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O que é Política?
Reflexões do texto de João Ubaldo Ribeiro
Advogado, escritor, jornalista, roteirista e
professor brasileiro, membro da Academia
Brasileira de Letras.
Que coisa é a Política?
• O termo política refere-se ao exercício de
alguma forma de poder e suas múltiplas
consequências.
• Toda a maneira pela qual o poder é exercido se
reveste de grande complexidade. Por exemplo, a
criação de um imposto que desencadeia inter-
relações entre a fonte de poder (a que criou o
imposto) e os submetidos a esse poder (os que
direta ou indiretamente são afetados).
• Basta pensar um pouco para perceber como
todo ato de poder é complexo. E é este o
terreno da política.
• O que significa “ter poder”? Ter um cargo não
significa ter poder, ter carisma, magnetismo ou
dinheiro tampouco.
• A tarefa de tentar entender o que realmente é o
poder deve ser deixado ao cargo os filósofos e
teóricos que examinam a realidade além dos
interesses imediatos das pessoas
Contudo, definir a Política
apenas como algo relacionado ao
poder não é satisfatório, pois
existem inúmeras dificuldades
para se definir o que é o poder.
• Entretanto, é inútil em termos práticos
discutir sobre o que é o poder, pois este só
se torna visível ao manifestar-se. Ou seja, é
em ação que se analisa o poder. É no
processo, na inter-relação, não na
elaboração intelectual abstrata.
• Os norte-americanos dizem que “o poder é
a capacidade de influenciar o
comportamento das pessoas”. Então se a
política tem a ver com o poder e se o poder
visa alterar o comportamento das pessoas,
é evidente que o ato político possui dois
aspectos: a) um interesse, b) uma decisão.
• a) se alguém deseja influenciar ou
modificar o comportamento das pessoas,
esse alguém tem um interesse que deseja
ver corporificado pela modificação
pretendida, seja ele ditado por
conveniências pessoais, de grupo,
religiosas, morais, etc.
• b) o objetivo configurado pelo interesse só
pode ser conseguido por uma decisão que
efetivamente venha a alterar o
comportamento das pessoas. Seja esta
decisão imposta, consensual, de maioria,
etc
A política passa, neste caso, a ser
entendida como um processo através do
qual interesses são transformados em
objetivos e os objetivos são conduzidos à
formulação e tomada de decisões
efetivas
A política tem a ver com quem
manda, por que manda, como
manda. Afinal, mandar é
decidir, é conseguir aprovação,
apoio ou até submissão. Não se
tratando, portanto de um
processo simples.
• Em toda as sociedades existem estruturas
de mando. Alguém, de alguma forma,
manda em outrem, normalmente uma
minoria mandando na maioria. Este fato
está no centro da coisa política.
• A política fica então vista como o estudo e a prática
da canalização de interesses com a finalidade de
conseguir decisões.
• A política já foi chamada e com razão, de arte,
ciência e filosofia. Além de ser uma profissão, pois,
afinal, é por meio dela que nos governamos, que
ordenamos nossa vida coletiva.
• Nenhum homem pode assumir sua humanidade
fora de uma estrutura social. E nenhuma estrutura
social pode existir sem alguma forma de processo
político. Assim a política tornou-se profissão, a
profissão dos que se dedicam a influenciar a
coletividade
• Enfim, a política nos rodeia e é impossível que
fujamos dela. É possível sim, que desliguemos a
televisão quando aparece um político dizendo
algo que não estamos interessados em ouvir.
Isto, porém não nos torna “apolíticos”, mas
somente indiferentes, o que só beneficia o
homem da televisão já que ao desligarmos a Tv
não nos opomos a ele.
Como a Política interessa
a todos e a cada um
• Em alguns momentos é fácil percebermos o
poder agindo sobre nós. Como no caso dos
brasileiros que são obrigados a se alistar no
serviço militar aos 18 anos. Em outros
casos é bem mais difícil visualizar a ação do
poder.
• Como por exemplo, agimos ou pensamos
de uma maneira que achamos natural e
que na realidade não é, como no caso do
preconceito. A existência do preconceito
não é natural. O homem não nasce
preconceituoso e fica claro a ação da
influência sobre ele.
• Quando saímos para trabalhar de ônibus,
enquanto outro melhor situado vai de
carro com motorista, não estamos
pensando em política, mas tudo está
rodeado de política.
• É o processo político que dita às
condições para a acumulação de uma
poupança por exemplo. Se o mesmo
processo político não dá oportunidade de
educação para uns, é evidente que estes
são prejudicados o que paralelamente
beneficia e privilegia outros.
• Queiramos ou não, estamos imersos num
processo político que penetra todas as
nossas atitudes, toda a nossa maneira de
agir, até mesmo porque a educação, tanto
a doméstica quanto a pública, é também
uma formação política.
• Quando alguém diz: - Não ligo para a
política! – Ele não está sendo apolítico,
mas somente um político conservador, que
não vê necessidade de mudanças.
A política, o jogo de poder está em toda
parte, na conduta humana. Quando um
casal vai gradualmente marcando os papéis
dentro do lar (eu mando aqui, você manda
ali), estamos diante de um mini-processo
político decisório, como um exemplo simples
• A política não se ocupa de todos os
processos de formulação e tomada de
decisões, mas somente daqueles que
afetem, de alguma forma, a coletividade.
• A política não é apenas uma coisa que
envolve discursos, promessas, eleições e
muita sujeira. Não é uma coisa distante de
nós. É a condução de nossa própria
existência coletiva, com reflexos imediatos
sobre nossa existência individual, nossa
prosperidade ou pobreza, nossa educação
ou falta dela, nossa felicidade ou
infelicidade.
ANALFABETO POLÍTICO
• O pior analfabeto, é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, não participa dos
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O analfabeto político é tão burro que
Se orgulha e estufa o peito dizendo que
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Não sabe o imbecil,
Que da sua ignorância nasce a prostituta,
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O assaltante e o pior de todos os bandidos
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Bertold Brecht

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Reflexões

  • 1. O que é Política? Reflexões do texto de João Ubaldo Ribeiro Advogado, escritor, jornalista, roteirista e professor brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras.
  • 2. Que coisa é a Política? • O termo política refere-se ao exercício de alguma forma de poder e suas múltiplas consequências. • Toda a maneira pela qual o poder é exercido se reveste de grande complexidade. Por exemplo, a criação de um imposto que desencadeia inter- relações entre a fonte de poder (a que criou o imposto) e os submetidos a esse poder (os que direta ou indiretamente são afetados). • Basta pensar um pouco para perceber como todo ato de poder é complexo. E é este o terreno da política.
  • 3. • O que significa “ter poder”? Ter um cargo não significa ter poder, ter carisma, magnetismo ou dinheiro tampouco. • A tarefa de tentar entender o que realmente é o poder deve ser deixado ao cargo os filósofos e teóricos que examinam a realidade além dos interesses imediatos das pessoas Contudo, definir a Política apenas como algo relacionado ao poder não é satisfatório, pois existem inúmeras dificuldades para se definir o que é o poder.
  • 4. • Entretanto, é inútil em termos práticos discutir sobre o que é o poder, pois este só se torna visível ao manifestar-se. Ou seja, é em ação que se analisa o poder. É no processo, na inter-relação, não na elaboração intelectual abstrata. • Os norte-americanos dizem que “o poder é a capacidade de influenciar o comportamento das pessoas”. Então se a política tem a ver com o poder e se o poder visa alterar o comportamento das pessoas, é evidente que o ato político possui dois aspectos: a) um interesse, b) uma decisão.
  • 5. • a) se alguém deseja influenciar ou modificar o comportamento das pessoas, esse alguém tem um interesse que deseja ver corporificado pela modificação pretendida, seja ele ditado por conveniências pessoais, de grupo, religiosas, morais, etc. • b) o objetivo configurado pelo interesse só pode ser conseguido por uma decisão que efetivamente venha a alterar o comportamento das pessoas. Seja esta decisão imposta, consensual, de maioria, etc
  • 6. A política passa, neste caso, a ser entendida como um processo através do qual interesses são transformados em objetivos e os objetivos são conduzidos à formulação e tomada de decisões efetivas A política tem a ver com quem manda, por que manda, como manda. Afinal, mandar é decidir, é conseguir aprovação, apoio ou até submissão. Não se tratando, portanto de um processo simples.
  • 7. • Em toda as sociedades existem estruturas de mando. Alguém, de alguma forma, manda em outrem, normalmente uma minoria mandando na maioria. Este fato está no centro da coisa política.
  • 8. • A política fica então vista como o estudo e a prática da canalização de interesses com a finalidade de conseguir decisões. • A política já foi chamada e com razão, de arte, ciência e filosofia. Além de ser uma profissão, pois, afinal, é por meio dela que nos governamos, que ordenamos nossa vida coletiva. • Nenhum homem pode assumir sua humanidade fora de uma estrutura social. E nenhuma estrutura social pode existir sem alguma forma de processo político. Assim a política tornou-se profissão, a profissão dos que se dedicam a influenciar a coletividade
  • 9. • Enfim, a política nos rodeia e é impossível que fujamos dela. É possível sim, que desliguemos a televisão quando aparece um político dizendo algo que não estamos interessados em ouvir. Isto, porém não nos torna “apolíticos”, mas somente indiferentes, o que só beneficia o homem da televisão já que ao desligarmos a Tv não nos opomos a ele.
  • 10. Como a Política interessa a todos e a cada um
  • 11. • Em alguns momentos é fácil percebermos o poder agindo sobre nós. Como no caso dos brasileiros que são obrigados a se alistar no serviço militar aos 18 anos. Em outros casos é bem mais difícil visualizar a ação do poder. • Como por exemplo, agimos ou pensamos de uma maneira que achamos natural e que na realidade não é, como no caso do preconceito. A existência do preconceito não é natural. O homem não nasce preconceituoso e fica claro a ação da influência sobre ele.
  • 12. • Quando saímos para trabalhar de ônibus, enquanto outro melhor situado vai de carro com motorista, não estamos pensando em política, mas tudo está rodeado de política. • É o processo político que dita às condições para a acumulação de uma poupança por exemplo. Se o mesmo processo político não dá oportunidade de educação para uns, é evidente que estes são prejudicados o que paralelamente beneficia e privilegia outros.
  • 13. • Queiramos ou não, estamos imersos num processo político que penetra todas as nossas atitudes, toda a nossa maneira de agir, até mesmo porque a educação, tanto a doméstica quanto a pública, é também uma formação política. • Quando alguém diz: - Não ligo para a política! – Ele não está sendo apolítico, mas somente um político conservador, que não vê necessidade de mudanças.
  • 14. A política, o jogo de poder está em toda parte, na conduta humana. Quando um casal vai gradualmente marcando os papéis dentro do lar (eu mando aqui, você manda ali), estamos diante de um mini-processo político decisório, como um exemplo simples
  • 15. • A política não se ocupa de todos os processos de formulação e tomada de decisões, mas somente daqueles que afetem, de alguma forma, a coletividade. • A política não é apenas uma coisa que envolve discursos, promessas, eleições e muita sujeira. Não é uma coisa distante de nós. É a condução de nossa própria existência coletiva, com reflexos imediatos sobre nossa existência individual, nossa prosperidade ou pobreza, nossa educação ou falta dela, nossa felicidade ou infelicidade.
  • 17. • O pior analfabeto, é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, O preço do feijão, do peixe, da farinha Do aluguel, do sapato e do remédio Depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que Se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil, Que da sua ignorância nasce a prostituta, O menor abandonado, O assaltante e o pior de todos os bandidos Que é o político vigarista, Pilantra, o corrupto e o espoliador Das empresas nacionais e multinacionais. Bertold Brecht