SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 7
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Professores: Ms. Pedro Ludovico de Goiás e Silva
Ms. Karla Carvalho Miranda
EMBRIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
O SISTEMA CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular é o primeiro a entrar em funcionamento no embrião, permitindo que o
sangue comece a circular no final da terceira semana. Esse desenvolvimento rápido é
necessário porque o embrião em ligeiro crescimento precisa de um método eficiente de
aquisição de oxigênio e nutrientes, e de excreção de dióxido de carbono e outros produtos.
DESENVOLVIMENTO INICIAL DO CORAÇÃO
O primeiro sinal do coração aparece no fim da terceira semana na área cardiogênica. Um par
de cordões endoteliais denominados cordões angioblásticos aparece e logo sofre canalização
para formar os tubos endocárdicos. Estes tubos aproximam-se um do outro e se fundem,
formando um único tubo cardíaco.
Três pares de veias drenam o coração tubular do embrião de quatro semanas: (1) as veias
vitelinas, pelas quais retorna o sangue do saco vitelino; (2) as veias umbilicais, que trazem
sangue oxigenado do córion (parte embrionária da placenta); e (3) as veias cardinais comuns,
pelas quais retorna o sangue do corpo do embrião.
Durante a formação da prega cefálica, o tubo cardíaco e a cavidade pericárdica vão se situar
em posição ventral ao intestino anterior e em posição caudal à membrana orofaríngea. Ao
mesmo tempo, o coração se alonga e forma dilatações e constrições alternadas: o tronco
arterioso, o bulbo arterioso (ou bulbus cordis), o átrio, o ventrículo e o seio venoso.
O tronco arterioso é continuo, cefálicamente, com o saco aórtico, do qual nascem os arcos
aórticos. O seio venoso, que é grande, recebe as veias umbilical, vitelina e cardinal comum,
vindas do córion, saco vitelino e embrião, respectivamente. O seio venoso, também grande,
recebe sangue das veias umbilicais, vitelina e cardinal comum. Inicialmente, o coração é um
tubo razoavelmente reto, mas logo se curva sobre si mesmo, formando uma alça
bulboventricular em "U".
Com a fusão dos tubos cardíacos endoteliais, o mesoderma esplâncnico que envolve o celoma
pericárdico forma uma camada externa do coração embrionário. Esta camada representa o
miocárdio primitivo. Nesta fase, o coração em desenvolvimento é composto de um tubo
endotelial separado de outro tubo, o miocárdio primitivo, por um tecido conjuntivo gelatinoso
chamado geléia cardíaca. O tubo endotelial transforma-se no revestimento endotelial interno do
coração, o endocárdio, enquanto o miocárdio primitivo torna-se sua parede muscular, ou
miocárdio. O epicárdio ou pericárdio visceral é derivados das células mesoteliais que nascem
da superfície externa do seio venoso e se espalham sobre o miocárdio.
A CIRCULAÇÃO PRIMITIVA
As contrações do coração primitivo começam entre o vigésimo e vigésimo primeiro dia. Os
movimentos ocorrem em ondas peristálticas que têm inicio no seio venoso e forçam o sangue
através do coração tubular. O sangue primitivo forma-se na parede do saco vitelino durante a
terceira semana e passa para o seio venoso do coração através das veias vitelinas. O seio
venoso também recebe sangue do córion pelas veias umbilicais (inicialmente são duas). O
sangue proveniente do córion contém nutrientes e oxigênio derivados do sangue da materno.
Como o saco vitelino não contem vitelo, o embrião precisa obter sua nutrição e oxigênio da
mãe através da placenta primitiva.
O sangue do coração primitivo é distribuído para os arcos braquiais vindo dos arcos aórticos, e,
para o resto do embrião das aortas (inicialmente são duas) e seus ramos. O sangue do
coração primitivo também passa para o saco vitelino e para o córion via artérias vitelina e
umbilical, respectivamente.
Depois de liberar oxigênio e nutrientes para os tecidos e órgãos em desenvolvimento do
embrião e deles receber dióxido de carbono e produtos de excreção, o sangue retorna ao
coração principalmente pelas veias cardinais. O sangue que passa do coração para placenta
primitiva (córion) libara os seus produtos de excreção e dióxido de carbono para o sangue
materno, dele recebendo nutrientes e oxigênio. Este sangue bem oxigenado retorna ao
coração pelas veias umbilicais.
DESENVOLVIMENTO FINAL DO CORAÇÃO
O coração primitivo tem um átrio e um ventrículo. A divisão do canal atrioventricular, átrio e
ventrículo começam por volta da metade da quarta semana e esta essencialmente completada
ao final da quinta semana. Embora sejam descritos separadamente, esses processos do
desenvolvimento acontecem ao mesmo tempo.
DIVISÃO DO CANAL ATRIOVENTRICULAR
Coxins endocárdicos aparecem nas paredes dorsal e ventral do coração, na região do canal
atrioventricular. Estas saliências crescem em direção uma à outra e se fundem, dividindo os
canais atrioventriculares direito e esquerdo.
DIVISÃO DO ÁTRIO PRIMITIVO
Uma membrana delgada em forma de quarto crescente, o septum primum, cresce da parede
dorsocefálica do átrio primitivo. Enquanto este septo com a aparência de cortina cresce, forma-
se entre a sua borda livre e os coxins endocárdicos uma grande abertura chamada forâmen
primum. Ao crescer em direção aos coxins endocárdicos, o septum primum reduz o tamanho
do foramen primum. Antes do foramen primum ser obliterado, aparecem perfurações na parte
central do septum primum, que logo coalecem para formar uma outra abertura, o foramen
secundum. Ao mesmo tempo, o septum primum se fundem com os coxins endocárdicos
fundidos, obliterando assim o foramen primum.
Em seguida, uma outra membrana em quarto crescente, o septum secundum, crescem a partir
da parede ventrocefálica do átrio do lado direito do septum primum; e gradualmente, este septo
cobre o foramen secundum. A abertura oval no septum secundum é chamado forame oval. A
parte remanescente do septum primum forma a valva do forame oval. Antes do nascimento, o
forame oval permite que a maior parte do sangue que penetra no átrio direito passe para o átrio
esquerdo. Depois do nascimento, o forame oval normalmente se fecha e o septo interatrial se
transforma numa divisão completa.
Destino do seio venoso e formação do átrio direito adulto. Inicialmente, o seio venoso é uma
câmara separada do coração que se abre na parede dorsal do átrio direito. O corno esquerdo
do seio venoso forma o seio coronário e o corno direito torna-se parte do átrio direito. O
resquício da parte direita do átrio primitivo é representado pela porção rugosa do átrio e pela
aurícula direita.
Veia pulmonar primitiva e formação do átrio esquerdo adulto. A parte lisa da parede do átrio
esquerdo deriva da veia pulmonar primitiva. Com a expansão do átrio, a porção terminal desta
veia junto com seus ramos principais são gradualmente incorporados à parede do átrio
esquerdo. O resquício da parte esquerda do átrio primitiva é a aurícula esquerda, um apêndice
do átrio.
DIVISÃO DO VENTRÍCULO PRIMITIVO
A divisão do ventrículo primitivo em ventrículos direito e esquerdo é indicada no final da quarta
semana por uma crista muscular, o septo interventricular, situado no assoalho do ventrículo
próximo ao seu ápice. Um forame interventricular entre a borda livre do septo interventricular e
os coxins endocárdicos fundidos permite a comunicação entre os ventrículos direito e
esquerdo. Normalmente, o foramen interventricular se fecha ao final da sétima semana em
conseqüência da fusão de tecidos provenientes de três fontes. Após o fechamento do forame
interventricular, o tronco pulmonar comunica-se com o ventrículo direito e a aorta com
ventrículo esquerdo.
DIVISÃO DO BULBO ARTERIOSO E DO TRONCO ARTERIOSO
Durante a quinta semana formam-se tumefações nas paredes do bulbo arterioso. Estas
tumefações, chamadas cristas bulbares, são inicialmente preenchidas com geléia cardíaca,
mas depois são invadidas por células mesenquimais. Cristas troncais semelhantes formam-se
no tronco arterioso, continua com as cristas bulbares. A orientação em espiral das cristas,
possivelmente causadas pela corrente sanguínea vinda dos ventrículos, resulta em um septo
aortopulmonar espiral, quando esta cristas se fundem. Este septo divide o bulbo arterioso e o
tronco arterioso em dois canais, a aorta ascendente e o tronco pulmonar. Devido à forma
espiralada do septo aortopulmonar, o tronco pulmonar se enrola em torno da aorta ascendente.
O bulbo arterioso é incorporado gradualmente pelas paredes dos ventrículos. No ventrículo
direito adulto, ele é representado pelo infundíbulo ou cone arterioso, que da origem ao tronco
pulmonar. No ventrículo esquerdo adulto, o bulbo arterioso forma as paredes do vestíbulo
aórtico, a parte da cavidade ventricular logo abaixo da valva aórtica.
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA CONDUTOR DO CORAÇÃO
Inicialmente, as camadas musculares do átrio e do ventrículo são continuas. O átrio primitivo
atua como um marca-passo temporário do coração, mas o seio venoso logo assume esta
função. O nó sinoatrial forma-se durante a quinta semana. Originalmente ele se situa na parede
direita do seio venoso, mas acaba sendo incorporado juntamente com este pela parede do átrio
direito.
Após a incorporação do seio venoso, são encontradas células da sua parede esquerda na base
do septo interatrial em posição anterior a abertura do seio coronário. Juntamente com células
da região atrioventricular, elas vão constituir o feixe e o nó atrioventricular. Este tecido
especializado é normalmente a única via dos átrios para os ventrículos porque, conforme as
quatro câmaras do coração se desenvolvem, uma faixa de tecido conjuntivo invade o órgão a
partir do epicárdio. Subseqüentemente, este tecido separa o músculo dos átrios da
musculatura dos ventrículos e forma parte do esqueleto cardíaco. O nó sinoatrial, o nó
atrioventricular e o feixe atrioventricular logo se tornam ricamente inervados.
Anomalias do tecido condutor podem causar mortes súbitas durante a infância. Anderson e
Ashley observaram anomalias do tecido condutor do coração de vários bebes que morreram
subitamente de um distúrbio classificado como "morte no berço" ou síndrome da morte infantil
súbita (SMIS). Ainda não existe um consenso admitindo que um único mecanismo é
responsável pela morte súbita e imprevista de crianças aparentemente saudáveis. Alguns
achados em crianças que sucumbiram à SMIS sugerem a existência de uma anormalidade no
sistema nervoso autônomo.
MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DO CORAÇÃO E DOS GRANDES VASOS
Devido à complexidade do desenvolvimento do coração e dos grandes vasos, as malformações
cardíacas congênitas são relativamente comuns, apresentando uma incidência total de cerca
de seis a oito casos por 1000 nascimentos.
DEFEITOS DO SEPTO ATRIAL (DSAs)
O DSA, uma malformação congênita cardíaca comum afeta com mais freqüência indivíduos do
sexo feminino. São dois os tipos mais importantes.
DSA tipo secundum. A anomalia ocorre na área do forame oval e inclui defeitos do septum
primum e do septum secundum. O forame oval patente pode resultar de uma reabsorção
anormal do septo primum durante a formação do foramen secundum. Se a reabsorção ocorrer
em localizações anormais, o septum primum ficará fenestrado ou reticulado. Se houver
reabsorção excessiva do septum primum, o resultante septum primum encurtado não cobre o
forame oval.
Se um forame oval anormalmente grande resultar de uma anomalia do desenvolvimento do
septum secundum, um septum primum normal não fechará o forame oval ao nascimento. DSAs
grandes resultam da combinação da reabsorção excessiva do septum primum e de um forame
oval grande. Esta anomalia cardíaca é caracterizada por uma grande abertura entre os átrios
direito e esquerdo. Obviamente, existe uma mistura considerável de sangue interatrial nessas
pessoas. As mulheres com DSA superam os homens numa proporção de três para um.
Defeitos dos coxins endocárdicos e septo atrioventricular com DSA tipo primum. O septum
primum não se funde com os coxins endocárdicos, deixando um foramen primum patente; em
geral também existe uma fenda na válvula mitral.
DEFEITOS DO SEPTO VENTRICULAR (DSVs)
Esta malformação congênita, a mais freqüente das anomalias cardíacas afeta mais amiúde
indivíduos do sexo masculino e é responsável por 25% das malformações cardíacas
congênitas. A anomalia do septo membranoso constitui o tipo mais comum de DSV. O
fechamento incompleto do forame interventricular e a falta de desenvolvimento da parte
membranosa do septo interventricular resultam no não crescimento do lado direito dos coxins
endocárdicos fundidos que, em conseqüência, não se fundem com o septo aortopulmonar e
com a parte muscular do septo interventricular.
DIVISÃO ANORMAL DO TRONCO ARTERIOSO
Tronco arterioso persistente. Esta malformação resulta da falta de desenvolvimento do septo
aortopulmonar. Em conseqüência, o tronco arterioso não se divide em aorta e tronco pulmonar.
O tipo mais observado é um vaso arterial único que dá origem ao tronco pulmonar e à aorta
ascendente. No segundo tipo mais comum, as artérias pulmonares direita e esquerda nascem
bem próximas da parede dorsal do tronco arterioso persistente.
Transposição das Grande Artérias (TGA). Em casos típicos, a aorta está em posição anterior
ao tronco pulmonar e nasce do ventrículo direito, enquanto o tronco pulmonar nasce do
ventrículo esquerdo. Para sobrevivência, é preciso que haja uma anomalia do septo (DSA ou
DSV), ou um ducto arterioso patente, para permitir alguma troca de sangue entre as
circulações pulmonar e sistêmicas. Durante a divisão do tronco arterioso, o septo
aortopulmonar não segue um curso em espiral. Disto resulta a inversão das grandes artérias.
De acordo com a hipótese do crescimento conal, o cone arterioso não cresce normalmente
quando o bulbo arterioso é incorporado pelo ventrículo.
TETRALOGIA DE FALLOT
Trata-se de uma combinação de quatro anomalias cardíacas, consistindo em: (1) estenose
pulmonar, ou estreitamento da região da saída do fluxo ventricular direito, (2) anomalia do
septo ventricular, (3) aorta cavalgante e (4) hipertrofia do ventrículo direito. Esta condição
causa cianose (roxeamento) dos lábios e unhas dos dedos das mãos; por esta razão, tais
bebes são às vezes referidos como "bebês azuis".
OS ARCOS AÓRTICOS
Ao se desenvolverem durante a quarta semana, os arcos branquiais ou faríngeos recebem
artérias do coração. Estes arcos (artérias) aórticos nascem do tronco arterioso e terminam na
aorta dorsal do lado correspondente. Embora sejam seis os pares de arcos aórticos, eles não
estão presentes todos ao mesmo tempo; p.ex., quando o sexto par de arcos aórticos se forma,
os dois primeiros já desapareceram.
ESTRUTURAS DERIVADAS DOS ARCOS AÓRTICOS
Entre a sexta e a oitava semana, o padrão arterial primitivo de arcos aórticos se transforma na
disposição arterial adulta.
O primeiro e segundos pares de arcos aórticos desaparecem em sua maior parte. As partes
proximais do terceiro para de arcos aórticos formam as artérias carótidas comuns, enquanto as
porções distais juntam com as aortas dorsais para formar as artérias carótidas internas.
O quarto arco aórtico esquerdo vai formar parte da croça da aorta. O quarto arco aórtico direito
torna-se a porção proximal da artéria subclávia direita. A parte distal desta artéria forma-se a
partir da aorta dorsal direita e da sétima artéria intersegmentar direita. O quinto par de arcos
aórticos não tem derivados.
O sexto arco aórtico esquerdo desenvolve-se desta forma: a parte proximal persiste como parte
proximal da artéria pulmonar esquerda e a parte distal persiste como um shunt ou passagem
entre a artéria pulmonar e a aorta, denominado ducto arterioso. O sexto arco aórtico direito
desenvolve-se assim: a parte proximal persiste como a parte proximal da artéria pulmonar
direita, enquanto a parte distal degenera.
ANOMALIAS DOS ARCOS AÓRTICOS
Por causa das muitas alterações envolvidas na transformação do sistema embrionário de arcos
aórticos para o padrão arterial adulto, é compreensível que possam correr variações e
malformações. As anomalias resultam da persistência de partes dos arcos aórticos que
normalmente desaparecem, ou do desaparecimento de outras partes que em geral persistem.
Coarctação da Aorta. Esta malformação relativamente comum caracteriza-se por um
estreitamento da aorta. A maioria ocorre em posição imediatamente distal à origem da artéria
subclávia esquerda, perto da inserção do ducto arterioso. A base embriológica da coarctação
da aorta ainda não é bem entendida. Há involução anormal de um pequeno segmento da aorta
dorsal esquerda. Mais tarde, este segmento constritado (área de coarctação) desloca-se em
sentido cefálico junto com artéria subclávia esquerda para a região do ducto arterioso. No tipo
comum de coarctação, a constrição é inferior ao nível do ducto arterioso. Desenvolve-se uma
circulação paralela durante o período fetal, ajudando a passagem de sangue para as partes
inferiores do corpo.
Ducto Arterioso Patente (DAP). Esta anomalia é de duas a três vezes mais freqüente no sexo
feminino. Sua base embriológica é a não-involução do ducto arterioso depois do nascimento
para formar o ligamento arterioso. A falta de contração da parede muscular do ducto arterioso
após o nascimento constitui a causa primária de ele se manter patente.
O DAP é a malformação cardíaca mais comum associada a rubéola materna durante a
gravidez. Esta anomalia pode ocorrer de forma isolada ou em associação com outras
malformações cardíacas. Existe alguma evidência de que o baixo nível de oxigênio no sangue
em bebes com sofrimento respiratório neonatal pode prejudicar o fechamento do ducto
arterioso. Por exemplo, o DAP ocorre comumente em bebes prematuros, pequenos, com
dificuldade respiratória associada a uma deficiência de surfactante. O DAP em forma isolada é
mais comum nos bebês nascidos em locais a grandes altitudes.
A CIRCULAÇÃO FETAL
O sistema cardiovascular é projetado para servir as necessidades pré-natais e permitir
mudanças, ao nascimento, que estabelecem o padrão circulatório pós-natal. Uma boa
respiração do recém-nascido depende da ocorrência das alterações circulatórias normais ao
nascer.Trajeto da circulação fetal. O sangue bem oxigenado retorna da placenta pela veia
umbilical. Cerca de metade deste sangue desvia-se do fígado, passando pelo ducto venoso.
Após um curto percurso na veia cava inferior (VCI), o sangue chega ao átrio direito. Como a
VCI também contém sangue desoxigenado proveniente dos membros inferiores, abdome e
pelve, o sangue que chega ao átrio direito não é tão bem oxigenado como o da veia umbilical.
A borda inferior do septum secundum direciona a maior parte do sangue da VCI para o átrio
esquerdo, através do forame oval. Aqui, ele se mistura com uma quantidade relativamente
pequena de sangue desoxigenado oriundo dos pulmões via veias pulmonares. O sangue passa
pelo ventrículo esquerdo e segue pela aorta ascendente. Como resultado, os vasos do
corações, cabeça e pescoço, e dos membros superiores, recebem sangue bem oxigenado.
Uma pequena quantidade de sangue oxigenado da VCI permanece no átrio direito. Este
sangue se mistura com o sangue desoxigenado da veia cava superior (VCS) e seio coronário,
passando para o ventrículo direito. O sangue segue pelo tronco pulmonar e a maior parte vai
para os pulmões antes do parto, porque eles são órgãos não-funcionais e, portanto, não
requerem uma irrigação rica. A maior parte do sangue misturado na aorta descendente passa
para as artérias umbilicais e retorna á placenta para ser reoxigenado. O sangue que
permanece na aorta circula pela parte inferior do corpo e acaba por desembocar na VCI,
passando para o átrio direito.
A CIRCULAÇÃO PÓS-NATAL
Alterações no sistema cardiovascular ao nascimento. Importantes ajustes circulatórios ocorrem
ao nascimento quando cessa a circulação fetal do sangue pela placenta e os pulmões
começam a funcionar. O forame oval, o ducto arterioso, o ducto venoso e os vasos umbilicais
já não são mais necessários. A oclusão da circulação placentária provoca uma queda imediata
na pressão sanguínea da veia cava inferior e átrio direito.
A aeração dos pulmões está associada à queda dramática da resistência vascular pulmonar,
acentuada elevação no fluxo sanguíneo dos pulmões e progressivo adelgaçamento das
paredes das artérias pulmonares. Como resultado deste fluxo sanguíneo pulmonar aumentado,
a pressão no átrio esquerdo fica maior do que no átrio direito. Isto leva ao fechamento do
forame oval pela oposição do septum primum contra o septum secundum.
Devido às alterações no sistema cardiovascular ao nascimento, os vasos e estruturas que já
não mais necessários se transformam: a porção intra-abdominal da veia umbilical torna-se o
ligamento teres, que se estende do umbigo ao ramo esquerdo da veia porta; o ducto venoso se
transforma no ligamento venoso que, passando pelo fígado, estende-se no ramo esquerdo da
veia porta até a VCI.
A maioria das porções intra-abdominais das artérias umbilicais formam os ligamentos
umbilicais médios. As partes proximais destes vasos persistem como as artérias vesicais
superiores, que suprem a porção apical da bexiga. O forame oval normalmente se fecha
funcionalmente ao nascimento. Mais tarde, ocorre o fechamento anatômico pela proliferação de
tecido e adesão do septum primum (valva do forame oval) à margem esquerda do septum
secundum.
O ducto arterioso acaba por se transformar no ligamento arterioso que vai da artéria pulmonar
esquerda à croça da aorta. O fechamento anatômico do ducto acontece normalmente ao
termino do terceiro mês pós-natal. A mudança da circulação fetal para o padrão circulatória do
adulto não é repentino, mas ocorre num espaço de dias e semanas. Durante a fase transitória,
pode haver um fluxo da esquerda para a direita através do forame oval. Embora o ducto
arterioso sofra constrição ao nascimento, ele costuma permanecer patente por dois ou três
meses.
CONCLUSÃO
O sistema cardiovascular começa a se formar perto do fim da terceira semana, a partir do
mesoderma esplâncnico da área cardiogênica. Tubos cardíacos pares se formam e se fundem
para compor um tubo cardíaco único. O miocárdio primitivo não tarda a envolver este tubo. O
coração inicia seus batimentos no 21º e 22º dia.
No final da terceira semana já há um sistema cardiovascular funcional. Ao crescer, o tubo
cardíaco se dobra para direita e logo adquire o aspecto esterno geral de um coração adulto. O
coração começa a se dividir e quatro câmaras entre e quarta e a sétima semana.
O período critico do desenvolvimento do coração situa-se entre o 20º dia e o 50º dia após a
fertilização. Devido à complexidade da divisão do coração, as anomalias dos septos cardíacos
são relativamente comuns, em particular as anomalias dos septos ventriculares. Algumas
malformações congênitas resultam da transformação anormal dos arcos aórticos para o padrão
arterial adulto.
Como os pulmões são órgãos não-funcionais durante a vida pré-natal o sistema cardiovascular
fetal é estruturalmente projetado de maneira que o sangue oxigenado na placenta deles se
desvie em boa parte. As modificações que estabelecem o padrão circulatório pós-natal ao
nascimento não são abruptas, mas estendem-se pela primeira infância. A não-ocorrência das
mudanças normais do sistema circulatório na ocasião do nascimento resulta num forame oval
patente e/ou num ducto arterioso patente.
BIBLIOGRAFIA:
MOORE, Keith L., PERSAUD, T.V.N: Embriologia Básica. 4ª edição. Editora: Guanabara
koogan, 1995, Rio de Janeiro - RJ
COMPLEMENTAR O ESTUDO SOBRE EMBRIOLOGIA DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR UTILIZANDO:
MOORE, Keith L., PERSAUD, T.V.N: Embriologia Clinica. 7ª. Edição. Editora Elsevier,
koogan. Rio de Janeiro – RJ 2004, Cap. 14 p.362 -415
Artigo Original - Amaral e cols. Bases morfológicas para o estudo do septo
interatrial no feto humano

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Sistema circulatório - Resumo
Sistema circulatório - ResumoSistema circulatório - Resumo
Sistema circulatório - ResumoMatheus Alves
 
Sistema cardiovascular bárbara de castro
Sistema cardiovascular   bárbara de castroSistema cardiovascular   bárbara de castro
Sistema cardiovascular bárbara de castroBarbaraCastroLoureiro
 
Anatomia cardíaca
Anatomia cardíacaAnatomia cardíaca
Anatomia cardíacaresenfe2013
 
Sistema circulatorio
Sistema circulatorioSistema circulatorio
Sistema circulatorioDigux
 
Fisiologia Humana 5 - Sistema Cardiovascular
Fisiologia Humana 5 - Sistema CardiovascularFisiologia Humana 5 - Sistema Cardiovascular
Fisiologia Humana 5 - Sistema CardiovascularHerbert Santana
 
Sistema Cardiovascular
Sistema CardiovascularSistema Cardiovascular
Sistema CardiovascularCarlos Antunes
 
Cardiopatias Congênitas
Cardiopatias CongênitasCardiopatias Congênitas
Cardiopatias CongênitasMel Medina
 
Sistema Cardio-Respiratório
Sistema Cardio-RespiratórioSistema Cardio-Respiratório
Sistema Cardio-RespiratórioGabriela Bruno
 
Fisiologia do Coração
Fisiologia do CoraçãoFisiologia do Coração
Fisiologia do CoraçãoPaulo Teixeira
 
Mecânica dos fluidos, circulação e respiração
Mecânica dos fluidos, circulação e respiraçãoMecânica dos fluidos, circulação e respiração
Mecânica dos fluidos, circulação e respiraçãoCaio Maximino
 
Aula 3 Histologia - Sistema urinário
Aula 3 Histologia - Sistema urinário   Aula 3 Histologia - Sistema urinário
Aula 3 Histologia - Sistema urinário Julia Berardo
 
Anatomia e fisiologia embrionária e fetal
Anatomia e fisiologia embrionária e fetalAnatomia e fisiologia embrionária e fetal
Anatomia e fisiologia embrionária e fetalresenfe2013
 
Anatomia - Sistema Muscular
Anatomia - Sistema MuscularAnatomia - Sistema Muscular
Anatomia - Sistema MuscularPedro Miguel
 

Was ist angesagt? (20)

Sistema circulatório - Resumo
Sistema circulatório - ResumoSistema circulatório - Resumo
Sistema circulatório - Resumo
 
Articulacoes[1] 20140331212008
Articulacoes[1] 20140331212008Articulacoes[1] 20140331212008
Articulacoes[1] 20140331212008
 
Sistema cardiovascular bárbara de castro
Sistema cardiovascular   bárbara de castroSistema cardiovascular   bárbara de castro
Sistema cardiovascular bárbara de castro
 
Fígado margarida
Fígado margaridaFígado margarida
Fígado margarida
 
Sistema cardiovascular
Sistema cardiovascularSistema cardiovascular
Sistema cardiovascular
 
Anatomia cardíaca
Anatomia cardíacaAnatomia cardíaca
Anatomia cardíaca
 
Sistema circulatorio
Sistema circulatorioSistema circulatorio
Sistema circulatorio
 
Fisiologia Humana 5 - Sistema Cardiovascular
Fisiologia Humana 5 - Sistema CardiovascularFisiologia Humana 5 - Sistema Cardiovascular
Fisiologia Humana 5 - Sistema Cardiovascular
 
Sistema Cardiovascular
Sistema CardiovascularSistema Cardiovascular
Sistema Cardiovascular
 
Cardiopatias Congênitas
Cardiopatias CongênitasCardiopatias Congênitas
Cardiopatias Congênitas
 
Sistema Cardio-Respiratório
Sistema Cardio-RespiratórioSistema Cardio-Respiratório
Sistema Cardio-Respiratório
 
Fisiologia do Coração
Fisiologia do CoraçãoFisiologia do Coração
Fisiologia do Coração
 
Mecânica dos fluidos, circulação e respiração
Mecânica dos fluidos, circulação e respiraçãoMecânica dos fluidos, circulação e respiração
Mecânica dos fluidos, circulação e respiração
 
Anatomia Humana Sistema CirculatóRio
Anatomia Humana Sistema CirculatóRioAnatomia Humana Sistema CirculatóRio
Anatomia Humana Sistema CirculatóRio
 
Anatomia Cardiovascular
Anatomia CardiovascularAnatomia Cardiovascular
Anatomia Cardiovascular
 
Aula 3 Histologia - Sistema urinário
Aula 3 Histologia - Sistema urinário   Aula 3 Histologia - Sistema urinário
Aula 3 Histologia - Sistema urinário
 
Anatomia e fisiologia embrionária e fetal
Anatomia e fisiologia embrionária e fetalAnatomia e fisiologia embrionária e fetal
Anatomia e fisiologia embrionária e fetal
 
Anatomia - Sistema Muscular
Anatomia - Sistema MuscularAnatomia - Sistema Muscular
Anatomia - Sistema Muscular
 
Sistema circulatorio powerpoint
Sistema circulatorio powerpointSistema circulatorio powerpoint
Sistema circulatorio powerpoint
 
Coração
CoraçãoCoração
Coração
 

Andere mochten auch (14)

Embriología 1
Embriología 1Embriología 1
Embriología 1
 
Embriología Cardiovascular y Digestiva - ERA 3
Embriología Cardiovascular y Digestiva - ERA 3Embriología Cardiovascular y Digestiva - ERA 3
Embriología Cardiovascular y Digestiva - ERA 3
 
Sistema digestivo (3)
Sistema digestivo (3)Sistema digestivo (3)
Sistema digestivo (3)
 
Cronograma 3a ERA Bioquimica
Cronograma 3a ERA BioquimicaCronograma 3a ERA Bioquimica
Cronograma 3a ERA Bioquimica
 
Sistema Cardiaco - Embriología ERA 3
Sistema Cardiaco - Embriología ERA 3Sistema Cardiaco - Embriología ERA 3
Sistema Cardiaco - Embriología ERA 3
 
Aparato Digestivo - Embriología ERA 3
Aparato Digestivo - Embriología ERA 3Aparato Digestivo - Embriología ERA 3
Aparato Digestivo - Embriología ERA 3
 
Resumen ERA 1 de Salud Mental
Resumen ERA 1 de Salud MentalResumen ERA 1 de Salud Mental
Resumen ERA 1 de Salud Mental
 
Sistema endócrino
Sistema  endócrinoSistema  endócrino
Sistema endócrino
 
Embriología Urogenital ERA 3 parte 2
Embriología Urogenital ERA 3 parte 2Embriología Urogenital ERA 3 parte 2
Embriología Urogenital ERA 3 parte 2
 
RESPIRATORIO
RESPIRATORIORESPIRATORIO
RESPIRATORIO
 
008 electrocardiograma tercera parte
008 electrocardiograma tercera parte008 electrocardiograma tercera parte
008 electrocardiograma tercera parte
 
Miembro Superior
Miembro SuperiorMiembro Superior
Miembro Superior
 
embriologia sistema cardiovascular
 embriologia sistema cardiovascular embriologia sistema cardiovascular
embriologia sistema cardiovascular
 
Arcos aórticos
Arcos aórticosArcos aórticos
Arcos aórticos
 

Ähnlich wie Embriologia do sistema cardiovascular

Medresumos 2016 omf - cardiovascular
Medresumos 2016   omf - cardiovascularMedresumos 2016   omf - cardiovascular
Medresumos 2016 omf - cardiovascularJucie Vasconcelos
 
Embriologia sistema cardiovascular
Embriologia sistema cardiovascularEmbriologia sistema cardiovascular
Embriologia sistema cardiovascularksouzabraz
 
Desenvolvimento do coração
Desenvolvimento do coraçãoDesenvolvimento do coração
Desenvolvimento do coraçãogisa_legal
 
Incompatibilidade do sistema abo e rh e embriologia do sistema circulatório
Incompatibilidade do sistema abo e rh e embriologia do sistema circulatórioIncompatibilidade do sistema abo e rh e embriologia do sistema circulatório
Incompatibilidade do sistema abo e rh e embriologia do sistema circulatórioIvan Ribeiro
 
Sistema circulatorio 2003_2
Sistema circulatorio 2003_2Sistema circulatorio 2003_2
Sistema circulatorio 2003_2Rafael Portela
 
Arlindo ugulino netto_medresumos_2016_se
Arlindo ugulino netto_medresumos_2016_seArlindo ugulino netto_medresumos_2016_se
Arlindo ugulino netto_medresumos_2016_seAna Júlia
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR - finalizado.pdf
SISTEMA CARDIOVASCULAR - finalizado.pdfSISTEMA CARDIOVASCULAR - finalizado.pdf
SISTEMA CARDIOVASCULAR - finalizado.pdfKalyne5
 
Aula de anatomia e Fisiologia Humana cardiologica
Aula de anatomia e Fisiologia Humana cardiologicaAula de anatomia e Fisiologia Humana cardiologica
Aula de anatomia e Fisiologia Humana cardiologicaKarineRibeiro57
 
Coração imprimir
Coração imprimirCoração imprimir
Coração imprimirjdsouza11
 
GastrulaçãO E NeurulaçãO
GastrulaçãO E NeurulaçãOGastrulaçãO E NeurulaçãO
GastrulaçãO E NeurulaçãOguestc162cc
 
Semiologia 04 semiologia do aparelho cardiovascular aplicada
Semiologia 04   semiologia do aparelho cardiovascular aplicadaSemiologia 04   semiologia do aparelho cardiovascular aplicada
Semiologia 04 semiologia do aparelho cardiovascular aplicadaJucie Vasconcelos
 
Relatório de dissecação do coração de um mamífero.
Relatório de dissecação do coração de um mamífero.Relatório de dissecação do coração de um mamífero.
Relatório de dissecação do coração de um mamífero.Rita Varejão
 
Sistema circulatório
Sistema circulatórioSistema circulatório
Sistema circulatórioTânia Reis
 
Sistema cardiovascular
Sistema cardiovascularSistema cardiovascular
Sistema cardiovascularcenteruni
 
Constituição do coração
Constituição do coraçãoConstituição do coração
Constituição do coraçãoDiana Filipa
 

Ähnlich wie Embriologia do sistema cardiovascular (20)

Medresumos 2016 omf - cardiovascular
Medresumos 2016   omf - cardiovascularMedresumos 2016   omf - cardiovascular
Medresumos 2016 omf - cardiovascular
 
Fisiologia cardiaca...tema
Fisiologia  cardiaca...temaFisiologia  cardiaca...tema
Fisiologia cardiaca...tema
 
Embriologia sistema cardiovascular
Embriologia sistema cardiovascularEmbriologia sistema cardiovascular
Embriologia sistema cardiovascular
 
Desenvolvimento do coração
Desenvolvimento do coraçãoDesenvolvimento do coração
Desenvolvimento do coração
 
Incompatibilidade do sistema abo e rh e embriologia do sistema circulatório
Incompatibilidade do sistema abo e rh e embriologia do sistema circulatórioIncompatibilidade do sistema abo e rh e embriologia do sistema circulatório
Incompatibilidade do sistema abo e rh e embriologia do sistema circulatório
 
Sistema circulatorio 2003_2
Sistema circulatorio 2003_2Sistema circulatorio 2003_2
Sistema circulatorio 2003_2
 
Arlindo ugulino netto_medresumos_2016_se
Arlindo ugulino netto_medresumos_2016_seArlindo ugulino netto_medresumos_2016_se
Arlindo ugulino netto_medresumos_2016_se
 
Cardiovascular
CardiovascularCardiovascular
Cardiovascular
 
Biologo
BiologoBiologo
Biologo
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR - finalizado.pdf
SISTEMA CARDIOVASCULAR - finalizado.pdfSISTEMA CARDIOVASCULAR - finalizado.pdf
SISTEMA CARDIOVASCULAR - finalizado.pdf
 
Aula de anatomia e Fisiologia Humana cardiologica
Aula de anatomia e Fisiologia Humana cardiologicaAula de anatomia e Fisiologia Humana cardiologica
Aula de anatomia e Fisiologia Humana cardiologica
 
Sistema circulatorio
Sistema circulatorioSistema circulatorio
Sistema circulatorio
 
Coração imprimir
Coração imprimirCoração imprimir
Coração imprimir
 
GastrulaçãO E NeurulaçãO
GastrulaçãO E NeurulaçãOGastrulaçãO E NeurulaçãO
GastrulaçãO E NeurulaçãO
 
Semiologia 04 semiologia do aparelho cardiovascular aplicada
Semiologia 04   semiologia do aparelho cardiovascular aplicadaSemiologia 04   semiologia do aparelho cardiovascular aplicada
Semiologia 04 semiologia do aparelho cardiovascular aplicada
 
Relatório de dissecação do coração de um mamífero.
Relatório de dissecação do coração de um mamífero.Relatório de dissecação do coração de um mamífero.
Relatório de dissecação do coração de um mamífero.
 
Sistema circulatório
Sistema circulatórioSistema circulatório
Sistema circulatório
 
Sistema cardiovascular
Sistema cardiovascularSistema cardiovascular
Sistema cardiovascular
 
Constituição do coração
Constituição do coraçãoConstituição do coração
Constituição do coração
 
Circulatorio
CirculatorioCirculatorio
Circulatorio
 

Kürzlich hochgeladen

atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfatividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfLuizaAbaAba
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfRavenaSales1
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxedelon1
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 

Kürzlich hochgeladen (20)

atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdfatividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
atividades_reforço_4°ano_231206_132728.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 

Embriologia do sistema cardiovascular

  • 1. Professores: Ms. Pedro Ludovico de Goiás e Silva Ms. Karla Carvalho Miranda EMBRIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR O SISTEMA CARDIOVASCULAR O sistema cardiovascular é o primeiro a entrar em funcionamento no embrião, permitindo que o sangue comece a circular no final da terceira semana. Esse desenvolvimento rápido é necessário porque o embrião em ligeiro crescimento precisa de um método eficiente de aquisição de oxigênio e nutrientes, e de excreção de dióxido de carbono e outros produtos. DESENVOLVIMENTO INICIAL DO CORAÇÃO O primeiro sinal do coração aparece no fim da terceira semana na área cardiogênica. Um par de cordões endoteliais denominados cordões angioblásticos aparece e logo sofre canalização para formar os tubos endocárdicos. Estes tubos aproximam-se um do outro e se fundem, formando um único tubo cardíaco. Três pares de veias drenam o coração tubular do embrião de quatro semanas: (1) as veias vitelinas, pelas quais retorna o sangue do saco vitelino; (2) as veias umbilicais, que trazem sangue oxigenado do córion (parte embrionária da placenta); e (3) as veias cardinais comuns, pelas quais retorna o sangue do corpo do embrião. Durante a formação da prega cefálica, o tubo cardíaco e a cavidade pericárdica vão se situar em posição ventral ao intestino anterior e em posição caudal à membrana orofaríngea. Ao mesmo tempo, o coração se alonga e forma dilatações e constrições alternadas: o tronco arterioso, o bulbo arterioso (ou bulbus cordis), o átrio, o ventrículo e o seio venoso. O tronco arterioso é continuo, cefálicamente, com o saco aórtico, do qual nascem os arcos aórticos. O seio venoso, que é grande, recebe as veias umbilical, vitelina e cardinal comum, vindas do córion, saco vitelino e embrião, respectivamente. O seio venoso, também grande, recebe sangue das veias umbilicais, vitelina e cardinal comum. Inicialmente, o coração é um tubo razoavelmente reto, mas logo se curva sobre si mesmo, formando uma alça bulboventricular em "U". Com a fusão dos tubos cardíacos endoteliais, o mesoderma esplâncnico que envolve o celoma pericárdico forma uma camada externa do coração embrionário. Esta camada representa o miocárdio primitivo. Nesta fase, o coração em desenvolvimento é composto de um tubo endotelial separado de outro tubo, o miocárdio primitivo, por um tecido conjuntivo gelatinoso chamado geléia cardíaca. O tubo endotelial transforma-se no revestimento endotelial interno do coração, o endocárdio, enquanto o miocárdio primitivo torna-se sua parede muscular, ou miocárdio. O epicárdio ou pericárdio visceral é derivados das células mesoteliais que nascem da superfície externa do seio venoso e se espalham sobre o miocárdio. A CIRCULAÇÃO PRIMITIVA As contrações do coração primitivo começam entre o vigésimo e vigésimo primeiro dia. Os movimentos ocorrem em ondas peristálticas que têm inicio no seio venoso e forçam o sangue através do coração tubular. O sangue primitivo forma-se na parede do saco vitelino durante a terceira semana e passa para o seio venoso do coração através das veias vitelinas. O seio venoso também recebe sangue do córion pelas veias umbilicais (inicialmente são duas). O sangue proveniente do córion contém nutrientes e oxigênio derivados do sangue da materno. Como o saco vitelino não contem vitelo, o embrião precisa obter sua nutrição e oxigênio da mãe através da placenta primitiva.
  • 2. O sangue do coração primitivo é distribuído para os arcos braquiais vindo dos arcos aórticos, e, para o resto do embrião das aortas (inicialmente são duas) e seus ramos. O sangue do coração primitivo também passa para o saco vitelino e para o córion via artérias vitelina e umbilical, respectivamente. Depois de liberar oxigênio e nutrientes para os tecidos e órgãos em desenvolvimento do embrião e deles receber dióxido de carbono e produtos de excreção, o sangue retorna ao coração principalmente pelas veias cardinais. O sangue que passa do coração para placenta primitiva (córion) libara os seus produtos de excreção e dióxido de carbono para o sangue materno, dele recebendo nutrientes e oxigênio. Este sangue bem oxigenado retorna ao coração pelas veias umbilicais. DESENVOLVIMENTO FINAL DO CORAÇÃO O coração primitivo tem um átrio e um ventrículo. A divisão do canal atrioventricular, átrio e ventrículo começam por volta da metade da quarta semana e esta essencialmente completada ao final da quinta semana. Embora sejam descritos separadamente, esses processos do desenvolvimento acontecem ao mesmo tempo. DIVISÃO DO CANAL ATRIOVENTRICULAR Coxins endocárdicos aparecem nas paredes dorsal e ventral do coração, na região do canal atrioventricular. Estas saliências crescem em direção uma à outra e se fundem, dividindo os canais atrioventriculares direito e esquerdo. DIVISÃO DO ÁTRIO PRIMITIVO Uma membrana delgada em forma de quarto crescente, o septum primum, cresce da parede dorsocefálica do átrio primitivo. Enquanto este septo com a aparência de cortina cresce, forma- se entre a sua borda livre e os coxins endocárdicos uma grande abertura chamada forâmen primum. Ao crescer em direção aos coxins endocárdicos, o septum primum reduz o tamanho do foramen primum. Antes do foramen primum ser obliterado, aparecem perfurações na parte central do septum primum, que logo coalecem para formar uma outra abertura, o foramen secundum. Ao mesmo tempo, o septum primum se fundem com os coxins endocárdicos fundidos, obliterando assim o foramen primum. Em seguida, uma outra membrana em quarto crescente, o septum secundum, crescem a partir da parede ventrocefálica do átrio do lado direito do septum primum; e gradualmente, este septo cobre o foramen secundum. A abertura oval no septum secundum é chamado forame oval. A parte remanescente do septum primum forma a valva do forame oval. Antes do nascimento, o forame oval permite que a maior parte do sangue que penetra no átrio direito passe para o átrio esquerdo. Depois do nascimento, o forame oval normalmente se fecha e o septo interatrial se transforma numa divisão completa. Destino do seio venoso e formação do átrio direito adulto. Inicialmente, o seio venoso é uma câmara separada do coração que se abre na parede dorsal do átrio direito. O corno esquerdo do seio venoso forma o seio coronário e o corno direito torna-se parte do átrio direito. O resquício da parte direita do átrio primitivo é representado pela porção rugosa do átrio e pela aurícula direita. Veia pulmonar primitiva e formação do átrio esquerdo adulto. A parte lisa da parede do átrio esquerdo deriva da veia pulmonar primitiva. Com a expansão do átrio, a porção terminal desta veia junto com seus ramos principais são gradualmente incorporados à parede do átrio esquerdo. O resquício da parte esquerda do átrio primitiva é a aurícula esquerda, um apêndice do átrio. DIVISÃO DO VENTRÍCULO PRIMITIVO
  • 3. A divisão do ventrículo primitivo em ventrículos direito e esquerdo é indicada no final da quarta semana por uma crista muscular, o septo interventricular, situado no assoalho do ventrículo próximo ao seu ápice. Um forame interventricular entre a borda livre do septo interventricular e os coxins endocárdicos fundidos permite a comunicação entre os ventrículos direito e esquerdo. Normalmente, o foramen interventricular se fecha ao final da sétima semana em conseqüência da fusão de tecidos provenientes de três fontes. Após o fechamento do forame interventricular, o tronco pulmonar comunica-se com o ventrículo direito e a aorta com ventrículo esquerdo. DIVISÃO DO BULBO ARTERIOSO E DO TRONCO ARTERIOSO Durante a quinta semana formam-se tumefações nas paredes do bulbo arterioso. Estas tumefações, chamadas cristas bulbares, são inicialmente preenchidas com geléia cardíaca, mas depois são invadidas por células mesenquimais. Cristas troncais semelhantes formam-se no tronco arterioso, continua com as cristas bulbares. A orientação em espiral das cristas, possivelmente causadas pela corrente sanguínea vinda dos ventrículos, resulta em um septo aortopulmonar espiral, quando esta cristas se fundem. Este septo divide o bulbo arterioso e o tronco arterioso em dois canais, a aorta ascendente e o tronco pulmonar. Devido à forma espiralada do septo aortopulmonar, o tronco pulmonar se enrola em torno da aorta ascendente. O bulbo arterioso é incorporado gradualmente pelas paredes dos ventrículos. No ventrículo direito adulto, ele é representado pelo infundíbulo ou cone arterioso, que da origem ao tronco pulmonar. No ventrículo esquerdo adulto, o bulbo arterioso forma as paredes do vestíbulo aórtico, a parte da cavidade ventricular logo abaixo da valva aórtica. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA CONDUTOR DO CORAÇÃO Inicialmente, as camadas musculares do átrio e do ventrículo são continuas. O átrio primitivo atua como um marca-passo temporário do coração, mas o seio venoso logo assume esta função. O nó sinoatrial forma-se durante a quinta semana. Originalmente ele se situa na parede direita do seio venoso, mas acaba sendo incorporado juntamente com este pela parede do átrio direito. Após a incorporação do seio venoso, são encontradas células da sua parede esquerda na base do septo interatrial em posição anterior a abertura do seio coronário. Juntamente com células da região atrioventricular, elas vão constituir o feixe e o nó atrioventricular. Este tecido especializado é normalmente a única via dos átrios para os ventrículos porque, conforme as quatro câmaras do coração se desenvolvem, uma faixa de tecido conjuntivo invade o órgão a partir do epicárdio. Subseqüentemente, este tecido separa o músculo dos átrios da musculatura dos ventrículos e forma parte do esqueleto cardíaco. O nó sinoatrial, o nó atrioventricular e o feixe atrioventricular logo se tornam ricamente inervados. Anomalias do tecido condutor podem causar mortes súbitas durante a infância. Anderson e Ashley observaram anomalias do tecido condutor do coração de vários bebes que morreram subitamente de um distúrbio classificado como "morte no berço" ou síndrome da morte infantil súbita (SMIS). Ainda não existe um consenso admitindo que um único mecanismo é responsável pela morte súbita e imprevista de crianças aparentemente saudáveis. Alguns achados em crianças que sucumbiram à SMIS sugerem a existência de uma anormalidade no sistema nervoso autônomo. MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DO CORAÇÃO E DOS GRANDES VASOS Devido à complexidade do desenvolvimento do coração e dos grandes vasos, as malformações cardíacas congênitas são relativamente comuns, apresentando uma incidência total de cerca de seis a oito casos por 1000 nascimentos. DEFEITOS DO SEPTO ATRIAL (DSAs)
  • 4. O DSA, uma malformação congênita cardíaca comum afeta com mais freqüência indivíduos do sexo feminino. São dois os tipos mais importantes. DSA tipo secundum. A anomalia ocorre na área do forame oval e inclui defeitos do septum primum e do septum secundum. O forame oval patente pode resultar de uma reabsorção anormal do septo primum durante a formação do foramen secundum. Se a reabsorção ocorrer em localizações anormais, o septum primum ficará fenestrado ou reticulado. Se houver reabsorção excessiva do septum primum, o resultante septum primum encurtado não cobre o forame oval. Se um forame oval anormalmente grande resultar de uma anomalia do desenvolvimento do septum secundum, um septum primum normal não fechará o forame oval ao nascimento. DSAs grandes resultam da combinação da reabsorção excessiva do septum primum e de um forame oval grande. Esta anomalia cardíaca é caracterizada por uma grande abertura entre os átrios direito e esquerdo. Obviamente, existe uma mistura considerável de sangue interatrial nessas pessoas. As mulheres com DSA superam os homens numa proporção de três para um. Defeitos dos coxins endocárdicos e septo atrioventricular com DSA tipo primum. O septum primum não se funde com os coxins endocárdicos, deixando um foramen primum patente; em geral também existe uma fenda na válvula mitral. DEFEITOS DO SEPTO VENTRICULAR (DSVs) Esta malformação congênita, a mais freqüente das anomalias cardíacas afeta mais amiúde indivíduos do sexo masculino e é responsável por 25% das malformações cardíacas congênitas. A anomalia do septo membranoso constitui o tipo mais comum de DSV. O fechamento incompleto do forame interventricular e a falta de desenvolvimento da parte membranosa do septo interventricular resultam no não crescimento do lado direito dos coxins endocárdicos fundidos que, em conseqüência, não se fundem com o septo aortopulmonar e com a parte muscular do septo interventricular. DIVISÃO ANORMAL DO TRONCO ARTERIOSO Tronco arterioso persistente. Esta malformação resulta da falta de desenvolvimento do septo aortopulmonar. Em conseqüência, o tronco arterioso não se divide em aorta e tronco pulmonar. O tipo mais observado é um vaso arterial único que dá origem ao tronco pulmonar e à aorta ascendente. No segundo tipo mais comum, as artérias pulmonares direita e esquerda nascem bem próximas da parede dorsal do tronco arterioso persistente. Transposição das Grande Artérias (TGA). Em casos típicos, a aorta está em posição anterior ao tronco pulmonar e nasce do ventrículo direito, enquanto o tronco pulmonar nasce do ventrículo esquerdo. Para sobrevivência, é preciso que haja uma anomalia do septo (DSA ou DSV), ou um ducto arterioso patente, para permitir alguma troca de sangue entre as circulações pulmonar e sistêmicas. Durante a divisão do tronco arterioso, o septo aortopulmonar não segue um curso em espiral. Disto resulta a inversão das grandes artérias. De acordo com a hipótese do crescimento conal, o cone arterioso não cresce normalmente quando o bulbo arterioso é incorporado pelo ventrículo. TETRALOGIA DE FALLOT Trata-se de uma combinação de quatro anomalias cardíacas, consistindo em: (1) estenose pulmonar, ou estreitamento da região da saída do fluxo ventricular direito, (2) anomalia do septo ventricular, (3) aorta cavalgante e (4) hipertrofia do ventrículo direito. Esta condição causa cianose (roxeamento) dos lábios e unhas dos dedos das mãos; por esta razão, tais bebes são às vezes referidos como "bebês azuis". OS ARCOS AÓRTICOS
  • 5. Ao se desenvolverem durante a quarta semana, os arcos branquiais ou faríngeos recebem artérias do coração. Estes arcos (artérias) aórticos nascem do tronco arterioso e terminam na aorta dorsal do lado correspondente. Embora sejam seis os pares de arcos aórticos, eles não estão presentes todos ao mesmo tempo; p.ex., quando o sexto par de arcos aórticos se forma, os dois primeiros já desapareceram. ESTRUTURAS DERIVADAS DOS ARCOS AÓRTICOS Entre a sexta e a oitava semana, o padrão arterial primitivo de arcos aórticos se transforma na disposição arterial adulta. O primeiro e segundos pares de arcos aórticos desaparecem em sua maior parte. As partes proximais do terceiro para de arcos aórticos formam as artérias carótidas comuns, enquanto as porções distais juntam com as aortas dorsais para formar as artérias carótidas internas. O quarto arco aórtico esquerdo vai formar parte da croça da aorta. O quarto arco aórtico direito torna-se a porção proximal da artéria subclávia direita. A parte distal desta artéria forma-se a partir da aorta dorsal direita e da sétima artéria intersegmentar direita. O quinto par de arcos aórticos não tem derivados. O sexto arco aórtico esquerdo desenvolve-se desta forma: a parte proximal persiste como parte proximal da artéria pulmonar esquerda e a parte distal persiste como um shunt ou passagem entre a artéria pulmonar e a aorta, denominado ducto arterioso. O sexto arco aórtico direito desenvolve-se assim: a parte proximal persiste como a parte proximal da artéria pulmonar direita, enquanto a parte distal degenera. ANOMALIAS DOS ARCOS AÓRTICOS Por causa das muitas alterações envolvidas na transformação do sistema embrionário de arcos aórticos para o padrão arterial adulto, é compreensível que possam correr variações e malformações. As anomalias resultam da persistência de partes dos arcos aórticos que normalmente desaparecem, ou do desaparecimento de outras partes que em geral persistem. Coarctação da Aorta. Esta malformação relativamente comum caracteriza-se por um estreitamento da aorta. A maioria ocorre em posição imediatamente distal à origem da artéria subclávia esquerda, perto da inserção do ducto arterioso. A base embriológica da coarctação da aorta ainda não é bem entendida. Há involução anormal de um pequeno segmento da aorta dorsal esquerda. Mais tarde, este segmento constritado (área de coarctação) desloca-se em sentido cefálico junto com artéria subclávia esquerda para a região do ducto arterioso. No tipo comum de coarctação, a constrição é inferior ao nível do ducto arterioso. Desenvolve-se uma circulação paralela durante o período fetal, ajudando a passagem de sangue para as partes inferiores do corpo. Ducto Arterioso Patente (DAP). Esta anomalia é de duas a três vezes mais freqüente no sexo feminino. Sua base embriológica é a não-involução do ducto arterioso depois do nascimento para formar o ligamento arterioso. A falta de contração da parede muscular do ducto arterioso após o nascimento constitui a causa primária de ele se manter patente. O DAP é a malformação cardíaca mais comum associada a rubéola materna durante a gravidez. Esta anomalia pode ocorrer de forma isolada ou em associação com outras malformações cardíacas. Existe alguma evidência de que o baixo nível de oxigênio no sangue em bebes com sofrimento respiratório neonatal pode prejudicar o fechamento do ducto arterioso. Por exemplo, o DAP ocorre comumente em bebes prematuros, pequenos, com dificuldade respiratória associada a uma deficiência de surfactante. O DAP em forma isolada é mais comum nos bebês nascidos em locais a grandes altitudes. A CIRCULAÇÃO FETAL
  • 6. O sistema cardiovascular é projetado para servir as necessidades pré-natais e permitir mudanças, ao nascimento, que estabelecem o padrão circulatório pós-natal. Uma boa respiração do recém-nascido depende da ocorrência das alterações circulatórias normais ao nascer.Trajeto da circulação fetal. O sangue bem oxigenado retorna da placenta pela veia umbilical. Cerca de metade deste sangue desvia-se do fígado, passando pelo ducto venoso. Após um curto percurso na veia cava inferior (VCI), o sangue chega ao átrio direito. Como a VCI também contém sangue desoxigenado proveniente dos membros inferiores, abdome e pelve, o sangue que chega ao átrio direito não é tão bem oxigenado como o da veia umbilical. A borda inferior do septum secundum direciona a maior parte do sangue da VCI para o átrio esquerdo, através do forame oval. Aqui, ele se mistura com uma quantidade relativamente pequena de sangue desoxigenado oriundo dos pulmões via veias pulmonares. O sangue passa pelo ventrículo esquerdo e segue pela aorta ascendente. Como resultado, os vasos do corações, cabeça e pescoço, e dos membros superiores, recebem sangue bem oxigenado. Uma pequena quantidade de sangue oxigenado da VCI permanece no átrio direito. Este sangue se mistura com o sangue desoxigenado da veia cava superior (VCS) e seio coronário, passando para o ventrículo direito. O sangue segue pelo tronco pulmonar e a maior parte vai para os pulmões antes do parto, porque eles são órgãos não-funcionais e, portanto, não requerem uma irrigação rica. A maior parte do sangue misturado na aorta descendente passa para as artérias umbilicais e retorna á placenta para ser reoxigenado. O sangue que permanece na aorta circula pela parte inferior do corpo e acaba por desembocar na VCI, passando para o átrio direito. A CIRCULAÇÃO PÓS-NATAL Alterações no sistema cardiovascular ao nascimento. Importantes ajustes circulatórios ocorrem ao nascimento quando cessa a circulação fetal do sangue pela placenta e os pulmões começam a funcionar. O forame oval, o ducto arterioso, o ducto venoso e os vasos umbilicais já não são mais necessários. A oclusão da circulação placentária provoca uma queda imediata na pressão sanguínea da veia cava inferior e átrio direito. A aeração dos pulmões está associada à queda dramática da resistência vascular pulmonar, acentuada elevação no fluxo sanguíneo dos pulmões e progressivo adelgaçamento das paredes das artérias pulmonares. Como resultado deste fluxo sanguíneo pulmonar aumentado, a pressão no átrio esquerdo fica maior do que no átrio direito. Isto leva ao fechamento do forame oval pela oposição do septum primum contra o septum secundum. Devido às alterações no sistema cardiovascular ao nascimento, os vasos e estruturas que já não mais necessários se transformam: a porção intra-abdominal da veia umbilical torna-se o ligamento teres, que se estende do umbigo ao ramo esquerdo da veia porta; o ducto venoso se transforma no ligamento venoso que, passando pelo fígado, estende-se no ramo esquerdo da veia porta até a VCI. A maioria das porções intra-abdominais das artérias umbilicais formam os ligamentos umbilicais médios. As partes proximais destes vasos persistem como as artérias vesicais superiores, que suprem a porção apical da bexiga. O forame oval normalmente se fecha funcionalmente ao nascimento. Mais tarde, ocorre o fechamento anatômico pela proliferação de tecido e adesão do septum primum (valva do forame oval) à margem esquerda do septum secundum. O ducto arterioso acaba por se transformar no ligamento arterioso que vai da artéria pulmonar esquerda à croça da aorta. O fechamento anatômico do ducto acontece normalmente ao termino do terceiro mês pós-natal. A mudança da circulação fetal para o padrão circulatória do adulto não é repentino, mas ocorre num espaço de dias e semanas. Durante a fase transitória, pode haver um fluxo da esquerda para a direita através do forame oval. Embora o ducto arterioso sofra constrição ao nascimento, ele costuma permanecer patente por dois ou três meses.
  • 7. CONCLUSÃO O sistema cardiovascular começa a se formar perto do fim da terceira semana, a partir do mesoderma esplâncnico da área cardiogênica. Tubos cardíacos pares se formam e se fundem para compor um tubo cardíaco único. O miocárdio primitivo não tarda a envolver este tubo. O coração inicia seus batimentos no 21º e 22º dia. No final da terceira semana já há um sistema cardiovascular funcional. Ao crescer, o tubo cardíaco se dobra para direita e logo adquire o aspecto esterno geral de um coração adulto. O coração começa a se dividir e quatro câmaras entre e quarta e a sétima semana. O período critico do desenvolvimento do coração situa-se entre o 20º dia e o 50º dia após a fertilização. Devido à complexidade da divisão do coração, as anomalias dos septos cardíacos são relativamente comuns, em particular as anomalias dos septos ventriculares. Algumas malformações congênitas resultam da transformação anormal dos arcos aórticos para o padrão arterial adulto. Como os pulmões são órgãos não-funcionais durante a vida pré-natal o sistema cardiovascular fetal é estruturalmente projetado de maneira que o sangue oxigenado na placenta deles se desvie em boa parte. As modificações que estabelecem o padrão circulatório pós-natal ao nascimento não são abruptas, mas estendem-se pela primeira infância. A não-ocorrência das mudanças normais do sistema circulatório na ocasião do nascimento resulta num forame oval patente e/ou num ducto arterioso patente. BIBLIOGRAFIA: MOORE, Keith L., PERSAUD, T.V.N: Embriologia Básica. 4ª edição. Editora: Guanabara koogan, 1995, Rio de Janeiro - RJ COMPLEMENTAR O ESTUDO SOBRE EMBRIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR UTILIZANDO: MOORE, Keith L., PERSAUD, T.V.N: Embriologia Clinica. 7ª. Edição. Editora Elsevier, koogan. Rio de Janeiro – RJ 2004, Cap. 14 p.362 -415 Artigo Original - Amaral e cols. Bases morfológicas para o estudo do septo interatrial no feto humano