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Eric Ponty

Poemas intersemióticos
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         (2010)
As dores femininas desta alma,
dos sonhos de nublados véus poentes,
das mortes, cruzes, doenças, ilusões,
em visões interiores destas tardes.

A manhã que talvez ainda renasça,
sob as bênçãos olhares dos futuros,
são dos cavalos vindos destes montes,
desta inamovível profetiza.

O amarelo fundiu-se a estes rubros
esboços psicodélicos do rio,
numa canção pronunciada no prado.

No silêncio da pálpebra transluz,
submersa neste tempo que sonhasse
neste dobre soturno destas Minas.
Edifiquei as mãos nuas nestas flores,
do casario das dores, verde arado,
que deste muro alto do céu imóvel,
alertas sobre o prado tão friorento.

Estrela de o arado pascer,
deste remoto sonho dos adeuses,
desnudasse dos frágeis gerânios,
do perdido azul deste futuro.

Queimei-a nestas mãos sós destas luzes,
que se desnudava com as mãos,
destas vãs cicatrizes deste fruto.

Não é deste ocre, de outro dolorido,
que se esvai no vermelho imaturo,
é do silêncio seu nunca ter visto.
Este prado expandisse em girassóis,
incrustados das flores deste mel,
donde porá das falas do silêncio,
dos verdes destes campos deste sol.

Destas nuvens distantes tão distantes,
dos relâmpagos alude-se céu,
cortando neste âmago da serra,
como canções divinas desta terra.

As carroças passando horizonte,
das estradas azuis como dos rios,
fincadas cicatrizes posta terra.

É desta fonte mais triste do prado,
como escama sol deste penoso,
como manta de uma senhora.
Outro olhar não tem de olvidar,
do que senão inerte ainda assiste,
porque desamparada há olhar,
manhã frágil do céu, tênue do prado.

As chuvas donde alçasse esquecer,
enlutados estão arados sorte,
da solidão da morte que do mito,
na imersão ficou olhando crepúsculo.

Mais que intensa chama deslembrada,
clamasse deste alto dessas trevas,
tudo sorri dos chãos. E destas mãos.

Se reanimar da sombra imaginada,
onde ave não há. Mas que eleva,
outras visões virão, mas perpetuam.
Mito será ou então no descampado,
de um leve acerto imensidão,
que o próprio arado do espanto,
sem nem voltar olhar de onde percebe.

Inamovível cobre deste olho,
de cabelos pendentes desta tarde,
adobes muros negros dos desvelos,
destes presságios lívidos do breu.

Mito? É certo cântico ardente
oscilando de súbito desbota,
deste obstinado rito desta cólera.

Deste espesso oceano deste pranto,
desta demente nuvem contra o tempo,
que das águas divinas se rebela.
É do Lácteo do prado tão sombrio,
suspira nuvem léu do rio agonia,
respiração das fontes tão entregues,
plácida imagem dura perpetua.

Leio-a à margem de uma tarde morta,
repassada das nuvens dos rebentos,
olhando-a como deusa vaga arado,
se desta tempestade o meio dia.

Ave assoprada pela tempestade,
terrestre dos lamentos tão ornados,
da essência da essência findada.

Se inda vou colher florido campo,
pássaro solitário réu sombrio,
brotos destes gemidos aís ardentes.
Se minha ilha não terá ventura,
está nela sozinha desta casta,
defendida invisível tão sensível,
para sempre te exalte ainda pura.

Olharei sem colher, à formosura,
onde arde manhã paixão fendida,
se são dos próprios corpos da usura,
fazendo gemer glória da amargura.

Distante anunciarás dos vastos bosques,
no prado mais discreto das visões,
ausentes ficarão quiçá da sorte.

Que nem olharei mais brisas raras,
fonte da mais formosa dos cabelos,
pascer mais feliz após da sorte.
A boca exprime nessa face,
da manhã enunciada da têmpora,
fonte do céu, olvidamente breve,
pelo ensejo apenas esboçado.

Nela respira imaculado olho,
da carne desta nuvem tão brada,
são destes rios aguados movidos,
pelas brisas do alento envolvido.

É dessa face aos poucos deste branco,
que ofertasse da árvore madura,
olho dormir frutas assassinadas.

As folhas verdes enunciados tempos,
sedimentar no solo da cabeça,
após sair pronunciando vozes ilha.
Pronunciar o azul nem sempre é leve,
se melhor percebê-lo entre ramagens,
destas fartas lembranças do escuro,
azul dos céus das nuvens desoladas.

Melhor será mirar das madrugadas,
lívida água azul sempre tão matura,
claridades azuis evanescentes,
latejando nos sacros dos olhares.

Não é este movimento destas dores,
teceu pétala ingênua após sonhada,
sob os seus olhares mais austeros.

É deste breu que oferecemos face,
com seu olhar alçado do escuro,
destas folhas esboçadas no muro.

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  • 1. Eric Ponty Poemas intersemióticos Pinturas de Fernando Campos E-book (2010)
  • 2. As dores femininas desta alma, dos sonhos de nublados véus poentes, das mortes, cruzes, doenças, ilusões, em visões interiores destas tardes. A manhã que talvez ainda renasça, sob as bênçãos olhares dos futuros, são dos cavalos vindos destes montes, desta inamovível profetiza. O amarelo fundiu-se a estes rubros esboços psicodélicos do rio, numa canção pronunciada no prado. No silêncio da pálpebra transluz, submersa neste tempo que sonhasse neste dobre soturno destas Minas.
  • 3. Edifiquei as mãos nuas nestas flores, do casario das dores, verde arado, que deste muro alto do céu imóvel, alertas sobre o prado tão friorento. Estrela de o arado pascer, deste remoto sonho dos adeuses, desnudasse dos frágeis gerânios, do perdido azul deste futuro. Queimei-a nestas mãos sós destas luzes, que se desnudava com as mãos, destas vãs cicatrizes deste fruto. Não é deste ocre, de outro dolorido, que se esvai no vermelho imaturo, é do silêncio seu nunca ter visto.
  • 4. Este prado expandisse em girassóis, incrustados das flores deste mel, donde porá das falas do silêncio, dos verdes destes campos deste sol. Destas nuvens distantes tão distantes, dos relâmpagos alude-se céu, cortando neste âmago da serra, como canções divinas desta terra. As carroças passando horizonte, das estradas azuis como dos rios, fincadas cicatrizes posta terra. É desta fonte mais triste do prado, como escama sol deste penoso, como manta de uma senhora.
  • 5. Outro olhar não tem de olvidar, do que senão inerte ainda assiste, porque desamparada há olhar, manhã frágil do céu, tênue do prado. As chuvas donde alçasse esquecer, enlutados estão arados sorte, da solidão da morte que do mito, na imersão ficou olhando crepúsculo. Mais que intensa chama deslembrada, clamasse deste alto dessas trevas, tudo sorri dos chãos. E destas mãos. Se reanimar da sombra imaginada, onde ave não há. Mas que eleva, outras visões virão, mas perpetuam.
  • 6. Mito será ou então no descampado, de um leve acerto imensidão, que o próprio arado do espanto, sem nem voltar olhar de onde percebe. Inamovível cobre deste olho, de cabelos pendentes desta tarde, adobes muros negros dos desvelos, destes presságios lívidos do breu. Mito? É certo cântico ardente oscilando de súbito desbota, deste obstinado rito desta cólera. Deste espesso oceano deste pranto, desta demente nuvem contra o tempo, que das águas divinas se rebela.
  • 7. É do Lácteo do prado tão sombrio, suspira nuvem léu do rio agonia, respiração das fontes tão entregues, plácida imagem dura perpetua. Leio-a à margem de uma tarde morta, repassada das nuvens dos rebentos, olhando-a como deusa vaga arado, se desta tempestade o meio dia. Ave assoprada pela tempestade, terrestre dos lamentos tão ornados, da essência da essência findada. Se inda vou colher florido campo, pássaro solitário réu sombrio, brotos destes gemidos aís ardentes.
  • 8. Se minha ilha não terá ventura, está nela sozinha desta casta, defendida invisível tão sensível, para sempre te exalte ainda pura. Olharei sem colher, à formosura, onde arde manhã paixão fendida, se são dos próprios corpos da usura, fazendo gemer glória da amargura. Distante anunciarás dos vastos bosques, no prado mais discreto das visões, ausentes ficarão quiçá da sorte. Que nem olharei mais brisas raras, fonte da mais formosa dos cabelos, pascer mais feliz após da sorte.
  • 9. A boca exprime nessa face, da manhã enunciada da têmpora, fonte do céu, olvidamente breve, pelo ensejo apenas esboçado. Nela respira imaculado olho, da carne desta nuvem tão brada, são destes rios aguados movidos, pelas brisas do alento envolvido. É dessa face aos poucos deste branco, que ofertasse da árvore madura, olho dormir frutas assassinadas. As folhas verdes enunciados tempos, sedimentar no solo da cabeça, após sair pronunciando vozes ilha.
  • 10. Pronunciar o azul nem sempre é leve, se melhor percebê-lo entre ramagens, destas fartas lembranças do escuro, azul dos céus das nuvens desoladas. Melhor será mirar das madrugadas, lívida água azul sempre tão matura, claridades azuis evanescentes, latejando nos sacros dos olhares. Não é este movimento destas dores, teceu pétala ingênua após sonhada, sob os seus olhares mais austeros. É deste breu que oferecemos face, com seu olhar alçado do escuro, destas folhas esboçadas no muro.