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Convidado                                      Competições
     16º Festival de              Cenas do
     Dança de                   espetáculo
     Joinville - 1998      C
                           " aminhada" que
                                      ,                                        Domingo de
                          será apresentado
     - Noticiário        pelo Ballet Teatro                                     bambas
     - Programação            Guaíra neste
     - Bares,boates,               domingo                                     Dream team de
     restaurantes de
     Joinville                        Fotos                                  coreógrafos marca
     - Espetáculo para   divulgação/Karen                                       competições
     todos                 Van der Brooche
     - Entrevista com                                                          Paulo César Ruiz
     Pollyana Ribeiro                                                         Editor-assistente do
     - Entrevista com     Jardim dos caminhos                                     ANFestival
     Vasco
     Wellenkamps
     - Um passo de
                            que se bifurcam                               Prosseguem neste domingo
     ponta
                                                                          as competições de
                                          Joel Gehlen                     moderno/contemporâneo,
                                     Editor do ANFestival                 solos livres e dança de rua,
..   Veja também:                                                         até aqui a modalidade que      ..
                    Em julho de 1991 a bailarina Pollyana Ribeiro -       mais chama público ao palco
     Especial com   que o público do 16º Festival de Dança teve           do Centreventos. Para se ter
     a vida e obra  oportunidade de assistir dançar - ganhou              uma idéia, os ingressos já
     do poeta Cruz  medalha de ouro no conceituado concurso               estão esgotados desde a
                    internacional de Helsinque, na Finlândia,             semana passada. Ainda de
     e Sousa.
     Cruz e Sousa   dançando o solo "Hymne a la Femme". Neste             quebra, a noite tem uma
                    domingo, a platéia do FDJ pode embevecer-se           atração à parte: um dream
     Uma conversa com esta mesma peça, interpretada por Regina            team de coreógrafos como
     com            Kotaka, primeira bailarina do Ballet Teatro           Chico Neller, Ricardo
     personalidades Guaíra. O solo faz parte do espetáculo                Risuenho, Luis Arrieta, João
                    "Caminhada" que o grupo curitibano apresenta          Roberto de Sousa, Jussara
     de destaque    na abertura de mais uma noite competitiva nas         Miranda, entre outros.
     em SC.         modalidades Moderno e Contemporâneo e
     Grandes
     Entrevistas    Dança de Rua.                                         O primeiro grupo a se
                                                                          apresentar nesta noite é o
                         O Guaíra é uma espécie de padrinho do Festival   Dorcinha, de Uberaba, o
                         de Dança de Joinville. A companhia oficial       filhote do Beth Dorça,
                         paranaense participa desde sua segunda edição.   sempre um concorrente de
                         Nos seus primeiros anos deu uma espécie de       qualidade. O grupo Mineiro
                         sustentação qualitativa ao evento com uma        disputa prêmios com mais
                         presença constante, tendo em seu ex-diretor, o   dois competidores. O Juvenil
                         coreógrafo português Carlos Trincheiras, um      da Escola Municipal de
                         incentivador e orientador.                       Ballet, vem com a
                                                                          coreografia "Transição", de
                         "Caminhada" é assinada por Rodrigo Moreira,
um coreógrafo da nova geração, ex-bailarino do
                                                                    Marcos Sage, um coreógrafo
                 Teatro Municipal do Rio e fundador do grupo
                                                                    formado em Joinville e vem
                 DC, com dissidentes do Municipal carioca.
                                                                    desenvolvendo um trabalho
                 Atualmente coreografa para a companhia de
                                                                    sério, que ainda vai chegar
                 Niterói e para o próprio TM-Rio. Rodrigo
                                                                    lá. "Transição" versa sobre
                 Moreira já é conhecido do público que
                                                                    mudanças, deslocamentos,
                 freqüenta o festival: ano passado teve o solo
                                                                    alterações de
                 "Samsâra" apresentado em Joinville, numa
                                                                    comportamentos e físicos.
                 interpretação magistral de Áurea Hämmerli.
                                                                    Ano passado o grupo levou o
                 Remontada por Rodrigo para o Guaíra,               primeiro lugar na
                 "Caminhada" foi criada originalmente para o        modalidade. O terceiro grupo
                 teatro Municipal de Niterói. Desde o início do     na disputa é o Dança & Cia,
                 ano, o espetáculo tem viajado com a companhia      de Jaraguá do Sul (SC), que
                 paranaense obtendo ótima recepção do público.      apresenta a coreografia
                 A montagem marca uma nova etapa no grupo           "Marionetes", inspirada no
                 de Curitiba, que desde janeiro passou a ser        imaginário infantil.
                 dirigido por Cristina Purri. A coreografia é
                                                                    Agora, a noite vai pegar fogo
                 baseada no oráculo chinês do I-Ching e propõe
                                                                    mesmo, é na disputa do
                 uma reflexão a respeito do destino das pessoas.
                                                                    profissional. É difícil apontar
                 Uma temática de conteúdo fantástico como
                                                                    um afavorito quanto no
                 soer à cultura Oriental sempre que interpretada
                                                                    embate estão grupos como o
                 por olhos ocidentais como poder ser percebido
                                                                    Ginga, de Mato Grosso do
                 nas releituras de Borges. "Caminhada" põe em
                                                                    Sul, o Farrabamba, de Belém
                 cena 24 bailarinos num balé que permite
                                                                    do Pará, o Mahabhutas, de
                 visualizar bem os diferentes momentos e climas
                                                                    Florianópolis, além de outros
                 de que é formado, com quarteto, trio e solo. "O
                                                                    três correndo por fora como
                 termo caminhada é como se fosse o destino
                                                                    o Azzo Dança, Brasília, o
                 ilustrado do homem, a procura", conceitua a
                                                                    B.G. Cia de Dança, do Rio
                 diretora Cristina Purri.
                                                                    de Janeiro, e o Corpo Vivo
                 O solo "Hymne a la Femme" é uma espécie de         Academia de Dança, de
                 ápice da coreografia. Permite à bailarina          Bauru (SP).
                 personalizar a movimentação e utilizar
                                                                    O Ginga Cia de Dança -
 NOTICIÁRIO      elementos próprios. Cristina define o trecho
                                                                    UFMS apresenta a
Capa             como muito técnico e que requer uma
Opinião
                                                                    coreografia "Breve", de
                 interpretação muito amadurecida. A julgar
Economia                                                            Chico Neller, um dos
Política         pelos trabalhos anteriores de Rodrigo Moreira,
País                                                                grandes coreógrafos que
                 o público pode esperar um espetáculo denso e
Mundo                                                               evoluiu durante a história do
Polícia          emocionante, com uma linguagem coreográfica
Geral                                                               Festival de Joinville. Se
Esporte
                 legível capaz de desatar os mais difíceis nós de
                                                                    inspirando no universo
Fórmula 1        sensibilidade. Musicalmente, "Caminhada" tem
Fórmula Indy                                                        feminino - mulheres que
                 de tudo nos seus 28 minutos de duração, como
   COLUNAS                                                          procuram por sua vida, em
                 Vangelis, Duperé e John Zorn, passando por
Alça de Mira                                                        momentos breves e intensos,
Informal         climas intimistas, e termina com Ennio
Moacir Pereira                                                      o grupo do Mato Grosso
                 Morricone com o tema de "A Missão", que é
Espaço Virtual                                                      coloca no palco 11 bailarinas
Por Dentro da    extremamente para cima.
Rede                                                                e um bailarino. Como no
AN Brasília
                 Quando entrar setembro, o Ballet Teatro Guaíra     poema-ícone de Vinícius de
Raul Sartóri
                 terá mais dois espetáculos montados e em           Moraes, o momento, mesmo
  CADERNOS
                 turnê, ambos coreografados por Rodrigo
Anexo                Pederneiras, do grupo Corpo. A remontagem de
Crônicas                                                                longe e distante, é infinito, se
Cinema               "Prelúdios" e "Variações a Golderg", criado
AN Cidade
                                                                        intenso. O Ginga já ganhou
                     especialmente para a companhia paranaense.
AN Informática                                                          todos os prêmios no festival
AN Veículos
AN Economia
                                                                        de Joinville e é sério
AN Tevê                                                                 candidato ao pódio
   ESPECIAIS         Na favela não tem só bandido                       novamente.
Copa 98
Grandes
Entrevistas
                     Com esse tema, a Cia de Dança Balé de              Já o Farrabamba traz a
Cruz e Sousa          Rua, de Uberlândia, dá um "anho"
                                                  b   de                coreografia "Cânticos", de
Joinville 147 anos
Festival de Dança          genuíno street no festival                   Ricardo Risuenho, um dos
   SERVIÇOS                                                             bambas da nova safra de
AN Pergunta                         Fátima Chuecco                      coreógrafos brasileiros que,
AN Pesquisa                                                             inclusive, beliscou um troféu
Como anunciar
                                 Repórter do ANFestival
Classificados                                                           Mambembe como revelação,
Assinatura           Quem espera conhecer uma proposta diferente        ano passado. Ricardo não é
Mensagem
Calendário 1998      de street dance não pode perder a apresentação     nenhum desconhecido do
Calendário 1997
Chat
                     da Cia de Dança Balé de Rua neste Domingo,         festival de Joinville. Já foi
Loterias             concorrendo na categoria profissional. O grupo     premiado e causou uma das
      INFO           que vem de Uberlândia traz um espetáculo           maiores celeumas do evento.
Índice               completo: trilha (que envolve desde a música       Criado sobre o tema "Ihu",
Expediente
Institucional        erudita até o que há de mais recente no estilo     da cearense Marlui Miranda,
                     techno), figurino, iluminação, texto e é claro,    a peça questiona as
                     coreografia. Trabalhando um tema forte como        inquietudes do ser humano,
                     favela, os integrantes pretendem mostrar que       seus instintos, independente
                     nem tudo é pesadelo. "Favela não é só              de cor da pele, raça, etc. "A
                     violência e tráfico de drogas. Não tem só          base coreográfica do
                     bandido. Tem muitos artistas em busca de um        trabalho reflete a
                     palco. É tempo de parar de subestimar a            necessidade do homem
                     inteligência e a capacidade das pessoas que        amazônico inserido num
                     resistem, como heróis, nas encostas dos morros     contexto indígena, adaptado
                     e na periferia das cidades. Só sendo herói para    a uma linguagem
                     sobreviver a condições tão precárias. Nós          contemporânea, com
                     somos uma prova disso", diz Fernando               movimentos fundamentados
                     Narduchi, diretor do grupo.                        na força, na velocidade e no
                                                                        equilíbrio". Segunda
                     Sua afirmação deve-se ao fato de que 90% dos       apresentação do
                     integrantes da companhia vive na periferia. Os     Mahabhutas, de
                     bailarinos são também office-boys, lavadores       Florianópolis, no festival,
                     de carro, marceneiros e padeiros. Por causa        "Terra Urbana", de Telmo
                     disso, o grupo se orgulha de estar genuinamente    Gomes, sublinha a chegada
                     ligado à origem do street dance, surgido nos       do homem ao segundo
                     guetos novaiorquinos e onde os negros foram        milênio, em que a cultura
                     sempre muito perseguidos pelo racismo. O           atingiu um nível que
                     figurino é de impacto. Perucas pontiagudas,        extrapola as necessidades
                     máscara contra poluição, óculos de proteção        médias de consumo. Vale o
                     usados nas siderúrgicas e coturnos são alguns      registro: o figurino, como
                     dos ingredientes para, à primeira vista,           não poderia deixar de ser, é
                     impressionar o público. "É intencional. O visual   criado todo em material
                     espanta tanto quanto um favelado sujo e            reciclável.
                     rasgado. As perucas dão a noção do cabelo
duro e despenteado. As máscaras representam a
vontade que a classe baixa tem de se expressar    De Brasília, vem o Azzo
e que, no entanto, é contida. Os óculos são uma   Dança para apresentar a
espécie de visão do futuro, pois, no fundo, o     coreografia "Liber", de Jana
favelado guarda uma ânsia de enxergar e           Marques, que, através do
desfrutar da vida", explica Marco Antônio         corpo e da alma, buscam
Garcia, figurinista e coreógrafo.                 uma liberdade de idéias,
                                                  ação, culminando na
Com cinco anos de estrada, o grupo luta por
                                                  essência da expressão
uma identidade própria. "Sabemos que a street
                                                  humana, que se costuma
dance passa por uma pasteurização. Nós, no
                                                  chamar arte. "Vidas
entanto, nunca seguimos a tendência da moda.
                                                  Cruzadas", de Rubén
Aliás, nadamos justamente contra a maré,
                                                  Terranova, é a coreografia
desenvolvendo um estilo inédito, pesquisando
                                                  que vem de Bauru, interior
novos gêneros musicais e criando uma técnica
                                                  de São Paulo, para tentar
própria", diz Garcia.
                                                  surpreender os favoritos.
Sem patrocínio, o investimento em pesquisa        Apostando no coreógrafo do
musical e técnicas novas é feito graças aos       Grupo Rama, de
cachês por apresentações por Minas Gerais e       Pirassununga, a trupe da
em outros Estados. No Festival de Dança de        cidade sem limites se inspira
Joinville do ano passado conquistaram o           em situações limítrofes, em
primeiro lugar. Este ano abriram o 11º Festival   que trajetórias se
de Dança de Uberlândia, causando um estouro       entrecruzam e a solidão é o
de bilheteria. A crítica especializada também     saldo que sobra a cada um
tem apontado o grupo como um precursor de         neste latifúndio-urbano. Já o
novos caminhos para a dança de rua.               grupo carioca B.G. Cia de
                                                  Dança interpreta "Ao Max",
Quanto ao rumo que essa modalidade deve           de Betina Guelmann, em que
tomar, Narduchi diz que é uma incógnita: "A       os bailarinos, como no
dança de rua é urbana, supercontemporânea e       hai-kai, dançam (voam?)
se encontra em constante evolução e               harmoniosamente a melodia
transformação. Ninguém sabe onde vai parar".      do vento, feito as folhas de
Diz também que, apesar do modismo, os grupos      outono.
presos às questões sociais devem sobreviver.
                                                             Solos
No caso da Cia de Dança Balé de Rua, grande
parte dos 23 integrantes é do sexo masculino e    A noite ainda promete
segue um ritmo pesado de ensaios. "A dança        algumas surpresas
exige especial preparo físico e aptidão para      agradáveis. Nos solos
saltos. Também fazemos muito alongamento",        femininos, o Compasso Cia
conta Garcia, que assina ainda a iluminação do    de Dança, de Dom Pedrito
espetáculo e faz parceria com Narduchi para       (lembram?), vem uma
compor os textos. José Marciel Silva também       coreografia de Jussara
coreografa. O cenário é de Chao Lin. Para o       Miranda, "Depois da
festival, de 30 minutos a apresentação foi        Pressa", sobre um tema de
reduzida para apenas 10. Mas tudo bem. Será o     John Lurie. Depois da pressa
suficiente para mostrar que esses mineiros        virá a preguiça? O Cia
sabem o que estão fazendo.                        Cylene Penhavel aposta na
                                                  sensibilidade zen de João
Alargar os horizontes para                       Roberto de Souza, que criou
                                                   a coreografia "La Belle Du
evitar a trilha dos estereótipos                   Bouq Dourment" baseada
                                                   nos fundamentos da dança
             Ana Francisca Ponzio
                                                   Butoh, do Japonês Kasuo
               Crítica de Dança
                                                   Ohno. Já o Centro de Dança
Quando se vê um grupo reproduzindo no palco        e Pesquisa Flávia Vargas
os clichês mais rasos do futebol, como ocorreu     apresenta a coreografia "Ke
na programação de sexta-feira no 16º Festival      Noite" (porquecomK?), de
de Dança de Joinville, surgem não só reflexões,    Ricardo Scheir sobre um
mas também preocupações sobre a mentalidade        tema do Tom "out" Waits,
que cerca a chamada dança moderna (ou jazz)        que conta uma pequena
nos domínios das escolas.                          brincadeira com a chegada
                                                   em casa depois de uma
Tudo indica, as referências ainda são muito        noitada. Nos solos
pobres. Não se vai além dos esquetes               masculino, um peso-pesado:
difundidos pela televisão - como danças do         O Grupo Beth Dorça faz
Tchan ou de aberturas de "Fantástico", shows       uma dobradinha com Luis
de Madonna e Michael Jackson ou clips de           Arrieta, coreógrafo argentino
MTV. Também na música, nos figurinos e na          radicado no Brasil há mais
ambientação cênica a tendência é seguir a trilha   de duas décadas, que criou
dos estereótipos.                                  "Tonada de Luna Llena"
                                                   especialmente para o
Deparar-se com esse padrão generalizado é          bailarino Fernando Martins
lamentável, principalmente se considerarmos o      de Paiva.
quanto a cultura brasileira está sendo
desprezada e desperdiçada por aqueles que          A disputa vai ficar entre as
pretendem fazer dança fora do circuito clássico.   duas vertentes da dança de
Num país rico em manifetações populares, é         rua brasileira. O Dança de
fundamental recusar o comodismo das imagens        Rua do Brasil, de Santos, que
fabricadas pela mídia de massa, para descobrir     apresenta a coreografia
os universos pouco explorados que nos cercam.      "Homens de Preto", de
                                                   Marcelo Cirino, um dos
Perante o padrão que uniformiza hoje os grupos     grandes campeões em
das modalidades de dança moderna ou jazz (se       Joinville, e o Cia de Dança
é que se pode definir como tal o que vem sendo     Balé de Rua, de Uberlândia,
apresentado), cabe ao Festival de Joinville        que leva ao palco "Favela",
tentar alargar os horizontes. Se há pessoas        de Marco Antônio Garcia.
preocupadas com a evolução do evento há,
desde já, um ponto que merece ser repensado.
                                                    Dor no pé e amor
Está evidente que tais grupos não têm acesso a
informações sobre o amplo universo da dança             à dança
contemporânea, uma vez que os clichês são
comuns à maioria. Transformar esse status quo,          Andressa Scheller
portanto, poderia ser o ponto de partida para o     Especial para o ANFestival
festival extrapolar seu papel de apenas
estimular escolas e alunos de balé clássico.       Só mesmo o amor à dança
                                                   para fazer com que o
Incluir nas programações profissionais de          bailarino supere seus
abertura grupos como o Quasar já representa
                                                   próprios limites. E foi
um pequeno avanço. Mas, a maneira como são
                                                   justamente a dedicação à
apresentados grupos como esse (que
                                                   arte a razão principal para
obviamente representam informação nova)
                                                   fazer com que a adolescente
também merece cuidado específico.
                                                   Francine do Amaral, 14
Agora que o festival possui infra-estrutura e um   anos, do Teatro Guaíra, de
espaço como o Centreventos, não é mais             Curitiba, terminasse sua
possível continuar reproduzindo o que vem          apresentação, no
sendo feito até então. Se o evento cresceu na      Centreventos Cau Hansen,
quantidade e no nível técnico, é preciso           apesar de estar com o pé
também se expandir no conteúdo.                    destroncado. A
                                                   compensação? Um honrado
Deslumbrar-se com o gigantesco, ou seja,           terceiro lugar.
números singulares de alunos ou o palco
profissional que eles merecidamente podem          Francine, que dança desde os
ocupar agora, é satisfação que não deve ser        cinco anos, participava de
recusada. Mas, isso não basta se a proposta é      apresentação na modalidade
caminhar para frente.                              clássico conjunto, categoria
                                                   amador II, na noite do dia
Sem deixar de cuidar das conquistas positivas      20. Antes de o grupo entrar,
do festival, é saudável também apostar em          a ansiedade natural. Mas a
ousadias e ocupar salas menores para               possibilidade de acontecer
experiências capazes de depurar o gosto            um acidente passava longe
inclusive do público. As condições para tanto      de sua imaginação. Então,
estão plenamente favoráveis. Além da enorme        era hora de superar o medo e
arena do Centreventos, sabe-se que em breve        entrar no palco, até que no
será inaugurado um teatro menor, de 600            início da primeira parte de
lugares.                                           sua apresentação pisou
                                                   inadequadamente no palco e
Poderia ser este o palco de inauguração de         sofreu a torção.
novas experiências, abertas para uma produção
que ainda não circula em Joinville. Mostras        No momento, a hesitação.
paralelas, laboratórios de criatividade e mesmo    Parar e acabar prejudicando
apoio para o surgimento ou fortalecimento de       todo o grupo ou superar a
grupos que já vem atuando pelo Brasil, são         dor e dançar até o final? O
algumas das apostas possíveis, além de outras a    amor à dança e a força de
serem descobertas. Investindo em novas             vontade foram maiores.
possibilidades, o Festival de Joinville poderá,    Faltavam sete minutos para
então, tomar para si uma tarefa que não é          tudo terminar. Naquele
gigantesca na aparência mas sim na sua             instante, o tempo tornou-se
demanda. Ao mesmo tempo, estaria abrindo-se        infinito, mas isso não foi
para o fomento à criação, escapando ao rótulo      suficiente para fazer a
de mera vitrine de exibicionismo técnico.          uritibana Francine do Amaral
                                                   desistir. Em horas como
                                                   essas, o senso de
       Convidado                                   companheirismo e o apoio
Marcelo Misailidis                                 dos demais bailarinos
e Isa Kokai em " s
                O                                  funciona e muito. "O fato de
   Últimos dias de                                 ver um monte de gente
         Nijinsky"
Foto: Marcelo
                                                   dando força foi fundamental
           Caetano
                                                   para superar o medo e a
                                                   dor", assinalou Francine
    Mais orientação e menos                        olhando para o pé ainda
            prêmios                                enfaixado. Para ela, o
                                                   terceiro lugar teve um gosto
                 Suzana Braga                      muito especial. Sabor de
                Crítica de dança                   vitória.

A coisa complicou. Um grupo de adolescentes        Transcorridos os
resolve vestir a camisa do Flamengo, que não       intermináveis momentos,
anda lá essas coisas, e dançar ao som do Hino      Francine recebeu os
Nacional Brasileiro, numa jogada do tipo "vale     primeiros socorros no
tudo" para conseguir os aplausos e o prêmio.       próprio Centreventos Cau
Por sorte não levou nem um, nem o outro. O         Hansen e foi levada em
grupo em questão é o Vera Passos, de Fortaleza,    seguida para o Hospital Dona
o número "Torcida Brasileira" do já famoso         Helena, onde teve o
compositor dos festivais "colagem musical",        péenfaixado. Teria de dançar
colada com durex e sem anestesia para a otite      no dia 22, não pôde. Ficou
que provoca.                                       triste por não participar da
                                                   apresentação, mas jamais
Noutra situação, da mesma noite reservada a        esquecerá aquele terceiro
duos e grupos de jazz, duas outras adolescentes    lugar com gosto de primeiro.
do Studio de Ginástica e Dança do I.E.E.,
orientadas sabe-se lá por quem, adentram no
palco com propostas e movimentos
absolutamente não identificáveis, dentre eles
um inusitado "Passo do ganso" numa peça
intitulada "Clonagem". Esta situação é ainda
pior porque a "Clonagem" foi premiada,
terceiro lugar numa modalidade que ficou sem
o primeiro. O que é mais grave? A bisonhice
das meninas da "Torcida Brasileira", a má
orientação dada às jovens "clonadas" ou
pessoas competentes e veteranas na dança, da
pré-seleção e que do corpo de jurados,
selecionarem esses trabalhos para participar do
festival e chegarem ao cúmulo de premiarem
um deles? É preciso ficar mais alerta, vacilos
acontecem, coisas passam despercebidas,
mesmo assim é mau. Esses jovens equivocados
precisam de orientação, não de prêmios.

Vários desses acidentes de percurso
aconteceram na noite de sexta-feira. Os
exemplos acima foram os mais gritantes mas
houve também bis de premiação para
coreografias que já foram vistas e premiadas
em Joinville afinal todas são tão parecidas. Até
mesmo "Abstract", peça assinada pela ótima
Roseli Rodrigues e muito bem apresentada pelo
Núcleo Artístico de Belo Horizonte, tinha cara
de filme já visto. Mas teve ainda os clones do
ano passado que esse ano foram reeditados
como "A Outra face", pelo Dança de Rua do
Brasil. A boa escola de Goiás, Dançarte, que
sempre fez trabalhos sérios, esse ano deu uma
escorregada feia. Superproduziu os mais
cintilantes robôs que Joinville já viu, na
coreografia " Andróides".

No mais, houve um equilíbrio dos concorrentes,
nada muito bom, nada escandalosamente ruim e
uma premiação excessiva. A destacar com
honras, poucos trabalhos. O grupo carioca VD
Mascotte com "Livre, Levemente",
coreografado por Carlota Portela, pareceu a
peça mais lúcida, mais musical e simples da
noite. Em suma, a melhor. Ficou em terceiro
lugar no Amador II. Também boas
apresentações das duas coreografias de Roseli
Rodrigues. " Abstract", que já foi falada e
"Volúpia", a melhor delas, apresentada pelo
Galpão 1 Grupo de Dança, de Indaiatuba (SP).

Como convidado especial, mais uma vez
Marcelo Misailidis subiu ao palco , dessa feita
para reencarnar Nijinsky. O fez muito bem.
Aliás o trabalho de Fábio de Mello que conta
com a produção de Fernando Bicudo é muito
interessante e denso, reproduzindo o tormento
da loucura de Nijinsky num ambiente cênico
claustrofóbico e fiel à dramaticidade dos fatos.
Misailidis, Isa Kokai, Antonio Bento e Gilberto
Torres foram fieis aos seus personagens.

Também como convidados especiais, Rosito di
Carmini e Rebeca Jung apresentaram o duo
"Sem título 1995", assinado pelo próprio Rosito
e pela ensaiadora Lena Maia.


   16º Festival de Dança de Jonville
Noticiário
Programação
Bares,boates, restaurantes de Joinville
Espetáculo para todos
Entrevista com Vasco Wellenkamps
Um passo de ponta
Entrevista com Pollyana Ribeiro
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                      O palhaço de Deus
                      Noite de estrelas
                      Estrelas de mãos e pés cheios
                      Cinco ases de ouro




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Transição - 16º Festival de Dança de Joinville

  • 1. Convidado Competições 16º Festival de Cenas do Dança de espetáculo Joinville - 1998 C " aminhada" que , Domingo de será apresentado - Noticiário pelo Ballet Teatro bambas - Programação Guaíra neste - Bares,boates, domingo Dream team de restaurantes de Joinville Fotos coreógrafos marca - Espetáculo para divulgação/Karen competições todos Van der Brooche - Entrevista com Paulo César Ruiz Pollyana Ribeiro Editor-assistente do - Entrevista com Jardim dos caminhos ANFestival Vasco Wellenkamps - Um passo de que se bifurcam Prosseguem neste domingo ponta as competições de Joel Gehlen moderno/contemporâneo, Editor do ANFestival solos livres e dança de rua, .. Veja também: até aqui a modalidade que .. Em julho de 1991 a bailarina Pollyana Ribeiro - mais chama público ao palco Especial com que o público do 16º Festival de Dança teve do Centreventos. Para se ter a vida e obra oportunidade de assistir dançar - ganhou uma idéia, os ingressos já do poeta Cruz medalha de ouro no conceituado concurso estão esgotados desde a internacional de Helsinque, na Finlândia, semana passada. Ainda de e Sousa. Cruz e Sousa dançando o solo "Hymne a la Femme". Neste quebra, a noite tem uma domingo, a platéia do FDJ pode embevecer-se atração à parte: um dream Uma conversa com esta mesma peça, interpretada por Regina team de coreógrafos como com Kotaka, primeira bailarina do Ballet Teatro Chico Neller, Ricardo personalidades Guaíra. O solo faz parte do espetáculo Risuenho, Luis Arrieta, João "Caminhada" que o grupo curitibano apresenta Roberto de Sousa, Jussara de destaque na abertura de mais uma noite competitiva nas Miranda, entre outros. em SC. modalidades Moderno e Contemporâneo e Grandes Entrevistas Dança de Rua. O primeiro grupo a se apresentar nesta noite é o O Guaíra é uma espécie de padrinho do Festival Dorcinha, de Uberaba, o de Dança de Joinville. A companhia oficial filhote do Beth Dorça, paranaense participa desde sua segunda edição. sempre um concorrente de Nos seus primeiros anos deu uma espécie de qualidade. O grupo Mineiro sustentação qualitativa ao evento com uma disputa prêmios com mais presença constante, tendo em seu ex-diretor, o dois competidores. O Juvenil coreógrafo português Carlos Trincheiras, um da Escola Municipal de incentivador e orientador. Ballet, vem com a coreografia "Transição", de "Caminhada" é assinada por Rodrigo Moreira,
  • 2. um coreógrafo da nova geração, ex-bailarino do Marcos Sage, um coreógrafo Teatro Municipal do Rio e fundador do grupo formado em Joinville e vem DC, com dissidentes do Municipal carioca. desenvolvendo um trabalho Atualmente coreografa para a companhia de sério, que ainda vai chegar Niterói e para o próprio TM-Rio. Rodrigo lá. "Transição" versa sobre Moreira já é conhecido do público que mudanças, deslocamentos, freqüenta o festival: ano passado teve o solo alterações de "Samsâra" apresentado em Joinville, numa comportamentos e físicos. interpretação magistral de Áurea Hämmerli. Ano passado o grupo levou o Remontada por Rodrigo para o Guaíra, primeiro lugar na "Caminhada" foi criada originalmente para o modalidade. O terceiro grupo teatro Municipal de Niterói. Desde o início do na disputa é o Dança & Cia, ano, o espetáculo tem viajado com a companhia de Jaraguá do Sul (SC), que paranaense obtendo ótima recepção do público. apresenta a coreografia A montagem marca uma nova etapa no grupo "Marionetes", inspirada no de Curitiba, que desde janeiro passou a ser imaginário infantil. dirigido por Cristina Purri. A coreografia é Agora, a noite vai pegar fogo baseada no oráculo chinês do I-Ching e propõe mesmo, é na disputa do uma reflexão a respeito do destino das pessoas. profissional. É difícil apontar Uma temática de conteúdo fantástico como um afavorito quanto no soer à cultura Oriental sempre que interpretada embate estão grupos como o por olhos ocidentais como poder ser percebido Ginga, de Mato Grosso do nas releituras de Borges. "Caminhada" põe em Sul, o Farrabamba, de Belém cena 24 bailarinos num balé que permite do Pará, o Mahabhutas, de visualizar bem os diferentes momentos e climas Florianópolis, além de outros de que é formado, com quarteto, trio e solo. "O três correndo por fora como termo caminhada é como se fosse o destino o Azzo Dança, Brasília, o ilustrado do homem, a procura", conceitua a B.G. Cia de Dança, do Rio diretora Cristina Purri. de Janeiro, e o Corpo Vivo O solo "Hymne a la Femme" é uma espécie de Academia de Dança, de ápice da coreografia. Permite à bailarina Bauru (SP). personalizar a movimentação e utilizar O Ginga Cia de Dança - NOTICIÁRIO elementos próprios. Cristina define o trecho UFMS apresenta a Capa como muito técnico e que requer uma Opinião coreografia "Breve", de interpretação muito amadurecida. A julgar Economia Chico Neller, um dos Política pelos trabalhos anteriores de Rodrigo Moreira, País grandes coreógrafos que o público pode esperar um espetáculo denso e Mundo evoluiu durante a história do Polícia emocionante, com uma linguagem coreográfica Geral Festival de Joinville. Se Esporte legível capaz de desatar os mais difíceis nós de inspirando no universo Fórmula 1 sensibilidade. Musicalmente, "Caminhada" tem Fórmula Indy feminino - mulheres que de tudo nos seus 28 minutos de duração, como COLUNAS procuram por sua vida, em Vangelis, Duperé e John Zorn, passando por Alça de Mira momentos breves e intensos, Informal climas intimistas, e termina com Ennio Moacir Pereira o grupo do Mato Grosso Morricone com o tema de "A Missão", que é Espaço Virtual coloca no palco 11 bailarinas Por Dentro da extremamente para cima. Rede e um bailarino. Como no AN Brasília Quando entrar setembro, o Ballet Teatro Guaíra poema-ícone de Vinícius de Raul Sartóri terá mais dois espetáculos montados e em Moraes, o momento, mesmo CADERNOS turnê, ambos coreografados por Rodrigo
  • 3. Anexo Pederneiras, do grupo Corpo. A remontagem de Crônicas longe e distante, é infinito, se Cinema "Prelúdios" e "Variações a Golderg", criado AN Cidade intenso. O Ginga já ganhou especialmente para a companhia paranaense. AN Informática todos os prêmios no festival AN Veículos AN Economia de Joinville e é sério AN Tevê candidato ao pódio ESPECIAIS Na favela não tem só bandido novamente. Copa 98 Grandes Entrevistas Com esse tema, a Cia de Dança Balé de Já o Farrabamba traz a Cruz e Sousa Rua, de Uberlândia, dá um "anho" b de coreografia "Cânticos", de Joinville 147 anos Festival de Dança genuíno street no festival Ricardo Risuenho, um dos SERVIÇOS bambas da nova safra de AN Pergunta Fátima Chuecco coreógrafos brasileiros que, AN Pesquisa inclusive, beliscou um troféu Como anunciar Repórter do ANFestival Classificados Mambembe como revelação, Assinatura Quem espera conhecer uma proposta diferente ano passado. Ricardo não é Mensagem Calendário 1998 de street dance não pode perder a apresentação nenhum desconhecido do Calendário 1997 Chat da Cia de Dança Balé de Rua neste Domingo, festival de Joinville. Já foi Loterias concorrendo na categoria profissional. O grupo premiado e causou uma das INFO que vem de Uberlândia traz um espetáculo maiores celeumas do evento. Índice completo: trilha (que envolve desde a música Criado sobre o tema "Ihu", Expediente Institucional erudita até o que há de mais recente no estilo da cearense Marlui Miranda, techno), figurino, iluminação, texto e é claro, a peça questiona as coreografia. Trabalhando um tema forte como inquietudes do ser humano, favela, os integrantes pretendem mostrar que seus instintos, independente nem tudo é pesadelo. "Favela não é só de cor da pele, raça, etc. "A violência e tráfico de drogas. Não tem só base coreográfica do bandido. Tem muitos artistas em busca de um trabalho reflete a palco. É tempo de parar de subestimar a necessidade do homem inteligência e a capacidade das pessoas que amazônico inserido num resistem, como heróis, nas encostas dos morros contexto indígena, adaptado e na periferia das cidades. Só sendo herói para a uma linguagem sobreviver a condições tão precárias. Nós contemporânea, com somos uma prova disso", diz Fernando movimentos fundamentados Narduchi, diretor do grupo. na força, na velocidade e no equilíbrio". Segunda Sua afirmação deve-se ao fato de que 90% dos apresentação do integrantes da companhia vive na periferia. Os Mahabhutas, de bailarinos são também office-boys, lavadores Florianópolis, no festival, de carro, marceneiros e padeiros. Por causa "Terra Urbana", de Telmo disso, o grupo se orgulha de estar genuinamente Gomes, sublinha a chegada ligado à origem do street dance, surgido nos do homem ao segundo guetos novaiorquinos e onde os negros foram milênio, em que a cultura sempre muito perseguidos pelo racismo. O atingiu um nível que figurino é de impacto. Perucas pontiagudas, extrapola as necessidades máscara contra poluição, óculos de proteção médias de consumo. Vale o usados nas siderúrgicas e coturnos são alguns registro: o figurino, como dos ingredientes para, à primeira vista, não poderia deixar de ser, é impressionar o público. "É intencional. O visual criado todo em material espanta tanto quanto um favelado sujo e reciclável. rasgado. As perucas dão a noção do cabelo
  • 4. duro e despenteado. As máscaras representam a vontade que a classe baixa tem de se expressar De Brasília, vem o Azzo e que, no entanto, é contida. Os óculos são uma Dança para apresentar a espécie de visão do futuro, pois, no fundo, o coreografia "Liber", de Jana favelado guarda uma ânsia de enxergar e Marques, que, através do desfrutar da vida", explica Marco Antônio corpo e da alma, buscam Garcia, figurinista e coreógrafo. uma liberdade de idéias, ação, culminando na Com cinco anos de estrada, o grupo luta por essência da expressão uma identidade própria. "Sabemos que a street humana, que se costuma dance passa por uma pasteurização. Nós, no chamar arte. "Vidas entanto, nunca seguimos a tendência da moda. Cruzadas", de Rubén Aliás, nadamos justamente contra a maré, Terranova, é a coreografia desenvolvendo um estilo inédito, pesquisando que vem de Bauru, interior novos gêneros musicais e criando uma técnica de São Paulo, para tentar própria", diz Garcia. surpreender os favoritos. Sem patrocínio, o investimento em pesquisa Apostando no coreógrafo do musical e técnicas novas é feito graças aos Grupo Rama, de cachês por apresentações por Minas Gerais e Pirassununga, a trupe da em outros Estados. No Festival de Dança de cidade sem limites se inspira Joinville do ano passado conquistaram o em situações limítrofes, em primeiro lugar. Este ano abriram o 11º Festival que trajetórias se de Dança de Uberlândia, causando um estouro entrecruzam e a solidão é o de bilheteria. A crítica especializada também saldo que sobra a cada um tem apontado o grupo como um precursor de neste latifúndio-urbano. Já o novos caminhos para a dança de rua. grupo carioca B.G. Cia de Dança interpreta "Ao Max", Quanto ao rumo que essa modalidade deve de Betina Guelmann, em que tomar, Narduchi diz que é uma incógnita: "A os bailarinos, como no dança de rua é urbana, supercontemporânea e hai-kai, dançam (voam?) se encontra em constante evolução e harmoniosamente a melodia transformação. Ninguém sabe onde vai parar". do vento, feito as folhas de Diz também que, apesar do modismo, os grupos outono. presos às questões sociais devem sobreviver. Solos No caso da Cia de Dança Balé de Rua, grande parte dos 23 integrantes é do sexo masculino e A noite ainda promete segue um ritmo pesado de ensaios. "A dança algumas surpresas exige especial preparo físico e aptidão para agradáveis. Nos solos saltos. Também fazemos muito alongamento", femininos, o Compasso Cia conta Garcia, que assina ainda a iluminação do de Dança, de Dom Pedrito espetáculo e faz parceria com Narduchi para (lembram?), vem uma compor os textos. José Marciel Silva também coreografia de Jussara coreografa. O cenário é de Chao Lin. Para o Miranda, "Depois da festival, de 30 minutos a apresentação foi Pressa", sobre um tema de reduzida para apenas 10. Mas tudo bem. Será o John Lurie. Depois da pressa suficiente para mostrar que esses mineiros virá a preguiça? O Cia sabem o que estão fazendo. Cylene Penhavel aposta na sensibilidade zen de João
  • 5. Alargar os horizontes para Roberto de Souza, que criou a coreografia "La Belle Du evitar a trilha dos estereótipos Bouq Dourment" baseada nos fundamentos da dança Ana Francisca Ponzio Butoh, do Japonês Kasuo Crítica de Dança Ohno. Já o Centro de Dança Quando se vê um grupo reproduzindo no palco e Pesquisa Flávia Vargas os clichês mais rasos do futebol, como ocorreu apresenta a coreografia "Ke na programação de sexta-feira no 16º Festival Noite" (porquecomK?), de de Dança de Joinville, surgem não só reflexões, Ricardo Scheir sobre um mas também preocupações sobre a mentalidade tema do Tom "out" Waits, que cerca a chamada dança moderna (ou jazz) que conta uma pequena nos domínios das escolas. brincadeira com a chegada em casa depois de uma Tudo indica, as referências ainda são muito noitada. Nos solos pobres. Não se vai além dos esquetes masculino, um peso-pesado: difundidos pela televisão - como danças do O Grupo Beth Dorça faz Tchan ou de aberturas de "Fantástico", shows uma dobradinha com Luis de Madonna e Michael Jackson ou clips de Arrieta, coreógrafo argentino MTV. Também na música, nos figurinos e na radicado no Brasil há mais ambientação cênica a tendência é seguir a trilha de duas décadas, que criou dos estereótipos. "Tonada de Luna Llena" especialmente para o Deparar-se com esse padrão generalizado é bailarino Fernando Martins lamentável, principalmente se considerarmos o de Paiva. quanto a cultura brasileira está sendo desprezada e desperdiçada por aqueles que A disputa vai ficar entre as pretendem fazer dança fora do circuito clássico. duas vertentes da dança de Num país rico em manifetações populares, é rua brasileira. O Dança de fundamental recusar o comodismo das imagens Rua do Brasil, de Santos, que fabricadas pela mídia de massa, para descobrir apresenta a coreografia os universos pouco explorados que nos cercam. "Homens de Preto", de Marcelo Cirino, um dos Perante o padrão que uniformiza hoje os grupos grandes campeões em das modalidades de dança moderna ou jazz (se Joinville, e o Cia de Dança é que se pode definir como tal o que vem sendo Balé de Rua, de Uberlândia, apresentado), cabe ao Festival de Joinville que leva ao palco "Favela", tentar alargar os horizontes. Se há pessoas de Marco Antônio Garcia. preocupadas com a evolução do evento há, desde já, um ponto que merece ser repensado. Dor no pé e amor Está evidente que tais grupos não têm acesso a informações sobre o amplo universo da dança à dança contemporânea, uma vez que os clichês são comuns à maioria. Transformar esse status quo, Andressa Scheller portanto, poderia ser o ponto de partida para o Especial para o ANFestival festival extrapolar seu papel de apenas estimular escolas e alunos de balé clássico. Só mesmo o amor à dança para fazer com que o Incluir nas programações profissionais de bailarino supere seus
  • 6. abertura grupos como o Quasar já representa próprios limites. E foi um pequeno avanço. Mas, a maneira como são justamente a dedicação à apresentados grupos como esse (que arte a razão principal para obviamente representam informação nova) fazer com que a adolescente também merece cuidado específico. Francine do Amaral, 14 Agora que o festival possui infra-estrutura e um anos, do Teatro Guaíra, de espaço como o Centreventos, não é mais Curitiba, terminasse sua possível continuar reproduzindo o que vem apresentação, no sendo feito até então. Se o evento cresceu na Centreventos Cau Hansen, quantidade e no nível técnico, é preciso apesar de estar com o pé também se expandir no conteúdo. destroncado. A compensação? Um honrado Deslumbrar-se com o gigantesco, ou seja, terceiro lugar. números singulares de alunos ou o palco profissional que eles merecidamente podem Francine, que dança desde os ocupar agora, é satisfação que não deve ser cinco anos, participava de recusada. Mas, isso não basta se a proposta é apresentação na modalidade caminhar para frente. clássico conjunto, categoria amador II, na noite do dia Sem deixar de cuidar das conquistas positivas 20. Antes de o grupo entrar, do festival, é saudável também apostar em a ansiedade natural. Mas a ousadias e ocupar salas menores para possibilidade de acontecer experiências capazes de depurar o gosto um acidente passava longe inclusive do público. As condições para tanto de sua imaginação. Então, estão plenamente favoráveis. Além da enorme era hora de superar o medo e arena do Centreventos, sabe-se que em breve entrar no palco, até que no será inaugurado um teatro menor, de 600 início da primeira parte de lugares. sua apresentação pisou inadequadamente no palco e Poderia ser este o palco de inauguração de sofreu a torção. novas experiências, abertas para uma produção que ainda não circula em Joinville. Mostras No momento, a hesitação. paralelas, laboratórios de criatividade e mesmo Parar e acabar prejudicando apoio para o surgimento ou fortalecimento de todo o grupo ou superar a grupos que já vem atuando pelo Brasil, são dor e dançar até o final? O algumas das apostas possíveis, além de outras a amor à dança e a força de serem descobertas. Investindo em novas vontade foram maiores. possibilidades, o Festival de Joinville poderá, Faltavam sete minutos para então, tomar para si uma tarefa que não é tudo terminar. Naquele gigantesca na aparência mas sim na sua instante, o tempo tornou-se demanda. Ao mesmo tempo, estaria abrindo-se infinito, mas isso não foi para o fomento à criação, escapando ao rótulo suficiente para fazer a de mera vitrine de exibicionismo técnico. uritibana Francine do Amaral desistir. Em horas como essas, o senso de Convidado companheirismo e o apoio Marcelo Misailidis dos demais bailarinos e Isa Kokai em " s O funciona e muito. "O fato de Últimos dias de ver um monte de gente Nijinsky"
  • 7. Foto: Marcelo dando força foi fundamental Caetano para superar o medo e a dor", assinalou Francine Mais orientação e menos olhando para o pé ainda prêmios enfaixado. Para ela, o terceiro lugar teve um gosto Suzana Braga muito especial. Sabor de Crítica de dança vitória. A coisa complicou. Um grupo de adolescentes Transcorridos os resolve vestir a camisa do Flamengo, que não intermináveis momentos, anda lá essas coisas, e dançar ao som do Hino Francine recebeu os Nacional Brasileiro, numa jogada do tipo "vale primeiros socorros no tudo" para conseguir os aplausos e o prêmio. próprio Centreventos Cau Por sorte não levou nem um, nem o outro. O Hansen e foi levada em grupo em questão é o Vera Passos, de Fortaleza, seguida para o Hospital Dona o número "Torcida Brasileira" do já famoso Helena, onde teve o compositor dos festivais "colagem musical", péenfaixado. Teria de dançar colada com durex e sem anestesia para a otite no dia 22, não pôde. Ficou que provoca. triste por não participar da apresentação, mas jamais Noutra situação, da mesma noite reservada a esquecerá aquele terceiro duos e grupos de jazz, duas outras adolescentes lugar com gosto de primeiro. do Studio de Ginástica e Dança do I.E.E., orientadas sabe-se lá por quem, adentram no palco com propostas e movimentos absolutamente não identificáveis, dentre eles um inusitado "Passo do ganso" numa peça intitulada "Clonagem". Esta situação é ainda pior porque a "Clonagem" foi premiada, terceiro lugar numa modalidade que ficou sem o primeiro. O que é mais grave? A bisonhice das meninas da "Torcida Brasileira", a má orientação dada às jovens "clonadas" ou pessoas competentes e veteranas na dança, da pré-seleção e que do corpo de jurados, selecionarem esses trabalhos para participar do festival e chegarem ao cúmulo de premiarem um deles? É preciso ficar mais alerta, vacilos acontecem, coisas passam despercebidas, mesmo assim é mau. Esses jovens equivocados precisam de orientação, não de prêmios. Vários desses acidentes de percurso aconteceram na noite de sexta-feira. Os exemplos acima foram os mais gritantes mas houve também bis de premiação para coreografias que já foram vistas e premiadas em Joinville afinal todas são tão parecidas. Até mesmo "Abstract", peça assinada pela ótima
  • 8. Roseli Rodrigues e muito bem apresentada pelo Núcleo Artístico de Belo Horizonte, tinha cara de filme já visto. Mas teve ainda os clones do ano passado que esse ano foram reeditados como "A Outra face", pelo Dança de Rua do Brasil. A boa escola de Goiás, Dançarte, que sempre fez trabalhos sérios, esse ano deu uma escorregada feia. Superproduziu os mais cintilantes robôs que Joinville já viu, na coreografia " Andróides". No mais, houve um equilíbrio dos concorrentes, nada muito bom, nada escandalosamente ruim e uma premiação excessiva. A destacar com honras, poucos trabalhos. O grupo carioca VD Mascotte com "Livre, Levemente", coreografado por Carlota Portela, pareceu a peça mais lúcida, mais musical e simples da noite. Em suma, a melhor. Ficou em terceiro lugar no Amador II. Também boas apresentações das duas coreografias de Roseli Rodrigues. " Abstract", que já foi falada e "Volúpia", a melhor delas, apresentada pelo Galpão 1 Grupo de Dança, de Indaiatuba (SP). Como convidado especial, mais uma vez Marcelo Misailidis subiu ao palco , dessa feita para reencarnar Nijinsky. O fez muito bem. Aliás o trabalho de Fábio de Mello que conta com a produção de Fernando Bicudo é muito interessante e denso, reproduzindo o tormento da loucura de Nijinsky num ambiente cênico claustrofóbico e fiel à dramaticidade dos fatos. Misailidis, Isa Kokai, Antonio Bento e Gilberto Torres foram fieis aos seus personagens. Também como convidados especiais, Rosito di Carmini e Rebeca Jung apresentaram o duo "Sem título 1995", assinado pelo próprio Rosito e pela ensaiadora Lena Maia. 16º Festival de Dança de Jonville Noticiário Programação Bares,boates, restaurantes de Joinville Espetáculo para todos Entrevista com Vasco Wellenkamps Um passo de ponta Entrevista com Pollyana Ribeiro
  • 9. Manchetes AN Das últimas edições de AN Festival QUASAR, Esta onda vem de Goiás O palhaço de Deus Noite de estrelas Estrelas de mãos e pés cheios Cinco ases de ouro Capa | Opinião | Economia | Política | País | Mundo | Polícia | Geral | Esporte | Fórmula 1 | Fórmula Indy | Alça de Mira | Informal | Moacir Pereira | Raul Sartóri | Espaço Virtual | Por Dentro da Rede | AN Brasília | Anexo | Crônicas | Cinema | AN Cidade | AN Informática | AN Veículos | AN Economia | AN Tevê | Copa 98 | Grandes Entrevistas | Cruz e Sousa | Joinville 147 anos | Festival de Dança | AN Pergunta | AN Pesquisa | Como anunciar | Classificados | Assinatura | Mensagem | Calendário 1998 | Calendário 1997 | Chat | Loterias | Índice | Expediente | Institucional Copyright © 1996 A Notícia - Todos os direitos reservados - Telefone: 055-047 431 9000 - Fax: 055-047 431 9100 Rua Caçador, 112 - CEP 89203-610 - Caixa Postal: 2 - 89201-972 - Joinville - Santa Catarina - BRASIL Autoria: Torque Comunicação e Internet - Projeto: Avelar Lívio dos Santos, jornalista, RP MTr/PR 890 .