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TESE DE ANTROPOLOGIA
MÁRCIO BARROSO DOS SANTOS TRINDADE.
Desenvolvimento da tese de Antropologia Bíblica.
A doutrina do homem.
Marilândia do Sul
2005
1
Instituto Bíblico Maranata
TESE DE ANTROPOLOGIA
MÁRCIO BARROSO DOS SANTOS TRINDADE.
Desenvolvimento da tese de Antropologia Bíblica.
A doutrina do homem.
Dissertação apresentada ao Curso
de Bacharel em Teologia, do Instituto
Bíblico Maranata de Marilândia do
Sul, como requisito parcial à
obtenção do título de Pastor.
Orientador: Prof. Pr. Daniel Camargo
Pauluci.
Marilândia do Sul
2005
2
TESE DE ANTROPOLOGIA
MÁRCIO BARROSO DOS SANTOS TRINDADE.
Desenvolvimento da tese de Antropologia Bíblica.
A doutrina do homem.
COMISSÃO EXAMINADORA.
________________________________________
Pr. Artêmio Langue Pauluci
Instituto Bíblico Maranata
________________________________________
Pr. Daniel Camargo Pauluci
Instituto Bíblico Maranata
_______________________________________
Pr. Ricardo C. Pereira.
Igreja Batista Regular em Cubatão.
.
Marilândia do Sul, de 2005.
3
TESE DE ANTROPOLOGIA
DEDICÁTORIA
Dedico esta tese à:
Minha querida e amada esposa que se dedicou ao máximo nos afazeres do lar e no
cuidado das nossas filhas, proporcionando-me um maior tempo no preparo desta
obra.
Primeira Igreja Batista Regular em Cubatão, onde conheci os caminhos do Senhor, e
que me apoiou nos momentos mais difíceis da minha vida.
A minha querida família pelo incentivo e apoio; em especial: ao Doutor e professor
José Barroso dos Santos e a professora Marinete Martins dos Santos; meus amados
avós.
4
TESE DE ANTROPOLOGIA
AGRADECIMENTO
Ao meu Deus que me deu forças físicas e me capacitou espiritualmente para que
esta obra fosse realizada. A Ele seja a honra e a glória; amém e amém!
Ao Professor e Pastor Daniel C. Pauluci, que se dedicou ao máximo no
desenvolvimento da matéria de Antropologia em sala de aula, assim como, sem
medir nenhum esforço colaborou na correção teológica desta obra.
Ao Pastor Jaiderson e a Professora Alexandra pelo apoio durante todo o meu curso e
pela disposição em corrigir a ortografia desta obra.
A todos os meus Professores, em especial ao Pastor Artémio L. Pauluci pela
dedicação e fidelidade no ensino da Palavra de Deus.
A minha amada esposa que muito me incentivou.
Aos meus familiares, que me apoiaram e me incentivaram.
A minha amada igreja que me sustentou e me ajudou durante todo o meu curso.
A todos que me ajudaram direta ou indiretamente.
5
TESE DE ANTROPOLOGIA
BARROSO, Márcio B.S. Trindade. Pesquisa sobre: Antropologia Bíblica a doutrina do homem
2005.
115 p. Dissertação (Bacharel em Teologia) – Tese de Antropologia Bíblica Instituto Bíblico Maranata.
RESUMO
A Antropologia Bíblica mostra a criação do homem do ponto de vista Bíblico. Como
parte da teologia sistemática a Antropologia Bíblica é o tema central desta tese.
Devemos saber que o homem é um projeto de Deus e não uma evolução, e sendo
assim Deus tem um propósito todo especial para a humanidade. Portanto, esta obra
tem como objetivo esclarecer este plano e trazer conhecimento sobre tudo que
envolve a Antropologia Bíblica. Dentro deste trabalho esta incluído assuntos como:
Evolução e criação, criacionismo Bíblico, o propósito da criação do homem, os seus
ministérios, a imagem e semelhança, espírito, alma e corpo, a tentação do homem,
etc. Estes e outros assuntos tratados neste trabalho estão incluídos dentro da
doutrina da Antropologia Bíblica.
Todo o conteúdo deste trabalho está embasado na Bíblia que é a Palavra de Deus;
portanto, tem autoridade divina e infalível.
Palavras chaves: Antropologia Bíblica; o homem é um projeto de Deus e não da
evolução.
6
TESE DE ANTROPOLOGIA
SUMÁRIO
Introdução
15
1. Evolução e Criação 16
1.1 A evolução 16
1.1.1 A evolução como filosofia. 16
1.1.2 A evolução como mecanismo descritivo 17
1.1.3 A evolução Teista 19
1.2 A criação 22
1.2.1 Como foi criado 24
1.2.2 Documentos favoráveis a criação 26
1.2.2.1 O dilúvio 27
1.2.2.2 A arqueologia 32
1.2.2.3 A geografia e história (Geologia) 34
2 A criação do homem 37
2.1 Sua origem segundo a Bíblia 38
2.2 O tempo da sua criação 40
2.3 O propósito da sua criação – Glorificar a Deus 41
2.4 Os ministérios estendidos ao homem na criação 46
2.5O homem criado a imagem e semelhança 48
2.5.1 Varias teorias 48
2.5.2 A imagem e semelhança 49
2.6 A constituição do homem – Corpo, alma e espírito 50
2.6.1 A dicotomia 50
2.6.2 A tricotomia 52
2.6.3 O corpo 55
2.6.3.1 Antes da queda 60
2.6.3.2 Depois da queda 62
2.6.4 A alma 63
2.6.4.1 A sua origem 64
2.6.4.2 Antes da queda 66
2.6.4.3 Depois da queda 67
7
TESE DE ANTROPOLOGIA
2.6.4.4 A natureza adâmica 68
2.6.5.5 O intelecto 69
2.6.5.5.1 Inteligência 71
2.6.5.5.2 Sabedoria 72
2.6.5.6 Emoções 74
2.6.5.7 Vontade e livre-arbítrio 76
2.7 O espírito 84
2.7.1 Antes da queda 85
2.7.2 Depois da queda 86
2.7.3 A nova natureza 87
2.7.4 A intuição 88
2.7.5 A consciência 89
2.7.6 A adoração 91
3 A provação e a tentação do homem 93
3.1 A necessidade da prova 94
3.2 O tentador 95
3.3 A tentação 96
4 A queda do homem e as suas conseqüências 98
4.1A sua realidade 98
4.2 Porque Deus permitiu 99
4.3 As suas conseqüências 100
4.3.1 O relacionamento com Deus foi afetado 100
4.3.2 O próprio homem foi afetado 101
5 O estado eterno do homem 103
5.1 Do homem condenado: o lago de fogo 103
5.1.1 A natureza do sofrimento 105
5.1.2 O corpo de sofrimento 106
5.2 Do homem salvo: o céu 106
5.2.1 Sua vida após a morte 107
5.2.2 O corpo glorificado 108
Conclusão 110
8
TESE DE ANTROPOLOGIA
LISTA DE FIGURAS.
Figura 1 – Imagem e semelhança 112
Figura 2 – A tipologia do tabernáculo e a tricotomia humana 113
9
TESE DE ANTROPOLOGIA
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Gn. Gênesis.
Ex. Êxodo.
Lv. Levítico.
Nm. Números.
Dt. Deuteronômio.
Js. Josué.
Jz. Juizes.
Rt. Rute.
1 Sm. 1 Samuel.
2 Sm. 2 Samuel.
1 Rs. 1 Reis.
2 Rs. 2 Reis.
1 Cr. 1 Crônicas.
2 Cr. 2 Crônicas.
Ed. Esdras.
Ne. Neemias.
Et. Ester.
Jó Jó.
Sl. Salmos.
Pv. Provérbios.
Ec. Eclesiastes.
Ct. Cânticos dos Cânticos.
Is. Isaias.
Jr. Jeremias.
Lm. Lamentações de Jeremias.
Ez. Ezequiel.
Dn. Daniel.
Os. Oséias.
Jl. Joel.
10
TESE DE ANTROPOLOGIA
Am. Amós.
Ob. Obadias.
Jn. Jonas.
Mq. Miquéias.
Na. Naum.
Hc. Habacuque.
Sf. Sofonias.
Ag. Ageu.
Zc. Zacarias.
Ml. Malaquias.
Mt. Mateus.
Mc. Marcos.
Lc. Lucas.
Jo. João.
At. Atos.
Rm. Romanos.
1 Co. 1 Coríntios.
2 Co. 2 Coríntios.
Gl. Gálatas.
Ef. Efésios.
Fp. Filipenses.
Cl. Colossences.
1 Ts. 1 Tessalonicenses.
2 Ts. 2 Tessalonicenses.
1 Tm. 1 Timóteo.
2 Tm. 2 Timóteo.
Tt. Tito.
Fm. Filemom.
Hb. Hebreus.
Tg. Tiago.
1 Pe. 1 Pedro.
2 Pe. 2 Pedro.
11
TESE DE ANTROPOLOGIA
1 Jo. 1 João.
2 Jo. 2 João.
3 Jo. 3 João.
Jd. Judas.
Ap. Apocalipse.
a.C. Antes de Cristo.
I.B.M Instituto Bíblico Maranata.
N.V.I Nova versão internacional.
[...] Indica as supressões dos
textos.
p. Página ou páginas.
Vol. Volume.
Ed. Editora.
12
TESE DE ANTROPOLOGIA
PREFÁCIO
Muito me alegra prefaciar uma obra de real valor e necessidade em
meio a um ambiente hostil de teologias amorfas, onde se encontra de tudo com
pouco, ou melhor, com nenhum valor. Onde temas centrais à vida de um cristão,
seminarista, pastores e teólogos têm sido deixados de lado, por falta de um
paradigma que norteie os ensinos bíblicos, apresentados em nível superior da mente
de um mundo secularizado e intelectualizado, onde muitas definições existem, mas
pouco se pode crer nelas.
A Antropologia Bíblica serve de bússola, para aqueles que querem
enfrentar este mundo hostilizado por filosofias errôneas, falsa ciência e mística
teologia, a fim de ensinar um verdadeiro caminho bíblico, trazendo luz a tantos que
vivem enganados, por não saberem que estão sendo enganados e outros por não
conhecerem o certo, como também fortalecer àqueles que já conhecem o certo e
querem aumentar seu cabedal de conhecimento desta área Antropológica, se
tornando ainda mais preparados para educar, debater e enfrentar o mundo do
conhecimento.
Contemplo em tal obra mais um esforço do autor para suprir a pouca
literatura que aborda esse tema, escrita de forma concisa e clara ao mundo
evangélico, se tornando assim um rico material para: pastores, seminaristas,
estudantes, professores e outros mais.
Iniciando esta obra o autor nos conduz a uma rápida contestação
entre o Evolucionismo e o Criacionismo, e a partir de então ao tratado da magna
criação de Deus – O homem, e assim desdobra-lo desde sua criação, momentos de
inocência e queda no pecado, até sua formação e as implicações da mesma; de sua
condição espiritual ao seu estado eterno; de sua condenação à sua salvação.
A Antropologia Bíblica encanta aos Teólogos pelo seu ambiente
central nas Escrituras, e por não bastar esse local, o próprio Deus, a Segunda
pessoa da Trindade, resolveu encarnar-se, enriquecendo assim toda a Antropologia
Bíblica fazendo um elo entre o divino e o humano; entre o homem e Deus; entre a
condenação e a justificação. Sem a Antropologia não entenderíamos a encarnação,
13
TESE DE ANTROPOLOGIA
sem a encarnação não teríamos a justificação e a salvação, sem a salvação todo
homem seria irremediavelmente condenado e para sempre separado de Deus.
Reconheço a árdua dedicação do autor Márcio Barroso dos Santos
Trindade na defesa deste Trabalho de Conclusão de Curso - Bacharel em Teologia,
não temendo os obstáculos, enfrentando as lutas e conquistando o alvo, colocando
em nossas mãos orgulhosamente o fruto do seu penoso trabalho. Muito nos honrou
principalmente por acompanhá-lo no vislumbrar e adentrar em conhecer tal doutrina,
por poder participar como seu mestre neste grande tesouro de sua vida – O
VERDADEIRO CONHECIMENTO. Que esta obra sirva para enriquecer o
conhecimento do leitor fazendo-o ainda mais ousado na defesa da fé do verdadeiro
Cristianismo.
Deleite-se.
Pr. Daniel Camargo Pauluci
14
TESE DE ANTROPOLOGIA
Introdução à Antropologia Bíblica.
A palavra antropologia vem do grego antropos, homem; do grego
logia, estudo ou discurso racional. É um estudo sistemático do aparecimento,
estrutura e realizações culturais do ser humano.
A antropologia no estudo secular tem como base o estudo do
homem totalmente separado das revelações Bíblicas. Qualquer argumento com
respeito ao homem tem um cunho evolucionista, deixando totalmente de lado a
verdadeira essência do homem, os valores espirituais, assim como o seu futuro
destino.
O assunto que será desenvolvido neste trabalho não terá como
base a antropologia secular e sim a Antropologia Bíblica, que em teologia sistemática
trata do estudo sistemático do homem dentro do ponto de vista Bíblico. A base da
Antropologia Bíblica é chamar a atenção para o relacionamento do homem com o
seu Criador.
O salmista no Salmo 8:4 faz a seguinte pergunta: Quem é o
homem? Ou melhor, Quem sou eu? Esta tem sido uma pergunta feita por milhares
de pessoas regeneradas. E por não considerarem o elemento mais importante da
criação do homem: que é um ser criado a imagem e semelhança de Deus para ter
um relacionamento perfeito com Ele; não tem conseguido uma resposta satisfatória
para a sua pergunta. A Antropologia Bíblica busca responder esta e outras
perguntas como: Como o homem foi criado? O que é imagem e semelhança?Qual o
destino final do homem? etc. A Antropologia Bíblica é a base para estas respostas.
O meu desejo é que ao final desta obra, estas e outras perguntas sejam
respondidas, e que todos tenham um entendimento correto da Antropologia Bíblica.
15
TESE DE ANTROPOLOGIA
1. Evolução e Criação.
Quando tratamos deste assunto, temos em mente duas linhas de
pensamentos que tem como objetivo esclarecerem o principio de todas as coisas;
sendo uma verdadeira (o criacionismo que envolve a fé Cristã) e a outra falsa (a
evolução).
1.1 A evolução.
Devemos ter em mente que o termo evolução, é uma palavra usada
com diversos sentidos dentro desta área, visto que a teoria da evolução se ramifica
em diversas linhas; para tratarmos das diferenças entre a evolução e o criacionismo
bíblico, é preciso fazer a distinção entre estas linhas da evolução. São três as mais
difundidas.
1.1.1 Evolução como filosofia.
Este conceito da evolução tenta mostrar que o universo físico - e
dando mais ênfase ao biológico - tem um desenvolvimento próprio a partir da matéria
bruta, cuja sua origem é desconhecida, podendo considerar uma existência eterna
sem um começo. Dentro deste conceito, é eliminado qualquer ação ou intervenção
de um Deus todo poderoso e pessoal. Toda a questão é regida por leis imutáveis e
tudo acontece por acaso; não há um propósito para a vida e a existência. Quando se
trata do homem, diz que deve agir como um fim em si próprio; ele é quem determina
as suas leis e a ninguém deve prestar conta, a não ser a sociedade humana.
Nem todas estas posições foram aceitas por Charles Darwin em sua obra
clássica a origem das espécies. No entanto ele não defenderia hoje uma
posição do ateísmo persistente, própria da evolução filosófica, pois
acreditava num Deus Criador como logicamente necessário para explicar a
existência anterior da matéria bruta original, a partir da qual surgiram as
formas primitivas de vida. 1
1
Gleason Archer. Enciclopédia de temas bíblicos. Editora Vida. p. 50.
16
TESE DE ANTROPOLOGIA
Concordo com alguns estudiosos do assunto, que seria mais certo
chamar Darwin de Teísta em vez de Ateísta, mesmo que alguns que não crêem na
existência de Deus, tenham adotado o seu sistema.
O ateísmo persistente é um sistema fracassado, e incapaz de
defender-se de uma maneira lógica. Dizemos com isto que, se toda esta matéria que
vemos e conhecemos, tivesse sido formada ou associada por mero acaso sem a
intervenção e direção de um Deus Superior, acabaremos concordando que o cérebro
humano assim como as suas moléculas são produtos do mero acaso, e até mesmo
os pensamentos dos homens, idealismos, etc, também procedem por acaso. O ateu
por não acreditar em um Deus Criador, crendo que todas as coisas surgiram do
acaso, ele anula o seu próprio entendimento e poder de argumentação, visto que as
próprias moléculas do seu cérebro foram associadas por mero acaso. Dizem que não
existem absolutos, mas ao mesmo tempo afirmam um absolutismo, pois apelam para
um ponto de vista que para ser confirmado depende de um ser Superior.
1.1.2 Evolução como mecanismo descritivo.
Quando se trata da evolução como mecanismo descritivo, temos em
mente o processo da evolução pelo qual as espécies inferiores desenvolvem-se
atingindo uma espécie superior. Os adeptos deste conceito da evolução afirmam que
elas se desenvolvem por uma força interna, sem a ação de uma externa.
Nas escolas seculares são apresentadas algumas espécies que
evoluíram de um estado inferior para um superior, assim como em museus e revistas
evolucionistas, tentando mostrar que isto deu certo nos seres humanos desde os
tempos mais antigos.
Dentro deste ponto de vista da evolução as espécies surgiram
incompletas, inacabadas, imperfeitas, inferiores, menores e menos desenvolvidas
que as similares atuais, sem órgãos, funções, sistemas e instintos que caracterizam
seus correspondentes atuais, ou então, esses órgãos estariam desconectados e
funcionando parcialmente.
Mas esta teoria apresentada não é verdadeira, pois, podemos fazer
uma comparação com os processos que acontecem em nossos dias, por exemplo:
Se olharmos o processo de industrialização, veremos que um automóvel construído
17
TESE DE ANTROPOLOGIA
a tempos atrás e que chegou aos nossos dias vindo de etapa em etapa, foi
desenvolvido desde o mais remoto até o mais luxuoso. Tendo em mente este
exemplo e sabendo que houve um desenvolvimento, ficaríamos conscientes de que
houve alguém trabalhando para que isto acontecesse.
Quero usar ainda como exemplo, as diversas raças de cães, que são
trabalhadas em laboratórios com objetivo de alcançar uma raça de melhor
capacidade para segurança doméstica, adestramento policial, etc. Algumas
obtiveram êxito e alcançaram uma superioridade, mas isto não significa evolução – O
Criador fez e deu capacidade para os homens agirem de tal forma.
Para que uma espécie evolua para uma superior, deve existir um elo
- chamado “elo faltante” - que faça esta transição, da espécie inferior para a superior.
Em uma pesquisa mais apurada levou os estudiosos a concordarem que não existem
estes “Elos”, vejamos as seguintes citações:
Austin H. Clark diz: “Se tivermos que aceitar os fatos, devemos acreditar que
jamais existiram os chamados [seres] intermediários ou em outras palavras,
que estes grupos maiores mantiveram entre si o mesmo relacionamento que
possuem hoje”. 2
De modo semelhante, G.C. Simpson conclui que cada uma das 32 ordens
de mamíferos apareceu derrepente nos registros paleontológicos. “Os
membros mais primitivos e mais antigos de cada espécie tinham já as suas
características básicas, e nenhum caso se conhece de uma seqüência
contínua aproximada que partiu de uma espécie para outra”. 3
Devido a estas pesquisas e por uma variedade de razões, esta forma
de evolução veio perdendo a sua força. Outras observações têm sido realizadas para
provar também a fraqueza desta teoria, Vejamos:
A mais antiga forma de vida, segundo a evolução, são as algas cianofícias,
(vegetais aquáticos de cor azulada). Elas surgiram "perfeitas".
Aqui o evolucionismo se perde totalmente, pois é incapaz de explicar como a
abelha aprendeu a fazer favos matematicamente perfeitos.
Estudos declaram que a mais antiga abelha encontrada em âmbar de New
Jersey (que teria 80 milhões de anos), era "avançada e pouco difere das
abelhas que vivem hoje".
2
Gleason Archer. Enciclopédia de temas bíblicos. Ed. Vida. p.50
3
Gleason Archer. Enciclopédia de temas bíblicos. Ed. Vida. p.50
18
TESE DE ANTROPOLOGIA
É também um mistério para a evolução o tamanho dos vegetais e animais
fósseis, as espécies fósseis comparadas com as equivalentes atuais, ao
contrário do que imaginava Darwin, são maiores, mais desenvolvidos e
superiores aos atuais. 4
O grau de variações dentro de uma mesma espécie é impossível,
possibilitando o surgimento de espécies diferentes ou superiores. Pode haver
variedade de espécies, não novas espécies.
1.1.3 Evolução Teísta.
Esta linha da evolução concebe a existência de Deus como Criador
de todas as substâncias materiais do universo; diz que a matéria não era eterna, mas
foi criada por Deus do nada, e é controlada no seu desenvolvimento segundo o plano
que o Senhor determinou.
Este conceito da evolução é o que mais se assemelha ao
criacionismo bíblico, por isto é exigido muito conhecimento bíblico por parte daqueles
que o estudam. Alguns podem dizer que esta linha da evolução pode harmonizar-se
com Gênesis um, mas para mim quando se trata da obra criadora de Deus, obra esta
que é única, devemos analisar os fatos com o máximo de cuidado, porque
poderemos cair no erro de entrarmos em um conceito teísta ou semiteísta de um
Deus que criou todas as coisas, tendo-o programado antecipadamente como se faz
com um computador, e depois se retirou para ficar observando o seu funcionamento
automático. Este Deus não é o “Ser Soberano” o “Eu Sou” (Ex.3:14) que se preocupa
com suas criaturas, o Deus de quem se espera a salvação.
Uma outra alternativa de uma evolução teística é que há lugar para a
oração e para o relacionamento dos seres humanos e o Criador; tal evolução teística
concebe Deus como o que determina a ascensão das espécies biológicas, mediante
certo tipo de mecanismo evolutivo, cujo dinamismo e direção encontra-se em si
mesma.
Muitos teístas, não aceitam Adão e Eva como indivíduos literais,
históricos, criados, mas concebem que o homo sapiens se desenvolveu
gradualmente de um hominídeo sub humano para depois, finamente, desenvolver
4
Comentários de: Prof. Roberto Cezar de Azevedo.
19
TESE DE ANTROPOLOGIA
uma consciência de Deus, momento este sabe lá quando o homem macaco se
tornou Adão.
Um fato não se pode negar atualmente: os evolucionistas não se deram por
vencidos, ainda procuram o "Elo perdido”. Parece brincadeira de criança,
que homens respeitáveis no mundo das ciências tenham concebido
tamanho disparate. Recentemente foi lançado um livro intitulado "A morte
de Adão" o qual salienta a opinião amplamente prevalente nos círculos
intelectuais de que o modo como o livro de Gênesis narra a origem do
homem foi totalmente repudiado pela ciência moderna. Em lugar de Adão,
dizem que nossos ancestrais têm nomes como PITHECANTHROPUS,
AUSTRALOPITHECUS.
É de se observar que os manuais universitários e de estudantes do 2º grau
proclamam por toda parte que a evolução é um fato da história e que todas
as pessoas instruídas devem aceitar como verdadeira. Essa propaganda é
tão opressiva que não respeita nossos lares. Os "inocentes" desenhos
animados da televisão são agentes evolucionistas desagregadores;
precisamos ensinar o criacionismo aos nossos filhos e opor resistência
torna-se extremamente difícil. Mas é bom salientar que os grandes cientistas
da atualidade são criacionistas.
Qualquer pessoa, despida de quaisquer preconceitos ao examinar as
evidências factuais, vê um quadro totalmente diferente do apregoado pelos
evolucionistas. O relato bíblico da criação do homem não foi desacreditado
de forma nenhuma. FOI SIMPLESMENTE REJEITADO! A teoria da
evolução nunca foi comprovada. FOI SIMPLESMENTE ACEITA! A ciência
legítima só pode lidar com os processos atuais e assim, NADA pode dizer
acerca das origens.
No que se refere à origem do homem, não existe nenhum tipo de evidência
real que desaprove a revelação bíblica de que Adão foi o primeiro ser
humano, sendo formado por Deus com matéria química do solo, mas
também foi criado imagem e semelhança de Deus. Todas as raças, do
"homem pré-histórico" ao "homem da pedra-lascada" são indistintamente
descendentes de Adão. Os achados fósseis, os prováveis macacos-homens
são frutos de mentes preconceituosas. A famosa macaca-mulher Lucy,
achada no Quênia e o homem de Neanderthal eram simplesmente seres
humanos, foi uma falácia!5
Toda esta teoria não passa de falsificações enganosas de cientistas
que querem provar e tirar a glória do único Deus soberano, incutindo esta impossível
teoria da evolução na mente das pessoas. Isto se confirma quando o Dr. Alfred
McCann publicou o seu importante livro, “God-Or Gorilla” (Deus-Ou Gorila), de 344
páginas de pesquisas sobre as falsificações, que serviram de base para tentar provar
os supostos elos entre o macaco e o homem, e com isto desprezando os relatos da
criação narrados no livro de Gênesis capítulos 1e 2.
5
Comentários de: Dorival veraz de Carvalho.
20
TESE DE ANTROPOLOGIA
Tratei até aqui sobre três aspectos concernentes a teoria da
evolução, e é possível combatê-los através da Bíblia. Quero apresentar alguns
aspectos bíblicos que vão contra a teoria da evolução e seus conceitos:
A) O método em que o homem foi criado.
* A Bíblia declara que o homem foi criado do pó da terra – Gn. 2:7;
3:19; 18:27; Jó.10:9; Sl.104:14,etc. Não de vidas já existentes como seria o
caso da evolução que diz que o homem veio do macaco.
* A Bíblia também declara na primeira epístola de Paulo aos
Coríntios que “Nem toda a carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra, a
dos animais, outra, a das aves, e a outra, a dos peixes”. – I Coríntios 15:39. Isto nos
mostra que não existem os famosos “elos perdidos” e que o homem não veio
do macaco quanto menos de um peixe.
B) O estado original do homem.
De acordo com a Bíblia o homem foi criado santo e justo, caiu desse
estado, trazendo o pecado ao mundo – Gn. 1:27; Rm.5:12-21. Mas na
evolução não existe lugar para um estado original santo do homem, nem para
a entrada do pecado através de uma queda.
C) O começo da raça humana.
Pela Bíblia a raça humana começou por Adão; pela evolução o
homem teria surgido em diversas partes da terra e simultaneamente.
D) A permanência das espécies.
Todas as espécies foram criadas como elas são, e sua procriação
seria segundo “a sua espécie”. Isto nega a fábula evolucionária da
transmissão superior das espécies.
21
TESE DE ANTROPOLOGIA
1.2 A criação.
Creio que já fizemos a seguinte pergunta: “Que importância tem para
nós esta questão do criacionismo”? A resposta a esta pergunta implica em muitos
assuntos importantes da nossa vida, como por exemplo, a criação dos animais,
vegetais, assim como a criação do homem e a sua eternidade.
Para melhor conhecermos o assunto, temos de recorrer à história.
Em 1925 os evolucionistas reivindicaram o direito de ensinar a teoria da evolução
nas escolas públicas dos Estados Unidos da América. De princípio parecia que
queriam apenas apresentar as suas teorias, mas logo depois começou ser proibido o
ensino do criacionismo; infelizmente o mundo hoje adota e sempre adotou o
secularismo como padrão, por isto é que vários “ismos” tem se tornado padrão para
o mundo. E o propósito de Satanás é que a Palavra de Deus seja anulada, “se a
Bíblia não é verdadeira, ela não é inspirada, se não é inspirada não é a Palavra de
Deus, então não é preciso crer nela. Assim, conceitos fundamentais como A
CRIAÇÃO, arrependimento, salvação e o próprio Deus ficam desacreditados”.
Ao longo da história o evolucionismo cresceu muito e criacionistas
tem se tornado evolucionistas. E Infelizmente a crença de Deus como o Criador de
todas as coisas se afastou dos homens.
Portanto, é necessário considerarmos a criação dentro do ponto de
vista bíblico. A Bíblia nos faz a seguinte declaração no livro de Gênesis:
“No princípio, criou Deus os céus e a terra.” Gn. 1:1.
Neste verso temos a declaração de que Deus criou os céus e a terra,
portanto há um apoio para o criacionismo bíblico. Antes de prosseguir, quero aqui
definir o que é criacionismo bíblico. Criacionismo é um termo adotado por aqueles
que são opostos à teoria da evolução. Este grupo considera a evolução uma fábula
que vai contra os relatos bíblicos da criação. Willian Bell Ryley (1861-1947) foi o
fundamentalista responsável pela oposição ao evolucionismo.
Quando analisamos os relatos da criação, devemos ter em mente
que estão escritos da forma que Deus criou. Por exemplo, a luz e as trevas são
descritas antes do sol e das estrelas, mas isto não significa uma desordem
22
TESE DE ANTROPOLOGIA
cronológica. O texto não nos fala quando Deus criou, nem se quer o tempo que Ele
gastou, mas nos deixa claro que Deus criou todas as coisas.
O versículo acima diz: “No principio, criou Deus...” Principio este que as
nossas mentes limitadas não podem alcançar, concordo com a seguinte citação:
“O fato é ‘ NO PRINCIPIO CRIOU DEUS’. Um principio que não sabemos
onde e muito menos quando, mas podemos crer. Crendo com a mesma
segurança que Deus existe. Não podendo assim crer e nem aceitar que este
princípio seja fruto do acaso, pois “Deus não joga dados com o universo”,
mas sim o toca com amor e atenção especial; Deus criou. 6
Toda aceitação da criação de Deus procede de uma confiança no
Deus que criou todas as coisas. A Bíblia nos diz:
“Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela Palavra de Deus; e de
modo que o visível não foi feito daquilo que se vê” – Hb. 11:3.
Romanos 1:20 diz: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno
poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do
mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas 7
. Tais homens são, por isso,
indesculpáveis”;
A palavra – poiemasin no original – que aparece neste versículo
como coisas que foram criadas ou mais literalmente “coisas feitas”, significa algo que
é fabricado, um produto, um projeto realizado por um artesão, e enfatiza Deus como
o projetista mestre e o universo como sua criação. Quero ainda embasar os meus
pensamentos com Provérbios 8:30 que diz:
Então, eu estava com ele e era seu arquiteto, dia após dia, eu era as suas delícias,
folgando perante ele em todo o tempo;
Temos neste versículo a sabedoria personificada, sabedoria esta que
foi o princípio da revelação criadora de Deus. Aqui o termo arquiteto ressalta a
perícia de Deus demonstrada na criação.
Portanto, creio que a criação de Deus não é uma teoria como a teoria
do acaso que não pode ser provada, mas é algo real que surgiu diretamente do
6
Pr. Daniel C. Pauluci. Apostila de Antropologia. I.B.M. p.2
7
Grifo nosso.
23
TESE DE ANTROPOLOGIA
Único Deus todo poderoso. A Bíblia nos declara “No princípio, criou Deus...” e isto deve
ser aceito pela fé.
1.2.1 Como foi criado.
Deus nos deixou relatos da sua criação – na Bíblia e na arqueologia,
mas tem havido grandes confusões acerca de como tudo foi criado. É bom deixar
claro que a Bíblia é exata naquilo que relata; o motivo de grandes confusões é uma
má interpretação dos textos bíblicos.
Entre Gn. 1:1 e 1:2, há um intervalo de tempo indeterminado,
momento este que a criação original foi afetada por uma catástrofe universal que
esta relacionada com a queda de Lúcifer. Como resultado a terra “tornou-se” (melhor
tradução para palavra “estava”) sem forma e vazia, um caos. A partir do versículo
três, Deus começou a sua obra de recriação da terra; neste processo de recriação, o
Espírito Santo de Deus pairava sobre a face das águas. Ele operava sobre a
expansão dos mares como “ruach” (hebraico) que significa “vento hálito” seu sopro
produzia energia e vida criadora – Jó. 33:4; Sl. 104:30. O ato de pairar não significa
uma coisa inerte, mas que se movia e preservava como algo vivo e enérgico.
Os primeiros quatro dias da criação (da segunda ordem mundial) não
foram necessariamente dias de vinte quatro horas e sim períodos de tempo,
enquanto a partir do quarto dia, pelo relato bíblico foram períodos específicos de
vinte quatro horas. A Bíblia não declara a duração de cada dia e nem quando Deus
criou, e a grande verdade é que o termo “dia” no hebraico é “yôm” e pode ter vários
significados:
A) Período de iluminação natural (em contraste com o período de
escuridão).
B) Período de vinte e quaro horas;
C) Idéia geral e indefinida de tempo;
D) Um instante no tempo;
E) O período de um ano (caso que a palavra aparece no plural; 1 Sm. 27:7;
Ex. 13:10, etc.).8
8
R.Laird Harris, Gleason L. Archer, Jr. Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo
Testamento. Ed.Vida Nova. p. 852.
24
TESE DE ANTROPOLOGIA
Para reforçar a defesa desta teoria, recentes descobertas confirmam
a ordem do relato de Gênesis. Segue abaixo a ordem da criação (da segunda ordem
mundial) de acordo com a Bíblia.
Algumas considerações: A palavra Deus está no plural, e o verbo
está no singular (no hebraico há três números: singular, dual e plural); assim a
natureza de Deus é revelada nas primeiras palavras de Gênesis: uma Trindade (um
só Deus subsistindo em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo). Portanto, houve
participação das três pessoas nesta obra, obra esta que foi realizada pela Soberania
de Deus.
A) Sabedoria – Foi a primeira a ser criada (revelada) de acordo com Pv. 8:22-31;
B) Céus – A terra estava coberta com águas e Deus as separou transformando em
vapor, este espaço entre águas e águas Deus chamou céus, que pode significar
extensão e firmamento – Gn. 1:6.
C) Anjos – Os anjos já existiam e louvavam a Deus quando o Senhor estava fazendo
a terra – Jó. 38:4-7.
D) Água – A terra foi tirada da água. Logicamente a água foi criada antes da terra – 2
Pe. 3:5.
E) Terra - pó – Primeiro se fez o pó da terra – “Ele ainda não havia feito a terra [...] nem o pó
com o qual formou o mundo” – Pv. 8:269
, a terra já criada ( v.1), chegou a ser “sem forma e
vazia” (v.2) mas não fora criada assim – Is. 45:18. A terra foi uma das coisas criadas
no princípio.
F) Trevas/ luz – Criou as trevas e a luz – Gn. 1:2-3; Is. 45:7.
G) Plantas – Criou ervas e árvores frutíferas com sementes – Gn. 1:11-12.
H) Sistema solar – Foi no quarto dia – Gn. 1:14-16.
I) Seres viventes – Seres viventes com alma existente – Gn. 1:20,21,24,25.
9
Bíblia de estudo NVI. Ed. Vida. p. 1066.
25
TESE DE ANTROPOLOGIA
J) O homem – feito no sexto dia – Gn. 1:26-2. O homem foi criado, não evoluído de
um ser inferior durante muitos milênios. Isto é declarado aqui e embasado por Cristo
em – Mt. 19:4; Mr. 19: 6.
Tudo que Deus criou e da forma que foi criado, foi perfeitamente
como deveria ser, pois tudo que Deus fez e ainda faz é perfeito, bom e com
propósito.
Nesta criação definiram-se vários propósitos de Deus, eis alguns
deles:
A) Foi para Sua glória conforme alguns textos declaram – Sl. 19:1; Is. 43:7, 61:3; Lc.
2:14.
B) Para a satisfação de Sua vontade – Ap.4:11.
C) Para a honra de Jesus Cristo, Seu Filho – Cl. 1:16.
Todas as coisas criadas por Deus, foram realizadas por Sua vontade
e não por alguma dívida que possuísse com a humanidade, pois até mesmo a
humanidade foi criada por Deus, para Si mesmo, e pela Sua Livre vontade de fazê-lo
e no final da ordem criadora.
1.2.2 Documentos favoráveis à criação.
A Bíblia em uma de suas aplicações cientificas nos serve como base
para as nossas considerações e diretrizes a documentos científicos comprobatórios
da Criação como uma Obra de Deus.
Entre tantos documentos científicos existentes serão abordados os
três principais favoráveis à criação de Deus.
26
TESE DE ANTROPOLOGIA
1.2.2.1 O Dilúvio.
Infelizmente, em toda a história e ainda hoje, existe muita
incredulidade a respeito do dilúvio em água e da narração encontrada em Gênesis,
mas podemos observar a sua importância e realidade nas páginas das Escrituras
Sagradas – Gn. 6:8-8:14; Mt. 24:38-39; 2 Pe.3:5-7; 2:5-10. Jean Flori e Henri
Rasolofomasoandro fazem a seguinte declaração: “A realidade do dilúvio e seu
alcance mundial eram considerados como verdades fundamentais, tanto por Jesus,
como pela igreja primitiva”. 10
* A Etimologia da palavra dilúvio.
"Dilúvio" em Português deriva do Latim diluvium, diluvii, e também dilúvio,
diluvionis, derivam diretamente do verbo dilúvio, diluviare, "inundar",
"alagar". Os dois substantivos, conforme os dicionaristas se referem ao
"dilúvio universal", ou "dilúvio de Noé", e são cognatos de diluvies, diluviei,
"inundação", "enchente", "dilúvio", "cataclismo". Os três substantivos
considerados, e o verbo, têm a mesma raiz do verbo diluo, diluere,
"desfazer", "delir", "gastar", "lavar", "tirar lavando", "diluir", "afogar", "apagar",
"riscar", "enfraquecer", "diminuir". Este verbo diluo, diluere é forma composta
do verbo luo, luere, "lavar", "banhar", "regar", "purificar, apagar, desviar, com
expiações", "pagar", "satisfazer", "remir", "resgatar", "expiar", "sofrer".
Na realidade existem três verbos luo, luere, de origem e significado distintos.
O primeiro tem o sentido de "sujar", "enlamear", e permaneceu no
substantivo lues, luis, "corrupção do ar", "enfermidade contagiosa", "peste",
"flagelo", "calamidade", e, na forma composta, no verbo polluo, polluere,
"molhar", "umedecer (sujando)", "poluir", "corromper", "macular", "profanar".
O segundo tem o sentido de "lavar", já considerado inicialmente,
estreitamente ligado aos verbos lavo, lavare, e lavo, lavere, ambos com o
sentido de "lavar", "banhar", "purificar", curiosamente tendo como forma
derivada pollubrum, "bacia destinada às cerimônias de purificação",
proveniente de um outro verbo polluo, polluere com o sentido de "purificar",
caído em desuso provavelmente pela confusão com o homônimo
anteriormente citado. Derivado deste segundo verbo é também o substantivo
lustrum, que designa uma cerimônia pública de purificação realizada de
cinco em cinco anos em Roma (em Português, "lustrar" é "purificar com água
lustral") de onde também a sua acepção de "intervalo de cinco anos", ou
"lustro".
O terceiro tem o sentido de "desligar", "desobrigar", "pagar", "cumprir",
"isentar", "absolver", e liga-se ao verbo solvo solvere, "dissolver", "desunir",
"desunir as partes de um composto", "apagar (um crime)", "eximir (de uma
dívida)", "pôr termo a", "destruir", também derivado de luo, luere com a
adição do prefixo se (transformado em so pela influência do v da sílaba
seguinte). São compostos de solvo, solvere os verbos absolvo, absolvere,
"desatar", "desprender", "resgatar", "remir" (e o advérbio absolute,
10
Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed. Editorial Safeliz. p. 232.
27
TESE DE ANTROPOLOGIA
"absolutamente", "perfeitamente"); dissolvo, dissolvere, "dissolver",
"desfazer", "desfazer uma acusação", "destruir", (e o substantivo dissolutio,
dissolutionis, "dissolução", "ruína", "aniquilamento"), resolvo, resolvere,
"resolver", "deslindar", "dissolver", "reduzir a liquido", "dissipar" (e o
substantivo resolutio, resolutionis, "decomposição", "dissolução geral", "fim
do mundo)".
Este apanhado da etimologia da palavra "dilúvio", envolvendo suas raízes,
compostos e derivados, apresenta um quadro bastante ilustrativo dos vários
aspectos envolvidos no episódio do dilúvio universal relatado no livro de
Gênesis – no plano físico, inundação cataclísmica, flagelo, calamidade,
destruindo, afogando, desfazendo, desunindo os próprios continentes,
trazendo o fim de um mundo que ainda guardava bastante de sua perfeição
original; e no plano moral, algo como uma cerimônia pública de purificação,
pondo termo a uma situação de dissolução geral, apagando o passado,
expiando, purificando, resgatando a humanidade e levando-a novamente ao
padrão moral anterior à degradação generalizada dos dias que antecederam
essa intervenção miraculosa de Deus em nosso planeta. 11
Somente pela a etimologia da palavra dilúvio e dos acontecimentos
ocorridos nós temos uma prova de um mundo criado por Deus, que devido ao
pecado foi destruído por meio das águas do dilúvio – Gn. 6,7.
* O dilúvio em águas foi universal.
Pelo relato de Gênesis 7 e 8 nós percebemos uma inundação
universal e não local, o nível da água cobriu os picos mais altos. Gênesis 7:19 diz:
Prevaleceram as águas excessivamente sobre a terra e cobriram todos os altos
montes que havia debaixo do céu.
No versículo vinte do mesmo capítulo tem a declaração de que o
nível da água subiu quinze côvados acima dos montes (que é igual a sete metros).
Se a água cobriu até mesmo o monte Ararat, onde a arca pousou, a água subiu mais
de seis mil metros, sendo assim cobriria toda a superfície da terra. Então temos que
concluir que o dilúvio em águas foi universal e não local; caso contrário o relato
bíblico está errado.
11
Comentários de: Prof. Roberto Azevedo.
28
TESE DE ANTROPOLOGIA
Champlin nos dá alguns argumentos em prol do dilúvio universal.
A) A linguagem dos capítulos sexto a nono de Gênesis refere-se a um
dilúvio de dimensões universais. Todos os picos dos montes foram cobertos
pelas águas, tendo havido a destruição absoluta de todos os seres vivos
terrestres, excetuando-se os que estavam na arca (e, naturalmente,
excetuando-se a vida marinha em geral).
B) A universalidade das narrativas sobre o dilúvio mostra que o dilúvio
chegou a todos os lugares.
C) Há uma distribuição mundial dos depósitos aluviais do dilúvio.
D) Houve a súbita extinção de mamutes peludos do Alasca e da Sibéria, na
hipótese de que eles foram mortos afogados, e não por congelamento.
E) A diminuição das espécies animais. Poucas espécies restam agora, em
comparação com o que se via na antiguidade. Isto supõe que Noé não
abrigou na arca todas as espécies possíveis, mas apenas as representativas
de cada espécie; ou então que muitas destas espécies se extinguiram após
terem sido soltas da arca. 12
Existem ainda outras razões que nos provam que o dilúvio foi
universal. Com o pecado da raça humana naquela época, pecado este que afetou
todos os homens na face da terra (Gn. 6:5-7), Deus então castigaria a todos através
das águas do dilúvio, mas para que isto fosse possível era necessário que o dilúvio
fosse universal e não local. Estudando cuidadosamente a estrutura em que a arca foi
feita, veremos que esta estrutura foi feita para suportar um dilúvio universal e não
local, caso contrário não precisaria de uma estrutura como foi a da arca. Uma outra
coisa que devemos observar, é que a ordem de Deus para Noé foi para que ele
fizesse entrar na arca um casal de cada espécie, se o dilúvio fosse local isto não era
necessário, pois em outros locais ainda haveria animais da mesma espécie.
Antes do dilúvio existiam as várias formas de vida que são reveladas
no texto de Gn. 1:20-23. Creio que existiam até mesmo os dinossauros que foram
extintos por ocasião do dilúvio. Também temos referências na Bíblia de animais ou
monstros que não sabemos realmente como eram – Jó. 3:8. Portanto, estas formas
de vida que foram extintas pelo dilúvio universal provam o criacionismo.
12
R.N. Champlin. O Antigo Testamento Interpretado (versículo por versículo). vol. 1. Ed. Hagnos. P.66.
29
TESE DE ANTROPOLOGIA
* O dilúvio universal e os fósseis: uma prova da criação.
Os arqueólogos têm achado fósseis de animais da era quaternária
estraçalhados, evidenciando um acontecimento de alta violência como foi o dilúvio;
estes foram achados nas regiões da Europa e da América do Norte.
E nas fendas de algumas montanhas foram achados esqueletos
incompletos de animais, que foram colocados ali com muita violência pelas águas do
dilúvio. Um dos lugares que foram achados estes esqueletos entre as fendas das
montanhas foi em Odessa, perto do mar Negro; na ilha de Quitera, ao largo do
Peloponeso; na ilha de Malta, na rocha de Gibraltar e até nas fontes de Ágata, no
Nebraska. E ainda Temos registros de fósseis de peixes, corais e conchas que foram
achados petrificados no topo das montanhas de grande altitude.
Estima-se que haja aproximadamente cinco milhões de mamutes
congelados na Sibéria (foram encontradas manadas de mamutes mortos em
países não-polares, mas estavam fossilizados, pois não havia gelo para
preservá-los). Nas proximidades dos mamutes encontraram-se também
diversos outros animais congelados, tais como rinocerontes e esquilos,
ovelhas e camelos, tigres e leões, além de um bezerro, um bisão, um cavalo
e um lince, muitos com carne preservada. Em cavernas na França foram
descobertas gravuras que representam a caça a esta raça extinta de
elefantes. Alguns são descobertos em condições excepcionais de
conservação. Foram mortos tão subitamente que são encontrados feijões,
flores, grama verde e outros alimentos ainda não digeridos em seus
estômagos e bocas. Muitos são encontrados em pé, na posição vertical (o
mamute Berezovka, que foi encontrado em pé, estava com a pélvis, uma
clavícula, e uma perna esmagada, mas não apresentava sinais de agonia, o
que indica que seu corpo foi submetido a elevadas pressões após a morte).
Houve casos em que cães famintos atacaram e comeram pedaços de
alguns deles antes que os cientistas chegassem. O que teria causado a
morte súbita e o congelamento de tantos mamutes? Por causa das gravuras
com cenas de caça, alguns cientistas levantaram a hipótese de que eles
haviam sido dizimados pelo homem. No entanto os mesmos cientistas dizem
que eles viveram há diversos milênios, e estimam que nessa época talvez
não houvesse mais do que 30.000 pessoas no mundo. Ou seja, não havia
homens suficientes para matar sequer os mamutes da Sibéria. Levantou-se
outra hipótese para sua morte súbita: teriam morrido em resultado de
acidentes.
Considere o caso de Dima um bebê-mamute que foi encontrado em uma
montanha da Sibéria em 1977, e hoje encontra-se preservado no Museu do
Instituto de Zoologia da Academia de Ciências da Rússia. Apesar de ter o
lado esquerdo do seu tronco achatado (sofreu forte compressão na região
após sua morte), Dima é um exemplar bem conservado, com pele, órgãos,
músculos e ossos preservados, e seu DNA já foi estudado. Submetido à
datação radiométrica, apresentou resultados curiosos: "Uma parte de Dima
foi datada como possuindo 40.000 [anos], outra parte 26.000, e havia
madeira 'imediatamente em torno do corpo' [congelada junto a ele] datando
de 9-10.000 [anos]" (Troy L. Pewe, Quaternary Stratigraphic Nomenclature in
Unglaciated Central Alaska, Geological Survey Professional Paper 862; U.S.
30
TESE DE ANTROPOLOGIA
Gov. printing office, 1975, p. 30). Note que especialistas russos que dataram
mamutes (utilizando técnicas modernas: filtraram o colágeno dos ossos e
mediram o radiocarbono com um contador de cintilação de líquidos)
registraram que o C14 indica uma data de até 4.000 A.P. (Anterior ao
Presente), segundo informações da revista científica americana Radiocarbon
(Volume 37, Número 1, 1995, pp. 1-6. Department of Geosciences, The
University of Arizona).
Vale a pena conhecer o que o especialista Mitzi Perdue escreveu a respeito
de Dima: "Há quase 40.000 anos aconteceu uma pequena tragédia. Um
bebê mamute de um ano abaixou seu tronco para beber a água de um
riacho gelado, desequilibrou-se e caiu na água. Incapaz de sair da água, o
jovem afundou. Isso aconteceu na Sibéria, e a água e a lama mole logo
congelaram sobre o mamute azarado. Seu corpo foi encapsulado em gelo
fóssil e não foi visto novamente até 1977" (citado em www.nandotimes.com,
30/11/1999). Pode imaginar milhões de mamutes se desequilibrando e
caindo na água por acidente? Sabia-se que, como no caso de outros
mamutes, Dima havia morrido por afogamento. Encontrou-se barro, lama e
partículas de cascalho no seu trato digestivo e sistema respiratório (traquéia,
brônquios e pulmões).
Os mamutes não são animais preparados para a vida em ambientes glaciais
(nem tampouco os animais e plantas encontrados nas proximidades dos
mamutes). O exame revelou que, exatamente como as outras raças de
elefantes, não possuem glândulas excretoras de óleo, presentes em todos
os mamíferos que vivem no Ártico. Um mamute tem aproximadamente o
mesmo tamanho e peso das outras raças de elefantes; por isso, precisa de
muito alimento: um elefante consome cerca de 150 kg de alimento por dia, e
gasta dezesseis horas por dia fazendo isso. O mamute de Adams, um
macho descoberto na Sibéria em 1799, era tão gordo que sua barriga
chegava até abaixo dos joelhos. Como os cinco milhões de mamutes
poderiam se alimentar na Sibéria? Alimento abundante requer no mínimo um
clima temperado (muito mais quente do que o atual na região). Entre os
alimentos encontrados no sistema digestivo dos mamutes, há pedaços de
flores, o que indica que não morreram em uma estação fria (as evidências
sugerem o final do verão ou o início do outono). Evidentemente o clima
mudou muito rapidamente. Os mamutes e rinocerontes precisaram ser
congelados imediatamente após sua morte, ou sua carne não teria sido
preservada (quando o animal não é aberto, o processo de decomposição
ocorre mesmo em ambientes glaciais, pois a inércia térmica do interior do
organismo é suficiente para permitir a ação das enzimas e da atividade
microbiana). Foram enterrados no gelo, a salvo dos predadores (incluindo
pássaros e insetos).
Há diversos outros "cemitérios de animais" em todo o mundo que dão
evidência de um cataclismo que destruiu subitamente quantidades imensas
de seres vivos. Fósseis de animais isolados, evidentemente são comuns,
mas foram encontrados também diversos leitos com grandes quantidades de
animais que vivem em comunidades, colônias e rebanhos, especialmente os
que se ajuntam em manadas em situação de perigo. O Dr. Henry M. Morris
expõe: "Há grandes leitos de restos de mamíferos fósseis (e.g.: os leitos de
elefantes na Sibéria, os leitos de hipopótamos na Sicília, etc.), grandes leitos
de anfíbios (e.g.: as grandes quantidades de anfíbios extintos nos leitos
Permianos do Texas, [nos] Estados Unidos, etc.), leitos tremendamente
grandes de plantas fósseis (e.g.: os estratos de carvão), e assim por diante.
Praticamente todas as espécies de organismos que vivem hoje no mundo
também foram encontradas no mundo fóssil, freqüentemente na forma de
cemitérios fósseis contendo grande número de exemplares”.
31
TESE DE ANTROPOLOGIA
Todos os cientistas admitem que o petróleo seja matéria orgânica. A maioria
dos geólogos acredita que os leitos de petróleo resultam do sepultamento de
milhões de animais mortos. E eles teriam de ter morrido ao mesmo tempo,
pois caso contrário, a decomposição de seus corpos se integraria ao ciclo
ecológico comum, e não formaria petróleo (por esta razão, não existe
petróleo sendo formado atualmente). Mesmo que falássemos de animais
marinhos ou de quaisquer outros seres vivos, o fato é que a morte rápida de
milhões deles já caracteriza um cataclismo. E incontáveis milhões de barris
de petróleo têm sido extraídos da terra durante os últimos cem anos. 13
Os diversos fósseis que foram achados, sendo estes fósseis de
peixes, corais e conchas e todos eles petrificados, assim como de mamutes,
rinocerontes, esquilos, ovelhas, camelos, tigres, leões, além de um bezerro, um
bisão, um cavalo e um lince, foram achados congelados, e muitos com vegetais
ainda na barriga e na boca, com sua carne preservada, e que viveram antes do
dilúvio, nos dão provas de um dilúvio universal e também da criação de Deus.
Criação esta que não evoluiu de espécie para espécie, mas que permaneceu como
era desde a sua origem.
1.2.2.2 A arqueologia.
A arqueologia tem sido um instrumento valioso que tem ajudado a
provar que os relatos da criação são verdadeiros.
Todos nós sabemos que a história relatada nos capítulos um a onze
de Gênesis, registra os primórdios da humanidade e que o seu trâmite foi no vale dos
rios Tigre e Eufrates, história esta que tem sido comprovada pelas descobertas
arqueológicas.
Os arqueólogos descobriram as tábuas da criação, que proporcionou
a recuperação de uma grande parte de documentos da antiga Mesopotâmia,
preservados em caracteres em forma de cunha que são bem próprios da linguagem
babilônica-assírica; estavam escritos em tábuas de barro e foi uma descoberta
valiosa para a arqueologia. A região do vale babilônico-assírico tem sido um
cemitério de antigas civilizações; com o desejo de escavar estas regiões de culturas
esquecidas, o conhecimento da história Bíblica tem sido possível. A região que foi o
berço da humanidade tem sido um dos lugares mais dramáticos da superfície
13
Lucian Benigno. Biblical @ archacologist.com. O dilúvio.
32
TESE DE ANTROPOLOGIA
terrestre devido às escavações. Com a possível decifração dos caracteres em forma
de cunha, tem se descoberto um grande paralelo com os registros encontrados na
Bíblia e cada vez mais, a veracidade da Bíblia tem sido comprovada.
* Foram descobertas em Nínive, na biblioteca de Assurbanipal, as
primeiras tábuas da criação, assim como pequenos fragmentos de tábuas que eram
conhecidas pelos babilônicos e assírios como a grande epopéia da criação, contendo
relação com os primeiros capítulos de Gênesis. Estas tábuas eram de barro e
continham mais ou menos mil linhas.
* Foram achadas outras partes das tábuas da criação. E com isto a
epopéia quase foi totalmente restaurada, faltando apenas uma parte que está na
tábua v.
* Estas tábuas são posteriores ao século sete antes de Cristo, mas
foram compostas nos dias de Hamurábi (1728-1676 a.C.). Um dos propósitos destas
tábuas, era mostrar a superioridade da Babilônia sobre as outras cidades do país.
Estas tábuas são literaturas dos Semitas Babilônicos, mas tudo indica que foram
compostas em épocas muito mais remotas, talvez quatro mil antes de Cristo, por
serem baseadas nas tradições dos Sumérios que entraram no sul da Babilônia em
épocas remotas e aperfeiçoaram-se na escrita em forma de cunha. Os babilônios
foram herdeiros da cultura dos Sumérios.
Outras descobertas têm sido feitas pela arqueologia que provam o
criacionismo, como por exemplo, a localização do jardim do Éden onde Deus colocou
o homem e trouxe a ele os animais criados para que desse nome a cada um deles,
lugar onde aconteceu a tentação e a queda. A Bíblia nos fala em Gn. 2:10-14 que o
jardim do Éden estava localizado em um lugar nas regiões dos rios Tigre e Eufrates.
Mais provável na terça parte mais para o oriente do Crescente Fértil. 14
E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro
braços.
14
Grifo nosso.
33
TESE DE ANTROPOLOGIA
O primeiro chama-se Pisom; é o que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro.
O ouro dessa terra é bom; também se encontram lá o bdélio e a pedra de ônix.
O segundo rio chama-se Giom; é o que circunda a terra de Cuxe.
O nome do terceiro rio é Tigre; é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto é o
Eufrates.
O livro de Gênesis nos fala do principio da raça humana no
mesmo lugar que arqueologia tem demonstrado ser o berço da civilização;
W.F.Albright diz:
Desta forma a pesquisa arqueológica tem estabelecido, sem sombra de
dúvida, que não há centro de civilização, na terra, que possa nem de longe
competir, em antiguidade e atividade, com a bacia do Mediterrâneo Oriental
e a região imediatamente ao leste dela – O Crescente Fértil. 15
Portanto, a arqueologia tem feito descobertas que provam que os
relatos do livro de Gênesis são verdadeiros. Como conseqüência os relatos da
criação também são verdadeiros.
1.2.2.3 A Geografia e história (Geologia).
Na verdade é perfeitamente possível correlacionar a cronologia
Bíblica, referente ao período do dilúvio, à própria geocronologia. Deve ser lembrado,
no entanto, que após Noé ter saído da arca, a superfície da Terra ainda se
encontrava sob os efeitos secundários do dilúvio, em um processo gradual de
estabilização. Nesse período pós-dilúvio, os fenômenos geológicos se manifestaram.
Um dos fenômenos geológicos que se manifestou por ocasião do
dilúvio foi a divisão dos continentes. Cientificamente e Biblicamente a divisão dos
continentes tem sido provada, por isto quero me deter um pouco dentro desta área
da geologia – a divisão dos continentes. Apresentarei o assunto cientificamente e
depois Biblicamente.
Geralmente se atribui essa teoria a Wegener, mas na realidade ela havia
sido postulada em 1658 pelo francês Pacet, embora tivesse depois caído no
15
Merril F. Unger. Arqueologia do Velho Testamento. Ed. Batista Regular. p.17,18. / Grifo nosso.
34
TESE DE ANTROPOLOGIA
esquecimento até princípios do século XX, quando então foi resgatada pelo
norte-americano Taylor (1910).
Entretanto, foi o geofísico alemão Alfred Wegener (1912) quem melhor
soube apresentar esta sedutora teoria. 16
* A divisão dos continentes de acordo com Wegener.
A tese de Wegener pode ser resumida da maneira seguinte: A crosta
terrestre compunha-se inicialmente de uma camada flutuante de SIAL (silício
e alumínio) em equilíbrio isostático sobre o SIMA (silício e magnésio). Essa
crosta, ao resfriar-se, retraiu-se formando na era Paleozóica um agregado
único, ou seja, um continente primitivo único (em alemão: Urkontinent)
cercado também por um oceano único. Esse continente teria estado situado
na região polar, e pelo efeito principalmente da força centrífuga, essa massa
continental ter-se-ia fracionada em partes menores. Em seu percurso em
direção ao equador, as massas resultantes ao fracionamento teriam formado
os atuais continentes.
Além disso, o movimento dessas massas continentais flutuantes explicaria a
formação de montanhas como os Andes e as Montanhas Rochosas. A
resistência oposta pelo SIMA ao movimento migratório do SIAL foi a causa
da compressão, levantamento e dobramento das “proas” dos continentes em
sua marcha inexorável.
Em seu conjunto, a tese parece ser coerente. A idéia seduzia pela sua
simplicidade genial. Ainda mais, tinha o mérito de explicar um grande
número de fenômenos mediante uma causa única. A forma atual dos
continentes, a incrível correspondência de formas entre a América do Sul e a
África, a presença de montanhas nas bordas dos continentes, a
correspondência de fauna e flora em um mesmo nível na África, América do
Sul e Austrália, tudo isto passava a ser justificado de imediato pela genial
teoria de Wegener. 17
Esta teoria teve os seus altos e baixos, foi sendo defendida e
reprovada por alguns. Por ser reprovada ela perdeu a sua força, mas novos fatos
científicos surgiram a favor desta teoria. Quero apresentar estes fatos de acordo com
a obra “Em Busca das Origens”.
Os estudos oceanográficos haviam demonstrado a existência de
verdadeiras cadeias montanhosas no fundo dos oceanos, especialmente no
Atlântico. Em 1963 a idéia da deriva novamente veio à tona e reconquistou
adeptos. A grande mudança de atitudes teve lugar em 1968, com a
publicação, nas melhores revistas cientificas britânicas e norte-americanas,
de toda uma série de trabalhos que iriam devolver o prestígio à teoria, com
ligeiras modificações.
16
Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed.Editorial Safeliz. p.63.
17
Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed.Editorial Safeliz. p.64.
35
TESE DE ANTROPOLOGIA
Assim, Hurley (abril de 1968) expunha claramente a existência, no fundo dos
oceanos, de falhas e “cristas” que pareciam ser formadas de materiais
“recentes”, provenientes das profundezas. Novamente comparando as
camadas geológicas “concordantes” do Brasil e do Golfo da Guiné, ele
chegava a conclusão de que eram contemporâneas. Renascia a idéia de
que os continentes como imensas “balsas”, teriam podido deslizar da
astenosfera. Não mais como balsas “à vela”, impelidas por forças externas,
mas sim transportados pelas correntes magmáticas.
A nova teoria da expansão do fundo oceânico (Sea Floor Spreading) não
deixou de encontrar posteriormente novas confirmações. Os estudos de
paleomagnetismo vieram a confirmar esta tese, revelando que, de ambos os
lados das “cristas”, os materiais simétricos eram do mesmo período, pois
haviam “registrado” as mesmas características do campo magnético. Esta
era a prova de que o fundo dos oceanos foi criado na região da crista, e de
que a matéria surgida das profundezas da Terra elevou-se separando
progressivamente ambos os lados da crista.
Só faltava descobrir o motor deste movimento da matéria, o que foi feito
voltando-se à direita das correntes de convecção (semelhante às da água
que se aquece em uma panela), que deveriam ter afetado as massas
plásticas do manto (a astenosfera).
Por razão ainda parcialmente desconhecida (gradiente de temperatura?),
pensa-se que essas massas plásticas ter-se-iam movimentado com
velocidade muito baixa, e sua elevação teria produzido as cristas oceânicas,
de onde se derramaram para ambos os lados das cristas. Assim o fundo do
oceano se encontraria em continua formação, com rochas relativamente
jovens nas proximidades das dorsais oceânicas, e outras rochas
progressivamente mais antigas, afastando-se da dorsal em ambos os lados.
Esta expansão de matéria teria ocasionado a separação das “balsas”
continentais. A evidência que sugere a expansão do fundo oceânico constitui
o argumento mais poderoso a favor da chamada tectônica de placas, como
é denominada essa teoria.
Cabe, pois, novamente imaginar a litosfera (crosta e manto superior rígido)
formada por placas continentais de 50 a 100 km de espessura, movendo-se
com relação às outras, separadas entre si por fraturas em cujo interior as
matérias provenientes das profundezas se esparge, repelindo
simetricamente as “balsas” continentais.
Desta forma, embora com novas roupagens, foi ressuscitada a teoria de
Wegener, agora com a denominação de Tectônica de placas. Assim,
renasceu também a hipótese de um continente único.
Certamente ainda está longe de uma certeza absoluta sobre está questão, o
que é conveniente sublinhar antes de finalizarmos. O geólogo australiano
Snelling escreveu: “A maioria dos geólogos aceita hoje entusiasticamente a
teoria da deriva dos continentes. Há, entretanto, componentes
pesquisadores no campo das ciências da terra, que não aceitam”.
Em qualquer caso, essa noção conta com amplo respaldo. As tentativas de
explicar essas questões geológicas têm de ter isso em conta.
E, de qualquer maneira, isso nos terá proporcionado uma lição muito
positiva, ao nos recordar que no campo das ciências não se deve sepultar
prematuramente nenhuma idéia, pondo-nos também de sobre aviso perante
a sedução que exerce uma teoria unitária que pretende explicar tudo.
36
TESE DE ANTROPOLOGIA
A teoria transformista, tanto quanto a teoria de Wegener, é uma dessas
teses monumentais que seduzem por sua harmonia, e que nos induzem a
deixar de verificar minuciosamente seus fundamentos perante um edifício
aparentemente tão importante. 18
Na Bíblia, temos uma referência que diz que a terra se dividiu Gn. 10:25.
A Héber nasceram dois filhos: um teve por nome Pelegue, porquanto em seus dias
se repartiu a terra; e o nome de seu irmão foi Joctã.
Temos um breve relato neste verso se referindo a Pelegue e a
divisão da terra. Um dos significados do nome Pelegue é “divisão”, e isto ocorre
porque algo deste cunho aconteceu na sua época. Esta divisão é a que chamo de: “a
divisão dos continentes”, momento este em que a terra se dividiu, é importante
notarmos que não existe nenhuma citação de genealogia depois da frase “... em seus
dias se repartiu a terra...” e isto ocorre porque a divisão ou a repartição aqui citada foi
uma divisão de terras e não de povos.
Quero encerrar os meus pensamentos a respeito deste assunto
(geologia) dizendo que novas descobertas nos campos da geologia e da
meteorologia começam, assim, a trazer importantes contribuições para a
concordância dos estudos científicos a respeito dos eventos ocorridos nos primórdios
da história da Terra, com a revelação contida na Bíblia.
2. A criação do homem.
Algumas perguntas podem ser feitas a respeito da criação do
homem. Como exemplo:
Quem criou o homem? Que é o homem? Qual o propósito da sua
criação? Quais os seus ministérios? O que significa “imagem e semelhança”? O
homem é um ser tricotomista ou dicotomista? Por que e como Deus permitiu a queda
do homem?
18
Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed.Editorial Safeliz. p.66,67,69.
37
TESE DE ANTROPOLOGIA
Muitos religiosos, cientistas e até mesmo teólogos têm dado várias
respostas complicadas e sem nexo a estas perguntas que podem ser respondidas
facilmente à luz da Bíblia.
Tendo isto em mente, discorrerei agora sobre os vários aspectos
concernentes a criação do homem, e estas perguntas serão respondidas de acordo
com o que eu creio ser Bíblico.
2.1 Sua origem segundo a Bíblia.
“Também disse Deus: Façamos o homem...” Gn. 1:26.
“Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas
narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”. Gn. 2:7.
O relato da criação do homem se encontra basicamente em dois
textos, ainda que possa ser embasado por outros textos bíblicos. Estes dois textos
são: Gn. 1:26,27 ; 2:7,21-23.
O homem veio a existir por um ato criativo da parte de Deus e como
descrevi anteriormente, as três pessoas da Trindade estavam envolvidas neste ato,
pois o versículo diz: “Façamos o homem...” (o verbo fazer aparece no plural
indicando a ação das três pessoas), e quando olhamos para este versículo, vemos
que as três pessoas da Trindade concordaram plenamente com a criação do homem.
* Uma consideração da palavra “homem” de acordo com Strong – Gn. 1:26.
Homem, adan; Homem, raça humana, Adão (o primeiro homem), a
humanidade em geral. Adan é traduzido como Adão (o substantivo próprio)
cerca de vinte vezes no AT, e como homem mais de quinhentas vezes.
Quando se refere a toda raça humana, a Bíblia com freqüência usa a
contrução b’nay adan, os filhos de Adão. Assim como homem no português,
adan no seu sentido geral nada tem haver com sexo masculino, mas com
enquanto ser humano. Por exemplo, em uma ocasião adan refere-se
exclusivamente a mulheres! (Nm. 31:15). Adan provavelmente esteja
relacionado com o verbo adon, ser vermelho, referindo-se a coloração
avermelhada da constituição do ser humano. Adamah, “solo” ou “chão”,
também pode derivar-se deste verbo. Desta forma, Gn. 2:7 afirma: “E
formou o Senhor Deus o adan do pó da adamah. Paulo vê Adão como
homem terreno em 1 Co. 15:47. Adan é um dos quatro principais termos
hebraicos para “homem” usados na Bíblia.19
19
Bíblia de estudo Plenitude. Ed. Sociedade Bíblica do Brasil. p.5.
38
TESE DE ANTROPOLOGIA
A criação do homem foi um ato direto das mãos de Deus; sendo
assim o método que Deus usou para criar o homem, não foi o mesmo que Ele usou
para a criação dos animais e dos vegetais; estes foram criados indiretamente por
uma palavra de ordem, a Bíblia assim nos declara: “Produza a terra...” Gn. 1:11,24,
“Produzam as águas...” Gn.1:20, . Mas no caso do homem a declaração foi direta:
“Façamos o homem...”; “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra...” Gn. 1:26; Gn.2:7. O
homem não foi produzido pela terra e nem pela água; com isto não estou indo contra
o relato bíblico que diz que Deus formou o homem do pó da terra, também não estou
dizendo que na composição do homem não exista água. Mas que o Próprio Criador
formou o homem do “pó da terra” 20
de uma maneira direta através do “Seu toque” 21
,
e sem qualquer outra intervenção; por ser um ato direto de Deus, o homem foi criado
perfeito e sem pecado, e o Espírito de Deus habitava no espírito do homem e os dois
(homem e Deus) tinham uma perfeita comunhão; sendo assim o homem criado, e
sem pecado podia olhar para o alto, conhecer e adorar este Deus que lhe criou. Por
ser criado diretamente por Deus, o homem é a coroa da Sua criação, algo
maravilhoso. Erickson faz a seguinte declaração:
Apesar de criaturas, somos as mais elevadas dentre elas, as únicas feitas à
imagem de Deus. Não somos simples produtos acidentais de um
mecanismo cego nem um subproduto ou refugos lançados fora no processo
de fazer algo melhor. Somos um produto expressamente desejado por Deus.
Ás vezes, os cristãos sentem necessidade de minimizar a habilidade e as
realizações dos homens a fim de dar maior glória a Deus. É certo que
precisamos colocar as realizações humanas no devido lugar em relação a
Deus. Mas não é necessário proteger Deus contra a competição da sua
criatura mais elevada. A grandeza humana pode glorificar ainda mais a
Deus.
Os homens são grandes, mas o que os torna grandes é o fato de Deus os
ter criado. O nome Stradivarius fala da qualidade de um violino; seu
fabricante foi o melhor. Mesmo quando admiramos o instrumento, estamos
admirando muito mais o talento do seu fabricante. A respeito dos homens,
pode-se dizer que foram feitos pelo melhor e mais sábio de todos os seres,
Deus. Um Deus capaz de fazer uma criatura tão maravilhosa é de fato um
grande Deus. 22
Reconheçam que o Senhor é o nosso Deus. Ele nos fez e somos dele... Sl.
100:3. 23
20
Grifo nosso.
21
Grifo nosso.
22
Millard J. Erickson. Introdução à Teologia Sistemática. Ed. Vida Nova. P.213,214.
23
Bíblia de Estudo NVI. Ed. Vida. p. 986.991.
39
TESE DE ANTROPOLOGIA
2.2 O tempo da sua criação.
Alguns geólogos, antropólogos e vários teólogos, têm dado ao
homem milhares de anos de existência e por não ser o que a Bíblia diz, esta teoria
deve ser bem estudada e combatida, para que a verdade da Palavra de Deus não
seja deturpada. Vejamos o que diz esta teoria:
Os geólogos e antropólogos acharam os ossos do homem de Neandertal de
100 anos atrás, e falam do homo sapiens que teria dado origem ao homem
moderno há cerca de 30 mil anos. Outros ossos são muitos mais antigos,
como os do homo faber e do homo erectus (estes de 250 mil anos).
Uma possibilidade é que a descrição de Gênesis 4 tenha omitido algumas
gerações, e assim aquela civilização é mais antiga do que a soma daqueles
anos. Muito tempo pode ter passado, com muitas gerações entre Adão e
Caim. O mesmo pode ter acontecido com Adão no jardim do Éden. Talvez o
tempo de Adão possa ser estendido até 30 mil anos atrás, e Caim e Abel
dentro de 10 mil anos. 24
Com relação ao tempo da origem do homem, vários grupos de cientistas
estão em constantes desafios: o historiador com sua preocupação pelos
fatos relativos aos povos e nações primitivos, com a distinção entre raças e
a possibilidade de uma origem comum; o filólogo como seu problema da
origem da língua à luz de suas formas variadas presentes; o arqueólogo e o
geólogo com a evidência que oferecem para a antiguidade do homem. O
que esses homens asseveram a respeito da idade da família humana varia
em tal grau que todas as alegações da infalibilidade ficam destruídas. O
desacordo entre as autoridades não possui a tendência de gerar crença ou
de estabelecer uma data confiável. Uma afirmação geral surge, a qual alega
que o homem viveu muito mais sobre a terra do que a data de 4004 a.C.,
avaliada pelo Arcebispo Usher.25
”Hoje” somos informados, “ os antropólogos concordam geralmente em que
o homem não é uma recente introdução na terra. Todos os que têm
estudado a questão admitem agora que sua antiguidade é muito grande; e
que, embora tenhamos até certo ponto determinado o mínimo de tempo
durante o qual teria ele existido, não avançamos na determinação do
período muito maior durante o qual ele poderia ter, e provavelmente tem,
existido. Podemos com tolerável certeza afirmar que o homem teria habitado
a terra há centenas de milhares de anos, mas não podemos asseverar que
ele positivamente não existiu, ou que há alguma boa evidência contra haver
ele existido por um período de dez mil séculos.26
Ainda que esta teoria tenha se tornado comum entre vários teólogos,
não concordo com ela por dois motivos:
A) Os vários métodos que têm sido aplicados para datar o tempo da origem do
homem não são verídicos, como por exemplo:
24
Zacarias de Aguiar Severa. Manual de Teologia Sistemática. Ed.A.D.Santos. p. 168, 169.
25
Lewis Sperry Chafer. Teologia Sistemática. vol. 1e2. Ed. Hagnos. p.548.
26
Charles Hodge. Teologia Sistemática. Ed. Hagnos. p.508.
40
TESE DE ANTROPOLOGIA
* A idade dos esqueletos: Alguns dos esqueletos que foram
achados são esqueletos de outras criaturas e não possuíam as características da
estrutura óssea do homem que conhecemos; portanto este método não é seguro e a
sua datação não serve para o homem.
* As datas que são lançadas com respeito às civilizações que
dizem ser tão antigas e às gerações que dizem ser muitas, nunca foram confirmadas
na íntegra.
B) Quando estudamos detalhadamente a cronologia Bíblica com respeito à origem
do homem, veremos que a origem do homem não antecede aos seis mil anos.
O Dr. Miley escreveu: Os estudantes mais profundos dessa questão
encontram medidas diferentes de tempo, que não variam tão amplamente
como entre os cientistas; [...] Os pontos de vista mais importantes são bem
conhecidos e facilmente afirmados. A origem do homem precedeu o advento
de nosso Senhor em 4.004 anos, como calculado por Usher com base nas
escrituras hebraicas; em 5.411 anos, como calculado por Hales com base na
Septuaginta. Aqui há uma margem de 1.407 anos, que poderia cobrir muitos
fatos da ciência com respeito à presença do homem no mundo, e trazê-los a
harmonia com a cronologia bíblica. A aceitação desse cálculo não exige um
mecanismo astuto. 27
2.3 O propósito da sua criação – Glorificar a Deus.
...a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e
que formei, e fiz. 28
Is. 43:7
Deus criou o homem para Sua própria Glória, para que este O
glorifica-se em toda a sua vida. Quando falamos em glorificar a Deus, o que pode vir
às nossas mentes é a glorificação através do louvor, que é um meio pelo qual nós
adoramos ou glorificamos a Deus; mas o louvor não é o único meio de glorificá-lo.
Em 1 Co. 10:31 diz que devemos fazer “tudo para a glória de Deus”.
Quando olho para esta declaração da Palavra de Deus, vejo que a glorificação
envolve algo muito mais amplo do que o louvor, envolve todo o nosso ser e todo o
27
Lewis Sperry Chafer. Teologia Sistemática. vol.1e2. Ed. Hagnos. p.548.
28
Grifo nosso.
41
TESE DE ANTROPOLOGIA
nosso procedimento. E por Deus ter nos criado para a sua própria glória e desejar
que O glorifiquemos, cabe a nós cumprirmos esta responsabilidade com toda a
alegria e satisfação.
Grundem diz que:
...a atitude normal do cristão é alegrar-se no Senhor e nas lições da vida que
Ele nos dá (Rm. 5:2-3; Fp. 4:4; 1 Ts. 5:16-18; Tg.1:2; 1Pe.1:6,8; et al...)
Quando percebemos que Deus nos criou para glorificá-lo, e quando
passamos a agir a fim de cumprir esse fim, então começamos a
experimentar uma intensidade de alegria no Senhor que antes não
conhecíamos. E quando acrescemos a isto a compreensão de que o próprio
Deus se deleita com a nossa comunhão com ele, nossa alegria se torna
“inexprimível e plena de glória celeste” (1 Pe.1:18; paráfrase ampliada do
autor).29
Um outro aspecto que quero discorrer a respeito do assunto que
estamos tratando, é que a humanidade hoje está completamente fora do propósito
exigido por Deus. Os homens têm deixado de glorificar ou adorar a Deus e passaram
a glorificar outros homens assim como imagens de esculturas, algo que sempre foi e
sempre será abominável aos olhos de Deus. Romanos 1:20-25 diz:
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a
sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por
meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo
conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram
nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.
Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em
semelhança da imagem de homem corruptível, bem com de aves, quadrúpedes e répteis.
Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu
próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em
mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!
Somente Deus merece toda a glória e não existe outro ser que
mereça a glória que só é devida a Ele, pois é o criador de todas as coisas e não
compartilha esta glória com ninguém. Neste sentido, argumenta Champlin: “Por certo
nenhuma imagem pagã, que simboliza um deus que nada representa, pode
apresentar a reivindicação de compartilhar da glória de Yahweh”. 30
29
Wayne Grudem. Teologia Sistemática. Ed. Vida Nova. p.363.
30
R.N. Champlin. O Antigo Testamento Interpretado (versículo por versículo). Ed. Hagnos. p.2.907.
42
TESE DE ANTROPOLOGIA
Isaías 42:8 diz:
Eu sou o Senhor; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a
imagens o meu louvor. 31
Deus por ser o nosso criador, merece toda glória e adoração, isto
deve continuamente incomodar todo nosso ser.
As palavras do apóstolo Paulo são enfáticas a respeito da glória ou
da adoração que Deus deve receber: Porque dele, por meio dele, e para ele são todas as
coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém! – Rm. 11:36.
* A glorificação ou adoração deve ser racional.
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso
corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional – Rm. 12:1.
Não descreverei nesta altura detalhadamente sobre o corpo em si,
pois isto será feito quando for tratar especificamente do assunto – O Corpo. Quero
apenas deixar algumas considerações acerca da palavra corpo neste verso. Creio
que a palavra corpo neste versículo tem um sentido amplo, não apenas o corpo em
si. Paulo escreve tendo em mente todo o ser do homem e toda a ação que este pode
prestar a Deus através do seu corpo. Portanto, se a nossa alma for pura o nosso
corpo será puro e servirá de meio apropriado para glorificarmos a Deus.
* Uma consideração a respeito das palavras “... por sacrifício vivo...”; “... santo...”;
“agradável a Deus...” e “culto racional”.
Ao analisarmos a frase “sacrifício vivo” devemos ter em mente os
sacrifícios que eram realizados no Antigo Testamento. Existiam sacrifícios de várias
31
Bíblia de estudo NVI.
43
TESE DE ANTROPOLOGIA
espécies e ofertas queimadas que tinham como propósito glorificar a Deus; estes
animais e ofertas tinham um caráter todo especial, pois seriam sacrificados a um
Deus Santo. Isto faz ligação com o nosso corpo que deve honrar e glorificar a Deus,
como por exemplo: Da nossa boca não deve sair palavras torpes, os nossos olhos
não devem contemplar aquilo que não agrada a Deus, as nossas mãos devem
cooperar para a obra e ajudar o próximo. Estas ações servem de sacrifício vivo e
glorificam a Deus.
“Santo” – Existem vários imperativos solenes na Palavra de Deus
com respeito a vivermos uma vida santa. Uma característica essencial do sacrifício é
santidade e quando olhamos para o Antigo Testamento, mais especificamente para o
tabernáculo vemos que tudo deveria ser santo. O altar era santíssimo e tudo que o
tocasse deveria ser santo; o lugar onde ficava a arca da aliança se chamava santo
dos santos, e para o sumo sacerdote existia todo um ritual que levava à santidade.
Portanto, a santidade deve ter lugar primordial na adoração ao
Senhor e para que isto aconteça toda a nossa alma (intelecto, emoções e vontade)
deve ser santificada e se santificar gradativamente e assim passaremos a agir de
acordo com a nova natureza.
“Agradável a Deus” – Agradável a Deus é algo que Lhe satisfaz.
Quando se contempla os sacrifícios que eram realizados no Antigo Testamento,
estes para serem aceitos deveriam estar dentro do padrão exigido por Deus. Hoje o
padrão exigido por Deus é: ... importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em
verdade. Jo. 4:24. Se quisermos adorá-Lo agradando-O, devemos adorá-Lo ou
glorificá-lo em espírito e em verdade. Só o fato de sermos criados por Deus, coloca-
nos sob a responsabilidade de agradá-Lo com a nossa adoração. O propósito de
Deus em criar o homem foi justamente este.
A atuação do Espírito Santo no espírito do homem será tratada mais
adiante.
“Culto racional” – Significa que devemos glorificá-Lo com a
participação do coração, da mente e da vontade. Existem dois tipos de adoração:
uma falsa e a outra verdadeira. As três primeiras características citadas abaixo
44
TESE DE ANTROPOLOGIA
fazem parte da falsa adoração, enquanto a quarta característica faz parte da
verdadeira adoração.
A) Adoração ignorante ou irracional – sem saber o que adoram. O exemplo dos
Samaritanos: “vós adorais o que não conheceis” – Jo 4:22.
B) Adoração exterior – apenas aparente. O exemplo dos judeus - Deus não aceitava
a adoração dos judeus porque era hipócrita e aparente (do exterior). A adoração
deve ser de coração, ou seja, do interior.
C) Adoração emocionalista – Produzida por um forte abalo sentimental e que
provoca comoção. É algo momentâneo.
D) Adoração ou glorificação racional – adoração envolvendo o coração à mente e a
vontade.
A raiz da palavra racional vem de origem grega “logos” que também
nos transmite a idéia de conhecimento acerca dos propósitos de Deus. Por isto o
termo racional envolve adorar de acordo com os propósitos de Deus para a adoração
cristã. Para que a adoração seja racional, ela deve se enquadrar às determinações
de Deus, para que o mesmo possa aceitá-la diante Seu Trono de Glória. Este fato
envolve uma adoração conduzida pelo Espírito de Deus sobre o espírito humano,
que por sua vez conduz toda a alma através do coração, mente e vontade a uma
genuína adoração causada pela revelação do Verdadeiro Deus.
2.4 Os ministérios estendidos ao homem na criação.
A Bíblia nos fala de homens que foram consagrados por Deus para
exercerem ministérios específicos como de reis, profetas e sacerdotes. Estes
ministérios eram dados por Deus e aqueles que eram chamados para tais,
precisavam de capacitação especial ou sobrenatural para o exercício dos mesmos.
45
TESE DE ANTROPOLOGIA
Sendo assim, estes ministérios pertencem a Deus, e Ele tem estendido aos homens
da maneira que Lhe apraz. Quando Deus criou Adão e sua mulher Eva, Deus estava
criando toda a raça humana e permitindo que esta participasse dos Seus ministérios.
Estes três ministérios foram dados ao homem (a raça humana) na primeira
dispensação – a dispensação da inocência.
A. Governo
Em Gn. 1:28 temos a seguinte declaração:.
E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e
sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja
pela terra.
Os dizeres deste versículo nos revelam que o homem foi constituído
como governador sobre a terra e sobre todos os seres do mar, dos céus e da terra. O
homem teve o privilégio de participar juntamente com Deus do Seu ministério de
governo. Adão não foi constituído Rei no lugar de Deus, o que temos é um vice-
regente, assim como um mordomo obedecendo as ordens de Seu Criador. Assim o
homem se fez participante deste ministério como governador.
O que temos é Deus O Soberano, dando ordens ao Seu súdito-mordomo,
estabelecendo uma mordomia, ou dispensação. Adão (e nele a raça
humana) foi constituído mordomo de Deus no ministério de Governo. Ele
não foi constituído Rei. Em sujeitar a terra e dominar sobre as criaturas ele
ministrava como "mordomo". Ele devia fazer o que Deus lhe mandasse
fazer; o que Deus lhe proibisse fazer, não fazer. 32
B. Profeta
Outro ministério de Deus estendido ao homem foi o de profeta e este
se dá pelo fato de que Deus se revelou ao homem através da Sua Palavra. Quando
Adão recebeu as ordens de Deus, ele se tornou responsável para transmiti-la a sua
descendência (inclusive a Eva, sua mulher) que apareceria por conseqüência da
ordem que foi dada “... Sede fecundos, multiplicai-vos,...”. Portanto, quando Deus Se
32
Paulo C. Guiley. Dispensação Antiga. IBM. p.11.
46
TESE DE ANTROPOLOGIA
revela ao homem através da Sua Palavra, o homem se torna responsável para
transmiti-la. O receber e o transmitir a Palavra, é ministério profético de Deus ao
homem.
C. Sacerdote.
O último ou o terceiro ministério estendido ao homem, não por
valores hierárquicos, foi o de sacerdote, este ministério se dá ao fato de que o
homem deve adorar o seu Criador na beleza da Santidade - Sl.29:2.
Em Ezequiel 28:14 “Lúcifer” é chamado de o “querubim da guarda”;
este nome nos revela que ele era o detentor do ministério sacerdotal e que
ministrava no santuário de Deus v.18. Lúcifer pecou contra Deus e como
conseqüência perdeu este ministério. Este ministério foi estendido ao homem, assim
o homem passou a ter condição de adorar a Deus.
Gênesis 3:8 diz que eles (Adão e Eva) ouviram a voz do Senhor na viração
do dia33
. Temos aqui uma inferência de que este evento poderia ter ocorrido
diariamente, isto nos revela que o homem tinha comunhão com Deus e adorava a
Deus.
Nestes três ministérios estendidos ao homem Deus exigia fidelidade.
Mas o homem falhou faltando com fidelidade nestes três ministérios.
* O homem falhou no ministério de governo quando ele transferiu a
sua lealdade a Deus, para ser Leal a Satanás em desobediência a Deus e
obediência a Satanás. Como conseqüência desta desobediência o domínio (governo)
sobre este "mundo", ou esta ordem mundial, passou das mãos da raça humana para
as mãos de Satanás – Lc. 4:5, 6; Jo. 14:30; 1Jo.5:19. Uma outra falha do homem
neste ministério de governo foi quando Ninrode estabeleceu o seu próprio governo
indo contra o governo estabelecido por Deus depois do dilúvio, tendo por governante
Noé.
* Adão também falhou no seu ministério de profeta quando
desobedeceu a Palavra de Deus e a transmissão da mesma, acreditando nas
mentiras de Satanás.
33
Grifo nosso.
47
TESE DE ANTROPOLOGIA
* Não foi diferente com respeito ao ministério de Sacerdote. Adão
faltou com fidelidade a Deus, recusando oferecer o sacrifício exigido por Ele.
2.5 O homem criado a imagem e semelhança.
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança;... - Gn. 1:26.
Encontramos nestas primeiras palavras deste verso algo sublime, belo,
maravilhoso, algo totalmente diferente de toda a demais criação.
Deus parou de olhar para o Céu, para as águas, e para a terra, e olhou para
si mesmo: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança;...” (Is. 43:21;Ef.1:12) criando assim o homem... Todas as
demais coisas criadas, mesmo sendo a revelação da Glória e poder de
Deus, foram criadas em direção ao homem (domine ele...), e o homem foi
criado em direção a Deus. 34
2.5.1 Várias teorias.
Em que sentido o homem é a imagem de Deus?
A Bíblia não nos dá explicação do assunto, de modo que através dos
tempos, os teólogos têm se debatido com o que eles chamam de a imago
Dei no homem.
Alguns fizeram a distinção entre “imagem” e “semelhança”.
*Irineu (130-200 d.C.) identificou “imagem” com a razão e a liberdade moral
do homem, e “semelhança” com a retidão original, e ensinou que apenas
esta foi perdida com a queda no pecado. Esta tese de Irineu foi geralmente
sustentada pelos escolásticos, e Tomás de Aquino deu-lhe uma aplicação
dogmática.
*Os reformadores negaram esta distinção entre “imagem” e “semelhança”.
Lutero reconheceu que Gn. 1:26 é um caso de paralelismo hebraico, isto é,
“imagem” e “semelhança” eram sinônimos.
De modo geral os chamados pais da igreja sentiram-se inclinados a crer que
a imagem de Deus no homem residia na alma ou no espírito. Tomás de
Aquino pensou que a imagem encontrava-se no intelecto. Calvino ensinou
que a imagem de Deus estava principalmente no entendimento, ou, no
coração e na alma.
Brunner fala de imagem “formal” para expressar a estrutura essencial do
homem, que não é grandemente afetada pela queda; e a imagem “material”
que foi totalmente perdida pelo pecado. Schleiermacher interpreta a imagem
como o domínio do homem sobre a natureza. A posição reformada é que a
imagem de Deus no homem consiste na racionalidade e competência do
34
Pr. Daniel C.Pauluci. Apostila de Antropologia. IBM. p.12.
48
TESE DE ANTROPOLOGIA
homem, mas que essas realidades foram perdidas e desfiguradas pelo
pecado. Outros consideram que a personalidade é o ingrediente da imagem.
Alguns teólogos modernos estão mais inclinados a ver a imagem de Deus
na pessoa completa do homem, e não numa parte dela apenas. Isto resulta
da ênfase na visão “integral” do ser humano. Assim, a totalidade do homem
deverá ser a imagem de Deus. 35
Como vimos acima, vários teólogos não têm feito separação entre
“imagem” e “semelhança”, como também concorda o autor do livro Manual de
Teologia Sistemática Pr. Zacarias de Aguiar Severa. Com isto caem no erro de
atribuir a “imagem” algumas características da “semelhança” ou vice-versa, tornando-
as assim sinônimas. Algumas destas características são: Individualidade,
racionalidade, espiritualidade, responsabilidade, moralidade, potencialidade e
perpetuidade.
Concordo que algumas destas características fazem parte da
“imagem” e outras da “semelhança”, mas cada uma tendo a sua divisão correta e
própria.
2.5.2 A imagem e Semelhança.
A imagem – Deus criou o homem parecido consigo interiormente e
não fisicamente, pois Deus é espírito e não possuí aparência física (Jo. 4:24);
portanto cai por terra qualquer forma de pensamento que diz que a imagem de Deus
no homem se refere a aparência física.
Deus é triúno; ou seja, um único Deus que subsiste em três pessoas
– Pai, Filho e Espírito Santo – temos aqui a tricotomia divina; sendo assim Deus
olhou para Si mesmo e criou o homem a Sua imagem - tricotomista: Com corpo,
alma e espírito. Esta é a imagem de Deus no homem, algo que é parecido, mas não
igual na sua constituição.
A semelhança – Deus é um Ser pessoal, isto significa que possui as
características de uma pessoa, características estas que não são físicas, mas
35
Zacarias de Azevedo Severa. Manual de Teologia Sistemática. Ed.A.D.Santos. p. 188,189.
49
TESE DE ANTROPOLOGIA
interiores. As características pessoais de Deus são: Intelecto, emoções e Livre-
arbítrio.
A palavra “semelhança” não significa igualdade, mas algo parecido.
Deus então criou o homem um ser pessoal “parecido” consigo, possuindo – Intelecto,
emoções e vontade própria. Esta é a semelhança de Deus no homem.
(Ver esquema 1 – imagem e semelhança página - 112)
2.6 A constituição do homem – Corpo, alma e espírito.
Existem dois pensamentos acerca dos elementos que constituem o
homem: a dicotomia e a tricotomia.
2.6.1 A dicotomia.
De acordo com os dicotomistas, o homem é constituído de duas
partes: o corpo e a alma (ou espírito), sendo o espírito um designativo do mesmo
elemento alma. O corpo é a parte material do homem, a sede e o instrumento do
espírito ou alma. Estes, por sua vez, constituem a parte imaterial do homem. Dizem
que o espírito expressa a alma e que “alma e espírito” são usados paralelamente nas
Escrituras para designar a parte imaterial do homem. Dizem que esta parte
(imaterial) é a que sobrevive e é retirada quando uma pessoa morre, sendo “alma e
espírito” a mesma coisa; como base usam os textos de Eclesiastes 12:7 com 1 Reis
17:19-22. Um outro pensamento dicotomista, é que a palavra “espírito” nas
escrituras está se referindo ao relacionamento do homem com Deus, e que a palavra
“alma” pode ser usada nos mesmos sentidos da palavra espírito; como base usam o
texto de Lc. 1:46,47.
Existem outros textos mais usados pelos dicotomistas como
exemplo: (Gn. 2:7; Jó. 27:8; 32:8; Sl. 41:4; Eclesiastes 12:7; Mt. 10:28;16:26;
Jo.12:27,13:21; 1 Co.5:5, 7:1; Rm.7:15-25).
Argumentos contra a teoria dicotomista.
50
TESE DE ANTROPOLOGIA
A) Esta teoria não trata de um conceito preciso, pois procede dos pensamentos
humanos e não divinos, sendo assim não é digno de crédito. A Bíblia apresenta
claramente a tricotomia humana e jamais associa “espírito e alma” como
elementos idênticos.
B) As palavras “alma e espírito” quando aparecem paralelamente nas Escrituras
estão se referindo a parte imaterial do homem, mas jamais significam a mesma
coisa. Quando a pessoa morre tanto a alma parte como o espírito parte, o
homem continuará apresentando as características de um ser pessoal como
espiritual. Um problema dos dicotomistas dentre muitos é a dificuldade de fazer
a correta separação dos poderes da alma (intelecto, emoções e vontade) das
funções do espírito (intuição, consciência e adoração).
C) Como descrevi acima “alma e espírito” jamais significam a mesma coisa e não
tem a mesma função. Os dicotomistas dizem que a alma assim como o espírito
pode adorar e se relacionar com Deus. É verdade que a nossa alma adora a
Deus, mas não individualmente sem que o espírito a leve à adoração, pois a
adoração é espiritual – Jo. 4:24, a alma se torna o instrumento pessoal para a
revelação de uma verdadeira adoração, que esta para adentrar-se diante de
Deus, precisa iniciar no espírito humano e ser espiritual, ou seja, procede da
revelação do próprio Deus no espírito do homem. Com a queda no pecado a
alma se rebelou, deixando de receber a direção do espírito, passando assim a
obedecer aos impulsos do seu próprio eu, adorando a criatura no lugar do
criador (Rm 1: 20-25), comprovando que alma por si não tem poder ou
condições de se relacionar com Deus, e que qualquer adoração realizada
exclusivamente pela alma, seria apenas uma adoração intelectual e não
chegaria ao trono de Deus. A Dicotomia, precisaria aqui fazer que Deus se
rebaixasse de Sua Santidade e de Suas Determinações, aceitando algo natural,
e terreno. Deus jamais sairá de sua posição, e aqueles que querem se achegar
diante dEle, deverão se enquadrar aos Seus desígnios, para que assim o
ministério do Espírito seja completo em nós, suprindo-nos em nossas
fraquezas.
51
TESE DE ANTROPOLOGIA
2.6.2 A tricotomia.
A doutrina Bíblica da tricotomia afirma que o homem é constituído de
três partes: o corpo que abarca os cinco sensos – ver, ouvir, cheirar, saborear,
tatear; a alma que abarca os três poderes – intelecto, emoções e vontade; e espírito
que abarca as três funções – consciência, intuição e adoração. Portanto, de acordo
com esta verdade Bíblica, o corpo é a parte material do homem; a alma a parte
pessoal; e o espírito a parte espiritual que se relaciona, adora e tem comunhão com
Deus.
A Palavra de Deus nos revela que o homem é constituído de três
partes, ou seja, tricotomista.
* Gênesis 2:7 - Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe
soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.
A Palavra de Deus nos revela por este versículo que o homem foi
criado um ser tricotomista. A expressão “... formou o SENHOR Deus ao homem do pó da
terra...” refere-se ao “corpo” do homem que foi criado do pó da terra, depois a frase “...
lhe soprou nas narinas o fôlego de vida..” mostra que o homem pelo sopro de Deus se
tornou um ser espiritual, passou a possuir “o espírito” e “a alma”.
* 1 Tessalonicenses 5: 23 - O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e
o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo.
O versículo se refere à santificação completa do crente; “... vos
santifique em tudo...”. Olhando deste modo, só poderemos ser santificados “em tudo” se
o nosso corpo, alma e espírito forem conservados íntegros. Em um outro ponto este
versículo faz a distinção entre “alma e espírito” se assim não fosse a Palavra de
Deus através do autor sagrado teria sido somente “vossa alma”
É de suma importância analisar este versículo na sua língua original.
O versículo aparece da seguinte forma:
Auvto.j de, o` qeo.j th/j eivrh,nhj a`gia,sai u`ma/j o`lotelei/j( kai,
o`lo,klhron u`mw/n to. pneu/ma kai, h` yuch, kai, to. sw/ma
52
TESE DE ANTROPOLOGIA
avme,mptwj evn th/| parousi,a| parousi,a tou/ kuri,ou h`mw/n VIhsou/
Cristou/ thrhqei,hÅ
Os três artigos (definidos) definem espírito, alma e corpo como
sendo três partes distintas.
A NVI traduz da seguinte forma:
Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, a
alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. 36
Portanto, chegamos à conclusão por este versículo que o homem é
um ser tricotomista.
* Hebreus 4:12 - Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do
que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e
medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.
Quando analisamos este versículo vemos que as partes espirituais
do homem (alma e espírito) podem ser divididas. As partes do corpo aqui são “juntas
e medulas”.
A separação das partes (espiritual e material) neste versículo é clara
e aplicada ao homem, pois a Palavra de Deus tem poder para penetrar até a divisão
da alma do espírito e do corpo. O espírito e a alma podem ser divididos, pois
possuem funções diferentes, sendo assim fica mais uma vez provado que o homem
é um ser tricotomista.
* O tabernáculo apresenta a tricotomia humana.
Ainda com o objetivo de provar que o homem é um ser tricotômico,
usarei uma tipologia do Velho Testamento que também apresenta uma figura muito
clara da tricotomia humana – o tabernáculo.
36
Bíblia NVI. Ed. Vida. p. 1565.
53
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  • 1. TESE DE ANTROPOLOGIA MÁRCIO BARROSO DOS SANTOS TRINDADE. Desenvolvimento da tese de Antropologia Bíblica. A doutrina do homem. Marilândia do Sul 2005 1 Instituto Bíblico Maranata
  • 2. TESE DE ANTROPOLOGIA MÁRCIO BARROSO DOS SANTOS TRINDADE. Desenvolvimento da tese de Antropologia Bíblica. A doutrina do homem. Dissertação apresentada ao Curso de Bacharel em Teologia, do Instituto Bíblico Maranata de Marilândia do Sul, como requisito parcial à obtenção do título de Pastor. Orientador: Prof. Pr. Daniel Camargo Pauluci. Marilândia do Sul 2005 2
  • 3. TESE DE ANTROPOLOGIA MÁRCIO BARROSO DOS SANTOS TRINDADE. Desenvolvimento da tese de Antropologia Bíblica. A doutrina do homem. COMISSÃO EXAMINADORA. ________________________________________ Pr. Artêmio Langue Pauluci Instituto Bíblico Maranata ________________________________________ Pr. Daniel Camargo Pauluci Instituto Bíblico Maranata _______________________________________ Pr. Ricardo C. Pereira. Igreja Batista Regular em Cubatão. . Marilândia do Sul, de 2005. 3
  • 4. TESE DE ANTROPOLOGIA DEDICÁTORIA Dedico esta tese à: Minha querida e amada esposa que se dedicou ao máximo nos afazeres do lar e no cuidado das nossas filhas, proporcionando-me um maior tempo no preparo desta obra. Primeira Igreja Batista Regular em Cubatão, onde conheci os caminhos do Senhor, e que me apoiou nos momentos mais difíceis da minha vida. A minha querida família pelo incentivo e apoio; em especial: ao Doutor e professor José Barroso dos Santos e a professora Marinete Martins dos Santos; meus amados avós. 4
  • 5. TESE DE ANTROPOLOGIA AGRADECIMENTO Ao meu Deus que me deu forças físicas e me capacitou espiritualmente para que esta obra fosse realizada. A Ele seja a honra e a glória; amém e amém! Ao Professor e Pastor Daniel C. Pauluci, que se dedicou ao máximo no desenvolvimento da matéria de Antropologia em sala de aula, assim como, sem medir nenhum esforço colaborou na correção teológica desta obra. Ao Pastor Jaiderson e a Professora Alexandra pelo apoio durante todo o meu curso e pela disposição em corrigir a ortografia desta obra. A todos os meus Professores, em especial ao Pastor Artémio L. Pauluci pela dedicação e fidelidade no ensino da Palavra de Deus. A minha amada esposa que muito me incentivou. Aos meus familiares, que me apoiaram e me incentivaram. A minha amada igreja que me sustentou e me ajudou durante todo o meu curso. A todos que me ajudaram direta ou indiretamente. 5
  • 6. TESE DE ANTROPOLOGIA BARROSO, Márcio B.S. Trindade. Pesquisa sobre: Antropologia Bíblica a doutrina do homem 2005. 115 p. Dissertação (Bacharel em Teologia) – Tese de Antropologia Bíblica Instituto Bíblico Maranata. RESUMO A Antropologia Bíblica mostra a criação do homem do ponto de vista Bíblico. Como parte da teologia sistemática a Antropologia Bíblica é o tema central desta tese. Devemos saber que o homem é um projeto de Deus e não uma evolução, e sendo assim Deus tem um propósito todo especial para a humanidade. Portanto, esta obra tem como objetivo esclarecer este plano e trazer conhecimento sobre tudo que envolve a Antropologia Bíblica. Dentro deste trabalho esta incluído assuntos como: Evolução e criação, criacionismo Bíblico, o propósito da criação do homem, os seus ministérios, a imagem e semelhança, espírito, alma e corpo, a tentação do homem, etc. Estes e outros assuntos tratados neste trabalho estão incluídos dentro da doutrina da Antropologia Bíblica. Todo o conteúdo deste trabalho está embasado na Bíblia que é a Palavra de Deus; portanto, tem autoridade divina e infalível. Palavras chaves: Antropologia Bíblica; o homem é um projeto de Deus e não da evolução. 6
  • 7. TESE DE ANTROPOLOGIA SUMÁRIO Introdução 15 1. Evolução e Criação 16 1.1 A evolução 16 1.1.1 A evolução como filosofia. 16 1.1.2 A evolução como mecanismo descritivo 17 1.1.3 A evolução Teista 19 1.2 A criação 22 1.2.1 Como foi criado 24 1.2.2 Documentos favoráveis a criação 26 1.2.2.1 O dilúvio 27 1.2.2.2 A arqueologia 32 1.2.2.3 A geografia e história (Geologia) 34 2 A criação do homem 37 2.1 Sua origem segundo a Bíblia 38 2.2 O tempo da sua criação 40 2.3 O propósito da sua criação – Glorificar a Deus 41 2.4 Os ministérios estendidos ao homem na criação 46 2.5O homem criado a imagem e semelhança 48 2.5.1 Varias teorias 48 2.5.2 A imagem e semelhança 49 2.6 A constituição do homem – Corpo, alma e espírito 50 2.6.1 A dicotomia 50 2.6.2 A tricotomia 52 2.6.3 O corpo 55 2.6.3.1 Antes da queda 60 2.6.3.2 Depois da queda 62 2.6.4 A alma 63 2.6.4.1 A sua origem 64 2.6.4.2 Antes da queda 66 2.6.4.3 Depois da queda 67 7
  • 8. TESE DE ANTROPOLOGIA 2.6.4.4 A natureza adâmica 68 2.6.5.5 O intelecto 69 2.6.5.5.1 Inteligência 71 2.6.5.5.2 Sabedoria 72 2.6.5.6 Emoções 74 2.6.5.7 Vontade e livre-arbítrio 76 2.7 O espírito 84 2.7.1 Antes da queda 85 2.7.2 Depois da queda 86 2.7.3 A nova natureza 87 2.7.4 A intuição 88 2.7.5 A consciência 89 2.7.6 A adoração 91 3 A provação e a tentação do homem 93 3.1 A necessidade da prova 94 3.2 O tentador 95 3.3 A tentação 96 4 A queda do homem e as suas conseqüências 98 4.1A sua realidade 98 4.2 Porque Deus permitiu 99 4.3 As suas conseqüências 100 4.3.1 O relacionamento com Deus foi afetado 100 4.3.2 O próprio homem foi afetado 101 5 O estado eterno do homem 103 5.1 Do homem condenado: o lago de fogo 103 5.1.1 A natureza do sofrimento 105 5.1.2 O corpo de sofrimento 106 5.2 Do homem salvo: o céu 106 5.2.1 Sua vida após a morte 107 5.2.2 O corpo glorificado 108 Conclusão 110 8
  • 9. TESE DE ANTROPOLOGIA LISTA DE FIGURAS. Figura 1 – Imagem e semelhança 112 Figura 2 – A tipologia do tabernáculo e a tricotomia humana 113 9
  • 10. TESE DE ANTROPOLOGIA LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Gn. Gênesis. Ex. Êxodo. Lv. Levítico. Nm. Números. Dt. Deuteronômio. Js. Josué. Jz. Juizes. Rt. Rute. 1 Sm. 1 Samuel. 2 Sm. 2 Samuel. 1 Rs. 1 Reis. 2 Rs. 2 Reis. 1 Cr. 1 Crônicas. 2 Cr. 2 Crônicas. Ed. Esdras. Ne. Neemias. Et. Ester. Jó Jó. Sl. Salmos. Pv. Provérbios. Ec. Eclesiastes. Ct. Cânticos dos Cânticos. Is. Isaias. Jr. Jeremias. Lm. Lamentações de Jeremias. Ez. Ezequiel. Dn. Daniel. Os. Oséias. Jl. Joel. 10
  • 11. TESE DE ANTROPOLOGIA Am. Amós. Ob. Obadias. Jn. Jonas. Mq. Miquéias. Na. Naum. Hc. Habacuque. Sf. Sofonias. Ag. Ageu. Zc. Zacarias. Ml. Malaquias. Mt. Mateus. Mc. Marcos. Lc. Lucas. Jo. João. At. Atos. Rm. Romanos. 1 Co. 1 Coríntios. 2 Co. 2 Coríntios. Gl. Gálatas. Ef. Efésios. Fp. Filipenses. Cl. Colossences. 1 Ts. 1 Tessalonicenses. 2 Ts. 2 Tessalonicenses. 1 Tm. 1 Timóteo. 2 Tm. 2 Timóteo. Tt. Tito. Fm. Filemom. Hb. Hebreus. Tg. Tiago. 1 Pe. 1 Pedro. 2 Pe. 2 Pedro. 11
  • 12. TESE DE ANTROPOLOGIA 1 Jo. 1 João. 2 Jo. 2 João. 3 Jo. 3 João. Jd. Judas. Ap. Apocalipse. a.C. Antes de Cristo. I.B.M Instituto Bíblico Maranata. N.V.I Nova versão internacional. [...] Indica as supressões dos textos. p. Página ou páginas. Vol. Volume. Ed. Editora. 12
  • 13. TESE DE ANTROPOLOGIA PREFÁCIO Muito me alegra prefaciar uma obra de real valor e necessidade em meio a um ambiente hostil de teologias amorfas, onde se encontra de tudo com pouco, ou melhor, com nenhum valor. Onde temas centrais à vida de um cristão, seminarista, pastores e teólogos têm sido deixados de lado, por falta de um paradigma que norteie os ensinos bíblicos, apresentados em nível superior da mente de um mundo secularizado e intelectualizado, onde muitas definições existem, mas pouco se pode crer nelas. A Antropologia Bíblica serve de bússola, para aqueles que querem enfrentar este mundo hostilizado por filosofias errôneas, falsa ciência e mística teologia, a fim de ensinar um verdadeiro caminho bíblico, trazendo luz a tantos que vivem enganados, por não saberem que estão sendo enganados e outros por não conhecerem o certo, como também fortalecer àqueles que já conhecem o certo e querem aumentar seu cabedal de conhecimento desta área Antropológica, se tornando ainda mais preparados para educar, debater e enfrentar o mundo do conhecimento. Contemplo em tal obra mais um esforço do autor para suprir a pouca literatura que aborda esse tema, escrita de forma concisa e clara ao mundo evangélico, se tornando assim um rico material para: pastores, seminaristas, estudantes, professores e outros mais. Iniciando esta obra o autor nos conduz a uma rápida contestação entre o Evolucionismo e o Criacionismo, e a partir de então ao tratado da magna criação de Deus – O homem, e assim desdobra-lo desde sua criação, momentos de inocência e queda no pecado, até sua formação e as implicações da mesma; de sua condição espiritual ao seu estado eterno; de sua condenação à sua salvação. A Antropologia Bíblica encanta aos Teólogos pelo seu ambiente central nas Escrituras, e por não bastar esse local, o próprio Deus, a Segunda pessoa da Trindade, resolveu encarnar-se, enriquecendo assim toda a Antropologia Bíblica fazendo um elo entre o divino e o humano; entre o homem e Deus; entre a condenação e a justificação. Sem a Antropologia não entenderíamos a encarnação, 13
  • 14. TESE DE ANTROPOLOGIA sem a encarnação não teríamos a justificação e a salvação, sem a salvação todo homem seria irremediavelmente condenado e para sempre separado de Deus. Reconheço a árdua dedicação do autor Márcio Barroso dos Santos Trindade na defesa deste Trabalho de Conclusão de Curso - Bacharel em Teologia, não temendo os obstáculos, enfrentando as lutas e conquistando o alvo, colocando em nossas mãos orgulhosamente o fruto do seu penoso trabalho. Muito nos honrou principalmente por acompanhá-lo no vislumbrar e adentrar em conhecer tal doutrina, por poder participar como seu mestre neste grande tesouro de sua vida – O VERDADEIRO CONHECIMENTO. Que esta obra sirva para enriquecer o conhecimento do leitor fazendo-o ainda mais ousado na defesa da fé do verdadeiro Cristianismo. Deleite-se. Pr. Daniel Camargo Pauluci 14
  • 15. TESE DE ANTROPOLOGIA Introdução à Antropologia Bíblica. A palavra antropologia vem do grego antropos, homem; do grego logia, estudo ou discurso racional. É um estudo sistemático do aparecimento, estrutura e realizações culturais do ser humano. A antropologia no estudo secular tem como base o estudo do homem totalmente separado das revelações Bíblicas. Qualquer argumento com respeito ao homem tem um cunho evolucionista, deixando totalmente de lado a verdadeira essência do homem, os valores espirituais, assim como o seu futuro destino. O assunto que será desenvolvido neste trabalho não terá como base a antropologia secular e sim a Antropologia Bíblica, que em teologia sistemática trata do estudo sistemático do homem dentro do ponto de vista Bíblico. A base da Antropologia Bíblica é chamar a atenção para o relacionamento do homem com o seu Criador. O salmista no Salmo 8:4 faz a seguinte pergunta: Quem é o homem? Ou melhor, Quem sou eu? Esta tem sido uma pergunta feita por milhares de pessoas regeneradas. E por não considerarem o elemento mais importante da criação do homem: que é um ser criado a imagem e semelhança de Deus para ter um relacionamento perfeito com Ele; não tem conseguido uma resposta satisfatória para a sua pergunta. A Antropologia Bíblica busca responder esta e outras perguntas como: Como o homem foi criado? O que é imagem e semelhança?Qual o destino final do homem? etc. A Antropologia Bíblica é a base para estas respostas. O meu desejo é que ao final desta obra, estas e outras perguntas sejam respondidas, e que todos tenham um entendimento correto da Antropologia Bíblica. 15
  • 16. TESE DE ANTROPOLOGIA 1. Evolução e Criação. Quando tratamos deste assunto, temos em mente duas linhas de pensamentos que tem como objetivo esclarecerem o principio de todas as coisas; sendo uma verdadeira (o criacionismo que envolve a fé Cristã) e a outra falsa (a evolução). 1.1 A evolução. Devemos ter em mente que o termo evolução, é uma palavra usada com diversos sentidos dentro desta área, visto que a teoria da evolução se ramifica em diversas linhas; para tratarmos das diferenças entre a evolução e o criacionismo bíblico, é preciso fazer a distinção entre estas linhas da evolução. São três as mais difundidas. 1.1.1 Evolução como filosofia. Este conceito da evolução tenta mostrar que o universo físico - e dando mais ênfase ao biológico - tem um desenvolvimento próprio a partir da matéria bruta, cuja sua origem é desconhecida, podendo considerar uma existência eterna sem um começo. Dentro deste conceito, é eliminado qualquer ação ou intervenção de um Deus todo poderoso e pessoal. Toda a questão é regida por leis imutáveis e tudo acontece por acaso; não há um propósito para a vida e a existência. Quando se trata do homem, diz que deve agir como um fim em si próprio; ele é quem determina as suas leis e a ninguém deve prestar conta, a não ser a sociedade humana. Nem todas estas posições foram aceitas por Charles Darwin em sua obra clássica a origem das espécies. No entanto ele não defenderia hoje uma posição do ateísmo persistente, própria da evolução filosófica, pois acreditava num Deus Criador como logicamente necessário para explicar a existência anterior da matéria bruta original, a partir da qual surgiram as formas primitivas de vida. 1 1 Gleason Archer. Enciclopédia de temas bíblicos. Editora Vida. p. 50. 16
  • 17. TESE DE ANTROPOLOGIA Concordo com alguns estudiosos do assunto, que seria mais certo chamar Darwin de Teísta em vez de Ateísta, mesmo que alguns que não crêem na existência de Deus, tenham adotado o seu sistema. O ateísmo persistente é um sistema fracassado, e incapaz de defender-se de uma maneira lógica. Dizemos com isto que, se toda esta matéria que vemos e conhecemos, tivesse sido formada ou associada por mero acaso sem a intervenção e direção de um Deus Superior, acabaremos concordando que o cérebro humano assim como as suas moléculas são produtos do mero acaso, e até mesmo os pensamentos dos homens, idealismos, etc, também procedem por acaso. O ateu por não acreditar em um Deus Criador, crendo que todas as coisas surgiram do acaso, ele anula o seu próprio entendimento e poder de argumentação, visto que as próprias moléculas do seu cérebro foram associadas por mero acaso. Dizem que não existem absolutos, mas ao mesmo tempo afirmam um absolutismo, pois apelam para um ponto de vista que para ser confirmado depende de um ser Superior. 1.1.2 Evolução como mecanismo descritivo. Quando se trata da evolução como mecanismo descritivo, temos em mente o processo da evolução pelo qual as espécies inferiores desenvolvem-se atingindo uma espécie superior. Os adeptos deste conceito da evolução afirmam que elas se desenvolvem por uma força interna, sem a ação de uma externa. Nas escolas seculares são apresentadas algumas espécies que evoluíram de um estado inferior para um superior, assim como em museus e revistas evolucionistas, tentando mostrar que isto deu certo nos seres humanos desde os tempos mais antigos. Dentro deste ponto de vista da evolução as espécies surgiram incompletas, inacabadas, imperfeitas, inferiores, menores e menos desenvolvidas que as similares atuais, sem órgãos, funções, sistemas e instintos que caracterizam seus correspondentes atuais, ou então, esses órgãos estariam desconectados e funcionando parcialmente. Mas esta teoria apresentada não é verdadeira, pois, podemos fazer uma comparação com os processos que acontecem em nossos dias, por exemplo: Se olharmos o processo de industrialização, veremos que um automóvel construído 17
  • 18. TESE DE ANTROPOLOGIA a tempos atrás e que chegou aos nossos dias vindo de etapa em etapa, foi desenvolvido desde o mais remoto até o mais luxuoso. Tendo em mente este exemplo e sabendo que houve um desenvolvimento, ficaríamos conscientes de que houve alguém trabalhando para que isto acontecesse. Quero usar ainda como exemplo, as diversas raças de cães, que são trabalhadas em laboratórios com objetivo de alcançar uma raça de melhor capacidade para segurança doméstica, adestramento policial, etc. Algumas obtiveram êxito e alcançaram uma superioridade, mas isto não significa evolução – O Criador fez e deu capacidade para os homens agirem de tal forma. Para que uma espécie evolua para uma superior, deve existir um elo - chamado “elo faltante” - que faça esta transição, da espécie inferior para a superior. Em uma pesquisa mais apurada levou os estudiosos a concordarem que não existem estes “Elos”, vejamos as seguintes citações: Austin H. Clark diz: “Se tivermos que aceitar os fatos, devemos acreditar que jamais existiram os chamados [seres] intermediários ou em outras palavras, que estes grupos maiores mantiveram entre si o mesmo relacionamento que possuem hoje”. 2 De modo semelhante, G.C. Simpson conclui que cada uma das 32 ordens de mamíferos apareceu derrepente nos registros paleontológicos. “Os membros mais primitivos e mais antigos de cada espécie tinham já as suas características básicas, e nenhum caso se conhece de uma seqüência contínua aproximada que partiu de uma espécie para outra”. 3 Devido a estas pesquisas e por uma variedade de razões, esta forma de evolução veio perdendo a sua força. Outras observações têm sido realizadas para provar também a fraqueza desta teoria, Vejamos: A mais antiga forma de vida, segundo a evolução, são as algas cianofícias, (vegetais aquáticos de cor azulada). Elas surgiram "perfeitas". Aqui o evolucionismo se perde totalmente, pois é incapaz de explicar como a abelha aprendeu a fazer favos matematicamente perfeitos. Estudos declaram que a mais antiga abelha encontrada em âmbar de New Jersey (que teria 80 milhões de anos), era "avançada e pouco difere das abelhas que vivem hoje". 2 Gleason Archer. Enciclopédia de temas bíblicos. Ed. Vida. p.50 3 Gleason Archer. Enciclopédia de temas bíblicos. Ed. Vida. p.50 18
  • 19. TESE DE ANTROPOLOGIA É também um mistério para a evolução o tamanho dos vegetais e animais fósseis, as espécies fósseis comparadas com as equivalentes atuais, ao contrário do que imaginava Darwin, são maiores, mais desenvolvidos e superiores aos atuais. 4 O grau de variações dentro de uma mesma espécie é impossível, possibilitando o surgimento de espécies diferentes ou superiores. Pode haver variedade de espécies, não novas espécies. 1.1.3 Evolução Teísta. Esta linha da evolução concebe a existência de Deus como Criador de todas as substâncias materiais do universo; diz que a matéria não era eterna, mas foi criada por Deus do nada, e é controlada no seu desenvolvimento segundo o plano que o Senhor determinou. Este conceito da evolução é o que mais se assemelha ao criacionismo bíblico, por isto é exigido muito conhecimento bíblico por parte daqueles que o estudam. Alguns podem dizer que esta linha da evolução pode harmonizar-se com Gênesis um, mas para mim quando se trata da obra criadora de Deus, obra esta que é única, devemos analisar os fatos com o máximo de cuidado, porque poderemos cair no erro de entrarmos em um conceito teísta ou semiteísta de um Deus que criou todas as coisas, tendo-o programado antecipadamente como se faz com um computador, e depois se retirou para ficar observando o seu funcionamento automático. Este Deus não é o “Ser Soberano” o “Eu Sou” (Ex.3:14) que se preocupa com suas criaturas, o Deus de quem se espera a salvação. Uma outra alternativa de uma evolução teística é que há lugar para a oração e para o relacionamento dos seres humanos e o Criador; tal evolução teística concebe Deus como o que determina a ascensão das espécies biológicas, mediante certo tipo de mecanismo evolutivo, cujo dinamismo e direção encontra-se em si mesma. Muitos teístas, não aceitam Adão e Eva como indivíduos literais, históricos, criados, mas concebem que o homo sapiens se desenvolveu gradualmente de um hominídeo sub humano para depois, finamente, desenvolver 4 Comentários de: Prof. Roberto Cezar de Azevedo. 19
  • 20. TESE DE ANTROPOLOGIA uma consciência de Deus, momento este sabe lá quando o homem macaco se tornou Adão. Um fato não se pode negar atualmente: os evolucionistas não se deram por vencidos, ainda procuram o "Elo perdido”. Parece brincadeira de criança, que homens respeitáveis no mundo das ciências tenham concebido tamanho disparate. Recentemente foi lançado um livro intitulado "A morte de Adão" o qual salienta a opinião amplamente prevalente nos círculos intelectuais de que o modo como o livro de Gênesis narra a origem do homem foi totalmente repudiado pela ciência moderna. Em lugar de Adão, dizem que nossos ancestrais têm nomes como PITHECANTHROPUS, AUSTRALOPITHECUS. É de se observar que os manuais universitários e de estudantes do 2º grau proclamam por toda parte que a evolução é um fato da história e que todas as pessoas instruídas devem aceitar como verdadeira. Essa propaganda é tão opressiva que não respeita nossos lares. Os "inocentes" desenhos animados da televisão são agentes evolucionistas desagregadores; precisamos ensinar o criacionismo aos nossos filhos e opor resistência torna-se extremamente difícil. Mas é bom salientar que os grandes cientistas da atualidade são criacionistas. Qualquer pessoa, despida de quaisquer preconceitos ao examinar as evidências factuais, vê um quadro totalmente diferente do apregoado pelos evolucionistas. O relato bíblico da criação do homem não foi desacreditado de forma nenhuma. FOI SIMPLESMENTE REJEITADO! A teoria da evolução nunca foi comprovada. FOI SIMPLESMENTE ACEITA! A ciência legítima só pode lidar com os processos atuais e assim, NADA pode dizer acerca das origens. No que se refere à origem do homem, não existe nenhum tipo de evidência real que desaprove a revelação bíblica de que Adão foi o primeiro ser humano, sendo formado por Deus com matéria química do solo, mas também foi criado imagem e semelhança de Deus. Todas as raças, do "homem pré-histórico" ao "homem da pedra-lascada" são indistintamente descendentes de Adão. Os achados fósseis, os prováveis macacos-homens são frutos de mentes preconceituosas. A famosa macaca-mulher Lucy, achada no Quênia e o homem de Neanderthal eram simplesmente seres humanos, foi uma falácia!5 Toda esta teoria não passa de falsificações enganosas de cientistas que querem provar e tirar a glória do único Deus soberano, incutindo esta impossível teoria da evolução na mente das pessoas. Isto se confirma quando o Dr. Alfred McCann publicou o seu importante livro, “God-Or Gorilla” (Deus-Ou Gorila), de 344 páginas de pesquisas sobre as falsificações, que serviram de base para tentar provar os supostos elos entre o macaco e o homem, e com isto desprezando os relatos da criação narrados no livro de Gênesis capítulos 1e 2. 5 Comentários de: Dorival veraz de Carvalho. 20
  • 21. TESE DE ANTROPOLOGIA Tratei até aqui sobre três aspectos concernentes a teoria da evolução, e é possível combatê-los através da Bíblia. Quero apresentar alguns aspectos bíblicos que vão contra a teoria da evolução e seus conceitos: A) O método em que o homem foi criado. * A Bíblia declara que o homem foi criado do pó da terra – Gn. 2:7; 3:19; 18:27; Jó.10:9; Sl.104:14,etc. Não de vidas já existentes como seria o caso da evolução que diz que o homem veio do macaco. * A Bíblia também declara na primeira epístola de Paulo aos Coríntios que “Nem toda a carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra, a dos animais, outra, a das aves, e a outra, a dos peixes”. – I Coríntios 15:39. Isto nos mostra que não existem os famosos “elos perdidos” e que o homem não veio do macaco quanto menos de um peixe. B) O estado original do homem. De acordo com a Bíblia o homem foi criado santo e justo, caiu desse estado, trazendo o pecado ao mundo – Gn. 1:27; Rm.5:12-21. Mas na evolução não existe lugar para um estado original santo do homem, nem para a entrada do pecado através de uma queda. C) O começo da raça humana. Pela Bíblia a raça humana começou por Adão; pela evolução o homem teria surgido em diversas partes da terra e simultaneamente. D) A permanência das espécies. Todas as espécies foram criadas como elas são, e sua procriação seria segundo “a sua espécie”. Isto nega a fábula evolucionária da transmissão superior das espécies. 21
  • 22. TESE DE ANTROPOLOGIA 1.2 A criação. Creio que já fizemos a seguinte pergunta: “Que importância tem para nós esta questão do criacionismo”? A resposta a esta pergunta implica em muitos assuntos importantes da nossa vida, como por exemplo, a criação dos animais, vegetais, assim como a criação do homem e a sua eternidade. Para melhor conhecermos o assunto, temos de recorrer à história. Em 1925 os evolucionistas reivindicaram o direito de ensinar a teoria da evolução nas escolas públicas dos Estados Unidos da América. De princípio parecia que queriam apenas apresentar as suas teorias, mas logo depois começou ser proibido o ensino do criacionismo; infelizmente o mundo hoje adota e sempre adotou o secularismo como padrão, por isto é que vários “ismos” tem se tornado padrão para o mundo. E o propósito de Satanás é que a Palavra de Deus seja anulada, “se a Bíblia não é verdadeira, ela não é inspirada, se não é inspirada não é a Palavra de Deus, então não é preciso crer nela. Assim, conceitos fundamentais como A CRIAÇÃO, arrependimento, salvação e o próprio Deus ficam desacreditados”. Ao longo da história o evolucionismo cresceu muito e criacionistas tem se tornado evolucionistas. E Infelizmente a crença de Deus como o Criador de todas as coisas se afastou dos homens. Portanto, é necessário considerarmos a criação dentro do ponto de vista bíblico. A Bíblia nos faz a seguinte declaração no livro de Gênesis: “No princípio, criou Deus os céus e a terra.” Gn. 1:1. Neste verso temos a declaração de que Deus criou os céus e a terra, portanto há um apoio para o criacionismo bíblico. Antes de prosseguir, quero aqui definir o que é criacionismo bíblico. Criacionismo é um termo adotado por aqueles que são opostos à teoria da evolução. Este grupo considera a evolução uma fábula que vai contra os relatos bíblicos da criação. Willian Bell Ryley (1861-1947) foi o fundamentalista responsável pela oposição ao evolucionismo. Quando analisamos os relatos da criação, devemos ter em mente que estão escritos da forma que Deus criou. Por exemplo, a luz e as trevas são descritas antes do sol e das estrelas, mas isto não significa uma desordem 22
  • 23. TESE DE ANTROPOLOGIA cronológica. O texto não nos fala quando Deus criou, nem se quer o tempo que Ele gastou, mas nos deixa claro que Deus criou todas as coisas. O versículo acima diz: “No principio, criou Deus...” Principio este que as nossas mentes limitadas não podem alcançar, concordo com a seguinte citação: “O fato é ‘ NO PRINCIPIO CRIOU DEUS’. Um principio que não sabemos onde e muito menos quando, mas podemos crer. Crendo com a mesma segurança que Deus existe. Não podendo assim crer e nem aceitar que este princípio seja fruto do acaso, pois “Deus não joga dados com o universo”, mas sim o toca com amor e atenção especial; Deus criou. 6 Toda aceitação da criação de Deus procede de uma confiança no Deus que criou todas as coisas. A Bíblia nos diz: “Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela Palavra de Deus; e de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê” – Hb. 11:3. Romanos 1:20 diz: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas 7 . Tais homens são, por isso, indesculpáveis”; A palavra – poiemasin no original – que aparece neste versículo como coisas que foram criadas ou mais literalmente “coisas feitas”, significa algo que é fabricado, um produto, um projeto realizado por um artesão, e enfatiza Deus como o projetista mestre e o universo como sua criação. Quero ainda embasar os meus pensamentos com Provérbios 8:30 que diz: Então, eu estava com ele e era seu arquiteto, dia após dia, eu era as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo; Temos neste versículo a sabedoria personificada, sabedoria esta que foi o princípio da revelação criadora de Deus. Aqui o termo arquiteto ressalta a perícia de Deus demonstrada na criação. Portanto, creio que a criação de Deus não é uma teoria como a teoria do acaso que não pode ser provada, mas é algo real que surgiu diretamente do 6 Pr. Daniel C. Pauluci. Apostila de Antropologia. I.B.M. p.2 7 Grifo nosso. 23
  • 24. TESE DE ANTROPOLOGIA Único Deus todo poderoso. A Bíblia nos declara “No princípio, criou Deus...” e isto deve ser aceito pela fé. 1.2.1 Como foi criado. Deus nos deixou relatos da sua criação – na Bíblia e na arqueologia, mas tem havido grandes confusões acerca de como tudo foi criado. É bom deixar claro que a Bíblia é exata naquilo que relata; o motivo de grandes confusões é uma má interpretação dos textos bíblicos. Entre Gn. 1:1 e 1:2, há um intervalo de tempo indeterminado, momento este que a criação original foi afetada por uma catástrofe universal que esta relacionada com a queda de Lúcifer. Como resultado a terra “tornou-se” (melhor tradução para palavra “estava”) sem forma e vazia, um caos. A partir do versículo três, Deus começou a sua obra de recriação da terra; neste processo de recriação, o Espírito Santo de Deus pairava sobre a face das águas. Ele operava sobre a expansão dos mares como “ruach” (hebraico) que significa “vento hálito” seu sopro produzia energia e vida criadora – Jó. 33:4; Sl. 104:30. O ato de pairar não significa uma coisa inerte, mas que se movia e preservava como algo vivo e enérgico. Os primeiros quatro dias da criação (da segunda ordem mundial) não foram necessariamente dias de vinte quatro horas e sim períodos de tempo, enquanto a partir do quarto dia, pelo relato bíblico foram períodos específicos de vinte quatro horas. A Bíblia não declara a duração de cada dia e nem quando Deus criou, e a grande verdade é que o termo “dia” no hebraico é “yôm” e pode ter vários significados: A) Período de iluminação natural (em contraste com o período de escuridão). B) Período de vinte e quaro horas; C) Idéia geral e indefinida de tempo; D) Um instante no tempo; E) O período de um ano (caso que a palavra aparece no plural; 1 Sm. 27:7; Ex. 13:10, etc.).8 8 R.Laird Harris, Gleason L. Archer, Jr. Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Ed.Vida Nova. p. 852. 24
  • 25. TESE DE ANTROPOLOGIA Para reforçar a defesa desta teoria, recentes descobertas confirmam a ordem do relato de Gênesis. Segue abaixo a ordem da criação (da segunda ordem mundial) de acordo com a Bíblia. Algumas considerações: A palavra Deus está no plural, e o verbo está no singular (no hebraico há três números: singular, dual e plural); assim a natureza de Deus é revelada nas primeiras palavras de Gênesis: uma Trindade (um só Deus subsistindo em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo). Portanto, houve participação das três pessoas nesta obra, obra esta que foi realizada pela Soberania de Deus. A) Sabedoria – Foi a primeira a ser criada (revelada) de acordo com Pv. 8:22-31; B) Céus – A terra estava coberta com águas e Deus as separou transformando em vapor, este espaço entre águas e águas Deus chamou céus, que pode significar extensão e firmamento – Gn. 1:6. C) Anjos – Os anjos já existiam e louvavam a Deus quando o Senhor estava fazendo a terra – Jó. 38:4-7. D) Água – A terra foi tirada da água. Logicamente a água foi criada antes da terra – 2 Pe. 3:5. E) Terra - pó – Primeiro se fez o pó da terra – “Ele ainda não havia feito a terra [...] nem o pó com o qual formou o mundo” – Pv. 8:269 , a terra já criada ( v.1), chegou a ser “sem forma e vazia” (v.2) mas não fora criada assim – Is. 45:18. A terra foi uma das coisas criadas no princípio. F) Trevas/ luz – Criou as trevas e a luz – Gn. 1:2-3; Is. 45:7. G) Plantas – Criou ervas e árvores frutíferas com sementes – Gn. 1:11-12. H) Sistema solar – Foi no quarto dia – Gn. 1:14-16. I) Seres viventes – Seres viventes com alma existente – Gn. 1:20,21,24,25. 9 Bíblia de estudo NVI. Ed. Vida. p. 1066. 25
  • 26. TESE DE ANTROPOLOGIA J) O homem – feito no sexto dia – Gn. 1:26-2. O homem foi criado, não evoluído de um ser inferior durante muitos milênios. Isto é declarado aqui e embasado por Cristo em – Mt. 19:4; Mr. 19: 6. Tudo que Deus criou e da forma que foi criado, foi perfeitamente como deveria ser, pois tudo que Deus fez e ainda faz é perfeito, bom e com propósito. Nesta criação definiram-se vários propósitos de Deus, eis alguns deles: A) Foi para Sua glória conforme alguns textos declaram – Sl. 19:1; Is. 43:7, 61:3; Lc. 2:14. B) Para a satisfação de Sua vontade – Ap.4:11. C) Para a honra de Jesus Cristo, Seu Filho – Cl. 1:16. Todas as coisas criadas por Deus, foram realizadas por Sua vontade e não por alguma dívida que possuísse com a humanidade, pois até mesmo a humanidade foi criada por Deus, para Si mesmo, e pela Sua Livre vontade de fazê-lo e no final da ordem criadora. 1.2.2 Documentos favoráveis à criação. A Bíblia em uma de suas aplicações cientificas nos serve como base para as nossas considerações e diretrizes a documentos científicos comprobatórios da Criação como uma Obra de Deus. Entre tantos documentos científicos existentes serão abordados os três principais favoráveis à criação de Deus. 26
  • 27. TESE DE ANTROPOLOGIA 1.2.2.1 O Dilúvio. Infelizmente, em toda a história e ainda hoje, existe muita incredulidade a respeito do dilúvio em água e da narração encontrada em Gênesis, mas podemos observar a sua importância e realidade nas páginas das Escrituras Sagradas – Gn. 6:8-8:14; Mt. 24:38-39; 2 Pe.3:5-7; 2:5-10. Jean Flori e Henri Rasolofomasoandro fazem a seguinte declaração: “A realidade do dilúvio e seu alcance mundial eram considerados como verdades fundamentais, tanto por Jesus, como pela igreja primitiva”. 10 * A Etimologia da palavra dilúvio. "Dilúvio" em Português deriva do Latim diluvium, diluvii, e também dilúvio, diluvionis, derivam diretamente do verbo dilúvio, diluviare, "inundar", "alagar". Os dois substantivos, conforme os dicionaristas se referem ao "dilúvio universal", ou "dilúvio de Noé", e são cognatos de diluvies, diluviei, "inundação", "enchente", "dilúvio", "cataclismo". Os três substantivos considerados, e o verbo, têm a mesma raiz do verbo diluo, diluere, "desfazer", "delir", "gastar", "lavar", "tirar lavando", "diluir", "afogar", "apagar", "riscar", "enfraquecer", "diminuir". Este verbo diluo, diluere é forma composta do verbo luo, luere, "lavar", "banhar", "regar", "purificar, apagar, desviar, com expiações", "pagar", "satisfazer", "remir", "resgatar", "expiar", "sofrer". Na realidade existem três verbos luo, luere, de origem e significado distintos. O primeiro tem o sentido de "sujar", "enlamear", e permaneceu no substantivo lues, luis, "corrupção do ar", "enfermidade contagiosa", "peste", "flagelo", "calamidade", e, na forma composta, no verbo polluo, polluere, "molhar", "umedecer (sujando)", "poluir", "corromper", "macular", "profanar". O segundo tem o sentido de "lavar", já considerado inicialmente, estreitamente ligado aos verbos lavo, lavare, e lavo, lavere, ambos com o sentido de "lavar", "banhar", "purificar", curiosamente tendo como forma derivada pollubrum, "bacia destinada às cerimônias de purificação", proveniente de um outro verbo polluo, polluere com o sentido de "purificar", caído em desuso provavelmente pela confusão com o homônimo anteriormente citado. Derivado deste segundo verbo é também o substantivo lustrum, que designa uma cerimônia pública de purificação realizada de cinco em cinco anos em Roma (em Português, "lustrar" é "purificar com água lustral") de onde também a sua acepção de "intervalo de cinco anos", ou "lustro". O terceiro tem o sentido de "desligar", "desobrigar", "pagar", "cumprir", "isentar", "absolver", e liga-se ao verbo solvo solvere, "dissolver", "desunir", "desunir as partes de um composto", "apagar (um crime)", "eximir (de uma dívida)", "pôr termo a", "destruir", também derivado de luo, luere com a adição do prefixo se (transformado em so pela influência do v da sílaba seguinte). São compostos de solvo, solvere os verbos absolvo, absolvere, "desatar", "desprender", "resgatar", "remir" (e o advérbio absolute, 10 Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed. Editorial Safeliz. p. 232. 27
  • 28. TESE DE ANTROPOLOGIA "absolutamente", "perfeitamente"); dissolvo, dissolvere, "dissolver", "desfazer", "desfazer uma acusação", "destruir", (e o substantivo dissolutio, dissolutionis, "dissolução", "ruína", "aniquilamento"), resolvo, resolvere, "resolver", "deslindar", "dissolver", "reduzir a liquido", "dissipar" (e o substantivo resolutio, resolutionis, "decomposição", "dissolução geral", "fim do mundo)". Este apanhado da etimologia da palavra "dilúvio", envolvendo suas raízes, compostos e derivados, apresenta um quadro bastante ilustrativo dos vários aspectos envolvidos no episódio do dilúvio universal relatado no livro de Gênesis – no plano físico, inundação cataclísmica, flagelo, calamidade, destruindo, afogando, desfazendo, desunindo os próprios continentes, trazendo o fim de um mundo que ainda guardava bastante de sua perfeição original; e no plano moral, algo como uma cerimônia pública de purificação, pondo termo a uma situação de dissolução geral, apagando o passado, expiando, purificando, resgatando a humanidade e levando-a novamente ao padrão moral anterior à degradação generalizada dos dias que antecederam essa intervenção miraculosa de Deus em nosso planeta. 11 Somente pela a etimologia da palavra dilúvio e dos acontecimentos ocorridos nós temos uma prova de um mundo criado por Deus, que devido ao pecado foi destruído por meio das águas do dilúvio – Gn. 6,7. * O dilúvio em águas foi universal. Pelo relato de Gênesis 7 e 8 nós percebemos uma inundação universal e não local, o nível da água cobriu os picos mais altos. Gênesis 7:19 diz: Prevaleceram as águas excessivamente sobre a terra e cobriram todos os altos montes que havia debaixo do céu. No versículo vinte do mesmo capítulo tem a declaração de que o nível da água subiu quinze côvados acima dos montes (que é igual a sete metros). Se a água cobriu até mesmo o monte Ararat, onde a arca pousou, a água subiu mais de seis mil metros, sendo assim cobriria toda a superfície da terra. Então temos que concluir que o dilúvio em águas foi universal e não local; caso contrário o relato bíblico está errado. 11 Comentários de: Prof. Roberto Azevedo. 28
  • 29. TESE DE ANTROPOLOGIA Champlin nos dá alguns argumentos em prol do dilúvio universal. A) A linguagem dos capítulos sexto a nono de Gênesis refere-se a um dilúvio de dimensões universais. Todos os picos dos montes foram cobertos pelas águas, tendo havido a destruição absoluta de todos os seres vivos terrestres, excetuando-se os que estavam na arca (e, naturalmente, excetuando-se a vida marinha em geral). B) A universalidade das narrativas sobre o dilúvio mostra que o dilúvio chegou a todos os lugares. C) Há uma distribuição mundial dos depósitos aluviais do dilúvio. D) Houve a súbita extinção de mamutes peludos do Alasca e da Sibéria, na hipótese de que eles foram mortos afogados, e não por congelamento. E) A diminuição das espécies animais. Poucas espécies restam agora, em comparação com o que se via na antiguidade. Isto supõe que Noé não abrigou na arca todas as espécies possíveis, mas apenas as representativas de cada espécie; ou então que muitas destas espécies se extinguiram após terem sido soltas da arca. 12 Existem ainda outras razões que nos provam que o dilúvio foi universal. Com o pecado da raça humana naquela época, pecado este que afetou todos os homens na face da terra (Gn. 6:5-7), Deus então castigaria a todos através das águas do dilúvio, mas para que isto fosse possível era necessário que o dilúvio fosse universal e não local. Estudando cuidadosamente a estrutura em que a arca foi feita, veremos que esta estrutura foi feita para suportar um dilúvio universal e não local, caso contrário não precisaria de uma estrutura como foi a da arca. Uma outra coisa que devemos observar, é que a ordem de Deus para Noé foi para que ele fizesse entrar na arca um casal de cada espécie, se o dilúvio fosse local isto não era necessário, pois em outros locais ainda haveria animais da mesma espécie. Antes do dilúvio existiam as várias formas de vida que são reveladas no texto de Gn. 1:20-23. Creio que existiam até mesmo os dinossauros que foram extintos por ocasião do dilúvio. Também temos referências na Bíblia de animais ou monstros que não sabemos realmente como eram – Jó. 3:8. Portanto, estas formas de vida que foram extintas pelo dilúvio universal provam o criacionismo. 12 R.N. Champlin. O Antigo Testamento Interpretado (versículo por versículo). vol. 1. Ed. Hagnos. P.66. 29
  • 30. TESE DE ANTROPOLOGIA * O dilúvio universal e os fósseis: uma prova da criação. Os arqueólogos têm achado fósseis de animais da era quaternária estraçalhados, evidenciando um acontecimento de alta violência como foi o dilúvio; estes foram achados nas regiões da Europa e da América do Norte. E nas fendas de algumas montanhas foram achados esqueletos incompletos de animais, que foram colocados ali com muita violência pelas águas do dilúvio. Um dos lugares que foram achados estes esqueletos entre as fendas das montanhas foi em Odessa, perto do mar Negro; na ilha de Quitera, ao largo do Peloponeso; na ilha de Malta, na rocha de Gibraltar e até nas fontes de Ágata, no Nebraska. E ainda Temos registros de fósseis de peixes, corais e conchas que foram achados petrificados no topo das montanhas de grande altitude. Estima-se que haja aproximadamente cinco milhões de mamutes congelados na Sibéria (foram encontradas manadas de mamutes mortos em países não-polares, mas estavam fossilizados, pois não havia gelo para preservá-los). Nas proximidades dos mamutes encontraram-se também diversos outros animais congelados, tais como rinocerontes e esquilos, ovelhas e camelos, tigres e leões, além de um bezerro, um bisão, um cavalo e um lince, muitos com carne preservada. Em cavernas na França foram descobertas gravuras que representam a caça a esta raça extinta de elefantes. Alguns são descobertos em condições excepcionais de conservação. Foram mortos tão subitamente que são encontrados feijões, flores, grama verde e outros alimentos ainda não digeridos em seus estômagos e bocas. Muitos são encontrados em pé, na posição vertical (o mamute Berezovka, que foi encontrado em pé, estava com a pélvis, uma clavícula, e uma perna esmagada, mas não apresentava sinais de agonia, o que indica que seu corpo foi submetido a elevadas pressões após a morte). Houve casos em que cães famintos atacaram e comeram pedaços de alguns deles antes que os cientistas chegassem. O que teria causado a morte súbita e o congelamento de tantos mamutes? Por causa das gravuras com cenas de caça, alguns cientistas levantaram a hipótese de que eles haviam sido dizimados pelo homem. No entanto os mesmos cientistas dizem que eles viveram há diversos milênios, e estimam que nessa época talvez não houvesse mais do que 30.000 pessoas no mundo. Ou seja, não havia homens suficientes para matar sequer os mamutes da Sibéria. Levantou-se outra hipótese para sua morte súbita: teriam morrido em resultado de acidentes. Considere o caso de Dima um bebê-mamute que foi encontrado em uma montanha da Sibéria em 1977, e hoje encontra-se preservado no Museu do Instituto de Zoologia da Academia de Ciências da Rússia. Apesar de ter o lado esquerdo do seu tronco achatado (sofreu forte compressão na região após sua morte), Dima é um exemplar bem conservado, com pele, órgãos, músculos e ossos preservados, e seu DNA já foi estudado. Submetido à datação radiométrica, apresentou resultados curiosos: "Uma parte de Dima foi datada como possuindo 40.000 [anos], outra parte 26.000, e havia madeira 'imediatamente em torno do corpo' [congelada junto a ele] datando de 9-10.000 [anos]" (Troy L. Pewe, Quaternary Stratigraphic Nomenclature in Unglaciated Central Alaska, Geological Survey Professional Paper 862; U.S. 30
  • 31. TESE DE ANTROPOLOGIA Gov. printing office, 1975, p. 30). Note que especialistas russos que dataram mamutes (utilizando técnicas modernas: filtraram o colágeno dos ossos e mediram o radiocarbono com um contador de cintilação de líquidos) registraram que o C14 indica uma data de até 4.000 A.P. (Anterior ao Presente), segundo informações da revista científica americana Radiocarbon (Volume 37, Número 1, 1995, pp. 1-6. Department of Geosciences, The University of Arizona). Vale a pena conhecer o que o especialista Mitzi Perdue escreveu a respeito de Dima: "Há quase 40.000 anos aconteceu uma pequena tragédia. Um bebê mamute de um ano abaixou seu tronco para beber a água de um riacho gelado, desequilibrou-se e caiu na água. Incapaz de sair da água, o jovem afundou. Isso aconteceu na Sibéria, e a água e a lama mole logo congelaram sobre o mamute azarado. Seu corpo foi encapsulado em gelo fóssil e não foi visto novamente até 1977" (citado em www.nandotimes.com, 30/11/1999). Pode imaginar milhões de mamutes se desequilibrando e caindo na água por acidente? Sabia-se que, como no caso de outros mamutes, Dima havia morrido por afogamento. Encontrou-se barro, lama e partículas de cascalho no seu trato digestivo e sistema respiratório (traquéia, brônquios e pulmões). Os mamutes não são animais preparados para a vida em ambientes glaciais (nem tampouco os animais e plantas encontrados nas proximidades dos mamutes). O exame revelou que, exatamente como as outras raças de elefantes, não possuem glândulas excretoras de óleo, presentes em todos os mamíferos que vivem no Ártico. Um mamute tem aproximadamente o mesmo tamanho e peso das outras raças de elefantes; por isso, precisa de muito alimento: um elefante consome cerca de 150 kg de alimento por dia, e gasta dezesseis horas por dia fazendo isso. O mamute de Adams, um macho descoberto na Sibéria em 1799, era tão gordo que sua barriga chegava até abaixo dos joelhos. Como os cinco milhões de mamutes poderiam se alimentar na Sibéria? Alimento abundante requer no mínimo um clima temperado (muito mais quente do que o atual na região). Entre os alimentos encontrados no sistema digestivo dos mamutes, há pedaços de flores, o que indica que não morreram em uma estação fria (as evidências sugerem o final do verão ou o início do outono). Evidentemente o clima mudou muito rapidamente. Os mamutes e rinocerontes precisaram ser congelados imediatamente após sua morte, ou sua carne não teria sido preservada (quando o animal não é aberto, o processo de decomposição ocorre mesmo em ambientes glaciais, pois a inércia térmica do interior do organismo é suficiente para permitir a ação das enzimas e da atividade microbiana). Foram enterrados no gelo, a salvo dos predadores (incluindo pássaros e insetos). Há diversos outros "cemitérios de animais" em todo o mundo que dão evidência de um cataclismo que destruiu subitamente quantidades imensas de seres vivos. Fósseis de animais isolados, evidentemente são comuns, mas foram encontrados também diversos leitos com grandes quantidades de animais que vivem em comunidades, colônias e rebanhos, especialmente os que se ajuntam em manadas em situação de perigo. O Dr. Henry M. Morris expõe: "Há grandes leitos de restos de mamíferos fósseis (e.g.: os leitos de elefantes na Sibéria, os leitos de hipopótamos na Sicília, etc.), grandes leitos de anfíbios (e.g.: as grandes quantidades de anfíbios extintos nos leitos Permianos do Texas, [nos] Estados Unidos, etc.), leitos tremendamente grandes de plantas fósseis (e.g.: os estratos de carvão), e assim por diante. Praticamente todas as espécies de organismos que vivem hoje no mundo também foram encontradas no mundo fóssil, freqüentemente na forma de cemitérios fósseis contendo grande número de exemplares”. 31
  • 32. TESE DE ANTROPOLOGIA Todos os cientistas admitem que o petróleo seja matéria orgânica. A maioria dos geólogos acredita que os leitos de petróleo resultam do sepultamento de milhões de animais mortos. E eles teriam de ter morrido ao mesmo tempo, pois caso contrário, a decomposição de seus corpos se integraria ao ciclo ecológico comum, e não formaria petróleo (por esta razão, não existe petróleo sendo formado atualmente). Mesmo que falássemos de animais marinhos ou de quaisquer outros seres vivos, o fato é que a morte rápida de milhões deles já caracteriza um cataclismo. E incontáveis milhões de barris de petróleo têm sido extraídos da terra durante os últimos cem anos. 13 Os diversos fósseis que foram achados, sendo estes fósseis de peixes, corais e conchas e todos eles petrificados, assim como de mamutes, rinocerontes, esquilos, ovelhas, camelos, tigres, leões, além de um bezerro, um bisão, um cavalo e um lince, foram achados congelados, e muitos com vegetais ainda na barriga e na boca, com sua carne preservada, e que viveram antes do dilúvio, nos dão provas de um dilúvio universal e também da criação de Deus. Criação esta que não evoluiu de espécie para espécie, mas que permaneceu como era desde a sua origem. 1.2.2.2 A arqueologia. A arqueologia tem sido um instrumento valioso que tem ajudado a provar que os relatos da criação são verdadeiros. Todos nós sabemos que a história relatada nos capítulos um a onze de Gênesis, registra os primórdios da humanidade e que o seu trâmite foi no vale dos rios Tigre e Eufrates, história esta que tem sido comprovada pelas descobertas arqueológicas. Os arqueólogos descobriram as tábuas da criação, que proporcionou a recuperação de uma grande parte de documentos da antiga Mesopotâmia, preservados em caracteres em forma de cunha que são bem próprios da linguagem babilônica-assírica; estavam escritos em tábuas de barro e foi uma descoberta valiosa para a arqueologia. A região do vale babilônico-assírico tem sido um cemitério de antigas civilizações; com o desejo de escavar estas regiões de culturas esquecidas, o conhecimento da história Bíblica tem sido possível. A região que foi o berço da humanidade tem sido um dos lugares mais dramáticos da superfície 13 Lucian Benigno. Biblical @ archacologist.com. O dilúvio. 32
  • 33. TESE DE ANTROPOLOGIA terrestre devido às escavações. Com a possível decifração dos caracteres em forma de cunha, tem se descoberto um grande paralelo com os registros encontrados na Bíblia e cada vez mais, a veracidade da Bíblia tem sido comprovada. * Foram descobertas em Nínive, na biblioteca de Assurbanipal, as primeiras tábuas da criação, assim como pequenos fragmentos de tábuas que eram conhecidas pelos babilônicos e assírios como a grande epopéia da criação, contendo relação com os primeiros capítulos de Gênesis. Estas tábuas eram de barro e continham mais ou menos mil linhas. * Foram achadas outras partes das tábuas da criação. E com isto a epopéia quase foi totalmente restaurada, faltando apenas uma parte que está na tábua v. * Estas tábuas são posteriores ao século sete antes de Cristo, mas foram compostas nos dias de Hamurábi (1728-1676 a.C.). Um dos propósitos destas tábuas, era mostrar a superioridade da Babilônia sobre as outras cidades do país. Estas tábuas são literaturas dos Semitas Babilônicos, mas tudo indica que foram compostas em épocas muito mais remotas, talvez quatro mil antes de Cristo, por serem baseadas nas tradições dos Sumérios que entraram no sul da Babilônia em épocas remotas e aperfeiçoaram-se na escrita em forma de cunha. Os babilônios foram herdeiros da cultura dos Sumérios. Outras descobertas têm sido feitas pela arqueologia que provam o criacionismo, como por exemplo, a localização do jardim do Éden onde Deus colocou o homem e trouxe a ele os animais criados para que desse nome a cada um deles, lugar onde aconteceu a tentação e a queda. A Bíblia nos fala em Gn. 2:10-14 que o jardim do Éden estava localizado em um lugar nas regiões dos rios Tigre e Eufrates. Mais provável na terça parte mais para o oriente do Crescente Fértil. 14 E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços. 14 Grifo nosso. 33
  • 34. TESE DE ANTROPOLOGIA O primeiro chama-se Pisom; é o que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro. O ouro dessa terra é bom; também se encontram lá o bdélio e a pedra de ônix. O segundo rio chama-se Giom; é o que circunda a terra de Cuxe. O nome do terceiro rio é Tigre; é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto é o Eufrates. O livro de Gênesis nos fala do principio da raça humana no mesmo lugar que arqueologia tem demonstrado ser o berço da civilização; W.F.Albright diz: Desta forma a pesquisa arqueológica tem estabelecido, sem sombra de dúvida, que não há centro de civilização, na terra, que possa nem de longe competir, em antiguidade e atividade, com a bacia do Mediterrâneo Oriental e a região imediatamente ao leste dela – O Crescente Fértil. 15 Portanto, a arqueologia tem feito descobertas que provam que os relatos do livro de Gênesis são verdadeiros. Como conseqüência os relatos da criação também são verdadeiros. 1.2.2.3 A Geografia e história (Geologia). Na verdade é perfeitamente possível correlacionar a cronologia Bíblica, referente ao período do dilúvio, à própria geocronologia. Deve ser lembrado, no entanto, que após Noé ter saído da arca, a superfície da Terra ainda se encontrava sob os efeitos secundários do dilúvio, em um processo gradual de estabilização. Nesse período pós-dilúvio, os fenômenos geológicos se manifestaram. Um dos fenômenos geológicos que se manifestou por ocasião do dilúvio foi a divisão dos continentes. Cientificamente e Biblicamente a divisão dos continentes tem sido provada, por isto quero me deter um pouco dentro desta área da geologia – a divisão dos continentes. Apresentarei o assunto cientificamente e depois Biblicamente. Geralmente se atribui essa teoria a Wegener, mas na realidade ela havia sido postulada em 1658 pelo francês Pacet, embora tivesse depois caído no 15 Merril F. Unger. Arqueologia do Velho Testamento. Ed. Batista Regular. p.17,18. / Grifo nosso. 34
  • 35. TESE DE ANTROPOLOGIA esquecimento até princípios do século XX, quando então foi resgatada pelo norte-americano Taylor (1910). Entretanto, foi o geofísico alemão Alfred Wegener (1912) quem melhor soube apresentar esta sedutora teoria. 16 * A divisão dos continentes de acordo com Wegener. A tese de Wegener pode ser resumida da maneira seguinte: A crosta terrestre compunha-se inicialmente de uma camada flutuante de SIAL (silício e alumínio) em equilíbrio isostático sobre o SIMA (silício e magnésio). Essa crosta, ao resfriar-se, retraiu-se formando na era Paleozóica um agregado único, ou seja, um continente primitivo único (em alemão: Urkontinent) cercado também por um oceano único. Esse continente teria estado situado na região polar, e pelo efeito principalmente da força centrífuga, essa massa continental ter-se-ia fracionada em partes menores. Em seu percurso em direção ao equador, as massas resultantes ao fracionamento teriam formado os atuais continentes. Além disso, o movimento dessas massas continentais flutuantes explicaria a formação de montanhas como os Andes e as Montanhas Rochosas. A resistência oposta pelo SIMA ao movimento migratório do SIAL foi a causa da compressão, levantamento e dobramento das “proas” dos continentes em sua marcha inexorável. Em seu conjunto, a tese parece ser coerente. A idéia seduzia pela sua simplicidade genial. Ainda mais, tinha o mérito de explicar um grande número de fenômenos mediante uma causa única. A forma atual dos continentes, a incrível correspondência de formas entre a América do Sul e a África, a presença de montanhas nas bordas dos continentes, a correspondência de fauna e flora em um mesmo nível na África, América do Sul e Austrália, tudo isto passava a ser justificado de imediato pela genial teoria de Wegener. 17 Esta teoria teve os seus altos e baixos, foi sendo defendida e reprovada por alguns. Por ser reprovada ela perdeu a sua força, mas novos fatos científicos surgiram a favor desta teoria. Quero apresentar estes fatos de acordo com a obra “Em Busca das Origens”. Os estudos oceanográficos haviam demonstrado a existência de verdadeiras cadeias montanhosas no fundo dos oceanos, especialmente no Atlântico. Em 1963 a idéia da deriva novamente veio à tona e reconquistou adeptos. A grande mudança de atitudes teve lugar em 1968, com a publicação, nas melhores revistas cientificas britânicas e norte-americanas, de toda uma série de trabalhos que iriam devolver o prestígio à teoria, com ligeiras modificações. 16 Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed.Editorial Safeliz. p.63. 17 Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed.Editorial Safeliz. p.64. 35
  • 36. TESE DE ANTROPOLOGIA Assim, Hurley (abril de 1968) expunha claramente a existência, no fundo dos oceanos, de falhas e “cristas” que pareciam ser formadas de materiais “recentes”, provenientes das profundezas. Novamente comparando as camadas geológicas “concordantes” do Brasil e do Golfo da Guiné, ele chegava a conclusão de que eram contemporâneas. Renascia a idéia de que os continentes como imensas “balsas”, teriam podido deslizar da astenosfera. Não mais como balsas “à vela”, impelidas por forças externas, mas sim transportados pelas correntes magmáticas. A nova teoria da expansão do fundo oceânico (Sea Floor Spreading) não deixou de encontrar posteriormente novas confirmações. Os estudos de paleomagnetismo vieram a confirmar esta tese, revelando que, de ambos os lados das “cristas”, os materiais simétricos eram do mesmo período, pois haviam “registrado” as mesmas características do campo magnético. Esta era a prova de que o fundo dos oceanos foi criado na região da crista, e de que a matéria surgida das profundezas da Terra elevou-se separando progressivamente ambos os lados da crista. Só faltava descobrir o motor deste movimento da matéria, o que foi feito voltando-se à direita das correntes de convecção (semelhante às da água que se aquece em uma panela), que deveriam ter afetado as massas plásticas do manto (a astenosfera). Por razão ainda parcialmente desconhecida (gradiente de temperatura?), pensa-se que essas massas plásticas ter-se-iam movimentado com velocidade muito baixa, e sua elevação teria produzido as cristas oceânicas, de onde se derramaram para ambos os lados das cristas. Assim o fundo do oceano se encontraria em continua formação, com rochas relativamente jovens nas proximidades das dorsais oceânicas, e outras rochas progressivamente mais antigas, afastando-se da dorsal em ambos os lados. Esta expansão de matéria teria ocasionado a separação das “balsas” continentais. A evidência que sugere a expansão do fundo oceânico constitui o argumento mais poderoso a favor da chamada tectônica de placas, como é denominada essa teoria. Cabe, pois, novamente imaginar a litosfera (crosta e manto superior rígido) formada por placas continentais de 50 a 100 km de espessura, movendo-se com relação às outras, separadas entre si por fraturas em cujo interior as matérias provenientes das profundezas se esparge, repelindo simetricamente as “balsas” continentais. Desta forma, embora com novas roupagens, foi ressuscitada a teoria de Wegener, agora com a denominação de Tectônica de placas. Assim, renasceu também a hipótese de um continente único. Certamente ainda está longe de uma certeza absoluta sobre está questão, o que é conveniente sublinhar antes de finalizarmos. O geólogo australiano Snelling escreveu: “A maioria dos geólogos aceita hoje entusiasticamente a teoria da deriva dos continentes. Há, entretanto, componentes pesquisadores no campo das ciências da terra, que não aceitam”. Em qualquer caso, essa noção conta com amplo respaldo. As tentativas de explicar essas questões geológicas têm de ter isso em conta. E, de qualquer maneira, isso nos terá proporcionado uma lição muito positiva, ao nos recordar que no campo das ciências não se deve sepultar prematuramente nenhuma idéia, pondo-nos também de sobre aviso perante a sedução que exerce uma teoria unitária que pretende explicar tudo. 36
  • 37. TESE DE ANTROPOLOGIA A teoria transformista, tanto quanto a teoria de Wegener, é uma dessas teses monumentais que seduzem por sua harmonia, e que nos induzem a deixar de verificar minuciosamente seus fundamentos perante um edifício aparentemente tão importante. 18 Na Bíblia, temos uma referência que diz que a terra se dividiu Gn. 10:25. A Héber nasceram dois filhos: um teve por nome Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra; e o nome de seu irmão foi Joctã. Temos um breve relato neste verso se referindo a Pelegue e a divisão da terra. Um dos significados do nome Pelegue é “divisão”, e isto ocorre porque algo deste cunho aconteceu na sua época. Esta divisão é a que chamo de: “a divisão dos continentes”, momento este em que a terra se dividiu, é importante notarmos que não existe nenhuma citação de genealogia depois da frase “... em seus dias se repartiu a terra...” e isto ocorre porque a divisão ou a repartição aqui citada foi uma divisão de terras e não de povos. Quero encerrar os meus pensamentos a respeito deste assunto (geologia) dizendo que novas descobertas nos campos da geologia e da meteorologia começam, assim, a trazer importantes contribuições para a concordância dos estudos científicos a respeito dos eventos ocorridos nos primórdios da história da Terra, com a revelação contida na Bíblia. 2. A criação do homem. Algumas perguntas podem ser feitas a respeito da criação do homem. Como exemplo: Quem criou o homem? Que é o homem? Qual o propósito da sua criação? Quais os seus ministérios? O que significa “imagem e semelhança”? O homem é um ser tricotomista ou dicotomista? Por que e como Deus permitiu a queda do homem? 18 Jean Flori, Henri Rasolofomasoandro. Em busca das origens. Ed.Editorial Safeliz. p.66,67,69. 37
  • 38. TESE DE ANTROPOLOGIA Muitos religiosos, cientistas e até mesmo teólogos têm dado várias respostas complicadas e sem nexo a estas perguntas que podem ser respondidas facilmente à luz da Bíblia. Tendo isto em mente, discorrerei agora sobre os vários aspectos concernentes a criação do homem, e estas perguntas serão respondidas de acordo com o que eu creio ser Bíblico. 2.1 Sua origem segundo a Bíblia. “Também disse Deus: Façamos o homem...” Gn. 1:26. “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”. Gn. 2:7. O relato da criação do homem se encontra basicamente em dois textos, ainda que possa ser embasado por outros textos bíblicos. Estes dois textos são: Gn. 1:26,27 ; 2:7,21-23. O homem veio a existir por um ato criativo da parte de Deus e como descrevi anteriormente, as três pessoas da Trindade estavam envolvidas neste ato, pois o versículo diz: “Façamos o homem...” (o verbo fazer aparece no plural indicando a ação das três pessoas), e quando olhamos para este versículo, vemos que as três pessoas da Trindade concordaram plenamente com a criação do homem. * Uma consideração da palavra “homem” de acordo com Strong – Gn. 1:26. Homem, adan; Homem, raça humana, Adão (o primeiro homem), a humanidade em geral. Adan é traduzido como Adão (o substantivo próprio) cerca de vinte vezes no AT, e como homem mais de quinhentas vezes. Quando se refere a toda raça humana, a Bíblia com freqüência usa a contrução b’nay adan, os filhos de Adão. Assim como homem no português, adan no seu sentido geral nada tem haver com sexo masculino, mas com enquanto ser humano. Por exemplo, em uma ocasião adan refere-se exclusivamente a mulheres! (Nm. 31:15). Adan provavelmente esteja relacionado com o verbo adon, ser vermelho, referindo-se a coloração avermelhada da constituição do ser humano. Adamah, “solo” ou “chão”, também pode derivar-se deste verbo. Desta forma, Gn. 2:7 afirma: “E formou o Senhor Deus o adan do pó da adamah. Paulo vê Adão como homem terreno em 1 Co. 15:47. Adan é um dos quatro principais termos hebraicos para “homem” usados na Bíblia.19 19 Bíblia de estudo Plenitude. Ed. Sociedade Bíblica do Brasil. p.5. 38
  • 39. TESE DE ANTROPOLOGIA A criação do homem foi um ato direto das mãos de Deus; sendo assim o método que Deus usou para criar o homem, não foi o mesmo que Ele usou para a criação dos animais e dos vegetais; estes foram criados indiretamente por uma palavra de ordem, a Bíblia assim nos declara: “Produza a terra...” Gn. 1:11,24, “Produzam as águas...” Gn.1:20, . Mas no caso do homem a declaração foi direta: “Façamos o homem...”; “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra...” Gn. 1:26; Gn.2:7. O homem não foi produzido pela terra e nem pela água; com isto não estou indo contra o relato bíblico que diz que Deus formou o homem do pó da terra, também não estou dizendo que na composição do homem não exista água. Mas que o Próprio Criador formou o homem do “pó da terra” 20 de uma maneira direta através do “Seu toque” 21 , e sem qualquer outra intervenção; por ser um ato direto de Deus, o homem foi criado perfeito e sem pecado, e o Espírito de Deus habitava no espírito do homem e os dois (homem e Deus) tinham uma perfeita comunhão; sendo assim o homem criado, e sem pecado podia olhar para o alto, conhecer e adorar este Deus que lhe criou. Por ser criado diretamente por Deus, o homem é a coroa da Sua criação, algo maravilhoso. Erickson faz a seguinte declaração: Apesar de criaturas, somos as mais elevadas dentre elas, as únicas feitas à imagem de Deus. Não somos simples produtos acidentais de um mecanismo cego nem um subproduto ou refugos lançados fora no processo de fazer algo melhor. Somos um produto expressamente desejado por Deus. Ás vezes, os cristãos sentem necessidade de minimizar a habilidade e as realizações dos homens a fim de dar maior glória a Deus. É certo que precisamos colocar as realizações humanas no devido lugar em relação a Deus. Mas não é necessário proteger Deus contra a competição da sua criatura mais elevada. A grandeza humana pode glorificar ainda mais a Deus. Os homens são grandes, mas o que os torna grandes é o fato de Deus os ter criado. O nome Stradivarius fala da qualidade de um violino; seu fabricante foi o melhor. Mesmo quando admiramos o instrumento, estamos admirando muito mais o talento do seu fabricante. A respeito dos homens, pode-se dizer que foram feitos pelo melhor e mais sábio de todos os seres, Deus. Um Deus capaz de fazer uma criatura tão maravilhosa é de fato um grande Deus. 22 Reconheçam que o Senhor é o nosso Deus. Ele nos fez e somos dele... Sl. 100:3. 23 20 Grifo nosso. 21 Grifo nosso. 22 Millard J. Erickson. Introdução à Teologia Sistemática. Ed. Vida Nova. P.213,214. 23 Bíblia de Estudo NVI. Ed. Vida. p. 986.991. 39
  • 40. TESE DE ANTROPOLOGIA 2.2 O tempo da sua criação. Alguns geólogos, antropólogos e vários teólogos, têm dado ao homem milhares de anos de existência e por não ser o que a Bíblia diz, esta teoria deve ser bem estudada e combatida, para que a verdade da Palavra de Deus não seja deturpada. Vejamos o que diz esta teoria: Os geólogos e antropólogos acharam os ossos do homem de Neandertal de 100 anos atrás, e falam do homo sapiens que teria dado origem ao homem moderno há cerca de 30 mil anos. Outros ossos são muitos mais antigos, como os do homo faber e do homo erectus (estes de 250 mil anos). Uma possibilidade é que a descrição de Gênesis 4 tenha omitido algumas gerações, e assim aquela civilização é mais antiga do que a soma daqueles anos. Muito tempo pode ter passado, com muitas gerações entre Adão e Caim. O mesmo pode ter acontecido com Adão no jardim do Éden. Talvez o tempo de Adão possa ser estendido até 30 mil anos atrás, e Caim e Abel dentro de 10 mil anos. 24 Com relação ao tempo da origem do homem, vários grupos de cientistas estão em constantes desafios: o historiador com sua preocupação pelos fatos relativos aos povos e nações primitivos, com a distinção entre raças e a possibilidade de uma origem comum; o filólogo como seu problema da origem da língua à luz de suas formas variadas presentes; o arqueólogo e o geólogo com a evidência que oferecem para a antiguidade do homem. O que esses homens asseveram a respeito da idade da família humana varia em tal grau que todas as alegações da infalibilidade ficam destruídas. O desacordo entre as autoridades não possui a tendência de gerar crença ou de estabelecer uma data confiável. Uma afirmação geral surge, a qual alega que o homem viveu muito mais sobre a terra do que a data de 4004 a.C., avaliada pelo Arcebispo Usher.25 ”Hoje” somos informados, “ os antropólogos concordam geralmente em que o homem não é uma recente introdução na terra. Todos os que têm estudado a questão admitem agora que sua antiguidade é muito grande; e que, embora tenhamos até certo ponto determinado o mínimo de tempo durante o qual teria ele existido, não avançamos na determinação do período muito maior durante o qual ele poderia ter, e provavelmente tem, existido. Podemos com tolerável certeza afirmar que o homem teria habitado a terra há centenas de milhares de anos, mas não podemos asseverar que ele positivamente não existiu, ou que há alguma boa evidência contra haver ele existido por um período de dez mil séculos.26 Ainda que esta teoria tenha se tornado comum entre vários teólogos, não concordo com ela por dois motivos: A) Os vários métodos que têm sido aplicados para datar o tempo da origem do homem não são verídicos, como por exemplo: 24 Zacarias de Aguiar Severa. Manual de Teologia Sistemática. Ed.A.D.Santos. p. 168, 169. 25 Lewis Sperry Chafer. Teologia Sistemática. vol. 1e2. Ed. Hagnos. p.548. 26 Charles Hodge. Teologia Sistemática. Ed. Hagnos. p.508. 40
  • 41. TESE DE ANTROPOLOGIA * A idade dos esqueletos: Alguns dos esqueletos que foram achados são esqueletos de outras criaturas e não possuíam as características da estrutura óssea do homem que conhecemos; portanto este método não é seguro e a sua datação não serve para o homem. * As datas que são lançadas com respeito às civilizações que dizem ser tão antigas e às gerações que dizem ser muitas, nunca foram confirmadas na íntegra. B) Quando estudamos detalhadamente a cronologia Bíblica com respeito à origem do homem, veremos que a origem do homem não antecede aos seis mil anos. O Dr. Miley escreveu: Os estudantes mais profundos dessa questão encontram medidas diferentes de tempo, que não variam tão amplamente como entre os cientistas; [...] Os pontos de vista mais importantes são bem conhecidos e facilmente afirmados. A origem do homem precedeu o advento de nosso Senhor em 4.004 anos, como calculado por Usher com base nas escrituras hebraicas; em 5.411 anos, como calculado por Hales com base na Septuaginta. Aqui há uma margem de 1.407 anos, que poderia cobrir muitos fatos da ciência com respeito à presença do homem no mundo, e trazê-los a harmonia com a cronologia bíblica. A aceitação desse cálculo não exige um mecanismo astuto. 27 2.3 O propósito da sua criação – Glorificar a Deus. ...a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e que formei, e fiz. 28 Is. 43:7 Deus criou o homem para Sua própria Glória, para que este O glorifica-se em toda a sua vida. Quando falamos em glorificar a Deus, o que pode vir às nossas mentes é a glorificação através do louvor, que é um meio pelo qual nós adoramos ou glorificamos a Deus; mas o louvor não é o único meio de glorificá-lo. Em 1 Co. 10:31 diz que devemos fazer “tudo para a glória de Deus”. Quando olho para esta declaração da Palavra de Deus, vejo que a glorificação envolve algo muito mais amplo do que o louvor, envolve todo o nosso ser e todo o 27 Lewis Sperry Chafer. Teologia Sistemática. vol.1e2. Ed. Hagnos. p.548. 28 Grifo nosso. 41
  • 42. TESE DE ANTROPOLOGIA nosso procedimento. E por Deus ter nos criado para a sua própria glória e desejar que O glorifiquemos, cabe a nós cumprirmos esta responsabilidade com toda a alegria e satisfação. Grundem diz que: ...a atitude normal do cristão é alegrar-se no Senhor e nas lições da vida que Ele nos dá (Rm. 5:2-3; Fp. 4:4; 1 Ts. 5:16-18; Tg.1:2; 1Pe.1:6,8; et al...) Quando percebemos que Deus nos criou para glorificá-lo, e quando passamos a agir a fim de cumprir esse fim, então começamos a experimentar uma intensidade de alegria no Senhor que antes não conhecíamos. E quando acrescemos a isto a compreensão de que o próprio Deus se deleita com a nossa comunhão com ele, nossa alegria se torna “inexprimível e plena de glória celeste” (1 Pe.1:18; paráfrase ampliada do autor).29 Um outro aspecto que quero discorrer a respeito do assunto que estamos tratando, é que a humanidade hoje está completamente fora do propósito exigido por Deus. Os homens têm deixado de glorificar ou adorar a Deus e passaram a glorificar outros homens assim como imagens de esculturas, algo que sempre foi e sempre será abominável aos olhos de Deus. Romanos 1:20-25 diz: Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem com de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! Somente Deus merece toda a glória e não existe outro ser que mereça a glória que só é devida a Ele, pois é o criador de todas as coisas e não compartilha esta glória com ninguém. Neste sentido, argumenta Champlin: “Por certo nenhuma imagem pagã, que simboliza um deus que nada representa, pode apresentar a reivindicação de compartilhar da glória de Yahweh”. 30 29 Wayne Grudem. Teologia Sistemática. Ed. Vida Nova. p.363. 30 R.N. Champlin. O Antigo Testamento Interpretado (versículo por versículo). Ed. Hagnos. p.2.907. 42
  • 43. TESE DE ANTROPOLOGIA Isaías 42:8 diz: Eu sou o Senhor; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor. 31 Deus por ser o nosso criador, merece toda glória e adoração, isto deve continuamente incomodar todo nosso ser. As palavras do apóstolo Paulo são enfáticas a respeito da glória ou da adoração que Deus deve receber: Porque dele, por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém! – Rm. 11:36. * A glorificação ou adoração deve ser racional. Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional – Rm. 12:1. Não descreverei nesta altura detalhadamente sobre o corpo em si, pois isto será feito quando for tratar especificamente do assunto – O Corpo. Quero apenas deixar algumas considerações acerca da palavra corpo neste verso. Creio que a palavra corpo neste versículo tem um sentido amplo, não apenas o corpo em si. Paulo escreve tendo em mente todo o ser do homem e toda a ação que este pode prestar a Deus através do seu corpo. Portanto, se a nossa alma for pura o nosso corpo será puro e servirá de meio apropriado para glorificarmos a Deus. * Uma consideração a respeito das palavras “... por sacrifício vivo...”; “... santo...”; “agradável a Deus...” e “culto racional”. Ao analisarmos a frase “sacrifício vivo” devemos ter em mente os sacrifícios que eram realizados no Antigo Testamento. Existiam sacrifícios de várias 31 Bíblia de estudo NVI. 43
  • 44. TESE DE ANTROPOLOGIA espécies e ofertas queimadas que tinham como propósito glorificar a Deus; estes animais e ofertas tinham um caráter todo especial, pois seriam sacrificados a um Deus Santo. Isto faz ligação com o nosso corpo que deve honrar e glorificar a Deus, como por exemplo: Da nossa boca não deve sair palavras torpes, os nossos olhos não devem contemplar aquilo que não agrada a Deus, as nossas mãos devem cooperar para a obra e ajudar o próximo. Estas ações servem de sacrifício vivo e glorificam a Deus. “Santo” – Existem vários imperativos solenes na Palavra de Deus com respeito a vivermos uma vida santa. Uma característica essencial do sacrifício é santidade e quando olhamos para o Antigo Testamento, mais especificamente para o tabernáculo vemos que tudo deveria ser santo. O altar era santíssimo e tudo que o tocasse deveria ser santo; o lugar onde ficava a arca da aliança se chamava santo dos santos, e para o sumo sacerdote existia todo um ritual que levava à santidade. Portanto, a santidade deve ter lugar primordial na adoração ao Senhor e para que isto aconteça toda a nossa alma (intelecto, emoções e vontade) deve ser santificada e se santificar gradativamente e assim passaremos a agir de acordo com a nova natureza. “Agradável a Deus” – Agradável a Deus é algo que Lhe satisfaz. Quando se contempla os sacrifícios que eram realizados no Antigo Testamento, estes para serem aceitos deveriam estar dentro do padrão exigido por Deus. Hoje o padrão exigido por Deus é: ... importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Jo. 4:24. Se quisermos adorá-Lo agradando-O, devemos adorá-Lo ou glorificá-lo em espírito e em verdade. Só o fato de sermos criados por Deus, coloca- nos sob a responsabilidade de agradá-Lo com a nossa adoração. O propósito de Deus em criar o homem foi justamente este. A atuação do Espírito Santo no espírito do homem será tratada mais adiante. “Culto racional” – Significa que devemos glorificá-Lo com a participação do coração, da mente e da vontade. Existem dois tipos de adoração: uma falsa e a outra verdadeira. As três primeiras características citadas abaixo 44
  • 45. TESE DE ANTROPOLOGIA fazem parte da falsa adoração, enquanto a quarta característica faz parte da verdadeira adoração. A) Adoração ignorante ou irracional – sem saber o que adoram. O exemplo dos Samaritanos: “vós adorais o que não conheceis” – Jo 4:22. B) Adoração exterior – apenas aparente. O exemplo dos judeus - Deus não aceitava a adoração dos judeus porque era hipócrita e aparente (do exterior). A adoração deve ser de coração, ou seja, do interior. C) Adoração emocionalista – Produzida por um forte abalo sentimental e que provoca comoção. É algo momentâneo. D) Adoração ou glorificação racional – adoração envolvendo o coração à mente e a vontade. A raiz da palavra racional vem de origem grega “logos” que também nos transmite a idéia de conhecimento acerca dos propósitos de Deus. Por isto o termo racional envolve adorar de acordo com os propósitos de Deus para a adoração cristã. Para que a adoração seja racional, ela deve se enquadrar às determinações de Deus, para que o mesmo possa aceitá-la diante Seu Trono de Glória. Este fato envolve uma adoração conduzida pelo Espírito de Deus sobre o espírito humano, que por sua vez conduz toda a alma através do coração, mente e vontade a uma genuína adoração causada pela revelação do Verdadeiro Deus. 2.4 Os ministérios estendidos ao homem na criação. A Bíblia nos fala de homens que foram consagrados por Deus para exercerem ministérios específicos como de reis, profetas e sacerdotes. Estes ministérios eram dados por Deus e aqueles que eram chamados para tais, precisavam de capacitação especial ou sobrenatural para o exercício dos mesmos. 45
  • 46. TESE DE ANTROPOLOGIA Sendo assim, estes ministérios pertencem a Deus, e Ele tem estendido aos homens da maneira que Lhe apraz. Quando Deus criou Adão e sua mulher Eva, Deus estava criando toda a raça humana e permitindo que esta participasse dos Seus ministérios. Estes três ministérios foram dados ao homem (a raça humana) na primeira dispensação – a dispensação da inocência. A. Governo Em Gn. 1:28 temos a seguinte declaração:. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. Os dizeres deste versículo nos revelam que o homem foi constituído como governador sobre a terra e sobre todos os seres do mar, dos céus e da terra. O homem teve o privilégio de participar juntamente com Deus do Seu ministério de governo. Adão não foi constituído Rei no lugar de Deus, o que temos é um vice- regente, assim como um mordomo obedecendo as ordens de Seu Criador. Assim o homem se fez participante deste ministério como governador. O que temos é Deus O Soberano, dando ordens ao Seu súdito-mordomo, estabelecendo uma mordomia, ou dispensação. Adão (e nele a raça humana) foi constituído mordomo de Deus no ministério de Governo. Ele não foi constituído Rei. Em sujeitar a terra e dominar sobre as criaturas ele ministrava como "mordomo". Ele devia fazer o que Deus lhe mandasse fazer; o que Deus lhe proibisse fazer, não fazer. 32 B. Profeta Outro ministério de Deus estendido ao homem foi o de profeta e este se dá pelo fato de que Deus se revelou ao homem através da Sua Palavra. Quando Adão recebeu as ordens de Deus, ele se tornou responsável para transmiti-la a sua descendência (inclusive a Eva, sua mulher) que apareceria por conseqüência da ordem que foi dada “... Sede fecundos, multiplicai-vos,...”. Portanto, quando Deus Se 32 Paulo C. Guiley. Dispensação Antiga. IBM. p.11. 46
  • 47. TESE DE ANTROPOLOGIA revela ao homem através da Sua Palavra, o homem se torna responsável para transmiti-la. O receber e o transmitir a Palavra, é ministério profético de Deus ao homem. C. Sacerdote. O último ou o terceiro ministério estendido ao homem, não por valores hierárquicos, foi o de sacerdote, este ministério se dá ao fato de que o homem deve adorar o seu Criador na beleza da Santidade - Sl.29:2. Em Ezequiel 28:14 “Lúcifer” é chamado de o “querubim da guarda”; este nome nos revela que ele era o detentor do ministério sacerdotal e que ministrava no santuário de Deus v.18. Lúcifer pecou contra Deus e como conseqüência perdeu este ministério. Este ministério foi estendido ao homem, assim o homem passou a ter condição de adorar a Deus. Gênesis 3:8 diz que eles (Adão e Eva) ouviram a voz do Senhor na viração do dia33 . Temos aqui uma inferência de que este evento poderia ter ocorrido diariamente, isto nos revela que o homem tinha comunhão com Deus e adorava a Deus. Nestes três ministérios estendidos ao homem Deus exigia fidelidade. Mas o homem falhou faltando com fidelidade nestes três ministérios. * O homem falhou no ministério de governo quando ele transferiu a sua lealdade a Deus, para ser Leal a Satanás em desobediência a Deus e obediência a Satanás. Como conseqüência desta desobediência o domínio (governo) sobre este "mundo", ou esta ordem mundial, passou das mãos da raça humana para as mãos de Satanás – Lc. 4:5, 6; Jo. 14:30; 1Jo.5:19. Uma outra falha do homem neste ministério de governo foi quando Ninrode estabeleceu o seu próprio governo indo contra o governo estabelecido por Deus depois do dilúvio, tendo por governante Noé. * Adão também falhou no seu ministério de profeta quando desobedeceu a Palavra de Deus e a transmissão da mesma, acreditando nas mentiras de Satanás. 33 Grifo nosso. 47
  • 48. TESE DE ANTROPOLOGIA * Não foi diferente com respeito ao ministério de Sacerdote. Adão faltou com fidelidade a Deus, recusando oferecer o sacrifício exigido por Ele. 2.5 O homem criado a imagem e semelhança. Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;... - Gn. 1:26. Encontramos nestas primeiras palavras deste verso algo sublime, belo, maravilhoso, algo totalmente diferente de toda a demais criação. Deus parou de olhar para o Céu, para as águas, e para a terra, e olhou para si mesmo: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;...” (Is. 43:21;Ef.1:12) criando assim o homem... Todas as demais coisas criadas, mesmo sendo a revelação da Glória e poder de Deus, foram criadas em direção ao homem (domine ele...), e o homem foi criado em direção a Deus. 34 2.5.1 Várias teorias. Em que sentido o homem é a imagem de Deus? A Bíblia não nos dá explicação do assunto, de modo que através dos tempos, os teólogos têm se debatido com o que eles chamam de a imago Dei no homem. Alguns fizeram a distinção entre “imagem” e “semelhança”. *Irineu (130-200 d.C.) identificou “imagem” com a razão e a liberdade moral do homem, e “semelhança” com a retidão original, e ensinou que apenas esta foi perdida com a queda no pecado. Esta tese de Irineu foi geralmente sustentada pelos escolásticos, e Tomás de Aquino deu-lhe uma aplicação dogmática. *Os reformadores negaram esta distinção entre “imagem” e “semelhança”. Lutero reconheceu que Gn. 1:26 é um caso de paralelismo hebraico, isto é, “imagem” e “semelhança” eram sinônimos. De modo geral os chamados pais da igreja sentiram-se inclinados a crer que a imagem de Deus no homem residia na alma ou no espírito. Tomás de Aquino pensou que a imagem encontrava-se no intelecto. Calvino ensinou que a imagem de Deus estava principalmente no entendimento, ou, no coração e na alma. Brunner fala de imagem “formal” para expressar a estrutura essencial do homem, que não é grandemente afetada pela queda; e a imagem “material” que foi totalmente perdida pelo pecado. Schleiermacher interpreta a imagem como o domínio do homem sobre a natureza. A posição reformada é que a imagem de Deus no homem consiste na racionalidade e competência do 34 Pr. Daniel C.Pauluci. Apostila de Antropologia. IBM. p.12. 48
  • 49. TESE DE ANTROPOLOGIA homem, mas que essas realidades foram perdidas e desfiguradas pelo pecado. Outros consideram que a personalidade é o ingrediente da imagem. Alguns teólogos modernos estão mais inclinados a ver a imagem de Deus na pessoa completa do homem, e não numa parte dela apenas. Isto resulta da ênfase na visão “integral” do ser humano. Assim, a totalidade do homem deverá ser a imagem de Deus. 35 Como vimos acima, vários teólogos não têm feito separação entre “imagem” e “semelhança”, como também concorda o autor do livro Manual de Teologia Sistemática Pr. Zacarias de Aguiar Severa. Com isto caem no erro de atribuir a “imagem” algumas características da “semelhança” ou vice-versa, tornando- as assim sinônimas. Algumas destas características são: Individualidade, racionalidade, espiritualidade, responsabilidade, moralidade, potencialidade e perpetuidade. Concordo que algumas destas características fazem parte da “imagem” e outras da “semelhança”, mas cada uma tendo a sua divisão correta e própria. 2.5.2 A imagem e Semelhança. A imagem – Deus criou o homem parecido consigo interiormente e não fisicamente, pois Deus é espírito e não possuí aparência física (Jo. 4:24); portanto cai por terra qualquer forma de pensamento que diz que a imagem de Deus no homem se refere a aparência física. Deus é triúno; ou seja, um único Deus que subsiste em três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo – temos aqui a tricotomia divina; sendo assim Deus olhou para Si mesmo e criou o homem a Sua imagem - tricotomista: Com corpo, alma e espírito. Esta é a imagem de Deus no homem, algo que é parecido, mas não igual na sua constituição. A semelhança – Deus é um Ser pessoal, isto significa que possui as características de uma pessoa, características estas que não são físicas, mas 35 Zacarias de Azevedo Severa. Manual de Teologia Sistemática. Ed.A.D.Santos. p. 188,189. 49
  • 50. TESE DE ANTROPOLOGIA interiores. As características pessoais de Deus são: Intelecto, emoções e Livre- arbítrio. A palavra “semelhança” não significa igualdade, mas algo parecido. Deus então criou o homem um ser pessoal “parecido” consigo, possuindo – Intelecto, emoções e vontade própria. Esta é a semelhança de Deus no homem. (Ver esquema 1 – imagem e semelhança página - 112) 2.6 A constituição do homem – Corpo, alma e espírito. Existem dois pensamentos acerca dos elementos que constituem o homem: a dicotomia e a tricotomia. 2.6.1 A dicotomia. De acordo com os dicotomistas, o homem é constituído de duas partes: o corpo e a alma (ou espírito), sendo o espírito um designativo do mesmo elemento alma. O corpo é a parte material do homem, a sede e o instrumento do espírito ou alma. Estes, por sua vez, constituem a parte imaterial do homem. Dizem que o espírito expressa a alma e que “alma e espírito” são usados paralelamente nas Escrituras para designar a parte imaterial do homem. Dizem que esta parte (imaterial) é a que sobrevive e é retirada quando uma pessoa morre, sendo “alma e espírito” a mesma coisa; como base usam os textos de Eclesiastes 12:7 com 1 Reis 17:19-22. Um outro pensamento dicotomista, é que a palavra “espírito” nas escrituras está se referindo ao relacionamento do homem com Deus, e que a palavra “alma” pode ser usada nos mesmos sentidos da palavra espírito; como base usam o texto de Lc. 1:46,47. Existem outros textos mais usados pelos dicotomistas como exemplo: (Gn. 2:7; Jó. 27:8; 32:8; Sl. 41:4; Eclesiastes 12:7; Mt. 10:28;16:26; Jo.12:27,13:21; 1 Co.5:5, 7:1; Rm.7:15-25). Argumentos contra a teoria dicotomista. 50
  • 51. TESE DE ANTROPOLOGIA A) Esta teoria não trata de um conceito preciso, pois procede dos pensamentos humanos e não divinos, sendo assim não é digno de crédito. A Bíblia apresenta claramente a tricotomia humana e jamais associa “espírito e alma” como elementos idênticos. B) As palavras “alma e espírito” quando aparecem paralelamente nas Escrituras estão se referindo a parte imaterial do homem, mas jamais significam a mesma coisa. Quando a pessoa morre tanto a alma parte como o espírito parte, o homem continuará apresentando as características de um ser pessoal como espiritual. Um problema dos dicotomistas dentre muitos é a dificuldade de fazer a correta separação dos poderes da alma (intelecto, emoções e vontade) das funções do espírito (intuição, consciência e adoração). C) Como descrevi acima “alma e espírito” jamais significam a mesma coisa e não tem a mesma função. Os dicotomistas dizem que a alma assim como o espírito pode adorar e se relacionar com Deus. É verdade que a nossa alma adora a Deus, mas não individualmente sem que o espírito a leve à adoração, pois a adoração é espiritual – Jo. 4:24, a alma se torna o instrumento pessoal para a revelação de uma verdadeira adoração, que esta para adentrar-se diante de Deus, precisa iniciar no espírito humano e ser espiritual, ou seja, procede da revelação do próprio Deus no espírito do homem. Com a queda no pecado a alma se rebelou, deixando de receber a direção do espírito, passando assim a obedecer aos impulsos do seu próprio eu, adorando a criatura no lugar do criador (Rm 1: 20-25), comprovando que alma por si não tem poder ou condições de se relacionar com Deus, e que qualquer adoração realizada exclusivamente pela alma, seria apenas uma adoração intelectual e não chegaria ao trono de Deus. A Dicotomia, precisaria aqui fazer que Deus se rebaixasse de Sua Santidade e de Suas Determinações, aceitando algo natural, e terreno. Deus jamais sairá de sua posição, e aqueles que querem se achegar diante dEle, deverão se enquadrar aos Seus desígnios, para que assim o ministério do Espírito seja completo em nós, suprindo-nos em nossas fraquezas. 51
  • 52. TESE DE ANTROPOLOGIA 2.6.2 A tricotomia. A doutrina Bíblica da tricotomia afirma que o homem é constituído de três partes: o corpo que abarca os cinco sensos – ver, ouvir, cheirar, saborear, tatear; a alma que abarca os três poderes – intelecto, emoções e vontade; e espírito que abarca as três funções – consciência, intuição e adoração. Portanto, de acordo com esta verdade Bíblica, o corpo é a parte material do homem; a alma a parte pessoal; e o espírito a parte espiritual que se relaciona, adora e tem comunhão com Deus. A Palavra de Deus nos revela que o homem é constituído de três partes, ou seja, tricotomista. * Gênesis 2:7 - Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. A Palavra de Deus nos revela por este versículo que o homem foi criado um ser tricotomista. A expressão “... formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra...” refere-se ao “corpo” do homem que foi criado do pó da terra, depois a frase “... lhe soprou nas narinas o fôlego de vida..” mostra que o homem pelo sopro de Deus se tornou um ser espiritual, passou a possuir “o espírito” e “a alma”. * 1 Tessalonicenses 5: 23 - O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. O versículo se refere à santificação completa do crente; “... vos santifique em tudo...”. Olhando deste modo, só poderemos ser santificados “em tudo” se o nosso corpo, alma e espírito forem conservados íntegros. Em um outro ponto este versículo faz a distinção entre “alma e espírito” se assim não fosse a Palavra de Deus através do autor sagrado teria sido somente “vossa alma” É de suma importância analisar este versículo na sua língua original. O versículo aparece da seguinte forma: Auvto.j de, o` qeo.j th/j eivrh,nhj a`gia,sai u`ma/j o`lotelei/j( kai, o`lo,klhron u`mw/n to. pneu/ma kai, h` yuch, kai, to. sw/ma 52
  • 53. TESE DE ANTROPOLOGIA avme,mptwj evn th/| parousi,a| parousi,a tou/ kuri,ou h`mw/n VIhsou/ Cristou/ thrhqei,hÅ Os três artigos (definidos) definem espírito, alma e corpo como sendo três partes distintas. A NVI traduz da seguinte forma: Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. 36 Portanto, chegamos à conclusão por este versículo que o homem é um ser tricotomista. * Hebreus 4:12 - Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. Quando analisamos este versículo vemos que as partes espirituais do homem (alma e espírito) podem ser divididas. As partes do corpo aqui são “juntas e medulas”. A separação das partes (espiritual e material) neste versículo é clara e aplicada ao homem, pois a Palavra de Deus tem poder para penetrar até a divisão da alma do espírito e do corpo. O espírito e a alma podem ser divididos, pois possuem funções diferentes, sendo assim fica mais uma vez provado que o homem é um ser tricotomista. * O tabernáculo apresenta a tricotomia humana. Ainda com o objetivo de provar que o homem é um ser tricotômico, usarei uma tipologia do Velho Testamento que também apresenta uma figura muito clara da tricotomia humana – o tabernáculo. 36 Bíblia NVI. Ed. Vida. p. 1565. 53