Primeiro Trabalho Acadêmico de Storytelling no Brasil
Coleção Café: inspiração na cultura do café
1. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
JARAGUÁ DO SUL
CURSO TÉNICO EM PRODUÇÃO DE MODA
COLEÇÃO OUTONO/INVERNO 2012: CAFÉ
MAYARA STINGHEN
Trabalho de Conclusão de Curso
Jaraguá do Sul – SC
2011
2. MAYARA STINGHEN
COLEÇÃO OUTONO/INVERNO 2012: CAFÉ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
curso Técnico em Produção de Moda do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial – Unidade
Jaraguá do Sul – como requisito parcial para
conclusão do curso.
Professor Orientador Marcio R. Paasch
Jaraguá do Sul – SC
2011
3. Unidade: Jaraguá do Sul
Curso: Técnico em Produção de Moda Ano: 2011
Professor
MARCIO R. PAASCH
Orientador:
Estudante: MAYARA STINGHEN
TITULO DO
CAFÉ
TRABALHO:
AVALIADORES:
Descrição Avaliação
O ESTUDANTE regularmente matriculado no Curso APRESENTOU e
ou DEFENDEU seu Trabalho de Conclusão de Curso.
(Coordenador de TCC)
Assinatura:
(Professor Orientador)
QUANDO PREVISTO BANCA EXAMINADORA
(Membro A)
(Nome da Instituição)
Assinatura:
(Membro B)
(Nome da Instituição)
Data:
4. Dedico esse trabalho primeiramente ao meu pai,
que sempre me apoiou no decorrer do curso e da
minha vida, e que apesar das dificuldades estava
sempre pensando primeiramente no que seria
melhor para mim; a minha mãe que me ajudou na
criação de algumas roupas, e aos dois por me
educarem da melhor forma e nunca me deixar
faltar amor.
Ao meu namorado por ser meu melhor amigo e
companheiro.
5. AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por sempre me ouvir nos momentos de angustia e me
proporcionar uma vida saudável, por introduzir na minha vida amigos sinceros e uma
família amável.
Meu pai Gerson Stinghen e minha mãe Valnize Stinghen, por me ensinarem valores
como educação e caráter.
Minha irmã Morgana Stinghen e minha cachorra Sindy, por me proporcionarem
momentos de alegrias.
Meu namorado Giordani Schiochet, por ser meu companheiro nos momentos de
alegrias e de tristezas.
As minhas amigas fashions Bruna, Mayra, Djenny, Kyssila e Carolina, por serem
mais que apenas colegas de classe, mas sim amigas para todos os momentos.
Para as pessoas que sempre me incentivaram através de elogios aos meus
trabalhos.
Ao professor Marcio Passch meu orientando do tcc, por ser cauteloso as minhas
dificuldades e dúvidas, sempre dando dicas de qual a melhor forma para se
conquistar o mercado de trabalho.
A todos os professores do curso por serem pacientes e por terem feito parte de mais
essa etapa de aprendizagem na minha vida.
A orientadora Arlete por ser uma pessoa boa, preocupada conosco, por sempre
ouvir nossas sugestões e sempre querer oferecer a melhor maneira possível de
aprendizagem.
E aos meus colegas de turma.
6. STINGHEN, Mayara Stinghen. Coleção outono/inverno 2012: Café. Jaraguá do Sul, 2011. 92f.
Trabalho de Conclusão de Curso – Curso Técnico em Produção de Moda. SENAI/SC em Jaraguá do
Sul, Jaraguá do Sul, 2011.
RESUMO
O objetivo deste trabalho é conhecer o trajeto necessário para desenvolver funções
na área da moda. Para isso foram feitas vária pesquisas desde a criação da marca
até o desenvolvimento da coleção.
Iniciando então com o conceito de criação da marca, destacando a sua importância,
a relação entre a marca e a moda, o mantimento fiel da identidade preservando seus
valores e por fim o posicionamento da marca.
Perante o mercado de moda, a segmentação de mercado que é a divisão de setores
da empresa, também a definição do público-alvo abordando o perfil e as
características desse consumidor.
Tratando-se de moda, defini-se o conceito, mercado do vestuário e produto de
moda, em sequência para o desenvolvimento da coleção iniciando pelo
planejamento, coleção, mix de coleção, briefing, pesquisa de tendência de moda e o
tema de inspiração da coleção.
Após concluir a pesquisa de conceito desses eventuais temas foi desenvolvido um
projeto contendo, marca, conceito da marca, público-alvo e concorrentes, no
desenvolvimento da coleção é ditado um macro tema e desse é retirado um micro
tema, é criado painéis de influências, ícones, cartela de cores, cartela de materiais,
proposta de formas para a coleção, o plano de coleção, desenho técnico, desenho
de moda, style e produção de moda e as fichas técnicas.
Este trabalho tem como objetivo preparar o aluno para o mercado de moda de forma
prática as funções desenvolvidas pelo profissional na empresa.
Palavras – chave: Marca. Moda. Mercado.
7. LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Marca, Slogan e sua Identidade....................................................... 16
Figura 2 – Promoção da marca Desigual ......................................................... 19
Figura 3 – Segmentação do mercado de vestuário em número de consumidores .... 22
Figura 4 – Cafeteria Italiana Caffè Florian ........................................................ 43
Figura 5 – Espelho Caffè Florian ...................................................................... 44
Figura 6 – Latte Art........................................................................................... 44
Figura 7 – Marcas Influenciadas no Café ......................................................... 45
Figura 8 – Coleção Café de Reinaldo Lourenço............................................... 46
Figura 9 – Coleção Café de Fábio Bartz .......................................................... 46
Figura 10 – Obras com tema café .................................................................... 47
Figura 11 – Obras de Portinari ......................................................................... 48
Figura 12 – Obras de Karen Eland ................................................................... 48
Figura 13 – Acessórios inspirados no café ....................................................... 49
Figura 14 – Trabalho e Café............................................................................. 49
Figura 15 – Saco de café e malharia artesanal ................................................ 50
Figura 16 – Seda e Leveza do café.................................................................. 51
Figura 17 – Flor do Café inspira Casacos ........................................................ 52
Figura 18 – Frase de Telleyrand ...................................................................... 53
Figura 19 – Painel do nome da Marca ............................................................. 54
Figura 20 – Painel do Conceito da Marca ........................................................ 55
Figura 21: Painel de Público-Alvo .................................................................... 55
Figura 22 – Painel de Concorrente - GUCCI .................................................... 56
Figura 23 – Painel de Concorrente- CAROLINA HERRERA ............................ 56
Figura 24 – Painel de Concorrente - CHLOÉ ................................................... 57
Figura 25 – Painel de Macro Tema – Brasil e Itália .......................................... 58
Figura 26 – Painel do Tema - CAFÉ ................................................................ 58
Figura 27 – Painel de Influências ..................................................................... 59
Figura 28 – Painel de Influências ..................................................................... 59
Figura 29 – Painel de Influências ..................................................................... 60
Figura 30 – Painel de Influências ..................................................................... 60
8. Figura 31 - Exemplo de legenda de ilustração ................................................. 61
Figura 32 – Painel de Cartela de Cores ........................................................... 61
Figura 33 – Influencia da cor branca ................................................................ 62
Figura 34 – Influencia da cor marrom ............................................................... 62
Figura 35 – Influencia da cor Laranjada ........................................................... 62
Figura 36 – Influencia da cor Rosê................................................................... 63
Figura 37 – Influencia da cor Preta .................................................................. 63
Figura 38 – Influencia da cor Verde ................................................................. 63
Figura 39 – Painel de Materiais e Texturas ...................................................... 64
Figura 40 – Painel de Estilos e Formas ............................................................ 65
Figura 41 – Painel de Plano de Coleção .......................................................... 65
Figura 42 - Painel de Plano de Coleção ........................................................... 66
Figura 43 - Painel de Plano de Coleção ........................................................... 66
Figura 44 - Painel de Plano de Coleção ........................................................... 67
Figura 45 - Painel de Plano de Coleção ........................................................... 67
Figura 46 - Painel da Coleção .......................................................................... 68
Figura 47 - Painel da Coleção .......................................................................... 68
Figura 48 – Look 1 ........................................................................................... 69
Figura 49 – Look 2 ........................................................................................... 70
Figura 50 – Look 3 ........................................................................................... 71
Figura 51 – Look 4 ........................................................................................... 72
Figura 52 – Look 5 ........................................................................................... 73
Figura 53 – Look 6 ........................................................................................... 74
Figura 54 – Look 7 ........................................................................................... 75
Figura 55 – Look 8 ........................................................................................... 76
Figura 56 – Look 9 ........................................................................................... 77
Figura 57 – Look 10 ......................................................................................... 78
Figura 58 – Painel de Styling e Produção de Moda ......................................... 79
Figura 59 - Painel da Ficha Técnica ................................................................. 80
Figura 60 - Painel de Ficha Técnica ................................................................. 81
Figura 61 – Painel de Ficha Técnica ................................................................ 82
Figura 62 – Painel de Ficha Técnica ................................................................ 83
9. Figura 63 – Painel de Ficha Técnica ................................................................ 84
Figura 64 – Painel de Ficha Técnica ................................................................ 85
10. SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 8
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................... 10
2.1 MARCA .................................................................................................... 10
2.1.1 Conceito de Marca ................................................................................... 10
2.1.2 Importância da Marca ............................................................................... 12
2.1.3 Marca e Moda........................................................................................... 14
2.1.4 Identidade da Marca ................................................................................. 15
2.1.5 Posicionamento da Marca ........................................................................ 17
2.2 MERCADO DE MODA ............................................................................. 20
2.2.1 Segmentação do Mercado ....................................................................... 21
2.2.2 Público-Alvo ............................................................................................. 24
2.2.3 Perfil do Consumidor ................................................................................ 25
2.2.4 Características do Consumidor ................................................................ 26
2.3 MODA ...................................................................................................... 26
2.3.1 Conceito de Moda .................................................................................... 27
2.3.2 Mercado de Moda, Vestuário ................................................................... 29
2.3.3 Produto de Moda ...................................................................................... 32
2.4 DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO .................................................... 33
2.4.1 Planejamento ........................................................................................... 35
2.4.2 Coleção .................................................................................................... 35
2.4.3 Mix de Coleção ......................................................................................... 38
2.4.4 Briefing de Coleção .................................................................................. 39
2.4.5 Pesquisa de Tendência de Moda ............................................................. 39
2.4.6 Tema, Inspiração da Coleção ................................................................... 41
3 TEMA DA COLEÇÃO - CAFÉ ................................................................. 42
4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ..................................................... 53
4.1 CRIAÇÃO DA MARCA ............................................................................ 54
4.1.1 Nome da Marca ........................................................................................ 54
4.1.2 Conceito da Marca ................................................................................... 55
4.1.3 Público Alvo .............................................................................................. 55
4.1.4 Concorrentes ............................................................................................ 56
4.2 DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO ..................................................... 57
11. 4.2.1 Macro Tema – Brasil/Itália ........................................................................ 58
4.2.2 Café .......................................................................................................... 58
4.2.3 Influências ................................................................................................ 59
4.2.4 Ícones ....................................................................................................... 61
4.2.5 Cartela de Cores ...................................................................................... 61
4.2.6 Cartela de Materiais ................................................................................. 64
4.2.7 Proposta de Formas para a Coleção ........................................................ 65
4.2.8 Coleção/modelos (Plano de Coleção, desenho técnico da coleção,
desenho de moda, Styling, Produção de moda, fichas técnicas ............................... 65
5 CONCLUSÃO .......................................................................................... 86
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 90
12. 8
1 INTRODUÇÃO
Para um bom desenvolvimento na área de design de moda, o aluno deve aprender
na prática as funções exercidas pelo profissional na empresa, desempenhando
estratégias de mercado desde o zero, que se inicia na criação da marca até a
entrega da coleção, serão estes os conceitos destacados no decorrer deste projeto.
A marca é a base do produto por isso deve ser desenvolvida com muito
planejamento e estratégia, mas para isso deve-se ter conhecimento do conceito de
cada etapa. Inicialmente o que é uma marca, a sua importância, a relação entre a
marca e a moda, a importância do mantimento da identidade e o posicionamento.
Se tratando de mercado de moda, citaremos uma estratégia de empresas que é a
segmentação do mercado, que podemos de forma resumida dizer que é a divisão
dos setores. A definição do público–alvo é uma decisão muito importante, pois será
para esse consumidor que sua empresa deverá focar em produzir seus produtos, o
profissional precisa conhecer o perfil e todas as características possíveis sobre ele.
Aprofundando no tema moda, você irá conhecer o que é moda, onde surgiu, o que é
produto de moda, logo após terá informações do que é cada passo feito no
desenvolvimento de uma coleção, iniciando pelo planejamento, pesquisa de
tendência, tema que servirá de inspiração, mix de coleção e briefing de coleção.
Com todas essas informações adquiridas desenvolvemos um projeto contendo todos
esses temas. Como citado inicialmente será desenvolvido o nome da marca, o
conceito, o público-alvo e os concorrentes, por sequência será desenvolvida a
coleção que começa a partir da pesquisa de tendência, tendo como apoio o macro
tema onde será retirado o micro tema para servir de inspiração no desenvolvimento
da coleção, será desenvolvidos painéis contendo informações como influências,
ícones, cartelas de cores, cartela de matérias, as formas, o plano de coleção,
13. 9
desenho técnico, o desenho de moda, as fichas técnicas e a produção e style de
moda que é utilizada para catálogos ou vitrines.
14. 10
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 MARCA
“A American Marketing Association define marca nos seguintes termos: Uma marca
é um nome, termo, símbolo, desenho – ou uma combinação desses elementos –
que deve identificar os bens ou serviços de uma empresa ou grupo de empresas e
diferenciá-los da concorrência.” (KOTLER, 2000, p.426)
2.1.1 Conceito de Marca
Um grande problema na estratégia de um produto é sem sombra de dúvidas a
criação e a gestão de uma marca, por outro lado exige um extenso investimento que
necessita de paciência e tempo, principalmente em propagandas, promoções e
embalagens. Existe a possibilidade do uso de marcas terceirizadas na fabricação
dos produtos, muitas empresas apostam nesse método para ter a garantia de lucro
imediato, sem dar conta que o lucro reside na criação da própria marca.
A agência internacional de propaganda Young & Rubicam realizou
um estudo entre 34.000 consumidores em 24 países, com vistas a
determinar quais os ingredientes fundamentais na criação e
desenvolvimento de marcas bem-sucedidas. Os resultados do
estudo indicaram que a construção de uma marca passa por quatro
estágios progressivos na percepção do consumidor: diferenciação,
relevância estima e conhecimento. (ROCHA, 1999, p.104)
Com a vasta opção de marcas no mercado, o primeiro passo para a criação de uma
nova é a diferenciação das atuais comercializadas, a marca tem que buscar uma
forma de convencer o consumidor de que seu produto é característico ou único
diferenciando dos demais concorrentes, outra medida é a forma em que o produto
atente as necessidades de seu consumidor atraindo-o para usufruir deste.
15. 11
“Uma marca é essencialmente uma promessa da empresa de fornecer uma série
específica de atributos, benefícios e serviços uniformes aos compradores.”
(KOTLER, 2000, p.426)
O benefício e a qualidade são os primeiros itens que chamam a atenção do
consumidor, se o produto é caro ele associa a qualidade, o acabamento e a
durabilidade do produto, sentindo a sensação de estar adquirido um produto durável
e com uma tranqüilidade emocional de poder usufruir de um objeto cobiçado e que
será admirado.
Os valores da marca para o consumidor também dizem muito sobre a empresa, a
honestidade moral transmite confiança e tranqüilidade. A associação da
personalidade do consumidor com algo em que ele prestigie e que o faça se sentir
poderoso enquanto usufrui desse produto pode fazer a diferença.
Se a empresa trata uma marca apenas como um nome, está
totalmente equivocada. O desafio em estabelecer uma marca
é desenvolver profundas associações positivas em relação a
ela. (KOTLER, 2000, p.426)
Em questão a parte visual que pode ser no formato de desenhos, palavras,
símbolos, figuras, representações gráficas ou quaisquer sinais notáveis, a marca
tem como função identificar os produtos dos vendedores, e desigualar-se de
concorrentes, fazendo com que o nome da empresa se torne exclusivo.
A marca procura reunir o nome com uma ilustração mental a fim de associar a
imagem com a qualidade do produto, incluindo algumas vezes aromas e
sonoridades que fazem com que o consumidor lembre-se da marca apenas por
sinais olfativos.
16. 12
2.1.2 Importância da Marca
De acordo com Borges (2006 p.1) Os primeiros relatos da utilização da marca
surgiram antes da revolução industrial, nas oficinas medievais, os fabricantes eram
obrigados a por sinais em seus produtos como a prata, ouro e tecidos, com intuito de
proteger não só a ele, quanto a seus compradores de marcas com baixa qualidade.
Hoje em dia a marca esta presente em todos os produtos disponíveis por tanto tem
grande influência na hora da compra de um consumidor, os valores do produto se
diferenciam na hora em que ele se destaca da concorrência.
O nome da marca deve ser marcado pelo consumidor, por isso na hora de escolhê-
lo deve se levar em conta, um nome que lembre os benefícios do produto, seja de
fácil pronuncia e seja único.
Existem outros fatores que fazem com que o consumidor lembre-se da sua marca,
no momento em que ele pensa qual produtor consumir, além do design do logotipo
deve-se valorizar a embalagem, a fachada da loja e a cor da pintura do
estabelecimento, uniformes dos atendentes, sonoridades, aromas etc. São
características que pareçam não ser importantes, mas que fazem muita diferença na
hora de desigualar dos concorrentes.
Como um produto de marca tem todo um custo de divulgação eles acabam se
tornando mais caros, surgem então os genéricos que são considerados os “sem
marca”, que se tornam até 40 por cento mais baratos devido à qualidade inferior, o
baixo custo com ingredientes, rótulos, embalagens e propaganda.
Com isso surge uma disputa constante dos produtos de marca com a dos genéricos,
as marcas nacionais por sua vez buscam encontrar maneiras de convencer o
consumidor a comprar seus produtos, muitas vezes visando sobre a qualidade,
fazendo campanhas com benefício à natureza, em alguns casos a criação de uma
17. 13
segunda marca com qualidade inferior ou até a baixa do preço do produto. Então
surge a pergunta, porque usar marcas se isso abrange custos?
“O uso da marca dá a empresa diversas vantagens: Um nome
de marca ajuda a empresa a processar pedidos e solucionar
problemas; O nome da marca da empresa oferece proteção
legal aos aspectos exclusivos do produto; O uso da marca
oferece à empresa a oportunidade de atrair um grupo de
clientes fiel e lucrativo, A fidelidade à marca fornece à
empresa alguma proteção em relação à concorrência; [...] As
marcas fortes constroem a imagem corporativa, tornando mais
fácil lançar novas marcas e ganhar a aceitação dos
distribuidores e consumidores.” (KOTLER, 2000, p.430)
Os valores da marca são como os pilares da empresa, é através dele que o nome se
firma ou se desgasta perante o consumidor, por isso é essencial ter em mente o que
a marca quer transmitir, ou seja, as informações que ela visa trazer e o modo como
ela se torna visível ao comprador, a qualidade, o atendimento as necessidades do
consumidor, a satisfação pelo atendimento e pelo produto. Porém o que vai orientar
o consumidor a optar pelo serviço e pelo produto é a marca. Para firmar uma marca
são necessárias quatro etapas:
1. Diferenciação, quando o consumidor reconhece na marca algo
que a distingue das concorrentes, este pode ser o fator-chave para
a escolha;
2. Relevância, o grau de importância da marca para o consumidor;
3. Estima, o respeito, o afeto que o consumidor tem pela marca;
4. Conhecimento, a experiência que o consumidor adquire, ao longo
de um período, pelo uso constante da marca.
(COBRA, 2007, p.49)
Conforme Cobra (2007, p.49) A marca com maior estabilidade no mercado possui
mais diferenciação do que relevância, pois quando a marca possui diferenciação ela
pode crescer e adquirir a relevância, com isso, obtido o preço se torna a principal
razão pelo consumo. Já a que possui menos diferenciação consequentemente tem
18. 14
pequena relevância para o consumidor, ela perde então estima e conhecimento,
concluindo que a marca acaba se desgastando.
2.1.3 Marca e Moda
Falar de marca é falar de emoção. Muito além da
diferenciação ou identificação de produtos a marca é
estimuladora de desejos, sonhos e aspirações do consumidor.
[...] A motivação da compra está relacionada à necessidade, já
a marca, esta relacionada ao desejo individual. (MIRANDA,
2009, p1)
Quando o consumidor vai às compras não apenas com a intenção de comprar um
produto qualquer, mas sim de adquirir um produto de marca, ele está buscando mais
do que apenas qualidade, esta atrás dos benefícios psicológicos que esse item lhe
trará, a sensação de status e de sofisticação.
Desde séculos passados o perfil de cada consumidor pode ser pré-avaliado pela
maneira em que ele se veste, desde a classe social até o estilo de vida. Mas muitas
vezes consumidores de baixa renda que possuem esse desejo pelo consumo da
marca optam por adquirir de produtos falsificados.
Pode não parecer, mas produtos falsificados prejudicam muito a reputação da
marca. Um cliente que conhece o produto não opta por usar falsificações, mas e se
por acaso você não conhece o produto da marca e é presenteado com um
falsificado, você ira achar que esta usando um produto original e já associa a marca
com a baixa qualidade do produto.
Conforme Ariano (2010, p.1) que explica um trecho do livro “Precisar, não Precisa –
um olhar sobre o consumo de luxo no Brasil” do autor D‟Angelo, o consumo de
produtos falsificados apresentam algumas características básicas, primeiramente o
consumidor não adquire produtos de marcas menos populares, apenas marcas
como Louis Vuitton, Calvin Klein, Dolce & Gabbana, e o motivo é apenas
19. 15
impressionar as outras pessoas, papel que marcas mais discreta não podem
desempenhar. “A escolha da marca antes do produto”, a preocupação essencial é
apenas com o uso do logotipo famoso. “O consumidor é cúmplice, pois sabe que
esta adquirindo um produto falsificado”, se trata de um produto sem nota fiscal e
com preços baixos. “A compra e o uso de falsificações contêm um elevado risco
social, E qual é esse risco? O de ser desmascarado. O maior temor do comprador
de imitações é que seus amigos e conhecidos desconfiem de que o produto que
ostenta é falsificado – e pior, que confirmem essas suspeita.”
Vale a pena então rever seus conceitos, é melhor usar um produto de bom
acabamento que não seja de marca famosa, do que ser motivo de piada usando
produtos falsificados.
2.1.4 Identidade da Marca
Conforme Treptow (2003, p.57) A identidade da marca surge através de dois
elementos que influenciam o consumidor na hora da compra, a parte abstrata que
representa a reputação, os benefícios e os valores que a marca propõe ao
consumidor e a parte tangível que são os elementos visuais como a embalagens e a
fisionomia do produto.
“O consumidor, ao realizar uma compra, não está adquirindo
apenas o produto físico, mas uma série de promessas,
benefícios e atributos associados ao produto.” (KOTLER, 1993
apud TREPTOW, 2003, p.57)
A embalagem é uma grandiosa ferramenta de marketing, é ela que promove o
produto, protege e traz as informações. De acordo com Kotler (2000, p.440) “53 por
cento das compras são feitas por impulso”, por isso a embalagem tem que
instantaneamente passar uma imagem favorável, chamar a atenção, descrever
sobre o produto e transmitir confiança ao consumidor.
20. 16
Na embalagem o logo da marca é a forma visual de invocar o reconhecimento
repentino do produto para o consumidor.
Uma embalagem inovadora pode trazer grandes benefícios
para o comprador e lucros para o fabricante. [...] Embalagens
de creme dental em forma de spray capturaram 12 por cento
do mercado de creme dental, porque são mais convenientes e
causam menos sujeira. (KOTLER, 2000, p.440)
Outra forma que expressa à identidade da marca é o slogan, uma frase criativa e
direta que resume a marca em no máximo sete palavras, de forma positiva e clara.
Um exemplo é o chocolate Bis – “Quem pede um pede Bis.”
“A Souza Cruz possui uma série de marcas de cigarros, cada
qual com sua identidade bem definida. Se avaliarmos o
produto em si, verá que não há muita diferença [...] Mas ao
comparar a imagem projetada de cada um, nota-se que cada
marca está direcionada para um tipo de consumidor diferente.”
(TREPTOW, 2003, p.58)
Figura 1 - Marca, Slogan e sua Identidade.
Fonte: Treptow (2003)
Pode-se acontecer da identidade da marca não ser correspondida no mercado de
acordo com o que ela quer transmitir, pois a identidade é o que a empresa quer
comunicar sobre seu produto, já a imagem da marca é o que a leitura que o
mercado faz sobre ela.
21. 17
Uma marca pode projetar, por exemplo, uma identidade de
exclusividade e sofisticação, e sua imagem na mente do
consumidor ser de uma marca cara e restrita a uma elite a
qual ele não pertence. Essa não era a mensagem que a marca
desejava passar, mas é a forma como ela foi absorvida pelo
mercado (TREPTOW, 2003, p.59)
No mercado existe uma imensa variedade de produtos considerados “peças
básicas”, o que vai atrair o consumidor a comprar a peça básica da sua marca? A
forma em que ele busca se identificar com a marca que consome, tornando-se uma
forma inconsciente de realização própria e de se sentir de acordo com o que a
marca quer passar.
A marca tem que ser altamente projetada antes de entrar no
mercado, pois a partir do momento em que o produto
conquista os consumidores fica restrito a grandes mudanças,
pois afetaria tanto na fidelidade com o cliente quanto na
marcação visual do consumidor com o produto. “É mais fácil
abandonar uma marca antiga e criar uma nova do que tentar
modificar a imagem de uma marca já conhecida.” (TREPTOW,
2003, p.60)
Deve-se priorizar a identidade da marca na fundação de todos os elementos da
empresa, desde o logo da empresa, o slogan, a embalagem até o produto.
2.1.5 Posicionamento da Marca
Posicionamento de marca é a maneira em que o consumidor vê seu produto e a
marca, ou seja, a forma que estimula nele positivação e que satisfaça sua
necessidade de consumo, fazendo com que seus benefícios sejam lembrados na
hora em que o cliente vai às compras.
Mas conforme Meira (2008, p.1) não é tão simples como parece, ele não concorda
com a maneira em que as pessoas definem posicionamento de marca, pois todas
resumem em “manipular os pensamentos dos consumidores” como se os
22. 18
consumidores fossem “pura ingenuidade”. Em sua colocação ele cita: “Se a Coca-
Cola, a Nike, a Intel e a Microsoft conseguiram por que eu não vou seguir?
Simplesmente porque é impossível colocar uma marca no lugar de outra que já esta
consagrada na mente das pessoas, com certeza se você tentar faz isto poderá ir à
falência muito antes de conseguir.”
A lógica é definida da seguinte maneira se o ser humano tem capacidade de
lembrar-se de duzentas marcas, todas essas já estão definida, no entanto é muito
difícil sua marca tomar o lugar de uma já tão conceituada. Ainda conforme Meira
(2008, p1) não quer dizer que é impossível sua marca se posicionar, mas explica
que 0,01% das marcas existentes conseguirão atingir o posicionamento universal,
depois é claro de grandes e absurdos investimentos.
Então surge a pergunta, como faço pra posicionar a minha marca? “O segredo é
justamente este, a pergunta está errada, nunca pense: Como faço para posicionar a
minha marca e sim pergunte, Onde devo posicionar a minha marca.” (MEIRA, 2008,
p1)
O fato é que é praticamente impossível querer posicionar uma marca
universalmente, o pensamente deve ser direcionado a quem é seu consumidor ou
seu mercado inexplorado para posicionar o pensamento desses consumidores.
Você tem a disposição milhares de consumidores, mas precisa atrair a atenção
deles e para que eles conheçam é necessária a propaganda, incluindo jornais,
revistas, televisão, podem-se optar também por empresas de marketing ou
empresas que vendem este banco de dados, porem cada vez mais vai aumentando
seu custo.
Atrair consumidor para o interior do estabelecimento através de promoções,
degustação, mostrando os valores do comércio também é uma importante
propaganda.
23. 19
Um exemplo um tanto inusitado foi à marca Desigual que criou uma promoção
chamada “Entre quase nu e saia vestido” que presenteou os cem primeiros clientes
que entraram na loja de roupas intimas com duas peças de graça. Como diz o nome
da marca esta foi uma promoção „desigual‟ das demais já vistas, mas que chamou
atenção da mídia, sendo mostrada em noticiários de televisão e sites de notícias,
gerando uma propaganda inconsciente da marca.
Figura 2 – Promoção da marca Desigual
Fonte: TERRA 2011
Conforme o escritor Michalowics (2010, p.1), existe cinco dicas rápidas e objetivas
sobre o posicionamento da marca; estar sempre ciente dos valores da Marca,
encontrar um segmento no mercado onde as necessidades particulares do
consumidor são pouco exploradas ou até mesmo inexistentes sendo assim mais fácil
a identificação e a fidelidade desse grupo, “guarde a melhor frase pro final” buscar
usar palavras que nunca foram usadas antes em propagandas desse ramo, procurar
palavras de outros ramos ou que seus concorrentes jamais usariam “repetição,
repetição, repetição” mostrar várias vezes ao consumidor os valores e benefícios do
produto, criando uma familiarização entre os dois, e por ultimo a diferenciação, o
foco é adicionar valores extras a esse produto, deixar que ele não fique apenas bom,
mas sim extraordinário, fazendo com que a marca fale por si própria.
24. 20
Com o aumento possessivo da tecnologia, fica cada vez mais difícil diferenciar-se da
concorrência, diariamente somos alvo de milhões de mensagens oferecidas pela
mídia e pela comunicação, por isso propagandas que apenas mostram os aspectos
técnicos e funcionais não conseguem se sustentar, no entanto a construção de uma
marca fica cada vez mais desafiadora. Marcas com um menor orçamento
necessitam do máximo de eficiência quando o assunto é propaganda.
Se o que você deseja é o aumento de vendas, muitas vezes
não é necessário um posicionamento dentro de um universo
muito grande de cérebros e mentes de consumidores em
potencial. Basta posicionar-se na mente dos vendedores no
ponto de venda, distribuidores ou representantes (que os
graus de marketing adoram chamar de prescriptor), uma vez
posicionado em suas mentes, eles posicionarão a sua marca
na mente dos seus consumidores. (MEIRA, 2008, p1)
Tendo claro em mente qual o perfil do seu consumidor, agregando os valores da
marca os benefícios do produto e obtendo boas estratégias de propaganda, o
consumidor começa a familiarizar-se com a marca e cada vez mais consumi-la.
2.2 MERCADO DE MODA
Muitas pessoas vêem a moda como algo ruim por ser uma prática consumista, mas
não se dão conta de quantos empregos o mercado de moda gera e a importância
dela para a economia do país.
“O Brasil ocupa posição de relativo destaque no mercado global da moda e abriga
um dos dez maiores parques têxteis do mundo. Após recuperar-se da crise
provocada pelo choque de abertura de mercado nos anos 90, formou uma indústria
de vestuário com 30 mil empresas, responsável pela criação de mais de um milhão
de postos de trabalho.” (HORA, 2008, p1)
25. 21
Segundo o Design Brasil (www.designbrasil.org.br) o setor têxtil é responsável por
17,5% do PIB da indústria de transformação nacional e por cerca de 3,5% de todo o
PIB do Brasil. Toda a cadeia produtiva soma um total de aproximadamente 30 mil
empresas, movimentando US$ 46 bilhões/ano e empregando 1,65 milhão de
trabalhadores.
2.2.1 Segmentação do Mercado
Refere-se a um grupo de consumidores que pode ser
efetivamente atendido e atingido por meio do mesmo esforço
de marketing.
Segmentar significa agrupar, em grupos homogêneos,
consumidores de determinada categoria de produtos que
possuam características semelhantes. (COBRA, 2007, p.98)
Essa divisão propõe para a empresa analisar qual o segmento que o serve de forma
mais eficiente e lucrativa.
O mercado é dividido em grupos de variáveis básicas, como
idade, tamanho da família, ciclo de vida da família, sexo,
rendimento, ocupação, nível de instrução, religião, raça,
geração, nacionalidade e classe social. (KOTLER, 2000,
p.285)
Eles podem usar segmentações geográficas, como as regiões
onde os consumidores vivem, densidade populacional ou
clima. Podem usar ainda segmentação psicográfica, que
agrupa os consumidores de acordo com o estilo de vida ou
personalidade. (CHURCHILL, 2000, p.227)
Conforme Churchill (2000, p.227) o profissional de marketing pode definir o
consumidor de acordo com a atitude dele perante o produto ou em relação com
benefícios e inovação.
Na segmentação baseada no comportamento do consumidor pode relacionar com a
fidelidade, com a marca e a freqüência do uso. Para segmentar mercados
organizacionais usa-se o marketing geográfico, ou também de acordo com o tipo de
26. 22
cliente. Concluindo a empresa deve segmentar o produto na base do
comportamento do cliente organizacional, incluindo os benefícios procurados,
frequência de uso, situação do usuário, lealdade de fonte e aplicação do produto.
Segundo Rebouças, (2009, p1) “As pessoas não agem, não compram e não pagam
da mesma forma.” Por isso a necessidade de atender os desejos de cada
consumidor.
Conforme Gonçalves (2000, p.60) Quando se trata de uma roupa ou de uma
decoração ambiental, fala-se de um produto ligado intimamente a vida pessoal do
consumidor, exigindo uma análise de outro fator relevante de segmentação, que é o
comportamental. Mas mesmo que esses consumidores pertencem ao mesmo grupo
social, se vestem semelhantes, praticamente adotam o mesmo estilo de vida, é um
fator difícil de ser realizado, pois não oferece um critério padrão para a
segmentação. Neste caso a analise será tanto melhor quanto o conhecimento e a
experiência analista do mercado alvo.
Os segmentos de mercado produzem produtos relativamente iguais, porem a
empresa busca o máximo de diferença possível, pois os consumidores possuem
necessidades diferentes.
Figura 3 – Segmentação do mercado de vestuário em número de consumidores
Fonte: Tuleski (2009)
27. 23
Na figura acima, mostramos um exemplo hipotético de como uma
empresa do ramo de vestuário poderia segmentar o seu mercado.
Suponhamos que os dois maiores segmentos, em numero de
consumidores, A e B, são representados respectivamente por
pessoas que mandam fazer roupas e por que pessoas que
compram somente roupas baratas e não se importam com a
aparência. O segmento C é composto por aquelas que se
preocupam com a aparência, gostam de estar “na moda”, mas não
tem condições financeiras necessárias para comprar roupas de
marca. O segmento D possui alto poder aquisitivo, é fiel a poucas
marcas e não se preocupa com o preço. O segmento E tem poder
aquisitivo não tão alto quanto o D, mas procura usar as marcas da
moda. (TULESKI, 2009, p1)
Se analisar esse exemplo em valor monetário, o esquema é outro, obviamente os
lucros C, D e E serão bem maiores. Mas o mercado deve atender as necessidades
de todas as classes para então delinear sua estratégia competitiva.
“A partir da segmentação conhece-se profundamente o nicho,
a cultura, o comportamento, o gosto e o comportamento geral
do consumidor de forma mais particularizada. Uma empresa
que consegue encontrar e atingir corretamente o seu nicho de
mercado pode vencer seus concorrentes através de
pioneirismo e adequação de seus produtos.” (REBOUÇAS,
2009, p1)
Nicho de mercado quer dizer um produto pouco explorado ou até inexistente, a boa
aplicação em um produto desses pode gerar lucros absurdos, um exemplo de
Tuleski (2009, p.1) é a Danone que criou o yogurte Activia, onde seu foco eram
mulheres com intestino preso, e hoje é produto de maior rentabilidade da marca.
É a partir da segmentação que se conhece a fundo o perfil do seu consumidor,
desvendando estratégias de mercado e atingindo o grupo de consumidores com
maior potencial, aumentando as chances de sucesso do produto e da empresa,
vencendo os concorrentes e atingindo um melhor posicionamento no mercado.
28. 24
2.2.2 Público-Alvo
Deve-se primeiramente analisar a necessidade de qual público você deseja servir no
mercado, existe uma imensa variedade de consumidores e tipos de produtos, então
é preciso determinar qual público é a melhor oportunidade para sua empresa.
“Conhecer o seu mercado já é um grande desafio, mas saber efetivamente quem é
seu público-alvo é fundamental.” (SOMENZI, 2009, p.1)
É fundamental a definição do público-alvo, pois se você não atrair consumidores
todos os outros processos serão em vão. Tendo em foco quem será seu consumidor
fica claro o que sua empresa quer transmitir, fazendo com que fique mais objetivo na
mente do cliente que esse produto foi feito para ele, consequentemente seu produto
irá “atingir em cheio” o consumidor.
“Quando as decisões são alimentadas com informações
equivocadas ou que estejam fora de foco, obviamente serão
inadequadas e consequentemente causarão impacto
devastador, que pode afetar negócios, pessoas e inclusive a
sua carreira.” (SOMENZI, 2009, p.1)
Deve-se detalhar o máximo possível quem é seu público-alvo, a idade, onde ele
vive, nível educacional, localização geográfica e nível da renda, só então
desenvolver um produto que cubra todas essas necessidades.
Como cita Versiani (2010, p.1) não existe um público-alvo de 18 a 80 anos, mas sim
um público de 30 a 40 que possa vestir tanto mulheres mais jovens como também
mulheres mais velhas. Essa falta de foco em determinada idade geraria certo
embaraço tanto na mente do consumidor quanto na mente de quem ira desenvolver
o produto.
29. 25
“Não ser alvo não quer dizer que é menos importante. Todos os
públicos têm sua importância. Mas, por exemplo, uma empresa de
dentaduras não tem motivos pra ter como público-alvo pessoas
jovens. No entanto, pode ser que por algum motivo, algum jovem
precise usar dentadura. E a empresa não vai dizer “não, você não é
meu alvo, não vou vender pra você”. Não é alvo, mas é público, pois
precisa da dentadura.” (VERSIANI, 2010, p.1)
No entanto, você só se tornará um profissional bem sucedido quando obtiver a
definição correta e entender quem é seu publico alvo, sabendo agir e entender seu
cliente no memento certo.
2.2.3 Perfil do Consumidor
Sempre que se é desenvolvido um produto seja ele qual for, deve-se primeiramente
levar em consideração pra qual consumidor o produto é destinado, que é o perfil do
consumidor ou também conhecido como Target.
Conforme Abranches (2000, p.49) na área de design de moda quando a estilista se
vê em decadência é porque não está mais atendendo o que é traçado como o perfil
do consumidor, se ela envelhece e muda seu conceito de criação acaba tornando a
aceitação restrita.
Ainda de acordo com Abranches (2000, p.49) Trabalhar com o perfil do consumidor
é algo permanente, “é vestir um personagem que nunca envelhece”, mas que altera
seus costumes e hábitos em função de valores que aparecem e desaparecem com o
decorrer do tempo.
É a partir daí que surge a segmentação do mercado, onde é atendido exigências de
pessoas que possuem o perfil semelhante, porém com diferenças de renda
financeira, localização geográfica ou hábitos diferentes de compra.
30. 26
2.2.4 Características do Consumidor
Não se pode dizer apenas que você esta criando um produto abordando o sexo, a
classe social e a idade do consumidor, para obter sucesso deve-se destacar o
máximo de características possível sobre seu cliente.
Conforme Albuquerque (2007, p.1) precisa-se saber quem é, como vive, o que faz
este consumidor feliz, a classe social, na maioria das vezes não se define o
comportamento de vida, pois pode acontecer de pessoas da classe B, por exemplo,
que tenha hábitos de compra da classe A. Hoje sem entender a emoção que move o
cliente a consumir determinada marca.
Ainda conforme Albuquerque (2007, p.1) fez uma pesquisa de consumidores
adolescentes e adultos, percebeu uma interessante tendência de comportamento, “o
adolescente cada vez mais adulto e o adulto cada vez mais adolescente.
Praticamente não se sabe onde começa um e onde termina outro.”
“A importância de se procurar entender como se processa o
comportamento de compra do consumidor, quais os fatores
por ele considerados prioritários ou que agregam mais valor
aos seus objetivos principais reside no fato que segundo
Kotler (1994), existe uma relação direta entre a satisfação do
consumidor qualidade do produto e serviço e a rentabilidade
da empresa.” (TOLEDO, 2003, p.1)
Este é um planejamento que deve fazer parte da estratégia da empresa que busca
aprimorar a qualidade de seus produtos e que procura um melhor posicionamento
no mercado a fim de tornar seu produto mais competitivo.
2.3 MODA
“Moda é um fenômeno que passa pelas seguintes fases: lançamento, aceitação,
cópia e desgaste. Moda diferencia-se de estilo, pois este é pessoal. Para que a
31. 27
moda aconteça é preciso que existam seguidores, ou seja, ninguém „faz‟ moda
sozinho. É preciso que exista um consenso, pessoas que acreditem, concordem e
consumam esta ou aquela idéia para que vire moda.” (TREPTOW, 2003, p.27)
2.3.1 Conceito de Moda
Conforme Treptow (2003, p.23) Desde o início da evolução humana a roupa já
estava presente, homens pré-históricos usavam pele de animais para proteger seu
corpo das baixas temperaturas. Outras civilizações antigas como babilônicos,
egípcios e assírios já usufruíam matérias primas usadas até hoje na confecção das
roupas, como fibras naturais tecidas, lã e linho.
Ainda de acordo com Treptow (2003, p. 25) até o final da idade Média pode-se dizer
que havia uma pequena variedade de roupas, diferenciando classes sociais apenas
com tecidos tingidos com a cor púrpura, que era privilégio apenas para o imperador
e sua esposa. A Moda começou surgir apenas com a Revolução Comercial na
burguesia, onde comerciantes tinham acesso a tecidos que eram trazidos do oriente,
compravam títulos de nobreza surgindo então outra forma de vestimenta. A nobreza
começou a crescer por conta desses comerciantes que enriqueciam. A roupa então
era o meio de diferenciar as classes sociais, a partir dai começaram a serem
acrescentados detalhes ditos por influências políticas das nações.
É a partir desse fenômeno que podemos falar em MODA, ou
seja, as pessoas mudam sua forma de vestir em função de
influências sociais. A roupa, que a princípio era determinada
apenas pelos recursos disponíveis e tecnologia, passa a variar
em estilos conforme vogas da época. Está caracteriza a
MODA. (TREPTOW, 2003, p.25, 26)
Atualmente o consumo social se destaca profundamente na moda, a variedade de
estilos, o fácil acesso e a mudança constante de tendências movimenta um mercado
onde o homem se da o valor através da busca pela individualidade que tem como
influência a cópia de alguém em que se admira.
32. 28
Aos jovens, tribos urbanas ditam sua moda, o movimento punk que era pra ser
apenas uma forma de protesto dos jovens da década de 1970 visando passar uma
imagem de não consumismo, sujeira e desleixo, hoje ganha vida no mundo da
moda.
Mas afinal o que é moda? Conforme Gonçalves (2000, p.21) existem muitas
definições para a moda, mas o conceito central da maioria das definições é que
“moda está relacionada com a aceitação de um determinado estilo pelos
consumidores. Independente de um grupo de aceitação ser grande ou pequeno e de
período de aceitação curto ou longo a essência da moda é a aceitação pelos
consumidores”
“A moda é simplesmente uma forma de feiúra tão insuportável que somos obrigados
a mudá-la a cada seis meses” (WILDE, apud SORGER, 2009, p.8)
A moda passa por um longo processo até chegar às mãos do consumidor, esse
processo é chamado de ciclo de vida do produto que acontece de seis em seis
meses, primeiramente na passarela, onde é ditada a tendência, logo após as marcas
de maior maturidade confeccionam o produto de acordo com o que foi ditado nas
passarelas, assim acontece à aceitação do produto no mercado, e por fim é copiado
e atinge o mercado popular, com preços mais acessíveis para os consumidores em
massa.
Conforme Gonçalves (2000, p.21) se surgir à pergunta „por que a moda muda‟, os
motivos são variados que vai desde motivos racionais até os irracionais, Um
exemplo racional é o fator de que a mulher estar mais presente no mercado de
trabalho, ou também a falta de tempo disponível das pessoas, e por motivos bem
menos racionais é o cansaço do consumidor de adquirir o mesmo design e a busca
por algo novo.
33. 29
Ainda conforme Gonçalves (2000, p.22) explica que se prestarmos atenção a moda
não muda tão bruscamente quanto parece, vai do design de moda além de ficar
ligado com mudanças culturais, sociais, demográficas, econômicas e tecnológicas, é
importante ter uma visão retrospectiva para que possa fazer boas previsões sobre
seu rumo e suas tendências.
Deste modo podemos dizer que a moda nada mais é do que a aceitação do produto
pelo consumidor, a massificação que acaba causando desgaste e por fim o declínio.
2.3.2 Mercado de Moda, Vestuário
A moda começa nas tesouras, atravessa as passarelas e acaba nas revistas tops do
assunto. Nas lojas é apenas roupa. (GOLDENBERG apud COBRA, 2007, p.15)
O mercado mundial de vestuário se divide praticamente entre
Estados Unidos e União Européia. Nos Estados Unidos, o
mercado é constituído por 274 milhões de habitantes, com um
potencial de consumo de US$ 185 milhões anuais. Na União
Européia, são 376 milhões de habitantes, com um consumo
anual potencial de US$ 190 milhões, distribuídos basicamente
entre cinco países: Alemanha, Inglaterra, Itália França e
Espanha. (COBRA, 2007, p.21)
No mercado de moda Brasileiro conforme Silveira (2006, p.1) após pesquisas
produzidas pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI) e pela Associação
Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), com o apoio da Agência de
Promoção de Exportações e Investimentos (APEX Brasil), o mercado de moda
produziu em 2004, 5,6 bilhões de peças, gerando US$ 15,9 bilhões e gerando 1,1
milhões de empregos, sendo que no sul juntamente com o Sudeste concentra-se
86% da produção de moda.
34. 30
A moda gera empregos, porque é uma indústria, e, como tal,
obriga a renovação, ao consumo e, portanto, á circulação de
dinheiro. Quando um consumidor compra um terno, por
exemplo, está movimentando a economia e atingindo um
grande numero de pessoas, desde a estilista até a faxineira da
loja em que comprou a roupa. (COBRA, 2007, p.23)
A moda não é só passarela ou vitrine. Um mercado de moda
deve ter características locais.
Por que a moda não é apenas o que se coloca na vitrine ou
[...] nas passarelas. Tem a ver com universos e gente, com a
vida que elas têm os lugares em que elas vão, as coisas que
elas fazem. (PALOMINO apud COBRA, 2007, p.25)
Conforme Gonçalves (2000, p.183) o consumidor brasileiro, em termos regionais,
exibem diferenças expressivas em seus hábitos de consumo e seu poder de
compra, principalmente por razões culturais, clima e desenvolvimento econômico.
Ainda conforme Gonçalves (2000, p.184) A pesquisa deve ser realizada juntamente
com os consumidores dentro das principais capitais do país, destacando a previsão
com que costuma adquirir artigos de confecção, a importância da compra por
impulso e a preferência entre lojas de rua ou Shopping Center.
A pesquisa de mercado é fundamental para um mercado de sucesso, são através
das pesquisas que se obtêm informações para que se tomem decisões corretas.
Conforme Gonçalves (2000, p.65) os hábitos, atitudes e interesses dos
consumidores estão mudando cada vez mais e com uma maior frequência. O fato é
que não se pode estar todos os dias em contato direto com todos os clientes para
saber suas preferências, mas o que não se pode é deixar de atender suas
necessidades, por isso, as pesquisas de mercado se tornam tão importantes.
Ainda conforme Gonçalves (2000, p.65) o principal objetivo da pesquisa de mercado
é analisar e coletar informações que auxiliem a identificação de oportunidades,
ameaças e tendências, mas o que deve ficar claro que o objetivo principal não é
35. 31
simplesmente a coleta de informações, mas sim fatos e evidências que auxiliem na
tomada de decisões.
Muitas vezes você deve ter se deparado com empresas concorrentes uma ao lado
da outra, e achado um absurdo, mas na verdade essa é uma estratégia bastante
benéfica no mercado, de acordo com Treptow (2003, p.80) “um ambiente com vários
pontos de vendas que atendam o mesmo público faz com que o consumidor o visite
com maior frequência.”
Ainda conforme Treptow (2003, p.81) A concorrência serve também para
comparação de preços, deve-se sempre ficar de olho a quanto à concorrência esta
comercializando os produtos semelhantes antes de definir a tabela de preços, pois
artigos parecidos lançados com preços acima dos já praticados possuem poucas
chances de sucesso.
“As comparações com os concorrentes não podem parar com
a revelação das diferenças em competências de custos. As
empresas devem pesquisar constantemente quais as
atividades que seus concorrentes conseguem fazer melhor.”
(MIRANDA, 2003 apud TREPTOW, 2003, p.81)
“Oferecer serviços adicionais, diferenciais de qualidade ou
preços mais atraentes são vantagens competitivas que
empresas utilizam para atrair clientes de seus concorrentes ou
evitar a perda dos seus.” (TREPTOW, 2003, p.81)
Dessa maneira o mercado de moda estará sempre inovando, gerando concorrência,
produzindo novidades e benefício ao consumidor, criando novas oportunidades de
empregos e tornando o país cada vez mais auto-sustentável.
36. 32
2.3.3 Produto de Moda
O ciclo de vida dos produtos de moda é o mesmo de qualquer outro produto:
introdução, crescimento, desenvolvimento, maturidade e declínio. (COBRA, 2007
p.29)
Esse processo acontece da seguinte maneira, primeiro a tendência é ditada pela
alta-costura essa tendência ganha conhecimento e acostuma o consumidor através
de marcas com estrutura de fazer uma pesquisa de mercados em marcas
internacionais, logo após atinge a produção em massa, com menor qualidade, mas
com preços acessíveis que por fim atinge o desgaste do produto.
Na fase de introdução de um produto de moda no mercado, há
uma forte resistência do consumidor conservador em relação á
novidade. Porém, à medida que o tempo avança novos
adeptos da moda vão surgindo. Aos mais receptivos, que são
os consumidores inovadores (fase de introdução), vão se
agregando os seguidores rápidos (fase de crescimento),
seguindo da primeira maioria (fase de desenvolvimento), da
maioria seguidora (fase da maturidade) e, finalmente, dos
consumidores lentos (fase em declínio). (COBRA, 2007, p.29)
Conforme Treptow (2003, p.55) o consumidor é influenciado por diversas formas
para fazer a escolha do produto, nas sociedades pré-industriais, as pessoas
precisavam sujeitar-se a uma escassa oferta de produtos, Atualmente a diversidade
de produtos e a facilidade ao acesso a eles esta ao alcance de todos pela
diversidade de produtos disponíveis no mercado, por isso, vale a marca se destacar
das demais concorrentes, investindo em embalagens chamativas.
O consumidor diferencia os produtos através da marca, em alguns casos até a
marca substitui o nome do produto, como por exemplo, a gilete.
Conforme Gondim (2011, p1) o produto de moda se classifica em quatro tipos,
37. 33
• O produto sazonal, que é aquele que atinge alta venda em determinados
momentos do ano, principalmente datas comemorativas, como por exemplo, dia dos
pais.
• O produto de Tendência, que é representada pela moda, que tem tempo de
duração de seis meses, ou o tempo que a coleção permanecer a venda, por
exemplo, balonê e saruel.
• O produto de oportunidade são produtos que não são tendência mais que são
bastante procurados por serem divulgados principalmente nas novelas, como por
exemplo, os acessórios indianos da novela da rede globo, caminho das índias.
• O produto estratégico, é a “surpresa da coleção”, é o look conceitual que encerra o
desfile da marca, é uma peça irreverente que vai para outdoor da marca, essa é
uma aposta feita pela marca que não deve ter uma parcela muito significativa na
produção, pois como é algo diferente do que a marca costuma apresentar, pode ou
não dar certo.
Em síntese, para uma boa gestão de produtos de moda, é
preciso saber alongar e encurtar seu ciclo de vida em função
dos objetivos de mercado. Além disso, o produto precisa estar
apoiado em uma boa estrutura organizacional, sustentada por
estratégias consistentes de comunicação e marketing.
(COBRA, 2007, p.36)
O produto da marca deve manter sempre firme seu foco, assegurar a metodologia
que foi ditada, o cuidado com o público-alvo, privando sempre para não perder sua
identidade e o estilo pelo qual a marca é conhecida.
2.4 DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO
Desenvolver uma coleção exige muita comunicação entre os membros da equipe de
produção, e envolve desde o processo de pesquisa, criação, desenvolvimento e até
a entrega do produto, nesta conversa são abordados também temas referentes a
coleções anteriores como o produto que teve mais giro no mercado, produtos que os
consumidores procuraram, é levantada informações como quantidade e variedade
38. 34
de tecidos que serão necessários, matéria-prima, cores e quantidade de produtos
que conterá na coleção.
Segundo Treptow (2003, p.81) a partir do momento em que a tendência é
identificada pelos comitês setoriais, logo após a informação é transmitida aos
estilistas como temas de inspiração em feiras de fios e tecelagens, a utilização
desse conceito pelos estilistas mais famosos serve de reforço para que a idéia
chegue ao mercado do consumidor.
Para desenvolver uma coleção o design deve primeiramente pesquisar o máximo
possível de informações de detalhes, recortes, tecidos que será a tendência daquela
estação, essa pesquisa pode ser feita em revistas, sites, feiras até mesmo nas ruas.
Após estar ciente da tendência a estilista deve escolher um tema para servir de
inspiração, na maioria das vezes é utilizada a própria tendência, pois peças
comerciais não podem fugir muito da realidade. Após o design desenvolve o briefing
que são os painéis contendo todas as informações necessárias para a criação da
coleção, como os painéis de influência, os ícones, o conceito da coleção, os
acessórios e as peças da tendência que influenciarão nas peças da coleção, os
estilos e formas das peças, os detalhes que contém o produto, etc.
Após o processo de pesquisa, é criado o esboço dos modelos para começar a
desenvolver a coleção. É feito um desenho de especificação para cada roupa, e são
selecionadas as amostras de tecidos e aviamentos. Logo após o tecido é cortado e
provado. Cada peça piloto é avaliada podendo sofrer algumas alterações, como
caimento, fabricação e detalhes.
Finalizada a coleção é desenvolvidas maneiras de divulgação do produto como
desfiles, vitrines e propagandas para que seu consumidor conheça as novidades.
39. 35
2.4.1 Planejamento
Conforme Treptow (2003, p.95) “o processo desenvolvimento de coleção é dinâmico
e exige muita comunicação entre os membros da equipe.” É na reunião de
planejamento que se define quantas peças terão na coleção, as cores e modelos e
matéria-prima, a distribuição de peças no mix de produto, o tempo que vai levar para
ser executada a coleção, o tempo de comercialização o capital de giro do mercado e
o potencial de faturamento. Nessa reunião deve ser delineado o direcionamento da
empresa e um estudo de volume de vendas previsto para a coleção, nela deve estar
presente o responsável pela criação, o proprietário da empresa e as direções
industrial, comercial e de marketing.
Ainda de acordo com Treptow (2003, p.95) a direção comercial também tem papel
importante, ela é o elo com o design de criação e o mercado, indicando os tipos de
produtos que foram solicitados pelos compradores e as preferências deles.
Essas considerações são responsáveis para a criação de uma coleção organizada,
que visa atender seu público-alvo, sempre de acordo com o conceito que a marca
quer passar e criar um vínculo com o consumidor.
2.4.2 Coleção
Segundo Treptow (2003, p.41) até a metade do século XIX não existia a profissão de
criador de moda, apenas existiam os artesões que confeccionavam as peças de
acordo com os gostos do cliente. Em 1850 a primeira Moison é criada em Paris pelo
costureiro Charles Fréderich Worth, que confeccionava roupas que eram
consideradas conceito de estilo e status, ele criava as peças com modelagens
pensando para quem ele pretendia vender o produto, quando concluído era
apresentado à cliente e caso ela adquirisse eram feitos apenas ajustes para que
servisse com perfeição.
40. 36
A mulher que realizasse a prova também era solicitada para desfilar com o traje,
surgindo ai a profissão de modelo manequim.
O primeiro registro de lançamento de coleção foi na Moison de Worth, em que as
clientes eram convidadas a assistir o desfile das criações, começando a serem
lançadas coleções outono/inverno e primavera/verão.
“Segundo Rech (2002, p.68) coleção é um “conjunto de
produtos com harmonia de ponto de vista estético ou
comercial, cuja fabricação e entregas são previstas para
determinadas épocas do ano”. Para Gomes (1992 p.43)
“Coleção é a reunião ou conjunto de peças de roupas ou
acessórios que possuam alguma relação entre si” Essa
relação normalmente está centrada no tema escolhido para a
coleção, que deve ser condizente com o estilo do consumidor
e com a imagem da marca.” (TREPTOW, 2003 p.42)
Para o desenvolvimento de uma coleção é necessário ter em mente pra quem você
esta desenhando, a imagem que é a identidade da marca, desenvolver um tema
para a coleção e ter uma proposta de cores e materiais para a criação.
Segundo Treptow (2003, p.43) existem estilistas que fazem produtos a partir de
cópias ou adaptações de peças que são tendência internacional, porem dessa forma
o mostruário da empresa se torna um agrupamento de peças que nada tem em
comum, dificultando principalmente na apresentação de peças na vitrine e em
desfiles, para que uma coleção seja coerente é necessário desenvolver uma
metodologia no processo de criação.
“É a existência de um método de criação que diferencia o
design do artesão. Produtos resultantes de projetos de design
têm um melhor desempenho que aqueles desenvolvidos por
métodos empíricos e são obtidos em um curto espaço de
tempo, considerando conceito e cliente como pólos terminais
do ciclo de desenvolvimento.” (RECH 2002, p.57 apud
TREPTOW 2003, p.44)
41. 37
Para criar uma coleção devem-se saber muito mais do que apenas desenhar,
desenvolver uma coleção exige ousadia, organização e desenvolver uma grande
estrutura de pesquisa.
“Tem mais a ver com engenharia do que qualquer outra coisa.
É descobrir os limites do que você pode fazer ao envolver o
corpo com tecido. Tudo evolui. Nada é rigidamente definido.”
(GALLIANO apud SORGER 2009, p.130)
Quando se fala em estação da coleção deve se levar em conta os materiais
desenvolvidos para cada estação, quando é destinada a primavera verão são
utilizados tecidos leves e frescos com cores vibrantes e bastante estampas, no
outono/inverno é a vez dos casacos, seus materiais são pesados e quentes. Porém
em certas situações acontecem das pessoas trabalharem em lugares frescos com
ar-condicionado e o aconchego de um ambiente aquecido, ou seja, essa evidência
de estação acaba se tornando menos evidente.
Segundo Sorger (2009, p.129) para o lançamento de uma coleção a primeira tarefa
é a pesquisa, além de revistas e sites, existem outras formas, como passear no
shopping ou ate viajar pelo mundo, buscar manter-se sempre informado sobre moda
e outras tendências culturais. Feiras de tecidos são importantes para ficar sabendo
as novas fibras comercializadas, dependendo do tamanho da empresa busca fazer
pesquisas de merchandising e compradores para discutir os hábitos do seu público-
alvo.
Após o processo de pesquisa, é criado o esboço dos modelos para começar a
desenvolver a coleção. É feito um desenho de especificação para cada roupa, e são
selecionadas as amostras de tecidos e aviamentos. Logo após o tecido é cortado e
provado. Cada peça piloto é avaliada podendo sofrer algumas alterações, como
caimento, fabricação e detalhes.
42. 38
Ainda conforme Sorger (2009, p.130) logo após a coleção ser desenhada e
confeccionada, a prioridade é mostrá-la à imprensa e aos compradores, em eventos
de moda da cidade.
2.4.3 Mix de Coleção
“Mix de produtos é o nome que se da à variedade de produtos
oferecidos por uma empresa. Por exemplo, uma confecção de
surfwear masculina tem seu mix de produtos compostos por
shorts, bermudas, camisetas, regatas trajes de neoprene etc.
Os produtos oferecidos por uma empresa podem ser os mais
variados, incluindo acessórios, como bonés, agendas,
calçados, etc.” TREPTOW (2003, p.100)
Segundo Treptow (2003, p.100) ao elaborar uma coleção deve-se analisar quais os
produtos que já existem na empresa, juntamente com os profissionais da empresa
na reunião de discussão deve ser analisado se os produtos serão mantidos,
reduzidos ou ampliados, caso houver alguma alteração deve ser argumentado ao
gerente de marketing para que ele sugira qual produto deva ser incluído ou
eliminado do mix de produto da empresa, por exemplo, “o gerente de marketing
pode sugerir que seja incluído o produto blusa de lycra na coleção de surfwear
masculina, pois diagnosticou que os clientes têm procurado esse tipo de artigo.”
Em uma coleção de mix de moda Pires (2000) apud Treptow (2003 p.101) aponta
três tipos de categorias de produtos, O básico, que são os produtos presentes em
todas as coleções, peças que são garantia de venda, como camisa branca e calça
preta. O Fashion, que são os modelos que estão acompanhados de tendência do
momento com as cores, formas e padronagens, produtos que permanecem apenas
durante o período da coleção, que após isso não estarão mais na moda e não
atrairão mais os consumidores. As peças vanguarda que são tendências atuais e
futuras, não são peças muito comerciais, são peças diferentes que representam o
“espírito da coleção” usadas na maioria das vezes para desfiles e fotos, uma peça
que chama a atenção do consumidor, mas que não é uma peça em que ele usaria.
43. 39
2.4.4 Briefing de Coleção
O termo „Brief‟ do inglês segundo o Dicionário Webster apud Treptow (2003 p.108)
possui vários significados: conciso, curto em duração ou instrução, forma de
transmitir instruções finais ou informações essenciais.
Conforme Treptow (2003, p.108) Briefing nada mais é do que um resumo das fontes
de inspirações do estilista para a criação da coleção, nesse „resumo‟ que é
representado de forma objetiva em painéis ou imagens incluem as cores do produto,
as texturas, formas, preço, volume de venda, em que o estilista se influenciou, perfil
do consumidor o seu estilo de vida, etc.
O Briefing de uma coleção é o resumo de tudo o que deve conter para o
desenvolvimento de uma coleção.
2.4.5 Pesquisa de Tendência de Moda
Segundo Treptow (2003, p.81) a partir do momento em que a tendência é
identificada pelos comitês setoriais, logo após a informação é transmitida aos
estilistas como temas de inspiração em feiras de fios e tecelagens, a utilização
desse conceito pelos estilistas mais famosos serve de reforço para que a idéia
chegue ao mercado do consumidor.
“Os designers são como aves caçadoras, à procura de alvos.
A moda move-se rapidamente em comparação a outras
indústrias criativas e isso se reflete na pressão constante para
lançar tendência a cada estação. Os designers precisam
buscar constantemente novas inspirações para manter seu
trabalho atual, contemporâneo e, acima de tudo, para se
manterem motivados.” (SORGER, 2009, p.16)
44. 40
Deste modo para Sorger (2009, p.16) “pesquisa significa investigação criativa”,
sendo que um bom design não é nada sem a pesquisa, pois é a partir daí que
surgem inspirações que alimenta sua mente criativa.
A parte da pesquisa é a mais longa das etapas de criação, é necessária que analise
todas as informações possíveis, essa pesquisa pode ser feita através da internet,
revistas, arte, televisão, cinema, feiras e até nas ruas.
O profissional da área de design deve coletar todas as informações materiais que
possam servir de suporte para o desenvolvimento da coleção, ou seja, as cores,
materiais, tecidos e aviamentos que serão utilizados. A criação de painéis de
tendências é muito importante para a visualização dos elementos e estilos de
tendência.
Sorger (2009, p.16) cita também o estilo de pesquisa utilizado pelos estilistas,
Alexandre McQueen, Vivienne Westwood e John Galliano, que após encontrar o
tema ou o conceito de inspiração eles desenham coleções onde mostra claramente
a fonte onde se inspiraram. O design pode utilizar como inspiração musas ou até em
seu estado de espírito, como é o caso de Galliano que criou uma coleção inspirado
na cantora Gwen Stefani como musa, mas também baseou sua coleção na
dançarina dos anos 1920 Josephine Baker e na Imperatriz Josephine de Napoleão.
Após ser escolhido o tema, o design deve revisar seus painéis de tendência e
identificar qual estilo identifica-se com seu tema e o que poderá ser usado na
coleção de acordo com o tema escolhido.
É recomendável a utilização de um tema ou conceito para o desenvolvimento de
uma coleção, ou seja, ter um tema a seguir fica mais objetivo e dá ao design um
foco para que ele crie sua coleção de forma natural e criativa.
45. 41
2.4.6 Tema, Inspiração da Coleção
Tema nada mais é do que a história da coleção, a inspiração da coleção. Treptow
(2003, p.87) cita a marca como uma escola de samba, “a cada coleção traz um novo
samba enredo”, ou seja, uma novidade, uma nova historia para contar, mas sempre
mantendo as características que são o atributo da marca.
“O que varia mesmo de uma estação para a outra é o tema da coleção.”
(TREPTOW, 2003, p.88)
Existe uma ampla liberdade para a escolha do tema de inspiração mais se deve
levar em conta temas que tenham a ver com a tendência, pois criações feitas para o
mercado precisam ser mais comerciais do que artísticas.
Para Sorger (2009, p.18) escolher um tema, precisa ser algo que você possa
trabalhar e viver durante o prazo da coleção, por isso deve ser um assunto sobre o
qual o estilista tenha interesse, inspire e que o estimule.
“Escolha um tema ou conceito cuidadosamente; ele serve para ajudar no processo,
não para dificultá-lo.” (SORGER, 2009, p.18)
O tema também pode ser escolhido através da tendência de comportamento e foco
de interesse do consumidor. Conforme Treptow (2003, p.89) muitos designers optam
por escolher um tema baseando-se na própria sensibilidade e nas leituras das
tendências atuais.
“Uma coleção não deve se limitar a produzir as tendências pesquisadas no exterior.
Ela deve ir além, apresentando uma proposta de estilo do se criador, um “cara
própria.” (TREPTOW, 2003, p.89)
46. 42
Desta maneira segundo Treptow (2003, p.89) o estilista deve pesquisar o tema
escolhido e transportar os elementos escolhidos para a roupa. Durante essa
pesquisa pode também ser encontradas idéias de maquiagens para desfiles,
também fontes para ser usada na campanha de divulgação da coleção (outdoors e
anúncios de revista), ambientação vitrines, etc.
3 TEMA DA COLEÇÃO - CAFÉ
Dado como macro tema Brasil e Itália o micro tema haveria de ter relação com os
dois países, meu tema escolhido foi então o café por ser de grande importância
nesses dois.
O Brasil é o maior produtor de café do mundo, conforme Susin (2009, p.1) o país é
responsável por 30% do mercado internacional, além de ser o segundo maior
consumidor atrás apenas dos Estados Unidos. O plantio se concentra em quase
toda totalidade do centro-sul, o estado de Minas Gerais é o maior e melhor produtor
nacional, nas regiões do nordeste o Espírito Santo, Paraná e São Paulo e no norte
com destaque para a Rondônia.
O café expresso foi criado e desenvolvido na Itália, no país acaba se tornando
impossível você andar pelos principais locais é não encontrar cafeterias, as mais
antigas podendo até ser consideradas como pontos turísticos.
A mais antiga é encontrada em Veneza a luxuosa Caffè Florian, com sua orquestra
se torna parada obrigatória para os turistas.
47. 43
Figura 4 – Cafeteria Italiana Caffè Florian
FONTE: Uol Viagens (2011)
O Café Florian foi fundado em 1720. O seu fundador Floriano
Francesconi, inicialmente, nomeou de “Venezia Trionfante. Hoje é
conhecido por “Caffé Florian”. Uma das maiores atrações de
Veneza, é o mais antigo café da Europa. O café conta com
pequenas salas dominadas pelo mármore, cada coberta de
afrescos, pinturas e longos espelhos adornados de molduras
douradas, as mesas em mármore e as cadeiras de veludo
vermelho. O local continua com a mesma decoração do século
XVIII. (UOL 2011 apud ARRUDA, 2011 p.1)
48. 44
Figura 5 – Espelho Caffè Florian
FONTE: UOL Viagens (2011)
O café expresso se torna altamente criativo quando o assunto é latte art, que é o
desenho feito no interior da bebida, o profissional que desenvolve essa arte é
chamado de barista.
Figura 6 – Latte Art
FONTE: A Autora (2011)
49. 45
O café serviu de inspiração para varias marcas brasileira como é o caso do etilista
Reinaldo Lourenço em sua coleção verão 2010, para o curitibano Fábio Bartz em
sua coleção inverno 2011, e marcas cosméticas como fragrâncias do Boticário e
esmaltes da Risquê.
Figura 7 – Marcas Influenciadas no Café
FONTE: A Autora (2011)
Para Reinaldo Lourenço sua inspiração para a coleção verão 2010 veio de sua
infância, onde sua avó que mora no interior de São Paulo em São Miguel tinha uma
plantação de café. Segundo Lourenço (2009) apud Petta (2009, p.1) os cafezais
representaram muito a infância do estilista que brincava de desfile com a irmã.
“Tirei o tema do Brasil, da imigração do começo do século, da
época de prosperidade dos cafezais, dos próprios grãos de
café, mas pensei também no ato de tomar um café com um
amigo, que é uma coisa que vem desaparecendo aos poucos,
e que aprendi com os franceses.” (LOURENÇO, 2009 apud
Petta, 2009, p.1)
50. 46
Figura 8 – Coleção Café de Reinaldo Lourenço
FONTE: A Autora (2011)
Fábio Bartz teve como tema de inspiração o café no Brasil para sua coleção inverno
2011, Segundo Bucker (2011 p.1) a coleção traz tecidos rústicos como o linho
doblado, lã e ráfia, com muita textura e modelagem geométrica.
O estilista cita sua coleção “como um fazendeiro vivendo em uma metrópole.”
Predominando cores como marrom, craft, bordô, rosáceo e preto. As golas duplas
substituem os acessórios cita Bucker (2011, p.1).
Figura 9 – Coleção Café de Fábio Bartz
FONTE: A Autora (2011)
Artistas também com influência do café criam fascinantes obras, como é o caso da
escultura Kiss Coffee de Tsang Cheung Shing, pinturas de telas feitas com pó de
café por Karen Eland e as telas de Portinari.
51. 47
Figura 10 – Obras com tema café
FONTE: A Autora (2011)
Segundo Luso (2005) Portinari nasceu em uma fazenda de cafezais em Santa Rosa
no interior de São Paulo, vindo de uma família humilde de imigrantes italianos
cursou apenas o primário e passava parte do dia na colheita do café, mas desde
pequeno mostrava talento para a arte.
Suas obras relatavam a vida nos cafezais, o meio rural e cultural do povo onde ele
vivia, são obras de bastante prestigio para a arte brasileira.
52. 48
Figura 11 – Obras de Portinari
FONTE: A Autora (2011)
Karen Eland é uma artista que trocou as tintas pelo pó de café, ela recria obras
famosas desde Leonardo Da Vinci à Van Gogh, a idéia de mudar a matéria prima de
suas pinturas foi quando esteve em uma cafeteria e enquanto tomava um café
expresso teve a idéia de desenhar com o grão com o pensamento de como aquela
cor era bonita.
Figura 12 – Obras de Karen Eland
FONTE: A Autora (2011)
O café se torna uma grande fonte de inspiração em seus variados processos. O
desenvolvimento da planta do café foi uma grande influência neste projeto.
Conforme a tendência ditada para o inverno 2012 foi absorvida variadas formas em
relação ao café, nos acessórios, cinto de flor, luvas e lenços que tem como
referencia acessórios usados para proteger o corpo na hora da colheita do café.
53. 49
Figura 13 – Acessórios inspirados no café
FONTE: A Autora (2011)
Pelo fato do cafézinho estar presente na maioria dos executivos, ou trabalhos em
geral a coleção traz esse propósito de vestimentas com elegância no trabalho e no
lazer, utilizando técnicas de alfaiataria e tecido Oxford.
Figura 14 – Trabalho e Café
FONTE: A Autora (2011)
54. 50
Outra tendência muito forte é a malharia artesanal, que representa o saco de café.
Figura 15 – Saco de café e malharia artesanal
FONTE: A Autora (2011)
55. 51
A calça pantalona ilustra a leveza do café representada com a leveza da seda.
Figura 16 – Seda e Leveza do café
FONTE: A Autora (2011)
56. 52
O Cappuccino com sua estética fofa inspiram na criação de casacos volumosos de
pele sintética.
Figura 17 – Flor do Café inspira Casacos
FONTE: A Autora (2011)
O café com seu aroma tentador e seu gostinho tradicional se torna um tema
totalmente gratificante de ser produzido, e é claro impossível de ser desenvolvido
sem a tentação de tomar várias xícaras de café.
Por fim uma frase de Talleyrand encontrada em uma cafeteria em uma estação de
trem na Itália: “O café deve ser quente como o inferno, negro como o diabo, puro
como um anjo e doce como o amor” (PONCHIROLI, 2010 p.1 apud TELLEYRAND)
57. 53
Figura 18 – Frase de Telleyrand
FONTE: Ponchiroli (2010)
4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
O projeto foi criado com base no mercado de trabalho, foi desenvolvido todo o
processo de criação de uma marca, estratégias e público-alvo. Após termos
desenvolvido a nossa marca, o que ela quer passar e para quem ela quer vender,
começamos o processo de criação de uma coleção, que são todas as etapas desde
pesquisas de escolha do tema, influências, criação dos painéis, e por fim a criação
da coleção.
58. 54
4.1 CRIAÇÃO DA MARCA
Para sua marca crescer deve ser planejado com muita estratégia, de forma que você
tenha um foco e saiba claramente pra quem esta vendendo, quem é seu público-
alvo e seu concorrente, o nome da marca deve ser escolhido baseado no seu
consumidor, deve ser um nome forte, de fácil pronúncia para melhor memorização
do cliente, a marca deve ter um conceito que explica as características de como ela
é.
4.1.1 Nome da Marca
Figura 19 – Painel do nome da Marca
Fonte: A Autora (2011)
O nome AROKKA surgiu enquanto eu assistia futebol, e o jogador do Santos Arouca
fez um gol, foi ai que o nome me chamou atenção, pensei que seria um nome
bacana, então substitui o „ou‟ pelo „kk‟ para mudar o nome e passa uma imagem
mais sofisticada.
59. 55
4.1.2 Conceito da Marca
Figura 20 – Painel do Conceito da Marca
Fonte: A Autora (2011)
A marca Arokka é dedicada a mulheres sofisticadas, elegantes e luxuosas, a marca
oferece produtos de alta qualidade e conforto, veste mulheres que gostam de estar
sempre na moda, são modernas e independentes.
4.1.3 Público Alvo
Figura 21: Painel de Público-Alvo
Fonte: A Autora (2011)
O Público–Alvo da marca Arokka são mulheres elegantes, minimalistas e
sofisticadas, que gostam de se sentirem incrível a cada estação.
Decidida e cheia de personalidade esta sempre muito bem arrumada e ela consegui
isso com seu bom gosto e modernismo.
Sempre formal e sofisticada participa de eventos sociais, e trata essa atividade como
um lazer.
60. 56
4.1.4 Concorrentes
Figura 22 – Painel de Concorrente - GUCCI
Fonte: A Autora (2011)
Uma das concorrentes da marca Arokka é a marca Gucci, pois a marca reflete
qualidade, sofisticação, charme, são roupas modernas e confortáveis.
Figura 23 – Painel de Concorrente- CAROLINA HERRERA
Fonte: A Autora (2011)
Outra marca concorrente da Arokka é a Carolina Herrera, que seus produtos que se
traduzem em elegância, durabilidade, sofisticação e luxo, consumidos por pessoas
chiques e modernas que buscam algo único.
61. 57
Figura 24 – Painel de Concorrente - CHLOÉ
Fonte: A Autora (2011)
E por fim a marca francesa Chloé que passa uma imagem jovem, feminina,
charmosa, delicada e audaciosa.
4.2 DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO
Para desenvolver a coleção foram criados painéis a partir de um processo de
pesquisa de tendência, tema, inspirações e ícones. Após essa pesquisa são
absorvidas e representadas através dos painéis às informações necessárias que
estarão presentes na coleção, como cores, materiais, texturas, formas e aviamentos.
É criado então em cima dessas informações, o plano de coleção, o desenho técnico
de cada peça, o desenho de moda para representação do produto pronto, e então é
desenvolvida a ficha técnica.
62. 58
4.2.1 Macro Tema – Brasil/Itália
Figura 25 – Painel de Macro Tema – Brasil e Itália
Fonte: A Autora (2011)
O macro tema foi citado para todas as universidades de moda do Brasil para que a
partir daí tirassem o micro tema que tivesse influência com os dois países, no meu
caso foi o café.
4.2.2 Café
Figura 26 – Painel do Tema - CAFÉ
Fonte: A Autora (2011)
O tema café foi escolhido por ser um tema „gostoso‟ de trabalhar e por ter afinidade
com os dois países citados como macro tema que é Brasil e Itália, o Brasil por ser o
maior produtor de café e a Itália por ser os criadores do café expresso
63. 59
4.2.3 Influências
Figura 27 – Painel de Influências
Fonte: A Autora (2011)
A coleção outono inverno 2012 da marca Arokka tem como inspiração o café no
Brasil e na Itália.
O Brasil por ser o maior produtor de café do mundo, e a Itália por serem os grandes
criadores do café expresso.
Figura 28 – Painel de Influências
Fonte: A Autora (2011)
Outra forma de influência é o desenvolvimento do café, desde a flor, o fruto até o
grão.
A Pintura de telas feita com pó de café pela artista Karen Eland.
A escultura “Kiss coffee” de Tsang Cheung Shing.
E a arte chamada de „latte art‟ que são os desenhos desenvolvidos pelo Barista
dentro das xícaras de café expresso.
64. 60
Figura 29 – Painel de Influências
Fonte: A Autora (2011)
Marcas onde suas inspirações foram o café:
O estilista Fábio Bartz na coleção outono inverno 2011;
O estilista Reinaldo Lourenço em sua coleção verão 2010;
Cores de esmaltes da Risquê.
Fragrâncias do Boticário, com o nome Coffee.
Figura 30 – Painel de Influências
Fonte: A Autora (2011)
O café expresso e o tradicional café preto.
A elegância da mulher no trabalho e no lazer.
65. 61
4.2.4 Ícones
Figura 31 - Exemplo de legenda de ilustração
Fonte: A Autora (2011)
Inspirei-me na elegância e romantismo de Vivian Ward, interpretado por Julia
Roberts no filme uma linda mulher.
Outro ícone que me inspirou foi à atriz Anne Hathaway, que atuou como Andrea
Sachs no filme O Diabo veste Prada.
4.2.5 Cartela de Cores
Figura 32 – Painel de Cartela de Cores
Fonte: A Autora (2011)
As cores foram escolhidas com influencia no café e na elegância da consumidora
Arokka.
66. 62
O branco (Snow White 11-0602) representa a flor do café, e a espuma do
cappuccino.
Figura 33 – Influencia da cor branca
Fonte: A Autora (2011)
A cor Marrom (Slate Black 19-0814) é uma cor que transmite elegância, muito
utilizada no inverno que na pesquisa representa a cor do café expresso.
Figura 34 – Influencia da cor marrom
Fonte: Painbrioche.com (2011)
A cor Laranjada (Red Orange 17-1464) é uma cor sofisticada e foi posta na coleção
alegrar.
Figura 35 – Influencia da cor Laranjada
Fonte: Josy Liraham (2011)
67. 63
A cor Rosê, uma espécie de rosa envelhecido (Spice Coral 17-1644) é uma cor
prática e muito chique que pode ser usado com muitas combinações de cores.
Figura 36 – Influencia da cor Rosê
Fonte: Dior coleção inverno 2012 (2011)
A cor preta (Anthracide 19-4007) a cor chave de todos os guarda-roupas foi
influenciada pelo tradicional café preto brasileiro.
Figura 37 – Influencia da cor Preta
Fonte: Marcos Muniz (2011)
E por fim a cor Verde (Lint 14-0216) que é o verde da planta de café.
Figura 38 – Influencia da cor Verde
Fonte: Eloy Mendoza
68. 64
4.2.6 Cartela de Materiais
Figura 39 – Painel de Materiais e Texturas
Fonte: A Autora (2011)
Os materiais que serão usados no desenvolvimento da coleção é a seda por ser um
tecido leve que representa a leveza do líquido do café.
O tecido Oxford que representa roupa de trabalho, pois a coleção se influencia na
roupa em que a mulher vai usar no seu dia a dia de trabalho.
O Crochê que vai ser uma das principais tendências do inverno 2012 e por ter a
textura do saco de café.
A pele sintética por ser „fofa‟ como a espuma de um cappuccino.
69. 65
4.2.7 Proposta de Formas para a Coleção
Figura 40 – Painel de Estilos e Formas
Fonte: A Autora (2011)
Os estilos e as formas serão tecidos leves e modelagem larga, cintura marcada,
casacos volumosos, malharia e aviamentos artesanais.
4.2.8 Coleção/modelos (Plano de Coleção, desenho técnico da coleção,
desenho de moda, Styling, Produção de moda, fichas técnicas
Figura 41 – Painel de Plano de Coleção
Fonte: A Autora (2011)
70. 66
Figura 42 - Painel de Plano de Coleção
Fonte: A Autora (2011)
Figura 43 - Painel de Plano de Coleção
Fonte: A Autora (2011)
71. 67
Figura 44 - Painel de Plano de Coleção
Fonte: A Autora (2011)
Figura 45 - Painel de Plano de Coleção
Fonte: A Autora (2011)
72. 68
Figura 46 - Painel da Coleção
Fonte: A Autora (2011)
Figura 47 - Painel da Coleção
Fonte: A Autora (2011)
73. 69
Figura 48 – Look 1
Fonte: A Autora (2011)
[look 1] Vestido de seda manga de morcego, ele tem efeito “torradinha no café” onde
a cor dele é marrom e parte de baixo (metade da saia) dele é preto, como se fosse
uma torrada molhada no café, para marcar a cintura é usado um cinto de couro com
fechos de botões, como acessório é usado luvas brancas e uma bolsa de pele
sintética em marrom com o símbolo da marca Arokka em dourada.
74. 70
Figura 49 – Look 2
Fonte: A Autora (2011)
[look 2] Blazer de oxford cor rosê, com saia longa em seda que será uma grande
tendência no inverno 2012, como acessório lenço de seda envolvendo o pescoço e
bolsa de pele sintética marrom.
75. 71
Figura 50 – Look 3
Fonte: A Autora (2011)
[look 3] Esse look é composto de uma regata básica branca de seda, com um
casaco de crochê rosê meia manga, nesse casaco há um detalhe que vem de um
ombro a outro como se fosse uma tira que é presa com um broche de brilhantes, a
saia marrom de Oxford , e como acessório luvas brancas.
76. 72
Figura 51 – Look 4
Fonte: A Autora (2011)
[look 4] Esse look é composto por uma blusa laranjada, sem mangas com um efeito
de pregas na parte que surge do punho do pescoço, um casaco de pele sintética
marrom, e uma calça cintura alta pantalona preta de seda.
77. 73
Figura 52 – Look 5
Fonte: A Autora (2011)
[look 5] Um blazer com efeito de manga dobrada preto em Oxford, para dar um ar
andrógino um lençinho no bolso, um macacão verde em seda marcado na cintura.
78. 74
Figura 53 – Look 6
Fonte: A Autora (2011)
[look 6] Uma regata branca básica de seda, um casaco com comprimento alongado,
meia manga feito de crochê, o diferencial dele é a gola com amarração como se
fosse um cachecol, um calça de tecido Oxford cor rosê.
79. 75
Figura 54 – Look 7
Fonte: A Autora (2011)
[look 7] Para „quebrar‟ o estilo de cintura marcada esse casaco de crochê na cor
verde tem o diferencial de ser com a modelagem bem larga na região entre a cintura
e o quadril, seu diferencial é a gola larga e principalmente os botões artesanais
feitos com madeira de pinheiro, a pantalona é de tecido de seda marrom e seu
comprimento é até o joelho, é um look que não transparece sensualidade mas sim
seu grande potencial em ousadia.
80. 76
Figura 55 – Look 8
Fonte: A Autora (2011)
[look 8] Nestem look contém uma blusa de alça em seda branca, um casaco curto
marrom de crochê, ombro caído, detalhes na parte do busto e nos braços pequenos
botões de madeira de pinheiro, a calça é de tecido Oxford modelagem larga com
marcações na cintura e no final da calça que se usa dobrada também é justa. Como
acessórios um cinto com uma grande flor que representa a flor do café.
81. 77
Figura 56 – Look 9
Fonte: A Autora (2011)
[look 9] Este é um look para ser usado eventos que necessita sofisticação, Uma
blusa de seda branca com apenas uma manga, que passa a imagem de um lenço, a
alça dela é trançada para dar um charme e um caimento a blusa, a calça pantalona
é laranjada com tecido Oxford. Este é um look elegante e transparece sensualidade.
82. 78
Figura 57 – Look 10
Fonte: A Autora (2011)
[look 10] Essa é uma peça não muito comercial, mas que pode ser sim usada pelas
mais ousadas consumidoras Arokka, é um casaco de pele sintética marrom, onde
seu diferencial esta na gola extra que envolve o pescoço, mas que pode ser
removida podendo também ser usado com outros looks, uma regatinha branca
básica de seda por baixo, e a peça mais inusitada é o short verde cintura alta de
crochê. Como acessório o cinto de flor de café para marcar a cintura.