Saúde Coletiva - Aula 6 epidemiologia das doenças transmitidas por via aérea
1. Saúde Coletiva
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Disciplina: Saúde Coletiva
Epidemiologia das doenças
transmissíveis por via aérea
Mario Gandra
2. Saúde Coletiva
O que veremos hoje?
● Hanseníase
● Tuberculose
● Gripe
3. Saúde Coletiva
Hanseníase
Sobre a doença
1) Agente etiológico: Mycobacterium leprae (bacilo de
Hansen). Ataca nervos periféricos.
2) Transmissão: vias aéreas (respiração, espirro, tosse, fala)
ou através do contato com feridas abertas do doente.
Incubação: 2 a 7 anos.
3) Sintomas: Neurite, manchas esbranquiçadas e
avermelhadas em qualquer parte do corpo, com diminuição
e/ou perda da sensação de calor; dormência e perda da força
muscular das mãos e dos pés; caroços e inchaços no rosto e
nas orelhas
4. Saúde Coletiva
Hanseníase
Paucibacilar (PB):
com até 5 lesões de pele
HAN Tuberculóide:
Manchas vermelhas,
Ocorre dormência e
queda de pêlos sobre
as manchas.
Sobre a doença
HAN Indeterminada:
Manchas brancas,
dormência,
desaparecimento de
pêlos no local
5. Saúde Coletiva
História e conceitos
Sobre a doença
Multibacilar (MB):
Com mais de 5 lesões de pele
HAN Dimorfa:
Manchas
avermelhadas ou
castanhas, espalhadas
pelo corpo. Dormência
HAN Virchowiana:
Caroços nas orelhas e
no corpo. Perda de
pelos (cílios e
sobrancelhas). Mãos e
os pés inchados e o
nariz com congestão e
secreção
6. Saúde Coletiva
Hanseníase
Sobre a doença
4) Diagnóstico: exame clínico com teste de sensibilidade;
baciloscopia; histopatologia.
(Exclusão) Manchas na pele:
...aquelas que apresentam sensibilidade normal;
...as que existem no corpo desde o nascimento;
...as pruriginosas (com coceira);
...as escamosas;
...as que aparecem ou desaparecem de repente e se espalham
rapidamente.
5) Tratamento: Poliquimioterapia – PQT: Rifampicina,
Clofazimina e Dapsona
7. Saúde Coletiva
Hanseníase
Tratamento
Tratamento da forma Paucibacilar
Supervisionado: (na unidade de saúde) Mensal, no dia da consulta:
2 Cápsulas de Rifampicina (300 mg x 2)
1 Comprimido de Dapsona (100 mg)
Auto-administrado: (em casa) Diário:
1 Comprimido de Dapsona (100 mg)
Ciclo completo de tratamento: 6 blisters
Tratamento da forma Multibacilar
Supervisionado: (na unidade de saúde) Mensal, no dia da consulta:
2 Cápsulas de Rifampicina (300 mg x 2)
3 Cápsulas de Clofazimina (100 mg x 3)
1 Comprimido de Dapsona (100 mg)
Auto-administrado: (em casa) Diário:
1 Comprimido de Dapsona (100 mg)
1 Cápsula de Clofazimina (50 mg),
Ciclo completo: 12 blisters
8. Saúde Coletiva
Hanseníase
Tratamento
● Rifampicina age ligando-se e inibindo a RNA polimerase nas
células bacterianas
● Clofazimina liga-se ao DNA da micobactéria
● Dapsona inibidor competitivo da enzima dihidroperoato
sintetase(são análogos do seu substrato o ácido para-aminobenzóico
(PABA)). A enzima catalisa uma reação
necessária à síntese de ácido fólico (o ácido fólico é necessário
para a síntese de precursores de DNA e RNA).
9. Saúde Coletiva
Hanseníase
Situando o problema
● Doença com seqüelas importantes
● Causa incapacidades e deformidades
● Medo, preconceito e tabus que envolvem doença
● Conhecida popularmente como lepra
● Nome mudado através de uma Portaria do governo, com
intenção de diminuir o preconceito
Comprometimento
nervo periférico
Deformidades e
Incapacidades
físicas
Redução trabalho
e vida social
Problemas
psicológicos
11. Saúde Coletiva
Hanseníase
Situando o problema
É uma doença com seqüelas importantes, causando incapacidades e deformidades, que são responsáveis pelo
medo, pelo preconceito e pelos tabus que envolvem doença.
Conhecida popularmente como lepra, teve seu nome mudado através de uma Portaria do governo, com
intenção de diminuir o preconceito.
Hoje, se considera que a hanseníase seja como a tuberculose e a poliomielite, isto é, muitas pessoas se
infectam, mas poucas adoecem.
12. Saúde Coletiva
Hanseníase
Aspectos epidemiológicos
No mundo:
● Ocorre de forma endêmica principalmente em países
subdesenvolvidos
Em 1985 – 11 a 12.000.000 de hansenianos no mundo;
Em 1996 – 1.260.000 hansenianos no mundo
No Brasil:
● Redução significativa de sua prevalência
● Aproximando-se da meta proposta pela OMS: 1 caso por
10.000
16. Saúde Coletiva
Hanseníase
Situando o problema
É uma doença com seqüelas importantes, causando incapacidades e deformidades, que são responsáveis pelo
medo, pelo preconceito e pelos tabus que envolvem doença.
Conhecida popularmente como lepra, teve seu nome mudado através de uma Portaria do governo, com
intenção de diminuir o preconceito.
Hoje, se considera que a hanseníase seja como a tuberculose e a poliomielite, isto é, muitas pessoas se
infectam, mas poucas adoecem.
24. Saúde Coletiva
Tuberculose
Sobre a doença
1) Agente Etiológico: Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo
de Koch (BK), afeta principalmente os pulmões
2) Fisiopatologia: bacilo atinge a periferia do pulmão e
multiplica - inicia um processo inflamatório - foco pulmonar
durante 15 dias - por via linfática - ducto torácico - circulação
sangüínea e dissemina pelo organismo
3) Sintomas: tosse crônica (mais de 3 semanas), pode ter
grande produções de escarro, que pode ter sangue, febre com
suor noturno (que chega a molhar o lençol), perda de peso
lenta e progressiva, palidez.
25. Saúde Coletiva
Tuberculose
Sobre a doença
4) Transmissão: direta de pessoa a pessoa (tossir, falar e
espirrar)
Fatores que facilitam a infecção e ou surgimento da doença:
- Morar em região de grande prevalência da doença.
- Ser profissional da área de saúde.
- Confinamento em asilos, presídios, manicômios ou quartéis.
- Predisposição genética.
- Idade avançada.
- Desnutrição.
- Alcoolismo.
- Uso de drogas.
- Doenças como AIDS
26. Saúde Coletiva
Tuberculose
Sobre a doença
5) Diagnóstico:
● Clínico: Tosse há mais de 3 semanas, febre e perda de peso
● Laboratorial: cultura isolamento da M. tuberculosis
6) Tratamento:
● Associação de: rifampicina, isoniazida e pirazinamida, sem
interrupção
● O tratamento dura em torno de seis meses.
● Tratamento correto: chances de cura chegam a 95%
38. Saúde Coletiva
Tuberculose
Aspectos epidemiológicos - Proporção de portadores de
tuberculose acompanhados nas áreas de cobertura do
PSF
39. Saúde Coletiva
Tuberculose
Situação da TB (Brasil e mundo)
● OMS: situação de emergência há 2 décadas
● Maior causa de morte por DI em adultos
● Brasil: 15o entre os 22 responsáveis por 80% dos casos
● Meta OMS: detectar 70% dos casos estimados e curar 85%
● Ligada a problemas sociais
● Estigma social leva a não-adesão ao tratamento
40. Saúde Coletiva
Tuberculose
Programa Nacional de Controle da TB (PNCT)
● Programa unificado (federal/estadual/municipal)
● Distribuição gratuita de medicamentos e demais insumos
● Integração das ações através da SVS/MS
● 1996: Plano emergencial para o controle da TB
● Estratégia do tratamento supervisionado (DOTS)
41. Saúde Coletiva
Tuberculose
Programa Nacional de Controle da TB (PNCT)
5 elementos da estratégia recomendada pela OMS:
● vontade política
● garantia da baciloscopia
● aquisição e distribuição regular de medicamentos
● tratamento diretamente observado
● regularidade do sistema de informação.
46. Saúde Coletiva
Tuberculose
Questão Aids/TB
● Brasil - 80.000 casos de TB e 32.000 casos de Aids por ano
● Cerca de 600 000 infectados pelo HIV, cerca de 185 000
pessoas em TARV
● Cobertura de testagem HIV em pacientes com TB - 53%
(2006) Prevalência do HIV nos pacientes com TB - 20%
● Taxa de óbito na co-infecção: 20% (2004)
- Articulação entre os programas de Aids e TB
- Acesso ao diagnóstico do HIV em pacientes com TB
- Profilaxia da TB em pessoas infectadas pelo HIV
- Tratamento da co-infecção
49. Saúde Coletiva
Gripe
Sobre a doença
1) Agente etiológico: doença contagiosa resultante da
infecção pelo vírus influenza
2) Incubação: 3 dias (1-5)
3) Sintomas: início súbito – febre, calafrios, cefaléias,
mialgias, tosse, dor de garganta, corrimento nasal, falta de ar.
Normalmente recupera em 1 semana. Pode complicar para
pneumonia.
4) Aspectos epidemiológicos:
● Anualmente 5 a 15% da população mundial contrai a doença
● Óbitos ocorrem nos idosos e em caso de patologia crônica
concomitante.
50. Saúde Coletiva
Gripe
Sobre a doença
Prevenção:
● Vacinação
● Medidas de “etiqueta respiratória” e distanciamento social
● Prestação de cuidados tratamento sintomático
52. Saúde Coletiva
Os vírus da influenza
descendem todos de aves.
Os Gripe
vírus aviários teriam
evoluído para 5 grandes
linhagens. As linhagens
suína Sobre e a doença
humana seriam
geneticamente semelhantes,
sugerindo uma origem
comum.
Prevenção:
Vacinação
Medidas de “etiqueta respiratória” e distanciamento social
Prestação de cuidados tratamento sintomátic
Os ancestrais dos vírus da gripe espanhola (1918), da gripe
asiática (1957) e da gripe Hong Kong (1968) ainda circulam
em aves, com poucas mutações.
53. Saúde Coletiva
Gripe
Sobre a doença
Aves podem ser
acometidas por
vírus influenza
de todos os tipos
(H1 a H15).
A influenza aviária de alta
patogenicidade é causada pelo
vírus H5. É uma doença dos tratos
respiratório e digestivo de aves de
criação, podendo haver
comprometimento sistêmico. Até o
recente surto pelo H5N1, aves
selvagens não adoeciam de
influenza.
55. Saúde Coletiva
Gripe
Plano de contingência
● Vigilância de âmbito mundial para detectar variantes novas
● Informação
● Obtenção de vacinas adequadas e passíveis de serem
produzidas em grandes quantidades.
● Estabelecimento e manutenção de estoques estratégicos de
medicamentos antivirais
● Planos de vacinação emergencial.
● Planos de assistência médico-hospitalar de urgência.
● Planos de contingência para isolamento