. Que esconderiam lá dentro! A galinha curiosa, picou um deles. Mas ai caindo para o lado. Ai, mas que filho! Deve vir do Nilo! Em vez de ser pinto é um crocodilo. Ainda se não tinha calado quando sentiu um reboliço no último. Ao ver uma penugem amarela, bateu as asas de contentamento e escancarou o bico: Ai, mas que filho! Diz o meu instinto que este finalmente é mesmo um pinto. - Olhem a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão variada, é tão engraçada. - Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos. – aconselhava a perdiz. Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto amor? Que outra mãe havia de tratar deles? Era feliz, mas vivia num desassossego. O papagaio voava para as árvores e ela não sabia voar.
  • 4. O crocodilo só estava bem dentro de água e ela não sabia nadar. A serpente metia-se por todos os buracos e ela era gorda demais para a poder ir buscar. A avestruz, essa, devorava tudo, não havia comida que lhe chegasse. Só o pinto, naturalmente, se portava como um pinto. Mas ela de todos gostava. De todos cuidava. Colocava a serpente quando ela tinha cócegas, porque à pobrezinha faltavam as patas. Enrouquecia de tanto tagarelar com o papagaio, que queria sempre conversa. Cansava-se a carregar petiscos para a comilona da avestruz. Esgravatava o chão em busca de sementes para o pinto. E nos intervalos levava as dentuças ao crocodilo. Tudo parecia correr bem até que apareceu no bosque um rapaz. - Ah, que belo frango! – disse ele, ao ver o filho verdadeiro da galinha. . - Vou assá-lo para o jantar. - Cocorococó – refilou a galinha, o que quer dizer na sua língua «Não lhe toques, senão pico-te». O rapaz riu. Pois, quem tem medo de uma galinha? E apanhou o frango. Foi então que a serpente, ao ver o que se passava, se pôs a assobiar à sua frente, mostrando os dentes de veneno. - Ai, uma serpente! – gritou ele e atirou-se ao lago para lhe escapar. Foi a vez de o crocodilo avançar de boca aberta. - Ai, que este me come! – gritou novamente o rapaz, subindo para a outra margem, sempre com o frango debaixo do braço. Aí estava o papagaio, empoleirado numa árvore: És ladrão, és ladrão, vou prender-te na prisão! És ladrão, és ladrão, vou prender-te na prisão! - Um  polícia… - assustou-se o moço. – Deixa-me fugir. Mas logo atrás de si começou a ouvir uns passos, primeiro distantes, depois cada vez mais próximos. A grande velocidade. Era a avestruz. Apavorado, pensando que um polícia o perseguia, o rapaz largou a ave e só parou, esbaforido, na aldeia.
  • 5. Às costas da irmã avestruz, o frango voltou para casa. Para festejar, a galinha juntou todos os filhos e fez-lhes um bolo com vários andares. Um tinha milho para o frango. Outro, peixe para o crocodilo. Outro, fruta para o papagaio. Outro, ratos para a serpente. E por cima, a enfeitar, sete berlindes, um martelo e vinte pregos, porque a avestruz só gostava de pitéus extravagantes. Depois do jantar, os filhos fizeram uma roda à volta da galinha e puseram- se a cantar: Somos todos irmãos, somos todos diferentes: há uns que têm bico, outros que têm dentes, há uns que têm escamas, outros que têm asas, na terra e na água fazemos nossas casas. Eu só tenho pescoço. Eu voo pelo ar. Eu nado a quatro patas. Eu cá gosto de andar. Somos todos diferentes mas todos queremos bem à boa galinha que é nossa mãe. Luísa Ducla Soares
  • 6. QUESTÕES INFERENCIAIS Os ovos misteriosos - O que vos sugere o título desta história que vão ouvir? - Que tema ou temas irá/irão ser abordado/s nesta história? Era uma vez uma galinha que todos os dias punha um ovo. E todos os dias vinha a dona, com uma cestinha, tirar-lho. - Já pus 1000 ovos. Podia ser mãe de mil filhos. Mas não tenho nenhum por causa da gente gulosa. – cacarejou certa manhã a galinha. – Vou fugir. Se bem o pensou, melhor o fez. Quando a dona entrou na capoeira, como de costume, esgueirou-se pela porta aberta. Só parou na mata. - Porque será que a galinha fugiu? - Ao parar na mata. O que é que será que ela fez a seguir? Logo aí tratou de fazer o seu ninho com folhas secas, palhas, penugem, farrapos de lã. Nunca se vira ninho mais lindo, redondo, confortável. Sentou-se nele e pôs um ovo muito branquinho. - Vou encher a barriga antes de começar a chocar, que aqui ninguém me traz de comer. – resolveu a galinha, afastando-se em busca de almoço. Demorou-se, porque ali tudo lhe era estranho. - A galinha disse que tudo era estranho. Porquê? - O que será que aconteceu ou que viu para que dissesse que era tudo estranho?
  • 7. Quando voltou, qual não foi o seu espanto ao ver o ninho cheio de ovos de todos os tamanhos e feitios. - Cocorocó…   Que   vem   a   ser   isto?   – disse ela. – Na minha capoeira tiravam-me os ovos, aqui oferecem-mos. Mas que sorte. E logo se aninhou. Daí por diante, a galinha mal saía do choco. Estava preguiçosa, sentia o corpo quente como uma botija. O tempo foi passando. Quanto, não sabia, porque não aprendera a contar nem se guiava pelo calendário. Até  que…crac!   - O   que   será   que   significa   a   onomatopeia   “crac!”   .   O   que   será   que   aconteceu…? O primeiro ovo estalou e de lá saiu um bicharoco de bico retorcido. - Ai, mas que filho, eu até desmaio! Em vez de ser pinto é um papagaio. - exclamou a galinha. - O que será que aconteceu com o segundo ovo? - O que será que saiu de lá de dentro? No dia seguinte, outro ovo se abriu e de lá saiu, rastejando, uma criatura comprida e sarapintada. Ai, mas que filho, como ele é diferente! Em vez de ser pinto é uma serpente. - exclamou a galinha.
  • 8. - Um dos ovos era maior do que os outros. O que lhe irá acontecer? - Será que também vai sair de lá um animal diferente ou igual aos outros? - Que animal irá sair do ovo? Nessa mesma tarde, o maior de todos os ovos partiu-se ao meio. A galinha espreitou, desconfiada. Ao ver o que tinha à sua frente, pôs-se a cacarejar: Ai, mas que filho, este é de truz! Em vez de ser pinto é uma avestruz. - Será que já se partiram todos os ovos? - Quantos faltarão partir? - Que animais ainda poderão sair dos ovos que faltam? Faltavam ainda dois ovos. Que esconderiam lá dentro! A galinha curiosa, picou um deles. Mas ai caindo para o lado. Ai, mas que filho! Deve vir do Nilo! Em vez de ser pinto é um crocodilo. Ainda se não tinha calado quando sentiu um reboliço no último. - Que reboliço teria a galinha sentido no último ovo? - Será que finalmente era um pintainho ou não? - Mas os pintainhos são pequeninos. Será que fazem assim tanto reboliço? Ao ver uma penugem amarela, bateu as asas de contentamento e escancarou o bico:
  • 9. Ai, mas que filho! Diz o meu instinto que este finalmente é mesmo um pinto. - Como será que a galinha manifestou o seu contentamento? - Olhem a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão variada, é tão engraçada. - Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos. – aconselhava a perdiz. - Este conselho da perdiz era o melhor conselho que podia dar a uma mãe? - O que será que a galinha fez, perante este conselho da perdiz? Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto amor? Que outra mãe havia de tratar deles? Era feliz, mas vivia num desassossego. - Ela era feliz, mas vivia num desassossego. Porquê? - Que será que eles faziam para que ela não estivesse descansada?
  • 10. O papagaio voava para as árvores e ela não sabia voar. O crocodilo só estava bem dentro de água e ela não sabia nadar. A serpente metia-se por todos os buracos e ela era gorda demais para a poder ir buscar. A avestruz, essa, devorava tudo, não havia comida que lhe chegasse. Só o pinto, naturalmente, se portava como um pinto. Mas ela de todos gostava. De todos cuidava. - Será que ela cuidava de todos os seus filhos de igual modo? - Como será que a galinha cuidava dos seus filhos? Colocava a serpente quando ela tinha cócegas, porque à pobrezinha faltavam as patas. Enrouquecia de tanto tagarelar com o papagaio, que queria sempre conversa. Cansava-se a carregar petiscos para a comilona da avestruz. Esgravatava o chão em busca de sementes para o pinto. E nos intervalos levava as dentuças ao crocodilo. Tudo parecia correr bem até que apareceu no bosque um rapaz. - Que rapaz seria esse? - O que será que aconteceu a seguir? - Ah, que belo frango! – disse ele, ao ver o filho verdadeiro da galinha. - Vou assá-lo para o jantar. - Cocorococó – refilou a galinha, o que quer dizer na sua língua «Não lhe toques, senão pico-te». O rapaz riu. Pois, quem tem medo de uma galinha? E apanhou o frango. - Será que o rapaz conseguiu levar o frango?
  • 11. - Se não conseguiu. O que aconteceu para que não o levasse? Foi então que a serpente, ao ver o que se passava, se pôs a assobiar à sua frente, mostrando os dentes de veneno. - Ai, uma serpente! – gritou ele e atirou-se ao lago para lhe escapar. Foi a vez de o crocodilo avançar de boca aberta. - Ai, que este me come! – gritou novamente o rapaz, subindo para a outra margem, sempre com o frango debaixo do braço. Aí estava o papagaio, empoleirado numa árvore: És ladrão, és ladrão, vou prender-te na prisão! És ladrão, és ladrão, vou prender-te na prisão! - Quando o polícia apareceu. Será que prendeu o rapaz? - Então será que ele levou o frango para casa? - Um  polícia… - assustou-se o moço. – Deixa-me fugir. - O rapaz conseguiu escapar ao polícia? - Então o que será que aconteceu? Mas logo atrás de si começou a ouvir uns passos, primeiro distantes, depois cada vez mais próximos. A grande velocidade. Era a avestruz. Apavorado, pensando que um polícia o perseguia, o rapaz largou a ave e só parou, esbaforido, na aldeia. - O que aconteceu depois do susto que o rapaz apanhou quando a avestruz apareceu? Às costas da irmã avestruz, o frango voltou para casa. Para festejar, a galinha juntou todos os filhos e fez-lhes um bolo com vários andares.
  • 12. - Como seria o bolo que a mãe galinha fez aos seus filhos? Um tinha milho para o frango. Outro, peixe para o crocodilo. Outro, fruta para o papagaio. Outro, ratos para a serpente. E por cima, a enfeitar, sete berlindes, um martelo e vinte pregos, porque a avestruz só gostava de pitéus extravagantes. Depois do jantar, os filhos fizeram uma roda à volta da galinha e puseram- se a cantar: - Após o jantar fizeram uma roda e cantaram. Que tipo de canção seria? - E a letra como seria? Somos todos irmãos, somos todos diferentes: há uns que têm bico, outros que têm dentes, há uns que têm escamas, outros que têm asas, na terra e na água fazemos nossas casas. Eu só tenho pescoço. Eu voo pelo ar. Eu nado a quatro patas. Eu cá gosto de andar. Somos todos diferentes mas todos queremos bem à boa galinha que é nossa mãe. Luísa Ducla Soares
  • 13. 1- Preenche os espaços com as palavras dadas, de acordo com a descrição da galinha. Era uma vez uma _______________ que todos os dias punha um ____ que a sua dona com uma _____________ lhos tirava. A galinha era uma ______ meiga e _________________ com os seus filhos. Costumava fazer o _________ com ________ secas, _______, _______ e ______________ de lã. Era um ninho ________, _________ e ____________ onde naquele dia pôs um ovo muito __________________. 2- Preenche o quadro: Qual é a cor dos ovos? De quem? Descreve os animais. Papagaio
  • 14. 3- O que é que aconteceu quando apareceu um rapaz no bosque? Assinala com um X a resposta correcta. V F O rapaz tentou apanhar o crocodilo para assar. O rapaz apanhou o papagaio para cozer. O polícia tentou apanhar o pinto para assar. O rapaz apanhou o pinto para assar. O rapaz tentou apanhar o pinto para assar. 4- O que te mostra a imagem? Descreve-a. 5- Depois do que a galinha viu. O que é que ela disse.
  • 15. 6-“…Olhem  a  minha  ninhada!  – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão variada, é tão engraçada. - Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos – aconselhava a perdiz. Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto  amor?  Que  outra  mãe  havia  de  tratar  deles?” 6.1- Ilustra este excerto do texto.
  • 16. 1- “…Mas  ela  de  todos  gostava.  De  todos  cuidava.” 1.1- O que fazia ela à serpente? 1.2- O que fazia ao papagaio? 1.3- O que fazia à avestruz?
  • 17. 1.4- O que fazia ao pinto? 1.5- E nos intervalos, o que fazia ao crocodilo? 2- Expande a frase: “  O  rapaz  largou  a  ave.”
  • 18. 1- Classifica morfologicamente as palavras sublinhadas: O piquete do polícia Zeferino apanhou o ladrão do pinto. Palavra Nome próprio Nome Comum Nome colectivo piquete policia Zeferino ladrão 2- Reconstrói a frase começando por Hoje, Ontem e Amanhã: Hoje, A galinha é uma mãe carinhosa. _______________________ Ontem, ____________________________________________ Amanhã, __________________________________________ Hoje, _____________________________________________________ Ontem, ____________________________________________ Amanhã, A galinha fará um bolo aos filhos.___________________ 3- Escreve o singular ou o plural das palavras. singular plural galinha crocodilo papagaio ovos confortável pitéus perdiz prisão Publicado em: http://www.escolovar.org