3. O Realismo foi uma escola literária que combatia os ideais
românticos. O surgimento ocorreu enquanto o mundo vivenciava o
nascimento do socialismo e da segunda Revolução Industrial.
O Realismo em Portugal teve como marco inicial a Questão Coimbrã
(1865), quando se defrontam, de um lado, os jovens estudantes de
Coimbra, atentos às novas idéias que vinham da França, Inglaterra e
Alemanha e, de outro, os velhos românticos de Lisboa.
O Realismo foi inaugurado em 1881 no Brasil. Nesse ano duas obras se
destacaram: O mulato, de Aluísio de Azevedo, e Memórias póstumas de
Brás Cuba, de Machado de Assis.
Características do Realismo.
O objetivismo aparece como negação do subjetivismo romântico; o
universalismo ocupa o lugar do personalismo. O sentimentalismo cede
terreno ao materialismo. O Realismo se preocupava apenas com o
presente, com o contemporâneo.
Com o desenvolvimento das ciências, muitos autores foram
influenciados no século XIX, principalmente os naturalistas, donde se
pode falar em cientificismo nas obras desse período.
Os autores realistas são antimonárquicos e negam a burguesia.
O Realismo é uma denominação genérica de uma escola literária que
abrange as seguintes tendências:
4. Romance realista – Narrativa voltada para a análise psicológica
e que critica a sociedade e partir do comportamento de
determinados personagens, em geral, capitalistas. O romance
realista tem caráter documental, sendo o retrato de uma época.
Romance naturalista - Marcada pela vigorosa análise social a
partir de grupos humanos marginalizados, em que se valoriza o
coletivo. O naturalismo apresenta romances experimentais.
Autores
Machado de Assis – Se destacou como romancista realista.
Apesar de ter escrevido obras romancistas, como Ressurreição, A
mão e a luva, Helena e Iaiá Garcia.
Algumas obras realistas de Machado de Assis: Memórias póstumas
de Brás Cubas,Quincas Borba e Dom Casmurro.
6. - Determinismo biológico;
- Objetivismo científico;
- Temas de patologia social;
- Observação e análise da realidade;
Ser humano descrito sob a ótica do animalesco
e do sensual;
- Linguagem simples;
- Descrição e narrativa lentas
- Impessoalidade;
- Preocupação com detalhes.
8. Realismo
- Forte influência da literatura de Gustave Flaubert (França).
- Romance documental, apoiado na observação e na análise.
- A investigação da sociedade e dos caracteres individuais é feita
“de dentro para fora”, por meio de análise psicológica capaz de
abranger sua complexidade, utilizando a ironia, que sugere e
aponta, em vez de afirmar.
- Volta-se para a psicologia, centrando-se mais no indivíduo.
- As obras retratam e criticam as classes dominantes, a alta
burguesia urbana e, normalmente, os personagens pertencem a
esta classe social.
- O tratamento imparcial e objetivo dos temas garante ao leitor um
espaço de interpretação, de elaboração de suas próprias
conclusões a respeito das obras.
9. Naturalismo
- Forte influência da literatura de Émile Zola (França).
- Romance experimental, apoiado na experimentação e
observação científica.
- A investigação da sociedade e dos caracteres individuais ocorre
“de fora para dentro”, os personagens tendem a se simplificar, pois
são vistos como joguetes, pacientes dos fatores biológicos,
históricos e sociais que determinam suas ações, pensamentos e
sentimento.
- Volta-se para a biologia e a patologia, centrando-se mais no
social.
- As obras retratam as camadas inferiores, o proletariado, os
marginalizados e, normalmente, os personagens são oriundos
dessas classes sociais mais baixas.
- o tratamento dos temas com base em uma visão determinista
conduz e direciona as conclusões do leitor e empobrece
literariamente os textos.
11. Iaiá Garcia, de Machado de Assis
CURIOSIDADES
Iaiá Garcia foi escrito em 1878 e a trama se desenrola entre os
anos de 1866 e 1871. Casamentos arranjados, amores proibidos e
jogos de interesse compõem este painel que retrata a sociedade
contemporânea ao autor.
Uma história singela, ao gosto romântico e um tanto
convencional, em Iaiá Garcia, Machado de Assis começa a revelar
as qualidades que mais tarde farão dele um grande romancista: a
finura de estilo, o senso de humor que já reponta aqui e ali, a
recriação de ambientes, a exata caracterização de personagens,
principais ou secundários, como Raimundo, o preto africano,
escravo liberto e inteiramente dedicado a Luís Garcia. Mas está
longe ainda dos seus grandes momentos de criação literária, que
se iniciam a partir do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Iaiá Garcia antecipa a experimentação das Memórias
Póstumas de Brás Cubas, e portanto, este romance não se encaixa
na primeira fase de Machado propriamente dita, mas deve ser
considerado como uma obra de transição.
12. O último dos romances da primeira fase de
Machado de Assis, Iaiá Garcia apresenta uma clara
influência de José de Alencar; os personagens e a trama
são tipicamente românticos, mas já pode se ver que
algo não está totalmente romântico: personagens
secundários mais realistas e nada de vilões; os amores
de Jorge por Estela e de Procópio por Iaiá são honestos,
mas efêmeros; Estela recusa o casamento não por não
amá-lo, mas por diferenças de classe social (ela é mais
pobre); e Estela e Luís não se casam por amor e sim por
um misto de estima e conveniência.
A personagem mais atuante é Estela, que
verdadeiramente conduz a ação promovendo a
felicidade dos que a cercam, como Luiz Garcia, Iaiá e
Jorge.
13. RESUMO
Iaiá era filha de Luís Garcia, viúvo e funcionário público, que
nela concentrava todos os seus afetos, a fonte de toda a alegria do
pai, em cuja casa reina a solidão.
Luís Garcia tem uma amiga que também é viúva, Valéria
Gomes, mãe de Jorge, que está apaixonado pela filha de um ex-
empregado de seu falecido pai, Estela, que vive na mesma casa.
Para afastá-lo de Estela, por não a julgar digna de sua posição
social, a mãe obriga-o a se alistar como voluntário para lutar na
Guerra do Paraguai. Mas Jorge não esquece a sua amada e tem
um verdadeiro choque ao saber que ela casara com Luís Garcia,
que a isso foi levado, entre outras razões, pelas boas relações
entre Estela e sua filha Iaiá.
A partir daí, a história evolui ao longo do tempo, com o retorno
de Jorge, sua mãe já falecida, a influência do novo amigo que fizera
no Paraguai, encontros e desencontros, até a morte de Luís Garcia.
E Jorge acaba casando com Iaiá.
14. Biografia Machado de Assis
Nasceu no Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839, filho de um
operário, de nome Francisco José Machado de Assis, e de
Leopoldina Machado de Assis, que morreria quando o escritor era
ainda muito jovem. Machado viveu sua infância no Morro do
Livramento; como tinha poucos recursos, educou-se através de
esforço próprio, o que não impediu-o de publicar, com apenas 15
anos, sua primeira obra literária: o poema “Ela”, no jornal “Marmota
Fluminense”. Com 16 anos, Machado tornou-se aprendiz de
tipógrafo na Imprensa Nacional; foi lá que conheceu o escritor
Manuel Antônio de Almeida, que se tornaria seu protetor. Em 1869,
Machado de Assis casou-se com Carolina Augusta Xavier de
Novais, com quem viveu durante mais de trinta anos.
O primeiro romance de Machado de Assis, “Ressurreição”, foi
publicado em 1872, inaugurando sua “primeira fase”, marcada pelo
Romantismo; essa fase é composta ainda pelos romances “A mão
e a luva” (1874), “Helena” (1876) e “Iaiá Garcia” (1878). Muitos
consideram essas obras menores, já que os romances mais
inovadores de Machado seriam publicados a partir de 1881, em sua
“segunda fase”: “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881),
“Quincas Borba” (1891), “Dom Casmurro” (1899), “Esaú e Jacó”
(1904) e “Memorial de Aires” (1908).
15. Nesses romances,Machado foge não só aos
princípios do Romantismo, mas cria novas formas
literárias que o tornam um dos maiores escritores de
todos os tempos. Na poesia, Machado de Assis praticou
os estilos romântico, com “Crisálidas” (1864) e “Falenas”
(1870); indianista, com “Americanas” (1875); e
parnasianista, com “Ocidentais” (1897-1880).
Lúcio de Mendonça, amigo de Machado de Assis,
foi quem idealizou a criação da Academia Brasileira de
Letras; apoiando a ideia, Machado ajudou a concretizar
o projeto. Quanto a Academia foi criada, em 28 de
janeiro de 1879, Machado foi eleito seu primeiro
presidente, ficando nessa posição por mais de dez
anos.
Machado de Assis faleceu no Rio de Janeiro, em 29 de
setembro de 1908.