SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 16
Downloaden Sie, um offline zu lesen
e
Murilo Mendes


Murilo Mendes Murilo Monteiro Mendes nasceu em
  1901, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Iniciou os
  estudos em sua terra natal e depois no Colégio
  Salesiano, em Niterói. Depois de formado exerceu
  diversas atividades profissionais, como dentista,
  telegrafista, auxiliar de guarda-livros, notário e
  Inspetor Federal de Ensino.

Quando rapaz, por não conseguir se encaixar na escola
  ou no trabalho, foi morar com seu irmão mais velho
  no Rio de Janeiro. Onde acabou firmando-se como
  escrivão.
Sob a influência de Belmiro Braga, mestre e vizinho iniciou nas letras e
pasou a participar, eventualmente, de publicações modernistas como, “Terra
Roxa e Outras Terras” e “Antropofagia onde, aos 24 anos publicou o poema
Mapa.
Em 1930, publicou “Poemas”, seu primeiro livro, sempre negando ser filiado
de algum movimento específico, nem mesmo do Modernismo, até que em
1934 converteu-se ao Catolicismo e, com Jorge de Lima, dedicou-se à
poesia religiosa, mística, num movimento de "restauração da poesia em
Cristo"
De 1953 a 1955 percorreu diversos países da
Europa, divulgando, em conferências, a cultura
brasileira. Em 1957, se estabeleceu em Roma,
onde lecionou Literatura Brasileira. Faleceu, em
Portuga, em 1975.
02/07/12


obras
Poemas (1930)
História do Brasil (1932)
Tempo e Eternidade. Colaboração de Jorge de
Lima (1935)
O Sinal de Deus (1936)
A Poesia em Pânico (1936)
O Visionário (1941)
As Metamorfoses (1944)
O Discípulo de Emaús (1945; 1946)
Mundo Enigma (1945)
Poesia Liberdade (1947)
02/07/12

Janela do Caos (1949)
Contemplação de Ouro Preto (1954)
Poesias (1925-1955).
Tempo Espanhol (1959)
A Idade do Serrote (memórias) (1968)
Convergência (1970)
Poliedro (1972)
Retratos-relâmpago (1973)



Fonte:
http://pt.shvoong.com/books/biography/1660727-
murilo-mendes-vida-obra/#ixzz1z5gCcOPw
O homem, a luta e a eternidade       02/07/12

                       Murilo Mendes


Adivinho nos planos da consciência
dois arcanjos lutando com esferas e
pensamentos
mundo de planetas em fogo
vertigem
desequilíbrio de forças,
matéria em convulsão ardendo pra
se definir.
Ó alma que não conhece todas as
suas possibilidades,
o mundo ainda é pequeno pra te
encher.
02/07/12

Abala as colunas da realidade,
desperta os ritmos que estão dormindo.
À guerra! Olha os arcanjos se esfacelando!



Um dia a morte devolverá meu corpo,
minha cabeça devolverá meus pensamentos ruins
meus olhos verão a luz da perfeição




    A poesia acima foi publicada na revista "Letras e Artes", publicação do
    dia 07 de novembro de 1948 - Rio de Janeiro, na seção "Páginas da
    Poesia Moderna", e nos foi remetida pelo amigo João Antônio Bührer.
02/07/12

A poesia e o nosso tempo (trechos )
de MURILO MENDES
  Publicado no Suplemento Dominical do Jornal do
    Brasil, de 25 de julho de 1959, este artigo de
    MURILO MENDES, até hoje inédito em livro, é
    surpreendente no que diz respeito à lucidez do
    autor que falava em "planetização de fatos e
    idéias"a partir da ciência e da tecnologia.
   Nossa época, nascida sob o signo do relativismo,
    se distingue em boa parte pela flutuação e
    instabilidade das idéias. Hoje é difícil, se não
    impossível, fixar um critério seguro, no que se
    refere à validez de escolas e estilos literários. O
    que agora parece moderníssimo torna-se
    "superado", datado, em pouco tempo. Nenhum
    de nós viverá 500 anos para saber o que vai
    ficar da imensa produção literária da nossa
    época.
02/07/12




   Além disso, entramos numa fase da história muito
diferente das que nos precederam. Somos os primitivos da
era atômica, as primeiras testemunhas dum universo em
elaboração, que geme com as dores do parto. Em pé nos
rios de asfalto, assistimos à queda de Babilônia.
Suspendemos as nossas liras de ferro nestes salgueiros de
hoje, que são os monumentos de concreto armado.
   O futuro da literatura acha-se, pois, intimamente ligado à
fisionomia deste mundo novo que se constrói. Podemos
entretanto arriscar uma profecia: provavelmente se voltará a
acentuar o caráter "cósmico" da poesia. De fato,
caminhamos para um tempo e um espaço em que a medida
dominante será a da universalidade; caminhamos para uma
planetização de fatos e ideias, de que a ciência e a técnica
oferecem os sinais mais evidentes.
02/07/12

 Não considero o artesanato literário um fim em si, mas um meio
de comunicação escrita. Em minha poesia procurei criar regras e
leis próprias, um ritmo pessoal, operando desvios de ângulos, mas
sem perder de vista a tradição. Restringir voluntariamente meu
vocabulário, procurando atingir o núcleo da ideia essencial, a
imagem mais direta possível, abolindo as passagens
intermediárias. Certo da extraordinária riqueza da metáfora - que
alguns querem até identificar com a própria linguagem -, tratei de
instalá-la no poema com toda a sua carga de força.
  Preocupei-me com a aproximação de elementos contrários, a
aliança dos extremos, pelo que dispus muitas vezes o poema
como um agente capaz de manifestar dialeticamente essa
conciliação, produzindo choques pelo contato da ideia e do objeto
díspares, do raro e do quotidiano.
02/07/12



  Atraído simultaneamente pelo terrestre e o celeste, pelo animal e o
espiritual, entendi que a linguagem poderia manifestar essa tendência,
sob a forma dum encontro de palavras extraídas tanto da Bíblia como
dos jornais; procurando mostrar que o "social" não se opõe ao
"religioso".
(...)
  Persegui sempre mais a musicalidade que a sonoridade; evitei o
mais possível a ordem inversa, procurei muitas vezes obter o ritmo
sincopado, a quebra violenta do metro, porque isso se acha de acordo
com a nossa atual predisposição auditiva; certos versos meus são os
de alguém que ouviu muito Schönberg, Stravinski, Alban Berg e o jazz.
  Empreguei frequentemente a forma elíptica, visto ser uma tendência
acentuada da poesia moderna; de resto não cria uma ruptura entre o
poeta e o leitor, antes obriga este a uma disciplina mental, ensinando-
lhe a ler nos intervalos, a encobrir analogias e paralelismos. E se o
leitor é estúpido também não vale a pena escrever claro demais.
02/07/12




  Sendo de natureza impulsiva e romântica, cedo percebi que no
plano da criação literária devia me impor um autocontrole e
disciplina. Tendo em conta esta minha primeira natureza, julgo ter
feito um trabalho de verdadeiro polimento de arestas, pois se os
relacionar à minha contínua necessidade de expulsão, meus textos
são até muito construídos e ordenados.
(...)
  Sou contra a idolatria da linguagem; de resto sou contra qualquer
idolatria. Não creio, repito, no artesanato literário como fim: é
precisamente uma técnica de comunicação. Que nos diz hoje, por
exemplo, a habilidade virtuosística dos Banville, dos Heredia etc.?
Que nos diz a arte pela arte? Acho errado que um poeta atual não
colha os frutos do grande movimento de renovação da técnica do
verso operado em nosso século; que renegue a revolução.
02/07/12
Cuidar do artesanato, desenvolver ao máximo a ciência da linguagem, de acordo;
agora meter a poesia num sapato chinês, isto nunca.
  Penso que poesia deve propor não só um conhecimento, mas ainda uma
transfiguração da condição humana, elevando-nos a um plano espiritual mais alto.
Realizar isto sem ênfase, de acordo com os rumos atuais da estilística, eis o
problema.
(...)
  Penso que todos os homens possuem o germe da poesia. Nem todos, porém,
sabem ou podem comunicar a poesia em forma persuasiva. A missão particular do
poeta consiste em desvendar o território da poesia, nomeando as coisas criadas e
imaginadas, instalando-as no espaço da linguagem, conferindo-lhes uma dimensão
nova.
  Além de recorrer ao seu tesouro pessoal, à sua vivência, o poeta se inspira no
inconsciente coletivo, rico em símbolos, imagens e mitos. Da linguagem universal
extrai a sua linguagem específica. A linguagem, ao mesmo tempo que informa o
poeta, revela-lhe sua fisionomia pessoal.
  Resumindo, pode-se dizer que a operação poética é baseada em linguagem,
afetividade e engenho construtivo. O poeta escreverá, portanto, para manifestar
suas constelações próprias.
02/07/12

Desde muitos anos insisto em que a poesia é uma chave do conhecimento, como
a ciência, a arte ou a religião; sendo portanto óbvio que atribuo um significado
muito superior ao de simples confidência ou de jogo literário. Diversas são as
faces da poesia, tal como se tem esta revelado através dos séculos. Que o
instrumento básico da poesia é a linguagem, não há a menor dúvida; tornando-se
supérfluo mencionar o conhecido diálogo de Mallarmé com Degas.
  Já sabemos que é impossível dissociar forma e ideia Agora, o que se torna
mais difícil, dado o número considerável das experiências de linguagem, bem
como de teorias da poesia surgidas nos últimos 100 anos, é atribuir a esta ou
àquela teoria um caráter de verdade estética total, pois os antigos
denominadores comuns, as regras clássicas, foram substituídos, alterados ou
mesmo destruídos. Considerando-se os movimentos de poesia somente em
função da sua capacidade de reagir aos anteriores, incorremos no erro crítico
que consiste em julgar as obras literárias apenas como documentos de
determinada geração. Bem entendido, isto não implica que eu negue as ligações
de tais obras com o
tempo.http://www.artelivre.net/html/literatura/al_literatura_murilo_mendes.htm
02/07/12


                 CONCLUSÃO

MURILO MENDES FOI REALMENTE UM HOMEM QUE SE DEDICOU À
PROSA E A POESIA. MENDES NÃO DEIXA APENAS OBRAS
MARAVILHOSAS DE LEITURAS E REVISÕES, MAS DEIXA SAUDADE,
DO HOMEM, DO POETA E DO MARAVILHOSO E SIMPLESMENTE
MURILO MENDES.

JUNTAMENTE COM TODAS ESSAS OBRAS, DEIXA POESIAS E
POEMAS ESCRITOS, PALAVRAS SOLTAS AO VENTO! E DEIXA NA
MEMÓRIA UMA MENSAGEM: SER MURILO NÃO FOI FÁCIL, MAS
VALEU A PENA.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

SEMINÁRIO DE LITERATURA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
SEMINÁRIO DE LITERATURA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADESEMINÁRIO DE LITERATURA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
SEMINÁRIO DE LITERATURA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADEMarcelo Fernandes
 
SEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMA
SEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMASEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMA
SEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMAMarcelo Fernandes
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade   Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade Dina Baptista
 
Carlos drummond de andrade - biografia
Carlos drummond de andrade - biografiaCarlos drummond de andrade - biografia
Carlos drummond de andrade - biografiaEscola
 
sophia, natália correia e vinicius
sophia, natália correia e viniciussophia, natália correia e vinicius
sophia, natália correia e viniciusRosário Cunha
 
Vinicius De Morais
Vinicius De MoraisVinicius De Morais
Vinicius De Moraismartinsramon
 
A poética modernista de mário de andrade
A poética modernista de mário de andradeA poética modernista de mário de andrade
A poética modernista de mário de andradema.no.el.ne.ves
 
Eugenio de andrade
Eugenio de andradeEugenio de andrade
Eugenio de andradeliofer21
 
SEMINÁRIO DE LITERATURA - VINÍCIUS DE MORAES
SEMINÁRIO DE LITERATURA - VINÍCIUS DE MORAESSEMINÁRIO DE LITERATURA - VINÍCIUS DE MORAES
SEMINÁRIO DE LITERATURA - VINÍCIUS DE MORAESMarcelo Fernandes
 
Brenda 3° b sem título 1
Brenda 3° b sem título 1Brenda 3° b sem título 1
Brenda 3° b sem título 1padrecoriolano
 
Mário Cesariny de Vasconcelos
Mário Cesariny de VasconcelosMário Cesariny de Vasconcelos
Mário Cesariny de VasconcelosDina Baptista
 
Mário de andrade
Mário de andradeMário de andrade
Mário de andraderafabebum
 
Eugénio de Andrade e Augusto de Campos
Eugénio de Andrade e Augusto de CamposEugénio de Andrade e Augusto de Campos
Eugénio de Andrade e Augusto de CamposRosário Cunha
 

Was ist angesagt? (20)

SEMINÁRIO DE LITERATURA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
SEMINÁRIO DE LITERATURA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADESEMINÁRIO DE LITERATURA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
SEMINÁRIO DE LITERATURA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
 
SEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMA
SEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMASEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMA
SEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMA
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade   Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
 
Carlos Drummond
Carlos DrummondCarlos Drummond
Carlos Drummond
 
Carlos drummond de andrade - biografia
Carlos drummond de andrade - biografiaCarlos drummond de andrade - biografia
Carlos drummond de andrade - biografia
 
Murilo Mendes
Murilo MendesMurilo Mendes
Murilo Mendes
 
Sophia
SophiaSophia
Sophia
 
Poetas do século xx
Poetas do século xx Poetas do século xx
Poetas do século xx
 
sophia, natália correia e vinicius
sophia, natália correia e viniciussophia, natália correia e vinicius
sophia, natália correia e vinicius
 
Vinicius De Morais
Vinicius De MoraisVinicius De Morais
Vinicius De Morais
 
A poética modernista de mário de andrade
A poética modernista de mário de andradeA poética modernista de mário de andrade
A poética modernista de mário de andrade
 
Eugenio de andrade
Eugenio de andradeEugenio de andrade
Eugenio de andrade
 
SEMINÁRIO DE LITERATURA - VINÍCIUS DE MORAES
SEMINÁRIO DE LITERATURA - VINÍCIUS DE MORAESSEMINÁRIO DE LITERATURA - VINÍCIUS DE MORAES
SEMINÁRIO DE LITERATURA - VINÍCIUS DE MORAES
 
Brenda 3° b sem título 1
Brenda 3° b sem título 1Brenda 3° b sem título 1
Brenda 3° b sem título 1
 
Mário Cesariny de Vasconcelos
Mário Cesariny de VasconcelosMário Cesariny de Vasconcelos
Mário Cesariny de Vasconcelos
 
Maìsa Maria
Maìsa MariaMaìsa Maria
Maìsa Maria
 
Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011
Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011
Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011
 
Mário de andrade
Mário de andradeMário de andrade
Mário de andrade
 
Eugénio de Andrade e Augusto de Campos
Eugénio de Andrade e Augusto de CamposEugénio de Andrade e Augusto de Campos
Eugénio de Andrade e Augusto de Campos
 
Vinicius de Moraes
Vinicius de MoraesVinicius de Moraes
Vinicius de Moraes
 

Ähnlich wie Murilo mendes

Crítica ao livro «O Moscardo e Outras Histórias» de João Ricardo Lopes
Crítica ao livro «O Moscardo e Outras Histórias» de João Ricardo LopesCrítica ao livro «O Moscardo e Outras Histórias» de João Ricardo Lopes
Crítica ao livro «O Moscardo e Outras Histórias» de João Ricardo LopesMadga Silva
 
Literatura e sociedade
Literatura e sociedadeLiteratura e sociedade
Literatura e sociedadeJuçara Keylla
 
David Arrigucci Jr. - O cacto e as Ruínas
David Arrigucci Jr. - O cacto e as RuínasDavid Arrigucci Jr. - O cacto e as Ruínas
David Arrigucci Jr. - O cacto e as RuínasGiselle Campos Romero
 
Arrigucci jr., david. o cacto e as ruínas
Arrigucci jr., david. o cacto e as ruínasArrigucci jr., david. o cacto e as ruínas
Arrigucci jr., david. o cacto e as ruínasIara Gregório
 
Aula 27 produções contemporâneas em portugal e no brasil
Aula 27   produções contemporâneas em portugal e no brasilAula 27   produções contemporâneas em portugal e no brasil
Aula 27 produções contemporâneas em portugal e no brasilJonatas Carlos
 
Pós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidade
Pós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidadePós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidade
Pós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidadeAmanda Guerra
 
Ciberpoesia:um híbrido infinitamente colaborativo
Ciberpoesia:um híbrido infinitamente colaborativoCiberpoesia:um híbrido infinitamente colaborativo
Ciberpoesia:um híbrido infinitamente colaborativorsfjo
 
Literatura brasileira no século XXI
Literatura brasileira no século XXILiteratura brasileira no século XXI
Literatura brasileira no século XXIJaqueline Salles
 
analise a hora da estrela
analise a hora da estrela analise a hora da estrela
analise a hora da estrela LuciBernadete
 
Exercícios comentados de interpretação textual
Exercícios comentados de interpretação textualExercícios comentados de interpretação textual
Exercícios comentados de interpretação textualSeduc/AM
 
Intertextualidade e linguagem Catia Delatorre
Intertextualidade e linguagem   Catia DelatorreIntertextualidade e linguagem   Catia Delatorre
Intertextualidade e linguagem Catia DelatorreCatia Delatorre
 
O médico e o monstro artigo
O médico e o monstro artigoO médico e o monstro artigo
O médico e o monstro artigoAngeli Nascimento
 
Artigo “LITERATURA PARA CRIANÇAS E JOVENS E EDUCAÇÃO PELA ARTE” - Bernardett...
Artigo  “LITERATURA PARA CRIANÇAS E JOVENS E EDUCAÇÃO PELA ARTE” - Bernardett...Artigo  “LITERATURA PARA CRIANÇAS E JOVENS E EDUCAÇÃO PELA ARTE” - Bernardett...
Artigo “LITERATURA PARA CRIANÇAS E JOVENS E EDUCAÇÃO PELA ARTE” - Bernardett...Magda Borges
 
Mircea Eliade A Prova Do Labirinto
Mircea Eliade   A Prova Do LabirintoMircea Eliade   A Prova Do Labirinto
Mircea Eliade A Prova Do LabirintoInge Christmann
 
Machado de Assis: pioneiro na descoberta da alma humana
Machado de Assis: pioneiro na descoberta da alma humana Machado de Assis: pioneiro na descoberta da alma humana
Machado de Assis: pioneiro na descoberta da alma humana Natalia Salgado
 
Sarcasmo na Obra de Eça de Queirós
Sarcasmo na Obra de Eça de QueirósSarcasmo na Obra de Eça de Queirós
Sarcasmo na Obra de Eça de QueirósAlunasEseimu
 

Ähnlich wie Murilo mendes (20)

Arteconhecimento
ArteconhecimentoArteconhecimento
Arteconhecimento
 
Crítica ao livro «O Moscardo e Outras Histórias» de João Ricardo Lopes
Crítica ao livro «O Moscardo e Outras Histórias» de João Ricardo LopesCrítica ao livro «O Moscardo e Outras Histórias» de João Ricardo Lopes
Crítica ao livro «O Moscardo e Outras Histórias» de João Ricardo Lopes
 
Literatura e sociedade
Literatura e sociedadeLiteratura e sociedade
Literatura e sociedade
 
David Arrigucci Jr. - O cacto e as Ruínas
David Arrigucci Jr. - O cacto e as RuínasDavid Arrigucci Jr. - O cacto e as Ruínas
David Arrigucci Jr. - O cacto e as Ruínas
 
Arrigucci jr., david. o cacto e as ruínas
Arrigucci jr., david. o cacto e as ruínasArrigucci jr., david. o cacto e as ruínas
Arrigucci jr., david. o cacto e as ruínas
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidade
 
Aula 27 produções contemporâneas em portugal e no brasil
Aula 27   produções contemporâneas em portugal e no brasilAula 27   produções contemporâneas em portugal e no brasil
Aula 27 produções contemporâneas em portugal e no brasil
 
Pós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidade
Pós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidadePós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidade
Pós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidade
 
Ciberpoesia:um híbrido infinitamente colaborativo
Ciberpoesia:um híbrido infinitamente colaborativoCiberpoesia:um híbrido infinitamente colaborativo
Ciberpoesia:um híbrido infinitamente colaborativo
 
Literatura brasileira no século XXI
Literatura brasileira no século XXILiteratura brasileira no século XXI
Literatura brasileira no século XXI
 
analise a hora da estrela
analise a hora da estrela analise a hora da estrela
analise a hora da estrela
 
Exercícios comentados de interpretação textual
Exercícios comentados de interpretação textualExercícios comentados de interpretação textual
Exercícios comentados de interpretação textual
 
Cronicas de rubens
Cronicas de rubensCronicas de rubens
Cronicas de rubens
 
Intertextualidade e linguagem Catia Delatorre
Intertextualidade e linguagem   Catia DelatorreIntertextualidade e linguagem   Catia Delatorre
Intertextualidade e linguagem Catia Delatorre
 
O médico e o monstro artigo
O médico e o monstro artigoO médico e o monstro artigo
O médico e o monstro artigo
 
Letras 25 out
Letras 25 outLetras 25 out
Letras 25 out
 
Artigo “LITERATURA PARA CRIANÇAS E JOVENS E EDUCAÇÃO PELA ARTE” - Bernardett...
Artigo  “LITERATURA PARA CRIANÇAS E JOVENS E EDUCAÇÃO PELA ARTE” - Bernardett...Artigo  “LITERATURA PARA CRIANÇAS E JOVENS E EDUCAÇÃO PELA ARTE” - Bernardett...
Artigo “LITERATURA PARA CRIANÇAS E JOVENS E EDUCAÇÃO PELA ARTE” - Bernardett...
 
Mircea Eliade A Prova Do Labirinto
Mircea Eliade   A Prova Do LabirintoMircea Eliade   A Prova Do Labirinto
Mircea Eliade A Prova Do Labirinto
 
Machado de Assis: pioneiro na descoberta da alma humana
Machado de Assis: pioneiro na descoberta da alma humana Machado de Assis: pioneiro na descoberta da alma humana
Machado de Assis: pioneiro na descoberta da alma humana
 
Sarcasmo na Obra de Eça de Queirós
Sarcasmo na Obra de Eça de QueirósSarcasmo na Obra de Eça de Queirós
Sarcasmo na Obra de Eça de Queirós
 

Kürzlich hochgeladen

Apreciação crítica -exercícios de escrita
Apreciação crítica -exercícios de escritaApreciação crítica -exercícios de escrita
Apreciação crítica -exercícios de escritaeliana862656
 
A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...
A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...
A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...Unidad de Espiritualidad Eudista
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...LuizHenriquedeAlmeid6
 
Gametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e femininoGametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e femininoCelianeOliveira8
 
Mini livro sanfona - Diga não ao bullying
Mini livro sanfona - Diga não ao  bullyingMini livro sanfona - Diga não ao  bullying
Mini livro sanfona - Diga não ao bullyingMary Alvarenga
 
TIPOS DE DISCURSO - TUDO SALA DE AULA.pdf
TIPOS DE DISCURSO - TUDO SALA DE AULA.pdfTIPOS DE DISCURSO - TUDO SALA DE AULA.pdf
TIPOS DE DISCURSO - TUDO SALA DE AULA.pdfmarialuciadasilva17
 
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.pptTREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.pptAlineSilvaPotuk
 
Prova de Empreendedorismo com gabarito.pptx
Prova de Empreendedorismo com gabarito.pptxProva de Empreendedorismo com gabarito.pptx
Prova de Empreendedorismo com gabarito.pptxJosAurelioGoesChaves
 
AULA-06---DIZIMA-PERIODICA_9fdc896dbd1d4cce85a9fbd2e670e62f.pptx
AULA-06---DIZIMA-PERIODICA_9fdc896dbd1d4cce85a9fbd2e670e62f.pptxAULA-06---DIZIMA-PERIODICA_9fdc896dbd1d4cce85a9fbd2e670e62f.pptx
AULA-06---DIZIMA-PERIODICA_9fdc896dbd1d4cce85a9fbd2e670e62f.pptxGislaineDuresCruz
 
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxBaladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxacaciocarmo1
 
Revolução Industrial - Revolução Industrial .pptx
Revolução Industrial - Revolução Industrial .pptxRevolução Industrial - Revolução Industrial .pptx
Revolução Industrial - Revolução Industrial .pptxHlioMachado1
 
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.HildegardeAngel
 
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxDeyvidBriel
 
Free-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptx
Free-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptxFree-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptx
Free-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptxkarinasantiago54
 
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptxOrientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptxJMTCS
 
atividades diversas 1° ano alfabetização
atividades diversas 1° ano alfabetizaçãoatividades diversas 1° ano alfabetização
atividades diversas 1° ano alfabetizaçãodanielagracia9
 
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdfLinguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdfLaseVasconcelos1
 
Slides Lição 3, CPAD, O Céu - o Destino do Cristão, 2Tr24,.pptx
Slides Lição 3, CPAD, O Céu - o Destino do Cristão, 2Tr24,.pptxSlides Lição 3, CPAD, O Céu - o Destino do Cristão, 2Tr24,.pptx
Slides Lição 3, CPAD, O Céu - o Destino do Cristão, 2Tr24,.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Apreciação crítica -exercícios de escrita
Apreciação crítica -exercícios de escritaApreciação crítica -exercícios de escrita
Apreciação crítica -exercícios de escrita
 
A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...
A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...
A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
 
“O AMANHÃ EXIGE O MELHOR DE HOJE” _
“O AMANHÃ EXIGE O MELHOR DE HOJE”       _“O AMANHÃ EXIGE O MELHOR DE HOJE”       _
“O AMANHÃ EXIGE O MELHOR DE HOJE” _
 
Gametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e femininoGametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
 
Mini livro sanfona - Diga não ao bullying
Mini livro sanfona - Diga não ao  bullyingMini livro sanfona - Diga não ao  bullying
Mini livro sanfona - Diga não ao bullying
 
TIPOS DE DISCURSO - TUDO SALA DE AULA.pdf
TIPOS DE DISCURSO - TUDO SALA DE AULA.pdfTIPOS DE DISCURSO - TUDO SALA DE AULA.pdf
TIPOS DE DISCURSO - TUDO SALA DE AULA.pdf
 
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.pptTREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
 
Os Ratos - Dyonelio Machado FUVEST 2025
Os Ratos  -  Dyonelio Machado  FUVEST 2025Os Ratos  -  Dyonelio Machado  FUVEST 2025
Os Ratos - Dyonelio Machado FUVEST 2025
 
Prova de Empreendedorismo com gabarito.pptx
Prova de Empreendedorismo com gabarito.pptxProva de Empreendedorismo com gabarito.pptx
Prova de Empreendedorismo com gabarito.pptx
 
AULA-06---DIZIMA-PERIODICA_9fdc896dbd1d4cce85a9fbd2e670e62f.pptx
AULA-06---DIZIMA-PERIODICA_9fdc896dbd1d4cce85a9fbd2e670e62f.pptxAULA-06---DIZIMA-PERIODICA_9fdc896dbd1d4cce85a9fbd2e670e62f.pptx
AULA-06---DIZIMA-PERIODICA_9fdc896dbd1d4cce85a9fbd2e670e62f.pptx
 
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxBaladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
 
Revolução Industrial - Revolução Industrial .pptx
Revolução Industrial - Revolução Industrial .pptxRevolução Industrial - Revolução Industrial .pptx
Revolução Industrial - Revolução Industrial .pptx
 
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
 
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
 
Free-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptx
Free-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptxFree-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptx
Free-Netflix-PowerPoint-Template-pptheme-1.pptx
 
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptxOrientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
 
atividades diversas 1° ano alfabetização
atividades diversas 1° ano alfabetizaçãoatividades diversas 1° ano alfabetização
atividades diversas 1° ano alfabetização
 
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdfLinguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdf
 
Slides Lição 3, CPAD, O Céu - o Destino do Cristão, 2Tr24,.pptx
Slides Lição 3, CPAD, O Céu - o Destino do Cristão, 2Tr24,.pptxSlides Lição 3, CPAD, O Céu - o Destino do Cristão, 2Tr24,.pptx
Slides Lição 3, CPAD, O Céu - o Destino do Cristão, 2Tr24,.pptx
 

Murilo mendes

  • 1. e
  • 2. Murilo Mendes Murilo Mendes Murilo Monteiro Mendes nasceu em 1901, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Iniciou os estudos em sua terra natal e depois no Colégio Salesiano, em Niterói. Depois de formado exerceu diversas atividades profissionais, como dentista, telegrafista, auxiliar de guarda-livros, notário e Inspetor Federal de Ensino. Quando rapaz, por não conseguir se encaixar na escola ou no trabalho, foi morar com seu irmão mais velho no Rio de Janeiro. Onde acabou firmando-se como escrivão.
  • 3. Sob a influência de Belmiro Braga, mestre e vizinho iniciou nas letras e pasou a participar, eventualmente, de publicações modernistas como, “Terra Roxa e Outras Terras” e “Antropofagia onde, aos 24 anos publicou o poema Mapa. Em 1930, publicou “Poemas”, seu primeiro livro, sempre negando ser filiado de algum movimento específico, nem mesmo do Modernismo, até que em 1934 converteu-se ao Catolicismo e, com Jorge de Lima, dedicou-se à poesia religiosa, mística, num movimento de "restauração da poesia em Cristo"
  • 4. De 1953 a 1955 percorreu diversos países da Europa, divulgando, em conferências, a cultura brasileira. Em 1957, se estabeleceu em Roma, onde lecionou Literatura Brasileira. Faleceu, em Portuga, em 1975.
  • 5. 02/07/12 obras Poemas (1930) História do Brasil (1932) Tempo e Eternidade. Colaboração de Jorge de Lima (1935) O Sinal de Deus (1936) A Poesia em Pânico (1936) O Visionário (1941) As Metamorfoses (1944) O Discípulo de Emaús (1945; 1946) Mundo Enigma (1945) Poesia Liberdade (1947)
  • 6. 02/07/12 Janela do Caos (1949) Contemplação de Ouro Preto (1954) Poesias (1925-1955). Tempo Espanhol (1959) A Idade do Serrote (memórias) (1968) Convergência (1970) Poliedro (1972) Retratos-relâmpago (1973) Fonte: http://pt.shvoong.com/books/biography/1660727- murilo-mendes-vida-obra/#ixzz1z5gCcOPw
  • 7. O homem, a luta e a eternidade 02/07/12 Murilo Mendes Adivinho nos planos da consciência dois arcanjos lutando com esferas e pensamentos mundo de planetas em fogo vertigem desequilíbrio de forças, matéria em convulsão ardendo pra se definir. Ó alma que não conhece todas as suas possibilidades, o mundo ainda é pequeno pra te encher.
  • 8. 02/07/12 Abala as colunas da realidade, desperta os ritmos que estão dormindo. À guerra! Olha os arcanjos se esfacelando! Um dia a morte devolverá meu corpo, minha cabeça devolverá meus pensamentos ruins meus olhos verão a luz da perfeição A poesia acima foi publicada na revista "Letras e Artes", publicação do dia 07 de novembro de 1948 - Rio de Janeiro, na seção "Páginas da Poesia Moderna", e nos foi remetida pelo amigo João Antônio Bührer.
  • 9. 02/07/12 A poesia e o nosso tempo (trechos ) de MURILO MENDES   Publicado no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, de 25 de julho de 1959, este artigo de MURILO MENDES, até hoje inédito em livro, é surpreendente no que diz respeito à lucidez do autor que falava em "planetização de fatos e idéias"a partir da ciência e da tecnologia.    Nossa época, nascida sob o signo do relativismo, se distingue em boa parte pela flutuação e instabilidade das idéias. Hoje é difícil, se não impossível, fixar um critério seguro, no que se refere à validez de escolas e estilos literários. O que agora parece moderníssimo torna-se "superado", datado, em pouco tempo. Nenhum de nós viverá 500 anos para saber o que vai ficar da imensa produção literária da nossa época.
  • 10. 02/07/12 Além disso, entramos numa fase da história muito diferente das que nos precederam. Somos os primitivos da era atômica, as primeiras testemunhas dum universo em elaboração, que geme com as dores do parto. Em pé nos rios de asfalto, assistimos à queda de Babilônia. Suspendemos as nossas liras de ferro nestes salgueiros de hoje, que são os monumentos de concreto armado. O futuro da literatura acha-se, pois, intimamente ligado à fisionomia deste mundo novo que se constrói. Podemos entretanto arriscar uma profecia: provavelmente se voltará a acentuar o caráter "cósmico" da poesia. De fato, caminhamos para um tempo e um espaço em que a medida dominante será a da universalidade; caminhamos para uma planetização de fatos e ideias, de que a ciência e a técnica oferecem os sinais mais evidentes.
  • 11. 02/07/12 Não considero o artesanato literário um fim em si, mas um meio de comunicação escrita. Em minha poesia procurei criar regras e leis próprias, um ritmo pessoal, operando desvios de ângulos, mas sem perder de vista a tradição. Restringir voluntariamente meu vocabulário, procurando atingir o núcleo da ideia essencial, a imagem mais direta possível, abolindo as passagens intermediárias. Certo da extraordinária riqueza da metáfora - que alguns querem até identificar com a própria linguagem -, tratei de instalá-la no poema com toda a sua carga de força. Preocupei-me com a aproximação de elementos contrários, a aliança dos extremos, pelo que dispus muitas vezes o poema como um agente capaz de manifestar dialeticamente essa conciliação, produzindo choques pelo contato da ideia e do objeto díspares, do raro e do quotidiano.
  • 12. 02/07/12 Atraído simultaneamente pelo terrestre e o celeste, pelo animal e o espiritual, entendi que a linguagem poderia manifestar essa tendência, sob a forma dum encontro de palavras extraídas tanto da Bíblia como dos jornais; procurando mostrar que o "social" não se opõe ao "religioso". (...) Persegui sempre mais a musicalidade que a sonoridade; evitei o mais possível a ordem inversa, procurei muitas vezes obter o ritmo sincopado, a quebra violenta do metro, porque isso se acha de acordo com a nossa atual predisposição auditiva; certos versos meus são os de alguém que ouviu muito Schönberg, Stravinski, Alban Berg e o jazz. Empreguei frequentemente a forma elíptica, visto ser uma tendência acentuada da poesia moderna; de resto não cria uma ruptura entre o poeta e o leitor, antes obriga este a uma disciplina mental, ensinando- lhe a ler nos intervalos, a encobrir analogias e paralelismos. E se o leitor é estúpido também não vale a pena escrever claro demais.
  • 13. 02/07/12 Sendo de natureza impulsiva e romântica, cedo percebi que no plano da criação literária devia me impor um autocontrole e disciplina. Tendo em conta esta minha primeira natureza, julgo ter feito um trabalho de verdadeiro polimento de arestas, pois se os relacionar à minha contínua necessidade de expulsão, meus textos são até muito construídos e ordenados. (...) Sou contra a idolatria da linguagem; de resto sou contra qualquer idolatria. Não creio, repito, no artesanato literário como fim: é precisamente uma técnica de comunicação. Que nos diz hoje, por exemplo, a habilidade virtuosística dos Banville, dos Heredia etc.? Que nos diz a arte pela arte? Acho errado que um poeta atual não colha os frutos do grande movimento de renovação da técnica do verso operado em nosso século; que renegue a revolução.
  • 14. 02/07/12 Cuidar do artesanato, desenvolver ao máximo a ciência da linguagem, de acordo; agora meter a poesia num sapato chinês, isto nunca. Penso que poesia deve propor não só um conhecimento, mas ainda uma transfiguração da condição humana, elevando-nos a um plano espiritual mais alto. Realizar isto sem ênfase, de acordo com os rumos atuais da estilística, eis o problema. (...) Penso que todos os homens possuem o germe da poesia. Nem todos, porém, sabem ou podem comunicar a poesia em forma persuasiva. A missão particular do poeta consiste em desvendar o território da poesia, nomeando as coisas criadas e imaginadas, instalando-as no espaço da linguagem, conferindo-lhes uma dimensão nova. Além de recorrer ao seu tesouro pessoal, à sua vivência, o poeta se inspira no inconsciente coletivo, rico em símbolos, imagens e mitos. Da linguagem universal extrai a sua linguagem específica. A linguagem, ao mesmo tempo que informa o poeta, revela-lhe sua fisionomia pessoal. Resumindo, pode-se dizer que a operação poética é baseada em linguagem, afetividade e engenho construtivo. O poeta escreverá, portanto, para manifestar suas constelações próprias.
  • 15. 02/07/12 Desde muitos anos insisto em que a poesia é uma chave do conhecimento, como a ciência, a arte ou a religião; sendo portanto óbvio que atribuo um significado muito superior ao de simples confidência ou de jogo literário. Diversas são as faces da poesia, tal como se tem esta revelado através dos séculos. Que o instrumento básico da poesia é a linguagem, não há a menor dúvida; tornando-se supérfluo mencionar o conhecido diálogo de Mallarmé com Degas. Já sabemos que é impossível dissociar forma e ideia Agora, o que se torna mais difícil, dado o número considerável das experiências de linguagem, bem como de teorias da poesia surgidas nos últimos 100 anos, é atribuir a esta ou àquela teoria um caráter de verdade estética total, pois os antigos denominadores comuns, as regras clássicas, foram substituídos, alterados ou mesmo destruídos. Considerando-se os movimentos de poesia somente em função da sua capacidade de reagir aos anteriores, incorremos no erro crítico que consiste em julgar as obras literárias apenas como documentos de determinada geração. Bem entendido, isto não implica que eu negue as ligações de tais obras com o tempo.http://www.artelivre.net/html/literatura/al_literatura_murilo_mendes.htm
  • 16. 02/07/12 CONCLUSÃO MURILO MENDES FOI REALMENTE UM HOMEM QUE SE DEDICOU À PROSA E A POESIA. MENDES NÃO DEIXA APENAS OBRAS MARAVILHOSAS DE LEITURAS E REVISÕES, MAS DEIXA SAUDADE, DO HOMEM, DO POETA E DO MARAVILHOSO E SIMPLESMENTE MURILO MENDES. JUNTAMENTE COM TODAS ESSAS OBRAS, DEIXA POESIAS E POEMAS ESCRITOS, PALAVRAS SOLTAS AO VENTO! E DEIXA NA MEMÓRIA UMA MENSAGEM: SER MURILO NÃO FOI FÁCIL, MAS VALEU A PENA.

Hinweis der Redaktion

  1. O