Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aventuras de João sem medo
1. TESTE DE AVALIAÇÃO
PORTUGUÊS 7º ano
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
GRUPO I
PARTE A
Lê com atenção o texto que se segue. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
5
10
15
A Composição do Ar
É de crer que logo no início da sua presença na Terra os primeiros homens tivessem percebido que viviam
mergulhados num meio (o ar) que lhes era indispensável à vida. Na sua mente ainda confusa, mas já
desperta, reconheceriam o prazer de assomar ao buraco da caverna que lhes servia de habitação protetora,
e de aspirar profundamente o ar circundante. Qualquer coisa lhes penetrava pela boca e pelas narinas,
coisa agradável, reconfortante, e que, segundo lhes deveria parecer, tornava a sair pelas mesmas entradas,
esvaziando-lhes a taxa toráxica. Reconheceriam também que os mortos já não praticavam essa função (não
respiravam) e que certamente ela estava associada a toda a atividade do homem, pois bastaria tapar-lhe a
boca e apertar-lhe as narinas demoradamente para que a morte se apoderasse dele.
Não admira que durante milénios o ar, que ninguém vê, fosse imaginado como um ser sobrenatural que
penetrava no corpo dos homens e lhes concedia a vida. Um deus, portanto. Assim foi considerado o ar
como um deus muito temido, umas vezes protetor, quando se deixava aspirar em haustos1 reconfortantes,
outras vezes terrível, quando bramia2, soprava, assobiava, fazia estremecer as robustas árvores e as
arrancava do solo, tombando-as. Um deus que merecia toda a veneração e respeito.
Depois, à medida que os milhares de anos se forem sucedendo, quando os homens começaram a olhar
para a Natureza dirigindo-lhes perguntas de resposta difícil – quem fez o Universo?, como é que tudo
foiconstruído? Que materiais teriam sido utilizados na sua formação? – o ar passou a ter um papel
importante na interpretação de muitos factos observados. Assim, há 25 séculos, pensavam os filósofos que
o Universo fora todo construído a partir de quatro «materiais», dos quais um deles era exatamente o ar. Os
outros três eram a água, a terra e o fogo. Não pensavam bem esses homens, como depois se tornou
evidente, mas viveram-se largas centenas de anos com essa errada convicção.
Rómulo de Carvalho, A Composição do Ar, Coleção Cadernos de Iniciação Científica 10, Sá da Costa
VOCABULÁRIO: 1 haustos – trago, gole (exemplo: gole de água). 2 bramia – ressoava.
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
1. As afirmações de a) a g) referem-se a informações contidas no texto.
Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem dos acontecimentos narrados.
Começa a sequência pela letra f).
a) Os homens concluíram que a sensação de respirar era agradável.
b) A partir de determinada altura os homens começaram a interrogar-se sobre a origem do Universo.
c) Os primeiros homens associavam o ar a um ser sobrenatural.
d) Progressivamente, o ar passou a ter um papel importante na interpretação dos factos observados.
e) Os homens concluíram que a respiração estava diretamente associada à vida humana.
f) Provavelmente, os primeiros homens a habitar a Terra aperceberam-se desde cedo da importância do ar
para a sobrevivência da espécie.
g) Os primeiros homens viviam em cavernas.
f g a e c b d
2. Indica a expressão do texto a que se refere o pronome «lhes» (l.2).
O pronome refere-se à expressão “ […] os primeiros homens […]” .
1
2. PARTE B
Lê o texto com atenção e, de seguida, responde às questões com frases completas:
5
10
15
20
25
30
35
40
45
JOÃO SEM MEDO E O ESPAÇO ENCANTADO
A distância entre as duas margens não era grande e João Sem Medo morria de fome.
Não hesitou, pois. Despiu-se e com a trouxa de roupa à cabeça penetrou no líquido esverdinhado de
limos, crente de que alcançaria facilmente a nado o laranjal apetecido.
Mas aconteceu então este fenómeno incrível: à medida que o nadador se aproximava da outra
margem, a água aumentava de volume e a lagoa dilatava-se. Por mais esforços que despendesse para
fincar as mãos na orla do lago, só encontrava água, água unicamente.
A terra afastava-se.
– Bonito! Estou dentro dum lago elástico - descobriu João Sem Medo, esbaforido.
Mas fiel ao seu sistema de persistência enérgica não renunciou ao combate.
As margens desviavam-se, mas o rapaz nadava, nadava sempre, com confiança plena nos seus braços,
na força de vontade e no desejo de vencer.
- Eh!, alma do diabo, sofre! - instigou-o por fim uma onda a deitar os bofes de espuma pela boca fora.
Um peixe insurgiu-se com voz mole:
- Assim não vale! Vê se acabas com isso. Eu e os meus camaradas peixes queremos dormir em sossego.
Vamos, chora!
Uma gaivota baixava de vez em quando para lhe insinuar, baixinho:
- Então? Toma-te infeliz. Soluça. Berra. Chora. Lembra-te de que seguiste o Caminho da Infelicidade. Não
faças essa cara de quem ganhou a sorte grande.
Por último, uma coruja de mitra pequenina na cabeça e venda nos olhos - para voar de dia e de noite
em perpétua escuridão- segredou-lhe ao ouvido:
- Queres laranjinhas? Ouve a minha sugestão: representa a comédia da dor. Finge que sofres muito, sê
hipócrita. Mente. Pede a esmolinha de uma laranja por amor de Deus. Vá! Não sejas tolo. Chora.
Como única resposta, João Sem Medo repeliu a coruja, fez das tripas coração e desatou a cantar à
sobreposse.
Então, ao som do seu canto, por fora tão vibrante e viril, a fúria das águas amainou. O rugir das ondas
amorteceu lentamente. Um murmúrio de desistência soprou pela superfície do lago. E João Sem Medo,
com algumas braçadas vigorosas e seguras, logrou pôr o pé em terra perto do laranjal carregado de
pomos de ouro.
Claro, correu logo como um doido para a árvore mais próxima, sôfrego de engolir meia dúzia de
laranjas. Mas, num lance espectacular, os frutos diminuíram rapidamente de volume até atingirem o
tamanho de berlindes e - zás! - com um estoiro despedaçaram-se no ar.
Humilhado, e a contar com nova surpresa desagradável, abeirou-se de outra laranjeira. Desta vez,
porém, as laranjas transformaram-se em cabeças de bonecas doiradas e deitaram-lhe a língua de fora.
- A partida anterior teve mais graça! - observou João Sem Medo.
E dirigiu-se para uma tangerineira com a vaga esperança de apanhar uma tangerina desatenta.
Isso sim. Mal o avistaram, os frutos caíram dos ramos como bolas de borracha e espalharam-se na
paisagem.
Então, numa tentativa suprema, João Sem Medo acercou-se de outra árvore, sorrateiramente, em bicos
de pés.
Tudo inútil. Como se estivessem combinadas, as laranjas e as tangerinas do pomar desprenderam-se
dos troncos, abriram pequeninas asas azuis e começaram a subir serenamente no céu.
Apesar da fome, João Sem Medo, com os olhos fixos no espectáculo maravilhoso das bolas de ouro a
voarem, não pôde reprimir este clamor de entusiasmo, braços erguidos para o ar:
- Parabéns, Mago. Parabéns e obrigado por este instante, o mais belo e bem vivido da minha vida.
Obrigado. Mas agora ouve o que te peço: desiste de me perseguir. Convence-te de que, para mim, a
felicidade consiste em resistir com teimosia a todas as infelicidades. E vai maçar outro. Ouviste? Vai
maçar outro.
José Gomes Ferreira, Aventuras de João Sem Medo, Publicações Dom Quixote
2
3. 3. O excerto que leste narra uma das aventuras de João Sem Medo.
3.1. Onde se encontra inicialmente essa personagem?
João Sem Medo encontrava-se junto a um lago.
3.2. Quais são as suas expetativas?
Conseguir nadar até à outra margem e saciar a fome com a fruta do laranjal.
3.3. De que forma o lago impede a concretização dessas suas expetativas?
À medida que ele se aproximava da outra margem, a água aumentava de volume e a lagoa dilatava-se,
dificultando o alcance do laranjal.
4. Identifica as diversas personagens secundárias que interpelam João sem Medo durante a travessia da lagoa.
As personagens secundárias que interpelam João Sem Medo durante a travessia da lagoa são a onda, o peixe,
a gaivota e a coruja.
5. De que modo consegue João Sem Medo ultrapassar os obstáculos que o lago lhe apresenta?
João Sem Medo não desistiu perante os obstáculos, mantendo uma atitude positiva e persistente.
5.1. Indica dois desses obstáculos, mantendo a ordem pela qual aparecem no texto.
Dois desses obstáculos são a onda e o peixe.
6. «João Sem Medo (...) logrou pôr o pé em terra perto do laranjal carregado de pomos de ouro.»
Que sensações causará na personagem a visão do laranjal?
Para além da sensação visual, a visão do laranjal causará sensação olfativa, gustativa e tátil.
7. Após as inacreditáveis peripécias, João Sem Medo dirige ao Mago uma mensagem onde apresenta a sua
opinião sobre a palavra felicidade.
Diz, por palavras tuas, qual a definição apresentada pelo protagonista.
Para João Sem Medo, a felicidade reside na capacidade de enfrentar os obstáculos e encarar as dificuldades de
forma otimista, resistindo com teimosia e seguindo em frente perante as adversidades.
8. Identifica a personagem principal, justificando.
A personagem principal é João Sem Medo. É ele que tem de enfrentar todos os obstáculos com que se depara.
8.1. Retira do texto duas expressões que te sirvam para caracterizar psicologicamente essa personagem.
“João Sem Medo […] , fez das tripas coração e desatou a cantar à sobreposse.”
9. Identifica os recursos expressivos (sobram dois recursos expressivos), associando os números da coluna da
esquerda às letras da coluna da direita.
1. “João Sem Medo repeliu a coruja, fez das tripas coração e desatou a cantar à sobreposse.” (l.23/24) b.
2. “ […] fez das tripas coração […]” (l.23) e.
3. “O rugir das ondas amorteceu lentamente.” (l.25/26) c.
4. “ […] os frutos caíram dos ramos como bolas de borracha […] ” (l.36) a.
a. Comparação
b. Enumeração
c. Onomatopeia
d. Metáfora
e. Hipérbole
f. Anáfora
GRUPO II
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações dadas.
1. Lê o excerto transcrito.
Transcreve para cada uma das colunas uma palavra a negrito correspondente à classe gramatical referida.
“Humilhado, e a contar com nova surpresa desagradável, abeirou-se de outra laranjeira. Desta vez, porém,
as laranjas transformaram-se em cabeças de bonecas doiradas e deitaram-lhe a língua de fora.” (l.32/33)
determinante nome pronome conjunção preposição adjetivo verbo
outra bonecas lhe e em humilhado contar
3
4. 2. Faz corresponder cada alínea a um número do quadro de modo a classificares as orações destacadas a negrito.
a. Como tinha fome, João Sem Medo abeirou-se de outra laranjeira. 2
b. O livro que comprei chama-se Aventuras de João Sem Medo. 1
c. “As margens desviavam-se, mas o rapaz nadava, […]”.(l. 10) 3
d. Os frutos caíram dos ramos quando o avistaram. 4
1. Oração subordinada adjetiva relativa.
2. Oração subordinada adverbial causal.
3. Oração coordenada adversativa.
4. Oração subordinada adverbial temporal.
3. Lê com atenção as frases que se seguem e identifica as funções sintáticas desempenhadas pelos elementos
destacados a negrito.
a) Ele observava as laranjas na outra margem. Modificador
b) “Ouve a minha sugestão […]”.(l. 21) Complemento direto
c) O rapaz gostava de desafios. Complemento oblíquo
d) “[…] e deitaram-lhe a língua de fora.”(l.33) Complemento indireto
4. Identifica o tipo de sujeito presente nas seguintes frases.
a. “- Queres laranjinhas?” (l.21) Sujeito nulo subentendido
b. “ […] João Sem Medo repeliu a coruja, […]” (l. 23) Sujeito simples
c. No mês passado, editaram este livro. Sujeito nulo indeterminado
5. Identifica, no conjunto de frases complexas seguintes, o(s) tipo(s) de coordenação presente(s).
“Como única resposta, João Sem Medo repeliu a coruja, fez das tripas coração e desatou a cantar à sobreposse.”
(l.23/24)
Coordenação assindética e sindética.
GRUPO III
As aventuras de João Sem Medo não podem terminar por aqui. As aventuras vão suceder-se na floresta. Tu serás o
narrador da nova aventura de João Sem Medo.
Escreve um texto narrativo, texto correto e bem estruturado, com um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras, onde a
personagem principal seja um animal, real ou imaginado, respeitando os seguintes aspetos:
– mantém o narrador na terceira pessoa;
– inclui uma descrição de um local assustador;
– inventa e caracteriza um novo habitante fantástico da floresta;
– mantém a coerência em relação ao texto que leste.
4