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Digitalização: Carlos Biagini
A VINHA
Agora, cantarei ao meu amado o cântico do meu amado a respeito da sua vinha. O
meu amado teve uma vinha num outeiro fertilíssimo. Sachou-a, limpou-a das pedras e a
plantou de vides escolhidas; edificou no meio dela uma torre e também abriu um lagar.
Ele esperava que desse uvas boas, mas deu uvas bravas. Agora, pois, ó moradores de
Jerusalém e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. Que mais se
podia fazer ainda à minha vinha, que eu Lhe não tenha feito? E como, esperando eu que
desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas? Agora, pois, vos farei saber o que
pretendo fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que a vinha sirva de pasto;
derribarei o seu muro, para que seja pisada; torná-la-ei em deserto. Não será podada,
nem sachada, mas crescerão nela espinheiros e abrolhos; às nuvens darei ordem que não
derramem chuva sobre ela. Porque a vinha do SENHOR dos Exércitos é a casa de
Israel, e os homens de Judá são a planta dileta do SENHOR; este desejou que
exercessem juízo, e eis aí quebrantamento da lei; justiça, e eis aí clamor. (Isaías 5:1-7).
Estas palavras, como o próprio profeta nos diz, formam um poema ou cântico sobre o
estado e a condição do povo de Israel, nos dias em que Deus levantou o profeta Isaías para lhes
falar. Os profetas eram homens muito práticos. Não devemos pensar neles como sendo apenas
homens de literatura ou poesia que decidiram entrar para essa carreira pelo fato de a apreciarem.
Não, todos eles nos dizem que foram chamados por Deus para entregar uma mensagem aos seus
compatriotas. Eles não queriam fazer isso. Alguns, na verdade, revelam-nos com honestidade,
que resistiram fortemente ao chamado de Deus. Eles sabiam que a sua mensagem não seria
agradável, e eles não queriam ser impopulares, não desejavam sofrer.
Estavam conscientes, porém, do chamado de Deus, e, além disso, convencidos de que Ele
lhes entregara uma mensagem. Não que houvessem olhado para o mundo e chegado a algumas
conclusões, como hoje acontece quando determinadas pessoas as registram em artigos de jornais
ou livros, ao observarem certas coisas e apresentarem sugestões que julgam ter algum valor.
Esta não era a posição dos profetas. Eles afirmam em seus escritos que tudo lhes foi dado por
Deus. Deus lhes abriu os olhos, deu-lhes entendimento, chamou-os e lhes ordenou que
entregassem a mensagem por Ele destinada ao povo.
E isso foi o que Isaías fez. Ele se dirigiu à sua nação e lhes disse exatamente a razão de as
coisas estarem do jeito que estavam; porque, quando ele escreveu, o povo já enfrentava
problemas. A nação, que fora grande e poderosa, estava entrando em dias maus; tudo ia muito
mal, e é claro que havia todo tipo de pessoas se apressando a dar suas opiniões. Então, mediante
esse homem veio esta mensagem de Deus: "Esta é a causa do seu problema; é exatamente por
esta razão que estas coisas estão acontecendo com vocês." Além disso, ele profetizou sobre o
que iria suceder a eles se continuassem como estavam e se recusassem a se arrepender e a se
voltar para Deus.
Este é o resumo da mensagem do grande profeta Isaías, mas é claro que ela vale também
para os outros profetas. Todos eles tinham a mesma mensagem para dar; todos a receberam de
Deus. Eles a apresentaram de formas diferentes porque Deus não os usou como meras
máquinas; a personalidade do homem transparece. A mensagem, porém, era de Deus e não do
homem.
Este é o ponto que desejo aqui e agora ressaltar: em todas essas grandes mensagens
proféticas, nós temos ao mesmo tempo, um resumo do que Deus está dizendo a todos os homens
e mulheres. A nação de Israel é apenas um exemplar, um tipo estabelecido por Deus para que,
mediante ela, possa falar a toda a humanidade. Parece que nos dias do Velho Testamento apenas
o povo de Israel era o povo de Deus, mas é claro que o mundo inteiro pertencia a Ele naquela
época, como acontece hoje. Eles eram seu povo apenas num sentido especial, como o povo
cristão ou a Igreja são hoje seu povo de uma maneira especial. O mundo todo, porém, pertence a
Deus. Então, quando estudamos o que Deus disse ao profeta desta nação em particular, estamos
vendo ao mesmo tempo o que Ele tem a dizer a todo o mundo.
Uma coisa muito maravilhosa que transparece quando você lê a Bíblia e aprende a
conhecê-la inteiramente, é que você descobre que ela é um livro atualizado e muito
contemporâneo. É um livro que fala a todas as épocas e gerações, porque a humanidade
permanece a mesma em todas as suas qualidades essenciais, e Deus continua o mesmo. Assim, a
mensagem de Deus para o mundo é ainda esta velha mensagem, e eu quero mostrar-lhe quão
relevante ela é para o mundo de hoje.
Veja esse povo de Israel; eles tinham problemas, as coisas estavam indo mal, e agora,
finalmente depois de muito tempo, eles começavam a enxergá-los. Mas, que estava errado?
Como isso acontecera? Que poderia ser feito com relação a isso? Essas eram as questões. E são
as mesmas hoje. O mundo todo está com problemas, precisa de enxergar. É um mundo confuso
e infeliz. Existem problemas em geral e problemas de ordem individual e particular. Ninguém
vive nele sem perceber que há um elemento de luta e dificuldade. Os jornais estão sempre
exibindo isso diante de nós: as tragédias que se sucedem; os desapontamentos.
Homens e mulheres conseguem enxergar isso, mas a dificuldade é que eles estão
confusos e estarrecidos em relação à causa. Não há livro mais prático do que a Bíblia. Ela é o
livro que fala ao mundo como ele se encontra neste exato momento. Por que não estamos
perfeitamente felizes? Por que as nações não se estão unindo e trabalhando juntas pelo bem
comum? Por que tantos problemas, discórdias, infelicidade e a conseqüente dor, tão evidentes
em toda parte?
O mundo ainda está atordoado com relação a isso, e todos os tipos de pessoas dão suas
opiniões. Mas é meu dever e função colocar diante de você esta palavra de Deus: mostrar-lhe o
que Ele está dizendo ao mundo de hoje, exatamente como disse mediante seu servo, o profeta
Isaías, há oito séculos, antes do nascimento de Cristo. O mundo hoje ou não crê de jeito nenhum
em Deus ou está lutando contra Ele, culpando-O por tudo, indagando a razão de Ele permitir
isso e aquilo, sempre cheio de queixas e reclamações. Essa é a atitude do homem e da mulher
modernos, como era a do povo de Israel no tempo do profeta Isaías.
Esta é, do início ao fim, uma grande mensagem da Bíblia: ela dá a resposta de Deus às
perguntas: Que está errado com os homens e as mulheres? Por que se tornaram o que são?
Como isso pode ser consertado? E a Bíblia tem uma variedade de modos de nos apresentar esta
mensagem: mediante o ensino direto, a história e, algumas vezes, como aqui em Isaías 5, uma
ilustração ou poema. Vemos aqui outra vez a grande misericórdia e compaixão de Deus. Todos
somos diferentes; uma apresentação da verdade esclarece determinada pessoa, enquanto um
outro modo de mostrá-la ajuda uma outra. Assim, a mensagem é apresentada a nós de diferentes
maneiras, de forma que todos possamos vir a entender a verdade.
Vamos, então, examiná-la da forma como está sendo apresentada neste poema em
particular. Isaías, em outras partes do seu grande livro, coloca a verdade crua, clara e direta.
Aqui, porém, ele escreve um poema, pinta um quadro, um quadro de um homem que plantou
uma vinha para si. Ele escolheu o melhor lugar que pôde encontrar, em uma colina muito
promissora, com solo muito fértil. Removeu todas as pedras, cercou-o, colocou um muro ao
redor e construiu uma torre. Então, plantou essas mudas escolhidas e aguardou uma grande
colheita.
Mas, coitado, em lugar de colher uma excelente safra das mais doces e suculentas uvas,
encontrou apenas uvas bravas. Isaías então explica a razão de isso haver acontecido, e faz um
pronunciamento sobre o que esse homem fará. Assim, ao pintar o quadro, ao escrever o poema,
o próprio Isaías faz a aplicação, dizendo: "Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de
Israel, e os homens de Judá são sua planta estimada; ele procurou juízo mas eis aí opressão;
justiça, e eis aí clamor" (Isaías 5:7).
Agora, deixe-me mostrar-lhe que esse poema é uma representação perfeita da grande
mensagem da Bíblia sobre toda a raça humana. Essa é a mensagem do Evangelho cristão, da
Salvação de Deus para o mundo atual, e não há nada mais urgente e relevante do que isso. Aqui,
neste poema, o profeta inicialmente construiu uma figura geral – ele vai detalhá-la mais tarde –,
de forma que possamos ver o que são os homens e as mulheres, e por que são assim. Isaías
mostra também as conseqüências, a única esperança de salvação e a saída.
Qual é o problema do mundo? Por que as coisas estão como estão? A Bíblia, do começo
ao fim, sempre dá esta resposta: primeiro, os homens e as mulheres estão definitivamente com
problemas porque não conhecem a verdade sobre si mesmos, nem crêem nela. Isso soa aos
ouvidos modernos, é claro, como algo ridículo, porque nossa maior jactância é a de que temos
maior conhecimento que qualquer criatura que haja existido antes de nós. Os tolos falam sobre o
novo conhecimento que temos da natureza como o resultado do trabalho de Freud etc. : todas
essas teorias que têm caracterizado nosso século XX. Mas o fato é que o problema principal de
homens e mulheres ainda é que eles são tremendamente ignorantes quanto a si mesmos.
Este foi sempre o problema principal com o povo de Israel. Aqui estava uma nação que
Deus fizera para si próprio. Havia outras nações no mundo, mas, em um certo momento, Deus
escolheu um homem chamado Abrão (ou Abraão), que vivia em Ur dos Caldeus, e o chamou.
Deus lhe disse: "Eu quero falar com você. Tenho uma mensagem para você. Quero fazer de
você uma nação, um povo para mim mesmo." E Ele o fez. Deste modo, a nação de Israel era
distinta de todas as outras nações. Seus constantes problemas deviam-se ao fato de que ela
nunca compreendeu aquela verdade; sempre queria pensar sobre si mesma em termos de outras
nações. Ela não gostava dessa singularidade; não apreciava responsabilidade; não gostava de ter
os Dez Mandamentos e uma lei moral. E se perguntavam: "Por que não podemos fazer o que
todos os outros fazem? Os outros povos não têm que guardar o sábado; eles podem comer tudo
de que gostam, podem casar-se com qualquer um. Por que nós sempre temos que ser
diferentes?" Este era seu problema constante. Eles nunca compreenderam quem eles eram, e sua
singularidade como uma nação e um povo. E este permanece sendo o principal problema da
humanidade. Ela é ignorante quanto à verdade sobre si mesma. Qual é a verdade? A resposta é
dada nesse poema. Os homens e as mulheres foram criados por Deus. Assim como este homem
criou esta vinha para si, Deus fez os homens e as mulheres para si próprio.
Agora, você pode ver de imediato que este é um ponto fundamental. Os homens e as
mulheres são apenas animais? São realmente o resultado da operação de alguma força cega que
exerceu seu poder num protoplasma, que ao final produziu seres humanos? Não existe nada
exterior a eles, nada além deles? Ou seriam eles únicos e absolutamente especiais, criados pelo
Todo-Poderoso para si mesmo, para seu prazer e deleite? Seriam os homens e as mulheres
algum tipo de acidente biológico, ou são eles a coroa da Criação de Deus? A totalidade da
argumentação bíblica afirma que a segunda hipótese é verdadeira.
Mas vamos trabalhar os detalhes, retratados tão perfeitamente neste quadro. Você observa
que o que nos é dito sobre a vinha é o seguinte: "Ele a cercou, limpou-a das pedras e plantou
com as melhores vinhas." Que quadro maravilhoso da criação é este, de Deus, ao fazer o mundo
para a humanidade! O homem na ilustração escolheu a mais promissora colina e, colocando-a
perfeitamente em ordem, "plantou-a com as melhores mudas". Isso é justamente uma figura e
uma parábola do que nos é dito no início de Gênesis sobre a criação dos homens e das mulheres.
"E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem e semelhança...": "as melhores mudas"! O
homem não é meramente um animal, seja lá o que você diga sobre o desenvolvimento desse
animal. É claro que o homem tem um corpo e há um tipo de relacionamento com o animal, mas
o que faz o homem homem é esta coisa de 'escolha'. "Deus soprou nas suas narinas o sopro da
vida; e o homem se tornou alma vivente." (Gênesis 2:7). Deus colocou na sua própria natureza –
'a muda escolhida' – algo dEle mesmo, dentro do homem. Os homens e as mulheres são feitos 'à
imagem e semelhança' de Deus.
Eu sempre digo que, se não tivesse outra razão para ser cristão e rejeitar todas as teorias
populares sobre a humanidade, para mim isso seria o suficiente. Todas as outras idéias são um
insulto aos homens e às mulheres; fazem deles algo menor. Entretanto olhe para eles: veja sua
grandeza, sua singularidade, feitos à imagem e semelhança de Deus, com um selo divino sobre
eles, a imagem de Deus na alma!
E agora deixe-me enfatizar uma outra coisa. Deus colocou o homem e a mulher no que é
chamado em Isaías de "uma colina muito fértil". Então, "Ele a cercou e limpou-a das pedras".
Bem, isso é um poema, e as pessoas certamente gostam de ilustrações. Elas dizem que não
podem ler muito ou ouvir longos sermões, mas se entretêm com uma boa ilustração... Ah, elas
adoram uma figura! Então, estou aqui segurando uma figura diante de você. Aqui está o homem
colocado: onde? No Paraíso! "Uma colina fertilíssima"! Um ambiente perfeito.
É da própria essência da argumentação bíblica dizer que no começo este mundo, no qual
nos encontramos, não era o que é hoje. Este é um mundo decaído. Deus fez o homem e a mulher
à sua imagem e os colocou no Paraíso. Essa vinha escolhida foi plantada numa "colina
fertilíssima", no melhor solo imaginável, posicionada para o sul, com tudo que fosse favorável e
designado a estimular o crescimento e a produção. O homem e a mulher foram feitos por Deus e
colocados no Paraíso numa posição de perfeição. Agora, estamos para sempre tentando entender
por que o mundo está como está, e a resposta é que ele se tornou assim, não foi feito assim, não
para ser do jeito que é. Isso está errado; é a Queda; é o mal.
Temos aqui de observar um dos detalhes. O quadro nos conta que ele "construiu uma
torre no meio dela", Que isso significa? Bem, o propósito de se construir uma torre naqueles
antigos vinhedos era este: quando o dono da vinha estivesse ansioso para ir até lá, a fim de olhar
as coisas e observar a maravilhosa colheita que estaria amadurecendo, se ele desejasse passar a
noite ali, então teria a torre, e poderia ficar. Teria, então, oportunidade de fazer suas refeições
nela, dormir; enfim, fazer o que quisesse. Ele construiu a torre no meio da vinha para sua
própria conveniência. Ela também era usada com o propósito de proteção, mas basicamente se
destinava a ter ele oportunidade de passar lá um pouco do seu tempo, desfrutando essa bênção.
Que quadro perfeito é esse, onde nos é contada a origem do homem?! Deus fez o homem
à sua imagem e o colocou no Paraíso, e desceu e conversou com ele, e comungou com ele ali: o
homem era o companheiro de Deus! Essa é a figura que nos é dada. O grande Deus fez o
homem e a mulher para si próprio, não apenas para que usufruíssem companheirismo com Ele,
mas para que Ele mesmo desfrutasse a companhia deles. Ele os fez para sua própria glória, e os
colocou lá no meio do Jardim, no Paraíso. E que esperava deles? Bem, está tudo aqui. Nos
termos do quadro de Isaías, ele esperava que "produzisse uvas"; ou, como na aplicação, ele
procurou "Juízo", que quer dizer julgamento, e procurou por "Justiça", que quer dizer verdade e
uma vida santa.
Isso é, obviamente, um assunto muito vital na atualidade. Quase não se pode pegar um
jornal sem que se leia algo sobre o problema da chamada "nova moralidade". Daí o problema
central diante do mundo moderno: Que é moralidade? Como devemos viver? Algumas das
regras fundamentais de vida estão sendo questionadas neste tempo presente. O casamento é
sagrado; algo para sempre, ou não? Existe lealdade ou não? E não se podem levantar tais
questões sem se trazer à tona a questão fundamental sobre o que é o homem e o que é a mulher.
Eles são, afinal de contas, animais? Deve-se esperar que se comportem como os animais numa
fazenda ou na selva? A promiscuidade na natureza é real. Então, seria ela correta entre os seres
humanos? Bem, se eles são apenas animais, por que não?
A resposta para tudo isso é encontrada na resposta bíblica para a pergunta: Que é o
homem, e que é a mulher? E quando você entender o que eles são, você fará a segunda
pergunta: Eles foram criados para fazer o quê? Como devem viver? A resposta é muito simples.
Deus, ao fazê-los à sua própria imagem, obviamente esperava certas coisas deles. Ele os fez
senhores da Criação. Deste modo, Ele esperava que vivessem de forma diferente do resto da
criação. Os animais vivem pelos instintos e obedecem a eles, o que está certo. Eles são animais;
você não pensaria em corrigir ou açoitar um animal só porque ele se comporta de uma maneira
discriminada e promíscua. Não há nada de errado com isso. Mas será que você espera que um
homem ou uma mulher vivam assim? Não! Ele procurou juízo; ele procurou por justiça; por
julgamento.
Esta é a visão bíblica do homem e da mulher, que, por haverem sido feitos à própria
imagem e semelhança de Deus, são responsáveis diante dEle; são feitos para viver de acordo
com certo padrão; para honrarem a lei de Deus; para serem seus companheiros. Era isso que
Deus esperava de nós. Ele esperava que fôssemos justos, disciplinados, controlados e puros; que
refletíssemos algo da sua glória; que fôssemos mestres de nossas faculdades, em lugar de
sermos governados por elas. É isso que Deus procura: 'juízo" e "justiça". Esses são os modos
que o profeta Isaías nos mostra neste quadro, relembrando-nos a verdade essencial que concerne
aos seres humanos, nossa origem, nossa natureza, para o que fomos criados, e como devemos
viver.
O segundo princípio geral que Isaías apresenta é este: A total irracionalidade da conduta e
do comportamento humanos. Aqui está a questão: "Agora, pois, ó habitantes de Jerusalém, e
homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha." Em outras palavras: ele está
fazendo um apelo à razão, ao entendimento e ao senso comum,
"Olhe aqui" diz o dono da vinha – foi assim que plantei a minha vinha escolhida na mais
fértil colina. Eu dei a ela todas as oportunidades. E digo mais: Julguem com toda a justiça entre
mim e a minha vinha. Venham comigo; constituam-se em júri; dêem seu veredicto sobre a
conduta desta vinha."
E isso é precisamente outra grande argumentação da Bíblia: a absoluta irracionalidade
dos homens e das mulheres em sua vida e seu pecado. Considere o modo como têm vivido e se
comportado, e como estão agindo neste tempo presente. Qual é a causa essencial de todos os
seus males? Aqui está definida numa só palavra: Desobediência! Rebelião! E eu quero mostrar-
lhe a completa irracionalidade disso. Aqui estão o homem e a mulher criados à imagem de Deus
e colocados em um ambiente perfeito, tendo uma vida ideal de comunhão com Ele; feitos para
desfrutar uma vida de retidão e santidade. Que, porém, eles fizeram? Deliberadamente
zombaram da lei de Deus rebelaram-se contra Ele; deram-lhe as costas e seguiram em direção
oposta.
Bem, isso é irracional pela seguinte razão: Que há de errado com o modo de Deus? Que
está errado com o que Deus espera dos homens e das mulheres? Por que será que as pessoas
estão vivendo sem Deus? Por que pensam que são mais sabidas quando zombam das leis de
Deus, cospem nas coisas sagradas e ignoram o ensino do Senhor Jesus Cristo? Por que agem
dessa maneira?
Deixe-me explicar da seguinte forma: Como justificar uma vida agnóstica? Ou, de um
modo mais positivo: Que está errado com a demanda de Deus? "Ele procurou por juízo (...) Ele
procurou retidão". Que há de errado com isso? Diga-me, em nome da razão, qual a sua objeção
aos Dez Mandamentos? Pegue os quatro primeiros: "Adora Deus e só a ele; não te curves a
imagens esculpidas." Existe alguma coisa errada nisso? Por que iriam as pessoas querer curvar-
se diante de imagens? "Não tomes o nome do Senhor teu Deus em vão." Qual sua objeção a
isso? "Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo." Que há de errado em guardar o sábado?
Até mesmo os médicos dizem que é bom separar um dia a cada sete para descansar. Por que não
cultivar a mente e o espírito e pensar na eternidade? Qual a objeção?
Vamos, porém, aos outros seis, aos Mandamentos práticos: "Não mates." Qual é sua
objeção a este? É razoável querer matar? "Não roubes." Oh, isto é irracional, não é? O razoável
é roubar, pegar as coisas e propriedades dos outros? "Honra a teu pai e à tua mãe." Você veio ao
mundo por intermédio deles, e eles cuidaram de você; abriram mão de noites de descanso por
você; não há nada que não façam em seu benefício. Será por acaso irracional pedir-lhe que os
honre?
Veja o que este homem diz: "E agora, ó habitantes de Jerusalém, e homens de Judá,
julguem, eu lhes peço, entre mim e a minha vinha." Onde está a irracionalidade da demanda de
Deus nos Dez Mandamentos? "Não cometas adultério." Será porventura irracional pedir às
pessoas que mantenham seus votos matrimoniais? É errado pedir-lhes que exercitem um pouco
de controle? Será errado pedir a um homem que não cobice a mulher do outro, não aborreça sua
família nem traga destruição e ruína sobre ela? Enfrente isso! O mesmo se diz com relação a
cada um dos pedidos que Deus fez. "Ele procurou por juízo, por retidão." Os Dez
Mandamentos, a lei moral, o Sermão do Monte... Que há de errado neles?
Você não vê que, se todas as pessoas do mundo estivessem seguindo os Dez
Mandamentos e o Sermão do Monte, não haveria o perigo constante de guerra, ninguém estaria
construindo armamentos, nem existiria a tremenda tensão internacional que se observa?
Tampouco enfrentaríamos todos os problemas morais que enfrentamos hoje; não
necessitaríamos de tantas comissões especiais, nem haveria tanta destruição na vida matrimonial
e familiar, com suas misérias e angústias conseqüentes.
Oh, a humanidade está louca! O que vivemos é insanidade, o cúmulo da irracionalidade!
A rebelião dos homens e as mulheres contra Deus, e sua afronta à sua santa lei é o clímax da
irracionalidade. Eles não são animais racionais, e, sim, tolos! Estão-se deixando governar por
seus instintos e desejos, não pela mente e pelo cérebro. Aqui está, em Isaías 5, tudo na forma de
um quadro antigo pintado 800 anos antes do nascimento de Cristo.
O terceiro ponto de Isaías é a perversão, tão característica do comportamento humano.
Ele diz duas vezes: "Ele esperou que ela desse uvas, e ela produziu uvas selvagens (...) Por que
razão, quando eu esperei que ela desse uvas, ela produziu uvas selvagens?" E... "Ele procurou
por juízo, mas eis opressão; por justiça, mas eis um lamento." Isso é perversão. Os homens e as
mulheres estavam produzindo exatamente o oposto do que deveriam produzir. Eles deveriam ser
como uma vinha frutífera, produzindo as mais saborosas uvas em sua doçura e suculência, mas
estão, na verdade, produzindo "uvas selvagens"; e uvas selvagens não são nada boas, não têm
valor algum, não dão sustento, são repugnantes e amargas; são inúteis, uma pretensão e uma
fraude. Elas apenas se parecem com a coisa real. Então, você as coloca na boca para descobrir
que não são, e cospe, enojado.
E não é este um perfeito resumo de tudo o que a vida humana é? Você quer que eu creia
que as pessoas foram feitas para produzir os resultados que estão sendo produzidos hoje? Olhe
para o mundo e catalogue o que ele está dando: embriaguez, roubo, adultério, luxúria,
fornicação, violência, ciúme, rancor, malícia, ódio. É inútil e amargo; é para ser cuspido. Se as
pessoas estivessem em seus sentidos perfeitos, iriam reprová-lo e renunciar a ele. Ó mundo não
está produzindo nada que seja de valor decisivo; apenas fraude, aparência de vida que não é
vida, não passa de uma existência má e inútil. Está tudo neste quadro. "Ele esperou que ela
produzisse uvas e ela produziu uvas selvagens", com toda a sua acidez e amargura. Isso é
perversão. Os homens e as mulheres estão distorcidos. Eles nunca deveriam haver-se
transformado dessa maneira. Eles teriam de ser justos, limpos e santos, produzindo frutos de
justiça para a glória de Deus. Em vez disso, porém, temos vergonha, trevas e imundície em
todos os níveis da sociedade.
Há algo, porém, ainda pior do que isso: a absoluta falta de justificativa da humanidade.
Ouça esta observação de um queixoso: "O que mais poderia ter sido feito por minha vinha, que
eu não tenha feito por ela?" Temos aqui o homem que comprou aquele maravilhoso terreno na
colina fértil, retirou as pedras, cercou-o, protegeu-o e plantou nele a vinha escolhida. Pois ele
não conseguiu nada além de uvas selvagens. Então, ele apela para a razão de todos os passantes.
"Digam-me, se com razão vocês podem convencer-me de haver falhado em alguma coisa?
Afinal, não fiz tudo que deveria ter sido feito por sua segurança e bem-estar? Existe algo mais
que poderia ter feito?" E a resposta é: absolutamente nada.
Isso me leva a afirmar que os homens e as mulheres em pecado e em sua presente
vergonha são totalmente inescusáveis. O que mais Deus poderia ter feito por eles que não tenha
feito? A Bíblia é o relato do que Deus fez por nós. Ele fala a cada um mediante este grande
livro, perguntando-nos: Que mais eu poderia ter feito que não fiz? Ele fez os seres humanos
perfeitos; deu-lhes um ambiente perfeito; desceu e comungou com eles; abençoou-os; deu-lhes
tudo de que necessitavam. Que mais poderia ter-lhes dado?
Foi assim não apenas no começo; Ele continua o mesmo. Ainda quando o homem e a
mulher em sua loucura se rebelaram contra Ele, dando ouvidos ao Diabo, e pecaram, e caíram,
trazendo o caos sobre si mesmos, nem assim Ele os esqueceu. Ele não disse: Muito bem: vocês
fizeram isto, e isso, e aquilo; portanto é o fim. Oh, não! Mesmo quando eles se rebelaram, e
como que cuspiram na Sua face, Deus desceu e eles Lhe ouviram a voz no Jardim, ao cair da
noite. Ele os visitou, e, quando falou simplesmente, os repreendeu, fazendo ao homem e à
mulher a mais gloriosa promessa: "Embora vocês tenham feito isso, e apesar de terem trazido
tudo isso sobre vocês mesmos, eu ainda assim lhes prometo que a semente da mulher ferirá a
cabeça da serpente." (Veja Gênesis, 3:15.) Ele prometeu uma forma de libertação e de salvação.
Leia a grande história do Velho Testamento, e em seguida vá ao Novo, e é isso o que
você encontrará. No Velho, você tem a bondade de Deus para conosco em sua providência. "Ele
faz com que o sol se levante sobre bons e maus, e envia a chuva sobre o justo e o injusto"
(Mateus, 5:45). Deus nos tem dado vida, saúde, força, alimento e vestimenta. Se Ele retirasse
sua providência, tudo entrada em colapso; todos morreríamos de fome e frio. Deus nos mantém
apesar de estarmos em rebeldia contra Ele. Sua bondosa providência não falha!
Ele se desviou de sua trajetória para nos instruir mediante sua santa lei. Ele se preocupa
conosco, embora tenhamos caído e sido desobedientes. O mais impressionante de tudo, porém, é
a paciência e a benevolência de Deus. Ele levantou a nação de Israel; por meio dela falou ao
mundo todo. E veja a sua paciência com eles! Eles foram de encontro a Deus e se meteram em
problemas, mas quando retornaram a Ele, Ele os recebeu. Muitos de nós os teríamos
amaldiçoado por muito menos! Deus, porém, contra quem eles se haviam rebelado, disse: Eu
lhes perdôo! E derramou seu amor sobre eles. Depois eles voltaram a fazer as mesmas coisas,
mas humilhados e arrependidos, e Deus, novamente, os aceitou. Ele faz isso constantemente.
Veja sua longanimidade, paciência, misericórdia e compaixão.
Veja o caso da nação como um todo, e também o caso dos grandes líderes da nação que
erraram e voltaram atrás. Que mais Deus poderia ter feito por Israel?
E agora pense nos avisos que nos tem dado. Os homens e as mulheres – em sua sapiência
– são tentados a dizer: Mas eu não sabia... Como poderia saber? Se ao menos eu houvesse
recebido alguma instrução... algum aviso... Não, isso é mentira. A Bíblia está cheia de avisos.
Deus disse ao homem e à mulher, antes que caíssem, que, se eles fizessem o que lhes proibira
fazer, eles iriam sofrer, e muito! Eles foram avisados. E Deus tem avisado desde então a toda
raça humana. Ele tem avisado não apenas com palavras, mas permitindo que certas coisas lhes
aconteçam. Que mais poderia Ele fazer?
"O que mais poderia ser feito?" eis a pergunta de Deus neste quadro. "Deus amou o
mundo de tal maneira, que deu seu Filho único" (João, 3:16). Sua preocupação com o mundo e
seus habitantes é tão grande que, "Quando a plenitude do tempo veio, Deus mandou seu Filho,
nascido de mulher, debaixo da lei (...)" (Gálatas, 4:4) Ele mandou servos, profetas e professores.
Então, disse: Vou, basicamente, fazer a maior coisa que posso. Não posso fazer nada além disso.
Vou enviar-lhes meu próprio Filho. E assim o fez. O Filho de Deus nasceu como o infante de
Belém. Ele se tornou homem e viveu neste mundo, agüentou a contradição dos pecadores contra
Ele, compartilhou a vida com homens e mulheres comuns e, finalmente, tomou a carga de seus
pecados sobre Si. Ele foi ferido pelas transgressões deles e deu a vida por sua libertação.
Deus esvaziou seu próprio coração, enviando seu único e querido Filho, e "ele, que não
conheceu o pecado, tornou-se pecado por nós" (II Co 5:21). Ele deu seu Filho a ponto de
morrer, enfrentar uma morte cruel e vergonhosa na cruz. Ao apontar para aquela cruz, Ele está
dizendo ao mundo todo: "Creia em meu Filho, e vou perdoar-lhe todos os seus pecados. Vou
apagá-los. Vou reconciliá-lo comigo e dar-lhe uma nova natureza, um novo começo, um novo
nascimento, e colocar meu Espírito Santo dentro de você. Então, vou aperfeiçoá-lo e,
eventualmente, recebê-lo na minha presença na glória eterna. E farei tudo isso sem pedir nada
em troca, esperando apenas que creia em meu Filho. Que mais Deus poderia ter feito? Esta é a
sua pergunta. "Que mais poderia ter sido feito por minha vinha, que eu não tenha feito?" Ele fez
tudo.
Assim, os homens e as mulheres são totalmente inescusáveis. Não adianta falar de suas
fraquezas, da profundidade do seu pecado ou do poder do mal no mundo: eu sei tudo sobre isso.
A salvação de Deus, porém, é mais poderosa, e você é o que é, simplesmente porque não crê
nela. Você não tem desculpa.
E assim só resta uma coisa: o julgamento de Deus sobre os rebeldes, pessoas tolas, que
não apenas quebraram sua lei mas rejeitaram sua graça e sua maravilhosa oferta de Salvação
gratuita. Ouça estas palavras terríveis:
Agora, pois, vos farei saber o que farei com a minha vinha: tirarei a sua sebe para
que sirva de pasto; derrubarei o seu muro, para que seja pisada; deixá-la-ei abandonada.
Não será podada nem sachada, mas crescerão nela sarças e espinhos; darei ordens às
nuvens para que não derramem chuva sobre ela.
Permita-me apresentar uma curta interpretação deste texto. Porque o mundo rejeitou a lei
de Deus, seu Filho e sua oferta gratuita de salvação, Deus retém suas bênçãos. Ele impede as
nuvens de chover sobre a Terra. Você espera ser abençoado por Deus quando recusa suas leis e
rejeita sua oferta de amor em Cristo? Se é assim, então você está louco. O mundo hoje está na
situação em que está porque Deus está retendo suas bênçãos. Ele não tem direito a elas.
Mas Deus não parou por aí. Ele retira sua proteção e suas limitações. "Eu removerei a
cerca, e ela será devorada; e derrubarei o muro, e ela será pisoteada." Neste mundo, estamos
cercados por forças e espíritos malignos, e só Deus é mais poderoso que eles, capaz de fazê-los
recuar e nos proteger. Rejeite Deus e eles atacarão. Pois é o que está acontecendo: eles estão
atacando. Todos os inimigos da humanidade estão atacando com um poder enorme e terrível: as
forças do mal e do pecado, da imundície, da sugestão e da obscenidade. As limitações da
religião se foram, a limitação dada pelo Espírito Santo é retirada, as forças do maligno estão
vindo como uma inundação, e a nossa desordem moral cresce de semana a semana. Deus retirou
sua proteção porque os homens e as mulheres disseram que não precisavam dela.
Mas Deus ainda foi além disso: "Eu vou deixá-la desolada." Ele fará dela um lugar
abandonado. Eu interpreto isso como significando que Deus não permitirá que as pessoas sejam
felizes neste mundo enquanto permanecerem num estado de rebelião. "Não há paz, diz o meu
Deus, para o perverso" (Is 57:21). Assim, o nosso mundo moderno, com sua prosperidade,
sofisticação e conhecimento, é um verdadeiro inferno. Por quê? Deus não permitirá que ele
tenha sucesso; fará dele um lugar abandonado. Ele está fazendo isso diante dos nossos olhos.
A vida não deveria ser assim; ela foi feita para ser como a gloriosa vinha, mas o que
vemos são espinhos e sarças e todo o horror que há neles: o sofrimento, a dor a angústia. Este é
o quadro do mundo moderno. O escritor deste hino colocou tudo aqui:
O orgulho e a glória terrena sua confiança a espada e o templo traíram o que
construiu com cuidado e carinho; torre e templo em poeira tornaram-se. – Joachim
Neander
Assim eu os guiei através deste poema em Isaías, e nós temos visto que é isso o que Deus
está dizendo ao mundo. E como fica o final? Aqui está a mensagem: Só há uma esperança para
o homem e as mulheres individualmente, e só uma esperança coletivamente. É entender a
irracionalidade e a falta de justificativa do pecado, e ir a Deus em penitência e contrição e
confessar-lhe e dizer-lhe: "Eu reconheço que estou totalmente errado. Eu estava enganado sobre
mim mesmo, como também sobre os outros. Entendo que fui criado por Ti, tenho valor para Ti,
não posso viver sem Ti. Reconheço que sou um tolo, agindo como um louco. Senhor, tem
misericórdia de mim !" Arrependa-se! Vá a Ele e confesse tudo!
Então, vá em frente e diga: "Eu ouvi a tua pergunta. Tu disseste: Que mais poderia ter
sido feito além de enviar meu Filho único? E eu respondo: Ó Deus, tu não poderias haver feito
mais nada; fizeste tudo em Cristo. Eu me entrego." E Ele estará esperando, desejoso e pronto
para recebê-lo.
MATERIALISMO
Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais
lugar, e ficam como únicos moradores no meio da terra! A meus ouvidos disse o
SENHOR dos Exércitos: Em verdade, muitas casas ficarão desertas, até as grandes e
belas, sem moradores. E dez jeiras de vinha não darão mais do que um bato, e um ômer
cheio de semente não dará mais do que um efa. (Isaías 5:8-10).
Vimos que Isaías, no seu quinto capítulo, entregou uma mensagem a seus
contemporâneos, os filhos de Israel, na forma de um poema ou quadro. Ele começa
apresentando o caso e depois procede particularizando e ilustrando, de uma forma geral, o que
dissera.
Seu argumento é o de que Israel é um padrão ou exemplar colocado por Deus diante de
toda a raça humana, de forma a transmitir sua grande mensagem de que homens e mulheres, na
sua rebelião contra Deus, são ignorantes quanto à própria natureza, irracionais, perversos e
totalmente inescusáveis. A única esperança para eles é entender tudo isso, antes de que seja
tarde demais; arrepender-se e se voltar para Deus, antes que a sua ira desça sobre eles.
Aqui está o quadro completo, apresentado em poucas palavras. Ao fazer isso, porém, o
profeta continua a nos dar exemplos particulares e ilustrações. Agora, alguém pode muito bem
perguntar: Eles são necessários? Há necessidade de nos importarmos com eles? Por que o
profeta os coloca em termos de seis "ais"? Por que ele se contentou em apenas entregar a
mensagem geral?
Existe muita gente que mantém esse ponto de vista. O mesmo argumento é apresentado
contra um evangelho pessoal. Algumas pessoas não fazem objeção alguma quanto ao evangelho
enquanto estiver no campo geral das idéias, mas, no momento em que se torna pessoal, em que
passa ao campo aplicado, quando começa a fazer pressão sobre elas e a chamá-las a fazer algo,
criam objeção e deixam de gostar dele.
As pessoas, porém, que fazem objeções desse tipo deveriam saber que estão contestando
o método bíblico. A Bíblia nunca se detém em generalidades. Ela sempre vai ao particular, e faz
isso a fim de nos trazer a verdade diretamente, e produzir em nós uma convicção real.
Eu poderia ilustrar isso em muitas diferentes formas. Lembro-me por exemplo, de uma
ocasião em que ouvi um eloqüente homem de Estado fazendo um grande discurso sobre "A
Santidade dos contratos Internacionais". O tema era a importância de uma palavra séria nas
relações. Aqui está um grande princípio. A Grã-Bretanha, naquela época, estava lutando na
Primeira Guerra Mundial, e lutava por este princípio. Ao mesmo tempo, porém, em que aquele
homem era capaz de falar tão eloqüentemente sobre o princípio geral, por outro lado não estava
sendo leal a seu próprio contrato matrimonial. Veja bem: é muito bom ficar entusiasmado com a
santidade de contratos internacionais, e falar em torno de idéias gerais. A questão, porém,
importante é: Você realmente crê na santidade de contratos? A forma mediante a qual se
descobre isso não é pela discussão de princípios e idéias gerais, e, sim, do exame da própria
vida. É muito fácil sentar-se e dizer: "Sim, este é um bom princípio." Mas será que você
realmente concorda com ele? Você mantém os contratos. – no caso presente, o contrato
matrimonial na sua vida e na sua conduta pessoal? Esta é uma das razões para sempre se trazer o
assunto do geral até o particular. O particular nos atinge diretamente. Devemo-nos examinar a
nós mesmos, porque o particular nos leva a fazer isso.
Em segundo lugar, particulares, afinal de contas, são apenas ilustrações do geral. Eles
pertencem ao geral, e são um bom modo de ilustrá-lo. Além disso, nós nem sempre
visualizamos um princípio até que uma ilustração seja dada. "Ah!" – dizemos –, "agora eu
entendi. Eu não conseguia compreender o princípio, mas agora, como você o está colocando
num exemplo concreto como este, posso entender exatamente sobre que você está falando."
Mas há um terceiro valor nesses particulares, para o qual estou especialmente interessado
em atrair a atenção, mediante esta primeira ilustração. É o seguinte: Os particulares, na forma
em que temos aqui, se não fizerem nada mais, pelo menos nos mostram que apesar da passagem
dos séculos os homens e as mulheres continuam essencialmente o que sempre foram. Agora, se
eu construir uma afirmação geral como esta, alguém poderá tomá-la e dizer: "Está muito bem,
mas como você nos prova que as pessoas ainda são o que sempre têm sido?"
Minha resposta é a de que eu descubro que há 2.800 anos o profeta Isaías tomou seis
coisas que estavam palpavelmente erradas na vida de sua nação e na vida de homens e mulheres
em pecado e separados do conhecimento de Deus. Creio que será uma tarefa muito fácil para eu
mostrar que esses são os principais problemas enfrentados por todas as nações do mundo atual.
Os particulares nos ajudam a ver, de uma forma como nada conseguiria mostrar, que o pecado é
ainda pecado, e que os seres humanos ainda são exatamente como sempre foram através de toda
a sua história conhecida e registrada. Em outras palavras: vou mostrar que as características da
vida de então continuam a ser as mesmas da vida atual.
Os particulares são apresentados aqui em forma de 'ais'. "Ai daqueles", diz o profeta. Por
que Deus está preocupado? Por que Deus iria punir a nação de Judá? Se vocês estão em dúvida,
diz o profeta, eu lhes vou contar com mais detalhes. É que vocês são culpados dessas coisas
todas. Esses são os particulares que justificam o veredicto geral de ira e condenação.
Em primeiro lugar, "Ai daqueles que adicionam casa a casa, somam campo a campo, até
que não haja mais lugar, e eles sejam os únicos no meio da Terra! Aos meus ouvidos falou o
Senhor dos Exércitos: na verdade, muitas casas ficarão desertas, mesmo as grandes e belas, sem
habitantes. Sim, dez acres de vinhedos darão um bate" – seus dez acres produzirão apenas a
porção de um dedal. "Um ômer de semente" – em lugar de produzir uma colheita abundante –
"não dará mais do que um efa".
Que é que o profeta está censurando aqui? Referente a que Deus está pronunciando este
"ai"? A resposta é: sobre o materialismo ou mundanismo. Naquela civilização antiga, é claro,
era uma questão de casas e campos. Aquele era o estilo de vida em que eles viviam: Israel era,
acima de tudo, uma comunidade agrícola. Assim são esses pontos apresentados no imaginário
do Velho Testamento, em termos de casas, campos e animais. O princípio, porém, é o que
interessa.
Se não servir para mais nada, serve para mostrar que homens e mulheres continuam a ser
o que sempre foram: o pecado continua sendo pecado; nada mudou. Não há ninguém mais cego
do que a pessoa que diz: Eu não vejo como o Velho Testamento possa estar-se referindo a mim.
Não vê? Eu espero poder mostrar que tem tudo a ver, porque, embora você esteja vivendo nos
dias de hoje, você é exatamente igual ao que eram as pessoas 800 anos antes do nascimento do
Senhor Jesus Cristo. O problema, em primeiro lugar, era materialismo, e nós ainda o
enfrentamos, exatamente como antes.
Evidentemente que nosso estilo de vida mudou. Talvez para a maioria de nós as casas
sejam mais importantes que os campos, mas esta é uma mudança apenas superficial. Agora nós
pensamos mais em termos de dinheiro e daquilo que ele pode comprar: propriedades,
mercadorias enfim, tudo o que se torna nosso como resultado do seu uso. Aqui está a essência
do problema moderno. O Cristianismo é como um artigo barato de liquidação no qual as
pessoas não estão interessadas. Apenas 10% têm algum interesse, e, ainda assim, a metade deles
está em dúvida, para se dizer o mínimo. Qual é o problema com os outros 95%? O problema é
que, exatamente como o povo de Israel deu as costas a Deus, os homens e as mulheres deste
século fizeram o mesmo, mostrando interesse tão-somente em posses materiais.
E, é claro, tudo no mundo promove o materialismo. Ele é encorajado por todos os
partidos políticos. Na verdade, eles fazem isso visando a angariar votos, porque conhecem seus
constituintes muito bem: sabem perfeitamente que o candidato que fizer mais promessas é o que
tem mais possibilidades de se eleger. Não é necessário ser psicólogo para depreender isso. Os
políticos competem uns com os outros, oferecendo mais e mais, e afirmando que a sua oferta é
melhor que a de qualquer outro. E todos dizem a mesma coisa. Eu acuso todos eles de
encorajarem um forte espírito de materialismo, e terem muito pouco interesse em princípios.
Não estou querendo dizer que não deveríamos ter políticos; alguém tem que governar o
país. Que bom seria, porém, se tivéssemos políticos que se preocupassem com a verdade, os
princípios, a moralidade e um viver correto, e não apenas com regras políticas que só induzem à
lascívia e aos desejos materiais ou lúbricos de homens e mulheres! Tudo por nada! Também os
jornais talvez sejam até os maiores culpados de encorajar essa atitude. Por isso mesmo, são uma
das piores influências no mundo, sempre dando a impressão de que a vida gira em torno de
dinheiro e posses: sempre desfilando esse princípio nefasto diante de nossos olhos.
Você encontra exatamente isso em toda a mídia: televisão, rádio e tudo o mais. O mundo
inteiro está pregando o materialismo, porque não está de modo algum interessado no espiritual.
Ele nos diz que temos de nos concentrar nesta vida, no agora e já. O fato é que se julgam muito
inteligentes, ao debocharem de atitudes que parecem "voltadas para o alto", falando sobre coisas
práticas e pessoas que – dizem eles – "têm os pés no chão e a cabeça no lugar". O problema,
porém, não está de fato com os assim acusados de "desligados do mundo". Ele acontece porque
homens e mulheres são fracos, não pensam, não sabem como raciocinar.
Deixe-me provar minha argumentação. Um "ai" foi pronunciado, então vamos examiná-
lo do modo como está revelado. Aqui está a coisa da qual as pessoas se gloriam hoje: a
perspectiva materialista. Quais são as suas características? A primeira que precisamos notar é
sua pequenez. Que vidinha! Imagine identificar a vida com um certo número de casas ou
campos! Mas é isso mesmo o que as pessoas fazem! É dessa forma que elas expressam sua
filosofia de vida, sua visão de si mesmas: ser bem-sucedido é possuir mais e mais!
Há uma ótima ilustração sobre isso na Bíblia; você a encontrará no capítulo 12 do
evangelho de Lucas. Jesus estava pregando um dos seus mais místicos sermões, que jamais
pregara, sobre o relacionamento de homens e mulheres com Deus. Ele estava falando de tempo
e eternidade. Ele os estava prevenindo para que não o negassem, mas, pelo contrário, fossem
verdadeiros com ele. E também os avisava sobre a blasfêmia contra o Espírito Santo. Aí nós
lemos: "Um do grupo Lhe disse..." – no momento em que Jesus parou como que para tomar ar,
um homem se saiu com esta: "Mestre, fala com meu irmão que divida a herança comigo'. E ele
respondeu: 'Homem, quem me fez juiz ou testamenteiro entre vocês?'" (v.13,14) Então, ele se
voltou para o grupo e disse: "Tomem cuidado com a cobiça; porque a vida de um homem não
consiste da abundância das coisas que ele possui."
Por que o Senhor falou desse modo? A resposta é perfeitamente óbvia. Aqui está Jesus
falando sobre coisas de suma importância, e sobre os grandes mistérios e maravilhas da vida e
da eternidade. E ali está um homem na congregação, cara a cara com o Filho de Deus, sem,
porém, estar realmente ouvindo o que ele diz, por que não? Porque para ele o que importava não
era o relacionamento com Deus e com o céu, a relação da alma com o Espírito Santo, mas uma
herança! Há uma disputa entre ele e seu irmão sobre um terreno ou algumas casas, de forma
que, no momento em que o Senhor faz uma pausa, ele interrompe com seu pedido: "Fala com
meu irmão para que divida a herança comigo."
Então, o Senhor diz: "De fato, você acha que eu vim a este mundo, e estou agüentando
tudo o que estou passando para resolver probleminhas como esta divisão de herança, esta
disputa sobre propriedades e dinheiro? Você acha que eu vim do céu para isso?"
Mas esta é a visão da vida para muitas pessoas. Que determina uma pessoa? O tamanho
da casa, a quantidade de dinheiro no banco, as mercadorias e disponibilidades. Hoje, nós
chamamos isso de "símbolos de status". Isso é o que se supõe que faça uma pessoa parecer
grande.
Que concepção de vida! Que concepção sobre o valor de homens e mulheres! Esta é uma
visão extremamente pequena, abismalmente minúscula! A vida de uma pessoa, o ser e a
existência reduzidos às coisas que podem ser compradas com dinheiro! Mais uma vez, afirmo
que, se eu não tivesse outra razão para ser um cristão, isso já seria o suficiente para mim. A
visão não-cristã da vida faz de nós criaturas minúsculas, porque nos estima e nos julga segundo
aquilo que possuímos, não considerando nada sobre nossa alma, espírito e o que nos liga a Deus
e às possibilidades da eternidade. Ela não sabe nada sobre essas coisas. É um insulto à natureza
humana.
Mas não apenas isso; ela é também totalmente degradante. Nosso Senhor, mais uma vez,
retrata isso perfeitamente. Ele continua dizendo: "Porque onde estiver o teu tesouro, ali estará o
teu coração" (v. 34). Trata-se do mesmo problema: Que vamos comer, que vamos beber, como
nos vamos vestir? Todas essas coisas as nações do mundo - os ímpios – buscam. É claro que
buscam, e sempre buscarão, porque é isso que determina a "vida" deles. De forma que a
competição continua: meu vestido – o vestido da outra mulher; minha casa –, a casa do outro; os
campos, os carros.e todas as outras coisas. E as pessoas não conseguem dormir em razão da
preocupação, da ansiedade, do ciúme, da inveja, da rivalidade e da disputa. Que, na verdade, faz
um homem e uma mulher? Que é a vida? Símbolos de status? O número e o valor das coisas que
possuem?!
Não há nada errado em possuir coisas. A Bíblia não é irracional. Existem coisas que são
necessárias, talvez essenciais, e a Bíblia não as proíbe. Mas, quando você põe seu coração nelas,
quando busca sua identidade mediante elas, e quando não pode viver sem elas, então você se
torna um escravo, é o que diz a Bíblia. As pessoas podem possuir coisas, mas, quando são
possuídas por elas, isso nada mais é do que absoluta escravidão; é totalmente degradante. Nosso
Senhor diz o seguinte sobre isso: "A vida é mais do que comida, e o corpo é mais do que
vestuário" (Lucas, 12:23). A vida é que é, realmente, importante; e a alma. Não a roupa, nem o
alimento, nem a casa, nem os campos, nem as posses.
Mas veja o terrível elemento de cobiça que o profeta enfatiza aqui: "Ai daqueles que
acrescentam casa a casa, campo a campo, até que não haja mais lugar e eles sejam os únicos no
meio da Terra!" Isso é avareza, é claro, nada mais do que cobiça, e, uma vez que você se
envolve com isso, nunca se satisfaz. Este é o sentido da cobiça: uma "afeição desordenada".
Uma afeição, um desejo, está bem, mas, quando se torna desordenado, então está errado;
significa que você é governado e controlado por ele, e nunca se sentirá totalmente satisfeito. A
cobiça caracterizava o povo no tempo de Isaías, e o mundo moderno está hoje cheio dela.
Mas devo enfatizar um aspecto em particular, que é o do egoísmo. "Ai daqueles que
adicionam casa a casa, campo ao campo, até que não haja mais lugar, até que" – note bem –
"eles sejam os únicos no meio da Terra!" Que não haja mais ninguém! "Eu comprei todas as
casas, ou, pelo menos, consegui controlar quase todas, e tenho todos os campos. Sou só eu no
meio de tudo isso; possuo tantas coisas que não vejo mais ninguém; e espero que isso me dê um
pouco de prazer." O cúmulo do egoísmo! Ninguém mais tem valor além de eu mesmo!
Leia outra vez a história da vinha de Nabote (I Reis, 21). O rei Acabe tinha muitos
vinhedos, e havia um homenzinho que só tinha um. Seu nome era Nabote. Sua vinha era uma
propriedade da família. Ele não era um grande proprietário; só tinha essa vinha onde seus pais,
avós e ancestrais haviam trabalhado. O rei queria o lugar porque ficava perto de seu palácio, e
ele planejava transformá-lo num jardim de ervas aromáticas. Mas Nabote, muito justamente,
não estava preparado para vendê-la ou negociá-la, porque a terra fora dada à sua família por
Deus como herança e parte na terra prometida. Vendê-la seria desobedecer à ordem expressa de
Deus. Se assim fizesse, ele estaria quebrando o tratado com Deus (Levítico, 25 :23).
O rei, porém, não conseguia dormir; nem podia comer. Ele estava infeliz, e – como um
bebê – virou a cara para a parede.
Aí veio sua mulher, a sutil Jezabel, e disse: Vamos, aja como um homem. Não é você
quem manda? Eu vou conseguir o terreno para você. Então, ela planejou o assassinato daquele
inocente pobre homem, Nabote. Eles, claro, pensaram que tudo seria maravilhoso. 'Nabote está
morto; vá e aproprie-se da vinha.' E Acabe foi para lá.
Mas quando você lê essa história, veja o veredicto de Deus. O julgamento de Deus se
cumpriu literalmente, com o terrível fim do rei Acabe, e o fim ainda mais terrível de Jezabel,
aquela mulher maquinadora – e maquiavélica, diríamos hoje!
Esta é a história. Mas note o quanto de egoísmo ela envolve. A falha de Acabe de não
considerar ninguém mais além dele. Quem é Nabote? De que valem seus sentimentos pessoais?
De que vale seu orgulho de família? Nada interessa além da minha família, minha
grandeza! Que direito tem Nabote de recusar-se a vender? Eu vou tomá-la!
Este é o problema com o mundo. Este foi exatamente o problema, por exemplo, de Hitler.
Ele o chamou de Lebensraum; esta grande nação alemã precisava de mais espaço para se
expandir, e Hitler não se satisfaria com coisa alguma menos do que o mundo todo. Igualmente,
os assim chamados conquistadores mundiais são motivados pelo mesmo espírito de egoísmo.
Eles não pensam em ninguém mais, a não ser neles mesmos: querem ser os únicos.
Isso não se aplica apenas a tiranos, mas ao indivíduo. Não é esta a maior causa das
disputas trabalhistas? Elas podem ser sempre justificadas? Houve um tempo em que eram mais
do que justas, quando as pessoas ainda não recebiam salários decentes. Eu vivi essa época nos
anos 30. Comecei meu ministério imediatamente depois da greve geral e dos seis meses de
greve dos mineiros em 1926, e vi homens, mulheres e crianças à beira da morte por desnutrição.
Foi um escândalo! Mas não é mais assim. Agora as pessoas, mesmo sendo bem pagas, ainda
fazem greve. Por quê? Mais uma vez, em razão de procura de status. Apesar de ganharem bem,
se alguém ganha mais ainda, então por que não tentar?...
Assim se pode arriscar todo o futuro industrial da nação. Mas que interessa a nação? O
que imporia sou eu, e este é o princípio, o espírito que existe entre os trabalhadores e também
entre os patrões. Vale para ambos os lados. Todos querem o seu. Estamos todos, por natureza,
defendendo interesses pessoais, e tudo não passa de uma manifestação de puro egoísmo. Que
interesse tem o sentimento das outras pessoas? E que importância têm os sentimentos de uma
esposa e dos filhos, se a sensualidade de um homem precisa de ser satisfeita? Daí, as mágoas e
os problemas da vida moderna. O espírito de egoísmo que impera é uma expressão desta
perspectiva ímpio-materialista sobre todos os aspectos da vida.
Mas deixe-me tratar de algo mais importante. Nós vimos a análise do problema pelo
profeta. Qual é, porém, a causa real? Que leva a isso? E a resposta é muito simples: "Aos meus
ouvidos" proclama o profeta – "diz o Senhor dos Exércitos..." (v. 9) O profeta percebe que está
errado; mas como chega a essa conclusão? Ah, Deus sussurrou nos ouvidos dele! Deus falou e o
profeta ouviu ! Ele creu, ele viu o que era o certo, e então passa a mensagem adiante.
Mas o problema com o homem é que ele se esquece de Deus. Deus não está presente em
sua vida mental. Esta é a essência do problema do homem e da mulher modernos, que os leva a
todos os dilemas e infelicidade. Eles se esqueceram de Deus. É aí que está o erro. Muitas
pessoas pensam que estão praticando princípios cristãos. Mas isso não vai adiantar nada se eles
se esquecerem de Deus.
Você pode ver o Sermão da Montanha como um tipo de filosofia e dizer: Temos que
fazer com que patrões e empregados apliquem esses princípios. Não adianta! Se as pessoas não
se lembrarem de Deus, os princípios, por si, não vão funcionar.
Homens e mulheres vêem a si mesmos como seres autônomos. Eles pensam que são o
centro da vida. No momento, porém, em que dão as costas a Deus eles se fazem de deuses:
tornam-se o centro da vida, o centro do universo, os determinantes do próprio destino, seus
donos e senhores. Então, decidem o que é o certo e o errado. E é isso que está acontecendo no
mundo no tempo presente.
Este foi o pecado original do homem. Como já vimos, ele foi colocado neste mundo, no
Paraíso, por Deus. Mas o diabo veio e disse: Deus disse isso?
Sim, disse o homem. Que direito ele tem de dizer alguma coisa? Vamos dar-Lhe as
costas. Nós mesmos decidiremos!
Foi assim que todos os problemas começaram na vida da humanidade. O pecado original
foi o pecado de esquecer Deus. Adão e Eva deram as costas a Ele – daí os problemas. "Aos
meus ouvidos, disse o Senhor dos Exércitos" – e esta é a mensagem da Bíblia e de Deus para o
mundo.
Deus ainda tem o controle. O mundo pertence a Ele e ainda está em suas mãos; nosso
tempo está totalmente em suas mãos. O povo de Israel no livro de Isaías deu as costas a Deus e
passou a viver como se ele não existisse. Mas isso não faz a mínima diferença. Deus é e
permanece o mesmo. Ele está em toda parte e o mundo ainda é seu. Ele se inclina para baixo e
fala. E o que fala é que, visto que o mundo é Seu, a coisa mais importante para nós é saber
alguma coisa sobre Ele. Porque nós nunca conheceremos a nós mesmos até que conheçamos
algo sobre Ele. Só começamos a nos conhecer quando entendemos que somos feitos à imagem
de Deus.
Além disso, Deus revelou seu caráter. Ele é santo, justo e reto. Ele é um Deus de
eqüidade, um Deus justo. "Deus é luz, e nele não há trevas" (I João 1:5). E como Ele é o criador
e controlador do mundo, é também o juiz do mundo. Aqui está uma mensagem para nós. Se
homens e mulheres continuam a viver como se não houvesse Deus, eles se insultam e a própria
natureza; eles se rebaixam, se pervertem, se tornam vis. E o tempo todo Deus os está vendo.
Lembre-se: "Aos meus ouvidos diz o Senhor dos Exércitos" – o Senhor dos exércitos celestiais;
o Senhor e Mestre de todos os seres angelicais, poderes e potestades; o Senhor que é onipotente
e cujo poder não tem limite algum; o Senhor que é absoluto e reina e governa sobre tudo. "O
Senhor reina; tremam os povos" (Salmos 99:1). Esta é a mensagem, seu anúncio. Ele é o Senhor
de poder ilimitado, autoridade e controle. Não há nada que Ele não possa fazer.
Além disto, Ele já declarou a sua vontade. Deus declarou, através dos séculos, que esta
vida de materialismo, de pequenez, egoísmo e cobiça é uma abominação à sua vista. "Não há
paz, disse o meu Deus ao perverso." Você encontrará esta afirmativa duas vezes nesta profecia
de Isaías (em Isaías, 48:22 e 57:21), e eu sinto que esta é uma palavra da qual nossa geração
necessita muitíssimo. Não importa quão inteligente você é, quão capaz ou quão próspero; se
você for mau, você não terá paz. Você pode acrescentar casa a casa, campo a campo, pode
imitar Acabe e Jezabel, mas você não terá paz. O Senhor assim garante.
Agora quero levá-lo um passo adiante. Deus não apenas diz isso, mas atua de acordo com
seu pronunciamento. Assim, o mundo se torna culpado não apenas de esquecimento em relação
a Deus, mas igualmente de esquecimento da história. Quando aprenderemos a partir da história?
Atrás de nós há uma grande história mundial. Então, veja e examine, e tente aprender com ela.
Apesar de Hegel, filósofo alemão, não haver sido cristão, disse: "A História nos ensina que a
História não nos ensina nada." Você pode pensar que as duas grandes guerras mundiais nos
ensinaram alguma coisa, mas elas não nos ensinaram nada.
Os homens e as mulheres são ignorantes da história, porque, se não o fossem, eles se
comportariam de maneira bem diferente. "Ai daqueles" – diz o Senhor dos Exércitos! E é isso
que ele tem dito desde o começo.
A geração anterior ao Dilúvio deu as costas a Deus. "Como era" – diz nosso Senhor – 'nos
dias de Noé..." (Lucas 17:26). "Eles comiam, bebiam, casavam-se, davam-se em casamento, até
o dia em que Noé entrou na arca, e o Dilúvio veio e os destruiu a todos" (Lucas, 17 :27). A raiz
do problema da geração antes do Dilúvio era, na verdade, o materialismo. Deus não importava a
ninguém. Eles Lhe haviam dado as costas; podiam viver melhor sem Ele. E assim, em lugar de
adorarem a Deus, e serem guiados por Ele, estavam comendo e bebendo, casando-se e dando-se
em casamento, exatamente como fazem hoje. Eles não tinham jornais naquele tempo, mas todo
mundo estava falando sobre isso: "casando e dando-se em casamento" : "Esse homem arranjou
outra mulher..." O mundo, antes do Dilúvio, estava cheio desse tipo de coisa. E Deus disse que
isso é abominação: "Toda a imaginação dos pensamentos do coração do homem é
continuamente má" (Gênesis, 6:5). Então, Ele disse: "Eu destruirei o homem" (Gênesis, 6:7) – e
o fez! Isso é História.
Igualmente o mesmo aconteceu em Sodoma e Gomorra. Não preciso de relembrar-lhe: o
próprio nome "Sodoma" fala por si. E Londres é uma Sodoma. Tanto a alta quanto a baixa
sociedades estão vivendo, nos dias de hoje, como em Sodoma. Materialismo! Que vida
maravilhosa! Ló fez essa escolha, achando que estava sendo mais inteligente ao trocar seu tio
Abraão pelas colinas para criar suas ovelhas. Ah, esta vida das cidades nas planícies! Sociedade!
Civilização! Que maravilha! Mas Deus disse o que pensava sobre aquilo e cumpriu o que
dissera. Eu já contei o que aconteceu com Acabe, rei de Israel, e sua mulher Jezabel. Seu crânio
se partiu e o corpo dela foi comido pelos cães. Um final horrível tanto para o marido como para
a mulher!
Esta é a grande história que se desenrola na Bíblia. Grandes nações aparecem – Assíria,
Babilônia – que não criam em Deus mas nelas mesmas e em sua riqueza e poder. Deus viu tudo
isso, e permitiu que elas fossem até um certo ponto, e então "as assoprou", e elas se foram!
Babilônia! Grécia! Onde estão elas? O Egito já foi uma das maiores nações do mundo, com uma
civilização impressionante. Olhe para ela agora, e veja como tem sido através dos séculos.
Roma! Onde está sua grandeza? Grécia! Todos esses grandes impérios! Toda tentativa de
dominação mundial terminou da mesma forma. Tudo está perfeitamente condensado no homem,
que naturalmente falando, foi um grande homem: o imperador Napoleão. Ele saiu a conquistar o
mundo, e onde foi parar? Confinado em uma ilhota no Atlântico Sul! Que resultado diferente
daquele com que sonhara! Que final oposto ao que tanto ambicionara! Não: Deus diz e Deus
faz.
E ele continua a dizer: Deus vai punir esta era materialista. Ele já está fazendo isso;
transforma tudo em desolação.
Homens e mulheres dizem: "Eu vou juntar casa e mais casa, campo e mais campo..."
"Na verdade" – diga isso a eles: diz o Senhor – "muitas casas estarão desertas, até as
grandes e belas, sem habitantes." Suas mansões se tornarão ruínas; não haverá homem ou
mulher lá; os animais e a hera estarão lá; traça e ferrugem estarão lá. Desolação! E Deus fará
isso.
Há uma extraordinária afirmativa sobre tudo isso em Isaías 45:7: "Eu formo, a luz e crio
as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas." Que Ele quer dizer
quando diz que cria o mal? Não é que Ele crie erradamente, mas que permite que venham as
conseqüências más do pecado. Deus diz: Vocês ajuntam campos e casas; eu as tornarei em
desolação.
Quando o homem e a mulher pecaram, Deus amaldiçoou a Terra, e, apesar de todas os
seus frenéticos empreendimentos e organização brilhante, desde então, através de todas as suas
ambiciosas civilizações, eles não podem ver-se livres da maldição os espinhos, a sarça, a traça e
a ferrugem! Então, o Senhor adverte: "Não ajuntem tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem
corrompem, onde os ladrões roubam..." (Mateus 6:19) Isso é a vida neste mundo! Faça o que
você quiser, mas você não poderá impedir que a traça e a ferrugem, sem que se note,
subitamente comecem a fazer seu trabalho insidioso, e o que você construiu seja desolado,
porque Deus amaldiçoou a Terra, e manifesta seu juízo desta forma.
Existem terríveis exemplos disso nos dias de hoje. Um dos maiores medos e ansiedades
de alguns dos cientistas mais proeminentes no mundo de hoje é o medo da fome, o medo de
morrer por desnutrição. Por quê? Existem duas razões principais. Uma é o crescimento
fenomenal da população mundial, o número de bocas a serem alimentadas; a outra é a falta de
alimento – e é aqui que o princípio que estamos considerando se aplica. Uma das grandes causas
deste problema é a erosão do solo, como acontece nas regiões desérticas do continente
americano. As pessoas que foram para lá no passado encontraram um rico solo virgem. Elas
queriam fazer fortuna, então colheram um ano atrás do outro, sem repor nada no solo. Pensavam
que podiam extrair tudo que quisessem, e que isso duraria para o resto da vida! Cortaram, então,
todas as árvores, que eram a proteção natural e fonte de alimento do solo. E acabaram com tudo.
Quanto mais terra melhor! – pensaram. Arranquem os troncos, criemos grandes fazendas e
maravilhosos pastos. Vamos aproveitar tudo que pudermos! E assim fizeram, até que não ficou
mais nada, a não ser poeira: "dustbowls" (regiões desérticas).
E assim, neste maravilhoso século XX, quando homens e mulheres se fizeram, e quando o
conhecimento científico está tão adiantado, nosso maior problema é a fome. Não é irônico? Sim,
mas é apenas o cumprimento da mensagem bíblica. Se você tem terra e começa a juntar mais e
mais sem Deus, verá que seus maravilhosos campos se tornarão assim: "Dez acres de vinhedos
darão um bate" – ridículo! – "e a semente de um ômer" – em lugar de se multiplicar quase que
infinitamente – "dará apenas um efa." Você semeará grandes quantidades, mas o terreno estará
tão desgastado que ficará improdutivo. Essas coisas acontecem! Elas não são como nós
pensávamos que seriam.
Qual é o grande problema nos Estados Unidos hoje? Bem, é o problema racial, Mas como
ele começou? Por que existe um problema racial? Por causa da escravidão! Quiseram fazer
dinheiro rapidamente, e isso se faz quando se tomam outros para serem escravos. Você os
compra por uma miséria e eles fazem o trabalho em troca de nada. Que maravilha! – disseram
aqueles homens há 200 anos, durante a Guerra Civil. Perfeito! Nós vamos ter o trabalho em
troca de nada, e vamos fazer grandes fortunas!
Completou-se o círculo, e a situação do negro é um grande problema hoje. O problema
foi criado pela ambição, pela avareza, pelo materialismo, pelo erro de não se submeterem os
homens total e absolutamente a Deus.
Vemos, assim, um exemplo deste princípio em geral, e, em termos, de países. Mas
também é verdadeiro em termos de indivíduo. "Não há paz, diz meu Deus, para o perverso"
(Isaías 57:21), e se você tentar viver uma vida materialista e banir Deus de seus pensamentos,
você descobrirá que nunca estará satisfeito, nunca. Sempre haverá alguém que tem mais; ou
você sentirá que não está tendo seus direitos respeitados; ou um ladrão assaltará; ou a traça e a
ferrugem corroerão, e você pensará que está perdendo as coisas – e está mesmo –, e aquilo a que
você dá valor não mais conta, sai de moda, e você fica sem 1 centavo. É assim a vida.
Aí, você chega ao fim da vida, e que você tem? Nada! "Nu saí do ventre de minha mãe, e
nu voltarei para lá..." (Jó 1:21). Eu não posso levar essas coisas comigo. Afinal de contas, não
passo de uma alma, mas eu negligenciei a mim mesmo. "Pois que aproveita ao homem ganhar o
mundo inteiro e perder a sua alma?" (Marcos 8:36) Ele não nos permitirá que estejamos
satisfeitos com coisas, porque Ele nos fez para si mesmo, e nós estamos além delas. Deus não
permitirá que assim façamos, porque estaremos nos insultando. Ele assoprará sobre tudo e fará
uma desolação, e no final estaremos sem esperança, e desesperados. "Ai daqueles" – diz Deus, o
Senhor dos Exércitos. É o que ele promete certamente. Ele está fazendo diante de nossos
próprios olhos hoje – nacionalmente, internacionalmente e individualmente.
Existe alguma esperança? Alguma saída? É claro! Foi por isso que Deus mandou o
profeta. Apesar de isso ser verdade sobre nós, de sermos tão tolos a ponto de nos diminuirmos, e
nos insultarmos, e desfigurarmos a imagem de Deus, Ele, em seu grande e glorioso amor, não
nos abandona. Sua mensagem não é apenas uma mensagem de ira; há, também, uma mensagem
de misericórdia. Ele levantou esses profetas para chamar a nação ao arrependimento: para que
repensassem, vissem o que estavam fazendo, e, antes de que fosse tarde demais se voltassem
para Ele e Lhe dessem ouvidos, a fim de que pudessem ser abençoados.
E Ele faz o mesmo conosco hoje. Esta é a sua mensagem para este
mundo moderno, esta era materialista, que já está começando a ver as flores
murchando em suas mãos, e todos os seus refulgentes prêmios se
transformado em objetos baratos. Não gaste seu tempo pensando em coisas;
não insulte a você mesmo dizendo que a vida consiste na abundância de coisas
que possui (Luc. 12:15); não se torne um caçador de símbolos de status. Você
é um homem, uma mulher! Não gaste seu tempo perguntando: "Que vou
comer? Ou: Que vamos beber? Ou: Com que nos vestiremos?" (Mat. 6:31);
nem: "Quantas casas temos conseguido comprar? Quantos terrenos? Qual tipo
de carro podemos ter? De qual loja comprar?..." Não se preocupe com todas
essas coisas que as pessoas vêem como sendo vitais.
Pare! – diz o Filho de Deus. "Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça" – busque
isso em primeiro lugar – "e todas as [outras] coisas vos serão acrescentadas" (Mateus
6:33).Você terá suficiente e mais do que suficiente, para satisfazê-lo enquanto estiver neste
mundo; começando por sua alma, estará bem com Deus, e, assim, terá sucesso no seu tempo de
vida, na morre e através das incontáveis eras eternas.
O Filho de Deus veio a este mundo para nos angariar uma grande herança. Quando ele
ressuscitou dos mortos, derrotando todos os nossos inimigos, sabe o que ele fez? De acordo com
o apóstolo Pedro, "Ele nos gerou outra vez para uma viva esperança pela ressurreição de Jesus
Cristo dos mortos (I Pedro 1:3)", "para uma herança incorruptível, pura, e que não se apaga,
reservada nos céus..." por Deus para todos os que crêem em Cristo" (I Pedro 1:4). Se seu
tesouro está neste mundo, quando você morrer você não terá nada. Mas se você "buscar
primeiro o reino de Deus, e sua justiça" receberá a herança, que é incorruptível e indestrutível.
Deixe que o mundo enlouqueça num cataclismo final e se destrua a si mesmo; você sabe que
"Sua vida está escondida com Cristo em Deus" (Colossenses 3:3), e sua herança nunca se
extinguirá.
MANIA DE PRAZER
Ai dos que se levantam pela manhã e seguem a bebedice e continuam até alta
noite, até que o vinho os esquenta! Liras e harpas, tamboris e flautas e vinho há nos seus
banquetes; porém não consideram os feitos do SENHOR, nem olham para as obras das
suas mãos. Portanto, o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento; os seus
nobres terão fome, e a sua multidão se secará de sede. Por isso, a cova aumentou o seu
apetite, abriu a sua boca desmesuradamente; para lá desce a glória de Jerusalém, e o seu
tumulto, e o seu ruído, e quem nesse meio folgava. Então, a gente se abate, e o homem
se avilta; e os olhos dos altivos são humilhados. Mas o SENHOR dos Exércitos é
exaltado em juízo; e Deus, o Santo, é santificado em justiça. Então, os cordeiros
pastarão lá como se no seu pasto; e os nômades se nutrirão dos campos dos ricos lá
abandonados. (Isa. 5:11-17).
Vemos aqui o segundo dos 'ais' pronunciados pelo profeta Isaías sobre seus conterrâneos
e contemporâneos, o que nos leva a considerar a segunda manifestação do problema básico da
raça humana. Por que a ira de Deus permanece sobre o mundo hoje? Por que o mundo está do
jeito que está? Bem, a segunda causa do problema é quase tão grande quanto o materialismo.
São coisas que andam juntas. São diferentes manifestações do mesmo problema fundamental. A
segunda causa é o que descreveremos como 'mania de prazer', imoderação quanto ao prazer! É
isso que vamos considerar nesses versículos.
Aqui, elas são apresentadas particularmente em termos de bebida - "bebida forte" – e
música. Mas é claro que aquilo com que o profeta e toda a mensagem bíblica estão preocupados
não são os prazeres particulares, e, sim, o fato de homens e mulheres serem culpados dessa
mania de prazer. Não é a questão da bebida ou da música, ou seja lá o que for. O importante é
que homens e mulheres estão embriagados pelo prazer, e vivem fanática e exclusivamente para
ele.
É evidente, porém, que até mesmo os detalhes dados pelo profeta sobre o que acontecia
oito séculos antes do nascimento de Cristo ainda são basicamente iguais aos do mundo de hoje.
Não é apenas o beber, mas a bebida – cada vez mais –, e tudo que a acompanha. Qual é um dos
mais populares slogans da era em que vivemos? No que as pessoas que não crêem em Deus, em
Cristo e nas Escrituras, acreditam? Como é essa vida maravilhosa que lhes é oferecida? Não é
essa tão insensata e frivolamente celebrada – "vinho, mulher e música"? Então, a descrição dada
pelo profeta soa curiosamente contemporânea. Ele menciona "banquetes". Isso também é
bastante contemporâneo. Comer! Festejar! Dar festas ! O tipo de vida que está aqui resumida em
pormenores.
Antes que passemos à análise detalhada do profeta sobre essa perspectiva de vida,
podemos notar dois pontos gerais que estão aqui bem na superfície. Você pode ver que Isaías
faz um parêntese para enfatizar que isso é verdadeiro para todas as classes da sociedade. Este é
um ponto muito importante porque é um princípio bíblico o fato de que todos os homens e
mulheres são a mesma coisa para Deus e são culpados dos mesmos pecados. É claro que nós
nos dividimos em grandes e pequenos, ricos e pobres, cultos e ignorantes, marxistas e
capitalistas, e tudo o mais. Isso, porém, é totalmente irrelevante porque você encontra pessoas
em todos esses grupos e partidos fazendo exatamente a mesma coisa.
Veja como o profeta apresenta este ponto. Ele diz: ".,,os seus nobres terão fome e suas
multidões secarão de sede". Você pode dividir a sociedade assim, O mundo faz isso: poucos nos
altos círculos da sociedade e as massas. Veja outra vez no v. 14: "a glória de Jerusalém", quer
dizer: dos grandes homens; os grandes homens da nação são a glória daquela nação – "a sua
glória e sua multidão" outra vez a mesma divisão – "e sua pompa, e aquele que se regozija
descerão para lá [para o inferno]". Da mesma forma no v. 15 ele se mostra preocupado com
isso. "O homem mau será abatido e o poderoso será humilhado." Vale para todos.
A mensagem do Evangelho vale para todos; não reconhece divisões ou distinções. "Não
há grego nem judeu (...) bárbaro, cita, escravo ou homem livre" (Colossenses 3:11),
conservador, liberal, socialista – não importa. Não importa seu país ou a cor da sua pele: "Todos
pecaram"! (Romanos 3:23) Todos são culpados: classes alta, baixa, mau, anônimo ou poderoso.
Este é um ponto tremendo. É por isso que a pessoa que tem uma visão bíblica da vida
julga tudo mais superficial. Algumas pessoas dizem: "É isso o que eu acho; o problema são as
outras pessoas." São sempre os outros! Mas o problema é de todos. Está em todas as classes,
todos os grupos, todos os homens e todas as mulheres. É por isso que tudo o mais se torna
irrelevante: todos os diferentes tipos de divisões. A questão não é totalmente por causa do
trabalhador, nem totalmente por causa dos empregadores. Os dois lados são culpados de,
precisamente, a mesma coisa. Não importa muito se você bebe vodca, uísque, cerveja ou
cachaça; o fato é que você ingere bebida alcoólica. É simplesmente isso.
Em segundo lugar – e isso é estarrecedor, o que mais espantou o profeta –, eles estavam-
se comportando assim num tempo de terríveis problemas. Deus levantou uma sucessão de
profetas para falar a esta nação por causa do seu estado e condição. Eles estavam equivocados
politicamente, militarmente, moralmente, e em muitas outras coisas. Sobre o que lhes acontecia,
estavam vivendo desse modo. Ele apresenta a situação bem claramente:
Ai dos que se levantam cedo de manhã e seguem a bebida forte e continuam até a
madrugada, até que o vinho os inflame! A harpa, a lira, os tamborins e as flautas estão
em seus banquetes; porém, não consideram os feitos do Senhor nem as obras. de suas
mãos.
Para mim, esta é uma das coisas mais espantosas sobre os homens e mulheres em pecado.
Quase todos os dias na primeira página dos jornais populares você encontra exatamente o que o
profeta diz aqui. Você já notou? De um lado você lê sobre uma grande crise – problema em
algum país, talvez uma ameaça de guerra, algo que pode levar a uma calamidade ou alguma
coisa desesperadamente séria –; então, na mesma página, em outra coluna, está impresso algo
totalmente trivial ou fútil, infantil e quase ridículo. Mas está lá na primeira página! Por quê?
Porque, apesar da crise, apesar das circunstâncias, homens e mulheres ainda estão interessados
no prazer.
Você já notou aquela curiosa falta de senso de proporção? Não é novidade, acontecia com
o povo de Israel. Não é apenas Nero que se diverte enquanto Roma pega fogo. Isso sucedeu
durante a Primeira e a Segunda Grandes Guerras. Apesar de que tudo estivesse aparentemente
em perigo, homens e mulheres ainda continuavam a beber, dançar e fazer tudo o mais. Esta é a
coisa mais curiosa sobre as pessoas em pecado: elas são tolas a ponto de pensar que podem
comportar-se deste modo, em tal tempo, sob tais condições e circunstâncias. Não é assombroso
que, com o mundo do jeito que está, com tantos cientistas não-cristãos nos dizendo que ele está
em perigo, tanta proeminência seja dada a coisas que correspondem à descrição apresentada
aqui da vida em Israel, oito séculos antes do nascimento de Cristo?
Esta, então, é a essência do problema, e esta é a coisa que devemos agora confrontar e
juntos analisar. Então, vejamos esta "mania de prazer": não se pode chamá-la de outra coisa.
Quais são as suas características? A primeira que está enfatizada, é claro, é que homens e
mulheres vivem para o prazer – "... se levantam cedo de manhã e seguem a bebida forte e
continuam até a madrugada, até que o vinho os inflame! A característica desta perspectiva é a de
que o prazer se torna a coisa suprema na vida; ele se transforma em um fim e objetivo; é a
própria vida. A busca do prazer! Um tipo de hedonismo, pan-hedonismo, se você preferir; é
mais importante que tudo.
Eu interpreto desta maneira, mas não há nada errado com o prazer. Não pense que o
Cristianismo condena o prazer. Para mim, uma das glórias da mensagem cristã é que ela oferece
alegria, e dá alegria real. O amuado, sorumbático, casmurro, tristonho, desanimado, de cara-
amarrada; o implicante, agressivo, eternamente acusador, sempre mal-humorado não são bons
representantes do verdadeiro cristianismo. Pelo contrário: são péssimos! Os cristãos, de acordo
com o apóstolo Pedro, podem ser descritos em termos de alegria. Seu relacionamento com o
Senhor Jesus Cristo é este: "O qual, apesar de não o termos visto, amamos; no qual, embora
agora não o vejamos, cremos, e nos regozijamos com uma alegria indescritível e cheia de
glória" (I Pedro 1:8). Cristãos, diz o apóstolo Paulo, são pessoas que "se gloriam nas
tribulações" (Romanos 5:3). Quando tudo está indo mal, eles ainda se regozijam. Não há nada
errado com felicidade e prazer. Deus proíbe que alguém confunda moralidade com cristianismo!
Cristianismo não é uma mensagem que nos urge a, nas palavras de Milton, "desprezar prazeres e
viver para o trabalho." Não ! É uma mensagem de liberação, libertação, emancipação, "alegria
indescritível e repleta de glória".
Isso, porém, é algo muito diferente da adoração do prazer, de viver para ele. É diferente
de dizer que o prazer é o supremo final e objetivo da vida e da existência, e que ele vem.
primeiro que qualquer outra coisa. E este era o problema das pessoas no tempo de Isaías; e não é
assim também hoje? .
Este é um problema muito sério. Você sabe o que levou o Império Romano ao "declínio e
queda"? Não foram os exércitos estrangeiros. Eu sei que foram os góticos e os vândalos e outros
que na realidade saquearam Roma e conquistaram o país, mas não foi a sua força e seu heroísmo
que levaram à queda de Roma. Foi a podridão interna que já a havia enfraquecido. E como foi
isso? Simplesmente a mania de prazer. Os cidadãos de Roma passavam o tempo em seus banhos
públicos; eles tinham que ter banheiras douradas, e lá relaxavam tomando sua bebida e ouvindo
música. A cultura do ego! Isso derrubou aquele império poderoso, e tem derrubado muitos
outros impérios desde então. Muitos grandes impérios se desintegraram como resultado da
podridão interna.
Eu me pergunto se não estamos testemunhando um pouco disso nos dias de hoje... A
atitude de muita gente com relação ao trabalho é a de que ele é apenas um meio de fazer
dinheiro para comprar prazer. Onde está o artesão? Onde estão o interesse real e o prazer de
trabalhar? Não, a atitude mudou em todas as classes. Freqüentemente, as pessoas estão na
profissão para fazer dinheiro, e não porque estejam interessadas no seu trabalho ou em descobrir
algo novo, ajudar a humanidade ou ser altruístas. Tudo se torna, como eu disse antes, uma
forma de símbolo de estátuas. E assim o trabalho se transforma em um meio de as pessoas
obterem dinheiro para comprar mais e mais prazer.
Pior ainda: o prazer se tornou um negócio! Esta é uma das grandes tragédias da vida
moderna. As pessoas falam de "esporte", mas não têm nada a ver com o esporte: é negócio.
Homens e mulheres, artistas e atletas, são comprados e vendidos como se fossem escravos. Até
mesmo o prazer se tornou um negócio e um meio de fazer dinheiro. E, se não houver apostas, as
pessoas não apreciam. Elas não parecem apreciar a coisa em si, apenas o que pode "ser feito"
com ela. E, assim, cada vez mais tudo é colocado de lado em prol do prazer; o trabalho é
suspenso no meio da semana para que ao jogo de futebol, possam todos assistirem. Não importa
o país, desde que tenhamos nosso divertimento.
Você pode, assim, ver quão contemporâneas as Escrituras são. E isso é válido não apenas
em relação às nações, mas também a indivíduos. Esta mania de prazer pode tomar conta das
pessoas de tal forma que elas passem a negligenciar seu trabalho, suas profissões, e, até mesmo
sua reputação. O prazer se transforma num poder tão sufocante que elas se deixam controlar por
ele. Já se levantam pela manhã decididas a ir atrás dele, e continuam até à noite. A curtição é o
que interessa, não o trabalho honesto, o trabalho real; não a preocupação com viver uma vida
completa.
Veja, então, a artificialidade desta vida. O profeta expõe isso aqui, assim como a Bíblia o
expõe por todo lado. É preciso que se anuncie, que se escancare esta verdade. A tão falada vida
glamourosa não pode ser mais superficial. Ela é o tipo mais frívolo de existência que pode ser
concebido. Ela não pode ser mantida sem meios artificiais. É produzida artificialmente,
estimulada pela bebida, pela emoção descontrolada, o canto e certos tipos de música. Homens e
mulheres que não se sentem felizes, a não ser que estejam sob a influência da bebida, devem ser
bem tristonhos. Será que não podem ser felizes quando estão em seu estado natural? São
obrigados a ter esses estimulantes para se tornarem sociais, manterem uma conversa animada e
interessante, serem simpáticos e alegres, conseguirem, enfim, divertir-se e divertir e atrair outros
inclusive... Aparentemente: eles não são felizes. Nada pode medir tão bem a tristeza desta era
em que vivemos quanto o modo como a vida é levada adiante à base de estimulantes artificiais.
É uma vida puramente artificial.
Mas deixe-me enfatizar outro elemento: a degradação. Você percebe como a vida é
mantida? Ela depende principalmente de duas coisas. Primeiro, "bebida forte". E qual é a outra
coisa? Bem, é um certo tipo de música, um tipo de ritmo produzido "pela harpa, lira, o
tamborim, e flauta".
Isso também é uma coisa muito séria. Esse tipo de vida só é produzido, e se torna
possível, à custa das mais elevadas faculdades mentais. As pessoas pensam que o álcool é um
estimulante, mas abra qualquer livro de farmacologia e você verá que é um grande depressivo.
O que ele faz é deprimir os centros mais elevados. As pessoas sob sua influência parecem
brilhantes: por quê? Porque estão um pouco menos controladas. É por isso que,
lamentavelmente, elas começam a beber. Elas se sentem um pouco nervosas e apreensivas,
tolhidas e reprimidas. Então, buscam a bebida. Ela elimina aqueles elementos que produzem o
nervosismo, e assim elas se sentem livres. Mas não é um estímulo, e, sim, um bloqueador das
mais elevadas, cuidadosas qualidades e faculdades controladoras do cérebro. Dessa maneira, as
pessoas se tornam mais primitivas. Mas é assim que se vive este tipo de vida que resulta da
mania de prazer. Você alcança isso se drogando mediante drogas ou álcool.
Esse não é, porém, o único modo; a música também faz isso. Um certo tipo de música, é
claro: a música ritmada, que se repete infinitamente até que você começa a se movimentar com
ela. Você já notou como as pessoas fazem isso? A música se inicia e elas começam
movimentando os pés, depois se põem a balançar o corpo. Este é, exatamente, o mesmo tipo de
efeito produzido pelo álcool. Você pode ficar "embriagado" com certos tipos de música quase
que do mesmo modo como pode ficar embriagado pelo álcool: pela repetição rítmica e,
especialmente, pelos movimentos do corpo. Seus centros elevados são bloqueados e você,
gradualmente, entra num tipo de estado de intoxicação. E quando você une os dois – álcool e
música – tem o tipo de vida que está descrito aqui pelo profeta, e que se está tornando cada vez
mais uma característica da vida neste país. É uma vida de gritaria, abandono, loucura, em que
homens e mulheres não mais se controlam nem se comporiam de uma forma decente e humana.
E isso é feito deliberadamente. É brilhantemente organizado. Existem pessoas que apostam
nesse tipo de coisa, que fazem dinheiro com ela, tornando-a popular. E as pessoas, em geral, são
iludidas e se tornam vítimas inocentes.
Finalmente, aparece a palavra "inflamar". "Ai dos que se levantam cedo de manhã e
seguem a bebida forte e continuam até a madrugada, até que o vinho os inflame." Este é um
modo gráfico e poético de se pintar a questão. O que realmente acontece, é claro, é que, em
primeiro lugar os centros elevados do cérebro ficam bloqueados pelo álcool e pela música, e,
então, os instintos e paixões, os desejos e luxúrias tomam o controle, e as pessoas ficam cheias
de fogo. Elas se tornam "inflamadas". E aí acontecem todas as conseqüências inevitáveis.
Homens e mulheres se tornam feras, controlados pelos instintos das partes inferiores de sua
natureza corporal.
Aí está o elemento de degradação. A coisa mais impressionante é que, misturado com
tudo isso, está o que Isaías no v. 15 chama de "os olhos dos altivos". As pessoas que seguem
este tipo de vida pensam que são maravilhosas. Elas se gabam de não ser cristãs. Orgulham-se
de sua forma de viver. Observe na televisão e em outros lugares. Não podem cumprimentar
ninguém sem que estejam segurando um copo! Sempre estão tomando um drinque. Isso é que é
vida: estar "ligada", numa boa! Eles acham maravilhoso. É uma vida de alegria, dizem. Lá vão
eles, ao som da música e demonstrando todos os efeitos da bebida.
Vamos parar por aí. Estas são as horríveis características da vida sem Deus.
Quais são as causas? Elas estão registradas de uma forma bem simples no v. 13: "Assim,
meu povo foi para o cativeiro, porque eles não têm conhecimento." Isaías já havia mencionado
isso no v. 12: "... mas eles não observam a obra do Senhor, nem consideram a operação de suas
mãos". Eles vivem assim porque são ignorantes. "Quê!" – exclama alguém – "Você está dizendo
que as pessoas não são cristãs porque são ignorantes?..."
É precisamente isso que estou dizendo. Não há obra do diabo mais prima do que seu
sucesso em persuadir as pessoas de que é seu conhecimento que as leva a rejeitar o
Cristianismo. Mas exatamente o oposto é que é verdadeiro. O diabo as mantém na ignorância
porque, enquanto permanecerem nela, elas farão o que ele manda. A partir do momento em que
recebem a luz – o Evangelho é chamado de "luz" –, elas passam a enxergar e o abandonam.
Mas elas são ignorantes sobre quê? Deixe-me apresentar algumas das coisas que Isaías
nos diz aqui: "Assim, o meu povo foi para o cativeiro, porque não tem conhecimento." Em
outras palavras: eles não sabem que são o povo de Deus. Este é o eterno problema do povo de
Israel. Eles nunca compreenderam quem são; queriam ser como as outras nações. Eles diziam:
Essas outras nações são nações de muita sorte: seus deuses são muito melhores que o nosso;
eles podem comer o que quiserem; podem casar-se com quem desejarem; podem fazer o que
lhes der na cabeça fazer, durante os sete dias da semana! Nosso Deus nos deu os Dez
Mandamentos, e eles são insuportáveis. Eles queriam ser como os outros; então, deram as costas
a Deus e aceitaram os outros deuses. Nunca entenderam o privilégio de serem o povo de Deus,
um povo único, um povo propriedade especial de Deus, um povo que é como "a menina dos
olhos" para Deus, como ele os chama (Deuteronômio 32:10).
E o verdadeiro problema do mundo hoje ainda se deve a isso: as pessoas não conhecem a
verdade sobre si mesmas; não têm esse conhecimento. Que são os homens e as mulheres? São
apenas máquinas de fazer dinheiro? São animais que devam buscar o prazer? Estão aqui para
ficar bêbados, entregarem-se ao sexo, e endoidecerem com música ritmada? Será que você
percebe? Será que as pessoas foram criadas para se comportarem como se fossem animais numa
fazenda? Seria prazer o "derradeiro fim" para homens e mulheres? Será que eles só estão aqui
para gratificar esse lado? Afinal, é só isso?...
Não, não! O problema com o mundo hoje é que ele não conhece o que é o ser humano.
São ignorantes sobre sua própria origem, sobre sua natureza e seu destino final dentro do
propósito de Deus. "Meu povo!" As pessoas se gloriam hoje no fato de que são animais.
Vangloriam-se da evolução como se fosse um grande elogio. Parecem gostar de pensar que não
são nada além de macacos extremamente desenvolvidos, animais racionais e nada mais. Elas
odeiam a idéia da alma; não crêem em Deus nem na eternidade, Tudo porque são ignorantes
sobre sua própria grandeza.
Que mais elas ignoram? Veja o v, 12: "... mas eles não observam a obra do Senhor, nem
consideram a operação de suas mãos". Que Isaías quer dizer com isto? Ele diz que elas estão
vivendo como se não soubessem nada sobre a obra do Senhor. Também é sobre isso que
homens e mulheres modernos não pensam nunca a respeito, porque nem levam em conta. Eles
não entendem que Deus é o doador de toda coisa boa e todo dom perfeito. Eles parecem pensar
que o Serviço Nacional de Saúde é quem dá a saúde! Mas Deus é quem dá a saúde; Deus é o
doador da vida, da força, do alimento e da vestimenta.As pessoas pensam que fazem tudo, e têm
orgulho de suas invenções, seus instrumentos, suas criações etc. Se Deus, porém, suprimisse o
sol e a chuva, todos morreríamos de inanição.
Os homens e as mulheres não notam a obra de Deus. São ignorantes, só olham para si
mesmos. Não estão cientes da bondade, misericórdia e compaixão de Deus. Não percebem que
Deus "...faz o sol nascer sobre maus e bons e envia a chuva sobre justos e injustos" (Mateus
5:45). Pensam que controlam tudo. Podem até enfrentar a fome, como já vimos; conseguem
enfrentar o desastre, por causa de sua ignorância, porque quebraram as regras de Deus e
violaram as leis da natureza.
Que mais as pessoas não percebem? Elas não percebem que Deus tem operado, não
apenas na providência e na criação, mas na história também. História! Tente explicar a história
deste mundo excluindo Deus! Você não conseguirá. A Bíblia é o melhor livro de história que
existe no mundo. É nas suas páginas que você realmente começa a entender a História. Você vê
que, por trás de todos os homens, reis, príncipes, homens de Estado, e das guerras, há um
propósito de Deus: Deus controla tudo! Mas eles não acreditam nisso. Eles continuam
desafiando. Deus, porém, está aí. Eles se metem em problemas, e por quê? Porque se
esqueceram de Deus, e olvidaram "as obras das suas mãos".
E então, ainda mais: há o fato de que, se você observar o processo da história, chegará à
conclusão de que temos, afinal, um universo moral. Você não pode fazer o que quer neste
mundo. Você não pode ser leviano. Você não pode beber bebida forte indefinidamente sem ter
que pagar o preço por isso. Deus estabeleceu isso como uma lei. "O caminho dos transgressores
é duro" (Provérbios 13:15). O transgressor, porém, não crê nisso. As pessoas que começam a
brincar com o pecado não crêem nisso. Mas este é um fato: se você pecar, você sofrerá.
E o mundo inteiro está sofrendo. O mundo é ignorante: Eles "não observam a obra do
Senhor, nem consideram a operação de suas mãos". Existe uma idéia de que, se há de fato um
Deus, então, no momento em que as pessoas pecarem, Ele irá feri-las. Mas isso não é o que
aprendemos da história de Deus na Bíblia. Nas palavras do poeta Longfellow, o que nós
aprendemos lá é isto: 'Apesar de as pedras do moinho de Deus triturarem devagar, elas, ainda
assim, trituram excessivamente pequeno. O pecado sempre alcança as pessoas. "Tenha certeza
de que o pecado te encontrará" (Números, 32:23). Pode demorar muito, mas chegará ao fim. Por
que você não aprende? Por que não vê? Por que não observa a obra das mãos de Deus e enxerga
o que Ele sempre tem feito?
Isso leva à última coisa – os julgamentos de Deus. A tragédia de Israel era que Deus
estava sempre tendo que trazer um julgamento; estava começando a puni-los, mas eles não
viam. Qual é este julgamento? "O Senhor dos Exércitos será exaltado em juízo, e Deus, o Santo,
será santificado em justiça" (v, 16). A causa do problema é que homens e mulheres não sabem
que estão num universo moral, cujo rei é Deus, e que Deus é o Juiz de todo o mundo, e o julgará
com justiça. Suas características são justiça, santidade, retidão e verdade. Esses são os
parâmetros de Deus, e é assim que Ele queria que homens e mulheres vivessem: não para servir
às suas paixões e aos seus desejos e luxúrias; não para viverem no prazer, mas para buscarem
justiça, santidade, retidão e verdade. Eles foram criados para viverem como seres humanos e
não como animais. Foram criados para serem um reflexo de Deus. É por isso que Deus disse:
"Façamos o homem à nossa imagem" (Gênesis 1:26). Deus o fez senhor sobre a Criação, não
para que ele se comportasse como um animal, mas para que se sobressaísse na glória da
diferença, com uma mente e uma razão, e controle, ordem e dignidade em sua vida. E Deus
julgará homens e mulheres de acordo com isso.
Deus revelou isso através dos séculos. Está tudo revelado aqui na história encontrada na
Bíblia. Está igualmente claro na história subseqüente, e se há uma época em que está claro é
hoje. O julgamento de Deus está sobre este mundo. Eu já disse antes, e repito agora: na minha
opinião, as duas guerras mundiais foram nada mais do que o julgamento de Deus sobre o
mundo.
Ao redor de 1859 – o ano em que Charles Darwin publicou seu famoso livro A Origem
das Espécies – as pessoas começaram a dizer que finalmente podíamos nos livrar de Deus. "O
homem é tudo", afirmaram. "O homem é o centro; Deus não é necessário. Empurrem-no para
dentro do limbo das coisas esquecidas! O homem pode viver sem Deus e construir um mundo
perfeito!" Eles disseram que o mundo estava evoluindo; os poetas cantaram e falaram sobre "O
Parlamento do Homem, a Federação do Mundo". O Conhecimento cresce a cada era, e o século
XX deveria ser o século de ouro. Os homens e as mulheres, em sua auto-suficiência, não
precisam mais de Deus. Se há um século que haja conhecido a manifestação da ira e do
desprazer de Deus em sua justiça, santidade e retidão sobre o pecado da humanidade, este é o
século XX. Você já observou isso? Você está consciente disso? Você sabia que Deus está
falando mediante tudo isso, e nos está advertindo a parar por aqui, antes de que seja tarde
demais?
E isso me leva ao meu último subtítulo: o fim de tudo isso. Para onde tudo isso leva?
Qual é o fim deste tipo de mania de prazer que venho analisando? Qual o veredicto sobre isso
tudo?
Para começar, é um tipo de vida que nunca satisfaz. Se você buscar a vida de prazeres,
nunca terá o bastante, nunca. Se tentar encontrar seu prazer e satisfação em bebida alcoólica,
sempre terá que tomar mais e mais. Comece a tomar drogas, e logo se tornará um viciado;
busque prazer em qualquer forma que signifique falta de controle, abandono de si em prol de
estimulantes artificiais, e nunca ficará satisfeito; procure satisfação no sexo, na luxúria e na
imoralidade e irá de decadência em decadência, até se prostituir por inteiro; até se tornar imundo
e repelente, a ponto de adoecer. A vida sem Deus nunca satisfez a ninguém. Ela é incapaz disto,
porque homens e mulheres são muito mais que isto; muito maiores que isto. Eles são feitos para
Deus, e essas coisas não podem satisfazer a eles. Nada, além de Deus, consegue trazer
satisfação: "Tu nos fizeste para ti, e nossa alma está inquieta até que encontre descanso em ti",
como já dizia Agostinho. Esta é a primeira coisa.
Além disso, porém, viver para o prazer sempre implica uma degeneração progressiva;
sempre leva a uma perda de poder, perda de refinamento e de consideração pelos outros. A vida
se torna mais e mais egoísta quando as pessoas vivem para si próprias e para a busca do próprio
prazer. Elas descartam pais, mães, filhos, todo mundo; o prazer torna-se supremo, e tudo o mais
é abandonado. Oh, que perda de refinamento! Que perda de castidade e de pureza e nobreza! A
mania de prazer sempre leva à perda de todos os poderes mais elevados e das melhores e mais
nobres qualidades.
Há algo, porém, ainda pior esperando por aqueles que vivem essa vida: a humilhação. "O
homem mau será abatido e o poderoso humilhado, e os olhos dos altivos aviltados" (v. 15). A
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  • 2. A VINHA Agora, cantarei ao meu amado o cântico do meu amado a respeito da sua vinha. O meu amado teve uma vinha num outeiro fertilíssimo. Sachou-a, limpou-a das pedras e a plantou de vides escolhidas; edificou no meio dela uma torre e também abriu um lagar. Ele esperava que desse uvas boas, mas deu uvas bravas. Agora, pois, ó moradores de Jerusalém e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. Que mais se podia fazer ainda à minha vinha, que eu Lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas? Agora, pois, vos farei saber o que pretendo fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que a vinha sirva de pasto; derribarei o seu muro, para que seja pisada; torná-la-ei em deserto. Não será podada, nem sachada, mas crescerão nela espinheiros e abrolhos; às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. Porque a vinha do SENHOR dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta dileta do SENHOR; este desejou que exercessem juízo, e eis aí quebrantamento da lei; justiça, e eis aí clamor. (Isaías 5:1-7). Estas palavras, como o próprio profeta nos diz, formam um poema ou cântico sobre o estado e a condição do povo de Israel, nos dias em que Deus levantou o profeta Isaías para lhes falar. Os profetas eram homens muito práticos. Não devemos pensar neles como sendo apenas homens de literatura ou poesia que decidiram entrar para essa carreira pelo fato de a apreciarem. Não, todos eles nos dizem que foram chamados por Deus para entregar uma mensagem aos seus compatriotas. Eles não queriam fazer isso. Alguns, na verdade, revelam-nos com honestidade, que resistiram fortemente ao chamado de Deus. Eles sabiam que a sua mensagem não seria agradável, e eles não queriam ser impopulares, não desejavam sofrer. Estavam conscientes, porém, do chamado de Deus, e, além disso, convencidos de que Ele lhes entregara uma mensagem. Não que houvessem olhado para o mundo e chegado a algumas conclusões, como hoje acontece quando determinadas pessoas as registram em artigos de jornais ou livros, ao observarem certas coisas e apresentarem sugestões que julgam ter algum valor. Esta não era a posição dos profetas. Eles afirmam em seus escritos que tudo lhes foi dado por Deus. Deus lhes abriu os olhos, deu-lhes entendimento, chamou-os e lhes ordenou que entregassem a mensagem por Ele destinada ao povo. E isso foi o que Isaías fez. Ele se dirigiu à sua nação e lhes disse exatamente a razão de as coisas estarem do jeito que estavam; porque, quando ele escreveu, o povo já enfrentava problemas. A nação, que fora grande e poderosa, estava entrando em dias maus; tudo ia muito mal, e é claro que havia todo tipo de pessoas se apressando a dar suas opiniões. Então, mediante esse homem veio esta mensagem de Deus: "Esta é a causa do seu problema; é exatamente por esta razão que estas coisas estão acontecendo com vocês." Além disso, ele profetizou sobre o que iria suceder a eles se continuassem como estavam e se recusassem a se arrepender e a se voltar para Deus. Este é o resumo da mensagem do grande profeta Isaías, mas é claro que ela vale também para os outros profetas. Todos eles tinham a mesma mensagem para dar; todos a receberam de Deus. Eles a apresentaram de formas diferentes porque Deus não os usou como meras máquinas; a personalidade do homem transparece. A mensagem, porém, era de Deus e não do homem.
  • 3. Este é o ponto que desejo aqui e agora ressaltar: em todas essas grandes mensagens proféticas, nós temos ao mesmo tempo, um resumo do que Deus está dizendo a todos os homens e mulheres. A nação de Israel é apenas um exemplar, um tipo estabelecido por Deus para que, mediante ela, possa falar a toda a humanidade. Parece que nos dias do Velho Testamento apenas o povo de Israel era o povo de Deus, mas é claro que o mundo inteiro pertencia a Ele naquela época, como acontece hoje. Eles eram seu povo apenas num sentido especial, como o povo cristão ou a Igreja são hoje seu povo de uma maneira especial. O mundo todo, porém, pertence a Deus. Então, quando estudamos o que Deus disse ao profeta desta nação em particular, estamos vendo ao mesmo tempo o que Ele tem a dizer a todo o mundo. Uma coisa muito maravilhosa que transparece quando você lê a Bíblia e aprende a conhecê-la inteiramente, é que você descobre que ela é um livro atualizado e muito contemporâneo. É um livro que fala a todas as épocas e gerações, porque a humanidade permanece a mesma em todas as suas qualidades essenciais, e Deus continua o mesmo. Assim, a mensagem de Deus para o mundo é ainda esta velha mensagem, e eu quero mostrar-lhe quão relevante ela é para o mundo de hoje. Veja esse povo de Israel; eles tinham problemas, as coisas estavam indo mal, e agora, finalmente depois de muito tempo, eles começavam a enxergá-los. Mas, que estava errado? Como isso acontecera? Que poderia ser feito com relação a isso? Essas eram as questões. E são as mesmas hoje. O mundo todo está com problemas, precisa de enxergar. É um mundo confuso e infeliz. Existem problemas em geral e problemas de ordem individual e particular. Ninguém vive nele sem perceber que há um elemento de luta e dificuldade. Os jornais estão sempre exibindo isso diante de nós: as tragédias que se sucedem; os desapontamentos. Homens e mulheres conseguem enxergar isso, mas a dificuldade é que eles estão confusos e estarrecidos em relação à causa. Não há livro mais prático do que a Bíblia. Ela é o livro que fala ao mundo como ele se encontra neste exato momento. Por que não estamos perfeitamente felizes? Por que as nações não se estão unindo e trabalhando juntas pelo bem comum? Por que tantos problemas, discórdias, infelicidade e a conseqüente dor, tão evidentes em toda parte? O mundo ainda está atordoado com relação a isso, e todos os tipos de pessoas dão suas opiniões. Mas é meu dever e função colocar diante de você esta palavra de Deus: mostrar-lhe o que Ele está dizendo ao mundo de hoje, exatamente como disse mediante seu servo, o profeta Isaías, há oito séculos, antes do nascimento de Cristo. O mundo hoje ou não crê de jeito nenhum em Deus ou está lutando contra Ele, culpando-O por tudo, indagando a razão de Ele permitir isso e aquilo, sempre cheio de queixas e reclamações. Essa é a atitude do homem e da mulher modernos, como era a do povo de Israel no tempo do profeta Isaías. Esta é, do início ao fim, uma grande mensagem da Bíblia: ela dá a resposta de Deus às perguntas: Que está errado com os homens e as mulheres? Por que se tornaram o que são? Como isso pode ser consertado? E a Bíblia tem uma variedade de modos de nos apresentar esta mensagem: mediante o ensino direto, a história e, algumas vezes, como aqui em Isaías 5, uma ilustração ou poema. Vemos aqui outra vez a grande misericórdia e compaixão de Deus. Todos somos diferentes; uma apresentação da verdade esclarece determinada pessoa, enquanto um outro modo de mostrá-la ajuda uma outra. Assim, a mensagem é apresentada a nós de diferentes maneiras, de forma que todos possamos vir a entender a verdade. Vamos, então, examiná-la da forma como está sendo apresentada neste poema em particular. Isaías, em outras partes do seu grande livro, coloca a verdade crua, clara e direta. Aqui, porém, ele escreve um poema, pinta um quadro, um quadro de um homem que plantou uma vinha para si. Ele escolheu o melhor lugar que pôde encontrar, em uma colina muito promissora, com solo muito fértil. Removeu todas as pedras, cercou-o, colocou um muro ao
  • 4. redor e construiu uma torre. Então, plantou essas mudas escolhidas e aguardou uma grande colheita. Mas, coitado, em lugar de colher uma excelente safra das mais doces e suculentas uvas, encontrou apenas uvas bravas. Isaías então explica a razão de isso haver acontecido, e faz um pronunciamento sobre o que esse homem fará. Assim, ao pintar o quadro, ao escrever o poema, o próprio Isaías faz a aplicação, dizendo: "Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são sua planta estimada; ele procurou juízo mas eis aí opressão; justiça, e eis aí clamor" (Isaías 5:7). Agora, deixe-me mostrar-lhe que esse poema é uma representação perfeita da grande mensagem da Bíblia sobre toda a raça humana. Essa é a mensagem do Evangelho cristão, da Salvação de Deus para o mundo atual, e não há nada mais urgente e relevante do que isso. Aqui, neste poema, o profeta inicialmente construiu uma figura geral – ele vai detalhá-la mais tarde –, de forma que possamos ver o que são os homens e as mulheres, e por que são assim. Isaías mostra também as conseqüências, a única esperança de salvação e a saída. Qual é o problema do mundo? Por que as coisas estão como estão? A Bíblia, do começo ao fim, sempre dá esta resposta: primeiro, os homens e as mulheres estão definitivamente com problemas porque não conhecem a verdade sobre si mesmos, nem crêem nela. Isso soa aos ouvidos modernos, é claro, como algo ridículo, porque nossa maior jactância é a de que temos maior conhecimento que qualquer criatura que haja existido antes de nós. Os tolos falam sobre o novo conhecimento que temos da natureza como o resultado do trabalho de Freud etc. : todas essas teorias que têm caracterizado nosso século XX. Mas o fato é que o problema principal de homens e mulheres ainda é que eles são tremendamente ignorantes quanto a si mesmos. Este foi sempre o problema principal com o povo de Israel. Aqui estava uma nação que Deus fizera para si próprio. Havia outras nações no mundo, mas, em um certo momento, Deus escolheu um homem chamado Abrão (ou Abraão), que vivia em Ur dos Caldeus, e o chamou. Deus lhe disse: "Eu quero falar com você. Tenho uma mensagem para você. Quero fazer de você uma nação, um povo para mim mesmo." E Ele o fez. Deste modo, a nação de Israel era distinta de todas as outras nações. Seus constantes problemas deviam-se ao fato de que ela nunca compreendeu aquela verdade; sempre queria pensar sobre si mesma em termos de outras nações. Ela não gostava dessa singularidade; não apreciava responsabilidade; não gostava de ter os Dez Mandamentos e uma lei moral. E se perguntavam: "Por que não podemos fazer o que todos os outros fazem? Os outros povos não têm que guardar o sábado; eles podem comer tudo de que gostam, podem casar-se com qualquer um. Por que nós sempre temos que ser diferentes?" Este era seu problema constante. Eles nunca compreenderam quem eles eram, e sua singularidade como uma nação e um povo. E este permanece sendo o principal problema da humanidade. Ela é ignorante quanto à verdade sobre si mesma. Qual é a verdade? A resposta é dada nesse poema. Os homens e as mulheres foram criados por Deus. Assim como este homem criou esta vinha para si, Deus fez os homens e as mulheres para si próprio. Agora, você pode ver de imediato que este é um ponto fundamental. Os homens e as mulheres são apenas animais? São realmente o resultado da operação de alguma força cega que exerceu seu poder num protoplasma, que ao final produziu seres humanos? Não existe nada exterior a eles, nada além deles? Ou seriam eles únicos e absolutamente especiais, criados pelo Todo-Poderoso para si mesmo, para seu prazer e deleite? Seriam os homens e as mulheres algum tipo de acidente biológico, ou são eles a coroa da Criação de Deus? A totalidade da argumentação bíblica afirma que a segunda hipótese é verdadeira. Mas vamos trabalhar os detalhes, retratados tão perfeitamente neste quadro. Você observa que o que nos é dito sobre a vinha é o seguinte: "Ele a cercou, limpou-a das pedras e plantou com as melhores vinhas." Que quadro maravilhoso da criação é este, de Deus, ao fazer o mundo
  • 5. para a humanidade! O homem na ilustração escolheu a mais promissora colina e, colocando-a perfeitamente em ordem, "plantou-a com as melhores mudas". Isso é justamente uma figura e uma parábola do que nos é dito no início de Gênesis sobre a criação dos homens e das mulheres. "E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem e semelhança...": "as melhores mudas"! O homem não é meramente um animal, seja lá o que você diga sobre o desenvolvimento desse animal. É claro que o homem tem um corpo e há um tipo de relacionamento com o animal, mas o que faz o homem homem é esta coisa de 'escolha'. "Deus soprou nas suas narinas o sopro da vida; e o homem se tornou alma vivente." (Gênesis 2:7). Deus colocou na sua própria natureza – 'a muda escolhida' – algo dEle mesmo, dentro do homem. Os homens e as mulheres são feitos 'à imagem e semelhança' de Deus. Eu sempre digo que, se não tivesse outra razão para ser cristão e rejeitar todas as teorias populares sobre a humanidade, para mim isso seria o suficiente. Todas as outras idéias são um insulto aos homens e às mulheres; fazem deles algo menor. Entretanto olhe para eles: veja sua grandeza, sua singularidade, feitos à imagem e semelhança de Deus, com um selo divino sobre eles, a imagem de Deus na alma! E agora deixe-me enfatizar uma outra coisa. Deus colocou o homem e a mulher no que é chamado em Isaías de "uma colina muito fértil". Então, "Ele a cercou e limpou-a das pedras". Bem, isso é um poema, e as pessoas certamente gostam de ilustrações. Elas dizem que não podem ler muito ou ouvir longos sermões, mas se entretêm com uma boa ilustração... Ah, elas adoram uma figura! Então, estou aqui segurando uma figura diante de você. Aqui está o homem colocado: onde? No Paraíso! "Uma colina fertilíssima"! Um ambiente perfeito. É da própria essência da argumentação bíblica dizer que no começo este mundo, no qual nos encontramos, não era o que é hoje. Este é um mundo decaído. Deus fez o homem e a mulher à sua imagem e os colocou no Paraíso. Essa vinha escolhida foi plantada numa "colina fertilíssima", no melhor solo imaginável, posicionada para o sul, com tudo que fosse favorável e designado a estimular o crescimento e a produção. O homem e a mulher foram feitos por Deus e colocados no Paraíso numa posição de perfeição. Agora, estamos para sempre tentando entender por que o mundo está como está, e a resposta é que ele se tornou assim, não foi feito assim, não para ser do jeito que é. Isso está errado; é a Queda; é o mal. Temos aqui de observar um dos detalhes. O quadro nos conta que ele "construiu uma torre no meio dela", Que isso significa? Bem, o propósito de se construir uma torre naqueles antigos vinhedos era este: quando o dono da vinha estivesse ansioso para ir até lá, a fim de olhar as coisas e observar a maravilhosa colheita que estaria amadurecendo, se ele desejasse passar a noite ali, então teria a torre, e poderia ficar. Teria, então, oportunidade de fazer suas refeições nela, dormir; enfim, fazer o que quisesse. Ele construiu a torre no meio da vinha para sua própria conveniência. Ela também era usada com o propósito de proteção, mas basicamente se destinava a ter ele oportunidade de passar lá um pouco do seu tempo, desfrutando essa bênção. Que quadro perfeito é esse, onde nos é contada a origem do homem?! Deus fez o homem à sua imagem e o colocou no Paraíso, e desceu e conversou com ele, e comungou com ele ali: o homem era o companheiro de Deus! Essa é a figura que nos é dada. O grande Deus fez o homem e a mulher para si próprio, não apenas para que usufruíssem companheirismo com Ele, mas para que Ele mesmo desfrutasse a companhia deles. Ele os fez para sua própria glória, e os colocou lá no meio do Jardim, no Paraíso. E que esperava deles? Bem, está tudo aqui. Nos termos do quadro de Isaías, ele esperava que "produzisse uvas"; ou, como na aplicação, ele procurou "Juízo", que quer dizer julgamento, e procurou por "Justiça", que quer dizer verdade e uma vida santa. Isso é, obviamente, um assunto muito vital na atualidade. Quase não se pode pegar um jornal sem que se leia algo sobre o problema da chamada "nova moralidade". Daí o problema
  • 6. central diante do mundo moderno: Que é moralidade? Como devemos viver? Algumas das regras fundamentais de vida estão sendo questionadas neste tempo presente. O casamento é sagrado; algo para sempre, ou não? Existe lealdade ou não? E não se podem levantar tais questões sem se trazer à tona a questão fundamental sobre o que é o homem e o que é a mulher. Eles são, afinal de contas, animais? Deve-se esperar que se comportem como os animais numa fazenda ou na selva? A promiscuidade na natureza é real. Então, seria ela correta entre os seres humanos? Bem, se eles são apenas animais, por que não? A resposta para tudo isso é encontrada na resposta bíblica para a pergunta: Que é o homem, e que é a mulher? E quando você entender o que eles são, você fará a segunda pergunta: Eles foram criados para fazer o quê? Como devem viver? A resposta é muito simples. Deus, ao fazê-los à sua própria imagem, obviamente esperava certas coisas deles. Ele os fez senhores da Criação. Deste modo, Ele esperava que vivessem de forma diferente do resto da criação. Os animais vivem pelos instintos e obedecem a eles, o que está certo. Eles são animais; você não pensaria em corrigir ou açoitar um animal só porque ele se comporta de uma maneira discriminada e promíscua. Não há nada de errado com isso. Mas será que você espera que um homem ou uma mulher vivam assim? Não! Ele procurou juízo; ele procurou por justiça; por julgamento. Esta é a visão bíblica do homem e da mulher, que, por haverem sido feitos à própria imagem e semelhança de Deus, são responsáveis diante dEle; são feitos para viver de acordo com certo padrão; para honrarem a lei de Deus; para serem seus companheiros. Era isso que Deus esperava de nós. Ele esperava que fôssemos justos, disciplinados, controlados e puros; que refletíssemos algo da sua glória; que fôssemos mestres de nossas faculdades, em lugar de sermos governados por elas. É isso que Deus procura: 'juízo" e "justiça". Esses são os modos que o profeta Isaías nos mostra neste quadro, relembrando-nos a verdade essencial que concerne aos seres humanos, nossa origem, nossa natureza, para o que fomos criados, e como devemos viver. O segundo princípio geral que Isaías apresenta é este: A total irracionalidade da conduta e do comportamento humanos. Aqui está a questão: "Agora, pois, ó habitantes de Jerusalém, e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha." Em outras palavras: ele está fazendo um apelo à razão, ao entendimento e ao senso comum, "Olhe aqui" diz o dono da vinha – foi assim que plantei a minha vinha escolhida na mais fértil colina. Eu dei a ela todas as oportunidades. E digo mais: Julguem com toda a justiça entre mim e a minha vinha. Venham comigo; constituam-se em júri; dêem seu veredicto sobre a conduta desta vinha." E isso é precisamente outra grande argumentação da Bíblia: a absoluta irracionalidade dos homens e das mulheres em sua vida e seu pecado. Considere o modo como têm vivido e se comportado, e como estão agindo neste tempo presente. Qual é a causa essencial de todos os seus males? Aqui está definida numa só palavra: Desobediência! Rebelião! E eu quero mostrar- lhe a completa irracionalidade disso. Aqui estão o homem e a mulher criados à imagem de Deus e colocados em um ambiente perfeito, tendo uma vida ideal de comunhão com Ele; feitos para desfrutar uma vida de retidão e santidade. Que, porém, eles fizeram? Deliberadamente zombaram da lei de Deus rebelaram-se contra Ele; deram-lhe as costas e seguiram em direção oposta. Bem, isso é irracional pela seguinte razão: Que há de errado com o modo de Deus? Que está errado com o que Deus espera dos homens e das mulheres? Por que será que as pessoas estão vivendo sem Deus? Por que pensam que são mais sabidas quando zombam das leis de Deus, cospem nas coisas sagradas e ignoram o ensino do Senhor Jesus Cristo? Por que agem dessa maneira?
  • 7. Deixe-me explicar da seguinte forma: Como justificar uma vida agnóstica? Ou, de um modo mais positivo: Que está errado com a demanda de Deus? "Ele procurou por juízo (...) Ele procurou retidão". Que há de errado com isso? Diga-me, em nome da razão, qual a sua objeção aos Dez Mandamentos? Pegue os quatro primeiros: "Adora Deus e só a ele; não te curves a imagens esculpidas." Existe alguma coisa errada nisso? Por que iriam as pessoas querer curvar- se diante de imagens? "Não tomes o nome do Senhor teu Deus em vão." Qual sua objeção a isso? "Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo." Que há de errado em guardar o sábado? Até mesmo os médicos dizem que é bom separar um dia a cada sete para descansar. Por que não cultivar a mente e o espírito e pensar na eternidade? Qual a objeção? Vamos, porém, aos outros seis, aos Mandamentos práticos: "Não mates." Qual é sua objeção a este? É razoável querer matar? "Não roubes." Oh, isto é irracional, não é? O razoável é roubar, pegar as coisas e propriedades dos outros? "Honra a teu pai e à tua mãe." Você veio ao mundo por intermédio deles, e eles cuidaram de você; abriram mão de noites de descanso por você; não há nada que não façam em seu benefício. Será por acaso irracional pedir-lhe que os honre? Veja o que este homem diz: "E agora, ó habitantes de Jerusalém, e homens de Judá, julguem, eu lhes peço, entre mim e a minha vinha." Onde está a irracionalidade da demanda de Deus nos Dez Mandamentos? "Não cometas adultério." Será porventura irracional pedir às pessoas que mantenham seus votos matrimoniais? É errado pedir-lhes que exercitem um pouco de controle? Será errado pedir a um homem que não cobice a mulher do outro, não aborreça sua família nem traga destruição e ruína sobre ela? Enfrente isso! O mesmo se diz com relação a cada um dos pedidos que Deus fez. "Ele procurou por juízo, por retidão." Os Dez Mandamentos, a lei moral, o Sermão do Monte... Que há de errado neles? Você não vê que, se todas as pessoas do mundo estivessem seguindo os Dez Mandamentos e o Sermão do Monte, não haveria o perigo constante de guerra, ninguém estaria construindo armamentos, nem existiria a tremenda tensão internacional que se observa? Tampouco enfrentaríamos todos os problemas morais que enfrentamos hoje; não necessitaríamos de tantas comissões especiais, nem haveria tanta destruição na vida matrimonial e familiar, com suas misérias e angústias conseqüentes. Oh, a humanidade está louca! O que vivemos é insanidade, o cúmulo da irracionalidade! A rebelião dos homens e as mulheres contra Deus, e sua afronta à sua santa lei é o clímax da irracionalidade. Eles não são animais racionais, e, sim, tolos! Estão-se deixando governar por seus instintos e desejos, não pela mente e pelo cérebro. Aqui está, em Isaías 5, tudo na forma de um quadro antigo pintado 800 anos antes do nascimento de Cristo. O terceiro ponto de Isaías é a perversão, tão característica do comportamento humano. Ele diz duas vezes: "Ele esperou que ela desse uvas, e ela produziu uvas selvagens (...) Por que razão, quando eu esperei que ela desse uvas, ela produziu uvas selvagens?" E... "Ele procurou por juízo, mas eis opressão; por justiça, mas eis um lamento." Isso é perversão. Os homens e as mulheres estavam produzindo exatamente o oposto do que deveriam produzir. Eles deveriam ser como uma vinha frutífera, produzindo as mais saborosas uvas em sua doçura e suculência, mas estão, na verdade, produzindo "uvas selvagens"; e uvas selvagens não são nada boas, não têm valor algum, não dão sustento, são repugnantes e amargas; são inúteis, uma pretensão e uma fraude. Elas apenas se parecem com a coisa real. Então, você as coloca na boca para descobrir que não são, e cospe, enojado. E não é este um perfeito resumo de tudo o que a vida humana é? Você quer que eu creia que as pessoas foram feitas para produzir os resultados que estão sendo produzidos hoje? Olhe para o mundo e catalogue o que ele está dando: embriaguez, roubo, adultério, luxúria, fornicação, violência, ciúme, rancor, malícia, ódio. É inútil e amargo; é para ser cuspido. Se as
  • 8. pessoas estivessem em seus sentidos perfeitos, iriam reprová-lo e renunciar a ele. Ó mundo não está produzindo nada que seja de valor decisivo; apenas fraude, aparência de vida que não é vida, não passa de uma existência má e inútil. Está tudo neste quadro. "Ele esperou que ela produzisse uvas e ela produziu uvas selvagens", com toda a sua acidez e amargura. Isso é perversão. Os homens e as mulheres estão distorcidos. Eles nunca deveriam haver-se transformado dessa maneira. Eles teriam de ser justos, limpos e santos, produzindo frutos de justiça para a glória de Deus. Em vez disso, porém, temos vergonha, trevas e imundície em todos os níveis da sociedade. Há algo, porém, ainda pior do que isso: a absoluta falta de justificativa da humanidade. Ouça esta observação de um queixoso: "O que mais poderia ter sido feito por minha vinha, que eu não tenha feito por ela?" Temos aqui o homem que comprou aquele maravilhoso terreno na colina fértil, retirou as pedras, cercou-o, protegeu-o e plantou nele a vinha escolhida. Pois ele não conseguiu nada além de uvas selvagens. Então, ele apela para a razão de todos os passantes. "Digam-me, se com razão vocês podem convencer-me de haver falhado em alguma coisa? Afinal, não fiz tudo que deveria ter sido feito por sua segurança e bem-estar? Existe algo mais que poderia ter feito?" E a resposta é: absolutamente nada. Isso me leva a afirmar que os homens e as mulheres em pecado e em sua presente vergonha são totalmente inescusáveis. O que mais Deus poderia ter feito por eles que não tenha feito? A Bíblia é o relato do que Deus fez por nós. Ele fala a cada um mediante este grande livro, perguntando-nos: Que mais eu poderia ter feito que não fiz? Ele fez os seres humanos perfeitos; deu-lhes um ambiente perfeito; desceu e comungou com eles; abençoou-os; deu-lhes tudo de que necessitavam. Que mais poderia ter-lhes dado? Foi assim não apenas no começo; Ele continua o mesmo. Ainda quando o homem e a mulher em sua loucura se rebelaram contra Ele, dando ouvidos ao Diabo, e pecaram, e caíram, trazendo o caos sobre si mesmos, nem assim Ele os esqueceu. Ele não disse: Muito bem: vocês fizeram isto, e isso, e aquilo; portanto é o fim. Oh, não! Mesmo quando eles se rebelaram, e como que cuspiram na Sua face, Deus desceu e eles Lhe ouviram a voz no Jardim, ao cair da noite. Ele os visitou, e, quando falou simplesmente, os repreendeu, fazendo ao homem e à mulher a mais gloriosa promessa: "Embora vocês tenham feito isso, e apesar de terem trazido tudo isso sobre vocês mesmos, eu ainda assim lhes prometo que a semente da mulher ferirá a cabeça da serpente." (Veja Gênesis, 3:15.) Ele prometeu uma forma de libertação e de salvação. Leia a grande história do Velho Testamento, e em seguida vá ao Novo, e é isso o que você encontrará. No Velho, você tem a bondade de Deus para conosco em sua providência. "Ele faz com que o sol se levante sobre bons e maus, e envia a chuva sobre o justo e o injusto" (Mateus, 5:45). Deus nos tem dado vida, saúde, força, alimento e vestimenta. Se Ele retirasse sua providência, tudo entrada em colapso; todos morreríamos de fome e frio. Deus nos mantém apesar de estarmos em rebeldia contra Ele. Sua bondosa providência não falha! Ele se desviou de sua trajetória para nos instruir mediante sua santa lei. Ele se preocupa conosco, embora tenhamos caído e sido desobedientes. O mais impressionante de tudo, porém, é a paciência e a benevolência de Deus. Ele levantou a nação de Israel; por meio dela falou ao mundo todo. E veja a sua paciência com eles! Eles foram de encontro a Deus e se meteram em problemas, mas quando retornaram a Ele, Ele os recebeu. Muitos de nós os teríamos amaldiçoado por muito menos! Deus, porém, contra quem eles se haviam rebelado, disse: Eu lhes perdôo! E derramou seu amor sobre eles. Depois eles voltaram a fazer as mesmas coisas, mas humilhados e arrependidos, e Deus, novamente, os aceitou. Ele faz isso constantemente. Veja sua longanimidade, paciência, misericórdia e compaixão. Veja o caso da nação como um todo, e também o caso dos grandes líderes da nação que erraram e voltaram atrás. Que mais Deus poderia ter feito por Israel?
  • 9. E agora pense nos avisos que nos tem dado. Os homens e as mulheres – em sua sapiência – são tentados a dizer: Mas eu não sabia... Como poderia saber? Se ao menos eu houvesse recebido alguma instrução... algum aviso... Não, isso é mentira. A Bíblia está cheia de avisos. Deus disse ao homem e à mulher, antes que caíssem, que, se eles fizessem o que lhes proibira fazer, eles iriam sofrer, e muito! Eles foram avisados. E Deus tem avisado desde então a toda raça humana. Ele tem avisado não apenas com palavras, mas permitindo que certas coisas lhes aconteçam. Que mais poderia Ele fazer? "O que mais poderia ser feito?" eis a pergunta de Deus neste quadro. "Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho único" (João, 3:16). Sua preocupação com o mundo e seus habitantes é tão grande que, "Quando a plenitude do tempo veio, Deus mandou seu Filho, nascido de mulher, debaixo da lei (...)" (Gálatas, 4:4) Ele mandou servos, profetas e professores. Então, disse: Vou, basicamente, fazer a maior coisa que posso. Não posso fazer nada além disso. Vou enviar-lhes meu próprio Filho. E assim o fez. O Filho de Deus nasceu como o infante de Belém. Ele se tornou homem e viveu neste mundo, agüentou a contradição dos pecadores contra Ele, compartilhou a vida com homens e mulheres comuns e, finalmente, tomou a carga de seus pecados sobre Si. Ele foi ferido pelas transgressões deles e deu a vida por sua libertação. Deus esvaziou seu próprio coração, enviando seu único e querido Filho, e "ele, que não conheceu o pecado, tornou-se pecado por nós" (II Co 5:21). Ele deu seu Filho a ponto de morrer, enfrentar uma morte cruel e vergonhosa na cruz. Ao apontar para aquela cruz, Ele está dizendo ao mundo todo: "Creia em meu Filho, e vou perdoar-lhe todos os seus pecados. Vou apagá-los. Vou reconciliá-lo comigo e dar-lhe uma nova natureza, um novo começo, um novo nascimento, e colocar meu Espírito Santo dentro de você. Então, vou aperfeiçoá-lo e, eventualmente, recebê-lo na minha presença na glória eterna. E farei tudo isso sem pedir nada em troca, esperando apenas que creia em meu Filho. Que mais Deus poderia ter feito? Esta é a sua pergunta. "Que mais poderia ter sido feito por minha vinha, que eu não tenha feito?" Ele fez tudo. Assim, os homens e as mulheres são totalmente inescusáveis. Não adianta falar de suas fraquezas, da profundidade do seu pecado ou do poder do mal no mundo: eu sei tudo sobre isso. A salvação de Deus, porém, é mais poderosa, e você é o que é, simplesmente porque não crê nela. Você não tem desculpa. E assim só resta uma coisa: o julgamento de Deus sobre os rebeldes, pessoas tolas, que não apenas quebraram sua lei mas rejeitaram sua graça e sua maravilhosa oferta de Salvação gratuita. Ouça estas palavras terríveis: Agora, pois, vos farei saber o que farei com a minha vinha: tirarei a sua sebe para que sirva de pasto; derrubarei o seu muro, para que seja pisada; deixá-la-ei abandonada. Não será podada nem sachada, mas crescerão nela sarças e espinhos; darei ordens às nuvens para que não derramem chuva sobre ela. Permita-me apresentar uma curta interpretação deste texto. Porque o mundo rejeitou a lei de Deus, seu Filho e sua oferta gratuita de salvação, Deus retém suas bênçãos. Ele impede as nuvens de chover sobre a Terra. Você espera ser abençoado por Deus quando recusa suas leis e rejeita sua oferta de amor em Cristo? Se é assim, então você está louco. O mundo hoje está na situação em que está porque Deus está retendo suas bênçãos. Ele não tem direito a elas. Mas Deus não parou por aí. Ele retira sua proteção e suas limitações. "Eu removerei a cerca, e ela será devorada; e derrubarei o muro, e ela será pisoteada." Neste mundo, estamos cercados por forças e espíritos malignos, e só Deus é mais poderoso que eles, capaz de fazê-los recuar e nos proteger. Rejeite Deus e eles atacarão. Pois é o que está acontecendo: eles estão atacando. Todos os inimigos da humanidade estão atacando com um poder enorme e terrível: as
  • 10. forças do mal e do pecado, da imundície, da sugestão e da obscenidade. As limitações da religião se foram, a limitação dada pelo Espírito Santo é retirada, as forças do maligno estão vindo como uma inundação, e a nossa desordem moral cresce de semana a semana. Deus retirou sua proteção porque os homens e as mulheres disseram que não precisavam dela. Mas Deus ainda foi além disso: "Eu vou deixá-la desolada." Ele fará dela um lugar abandonado. Eu interpreto isso como significando que Deus não permitirá que as pessoas sejam felizes neste mundo enquanto permanecerem num estado de rebelião. "Não há paz, diz o meu Deus, para o perverso" (Is 57:21). Assim, o nosso mundo moderno, com sua prosperidade, sofisticação e conhecimento, é um verdadeiro inferno. Por quê? Deus não permitirá que ele tenha sucesso; fará dele um lugar abandonado. Ele está fazendo isso diante dos nossos olhos. A vida não deveria ser assim; ela foi feita para ser como a gloriosa vinha, mas o que vemos são espinhos e sarças e todo o horror que há neles: o sofrimento, a dor a angústia. Este é o quadro do mundo moderno. O escritor deste hino colocou tudo aqui: O orgulho e a glória terrena sua confiança a espada e o templo traíram o que construiu com cuidado e carinho; torre e templo em poeira tornaram-se. – Joachim Neander Assim eu os guiei através deste poema em Isaías, e nós temos visto que é isso o que Deus está dizendo ao mundo. E como fica o final? Aqui está a mensagem: Só há uma esperança para o homem e as mulheres individualmente, e só uma esperança coletivamente. É entender a irracionalidade e a falta de justificativa do pecado, e ir a Deus em penitência e contrição e confessar-lhe e dizer-lhe: "Eu reconheço que estou totalmente errado. Eu estava enganado sobre mim mesmo, como também sobre os outros. Entendo que fui criado por Ti, tenho valor para Ti, não posso viver sem Ti. Reconheço que sou um tolo, agindo como um louco. Senhor, tem misericórdia de mim !" Arrependa-se! Vá a Ele e confesse tudo! Então, vá em frente e diga: "Eu ouvi a tua pergunta. Tu disseste: Que mais poderia ter sido feito além de enviar meu Filho único? E eu respondo: Ó Deus, tu não poderias haver feito mais nada; fizeste tudo em Cristo. Eu me entrego." E Ele estará esperando, desejoso e pronto para recebê-lo.
  • 11. MATERIALISMO Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e ficam como únicos moradores no meio da terra! A meus ouvidos disse o SENHOR dos Exércitos: Em verdade, muitas casas ficarão desertas, até as grandes e belas, sem moradores. E dez jeiras de vinha não darão mais do que um bato, e um ômer cheio de semente não dará mais do que um efa. (Isaías 5:8-10). Vimos que Isaías, no seu quinto capítulo, entregou uma mensagem a seus contemporâneos, os filhos de Israel, na forma de um poema ou quadro. Ele começa apresentando o caso e depois procede particularizando e ilustrando, de uma forma geral, o que dissera. Seu argumento é o de que Israel é um padrão ou exemplar colocado por Deus diante de toda a raça humana, de forma a transmitir sua grande mensagem de que homens e mulheres, na sua rebelião contra Deus, são ignorantes quanto à própria natureza, irracionais, perversos e totalmente inescusáveis. A única esperança para eles é entender tudo isso, antes de que seja tarde demais; arrepender-se e se voltar para Deus, antes que a sua ira desça sobre eles. Aqui está o quadro completo, apresentado em poucas palavras. Ao fazer isso, porém, o profeta continua a nos dar exemplos particulares e ilustrações. Agora, alguém pode muito bem perguntar: Eles são necessários? Há necessidade de nos importarmos com eles? Por que o profeta os coloca em termos de seis "ais"? Por que ele se contentou em apenas entregar a mensagem geral? Existe muita gente que mantém esse ponto de vista. O mesmo argumento é apresentado contra um evangelho pessoal. Algumas pessoas não fazem objeção alguma quanto ao evangelho enquanto estiver no campo geral das idéias, mas, no momento em que se torna pessoal, em que passa ao campo aplicado, quando começa a fazer pressão sobre elas e a chamá-las a fazer algo, criam objeção e deixam de gostar dele. As pessoas, porém, que fazem objeções desse tipo deveriam saber que estão contestando o método bíblico. A Bíblia nunca se detém em generalidades. Ela sempre vai ao particular, e faz isso a fim de nos trazer a verdade diretamente, e produzir em nós uma convicção real. Eu poderia ilustrar isso em muitas diferentes formas. Lembro-me por exemplo, de uma ocasião em que ouvi um eloqüente homem de Estado fazendo um grande discurso sobre "A Santidade dos contratos Internacionais". O tema era a importância de uma palavra séria nas relações. Aqui está um grande princípio. A Grã-Bretanha, naquela época, estava lutando na Primeira Guerra Mundial, e lutava por este princípio. Ao mesmo tempo, porém, em que aquele homem era capaz de falar tão eloqüentemente sobre o princípio geral, por outro lado não estava sendo leal a seu próprio contrato matrimonial. Veja bem: é muito bom ficar entusiasmado com a santidade de contratos internacionais, e falar em torno de idéias gerais. A questão, porém, importante é: Você realmente crê na santidade de contratos? A forma mediante a qual se descobre isso não é pela discussão de princípios e idéias gerais, e, sim, do exame da própria vida. É muito fácil sentar-se e dizer: "Sim, este é um bom princípio." Mas será que você realmente concorda com ele? Você mantém os contratos. – no caso presente, o contrato matrimonial na sua vida e na sua conduta pessoal? Esta é uma das razões para sempre se trazer o
  • 12. assunto do geral até o particular. O particular nos atinge diretamente. Devemo-nos examinar a nós mesmos, porque o particular nos leva a fazer isso. Em segundo lugar, particulares, afinal de contas, são apenas ilustrações do geral. Eles pertencem ao geral, e são um bom modo de ilustrá-lo. Além disso, nós nem sempre visualizamos um princípio até que uma ilustração seja dada. "Ah!" – dizemos –, "agora eu entendi. Eu não conseguia compreender o princípio, mas agora, como você o está colocando num exemplo concreto como este, posso entender exatamente sobre que você está falando." Mas há um terceiro valor nesses particulares, para o qual estou especialmente interessado em atrair a atenção, mediante esta primeira ilustração. É o seguinte: Os particulares, na forma em que temos aqui, se não fizerem nada mais, pelo menos nos mostram que apesar da passagem dos séculos os homens e as mulheres continuam essencialmente o que sempre foram. Agora, se eu construir uma afirmação geral como esta, alguém poderá tomá-la e dizer: "Está muito bem, mas como você nos prova que as pessoas ainda são o que sempre têm sido?" Minha resposta é a de que eu descubro que há 2.800 anos o profeta Isaías tomou seis coisas que estavam palpavelmente erradas na vida de sua nação e na vida de homens e mulheres em pecado e separados do conhecimento de Deus. Creio que será uma tarefa muito fácil para eu mostrar que esses são os principais problemas enfrentados por todas as nações do mundo atual. Os particulares nos ajudam a ver, de uma forma como nada conseguiria mostrar, que o pecado é ainda pecado, e que os seres humanos ainda são exatamente como sempre foram através de toda a sua história conhecida e registrada. Em outras palavras: vou mostrar que as características da vida de então continuam a ser as mesmas da vida atual. Os particulares são apresentados aqui em forma de 'ais'. "Ai daqueles", diz o profeta. Por que Deus está preocupado? Por que Deus iria punir a nação de Judá? Se vocês estão em dúvida, diz o profeta, eu lhes vou contar com mais detalhes. É que vocês são culpados dessas coisas todas. Esses são os particulares que justificam o veredicto geral de ira e condenação. Em primeiro lugar, "Ai daqueles que adicionam casa a casa, somam campo a campo, até que não haja mais lugar, e eles sejam os únicos no meio da Terra! Aos meus ouvidos falou o Senhor dos Exércitos: na verdade, muitas casas ficarão desertas, mesmo as grandes e belas, sem habitantes. Sim, dez acres de vinhedos darão um bate" – seus dez acres produzirão apenas a porção de um dedal. "Um ômer de semente" – em lugar de produzir uma colheita abundante – "não dará mais do que um efa". Que é que o profeta está censurando aqui? Referente a que Deus está pronunciando este "ai"? A resposta é: sobre o materialismo ou mundanismo. Naquela civilização antiga, é claro, era uma questão de casas e campos. Aquele era o estilo de vida em que eles viviam: Israel era, acima de tudo, uma comunidade agrícola. Assim são esses pontos apresentados no imaginário do Velho Testamento, em termos de casas, campos e animais. O princípio, porém, é o que interessa. Se não servir para mais nada, serve para mostrar que homens e mulheres continuam a ser o que sempre foram: o pecado continua sendo pecado; nada mudou. Não há ninguém mais cego do que a pessoa que diz: Eu não vejo como o Velho Testamento possa estar-se referindo a mim. Não vê? Eu espero poder mostrar que tem tudo a ver, porque, embora você esteja vivendo nos dias de hoje, você é exatamente igual ao que eram as pessoas 800 anos antes do nascimento do Senhor Jesus Cristo. O problema, em primeiro lugar, era materialismo, e nós ainda o enfrentamos, exatamente como antes. Evidentemente que nosso estilo de vida mudou. Talvez para a maioria de nós as casas sejam mais importantes que os campos, mas esta é uma mudança apenas superficial. Agora nós
  • 13. pensamos mais em termos de dinheiro e daquilo que ele pode comprar: propriedades, mercadorias enfim, tudo o que se torna nosso como resultado do seu uso. Aqui está a essência do problema moderno. O Cristianismo é como um artigo barato de liquidação no qual as pessoas não estão interessadas. Apenas 10% têm algum interesse, e, ainda assim, a metade deles está em dúvida, para se dizer o mínimo. Qual é o problema com os outros 95%? O problema é que, exatamente como o povo de Israel deu as costas a Deus, os homens e as mulheres deste século fizeram o mesmo, mostrando interesse tão-somente em posses materiais. E, é claro, tudo no mundo promove o materialismo. Ele é encorajado por todos os partidos políticos. Na verdade, eles fazem isso visando a angariar votos, porque conhecem seus constituintes muito bem: sabem perfeitamente que o candidato que fizer mais promessas é o que tem mais possibilidades de se eleger. Não é necessário ser psicólogo para depreender isso. Os políticos competem uns com os outros, oferecendo mais e mais, e afirmando que a sua oferta é melhor que a de qualquer outro. E todos dizem a mesma coisa. Eu acuso todos eles de encorajarem um forte espírito de materialismo, e terem muito pouco interesse em princípios. Não estou querendo dizer que não deveríamos ter políticos; alguém tem que governar o país. Que bom seria, porém, se tivéssemos políticos que se preocupassem com a verdade, os princípios, a moralidade e um viver correto, e não apenas com regras políticas que só induzem à lascívia e aos desejos materiais ou lúbricos de homens e mulheres! Tudo por nada! Também os jornais talvez sejam até os maiores culpados de encorajar essa atitude. Por isso mesmo, são uma das piores influências no mundo, sempre dando a impressão de que a vida gira em torno de dinheiro e posses: sempre desfilando esse princípio nefasto diante de nossos olhos. Você encontra exatamente isso em toda a mídia: televisão, rádio e tudo o mais. O mundo inteiro está pregando o materialismo, porque não está de modo algum interessado no espiritual. Ele nos diz que temos de nos concentrar nesta vida, no agora e já. O fato é que se julgam muito inteligentes, ao debocharem de atitudes que parecem "voltadas para o alto", falando sobre coisas práticas e pessoas que – dizem eles – "têm os pés no chão e a cabeça no lugar". O problema, porém, não está de fato com os assim acusados de "desligados do mundo". Ele acontece porque homens e mulheres são fracos, não pensam, não sabem como raciocinar. Deixe-me provar minha argumentação. Um "ai" foi pronunciado, então vamos examiná- lo do modo como está revelado. Aqui está a coisa da qual as pessoas se gloriam hoje: a perspectiva materialista. Quais são as suas características? A primeira que precisamos notar é sua pequenez. Que vidinha! Imagine identificar a vida com um certo número de casas ou campos! Mas é isso mesmo o que as pessoas fazem! É dessa forma que elas expressam sua filosofia de vida, sua visão de si mesmas: ser bem-sucedido é possuir mais e mais! Há uma ótima ilustração sobre isso na Bíblia; você a encontrará no capítulo 12 do evangelho de Lucas. Jesus estava pregando um dos seus mais místicos sermões, que jamais pregara, sobre o relacionamento de homens e mulheres com Deus. Ele estava falando de tempo e eternidade. Ele os estava prevenindo para que não o negassem, mas, pelo contrário, fossem verdadeiros com ele. E também os avisava sobre a blasfêmia contra o Espírito Santo. Aí nós lemos: "Um do grupo Lhe disse..." – no momento em que Jesus parou como que para tomar ar, um homem se saiu com esta: "Mestre, fala com meu irmão que divida a herança comigo'. E ele respondeu: 'Homem, quem me fez juiz ou testamenteiro entre vocês?'" (v.13,14) Então, ele se voltou para o grupo e disse: "Tomem cuidado com a cobiça; porque a vida de um homem não consiste da abundância das coisas que ele possui." Por que o Senhor falou desse modo? A resposta é perfeitamente óbvia. Aqui está Jesus falando sobre coisas de suma importância, e sobre os grandes mistérios e maravilhas da vida e da eternidade. E ali está um homem na congregação, cara a cara com o Filho de Deus, sem, porém, estar realmente ouvindo o que ele diz, por que não? Porque para ele o que importava não
  • 14. era o relacionamento com Deus e com o céu, a relação da alma com o Espírito Santo, mas uma herança! Há uma disputa entre ele e seu irmão sobre um terreno ou algumas casas, de forma que, no momento em que o Senhor faz uma pausa, ele interrompe com seu pedido: "Fala com meu irmão para que divida a herança comigo." Então, o Senhor diz: "De fato, você acha que eu vim a este mundo, e estou agüentando tudo o que estou passando para resolver probleminhas como esta divisão de herança, esta disputa sobre propriedades e dinheiro? Você acha que eu vim do céu para isso?" Mas esta é a visão da vida para muitas pessoas. Que determina uma pessoa? O tamanho da casa, a quantidade de dinheiro no banco, as mercadorias e disponibilidades. Hoje, nós chamamos isso de "símbolos de status". Isso é o que se supõe que faça uma pessoa parecer grande. Que concepção de vida! Que concepção sobre o valor de homens e mulheres! Esta é uma visão extremamente pequena, abismalmente minúscula! A vida de uma pessoa, o ser e a existência reduzidos às coisas que podem ser compradas com dinheiro! Mais uma vez, afirmo que, se eu não tivesse outra razão para ser um cristão, isso já seria o suficiente para mim. A visão não-cristã da vida faz de nós criaturas minúsculas, porque nos estima e nos julga segundo aquilo que possuímos, não considerando nada sobre nossa alma, espírito e o que nos liga a Deus e às possibilidades da eternidade. Ela não sabe nada sobre essas coisas. É um insulto à natureza humana. Mas não apenas isso; ela é também totalmente degradante. Nosso Senhor, mais uma vez, retrata isso perfeitamente. Ele continua dizendo: "Porque onde estiver o teu tesouro, ali estará o teu coração" (v. 34). Trata-se do mesmo problema: Que vamos comer, que vamos beber, como nos vamos vestir? Todas essas coisas as nações do mundo - os ímpios – buscam. É claro que buscam, e sempre buscarão, porque é isso que determina a "vida" deles. De forma que a competição continua: meu vestido – o vestido da outra mulher; minha casa –, a casa do outro; os campos, os carros.e todas as outras coisas. E as pessoas não conseguem dormir em razão da preocupação, da ansiedade, do ciúme, da inveja, da rivalidade e da disputa. Que, na verdade, faz um homem e uma mulher? Que é a vida? Símbolos de status? O número e o valor das coisas que possuem?! Não há nada errado em possuir coisas. A Bíblia não é irracional. Existem coisas que são necessárias, talvez essenciais, e a Bíblia não as proíbe. Mas, quando você põe seu coração nelas, quando busca sua identidade mediante elas, e quando não pode viver sem elas, então você se torna um escravo, é o que diz a Bíblia. As pessoas podem possuir coisas, mas, quando são possuídas por elas, isso nada mais é do que absoluta escravidão; é totalmente degradante. Nosso Senhor diz o seguinte sobre isso: "A vida é mais do que comida, e o corpo é mais do que vestuário" (Lucas, 12:23). A vida é que é, realmente, importante; e a alma. Não a roupa, nem o alimento, nem a casa, nem os campos, nem as posses. Mas veja o terrível elemento de cobiça que o profeta enfatiza aqui: "Ai daqueles que acrescentam casa a casa, campo a campo, até que não haja mais lugar e eles sejam os únicos no meio da Terra!" Isso é avareza, é claro, nada mais do que cobiça, e, uma vez que você se envolve com isso, nunca se satisfaz. Este é o sentido da cobiça: uma "afeição desordenada". Uma afeição, um desejo, está bem, mas, quando se torna desordenado, então está errado; significa que você é governado e controlado por ele, e nunca se sentirá totalmente satisfeito. A cobiça caracterizava o povo no tempo de Isaías, e o mundo moderno está hoje cheio dela. Mas devo enfatizar um aspecto em particular, que é o do egoísmo. "Ai daqueles que adicionam casa a casa, campo ao campo, até que não haja mais lugar, até que" – note bem – "eles sejam os únicos no meio da Terra!" Que não haja mais ninguém! "Eu comprei todas as
  • 15. casas, ou, pelo menos, consegui controlar quase todas, e tenho todos os campos. Sou só eu no meio de tudo isso; possuo tantas coisas que não vejo mais ninguém; e espero que isso me dê um pouco de prazer." O cúmulo do egoísmo! Ninguém mais tem valor além de eu mesmo! Leia outra vez a história da vinha de Nabote (I Reis, 21). O rei Acabe tinha muitos vinhedos, e havia um homenzinho que só tinha um. Seu nome era Nabote. Sua vinha era uma propriedade da família. Ele não era um grande proprietário; só tinha essa vinha onde seus pais, avós e ancestrais haviam trabalhado. O rei queria o lugar porque ficava perto de seu palácio, e ele planejava transformá-lo num jardim de ervas aromáticas. Mas Nabote, muito justamente, não estava preparado para vendê-la ou negociá-la, porque a terra fora dada à sua família por Deus como herança e parte na terra prometida. Vendê-la seria desobedecer à ordem expressa de Deus. Se assim fizesse, ele estaria quebrando o tratado com Deus (Levítico, 25 :23). O rei, porém, não conseguia dormir; nem podia comer. Ele estava infeliz, e – como um bebê – virou a cara para a parede. Aí veio sua mulher, a sutil Jezabel, e disse: Vamos, aja como um homem. Não é você quem manda? Eu vou conseguir o terreno para você. Então, ela planejou o assassinato daquele inocente pobre homem, Nabote. Eles, claro, pensaram que tudo seria maravilhoso. 'Nabote está morto; vá e aproprie-se da vinha.' E Acabe foi para lá. Mas quando você lê essa história, veja o veredicto de Deus. O julgamento de Deus se cumpriu literalmente, com o terrível fim do rei Acabe, e o fim ainda mais terrível de Jezabel, aquela mulher maquinadora – e maquiavélica, diríamos hoje! Esta é a história. Mas note o quanto de egoísmo ela envolve. A falha de Acabe de não considerar ninguém mais além dele. Quem é Nabote? De que valem seus sentimentos pessoais? De que vale seu orgulho de família? Nada interessa além da minha família, minha grandeza! Que direito tem Nabote de recusar-se a vender? Eu vou tomá-la! Este é o problema com o mundo. Este foi exatamente o problema, por exemplo, de Hitler. Ele o chamou de Lebensraum; esta grande nação alemã precisava de mais espaço para se expandir, e Hitler não se satisfaria com coisa alguma menos do que o mundo todo. Igualmente, os assim chamados conquistadores mundiais são motivados pelo mesmo espírito de egoísmo. Eles não pensam em ninguém mais, a não ser neles mesmos: querem ser os únicos. Isso não se aplica apenas a tiranos, mas ao indivíduo. Não é esta a maior causa das disputas trabalhistas? Elas podem ser sempre justificadas? Houve um tempo em que eram mais do que justas, quando as pessoas ainda não recebiam salários decentes. Eu vivi essa época nos anos 30. Comecei meu ministério imediatamente depois da greve geral e dos seis meses de greve dos mineiros em 1926, e vi homens, mulheres e crianças à beira da morte por desnutrição. Foi um escândalo! Mas não é mais assim. Agora as pessoas, mesmo sendo bem pagas, ainda fazem greve. Por quê? Mais uma vez, em razão de procura de status. Apesar de ganharem bem, se alguém ganha mais ainda, então por que não tentar?... Assim se pode arriscar todo o futuro industrial da nação. Mas que interessa a nação? O que imporia sou eu, e este é o princípio, o espírito que existe entre os trabalhadores e também entre os patrões. Vale para ambos os lados. Todos querem o seu. Estamos todos, por natureza, defendendo interesses pessoais, e tudo não passa de uma manifestação de puro egoísmo. Que interesse tem o sentimento das outras pessoas? E que importância têm os sentimentos de uma esposa e dos filhos, se a sensualidade de um homem precisa de ser satisfeita? Daí, as mágoas e os problemas da vida moderna. O espírito de egoísmo que impera é uma expressão desta perspectiva ímpio-materialista sobre todos os aspectos da vida.
  • 16. Mas deixe-me tratar de algo mais importante. Nós vimos a análise do problema pelo profeta. Qual é, porém, a causa real? Que leva a isso? E a resposta é muito simples: "Aos meus ouvidos" proclama o profeta – "diz o Senhor dos Exércitos..." (v. 9) O profeta percebe que está errado; mas como chega a essa conclusão? Ah, Deus sussurrou nos ouvidos dele! Deus falou e o profeta ouviu ! Ele creu, ele viu o que era o certo, e então passa a mensagem adiante. Mas o problema com o homem é que ele se esquece de Deus. Deus não está presente em sua vida mental. Esta é a essência do problema do homem e da mulher modernos, que os leva a todos os dilemas e infelicidade. Eles se esqueceram de Deus. É aí que está o erro. Muitas pessoas pensam que estão praticando princípios cristãos. Mas isso não vai adiantar nada se eles se esquecerem de Deus. Você pode ver o Sermão da Montanha como um tipo de filosofia e dizer: Temos que fazer com que patrões e empregados apliquem esses princípios. Não adianta! Se as pessoas não se lembrarem de Deus, os princípios, por si, não vão funcionar. Homens e mulheres vêem a si mesmos como seres autônomos. Eles pensam que são o centro da vida. No momento, porém, em que dão as costas a Deus eles se fazem de deuses: tornam-se o centro da vida, o centro do universo, os determinantes do próprio destino, seus donos e senhores. Então, decidem o que é o certo e o errado. E é isso que está acontecendo no mundo no tempo presente. Este foi o pecado original do homem. Como já vimos, ele foi colocado neste mundo, no Paraíso, por Deus. Mas o diabo veio e disse: Deus disse isso? Sim, disse o homem. Que direito ele tem de dizer alguma coisa? Vamos dar-Lhe as costas. Nós mesmos decidiremos! Foi assim que todos os problemas começaram na vida da humanidade. O pecado original foi o pecado de esquecer Deus. Adão e Eva deram as costas a Ele – daí os problemas. "Aos meus ouvidos, disse o Senhor dos Exércitos" – e esta é a mensagem da Bíblia e de Deus para o mundo. Deus ainda tem o controle. O mundo pertence a Ele e ainda está em suas mãos; nosso tempo está totalmente em suas mãos. O povo de Israel no livro de Isaías deu as costas a Deus e passou a viver como se ele não existisse. Mas isso não faz a mínima diferença. Deus é e permanece o mesmo. Ele está em toda parte e o mundo ainda é seu. Ele se inclina para baixo e fala. E o que fala é que, visto que o mundo é Seu, a coisa mais importante para nós é saber alguma coisa sobre Ele. Porque nós nunca conheceremos a nós mesmos até que conheçamos algo sobre Ele. Só começamos a nos conhecer quando entendemos que somos feitos à imagem de Deus. Além disso, Deus revelou seu caráter. Ele é santo, justo e reto. Ele é um Deus de eqüidade, um Deus justo. "Deus é luz, e nele não há trevas" (I João 1:5). E como Ele é o criador e controlador do mundo, é também o juiz do mundo. Aqui está uma mensagem para nós. Se homens e mulheres continuam a viver como se não houvesse Deus, eles se insultam e a própria natureza; eles se rebaixam, se pervertem, se tornam vis. E o tempo todo Deus os está vendo. Lembre-se: "Aos meus ouvidos diz o Senhor dos Exércitos" – o Senhor dos exércitos celestiais; o Senhor e Mestre de todos os seres angelicais, poderes e potestades; o Senhor que é onipotente e cujo poder não tem limite algum; o Senhor que é absoluto e reina e governa sobre tudo. "O Senhor reina; tremam os povos" (Salmos 99:1). Esta é a mensagem, seu anúncio. Ele é o Senhor de poder ilimitado, autoridade e controle. Não há nada que Ele não possa fazer.
  • 17. Além disto, Ele já declarou a sua vontade. Deus declarou, através dos séculos, que esta vida de materialismo, de pequenez, egoísmo e cobiça é uma abominação à sua vista. "Não há paz, disse o meu Deus ao perverso." Você encontrará esta afirmativa duas vezes nesta profecia de Isaías (em Isaías, 48:22 e 57:21), e eu sinto que esta é uma palavra da qual nossa geração necessita muitíssimo. Não importa quão inteligente você é, quão capaz ou quão próspero; se você for mau, você não terá paz. Você pode acrescentar casa a casa, campo a campo, pode imitar Acabe e Jezabel, mas você não terá paz. O Senhor assim garante. Agora quero levá-lo um passo adiante. Deus não apenas diz isso, mas atua de acordo com seu pronunciamento. Assim, o mundo se torna culpado não apenas de esquecimento em relação a Deus, mas igualmente de esquecimento da história. Quando aprenderemos a partir da história? Atrás de nós há uma grande história mundial. Então, veja e examine, e tente aprender com ela. Apesar de Hegel, filósofo alemão, não haver sido cristão, disse: "A História nos ensina que a História não nos ensina nada." Você pode pensar que as duas grandes guerras mundiais nos ensinaram alguma coisa, mas elas não nos ensinaram nada. Os homens e as mulheres são ignorantes da história, porque, se não o fossem, eles se comportariam de maneira bem diferente. "Ai daqueles" – diz o Senhor dos Exércitos! E é isso que ele tem dito desde o começo. A geração anterior ao Dilúvio deu as costas a Deus. "Como era" – diz nosso Senhor – 'nos dias de Noé..." (Lucas 17:26). "Eles comiam, bebiam, casavam-se, davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e o Dilúvio veio e os destruiu a todos" (Lucas, 17 :27). A raiz do problema da geração antes do Dilúvio era, na verdade, o materialismo. Deus não importava a ninguém. Eles Lhe haviam dado as costas; podiam viver melhor sem Ele. E assim, em lugar de adorarem a Deus, e serem guiados por Ele, estavam comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, exatamente como fazem hoje. Eles não tinham jornais naquele tempo, mas todo mundo estava falando sobre isso: "casando e dando-se em casamento" : "Esse homem arranjou outra mulher..." O mundo, antes do Dilúvio, estava cheio desse tipo de coisa. E Deus disse que isso é abominação: "Toda a imaginação dos pensamentos do coração do homem é continuamente má" (Gênesis, 6:5). Então, Ele disse: "Eu destruirei o homem" (Gênesis, 6:7) – e o fez! Isso é História. Igualmente o mesmo aconteceu em Sodoma e Gomorra. Não preciso de relembrar-lhe: o próprio nome "Sodoma" fala por si. E Londres é uma Sodoma. Tanto a alta quanto a baixa sociedades estão vivendo, nos dias de hoje, como em Sodoma. Materialismo! Que vida maravilhosa! Ló fez essa escolha, achando que estava sendo mais inteligente ao trocar seu tio Abraão pelas colinas para criar suas ovelhas. Ah, esta vida das cidades nas planícies! Sociedade! Civilização! Que maravilha! Mas Deus disse o que pensava sobre aquilo e cumpriu o que dissera. Eu já contei o que aconteceu com Acabe, rei de Israel, e sua mulher Jezabel. Seu crânio se partiu e o corpo dela foi comido pelos cães. Um final horrível tanto para o marido como para a mulher! Esta é a grande história que se desenrola na Bíblia. Grandes nações aparecem – Assíria, Babilônia – que não criam em Deus mas nelas mesmas e em sua riqueza e poder. Deus viu tudo isso, e permitiu que elas fossem até um certo ponto, e então "as assoprou", e elas se foram! Babilônia! Grécia! Onde estão elas? O Egito já foi uma das maiores nações do mundo, com uma civilização impressionante. Olhe para ela agora, e veja como tem sido através dos séculos. Roma! Onde está sua grandeza? Grécia! Todos esses grandes impérios! Toda tentativa de dominação mundial terminou da mesma forma. Tudo está perfeitamente condensado no homem, que naturalmente falando, foi um grande homem: o imperador Napoleão. Ele saiu a conquistar o mundo, e onde foi parar? Confinado em uma ilhota no Atlântico Sul! Que resultado diferente daquele com que sonhara! Que final oposto ao que tanto ambicionara! Não: Deus diz e Deus faz.
  • 18. E ele continua a dizer: Deus vai punir esta era materialista. Ele já está fazendo isso; transforma tudo em desolação. Homens e mulheres dizem: "Eu vou juntar casa e mais casa, campo e mais campo..." "Na verdade" – diga isso a eles: diz o Senhor – "muitas casas estarão desertas, até as grandes e belas, sem habitantes." Suas mansões se tornarão ruínas; não haverá homem ou mulher lá; os animais e a hera estarão lá; traça e ferrugem estarão lá. Desolação! E Deus fará isso. Há uma extraordinária afirmativa sobre tudo isso em Isaías 45:7: "Eu formo, a luz e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas." Que Ele quer dizer quando diz que cria o mal? Não é que Ele crie erradamente, mas que permite que venham as conseqüências más do pecado. Deus diz: Vocês ajuntam campos e casas; eu as tornarei em desolação. Quando o homem e a mulher pecaram, Deus amaldiçoou a Terra, e, apesar de todas os seus frenéticos empreendimentos e organização brilhante, desde então, através de todas as suas ambiciosas civilizações, eles não podem ver-se livres da maldição os espinhos, a sarça, a traça e a ferrugem! Então, o Senhor adverte: "Não ajuntem tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem corrompem, onde os ladrões roubam..." (Mateus 6:19) Isso é a vida neste mundo! Faça o que você quiser, mas você não poderá impedir que a traça e a ferrugem, sem que se note, subitamente comecem a fazer seu trabalho insidioso, e o que você construiu seja desolado, porque Deus amaldiçoou a Terra, e manifesta seu juízo desta forma. Existem terríveis exemplos disso nos dias de hoje. Um dos maiores medos e ansiedades de alguns dos cientistas mais proeminentes no mundo de hoje é o medo da fome, o medo de morrer por desnutrição. Por quê? Existem duas razões principais. Uma é o crescimento fenomenal da população mundial, o número de bocas a serem alimentadas; a outra é a falta de alimento – e é aqui que o princípio que estamos considerando se aplica. Uma das grandes causas deste problema é a erosão do solo, como acontece nas regiões desérticas do continente americano. As pessoas que foram para lá no passado encontraram um rico solo virgem. Elas queriam fazer fortuna, então colheram um ano atrás do outro, sem repor nada no solo. Pensavam que podiam extrair tudo que quisessem, e que isso duraria para o resto da vida! Cortaram, então, todas as árvores, que eram a proteção natural e fonte de alimento do solo. E acabaram com tudo. Quanto mais terra melhor! – pensaram. Arranquem os troncos, criemos grandes fazendas e maravilhosos pastos. Vamos aproveitar tudo que pudermos! E assim fizeram, até que não ficou mais nada, a não ser poeira: "dustbowls" (regiões desérticas). E assim, neste maravilhoso século XX, quando homens e mulheres se fizeram, e quando o conhecimento científico está tão adiantado, nosso maior problema é a fome. Não é irônico? Sim, mas é apenas o cumprimento da mensagem bíblica. Se você tem terra e começa a juntar mais e mais sem Deus, verá que seus maravilhosos campos se tornarão assim: "Dez acres de vinhedos darão um bate" – ridículo! – "e a semente de um ômer" – em lugar de se multiplicar quase que infinitamente – "dará apenas um efa." Você semeará grandes quantidades, mas o terreno estará tão desgastado que ficará improdutivo. Essas coisas acontecem! Elas não são como nós pensávamos que seriam. Qual é o grande problema nos Estados Unidos hoje? Bem, é o problema racial, Mas como ele começou? Por que existe um problema racial? Por causa da escravidão! Quiseram fazer dinheiro rapidamente, e isso se faz quando se tomam outros para serem escravos. Você os compra por uma miséria e eles fazem o trabalho em troca de nada. Que maravilha! – disseram aqueles homens há 200 anos, durante a Guerra Civil. Perfeito! Nós vamos ter o trabalho em troca de nada, e vamos fazer grandes fortunas!
  • 19. Completou-se o círculo, e a situação do negro é um grande problema hoje. O problema foi criado pela ambição, pela avareza, pelo materialismo, pelo erro de não se submeterem os homens total e absolutamente a Deus. Vemos, assim, um exemplo deste princípio em geral, e, em termos, de países. Mas também é verdadeiro em termos de indivíduo. "Não há paz, diz meu Deus, para o perverso" (Isaías 57:21), e se você tentar viver uma vida materialista e banir Deus de seus pensamentos, você descobrirá que nunca estará satisfeito, nunca. Sempre haverá alguém que tem mais; ou você sentirá que não está tendo seus direitos respeitados; ou um ladrão assaltará; ou a traça e a ferrugem corroerão, e você pensará que está perdendo as coisas – e está mesmo –, e aquilo a que você dá valor não mais conta, sai de moda, e você fica sem 1 centavo. É assim a vida. Aí, você chega ao fim da vida, e que você tem? Nada! "Nu saí do ventre de minha mãe, e nu voltarei para lá..." (Jó 1:21). Eu não posso levar essas coisas comigo. Afinal de contas, não passo de uma alma, mas eu negligenciei a mim mesmo. "Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Marcos 8:36) Ele não nos permitirá que estejamos satisfeitos com coisas, porque Ele nos fez para si mesmo, e nós estamos além delas. Deus não permitirá que assim façamos, porque estaremos nos insultando. Ele assoprará sobre tudo e fará uma desolação, e no final estaremos sem esperança, e desesperados. "Ai daqueles" – diz Deus, o Senhor dos Exércitos. É o que ele promete certamente. Ele está fazendo diante de nossos próprios olhos hoje – nacionalmente, internacionalmente e individualmente. Existe alguma esperança? Alguma saída? É claro! Foi por isso que Deus mandou o profeta. Apesar de isso ser verdade sobre nós, de sermos tão tolos a ponto de nos diminuirmos, e nos insultarmos, e desfigurarmos a imagem de Deus, Ele, em seu grande e glorioso amor, não nos abandona. Sua mensagem não é apenas uma mensagem de ira; há, também, uma mensagem de misericórdia. Ele levantou esses profetas para chamar a nação ao arrependimento: para que repensassem, vissem o que estavam fazendo, e, antes de que fosse tarde demais se voltassem para Ele e Lhe dessem ouvidos, a fim de que pudessem ser abençoados. E Ele faz o mesmo conosco hoje. Esta é a sua mensagem para este mundo moderno, esta era materialista, que já está começando a ver as flores murchando em suas mãos, e todos os seus refulgentes prêmios se transformado em objetos baratos. Não gaste seu tempo pensando em coisas; não insulte a você mesmo dizendo que a vida consiste na abundância de coisas que possui (Luc. 12:15); não se torne um caçador de símbolos de status. Você é um homem, uma mulher! Não gaste seu tempo perguntando: "Que vou comer? Ou: Que vamos beber? Ou: Com que nos vestiremos?" (Mat. 6:31); nem: "Quantas casas temos conseguido comprar? Quantos terrenos? Qual tipo de carro podemos ter? De qual loja comprar?..." Não se preocupe com todas essas coisas que as pessoas vêem como sendo vitais. Pare! – diz o Filho de Deus. "Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça" – busque isso em primeiro lugar – "e todas as [outras] coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6:33).Você terá suficiente e mais do que suficiente, para satisfazê-lo enquanto estiver neste mundo; começando por sua alma, estará bem com Deus, e, assim, terá sucesso no seu tempo de vida, na morre e através das incontáveis eras eternas. O Filho de Deus veio a este mundo para nos angariar uma grande herança. Quando ele ressuscitou dos mortos, derrotando todos os nossos inimigos, sabe o que ele fez? De acordo com o apóstolo Pedro, "Ele nos gerou outra vez para uma viva esperança pela ressurreição de Jesus Cristo dos mortos (I Pedro 1:3)", "para uma herança incorruptível, pura, e que não se apaga,
  • 20. reservada nos céus..." por Deus para todos os que crêem em Cristo" (I Pedro 1:4). Se seu tesouro está neste mundo, quando você morrer você não terá nada. Mas se você "buscar primeiro o reino de Deus, e sua justiça" receberá a herança, que é incorruptível e indestrutível. Deixe que o mundo enlouqueça num cataclismo final e se destrua a si mesmo; você sabe que "Sua vida está escondida com Cristo em Deus" (Colossenses 3:3), e sua herança nunca se extinguirá.
  • 21. MANIA DE PRAZER Ai dos que se levantam pela manhã e seguem a bebedice e continuam até alta noite, até que o vinho os esquenta! Liras e harpas, tamboris e flautas e vinho há nos seus banquetes; porém não consideram os feitos do SENHOR, nem olham para as obras das suas mãos. Portanto, o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento; os seus nobres terão fome, e a sua multidão se secará de sede. Por isso, a cova aumentou o seu apetite, abriu a sua boca desmesuradamente; para lá desce a glória de Jerusalém, e o seu tumulto, e o seu ruído, e quem nesse meio folgava. Então, a gente se abate, e o homem se avilta; e os olhos dos altivos são humilhados. Mas o SENHOR dos Exércitos é exaltado em juízo; e Deus, o Santo, é santificado em justiça. Então, os cordeiros pastarão lá como se no seu pasto; e os nômades se nutrirão dos campos dos ricos lá abandonados. (Isa. 5:11-17). Vemos aqui o segundo dos 'ais' pronunciados pelo profeta Isaías sobre seus conterrâneos e contemporâneos, o que nos leva a considerar a segunda manifestação do problema básico da raça humana. Por que a ira de Deus permanece sobre o mundo hoje? Por que o mundo está do jeito que está? Bem, a segunda causa do problema é quase tão grande quanto o materialismo. São coisas que andam juntas. São diferentes manifestações do mesmo problema fundamental. A segunda causa é o que descreveremos como 'mania de prazer', imoderação quanto ao prazer! É isso que vamos considerar nesses versículos. Aqui, elas são apresentadas particularmente em termos de bebida - "bebida forte" – e música. Mas é claro que aquilo com que o profeta e toda a mensagem bíblica estão preocupados não são os prazeres particulares, e, sim, o fato de homens e mulheres serem culpados dessa mania de prazer. Não é a questão da bebida ou da música, ou seja lá o que for. O importante é que homens e mulheres estão embriagados pelo prazer, e vivem fanática e exclusivamente para ele. É evidente, porém, que até mesmo os detalhes dados pelo profeta sobre o que acontecia oito séculos antes do nascimento de Cristo ainda são basicamente iguais aos do mundo de hoje. Não é apenas o beber, mas a bebida – cada vez mais –, e tudo que a acompanha. Qual é um dos mais populares slogans da era em que vivemos? No que as pessoas que não crêem em Deus, em Cristo e nas Escrituras, acreditam? Como é essa vida maravilhosa que lhes é oferecida? Não é essa tão insensata e frivolamente celebrada – "vinho, mulher e música"? Então, a descrição dada pelo profeta soa curiosamente contemporânea. Ele menciona "banquetes". Isso também é bastante contemporâneo. Comer! Festejar! Dar festas ! O tipo de vida que está aqui resumida em pormenores. Antes que passemos à análise detalhada do profeta sobre essa perspectiva de vida, podemos notar dois pontos gerais que estão aqui bem na superfície. Você pode ver que Isaías faz um parêntese para enfatizar que isso é verdadeiro para todas as classes da sociedade. Este é um ponto muito importante porque é um princípio bíblico o fato de que todos os homens e mulheres são a mesma coisa para Deus e são culpados dos mesmos pecados. É claro que nós nos dividimos em grandes e pequenos, ricos e pobres, cultos e ignorantes, marxistas e capitalistas, e tudo o mais. Isso, porém, é totalmente irrelevante porque você encontra pessoas em todos esses grupos e partidos fazendo exatamente a mesma coisa.
  • 22. Veja como o profeta apresenta este ponto. Ele diz: ".,,os seus nobres terão fome e suas multidões secarão de sede". Você pode dividir a sociedade assim, O mundo faz isso: poucos nos altos círculos da sociedade e as massas. Veja outra vez no v. 14: "a glória de Jerusalém", quer dizer: dos grandes homens; os grandes homens da nação são a glória daquela nação – "a sua glória e sua multidão" outra vez a mesma divisão – "e sua pompa, e aquele que se regozija descerão para lá [para o inferno]". Da mesma forma no v. 15 ele se mostra preocupado com isso. "O homem mau será abatido e o poderoso será humilhado." Vale para todos. A mensagem do Evangelho vale para todos; não reconhece divisões ou distinções. "Não há grego nem judeu (...) bárbaro, cita, escravo ou homem livre" (Colossenses 3:11), conservador, liberal, socialista – não importa. Não importa seu país ou a cor da sua pele: "Todos pecaram"! (Romanos 3:23) Todos são culpados: classes alta, baixa, mau, anônimo ou poderoso. Este é um ponto tremendo. É por isso que a pessoa que tem uma visão bíblica da vida julga tudo mais superficial. Algumas pessoas dizem: "É isso o que eu acho; o problema são as outras pessoas." São sempre os outros! Mas o problema é de todos. Está em todas as classes, todos os grupos, todos os homens e todas as mulheres. É por isso que tudo o mais se torna irrelevante: todos os diferentes tipos de divisões. A questão não é totalmente por causa do trabalhador, nem totalmente por causa dos empregadores. Os dois lados são culpados de, precisamente, a mesma coisa. Não importa muito se você bebe vodca, uísque, cerveja ou cachaça; o fato é que você ingere bebida alcoólica. É simplesmente isso. Em segundo lugar – e isso é estarrecedor, o que mais espantou o profeta –, eles estavam- se comportando assim num tempo de terríveis problemas. Deus levantou uma sucessão de profetas para falar a esta nação por causa do seu estado e condição. Eles estavam equivocados politicamente, militarmente, moralmente, e em muitas outras coisas. Sobre o que lhes acontecia, estavam vivendo desse modo. Ele apresenta a situação bem claramente: Ai dos que se levantam cedo de manhã e seguem a bebida forte e continuam até a madrugada, até que o vinho os inflame! A harpa, a lira, os tamborins e as flautas estão em seus banquetes; porém, não consideram os feitos do Senhor nem as obras. de suas mãos. Para mim, esta é uma das coisas mais espantosas sobre os homens e mulheres em pecado. Quase todos os dias na primeira página dos jornais populares você encontra exatamente o que o profeta diz aqui. Você já notou? De um lado você lê sobre uma grande crise – problema em algum país, talvez uma ameaça de guerra, algo que pode levar a uma calamidade ou alguma coisa desesperadamente séria –; então, na mesma página, em outra coluna, está impresso algo totalmente trivial ou fútil, infantil e quase ridículo. Mas está lá na primeira página! Por quê? Porque, apesar da crise, apesar das circunstâncias, homens e mulheres ainda estão interessados no prazer. Você já notou aquela curiosa falta de senso de proporção? Não é novidade, acontecia com o povo de Israel. Não é apenas Nero que se diverte enquanto Roma pega fogo. Isso sucedeu durante a Primeira e a Segunda Grandes Guerras. Apesar de que tudo estivesse aparentemente em perigo, homens e mulheres ainda continuavam a beber, dançar e fazer tudo o mais. Esta é a coisa mais curiosa sobre as pessoas em pecado: elas são tolas a ponto de pensar que podem comportar-se deste modo, em tal tempo, sob tais condições e circunstâncias. Não é assombroso que, com o mundo do jeito que está, com tantos cientistas não-cristãos nos dizendo que ele está em perigo, tanta proeminência seja dada a coisas que correspondem à descrição apresentada aqui da vida em Israel, oito séculos antes do nascimento de Cristo? Esta, então, é a essência do problema, e esta é a coisa que devemos agora confrontar e juntos analisar. Então, vejamos esta "mania de prazer": não se pode chamá-la de outra coisa.
  • 23. Quais são as suas características? A primeira que está enfatizada, é claro, é que homens e mulheres vivem para o prazer – "... se levantam cedo de manhã e seguem a bebida forte e continuam até a madrugada, até que o vinho os inflame! A característica desta perspectiva é a de que o prazer se torna a coisa suprema na vida; ele se transforma em um fim e objetivo; é a própria vida. A busca do prazer! Um tipo de hedonismo, pan-hedonismo, se você preferir; é mais importante que tudo. Eu interpreto desta maneira, mas não há nada errado com o prazer. Não pense que o Cristianismo condena o prazer. Para mim, uma das glórias da mensagem cristã é que ela oferece alegria, e dá alegria real. O amuado, sorumbático, casmurro, tristonho, desanimado, de cara- amarrada; o implicante, agressivo, eternamente acusador, sempre mal-humorado não são bons representantes do verdadeiro cristianismo. Pelo contrário: são péssimos! Os cristãos, de acordo com o apóstolo Pedro, podem ser descritos em termos de alegria. Seu relacionamento com o Senhor Jesus Cristo é este: "O qual, apesar de não o termos visto, amamos; no qual, embora agora não o vejamos, cremos, e nos regozijamos com uma alegria indescritível e cheia de glória" (I Pedro 1:8). Cristãos, diz o apóstolo Paulo, são pessoas que "se gloriam nas tribulações" (Romanos 5:3). Quando tudo está indo mal, eles ainda se regozijam. Não há nada errado com felicidade e prazer. Deus proíbe que alguém confunda moralidade com cristianismo! Cristianismo não é uma mensagem que nos urge a, nas palavras de Milton, "desprezar prazeres e viver para o trabalho." Não ! É uma mensagem de liberação, libertação, emancipação, "alegria indescritível e repleta de glória". Isso, porém, é algo muito diferente da adoração do prazer, de viver para ele. É diferente de dizer que o prazer é o supremo final e objetivo da vida e da existência, e que ele vem. primeiro que qualquer outra coisa. E este era o problema das pessoas no tempo de Isaías; e não é assim também hoje? . Este é um problema muito sério. Você sabe o que levou o Império Romano ao "declínio e queda"? Não foram os exércitos estrangeiros. Eu sei que foram os góticos e os vândalos e outros que na realidade saquearam Roma e conquistaram o país, mas não foi a sua força e seu heroísmo que levaram à queda de Roma. Foi a podridão interna que já a havia enfraquecido. E como foi isso? Simplesmente a mania de prazer. Os cidadãos de Roma passavam o tempo em seus banhos públicos; eles tinham que ter banheiras douradas, e lá relaxavam tomando sua bebida e ouvindo música. A cultura do ego! Isso derrubou aquele império poderoso, e tem derrubado muitos outros impérios desde então. Muitos grandes impérios se desintegraram como resultado da podridão interna. Eu me pergunto se não estamos testemunhando um pouco disso nos dias de hoje... A atitude de muita gente com relação ao trabalho é a de que ele é apenas um meio de fazer dinheiro para comprar prazer. Onde está o artesão? Onde estão o interesse real e o prazer de trabalhar? Não, a atitude mudou em todas as classes. Freqüentemente, as pessoas estão na profissão para fazer dinheiro, e não porque estejam interessadas no seu trabalho ou em descobrir algo novo, ajudar a humanidade ou ser altruístas. Tudo se torna, como eu disse antes, uma forma de símbolo de estátuas. E assim o trabalho se transforma em um meio de as pessoas obterem dinheiro para comprar mais e mais prazer. Pior ainda: o prazer se tornou um negócio! Esta é uma das grandes tragédias da vida moderna. As pessoas falam de "esporte", mas não têm nada a ver com o esporte: é negócio. Homens e mulheres, artistas e atletas, são comprados e vendidos como se fossem escravos. Até mesmo o prazer se tornou um negócio e um meio de fazer dinheiro. E, se não houver apostas, as pessoas não apreciam. Elas não parecem apreciar a coisa em si, apenas o que pode "ser feito" com ela. E, assim, cada vez mais tudo é colocado de lado em prol do prazer; o trabalho é suspenso no meio da semana para que ao jogo de futebol, possam todos assistirem. Não importa o país, desde que tenhamos nosso divertimento.
  • 24. Você pode, assim, ver quão contemporâneas as Escrituras são. E isso é válido não apenas em relação às nações, mas também a indivíduos. Esta mania de prazer pode tomar conta das pessoas de tal forma que elas passem a negligenciar seu trabalho, suas profissões, e, até mesmo sua reputação. O prazer se transforma num poder tão sufocante que elas se deixam controlar por ele. Já se levantam pela manhã decididas a ir atrás dele, e continuam até à noite. A curtição é o que interessa, não o trabalho honesto, o trabalho real; não a preocupação com viver uma vida completa. Veja, então, a artificialidade desta vida. O profeta expõe isso aqui, assim como a Bíblia o expõe por todo lado. É preciso que se anuncie, que se escancare esta verdade. A tão falada vida glamourosa não pode ser mais superficial. Ela é o tipo mais frívolo de existência que pode ser concebido. Ela não pode ser mantida sem meios artificiais. É produzida artificialmente, estimulada pela bebida, pela emoção descontrolada, o canto e certos tipos de música. Homens e mulheres que não se sentem felizes, a não ser que estejam sob a influência da bebida, devem ser bem tristonhos. Será que não podem ser felizes quando estão em seu estado natural? São obrigados a ter esses estimulantes para se tornarem sociais, manterem uma conversa animada e interessante, serem simpáticos e alegres, conseguirem, enfim, divertir-se e divertir e atrair outros inclusive... Aparentemente: eles não são felizes. Nada pode medir tão bem a tristeza desta era em que vivemos quanto o modo como a vida é levada adiante à base de estimulantes artificiais. É uma vida puramente artificial. Mas deixe-me enfatizar outro elemento: a degradação. Você percebe como a vida é mantida? Ela depende principalmente de duas coisas. Primeiro, "bebida forte". E qual é a outra coisa? Bem, é um certo tipo de música, um tipo de ritmo produzido "pela harpa, lira, o tamborim, e flauta". Isso também é uma coisa muito séria. Esse tipo de vida só é produzido, e se torna possível, à custa das mais elevadas faculdades mentais. As pessoas pensam que o álcool é um estimulante, mas abra qualquer livro de farmacologia e você verá que é um grande depressivo. O que ele faz é deprimir os centros mais elevados. As pessoas sob sua influência parecem brilhantes: por quê? Porque estão um pouco menos controladas. É por isso que, lamentavelmente, elas começam a beber. Elas se sentem um pouco nervosas e apreensivas, tolhidas e reprimidas. Então, buscam a bebida. Ela elimina aqueles elementos que produzem o nervosismo, e assim elas se sentem livres. Mas não é um estímulo, e, sim, um bloqueador das mais elevadas, cuidadosas qualidades e faculdades controladoras do cérebro. Dessa maneira, as pessoas se tornam mais primitivas. Mas é assim que se vive este tipo de vida que resulta da mania de prazer. Você alcança isso se drogando mediante drogas ou álcool. Esse não é, porém, o único modo; a música também faz isso. Um certo tipo de música, é claro: a música ritmada, que se repete infinitamente até que você começa a se movimentar com ela. Você já notou como as pessoas fazem isso? A música se inicia e elas começam movimentando os pés, depois se põem a balançar o corpo. Este é, exatamente, o mesmo tipo de efeito produzido pelo álcool. Você pode ficar "embriagado" com certos tipos de música quase que do mesmo modo como pode ficar embriagado pelo álcool: pela repetição rítmica e, especialmente, pelos movimentos do corpo. Seus centros elevados são bloqueados e você, gradualmente, entra num tipo de estado de intoxicação. E quando você une os dois – álcool e música – tem o tipo de vida que está descrito aqui pelo profeta, e que se está tornando cada vez mais uma característica da vida neste país. É uma vida de gritaria, abandono, loucura, em que homens e mulheres não mais se controlam nem se comporiam de uma forma decente e humana. E isso é feito deliberadamente. É brilhantemente organizado. Existem pessoas que apostam nesse tipo de coisa, que fazem dinheiro com ela, tornando-a popular. E as pessoas, em geral, são iludidas e se tornam vítimas inocentes.
  • 25. Finalmente, aparece a palavra "inflamar". "Ai dos que se levantam cedo de manhã e seguem a bebida forte e continuam até a madrugada, até que o vinho os inflame." Este é um modo gráfico e poético de se pintar a questão. O que realmente acontece, é claro, é que, em primeiro lugar os centros elevados do cérebro ficam bloqueados pelo álcool e pela música, e, então, os instintos e paixões, os desejos e luxúrias tomam o controle, e as pessoas ficam cheias de fogo. Elas se tornam "inflamadas". E aí acontecem todas as conseqüências inevitáveis. Homens e mulheres se tornam feras, controlados pelos instintos das partes inferiores de sua natureza corporal. Aí está o elemento de degradação. A coisa mais impressionante é que, misturado com tudo isso, está o que Isaías no v. 15 chama de "os olhos dos altivos". As pessoas que seguem este tipo de vida pensam que são maravilhosas. Elas se gabam de não ser cristãs. Orgulham-se de sua forma de viver. Observe na televisão e em outros lugares. Não podem cumprimentar ninguém sem que estejam segurando um copo! Sempre estão tomando um drinque. Isso é que é vida: estar "ligada", numa boa! Eles acham maravilhoso. É uma vida de alegria, dizem. Lá vão eles, ao som da música e demonstrando todos os efeitos da bebida. Vamos parar por aí. Estas são as horríveis características da vida sem Deus. Quais são as causas? Elas estão registradas de uma forma bem simples no v. 13: "Assim, meu povo foi para o cativeiro, porque eles não têm conhecimento." Isaías já havia mencionado isso no v. 12: "... mas eles não observam a obra do Senhor, nem consideram a operação de suas mãos". Eles vivem assim porque são ignorantes. "Quê!" – exclama alguém – "Você está dizendo que as pessoas não são cristãs porque são ignorantes?..." É precisamente isso que estou dizendo. Não há obra do diabo mais prima do que seu sucesso em persuadir as pessoas de que é seu conhecimento que as leva a rejeitar o Cristianismo. Mas exatamente o oposto é que é verdadeiro. O diabo as mantém na ignorância porque, enquanto permanecerem nela, elas farão o que ele manda. A partir do momento em que recebem a luz – o Evangelho é chamado de "luz" –, elas passam a enxergar e o abandonam. Mas elas são ignorantes sobre quê? Deixe-me apresentar algumas das coisas que Isaías nos diz aqui: "Assim, o meu povo foi para o cativeiro, porque não tem conhecimento." Em outras palavras: eles não sabem que são o povo de Deus. Este é o eterno problema do povo de Israel. Eles nunca compreenderam quem são; queriam ser como as outras nações. Eles diziam: Essas outras nações são nações de muita sorte: seus deuses são muito melhores que o nosso; eles podem comer o que quiserem; podem casar-se com quem desejarem; podem fazer o que lhes der na cabeça fazer, durante os sete dias da semana! Nosso Deus nos deu os Dez Mandamentos, e eles são insuportáveis. Eles queriam ser como os outros; então, deram as costas a Deus e aceitaram os outros deuses. Nunca entenderam o privilégio de serem o povo de Deus, um povo único, um povo propriedade especial de Deus, um povo que é como "a menina dos olhos" para Deus, como ele os chama (Deuteronômio 32:10). E o verdadeiro problema do mundo hoje ainda se deve a isso: as pessoas não conhecem a verdade sobre si mesmas; não têm esse conhecimento. Que são os homens e as mulheres? São apenas máquinas de fazer dinheiro? São animais que devam buscar o prazer? Estão aqui para ficar bêbados, entregarem-se ao sexo, e endoidecerem com música ritmada? Será que você percebe? Será que as pessoas foram criadas para se comportarem como se fossem animais numa fazenda? Seria prazer o "derradeiro fim" para homens e mulheres? Será que eles só estão aqui para gratificar esse lado? Afinal, é só isso?... Não, não! O problema com o mundo hoje é que ele não conhece o que é o ser humano. São ignorantes sobre sua própria origem, sobre sua natureza e seu destino final dentro do propósito de Deus. "Meu povo!" As pessoas se gloriam hoje no fato de que são animais.
  • 26. Vangloriam-se da evolução como se fosse um grande elogio. Parecem gostar de pensar que não são nada além de macacos extremamente desenvolvidos, animais racionais e nada mais. Elas odeiam a idéia da alma; não crêem em Deus nem na eternidade, Tudo porque são ignorantes sobre sua própria grandeza. Que mais elas ignoram? Veja o v, 12: "... mas eles não observam a obra do Senhor, nem consideram a operação de suas mãos". Que Isaías quer dizer com isto? Ele diz que elas estão vivendo como se não soubessem nada sobre a obra do Senhor. Também é sobre isso que homens e mulheres modernos não pensam nunca a respeito, porque nem levam em conta. Eles não entendem que Deus é o doador de toda coisa boa e todo dom perfeito. Eles parecem pensar que o Serviço Nacional de Saúde é quem dá a saúde! Mas Deus é quem dá a saúde; Deus é o doador da vida, da força, do alimento e da vestimenta.As pessoas pensam que fazem tudo, e têm orgulho de suas invenções, seus instrumentos, suas criações etc. Se Deus, porém, suprimisse o sol e a chuva, todos morreríamos de inanição. Os homens e as mulheres não notam a obra de Deus. São ignorantes, só olham para si mesmos. Não estão cientes da bondade, misericórdia e compaixão de Deus. Não percebem que Deus "...faz o sol nascer sobre maus e bons e envia a chuva sobre justos e injustos" (Mateus 5:45). Pensam que controlam tudo. Podem até enfrentar a fome, como já vimos; conseguem enfrentar o desastre, por causa de sua ignorância, porque quebraram as regras de Deus e violaram as leis da natureza. Que mais as pessoas não percebem? Elas não percebem que Deus tem operado, não apenas na providência e na criação, mas na história também. História! Tente explicar a história deste mundo excluindo Deus! Você não conseguirá. A Bíblia é o melhor livro de história que existe no mundo. É nas suas páginas que você realmente começa a entender a História. Você vê que, por trás de todos os homens, reis, príncipes, homens de Estado, e das guerras, há um propósito de Deus: Deus controla tudo! Mas eles não acreditam nisso. Eles continuam desafiando. Deus, porém, está aí. Eles se metem em problemas, e por quê? Porque se esqueceram de Deus, e olvidaram "as obras das suas mãos". E então, ainda mais: há o fato de que, se você observar o processo da história, chegará à conclusão de que temos, afinal, um universo moral. Você não pode fazer o que quer neste mundo. Você não pode ser leviano. Você não pode beber bebida forte indefinidamente sem ter que pagar o preço por isso. Deus estabeleceu isso como uma lei. "O caminho dos transgressores é duro" (Provérbios 13:15). O transgressor, porém, não crê nisso. As pessoas que começam a brincar com o pecado não crêem nisso. Mas este é um fato: se você pecar, você sofrerá. E o mundo inteiro está sofrendo. O mundo é ignorante: Eles "não observam a obra do Senhor, nem consideram a operação de suas mãos". Existe uma idéia de que, se há de fato um Deus, então, no momento em que as pessoas pecarem, Ele irá feri-las. Mas isso não é o que aprendemos da história de Deus na Bíblia. Nas palavras do poeta Longfellow, o que nós aprendemos lá é isto: 'Apesar de as pedras do moinho de Deus triturarem devagar, elas, ainda assim, trituram excessivamente pequeno. O pecado sempre alcança as pessoas. "Tenha certeza de que o pecado te encontrará" (Números, 32:23). Pode demorar muito, mas chegará ao fim. Por que você não aprende? Por que não vê? Por que não observa a obra das mãos de Deus e enxerga o que Ele sempre tem feito? Isso leva à última coisa – os julgamentos de Deus. A tragédia de Israel era que Deus estava sempre tendo que trazer um julgamento; estava começando a puni-los, mas eles não viam. Qual é este julgamento? "O Senhor dos Exércitos será exaltado em juízo, e Deus, o Santo, será santificado em justiça" (v, 16). A causa do problema é que homens e mulheres não sabem que estão num universo moral, cujo rei é Deus, e que Deus é o Juiz de todo o mundo, e o julgará com justiça. Suas características são justiça, santidade, retidão e verdade. Esses são os
  • 27. parâmetros de Deus, e é assim que Ele queria que homens e mulheres vivessem: não para servir às suas paixões e aos seus desejos e luxúrias; não para viverem no prazer, mas para buscarem justiça, santidade, retidão e verdade. Eles foram criados para viverem como seres humanos e não como animais. Foram criados para serem um reflexo de Deus. É por isso que Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem" (Gênesis 1:26). Deus o fez senhor sobre a Criação, não para que ele se comportasse como um animal, mas para que se sobressaísse na glória da diferença, com uma mente e uma razão, e controle, ordem e dignidade em sua vida. E Deus julgará homens e mulheres de acordo com isso. Deus revelou isso através dos séculos. Está tudo revelado aqui na história encontrada na Bíblia. Está igualmente claro na história subseqüente, e se há uma época em que está claro é hoje. O julgamento de Deus está sobre este mundo. Eu já disse antes, e repito agora: na minha opinião, as duas guerras mundiais foram nada mais do que o julgamento de Deus sobre o mundo. Ao redor de 1859 – o ano em que Charles Darwin publicou seu famoso livro A Origem das Espécies – as pessoas começaram a dizer que finalmente podíamos nos livrar de Deus. "O homem é tudo", afirmaram. "O homem é o centro; Deus não é necessário. Empurrem-no para dentro do limbo das coisas esquecidas! O homem pode viver sem Deus e construir um mundo perfeito!" Eles disseram que o mundo estava evoluindo; os poetas cantaram e falaram sobre "O Parlamento do Homem, a Federação do Mundo". O Conhecimento cresce a cada era, e o século XX deveria ser o século de ouro. Os homens e as mulheres, em sua auto-suficiência, não precisam mais de Deus. Se há um século que haja conhecido a manifestação da ira e do desprazer de Deus em sua justiça, santidade e retidão sobre o pecado da humanidade, este é o século XX. Você já observou isso? Você está consciente disso? Você sabia que Deus está falando mediante tudo isso, e nos está advertindo a parar por aqui, antes de que seja tarde demais? E isso me leva ao meu último subtítulo: o fim de tudo isso. Para onde tudo isso leva? Qual é o fim deste tipo de mania de prazer que venho analisando? Qual o veredicto sobre isso tudo? Para começar, é um tipo de vida que nunca satisfaz. Se você buscar a vida de prazeres, nunca terá o bastante, nunca. Se tentar encontrar seu prazer e satisfação em bebida alcoólica, sempre terá que tomar mais e mais. Comece a tomar drogas, e logo se tornará um viciado; busque prazer em qualquer forma que signifique falta de controle, abandono de si em prol de estimulantes artificiais, e nunca ficará satisfeito; procure satisfação no sexo, na luxúria e na imoralidade e irá de decadência em decadência, até se prostituir por inteiro; até se tornar imundo e repelente, a ponto de adoecer. A vida sem Deus nunca satisfez a ninguém. Ela é incapaz disto, porque homens e mulheres são muito mais que isto; muito maiores que isto. Eles são feitos para Deus, e essas coisas não podem satisfazer a eles. Nada, além de Deus, consegue trazer satisfação: "Tu nos fizeste para ti, e nossa alma está inquieta até que encontre descanso em ti", como já dizia Agostinho. Esta é a primeira coisa. Além disso, porém, viver para o prazer sempre implica uma degeneração progressiva; sempre leva a uma perda de poder, perda de refinamento e de consideração pelos outros. A vida se torna mais e mais egoísta quando as pessoas vivem para si próprias e para a busca do próprio prazer. Elas descartam pais, mães, filhos, todo mundo; o prazer torna-se supremo, e tudo o mais é abandonado. Oh, que perda de refinamento! Que perda de castidade e de pureza e nobreza! A mania de prazer sempre leva à perda de todos os poderes mais elevados e das melhores e mais nobres qualidades. Há algo, porém, ainda pior esperando por aqueles que vivem essa vida: a humilhação. "O homem mau será abatido e o poderoso humilhado, e os olhos dos altivos aviltados" (v. 15). A