O documento fornece dados estatísticos sobre a oferta, demanda e fontes de energia no mundo e no Brasil entre 1973 e 2006. Apresenta informações sobre a participação de diferentes regiões e países nas emissões de CO2, produção e reservas de petróleo, gás natural, carvão e energia hidrelétrica. Também mostra a evolução da matriz energética brasileira nesse período, com destaque para as fontes renováveis.
6. ENERGIA E POPULAÇÃO NO MUNDO 2004 % 49,1 34,4 18,3 4,3 12,8 14,5 13,7 20,5 4,3 5,8 7,0 5,2 9,2 13,7 2,9 8,7 13,4 4,5 0,6 0,9 0,9 11,5 10,1 32,2 0 20 40 60 80 100 DEMANDA PRODUÇÃO POPULAÇÃO OECD RUSSIA ANTIGA AMÉRICAS SUL&CENTRAL CHINA ORIENTE MÉDIO EUROPA Ñ OECD 11.213 Mtep 11.223 Mtep 6.352 Mhab ÁSIA EXC. CHINA ÁFRICA
7. 30 -67 -35 39 5 13 -26 -43 -80% -60% -40% -20% 0% 20% 40% 60% OECD ORIENTE MÉDIO RUSSIA ANTIGA EUROPA NÃO OECD CHINA ASIA AMÉRICAS SUL&CENTRAL ÁFRICA Déficits Superávits % em relação à Produção Primária de Energia % em relação à Oferta Interna de Energia DÉFICITS E SUPERÁVITS DE ENERGIA NO MUNDO 2004
8. 2.313 265 4.769 2.499 907 814 922 1.183 12.911 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 ORIENTE MÉDIO ÁFRICA Emissões mundiais de CO 2 = 26.583 Mt OECD EUROPA NÃO OECD RUSSIA ANTIGA ASIA EMISSÕES DE CO 2 2004 – MUNDO milhões t CHINA AMÉRICAS SUL&CENTRAL BUNKER
9. 4,7 2,6 3,4 1,9 1,2 0,6 1,1 0,7 1,8 11,1 6,5 8,1 4,9 3,7 1,2 2,0 0,9 4,2 2,3 2,5 2,4 2,5 2,9 1,9 1,9 1,4 2,4 0 2 4 6 8 10 12 OECD ORIENTE MÉDIO RUSSIA ANTIGA EUROPA NÃO OECD CHINA ASIA AMÉRICAS SUL&CENTRAL ÁFRICA MUNDO t CO 2 /hab tep OIE / hab Regiões t CO 2 /tep OIE INDICADORES DE EMISSÕES E DE ENERGIA NO MUNDO 2004
10. 7,9 1,3 4,2 4,2 4,5 0,8 1,2 5,9 1,8 19,7 3,7 9,5 1,0 10,3 10,6 1,6 1,8 13,6 4,2 2,5 2,9 2,3 1,9 2,4 2,4 1,9 2,3 2,4 0,5 1,5 0 5 10 15 20 25 USA CHINA JAPÃO ÍNDIA ALEMANHA RUSSIA INDONÉSIA BRASIL ARÁBIA SAUDITA MUNDO t CO 2 /hab tep OIE / hab t CO 2 /tep OIE Países Selecionados INDICADORES DE EMISSÕES E DE ENERGIA NO MUNDO 2004
11. 15 21 21 25 22 18 13 17 14 14 5 6 5 6 10 4 5 3 5 5 3 4 5 4 3 48 47 52 49 52 0 20 40 60 80 100 PRODUÇÃO DEMANDA(OIE) POPULAÇÃO ELETRICIDADE EMIS. CO 2 11.213 Mtep OUTROS OUTROS OUTROS OUTROS OUTROS USA USA USA USA CHINA CHINA CHINA CHINA CHINA USA ÍNDIA ÍNDIA ÍNDIA ÍNDIA RUSSIA RUSSIA RUSSIA AR.SAUDITA JAPÃO JAPÃO JAPÃO BRASIL ÍNDONÉSIA ALEMANHA ALEMANHA 26.583 Mt 15.985 TWh 6.352 Mhab 11.223 Mtep OS 5 MAIS EM ENERGIA, POPULAÇÃO E EMISSÕES 2004 %
12. 5,0 16,8 30,2 11,7 21,6 24,7 61,9 31,0 7,0 9,5 12,1 3,3 9,9 29,1 8,6 8,6 5,8 3,4 0 20 40 60 80 100 RESERVAS PRODUÇÃO CONSUMO AMÉRICA NORTE ÁSIA PACÍFICO AMÉRICAS SUL & CENTRAL ÁFRICA ORIENTE MÉDIO EUROPA 81.088 kbbl/d 1.201 Gbbl 82.459 Kbbl/d DADOS MUNDIAIS DE PETRÓLEO – 2005 %
13. 4,1 27,2 28,2 35,6 38,4 40,8 40,1 10,6 9,1 8,0 5,9 8,3 13,0 14,8 3,9 4,9 4,5 2,6 0 20 40 60 80 100 RESERVAS PRODUÇÃO CONSUMO AMÉRICA NORTE ÁSIA PACÍFICO AMÉRICAS SUL&CENTRAL ÁFRICA ORIENTE MÉDIO EUROPA 2.763 Mm 3 179,8 Tm 3 2.750 Mm 3 DADOS MUNDIAIS DE GÁS NATURAL – 2005 %
14. 18,1 23,7 22,4 17,2 32,4 28,2 12,1 32,5 25,4 25,2 18,1 14,9 20,7 2,0 0,6 0,6 3,0 3,0 0 20 40 60 80 100 POTENCIAL(2002) CAPAC. INSTALADA GERAÇÃO AMÉRICA NORTE ÁSIA PACÍFICO AMÉRICAS SUL & CENTRAL ÁFRICA O. MÉDIO & OCEANIA EUROPA 832 MW 15.900 TWh 2.935 MWh DADOS MUNDIAIS DE ENERGIA HIDRÁULICA – 2005 %
15. 28,0 21,3 21,0 31,6 15,1 18,3 5,6 4,9 32,7 57,0 56,3 0,3 0,0 0,0 3,4 0,7 1,6 2,2 0 20 40 60 80 100 RESERVAS PRODUÇÃO CONSUMO AMÉRICA NORTE ÁSIA PACÍFICO AMÉRICAS SUL&CENTRAL ÁFRICA ORIENTE MÉDIO EUROPA 2.887 Mt 909,1 Gt 2.930 Mt DADOS MUNDIAIS DE CARVÃO MINERAL – 2005 %
16. 41,7% 41,6% 1,9% 6,9% 6,4% 1,5% ESTRUME E OUTRAS BAGAÇO LENHA LIXÍVIA ETANOL C.VEGET 4% 16% 80% BIOMASSA HIDRO SOLAR E OUTRAS 4,3% 69,2% 9,7% 16,8% CALOR E OUTRAS GEOTÉRMICA EÓLICA SOLAR 1.115 milhões tep 1.391 milhões tep 51 milhões tep Fonte: WEC – Conselho Mundial de Energia OFERTA INTERNA DE ENERGIA RENOVÁVEL NO MUNDO 13,6% DO TOTAL – 2002
30. MATRIZ DE OFERTA DE ENERGIA RENOVÁVEL 2006 (%) PRODUTOS DA CANA 32% HIDRÁULICA E ELETRICIDADE 33% LENHA E CARVÃO VEGETAL 28% OUTRAS RENOVÁVEIS 7% 101,9 milhões tep (45,1% da OIE BR, de 226,1 milhões tep)
31. MATRIZ DE OFERTA DE BIOENERGIA – 2006 (%) LENHA E CARVÃO VEGETAL 42% PRODUTOS DA CANA 48% OUTRAS PRIMÁRIAS 10% 68,3 milhões tep (30,2% da OIE BR, de 226,1 milhões tep)
32. PARTICIPAÇÃO NA OFERTA INTERNA DE ENERGIA (%) 0 10 20 30 40 50 60 70 1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002 2006 RENOVÁVEIS BIOENERGIA LENHA E CARVÃO VEGETAL PRODUTOS DA CANA
33. OFERTA INTERNA DE BIOENERGIA (milhões tep) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002 2006 OUTRAS PRIMÁRIAS PRODUTOS DA CANA LENHA E CARVÃO VEGETAL
34. CONSUMO SETORIAL DE CARVÃO VEGETAL (%) 27 8 69 91 1 3 0% 20% 40% 60% 80% 100% 1970 2006 OUTROS SETORES INDUSTRIAL RESIDENCIAL 1,6 milhões tep 6,1 (3,8 % aa)
35. USOS DE PRODUTOS DA CANA (%) 3 2 31 19 85 86 24 46 3 35 27 2 3 2 5 2 0% 20% 40% 60% 80% 100% 1970 1975 1990 2006 PERDAS OUTROS USOS NÃO- ENERGÉTICO PRODUÇÃO DE ÁLCOOL PRODUÇÃO DE AÇÚCAR TRANSPORTE 3,6 milhões tep 33,0 (6,4 % aa)
36. USOS DO BAGAÇO DE CANA (%) 3 4 58 35 94 93 38 59 3 3 6 3 0% 20% 40% 60% 80% 100% 1970 1975 1990 2006 OUTRAS INDÚSTRIAS GERAÇÃO ELÉTRICA PRODUÇÃO DE AÇÚCAR PRODUÇÃO DE ÁLCOOL 3,2 milhões tep 25,8 (5,9 % aa)
37. Norte P.A: 76 mil m 3 – 0,4% P.B: 2 mil m 3 – 3,5% Nordeste P.A: 1.572 mil m 3 – 8,9% P.B: 35 mil m 3 – 50,5% Sudeste P.A: 12.478 mil m 3 – 70,2% P.B: 22 mil m 3 – 31,3% Centro-Oeste P.A: 2.329 mil m 3 – 13,1% P.B: 10 mil m 3 – 14,7% Sul P.A: 1.308 mil m 3 - 7,4% Legenda P.A: produção de álcool P.B: produção de biodiesel %: do Brasil PRODUÇÃO DE ÁLCOOL E BIODÍESEL POR REGIÃO 2006 Total Brasil P.A: 17.763 milm 3 P.B: 69 mil m 3
Hinweis der Redaktion
A demanda total de energia no Brasil, também denominada de Oferta Interna de Energia (OIE), em 2006, atingiu 226,1 milhões de tep (toneladas equivalentes de petróleo), montante 3,4% superior à demanda verificada em 2005 e equivalente a cerca de 2% da energia mundial. O crescimento da OIE, de 3,4%, ficou abaixo do crescimento da economia, segundo a nova metodologia de cálculo do PIB do IBGE. De fato, os resultados do PIB divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE indicam um crescimento de 3,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2006, de acordo com a nova metodologia (taxa maior que a de 2,9%, anteriormente divulgada, considerando a metodologia anterior). Resultados expressivos de crescimento de alguns setores intensivos em energia, como alumínio, celulose, açúcar e cimento, foram compensados por menores desempenhos de outros setores, como aço e transporte rodoviário de carga (diesel), também intensivos em energia. O aumento na demanda total por energia se deu com incremento no uso das fontes renováveis (hidráulica, biomassa e outras). De fato, houve crescimento de 4,7% na energia proveniente dessas fontes, enquanto que as não-renováveis cresceram 2,4% (petróleo e derivados, gás natural, carvão mineral e urânio). Com isso, a energia renovável passou a representar 45,1% da Matriz Energética Brasileira de 2006. Chama atenção a enorme participação de fontes renováveis na Matriz Energética Brasileira (45,1%) quando comparada com a média dos países da OECD (6,2%) e com a média mundial (12,7%). Notas metodológicas: A energia que movimenta a indústria, o transporte, o comércio e demais setores econômicos do país recebe a denominação de Consumo Final no BEN. Essa energia, para chegar ao local de consumo, é transportada por gasodutos, linhas de transmissão, rodovias, ferrovias, etc., processos esses que demandam perdas de energia. Por outro lado, a energia extraída da natureza não se encontra nas formas mais adequadas para os usos finais, necessitando, na maioria dos casos, passar por processos de transformação (refinarias que transformam o petróleo em óleo diesel, gasolina, e outros derivados, usinas hidrelétricas que aproveitam a energia mecânica da água para produção de energia elétrica, carvoarias que transformam a lenha em carvão vegetal e outros). Esses processos também demandam perdas de energia. No BEN, assim como nos balanços energéticos de outros países, a soma do consumo final de energia, das perdas na distribuição e armazenagem e das perdas nos processos de transformação recebe a denominação de Oferta Interna de Energia – OIE, também, denominada de demanda total de energia. A estrutura da OIE por energético é comumente chamada de Matriz Energética.
No período de 1973 a 2006 a Matriz Energética Brasileira passou por alterações significativas na sua estrutura, com destaque para aumentos de participação da hidráulica e do gás natural e reduções de participação do petróleo e da biomassa.
As altas participações da hidráulica (14,8%) e da biomassa (30,2%) na Matriz Energética Brasileira, contrastam com baixas participações nos países da OECD, de 2% e 4,2% respectivamente. As matrizes do mundo e da OECD apresentam maior presença de carvão mineral, de gás natural e de urânio, em relação ao Brasil.
A OIE – Oferta Interna de Energia a partir de 1964 inicia processo em que períodos de alto crescimento são alternados com períodos de baixo crescimento, numa evolução mais ou menos cíclica de 10 em 10 anos. Contribuíram para os períodos mais críticos da OIE: (a) no início da década de 60, o acirramento da guerra fria entre os USA e a Rússia e o golpe militar de 1964 no BR; (b) o aumento dos preços internacionais do petróleo em 1979; (c) o confisco financeiro do Plano Collor em 1990 e; (d) a crise dos países asiáticos ao final da década de 90. Após os períodos críticos se seguiram períodos de forte crescimento da OIE, motivados por demandas reprimidas. A partir de 2004 o Brasil vive momentos de bom crescimento da OIE, em razão do crescimento da economia mundial que tem elevado os níveis de exportações.
No período de 1970 a 2006, o Brasil reduziu significativamente a dependência externa de energia. Nota-se que após o primeiro choque internacional dos preços de petróleo em 1973, quando o barril passou de 3 para 12 dólares, o Brasil continuou aumentando a dependência de energia, apesar de algumas medidas que foram tomadas em 1975 como a criação do Plano Nacional do Álcool e incentivos ao uso do carvão mineral nacional. Somente após o segundo choque, em 1979, é que medidas concretas foram tomadas no sentido da redução da dependência. Ao final da década de 70, as importações de petróleo chegaram a representar, em dólares, 50% das importações totais do País. As principais medidas tomadas em 1979/80 foram: (a) aumento dos preços dos derivados de petróleo, (b) estabelecimento de cotas para alguns derivados, (c) subsídios para fontes alternativas nacionais e, (d) aumento da produção de petróleo – prioridade de investimentos na produção.
A curva de eletricidade mostra dependência externa a partir de 1985 em razão da usina de Itaipu, em que 50% é de propriedade do Paraguai. Apenas um pouco mais de 10% da geração Paraguaia é destinada ao seu mercado, sendo o restante da geração destinado ao Brasil. A dependência de carvão mineral, também a partir de 1985 passa a aumentar, em razão da desobrigação da siderurgia de usar parcela do carvão mineral nacional (metalúrgico) destinada à produção de coque. A partir da segunda metade da década de 90, a indústria de aço praticamente deixou de utilizar o carvão metalúrgico nacional, devido a propriedades não muito próprias de cinzas e conteúdo de carbono. O petróleo, como já dito em slide anterior, experimentou forte aumento da dependência externa na década de 70. As medidas de incremento da produção interna (produção antecipada), de contenção da demanda de derivados e de subsídios a fontes alternativas resultaram na redução pela metade da dependência, de 85% em 1979, para um pouco mais de 40% em 1985. As sucessivas reduções nos preços internacionais do petróleo a partir de 1985 desmotivaram o uso das fontes alternativas, o que mantém a curva de dependência no patamar de 45%. Ao final da década de 90, com os preços do petróleo novamente aquecidos, o País retoma processo de forte expansão da produção, acompanhada de significativa evolução dos montantes de reservas, para, finalmente, apresentar superávit na “conta petróleo” em 2006. No slide não consta a curva de dependência externa de gás natural, que ao final de 2006 apresentava déficit de 44% em relação à demanda interna de gás. A consolidação de todas as fontes de energia mostra uma dependência total declinante no período de 1970 a 2006, estando na “conta petróleo” a quase totalidade da contribuição.
O Consumo Final de Energia (CFE) é o resultado da OIE subtraída das perdas de energia nos processos de transformação e distribuição. Representa a energia que efetivamente foi consumida nos seguimentos econômicos (comércio, indústria, residências, etc). Nota-se que a curva de CFE apresenta o mesmo comportamento da curva de OIE (slide 20), tendo em conta que não houve grandes variações no comportamento das perdas de transformação e distribuição de energia.
A curva de consumo industrial de energia mostra, também, comportamento semelhante à curva de CFE, performances negativas no início das décadas de 80 e de 90, e performance moderada após os primeiros anos do Plano Real - período de 1997 a 2001.
Em 1986 e nos primeiros anos do Plano Real nota-se maior expansão dos combustíveis ciclo Otto (gasolina, álcool e gás natural) em relação ao diesel, fruto de períodos de melhor poder aquisitivo da população. Nos últimos anos verifica-se, também, pequena queda na participação do diesel, já refletindo a realidade atual de melhor distribuição de renda.
A lenha perde participação no setor agropecuário em razão da redução gradativa de atividades artesanais. Não se trata de substituição de lenha por diesel ou eletricidade, mas sim, de transferência de atividades artesanais rurais para a indústria. A divulgação dos dados de consumo de lenha do último censo agropecuário, de 1995/96, indicou maior consumo de lenha em relação aos dados estimados do Balanço Energético Brasileiro. Já ara o diesel, o censo indicou menor consumo ém relação aos dados do BEN. A retomada da participação da lenha nos últimos anos reflete algum ajuste nos dados do BEN (estudos estão em andamento no MME/EPE visando melhores ajustes nas estatísticas de lenha e diesel).
Tomando 1970 como ano base, os índices de crescimento do consumo setorial de energia mostram que os setores residencial e agropecuário cresceram abaixo da média (consumo final BR) e que os setores comercial&público, industrial&energético e transportes cresceram acima da média. No setor residencial o menor crescimento se justifica em razão da substituição de lenha por GLP, este com eficiência de uso 7 a 10 vezes maior. Assim, com a entrada do GLP o uso de energia fica cada vez mais eficiente, exigindo menores quantidades de energia para cocção e mantendo crescimento em energia útil (energia que efetivamente gera trabalho). Acrescente-se que o uso de energia na cocção é inelástico, havendo um limite de consumo por habitante. A modernidade de alimentos semi-prontos, do uso de micro-ondas e de maior oferta de alimentos prontos tem, inclusive, efeito contrário no aumento do consumo de energia para cocção. No setor agropecuário a redução paulatina do uso da lenha em razão da urbanização e da industrialização do país justifica o menor crescimento, apesar das altas taxas de penetração da eletricidade e do diesel. O agregado “comercia&público” apresenta as maiores taxas de crescimento de consumo de energia em relação à curva de consumo final médio. De fato, a presença cada vez maior de shoppings e centros comerciais inteligentes na economia exigem maior consumo de energia elétrica, além da absorção de serviços anteriormente executados nas indústrias, como limpeza, alimentação, segurança, contabilidade, dentre outros. Dada a forte presença da energia elétrica no agregado, a crise de abastecimento de 2001 teve forte influência no comportamento dos índices. No caso do setor de transportes observa-se que o crescimento do consumo de energia nos períodos de bom desempenho da economia – década de 70, plano Cruzado 86, Plano Real 94/98 e no atual governo – é mais acelerado do que o crescimento do consumo final médio (as curvas se afastam). Estes deslocamentos se devem ao maior uso de energia por veículos particulares (gasolina, álcool e gás natural) e maior uso de energia na aviação comercial, resultado de períodos de melhor distribuição de renda. No agregado setorial “energético&industrial” verifica-se forte retração em 1981 e 1990, anos em que a economia teve retração de 4,3% e 5,1% respectivamente. Logo em seguida a estes anos o consumo retoma crescimento acima do crescimento do consumo final médio de energia. Observa-se que as duas curvas se afastam de forma mais acelerada a partir de 1981 e a partir de 2001, em razão do aumento das exportações de produtos intensivos em energia.