1. J o i n v i l l e Segunda f e i r a , 2 5 d e j u l h o d e 2 0 0 5 S a n t a C a t a r i n a B r a s i l
ANotícia O bom filho à casa torna Leia também
Ensaio & Camarote
AN Festival
Velho "papão" de prêmios no festival, Grupo Raça
abrilhanta a Noite de Gala. Portal é lançado
Veja tudo sobre os
últimos festivais.
O portal www.unidanca.com.br foi lançado nesta
2004 22 º Festival de Dança
edição do Festival de Dança de Joinville e consiste
2003 21 º Festival de Dança em uma universidade livre da dança (Unidança),
criada para que o conhecimento seja tão amplo
quanto a dança e que chegue onde precisar. A
2002 20 º Festival de Dança
Unidança é também para quem precisa de base
teórica. E mais: a universidade atua com
2001 19 º Festival de Dança metodologia, carga horária e conteúdos que podem
ser disponibilizados por meio de cursos a distância,
2000 18 º Festival de Dança presenciais e mistos.
Foto Divulgação/Amir Sfair Filho
1999 17 º Festival de Dança
1998 16 º Festival de Dança
Santa Catarina faz bonito
Noite competitiva de sábado consagrou dois grupos do
Estado, que levaram prêmios no balé e nas danças
populares
Diego Santos
os três grupos catarinenses que se apresentaram na noite de sábado
D da mostra competitiva, no Centreventos Cau Hansen, dois foram os
melhores em suas categorias. O Juvenil da Escola Municipal de
Roseli Rodrigues, coreógrafa do Grupo Raça e Cia.,
que se apresenta nesta noite Foto
Ballet, da Casa da Cultura de Joinville, abriu as apresentações e, no final, Divulgação/André Kopsch
conquistou a maior pontuação no balé clássico, conjunto júnior, ficando
com o segundo lugar (nenhum dos concorrentes atingiu pontuação para
ficar com a primeira colocação). "E por Falar em Dança"
Nas danças populares, quem levou o troféu de campeão do conjunto Hoje, às 10 horas, iniciase no Teatro Juarez
avançado foi o jaraguaense Grupo de Danças Húngaras Dunántúl. O terceiro Machado e no Centro de Convenções Alfredo Salfer
grupo catarinense que se apresentou foi a Associação Folclórica Angelina a programação didática do FDJ "E por Falar em
Blahobrazoff, também nas danças populares (conjunto avançado), mas não Dança", que neste festival traz novidades, como a
figurou entre os primeiros colocados. Mostra Comentada de Videodança, o Espaço
Sempre com seu público fiel, o balé clássico praticamente lotou as Acadêmico, e talk show com Ana Botafogo, Cecília
arquibancadas do Centreventos Cau Hansen. Vinte grupos se encarregaram Kerche e Ricardo Scheir.
de abrilhantar a noite com movimentos que arrancavam insistentes
aplausos da platéia. Estavam na disputa o conjunto júnior, solo feminino
júnior, trio sênior, trio avançado e conjunto sênior.
Em uma das apresentações mais esperadas na chuvosa noite de sábado,
os paulistas do Ballet Assaf e Franzoi conquistaram o primeiro lugar no
conjunto sênior. Os jurados optaram por não dar a ninguém o segundo lugar
na categoria, e deram o terceiro lugar ao Grupo Juvenil da Escola de Dança
Maria Olenewa, do Rio de Janeiro. A principal atração da noite era mesmo o
balé clássico, no entanto, muitos aguardavam ansiosos a segunda parte
das apresentações da noite. Foi quando entraram em cena as danças
populares, no conjunto avançado, e mais sete apresentações. Melhor para O diretor de produção do FDJ, Victor Aronis,
os catarinenses do Grupo de Danças Húngaras Dunántúl, campeões da sorrindo à toa Foto Divulgação/André Kopsch
noite.
Em função da Noite de Gala, que traz como atração o Grupo Raça, de São
Paulo, a mostra competitiva dá uma folga hoje e retoma as apresentações Bolshoi em Petrópolis
na terçafeira. É quando retornam ao palco do Cau Hansen os trabalhos em A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil no último final
balé clássico (duo júnior, trio júnior, solo masculino sênior, solo feminino de semana realizou duas apresentações em
avançado, conjunto avançado, duo avançado) e danças populares (conjunto Petrópolis, RJ, no 5º Festival de Inverno, e lotou o
sênior e conjunto júnior). Teatro Paulo Gracindo. Na tarde de sábado, o
ensaio foi aberto ao público: idosos, crianças da
rede pública e portadores de necessidades
especiais acompanharam o desenrolar das
atividades.
2. atividades.
Uma careta da atriz e bailarina Sabrina Lermen
Foto Pena Filho
Grupo apresenta hoje releituras de dois balés já apresentados em Joinville Daniele Suzuki
Foto Pena Filho A atriz do seriado "Malhação", da Rede Globo, e
apresentadora do programa "Mandou Bem", do
A volta triunfal do Raça Multishow, Daniele Suzuki, esteve sábado no
Festival de Dança de Joinville para gravar uma
matéria para seu programa de abrangência nacional
Companhia paulista é a atração da Noite de Gala do
em canal a cabo. A atração será transmitida dia 4
festival em que cansou de competir e ganhar de agosto, às 9h30 e 18h30, no canal 42 da Net.
Diogo Vargas
Quem não lembra da euforia gerada pelo Raça nas noites do Festival de
Dança ainda no Ginásio Ivan Rodrigues? Para se ter uma idéia, cada
apresentação fazia o público vibrar, assim como nos espetáculos atuais da
dança de rua. A companhia de dança paulista alcança hoje, a partir das 20
horas, o seu momento máximo: apresentarse na Noite de Gala no palco do
Centreventos Cau Hansen. "Filho" do festival joinvilense (como a própria
diretora e coreógrafa Roseli Rodrigues considera), o Raça participa desde a
terceira edição e obteve seguidas premiações no jazz. Neste ano, no
entanto, será a primeira vez que irá figurar como atração numa noite
especial.
A companhia foi convidada pelo reconhecimento ao trabalho apresentado Paulo Ivo Koentopp, no jantar de comemoração de
nos Estados brasileiros e em países como Argentina, Itália e Portugal. O abertura do festival Foto Divulgação/André Kopsch
público poderá conferir dois trabalhos: "Novos Ventos" (30 minutos) e
Caminho da Seda" (45 minutos), releituras de dois balés já apresentados
em Joinville. Lançamento
O primeiro, com direção cênica de Luis Arrieta e músicas de Erik Satie, Ana Botafogo lançou no Festival de Dança de
levará ao palco (forrado por folhas secas) bailarinos que se dividem em Joinville uma linha de produtos com acessórios e
conjuntos, solos, duos e trios. A representação busca mostrar o outono em roupas, como camisetas bordadas e pintadas
si sua transformação, nostalgia, romantismo e poesia. O segundo manualmente. A bailarina estará hoje, no período da
trabalho, inspirado na Rota da Seda (Oriente e Ocidente), traz 600 metros tarde e à noite, no estande da Caliman, na Feira da
de tecido com fibra de seda. Com a iluminação e a dança dos bailarinos, o Sapatilha, atendendo ao público e dando
elemento cênico possibilita efeitos surpreendentes no palco. autógrafos.
O Raça de hoje mantém, por exemplo, acrobacias de risco, mas a
linguagem atual é da técnica contemporânea. "Somos rotulados pelo jazz, Carlos Büst carlosbust@joinville.com
afinal, tenho toda a minha base na educação física. No entanto, esse pique
e o tema foram ficando insustentáveis. Por isso, eu creio que essa
mudança significa um marco na companhia", explicou Roseli ontem pela
manhã, durante conversa com a imprensa.
Embora esteja num nível elevado, o Raça não tem patrocínio e os bailarinos
associam atividades extras atuando como professores e coreógrafos. A
companhia também faz apresentações em empresas e aberturas de
convenções. "O Raça tem qualidade e técnica artística. Eu assisti o
'Caminho da Seda' e achei bastante impactante", analisou o crítico Roberto
Pereira, do conselho artístico do Festival de Dança. "Subimos degrau por
degrau, ou seja, do amador ao profissional. Eu devo ao festival uma boa
apresentação", disse Roseli Rodrigues. Ainda há ingressos para todos os
setores do Centreventos. A arquibancada custa R$ 10,00.
Americana Tiffany Caldas com o pai Diego
Caldas: "O festival é maravilhoso. As pessoas
demonstram uma paixão pela dança muito forte,
são abertas e simpáticas. Extraordinário" Foto
Cleber Gomes
Outro idioma,
uma mesma paixão
Apesar das dificuldades de
comunicação, estrangeiros
comemoram a oportunidade de
competir e aprender
Marcia Costa
Longe de casa e com dificuldades de comunicação, mas muito felizes. É
assim que estão se sentindo as bailarinas Tiffany Caldas, americana, e
5. válido.
AN Festival Falando em família, o que ela representa no
desenvolvimento dos bailarinos?
Cecília A família é um suporte, não importa a condição social. Nós
vivemos um momento atribulado no mundo, um desamor muito grande, um
desapego à vida. E a família é fundamental para a criança poder crescer, se
fortalecer e se tornar um adulto saudável.
Encontro marcado com a experiência
Ana Botafogo, Cecília Kerche e Ricardo Scheir
participam, hoje, de programa de entrevista ao vivo no "E
por Falar em Dança"
Marcia Costa
Ana Botafogo, Cecília Kerche e Ricardo Scheir. Só os nomes já dispensam
apresentação. Mas vamos lá: Ana e Cecília foram primeiras bailarinas do
Theatro Municipal do Rio de Janeiro e figuram como as mais requisitadas
bailarinas brasileiras no exterior. Scheir foi o coreógraforevelação de 2004 e
ganhou como prêmio do Festival de Dança de Joinville uma viagem a Bienal
de Lyon.
Não resta dúvida de que apenas essas informações já serviriam para atrair o
público para um evento envolvendo essas três personalidades. Mas, além
disso, que tal saber que será possível ouvir, conhecer e ficar por dentro de
detalhes da experiência vivida por eles, em um programa de entrevistas ao
vivo, dinâmico e ao estilo do programa apresentado por Jô Soares?
Pois é, isso vai acontecer hoje, no Teatro Juarez Machado, anexo ao
Centreventos Cau Hansen, com a realização do Talk Show. O ambiente
será como num programa de TV, com toda a estrutura técnica e platéia. O
jornalista Osny Martins, de Joinville, vai entrevistar os convidados especiais.
O resultado já pode ser imaginado: debates sobre dança, dicas,
curiosidades, conselhos, recomendações para quem está começando na
carreira, detalhes sobre as experiências nacionais e internacionais e
possibilidade de conhecer um pouco mais os profissionais.
O evento faz parte da programação do "E por Falar em Dança". A estrutura
diferenciada visa a não deixar o debate cansativo. O Talk Show vai começar
com a entrevista de Ricardo Scheir, às 15h30. Em seguida, a partir das 16
horas, sentam no lugar dos entrevistados Cecília Kerche e Ana Botafogo.
O "E por falar em Dança" também vai reunir mesaredonda, painel, palestra,
espaço acadêmico e mostra comentada de videodança. Todos os eventos
serão promovidos hoje. Para que todos aproveitem a programação, não vão
ser realizados cursos e oficinas. O espaço foi aberto para oferecer mais
uma programação didática e cultural durante o festival. "Os bailarinos
poderão participar dos debates, refletir sobre os estudos e trocar idéias com
outros participantes e profissionais", destaca o diretorexecutivo do
instituto, Ely Diniz.
Então, o dia de hoje tem programação com hora e local marcados para o
encontro de bailarinos, professores, visitantes e todas as pessoas
interessadas. Seja no Talk Show, na mesaredonda, no painel, na palestra
ou na mostra comentada, é só comparecer e conferir tudo sobre essa arte
chamada dança.
Concorrência
argentina nos palcos
A concorrência entre Brasil e Argentina, acirrada principalmente nos
campos de futebol, invadiu o palco do Centreventos Cau Hansen. O país foi
o único do exterior que inscreveu representantes para lutar com os
brasileiros por um lugar na Noite dos Campeões.
Os quatro grupos inscritos foram selecionados e estão garantindo o embalo
internacional do evento. Os hermanos, vindos do local onde a tradição é o
tango, estão na briga pela melhor performance no balé clássico, cinco
coreografias.
Entre os selecionados argentinos está a bailarina Naike Oneglia, de Santa
Fé, que entrou na disputa na modalidade de balé clássico de repertório
variação feminina júnior. Ela se apresentou na primeira noite competitiva e
ficou em terceiro lugar. Apesar de não ter sido a campeã, comemorou o fato
de ter passado pela seleção e a oportunidade de ter participado do festival.
A concorrência, segundo ela, é difícil. "O nível dos grupos é muito bom",
observa.
Além de Naike, a Argentina também está representada no evento pelo
Instituto de Danza Katty Gallo Candal, de Buenos Aires, que participa no
Festival Meia Ponta, na modalidade de balé clássico solo feminino infantil,
e no balé clássico de repertório variação feminina infantil. O grupo também
participa na mostra competitiva, nas modalidades balé clássico de
6. repertório variação feminina júnior e no balé clássico conjunto júnior. "Vou
me inscrever nos próximos anos, pois pretendo continuar participando da
competição", avisa.
participação estrangeira
O grupo Estudio de Danza Clasica e Contemporanea Bajo Jardin, de São
Miguel de Tucumán, que está na disputa no balé clássico de repertório
variação feminina, do Festival Meia Ponta, e a MDK Dance, de Mar del
Plata, que participa no balé clássico duo avançado, também integram a
lista dos argentinos no evento.
A participação estrangeira é mínima perto da brasileira, mas os grupos, de
acordo com a conselheira artística do festival, Ady Addor, têm qualidade e
bom nível. Segundo ela, a presença dos bailarinos argentinos demonstra
que o país continua investindo na arte, apesar de estar se recuperando de
uma grave crise econômica. Crise essa que esteve no auge até 2002 e
causou o fechamento de fábricas, desemprego, desvalorização do peso e
empobrecimento da população. "Eles têm na bailarina cubana Alicia Alonso
seu maior impulso. A brasileira Cecília Kerche também é muito querida por
lá", destaca. (MC)
Ballet Assaf e Franzoi (SP) mostrou segurança e precisão com a
coreografia "Rêve Vert" Foto Pena Filho
Opinião de especialista
Sandra Meyer
Fonte criativa inesgotável
Trabalhos de balé clássico equacionaram bem a relação
entre a técnica e estética proposta
A noite competitiva do dia 23 foi reservada para os trabalhos do balé
clássico conjunto, solos femininos e trios dos estágios júnior, sênior e
avançado e revelou bons trabalhos. As coreografias apresentaram um bom
nível, com propostas que comprovam que o balé ainda é fonte criativa
inesgotável. As composições coreográficas apresentadas, em sua maioria,
equacionavam bem a relação entre a técnica e a estética proposta, não
apresentando muitas das fragilidades e equívocos da noite reservada às
produções de dança contemporânea.
Podese dizer que alguns trabalhos de balé estavam, de certa forma, mais
conectados com a contemporaneidade, no sentido de buscarem alternativas
a partir dos elementos próprios do vocabulário da técnica clássica, do que
muitas das propostas apresentadas na noite competitiva de dança
contemporânea do dia 22, estas sem referências técnicas pertinentes.
A noite abriu com a apresentação do grupo Juvenil da Escola Municipal de
Ballet, de Joinville, com "Escravas de Bergerah", de Marcos Sage, que
surpreendeu pelo elenco coeso e bem ensaiado, com destaque para o
jovem Rodrigo Hermes Meyer. As composições para os solos femininos
júnior buscaram uma movimentação interessante a partir de figuras
femininas de forte atitude, como a "Amazona", criação de Ricardo Scheir
para o Nesc Ballet, de Guarulhos (SP). e "Guerreira", de Luciana Zanandréa
e Marcelo Moraes para a Escola Dançar, de Vila Velha (ES), dançadas
competentemente por Luiza de Oliveira e Poliana Vasconcelos.
Um dos destaques da noite foi, sem dúvida, o trio do juvenil do Pavilhão D,
com a ótima composição "Trois para Müller", um dos seis trabalhos que o
coreógrafo Ricardo Scheir apresentou na noite, e o mais acertado. O trio
por ele composto conjuga bom gosto musical e um desenho coreográfico
primoroso, com enfoque na dinâmica dos braços, e foi lindamente dançado
pelos jovens Flávio da Conceição, Lucas Andrade e Manuela Gomes. "Meu
medo", coreografado para o Grupo de Dança da Fundação das Artes, de
São Caetano do Sul (SP), continha uma atmosfera mais densa, e também
confirmou a qualidade de Scheir como criador.
O Ballet Assaf e Franzoi, de São Paulo, revelou um ótimo elenco com a
coreografia "Rêve Vert", de Adriana Assaf e Silvana Franzoi. Uma
composição coreográfica extremamente variada e com um considerável
grau de dificuldade técnica e que foi dançada pelo jovem grupo com
segurança e precisão. Outra escola que revelou um elenco competente,
desta vez no trio avançado, foi o Ballet Isabel Gusman, com destaque para
Rafael Panta, além da qualidade da composição coreográfica, com
8. Mostra
fecha com chave de ouro
A 5ª Mostra Contemporânea encerrou na noite de sábado com
apresentação da Companhia Márcia Milhazes Dança Contemporânea, do
Rio de Janeiro. A coreografia "Tempo de Verão", de Márcia Milhazes, foi
aplaudida de pé pelo público, que quase lotou o Teatro Juarez Machado. Os
bailarinos Al Crisppinn, Ana Amélia Vianna e Pim Boonprakob dançaram ao
som de colagens de valsas e, com desenvoltura, mostraram três aventuras
com encontros e desencontros. Mais uma vez, a sensualidade tomou conta
do palco. O espetáculo, que teve uma hora de duração, foi premiado pela
Associação Paulista de Críticos de Arte como o melhor do ano passado.
Para esta edição, foram selecionadas cinco companhias, entre dezenas de
inscritas que passaram pelos olhos atentos dos quatro conselheiros
artísticos. As três noites da mostra, que é um evento nãocompetitivo,
atrairam um bom público e conseguiram ampliar as possibilidades desta
linguagem, que estará em discussão no "E Por Falar em Dança" de hoje. A
preocupação da organização do 23º Festival de Dança em formar platéia,
não conseguiu evitar que crianças fossem ao teatro e, no meio do
espetáculo, dessem demonstração de inquietação.
Coreógraforevelação de 2004, Scheir diz que não troca o Brasil por
convites do exterior Foto Cleber Gomes
Qualidade e quantidade
Coreógrafo Ricardo Scheir acumula prêmios e uma
produção impressionante são 20 trabalhos só neste
festival
Marcia Costa
Foi assistindo a um filme que Ricardo Scheir, coreógraforevelação no
Festival de Dança de 2004, começou a dançar. O nome exato ele não
lembra, só sabe que era um com o ator John Travolta, talvez "Embalos de
Sábado a Noite". Inspirado pela história, ele passou a dançar e a se
apresentar com a irmã. A dupla fez sucesso, e o que era diversão acabou
se tornando coisa séria e, mais tarde, profissão e paixão.
Foi numa das apresentações da dupla que uma professora perguntou se ele
não queria fazer aula. Para a felicidade da dança, Scheir aceitou, marcando
o início de uma carreira de sucesso. "O vírus pegou", afirma ele. Na época
com 15 anos, começou a entender a dança e a procurar conhecimento
sobre o assunto. Dançou em companhias como o Balé Stagium e Jazz
Company e estudou na Escola Municipal de Balé de São Paulo, onde
conheceu a professora Toshie Kobayshi. "Com ela, realmente aprendi a
dançar", ressalta.
Mais tarde, em 1986, Scheir montou a companhia de dança Watts, com a
qual ficou três anos, antes de sair do Brasil. Passou cinco anos fazendo
shows brasileiros na Ásia e no Canadá. Quando voltou ao Brasil, começou
a estudar coreografia. Foi nesse período que fundou a companhia Pavilhão
D e passou a ser coreógrafo em muitas escolas e a ganhar prêmios.
Sua relação com o Festival de Dança de Joinville é verdadeiramente de
amor. "Venho aqui há tantos anos. Devo ter participado de mais de 17
festivais, já vim como bailarino, como coreógrafo. Acompanhei toda a
evolução do evento e não abro mão de estar aqui. Se for preciso, desmarco
outros compromissos em julho", afirma.
Todos os anos, o evento conta com uma infinidade de coreografias
assinadas por ele. Só nesta edição são 20, sendo 13 da companhia dele e
sete apresentadas por outras, que vão do clássico de repertório livre ao
contemporâneo. O certo é que a cada ano os prêmios não param de ser
conquistados a estande de Scheir acumula cerca de 40 troféus do festival
(só no ano passado foram oito).
Porém, ganhar não é mais a prioridade para o coreógrafo. "O principal é
poder mostrar o meu trabalho, que está em constante evolução, e que
estou sempre em atividade, procurando coisas novas", afirma. E
acrescenta: "Não vou sossegar e o público daqui não vai se livrar de mim.
Sempre vou fazer parte do festival". O que ele quer mesmo é que todos os
bailarinos que estão no palco com suas coreografias sintamse bem,
realizem um bom trabalho e que a platéia curta a apresentação. "O prêmio,
o reconhecimento, vai ser uma conseqüência".
Inspiração
Para realizar tantas obrasprimas é preciso muita inspiração. De onde ele a
tira? "Cada uma vem de uma forma. Às vezes de uma foto, de um livro, de