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Rácios
Nos estudos da economia da empresa tem-se verificado ser útil o uso de «relações» de quociente entre
grandezas económicas típicas.


Muitos vocábulos têm sido utilizados para designar tais relações, nomeadamente, índice, grau, quociente,
indicadores, rácio, coeficiente, etc.


Universalmente, tem-se adoptado a palavra rácio, neologismo correspondente ao inglês “ ratio”, que
procede do étimo latino ratio (razão).


Rácio: Relação de quociente entre duas grandezas correlacionadas e típicas da situação, da actividade ou
do rendimento, potencial ou efectivo, de uma empresa real, ideal ou de uma média de empresas.

João Carvalho das Neves, Professor Catedrático, salientou o seguinte: “A técnica estabelecida pelos
analistas financeiros consiste em estabelecer relações entre contas e agrupamentos de contas do Balanço
e de Demonstração de resultados entre outras grandezas económico – financeiras”.

Classificação dos rácios
Entre as inúmeras classificações de ratios que poderão formular-se. Vejamos as mais vulgares:


a) Quanto aos objectivos da análise
O mesmo e dizer quanto á natureza dos fenómenos que os rácios procuram revelar ou medir, assim se
poderá falar em rácios financeiros (rácios de análise financeira), rácios económicos (rácios de análise
económica), rácios económicos – financeiros e rácios técnicos.


Rácios financeiros:
São extraídos da contabilidade (lato senso), designadamente de balanços, contas de ganhos e perdas e de
exploração e orçamentos. Através deles procura – apreciar – se a estrutura financeira, os aspectos de
financiamento da empresa – origens e aplicações do capital (lato senso) –, a capacidade de crédito, a
solvibilidade da empresa, as politicas financeiras seguidas, etc.


Rácios económicos:
São os anteriores, são também calculadas a partir de cifras da contabilidade, mas alguns deles baseiam-se
mais particularmente nas estatísticas de produção e de venda. Com estes rácios procura apreciar-se
especialmente a situação económica, a estrutura patrimonial e a marcha da empresa (formação do lucro,
andamento dos custos e proveitos auto – financiamento, etc.)
Rácios económicos – financeiros:
A caracterização destes rácios deduz – se facilmente da sua designação e das espécies simples anteriores.
Como exemplos podemos citar os rácios de rendibilidade das vendas, de rotações de “stocks”, do capital,
etc.


Rácios técnicos
Respeitam geralmente á produção ou ás actividades especificamente tecnológicas da empresa e os seus
termos expressam-se frequentemente em quantidades físicas. Baseiam-se em estatísticas da produção, do
rendimento e utilização das máquinas, de produtividade da mão – de – obra, etc. É nestes rácios que
assenta predominantemente o exame das produtividades _ dos equipamentos, da mão – de – obra, etc. –
Expressas em unidades – tipo (horas de máquinas, horas de trabalho de operários, rendimento de matérias,
etc.).


b) Quanto a técnica da sua construção
Os rácios podem classificar-se em efectivos, orçamentais, médios ou básicos e pilotos ou ideias.


Os rácios efectivos e orçamentais são rácios de observação, mas os restantes não têm propriamente tal
finalidade, antes são instrumento para essas observações, são elementos de comparação com os rácios
efectivos e orçamentais.


Rácios efectivos
Os efectivos são extraídos directamente do balanço, das contas de exploração ou das estatísticas da
produção, das vendas, dos rendimentos, etc., de determinada empresa em particular.


Rácios orçamentais
Os respeitantes a dados extraídos de orçamentos.


Rácios médios ou básicos
Os representativos de uma empresa «média» do ramo em observação. São obtidos através de médias
estatísticas simples baseadas em dados de muitas empresas ou, de preferência, de médias combinadas de
forma a eliminarem-se defeitos de valores erráticos.
Porem, note-se, que os rácios médios só poderão ter utilização se basearem em valores correctos o que
importa não só a seriedade na confecção dos dados das empresas mas também a uniformidade quanto ao
conteúdo das contas e aos critérios de valorimetria e do apuramento de resultados.


É nos Estados Unidos da América que a determinação de rácios médios e o seu emprego como
instrumento de análise estão mais generalizados. As associações de Credit Men servem-se, no estudo da
situação financeira das empresas, de um número limitada de rácios médios calculados por ramos de
actividades económica, afim de determinarem os riscos na concessão de crédito.


Observam aliás, três tipos de elementos ou factores a que atribuem determinada importância relativa entre
si: Factor pessoal, factor financeiro e factor conjuntural ou económica.


As observações de natureza pessoal respeitam a um conjunto de elementos variados acerca dos dirigentes
das empresas que vão desde a competência profissional, idoneidade moral, e fortuna pessoal até a aspectos
muito particulares (hábitos de vida, relações sociais, etc.)


O factor financeiro é examinado através dos elementos da contabilidade e do orçamento.


O factor conjuntural é medido através da observação da situação e evolução próxima da economia em
geral e do ramo ou actividade da empresa em particular.


A importância relativa atribuída a cada um dos tipos de observação é a seguinte:


Factor pessoal ……….…………….40%
Factor financeiro ….……………….40%
Factor económica …………………. 20%


Quantificações desta natureza não se revestem entre nos de significado prático. No entanto, deve acentuar-
se a extrema importância que qualquer dos três elementos apresenta para a observação da situação e
marcha de uma empresa.


Sob o aspecto que aqui interessa – a aplicação dos rácios na analise dos balanços – ocorre referir que a
Robert Morris Associetes( fundada em 1914 e que passou a designar-se em 2000, Risk Manangment
Association, instituição especializada no estudo destas matérias indica para a apreciação do factor
financeiro os sete rácios médios abaixo referidos, a cada um dos quais atribui determinada percentagem de
importância no chamado “cálculo do risco”.

                                                           Importância
                                                     Relativa, no cálculo do
Rácio                         Termo do rácio                  risco


Liquidez geral                Activo Circulante                 25%
                             Passivo Circulante


Solvibilidade total            Capital próprio                  25%
                                  Passivo


Rotação de créditos               Vendas                        10%
                             Créditos de vendas


Rotação de Stocks               Venda (pc)                      10%
                                   Stocks


De imobilizações               Capital próprio                  15%
                                Imobilizado


Rotação do imobilizado            Vendas                        10%
                                Imobilizado


Rotação do capital próprio        Vendas                         5%
                               Capital próprio


Supondo que, do exame dos dados de um grande número de empresas de um ramo em observação e
relativamente a determinada época, se obtinham os seguintes valores para os rácios acima apontados
através do cálculo de medidas estatísticas e se lhes atribuía aqueles coeficientes de importância:

                                                                               Importância      Rácios
Rácio                                              Termo do rácio               Relativa        Médios


Liquidez geral                                     Activo Circulante              25%                2
                                                  Passivo Circulante


Solvibilidade total                                 Capital próprio               25%                2
                                                       Passivo


Rotação de créditos                                    Vendas                     10%                6
                                                  Créditos de vendas
Rotação de Stocks                                     Venda(pc)                    10%                     4
                                                        Stocks


De imobilizações                                    Capital próprio                15%                    2,5
                                                     Imobilizado


Rotação do imobilizado                                 Vendas                      10%                     4
                                                     Imobilizado


Rotação do capital próprio                             Vendas                      5%                      5
                                                    Capital próprio
                                                                                   100%


De harmonia com a tabela, quando o conjunto dos rácios de uma empresa apresenta um valor total dos
coeficientes de importância igual a 100, o risco diz-se Normal, (note-se que, em casos concretos, não
deixaria de observar-se os outros aspectos atrás referidos – Factor económico e pessoal). Quando o valor é
maior do que 100, o risco diz-se Inferior Normal e quando menor que 100, Superior ao Normal.


Se os rácios reais da empresa X do ramo considerado tiverem, respectivamente, os seguintes valores, 2,1;
1,8; 6,4; 4,8; 2,8; 4,2 e 5,0, vem que a análise do seu risco poderá basear-se no seguinte cálculo:

                                                     Importâncias         Rácios            Valores     Importância
Rácio                           Termo do rácio          Relativa          Médios                Reais    Relativa


Liquidez geral                  Activo Circulante         25%               2                    2,1       26,25
                               Passivo Circulante


Solvibilidade total              Capital próprio          25%               2                    1,8      22,50
                                      Passivo


Rotação de créditos                   Vendas              10%               6                    6,4      10,67
                               Créditos de vendas


Rotação de Stocks                  Venda(pc)              10%               4                    4,8      12,00
                                      Stocks


De imobilizações                 Capital próprio          15%              2,5                   2,8      16,80
                                  Imobilizado


Rotação do imobilizado       Vendas                 10%               4                   4,2                  10,50
Imobilizado


Rotação do capital próprio        Vendas                 5%        5              5             5,00
                                  Capital próprio
                                                         100%                                  103,72


Neste exemplo, o risco é inferior ao normal, conforme se pode ver na última coluna do quadro em que se
obtém como valor relativo global dos diversos rácios 103.72%. A posição é tanto melhor – pelo menos do
ponto de vista desta análise - quanto maiores forem os valores dos rácios.
De notar que o conjunto dos rácios supra interessa a apreciação de carácter predominantemente financeiro.
Um exame mais completo das empresas ou da sua situação económica requer que se contemplem mais
alguns rácios. Por isso a Robert Morris Associetes, considera, além dos sete rácios acima indicados, mais
os quatro seguintes:


Lucro liquido                Margem                 Margem         Vendas
Capital próprio              Vendas                 Activo Total   Activo Total


Rácios pilotos ou ideias (ou normais)
Se os rácios exprimem a realidade visto resultarem das médias obtidas dos rácios reais de um grande
número de empresas do mesmo ramo de actividade, por sua vez, os rácios pilotos correspondem a valores
obtidos observados o que se considera a actividade normal ou ideal de uma empresa racionalizada.


c) Quanto a sua interpretação no tempo, temos:
Rácios estáticos: os que procuram caracterizar dada situação.


Rácios cinéticos: Os procuram caracterizar uma série de factos no decurso de determinado período.


d) Quanto à espécie de análise que visam, temos:
Rácios de estrutura: Os que estabelecem proporções entre rubricas do balanço.


Rácios de funcionamento: Os que mostram o comportamento da exploração.


Rácios mistos (ou de síntese): Os que combinam os anteriores.


Vantagens dos rácios: cautelas na sua utilização
Sendo os rácios expressões de sínteses, de quociente entre duas grandezas, poder-se-á perguntar se os
mesmos serão efectivamente mais adequados para a análise da gestão do que as grandezas que
confrontam.
Entende-se que a resposta deve ser afirmativa, pois para além da comodidade da simbologia, os rácios dão
indicações mais válidas do que as grandezas ou valores absolutos que correlacionam. Comprovemos a
afirmação através de alguns exemplos:
1º Exemplo:
A empresa A ganhou 100 contos.
A empresa B ganhou 120 contos.
A empresa A tem um capital próprio de 1.000 contos.
A empresa B tem um capital próprio de 1.500 contos.

Que conclusão se pode extrair do rácio de rendibilidade do capital próprio? A empresa A tem melhor
rendibilidade do que a B; rácio de A (100/ 1.000) é de 10%, o da B de
(120 / 1.500).


2º Exemplo:
A empresa C tem 1.000 contos de existência de mercadorias.
A empresa D tem 600 contos de existências de mercadorias.
A empresa C vendeu 1.500 contos de mercadorias.
A empresa D vendeu 700 contos de mercadorias.

Cálculos
Rácios de C = 1.000 x 12 = 8 meses (meses de stock)
                 1.500

Rácios de D = 600 x 12 = 10.28 meses (meses de stock)
                700
Conclusão:
A empresa C tem uma melhor gestão de stocks: para o seu volume de negócios empata proporcionalmente
menos capital em stocks.


3º Exemplo:
A empresa E tem um activo circulante (incluindo mercadorias) de 1.000 contos.
A empresa F tem um activo circulante (incluindo mercadorias) de 2.000 contos.
A empresa E tem um passivo a curto prazo de 500 contos.
A empresa F tem um passivo a curto prazo de 1.500 contos.



Fundo de maneio de E = 500 contos
Fundo de maneio de E = 500 contos
Rácio de liquidez geral: não obstante o fundo de maneio ser igual em ambas as empresas, o certo é que a
situação financeira de E é melhor que a de F, visto que o rácio de liquidez geral de E corresponde a 2 e o
de F apenas a 1,3.


As cautelas a ter com a utilização dos rácios
A utilização dos rácios requer sempre ponderadas precauções importando ter presente as sua limitações,
ocorrendo-nos a este respeito referir, entre outros, os seguintes aspectos:
Os rácios são indicadores de sintomas de gestão, tem um carácter precário, não podem se utilizados sem
ter em conta estes aspectos:

1. A necessidade de terminologia e métodos de avaliação uniformes. É importante a Normalização
da contabilidade das empresas e de cada ramo, de modo a permitir a comparação entre elas ou no
seio delas entre vários períodos económicos.

2. Adopção de valores economicamente exactos, ainda que sejam diferentes, das cifras contabilísticas.
E valores, fiscais.

3. Os termos de cada rácio deve reportar-se a mesma data e período. A periodicidade pode contudo variar
para cada rácio e para cada tipo de empresa. Nas empresas de período sazonal de actividade, os rácios
devem ser determinados antes: ou depois da exploração.

4. No caso de empresas com diversas actividades, os dados terão de desdobrar-se, o que normalmente é
fácil para as cifras da conta de exploração, o que não poderá acontecer para as contas do balanço.

5.0s termos dos rácios devem prevenir erros voluntários, involuntários e efeitos acidentais das
flutuações monetárias. Em certos casos deverão utilizar-se de preferência unidades físicas.

                      PRODUTO A                           RENDIMENTO DA MAO DE OBRA
       Quantidade                                   Quantidade            C° de Produc.
ANO    Produzida      Custo Unit.   N° de Trab.     N° de Trab.            N° de Trab.



1          500           200,00          50        500    = 10        500x200,00   =   2.000,00
                                                   50                     50




2          400           300,00          50        400    = 8         400x300,00   =   2.400,00
                                                   50                     50
6. Por motivos de ordem prática aconselha-se a determinação de um número limitado de rácios:
Por exemplo, para a análise económica e financeira bastará geralmente o uso dos 7 rácios atrás citados e
mais os 4 que se calculam subsidiariamente.


7. Os rácios devem ser estabelecidos de modo a que a valores mais elevados correspondam sempre
melhores situações, actividades ou rendimentos. Note-se a excepção aos rácios de gastos que
tradicionalmente se fixam em percentagens do volume de produção ou lucros


Vantagens da utilização dos rácios

1. Os rácios são um meio, um instrumento importante no estudo dos problemas da gestão das empresas.
   Evidenciam, de um modo sistemático e por vezes expressivo, quer a situação quer a actividade _ seus
   custos, proveitos e resultados – em termos monetários ou não ou seja a elaboração do diagnóstico
   financeiro de uma empresa baseia-se no triângulo da liquidez, estrutura financeira e rentabilidade que
   tem subjacente os rácios.
1. Permite a formulação de comparações muito úteis só controlo da gestão, sob diversos aspectos. Assim,
   comparando rácios reais de uma empresa obtidos em períodos sucessivos, podem apreciar-se as
   evoluções verificadas e as suas tendências.
2. A possibilidade de comparação entre rácios orçamentais e rácios reais favorece o cumprimento dos
   programas, permite a atribuição de responsabilidade e dá indicações úteis á gestão futura. Contribui
   para uma maior eficiência dos serviços.

Quanto às desvantagens podemos resumi-las em:

a) Se tiver havido incorrecções ao nível dos Balanços, Demonstrações de Resultados e Anexos, os rácios
reflectirão essas incorrecções

b) Em relação a determinados fenómenos, os relatórios financeiros podem não ser a base de dados mais
adequada para a sua análise

c) As empresas podem realizar actividades em vários segmentos de negócios. Cada empresa tem uma
classificação das actividades económicas que corresponde à área de negócio mais importante, se as
conclusões disserem respeito a um só segmento e não à actividade global da empresa, os resultados dos
rácios podem ser enviesados
d) As políticas de provisões e de amortizações adoptadas pelas empresas podem ser diferentes e conduzir
a distorções ao nível dos rácios

e) Um grupo económico pode seguir uma política de transferência de preços entre empresas no seio do
grupo, motivada por interesses de optimização fiscal. Esses preços podem não corresponder aos custos
obtidos através da Contabilidade Analítica, conduzindo a que numa empresa os resultados sejam
superiores e que noutra sejam inferiores aos que de facto se verificariam se o critério fosse somente o dos
preços de mercado, sem que houvesse outras motivações.

f) Os rácios financeiros são apenas um instrumento de análise que pode e deve ser complementada por
outros; tratam apenas dados quantitativos, não tendo em consideração factores qualitativos como a ética,
motivação, etc..

Podem construir-se inúmeros rácios, mas a sua utilização vai depender sobretudo dos objectivos de
análise: qual a natureza dos fenómenos que se pretende medir ou revelar, quais as fontes de informação
que se vão utilizar, etc…




Bibliografia

João Carvalho das Neves – Análise Financeira (Métodos e Técnicas)
Rogério Fernandes Ferreira – Gestão Financeira
Contabilidade Geral e Financeira – Exercícios Práticos, Legislação Complementar IRS-IRC-SOC. COM-iva
Hélder Viegas da Silva e Maria Adelaide Matos - A EMPRESA E A CONTABILIDADE
Dante C. Matarazzo e Armando Oliveira Pestana – Análise Financeira de Balanços

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Rácios Financeiros

  • 1. Rácios Nos estudos da economia da empresa tem-se verificado ser útil o uso de «relações» de quociente entre grandezas económicas típicas. Muitos vocábulos têm sido utilizados para designar tais relações, nomeadamente, índice, grau, quociente, indicadores, rácio, coeficiente, etc. Universalmente, tem-se adoptado a palavra rácio, neologismo correspondente ao inglês “ ratio”, que procede do étimo latino ratio (razão). Rácio: Relação de quociente entre duas grandezas correlacionadas e típicas da situação, da actividade ou do rendimento, potencial ou efectivo, de uma empresa real, ideal ou de uma média de empresas. João Carvalho das Neves, Professor Catedrático, salientou o seguinte: “A técnica estabelecida pelos analistas financeiros consiste em estabelecer relações entre contas e agrupamentos de contas do Balanço e de Demonstração de resultados entre outras grandezas económico – financeiras”. Classificação dos rácios Entre as inúmeras classificações de ratios que poderão formular-se. Vejamos as mais vulgares: a) Quanto aos objectivos da análise O mesmo e dizer quanto á natureza dos fenómenos que os rácios procuram revelar ou medir, assim se poderá falar em rácios financeiros (rácios de análise financeira), rácios económicos (rácios de análise económica), rácios económicos – financeiros e rácios técnicos. Rácios financeiros: São extraídos da contabilidade (lato senso), designadamente de balanços, contas de ganhos e perdas e de exploração e orçamentos. Através deles procura – apreciar – se a estrutura financeira, os aspectos de financiamento da empresa – origens e aplicações do capital (lato senso) –, a capacidade de crédito, a solvibilidade da empresa, as politicas financeiras seguidas, etc. Rácios económicos: São os anteriores, são também calculadas a partir de cifras da contabilidade, mas alguns deles baseiam-se mais particularmente nas estatísticas de produção e de venda. Com estes rácios procura apreciar-se
  • 2. especialmente a situação económica, a estrutura patrimonial e a marcha da empresa (formação do lucro, andamento dos custos e proveitos auto – financiamento, etc.) Rácios económicos – financeiros: A caracterização destes rácios deduz – se facilmente da sua designação e das espécies simples anteriores. Como exemplos podemos citar os rácios de rendibilidade das vendas, de rotações de “stocks”, do capital, etc. Rácios técnicos Respeitam geralmente á produção ou ás actividades especificamente tecnológicas da empresa e os seus termos expressam-se frequentemente em quantidades físicas. Baseiam-se em estatísticas da produção, do rendimento e utilização das máquinas, de produtividade da mão – de – obra, etc. É nestes rácios que assenta predominantemente o exame das produtividades _ dos equipamentos, da mão – de – obra, etc. – Expressas em unidades – tipo (horas de máquinas, horas de trabalho de operários, rendimento de matérias, etc.). b) Quanto a técnica da sua construção Os rácios podem classificar-se em efectivos, orçamentais, médios ou básicos e pilotos ou ideias. Os rácios efectivos e orçamentais são rácios de observação, mas os restantes não têm propriamente tal finalidade, antes são instrumento para essas observações, são elementos de comparação com os rácios efectivos e orçamentais. Rácios efectivos Os efectivos são extraídos directamente do balanço, das contas de exploração ou das estatísticas da produção, das vendas, dos rendimentos, etc., de determinada empresa em particular. Rácios orçamentais Os respeitantes a dados extraídos de orçamentos. Rácios médios ou básicos Os representativos de uma empresa «média» do ramo em observação. São obtidos através de médias estatísticas simples baseadas em dados de muitas empresas ou, de preferência, de médias combinadas de forma a eliminarem-se defeitos de valores erráticos.
  • 3. Porem, note-se, que os rácios médios só poderão ter utilização se basearem em valores correctos o que importa não só a seriedade na confecção dos dados das empresas mas também a uniformidade quanto ao conteúdo das contas e aos critérios de valorimetria e do apuramento de resultados. É nos Estados Unidos da América que a determinação de rácios médios e o seu emprego como instrumento de análise estão mais generalizados. As associações de Credit Men servem-se, no estudo da situação financeira das empresas, de um número limitada de rácios médios calculados por ramos de actividades económica, afim de determinarem os riscos na concessão de crédito. Observam aliás, três tipos de elementos ou factores a que atribuem determinada importância relativa entre si: Factor pessoal, factor financeiro e factor conjuntural ou económica. As observações de natureza pessoal respeitam a um conjunto de elementos variados acerca dos dirigentes das empresas que vão desde a competência profissional, idoneidade moral, e fortuna pessoal até a aspectos muito particulares (hábitos de vida, relações sociais, etc.) O factor financeiro é examinado através dos elementos da contabilidade e do orçamento. O factor conjuntural é medido através da observação da situação e evolução próxima da economia em geral e do ramo ou actividade da empresa em particular. A importância relativa atribuída a cada um dos tipos de observação é a seguinte: Factor pessoal ……….…………….40% Factor financeiro ….……………….40% Factor económica …………………. 20% Quantificações desta natureza não se revestem entre nos de significado prático. No entanto, deve acentuar- se a extrema importância que qualquer dos três elementos apresenta para a observação da situação e marcha de uma empresa. Sob o aspecto que aqui interessa – a aplicação dos rácios na analise dos balanços – ocorre referir que a Robert Morris Associetes( fundada em 1914 e que passou a designar-se em 2000, Risk Manangment Association, instituição especializada no estudo destas matérias indica para a apreciação do factor
  • 4. financeiro os sete rácios médios abaixo referidos, a cada um dos quais atribui determinada percentagem de importância no chamado “cálculo do risco”. Importância Relativa, no cálculo do Rácio Termo do rácio risco Liquidez geral Activo Circulante 25% Passivo Circulante Solvibilidade total Capital próprio 25% Passivo Rotação de créditos Vendas 10% Créditos de vendas Rotação de Stocks Venda (pc) 10% Stocks De imobilizações Capital próprio 15% Imobilizado Rotação do imobilizado Vendas 10% Imobilizado Rotação do capital próprio Vendas 5% Capital próprio Supondo que, do exame dos dados de um grande número de empresas de um ramo em observação e relativamente a determinada época, se obtinham os seguintes valores para os rácios acima apontados através do cálculo de medidas estatísticas e se lhes atribuía aqueles coeficientes de importância: Importância Rácios Rácio Termo do rácio Relativa Médios Liquidez geral Activo Circulante 25% 2 Passivo Circulante Solvibilidade total Capital próprio 25% 2 Passivo Rotação de créditos Vendas 10% 6 Créditos de vendas
  • 5. Rotação de Stocks Venda(pc) 10% 4 Stocks De imobilizações Capital próprio 15% 2,5 Imobilizado Rotação do imobilizado Vendas 10% 4 Imobilizado Rotação do capital próprio Vendas 5% 5 Capital próprio 100% De harmonia com a tabela, quando o conjunto dos rácios de uma empresa apresenta um valor total dos coeficientes de importância igual a 100, o risco diz-se Normal, (note-se que, em casos concretos, não deixaria de observar-se os outros aspectos atrás referidos – Factor económico e pessoal). Quando o valor é maior do que 100, o risco diz-se Inferior Normal e quando menor que 100, Superior ao Normal. Se os rácios reais da empresa X do ramo considerado tiverem, respectivamente, os seguintes valores, 2,1; 1,8; 6,4; 4,8; 2,8; 4,2 e 5,0, vem que a análise do seu risco poderá basear-se no seguinte cálculo: Importâncias Rácios Valores Importância Rácio Termo do rácio Relativa Médios Reais Relativa Liquidez geral Activo Circulante 25% 2 2,1 26,25 Passivo Circulante Solvibilidade total Capital próprio 25% 2 1,8 22,50 Passivo Rotação de créditos Vendas 10% 6 6,4 10,67 Créditos de vendas Rotação de Stocks Venda(pc) 10% 4 4,8 12,00 Stocks De imobilizações Capital próprio 15% 2,5 2,8 16,80 Imobilizado Rotação do imobilizado Vendas 10% 4 4,2 10,50
  • 6. Imobilizado Rotação do capital próprio Vendas 5% 5 5 5,00 Capital próprio 100% 103,72 Neste exemplo, o risco é inferior ao normal, conforme se pode ver na última coluna do quadro em que se obtém como valor relativo global dos diversos rácios 103.72%. A posição é tanto melhor – pelo menos do ponto de vista desta análise - quanto maiores forem os valores dos rácios. De notar que o conjunto dos rácios supra interessa a apreciação de carácter predominantemente financeiro. Um exame mais completo das empresas ou da sua situação económica requer que se contemplem mais alguns rácios. Por isso a Robert Morris Associetes, considera, além dos sete rácios acima indicados, mais os quatro seguintes: Lucro liquido Margem Margem Vendas Capital próprio Vendas Activo Total Activo Total Rácios pilotos ou ideias (ou normais) Se os rácios exprimem a realidade visto resultarem das médias obtidas dos rácios reais de um grande número de empresas do mesmo ramo de actividade, por sua vez, os rácios pilotos correspondem a valores obtidos observados o que se considera a actividade normal ou ideal de uma empresa racionalizada. c) Quanto a sua interpretação no tempo, temos: Rácios estáticos: os que procuram caracterizar dada situação. Rácios cinéticos: Os procuram caracterizar uma série de factos no decurso de determinado período. d) Quanto à espécie de análise que visam, temos: Rácios de estrutura: Os que estabelecem proporções entre rubricas do balanço. Rácios de funcionamento: Os que mostram o comportamento da exploração. Rácios mistos (ou de síntese): Os que combinam os anteriores. Vantagens dos rácios: cautelas na sua utilização
  • 7. Sendo os rácios expressões de sínteses, de quociente entre duas grandezas, poder-se-á perguntar se os mesmos serão efectivamente mais adequados para a análise da gestão do que as grandezas que confrontam. Entende-se que a resposta deve ser afirmativa, pois para além da comodidade da simbologia, os rácios dão indicações mais válidas do que as grandezas ou valores absolutos que correlacionam. Comprovemos a afirmação através de alguns exemplos: 1º Exemplo: A empresa A ganhou 100 contos. A empresa B ganhou 120 contos. A empresa A tem um capital próprio de 1.000 contos. A empresa B tem um capital próprio de 1.500 contos. Que conclusão se pode extrair do rácio de rendibilidade do capital próprio? A empresa A tem melhor rendibilidade do que a B; rácio de A (100/ 1.000) é de 10%, o da B de (120 / 1.500). 2º Exemplo: A empresa C tem 1.000 contos de existência de mercadorias. A empresa D tem 600 contos de existências de mercadorias. A empresa C vendeu 1.500 contos de mercadorias. A empresa D vendeu 700 contos de mercadorias. Cálculos Rácios de C = 1.000 x 12 = 8 meses (meses de stock) 1.500 Rácios de D = 600 x 12 = 10.28 meses (meses de stock) 700 Conclusão: A empresa C tem uma melhor gestão de stocks: para o seu volume de negócios empata proporcionalmente menos capital em stocks. 3º Exemplo: A empresa E tem um activo circulante (incluindo mercadorias) de 1.000 contos. A empresa F tem um activo circulante (incluindo mercadorias) de 2.000 contos. A empresa E tem um passivo a curto prazo de 500 contos. A empresa F tem um passivo a curto prazo de 1.500 contos. Fundo de maneio de E = 500 contos Fundo de maneio de E = 500 contos
  • 8. Rácio de liquidez geral: não obstante o fundo de maneio ser igual em ambas as empresas, o certo é que a situação financeira de E é melhor que a de F, visto que o rácio de liquidez geral de E corresponde a 2 e o de F apenas a 1,3. As cautelas a ter com a utilização dos rácios A utilização dos rácios requer sempre ponderadas precauções importando ter presente as sua limitações, ocorrendo-nos a este respeito referir, entre outros, os seguintes aspectos: Os rácios são indicadores de sintomas de gestão, tem um carácter precário, não podem se utilizados sem ter em conta estes aspectos: 1. A necessidade de terminologia e métodos de avaliação uniformes. É importante a Normalização da contabilidade das empresas e de cada ramo, de modo a permitir a comparação entre elas ou no seio delas entre vários períodos económicos. 2. Adopção de valores economicamente exactos, ainda que sejam diferentes, das cifras contabilísticas. E valores, fiscais. 3. Os termos de cada rácio deve reportar-se a mesma data e período. A periodicidade pode contudo variar para cada rácio e para cada tipo de empresa. Nas empresas de período sazonal de actividade, os rácios devem ser determinados antes: ou depois da exploração. 4. No caso de empresas com diversas actividades, os dados terão de desdobrar-se, o que normalmente é fácil para as cifras da conta de exploração, o que não poderá acontecer para as contas do balanço. 5.0s termos dos rácios devem prevenir erros voluntários, involuntários e efeitos acidentais das flutuações monetárias. Em certos casos deverão utilizar-se de preferência unidades físicas. PRODUTO A RENDIMENTO DA MAO DE OBRA Quantidade Quantidade C° de Produc. ANO Produzida Custo Unit. N° de Trab. N° de Trab. N° de Trab. 1 500 200,00 50 500 = 10 500x200,00 = 2.000,00 50 50 2 400 300,00 50 400 = 8 400x300,00 = 2.400,00 50 50
  • 9. 6. Por motivos de ordem prática aconselha-se a determinação de um número limitado de rácios: Por exemplo, para a análise económica e financeira bastará geralmente o uso dos 7 rácios atrás citados e mais os 4 que se calculam subsidiariamente. 7. Os rácios devem ser estabelecidos de modo a que a valores mais elevados correspondam sempre melhores situações, actividades ou rendimentos. Note-se a excepção aos rácios de gastos que tradicionalmente se fixam em percentagens do volume de produção ou lucros Vantagens da utilização dos rácios 1. Os rácios são um meio, um instrumento importante no estudo dos problemas da gestão das empresas. Evidenciam, de um modo sistemático e por vezes expressivo, quer a situação quer a actividade _ seus custos, proveitos e resultados – em termos monetários ou não ou seja a elaboração do diagnóstico financeiro de uma empresa baseia-se no triângulo da liquidez, estrutura financeira e rentabilidade que tem subjacente os rácios. 1. Permite a formulação de comparações muito úteis só controlo da gestão, sob diversos aspectos. Assim, comparando rácios reais de uma empresa obtidos em períodos sucessivos, podem apreciar-se as evoluções verificadas e as suas tendências. 2. A possibilidade de comparação entre rácios orçamentais e rácios reais favorece o cumprimento dos programas, permite a atribuição de responsabilidade e dá indicações úteis á gestão futura. Contribui para uma maior eficiência dos serviços. Quanto às desvantagens podemos resumi-las em: a) Se tiver havido incorrecções ao nível dos Balanços, Demonstrações de Resultados e Anexos, os rácios reflectirão essas incorrecções b) Em relação a determinados fenómenos, os relatórios financeiros podem não ser a base de dados mais adequada para a sua análise c) As empresas podem realizar actividades em vários segmentos de negócios. Cada empresa tem uma classificação das actividades económicas que corresponde à área de negócio mais importante, se as conclusões disserem respeito a um só segmento e não à actividade global da empresa, os resultados dos rácios podem ser enviesados
  • 10. d) As políticas de provisões e de amortizações adoptadas pelas empresas podem ser diferentes e conduzir a distorções ao nível dos rácios e) Um grupo económico pode seguir uma política de transferência de preços entre empresas no seio do grupo, motivada por interesses de optimização fiscal. Esses preços podem não corresponder aos custos obtidos através da Contabilidade Analítica, conduzindo a que numa empresa os resultados sejam superiores e que noutra sejam inferiores aos que de facto se verificariam se o critério fosse somente o dos preços de mercado, sem que houvesse outras motivações. f) Os rácios financeiros são apenas um instrumento de análise que pode e deve ser complementada por outros; tratam apenas dados quantitativos, não tendo em consideração factores qualitativos como a ética, motivação, etc.. Podem construir-se inúmeros rácios, mas a sua utilização vai depender sobretudo dos objectivos de análise: qual a natureza dos fenómenos que se pretende medir ou revelar, quais as fontes de informação que se vão utilizar, etc… Bibliografia João Carvalho das Neves – Análise Financeira (Métodos e Técnicas) Rogério Fernandes Ferreira – Gestão Financeira Contabilidade Geral e Financeira – Exercícios Práticos, Legislação Complementar IRS-IRC-SOC. COM-iva Hélder Viegas da Silva e Maria Adelaide Matos - A EMPRESA E A CONTABILIDADE Dante C. Matarazzo e Armando Oliveira Pestana – Análise Financeira de Balanços