SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 16
DEZEMBRO / 2004




ÍNDICE
Item                             Assunto                       Página

       I    Informações Gerais da Empresa e Objetivo do Trabalho     3

      II    Introdução                                               4

      III   Metodologia                                              5

     IV     Avaliação Ergonômica dos Postos de Trabalho             10

     VI     Conformidade em Relação à NR-17 - Ergonomia              12

     VII    Recomendações e Comentários Gerais                      14




I. INFORMAÇÕES GERAIS DA EMPRESA E OBJETIVO DO TRABALHO



Endereço:


Ramo de atividade: Salão de Beleza

Grau de Risco:


Data das Avaliações: 04/12/2004

                                                                            2
Objetivo:


      Proceder a avaliação ergonômica dos postos de trabalho, bem como apresentar
recomendações aos trabalhadores no momento das entrevistas e as que constam
neste laudo, que venham a eliminar ou minimizar possíveis situações anti-
ergonômicas observadas.

Alvo da Análise:

      Postos de trabalho das cabeleireiras e das manicures deste Salão de Beleza.

Análise da Demanda:

      O principal motivo que levou-nos a analisar estes postos de trabalho foi a
grande incidência de queixas músculo-esqueléticas relacionadas às atividades
desenvolvidas por estes profissionais.




II. INTRODUÇÃO


       Ergonomia é a ciência das pessoas no trabalho. Ela envolve a aplicação dos
conhecimentos sobre as características do ser humano para beneficiar seu bem-estar
e os resultados de seu trabalho e da empresa. Qualquer atividade industrial pode ser
vista como um sistema homem-máquina dentro de um certo ambiente. Qualquer
sistema existe para atingir objetivos pela consecução de certas funções. Na maioria
das atividades industriais o ser humano preenche muitas destas funções. Exposição a
condições de trabalho adversas podem resultar em dores momentâneas, fadiga e
lesões a médio e longo-prazo.

       Ambientes de trabalho com projeto inadequado contribuem para reduzir a
eficiência, produção, qualidade e aumentar o absenteísmo e os custos de produção. A
ergonomia está preocupada em fazer a interface homem-máquina e homem-ambiente

                                                                                    3
tão segura, eficiente e confortável quanto possível, preocupando-se em primeiro plano
com a saúde do trabalhador e sua satisfação pelo trabalho e em segundo plano com o
aumento da lucratividade da empresa.


       Além da visão prevencionista que deve nortear o trabalho das empresas, a
Portaria nº 3.214/78, da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério
do Trabalho e Emprego, em sua Norma Regulamentadora nº 17 - Ergonomia, com
nova redação dada pela Portaria nº 3751, de 23/11/1990, estabelece parâmetros que
permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas
dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente, e que deve ser observada e implementada pelos
empregadores.




III. METODOLOGIA

   Em linhas gerais foram analisados e considerados em cada posto de trabalho
todos os requisitos da Norma Regulamentadora nº 17 - Ergonomia, quais sejam:
 Mobiliário dos postos de trabalho como: mesas, cadeiras, dimensões, recursos,
   adequação ergonômica;
 Espaço de trabalho;
 Repetição;
 Força das mãos;
 Posturas adotadas no trabalho;
 Avaliação qualitativa e quantitativa das condições ambientais: ruído, temperatura e
   iluminamento;

                                                                                    4
 Aspectos gerais ligados à organização do sistema de trabalho.


    As condições de conforto como ruído e conforto térmico foram avaliadas com base
nos itens 17.5.2 a/b/c/d, da NR-17.
    As condições de iluminamento foram avaliadas com base no item 17.5.3 e sub-
itens, da NR-17.
    Os níveis de iluminamento utilizados como referência, bem como a metodologia de
medição, são aqueles determinados pela Norma Brasileira NBR 5413 - Iluminância de
Interiores.
    Os níveis de iluminamento foram medidos com um luxímetro modelo LX-102,
marca Lutron.
    Os níveis de ruído foram avaliados com decibelimetro marca Lutron, modelo
SL-4001.
    O conforto térmico foi avaliado através do:
a) calor: Indicador de Temperatura digital marca Politeste, modelo TGM100, com
escala de –50ºC a 100ºC;
b) umidade relativa do ar: Termo Higrômetro MTH-1380 marca Minipa.

     Para a realização da análise ergonômica de cada posto de trabalho, foram
utilizadas as seguintes metodologias:
• Observações de campo de forma a abranger todos os tipos de mobiliários do salão
     de beleza, assim como as condições ambientais de trabalho acima descritas.
• Entrevistas com os colaboradores buscando avaliar o potencial de risco de cada
     posto de trabalho, bem como situações relacionadas à própria organização do
     trabalho.
• Recurso fotográfico a fim de permitir uma análise complementar para identificação
     de situações antiergonômicas e possíveis soluções.
• Orientações aos colaboradores durante o processo de avaliação a fim de sanar
     dúvidas com relação ao mobiliário, posturas adotadas.


   Foi utilizada a escala psicofísica de Borg como ferramenta auxiliar para avaliação
de forças. Segue a classificação abaixo:

                         Escala Psicofísica (Borg)
                     0.5        Muito, Muito Leve
                      1         Muito Leve
                      2         Leve
                      3
                      4         Até Certo Ponto Pesado
                      5         Moderadamente Pesado
                      6
                      7         Pesado
                      8         Muito Pesado
                      9         Muito, Muito Pesado

                                                                                    5
10           Máximo
                           Classificação do Esforço
                    0,5 - 3        Esforço Leve
                     4-6           Esforço Moderado
                    7 - 10         Esforço Pesado

   A maioria das pessoas entre nós pode dizer se um grupo de músculos está
carregado com muito peso ou levemente carregado. No caso de haver dificuldade ao
fazer a avaliação, a escala psicofísica de 10 pontos pode ser usada para classificar o
esforço físico usando descrições em palavras. O empregado deve ser solicitado para
fazer um esforço máximo dos músculos para fixar o topo da escala e depois decidir
onde o esforço do trabalho cai na escala para cada grupo de músculos.


    Em geral as tarefas classificadas como “Esforço Leve” não apresentam risco
relevante e assume-se que estejam abaixo de 30% da máxima capacidade de força de
um determinado grupamento muscular.


   Tarefas classificadas como de “Esforço Moderado” devem ser analisadas
cuidadosamente, pois podem indicar esforços acima de 30% da capacidade máxima
de um determinado grupamento muscular, os quais devem ser evitados.


   Tarefas classificadas como de “Esforço Pesado” sugerem que a força aplicada por
um determinado grupamento muscular é superior a 50% da sua capacidade máxima e
sempre deveriam ser evitadas.


   Porém, em todos os casos a aplicação de forças deve ser analisada em conjunto
com outros aspectos biomecânicos e a repetitividade requerida na operação.



IV. Avaliação Ergonômica dos Postos de Trabalho


Setor: Cabelo
Função: Cabeleireira
Número de funcionários deste setor: 5


Descrição das atividades desenvolvidas:


       Esses profissionais realizam cortes de cabelos, escovas, luzes, reflexos e
penteados. As atividades destes profissionais são idênticas, sendo avaliadas as
atividades de corte e escova. As atividades consistem em:
                                                                                     6
   Pegar uma toalha do armário e colocar nas costas da cliente.
   Lavar os cabelos da cliente realizando massageamento do couro cabeludo.
   Pegar uma toalha e enrolar os cabelos.
   Ajustar a altura da cadeira para a cliente.
   Pegar os materiais necessários como escovas, secador de cabelos, tesouras,
    pentes, presilhas de dentro da gaveta ao lado da bancada e colocá-los sobre a
    bancada.
   Pegar tesoura com mão direita e efetuar o corte dos cabelos, separando-os por
    mechas e prendendo-os com presilhas.
   Após o término do corte, pegar secador de cabelos com mão esquerda e com mão
    direita uma escova.
   Efetuar o escovamento dos cabelos.
   Passar silicone nas pontas dos cabelos com as mãos e penteá-los com dedos da
    mão esquerda enquanto que com a direita efetua a escova final.
   Pegar a escova com mão direita e efetuar o penteado final.
   Descer a cadeira para a cliente descer.
   Higienizar os materiais utilizados, limpando-os com solução higienizadora.

Avaliação ergonômica do posto de trabalho:


Repetitividade:
• Trabalho repetitivo, com duração média de um corte de cabelos de 20 minutos e
  tempo médio de realização da escova de 30 minutos. Possui macropausas de
  aproximadamente 5 minutos entre o atendimento de uma cliente e outra.
• Efetua em média, 6 cortes de cabelo, 8 escovas e 2 reflexos por dia de trabalho,
  sendo válido das quintas-feiras aos sábados, onde o movimento do salão é maior.
  Nos demais dias, efetua em média 3 cortes de cabelos, 3 escovas e 1 reflexo por
  dia.

Forças:
• Esforço físico leve de membros superiores ao massagear couro cabeludo da cliente
   no momento da lavagem dos cabelos.
• Esforço físico moderado a pesado de membro superior direito ao utilizar escova
   durante o escovamento dos cabelos, dependendo do comprimento dos cabelos,
   quanto mais comprido ou mais crespos os cabelos, maior o esforço.
• Esforço físico moderado a pesado de membro superior esquerdo ao utilizar o
   secador de cabelos, sendo justificado pelos mesmos motivos citados acima.
• Esforço físico leve de membro inferior direito ao acionar pedal da cadeira a fim de
   elevá-la ou de abaixá-la.
• Esforço físico leve de membro superior direito, principalmente de dedos ao efetuar
   corte de cabelos com tesoura.

Posturas:

• Trabalho em pé, com pouca movimentação, sendo agravado pelo uso de sapatos
  com salto alto, ocasionando alteração postural de membros inferiores e acentuando
  a lordose lombar, o que pode gerar lombalgias e apresentar risco inclusive de
  torções de tornozelos.

                                                                                    7
• Postura estática de ombros durante abdução de membros superiores entre 70 e
  120 graus ao efetuar o escovamento dos cabelos, sendo agravada ao fato de
  exercer esforço físico moderado a pesado e de sustentar o peso do secador que é
  de aproximadamente 3,5 quilos. Esta postura é muito relevante, visto ser repetitiva.
• Torções de punhos com desvio ulnar, principalmente à direita ao utilizar escova.
• Desvio ulnar de punho direito ao utilizar tesoura durante o corte de cabelo.
• Flexão de coluna cervical durante todo o trabalho.

Compressões mecânicas:

• Ao utilizar tesouras com cabos metálicos e não anatômicos.

Organização do Sistema de Trabalho:

• Horário de trabalho: Terça à Quinta das 8:00 às 18:00 e de Sexta à Sábado das
  8:00 às 19:00 horas, possuindo 1hora e 30 minutos de almoço, sendo que há
  revezamento para o almoço.

Principais queixas em relação ao trabalho:

• Dores em membros superiores, principalmente à esquerda relacionada ao uso
  freqüente do secador, o qual é relatado como pesado.
• Dores em punho e antebraços direito relacionado a movimentos repetitivos durante
  escovação de cabelos.
• Dores em região lombar a qual as cabeleireiras relacionam ao fato de realizarem
  trabalho em pé.
• Queixa com relação ao peso do secador de cabelos

Recomendações:

• Implantar sistemas de educação ergonômica a fim de conscientizar as cabelereiras
  no sentido de evitar posturas críticas adequando a altura da cadeira da cliente
  corretamente; conscientizar quanto a utilização de calçados mais confortáveis e
  com salto de preferência Anabela a fim de minimizar desconfortos e dores em
  membros inferiores e região lombar.
• Prover secadores de cabelo mais leves e com pegas anatômicas.
• Prover tesouras com cabos anatômicos e com revestimento emborrachado a fim de
  eliminar compressões mecânicas.
• Prover banqueta de posição semi-sentada a fim de promover alternância de
  posturas de membros inferiores e minimizar o cansaço.
• Instituir programas de ginástica laboral de aquecimento ou preparatória e de
  relaxamento ou compensatória, a fim de minimizar queixas dolorosas e minimizar
  riscos de DORT.




                                                                                     8
Setor: Mãos e Pés
Função: Manicure
Número de funcionários deste setor: 5


Descrição das atividades desenvolvidas:


     Esses profissionais realizam corte, lixamento e pintura de unhas, o que é
chamado de fazer as mãos. As atividades consistem em:

 Pegar uma toalha do armário, pegar um recipiente pequeno com água morna e
  levar até a mesinha de manicure.

                                                                             9
 Sentar-se na cadeira de manicure e separar os materiais a serem utilizados como
  lixas, alicates de cutícula, algodão, creme e esmalte.
 Com a mão da cliente sobre a mesinha iniciar processo de lixamento das unhas de
  uma das mãos.
 Passar creme na mão da cliente e massagear com ambas as mãos.
 Passar creme ao redor das unhas de uma das mãos e colocá-la dentro do
  recipiente com água morna.
 Enquanto amolece a cutícula de uma mão efetua o lixamento da outra.
 Efetuar o mesmo processo agora com a outra mão.
 Retirar mão da cliente do recipiente e com espátula afastar as cutículas.
 Com alicate retirar a cutícula de todas as unhas.
 Secar com toalha as mãos da cliente.
 Pegar vidro de base, abri-lo e passar cuidadosamente em cada unha.
 Pegar vidro de esmalte, abri-lo e passar nas unhas num total de duas camadas.
 Pegar vidro de óleo secante, abri-lo e passar um pouquinho em cada unha.
 Deixar secar por alguns instantes.


Avaliação ergonômica do posto de trabalho:

Repetitividade:
• Trabalho repetitivo, com duração média de realização de mãos de 30 minutos.
  Possui macropausa de aproximadamente 3 minutos entre uma cliente e outra
  durante finais de semana.
• Efetua em média, 15 mãos por dia.

Forças:
• Esforços físicos leves de membro superior direito ao lixar, espatular e retirar
   cutículas com alicate, devido ser considerado um trabalho de precisão.

Posturas:

• Trabalho sentado com excessiva flexão de quadril e de joelhos, devido cadeira da
  manicure ser muito baixa e sem possibilidades de ajustes devido inexistência de
  dispositivos de regulagem.
• Postura estática de ombros durante todo o processo de trabalho, devido não ter
  apoio de antebraços
• Flexão de coluna cervical e dorsal ao efetuar todo o trabalho com as unhas.

Compressões mecânicas:

• Ao utilizar alicates de cutícula e espátulas com cabos metálicos e não anatômicos.

Organização do Sistema de Trabalho:

• Horário de trabalho: Terça à Quinta das 8:00 às 18:00 e de Sexta à Sábado das
  8:00 às 19:00 horas, possuindo 1hora e 30 minutos de almoço, sendo que há
  revezamento para o almoço.

Principais queixas em relação ao trabalho:

                                                                                   10
• Dores e cansaço em membros superiores, principalmente à direita.
• Dores em punho e antebraços direito relacionado a movimentos repetitivos durante
  trabalho com alicate de cutícula.
• Dores em região cervical, dorsal e lombar devido posição sentada em cadeira
  desconfortável.
• Queixa com relação a calosidades nas mãos devido uso intenso de alicates de
  cutícula.

Recomendações:

• Estudar melhoria na cadeira da manicure a fim de que respeitem as normas da
  NBR – 13.965 que segue abaixo, contemplando requisitos básicos de dimensões e
  recursos de ajustes.
• Estudar melhoria da mesa da manicure a fim de que possua altura regulável e
  apoio para os antebraços da manicure também regulável, eliminando postura
  estática de membros superiores.
• Implantar sistemas de educação ergonômica a fim de conscientizar as manicures
  no sentido de evitar posturas críticas procurando manter uma postura ereta e
  realizar pequenas pausas durante o trabalho.
• Prover alicates de cutícula e espátulas com cabos anatômicos e com revestimento
  emborrachado a fim de eliminar compressões mecânicas.
• Instituir programas de ginástica laboral de aquecimento ou preparatória e de
  relaxamento ou compensatória.




VI. CONFORMIDADE EM RELAÇÃO A NR-17 - ERGONOMIA



1. Conformidade em relação ao item 17.2 - Levantamento, transporte e descarga
   individual de materiais
• Não há situações de risco em relação a este item.


2. Conformidade em relação ao item 17.3 - Mobiliário dos postos de trabalho
• As mesas de trabalho e as cadeiras das manicures não possuem dimensões
  compatíveis com o tipo de trabalho desenvolvido e não respeita as características

                                                                                 11
antropométricas dos trabalhadores.


3. Conformidade em relação ao item 17.4 - Equipamentos dos postos de trabalho
• Há situações de risco com relação ao tipo e peso dos secadores de cabelos,
    tesouras sem cabo anatômico e sem revestimento emborrachado, causando
    compressão mecânica.
•   Os alicates de cutículas e espátulas também não possuem cabo anatômico, nem
    revestimento emborrachado, causando compressão mecânica.


4. Conformidade em relação ao item 17.5 - Condições ambientais de trabalho

    a) Ruído: os valores obtidos encontram-se dentro do nível aceitável para efeito de
       conforto nas atividades, como também dentro dos Limites de Tolerância
       estabelecidos.
    b) Calor: os valores obtidos encontram-se dentro dos Limites de Tolerância
       estabelecidos.
    c) Iluminação: os valores obtidos encontram-se dentro dos níveis mínimos de
       iluminamento aceitável para efeito de conforto.
    d) Índice de Temperatura Efetiva: os valores obtidos encontram-se dentro do
       nível aceitável para efeito de conforto.
    e) Velocidade do ar: os valores obtidos encontram-se dentro do nível aceitável
       para efeito de conforto .
    f) Umidade Relativa do Ar: os valores obtidos encontram-se dentro do nível
       aceitável para efeito de conforto.


5. Conformidade em relação ao item 17.6 - Organização do Trabalho

• O ritmo de trabalho e as pausas são determinados pelo agendamento de clientes
  efetuado pela recepcionista.
• A percepção dos trabalhadores em relação às demandas de trabalho é de que de
  uma forma geral estão dentro de parâmetros aceitáveis, porém, há situações de
  sobrecarga principalmente quando em épocas de festas e final de ano.
• Não são realizadas horas extras de forma habitual pela maioria dos funcionários.
    Apenas a título de lembrete é recomendável que não sejam feitas de forma rotineira
    mais que 8 horas extras por mês.




                                                                                    12
VII. RECOMENDAÇÕES E COMENTÁRIOS GERAIS


    Ergonomia de Concepção:

    Mobiliário:

•   Estabelecer e implementar na empresa uma prática-padrão estabelecendo
    requerimentos básicos de ergonomia para mobiliário. É desejável que o mobiliário
    seja totalmente ajustável.
•   No caso de compra de cadeiras novas preferir as que possuam apoio para os
    braços com altura regulável e apoio para as costas com ajuste de altura e de

                                                                                  13
inclinação.
•   Envolver funcionários na escolha de tipos para minimizar resistências.
•   O mobiliário a ser comprado futuramente deve seguir as seguintes recomendações
    básicas de ergonomia:

    Para cadeiras, segundo NBR – 13.965:

     Variável                                             Valor em mm
                                                       Mínimo     Máximo
     Altura da superfície do assento                    420         500
     Largura do assento                                 400           -
     Profundidade útil do assento                       380         440
     Altura do encosto                                  220           -
     Ângulo de inclinação do assento ( p/ trás)          0º          5º
     Altura da borda do encosto ao assento              350           -
     Ângulo de inclinação do encosto                     0º         15º
     Largura do encosto                                 305           -
     Altura do apóia braços                             200         250
     Distância interna dos apóia braços                 450         560
     Comprimento do apóia braços                        200           -
     Largura do apóia braços                             40           -

    ERGONOMIA DE CORREÇÃO:

     Vide recomendações de cada posto de trabalho, a fim de realmente corrigir
inadequações ergonômicas tanto de mobiliários quanto de equipamentos e
ferramentas.

    ERGONOMIA DE CONSCIENTIZAÇÃO

    TREINAMENTO:

•   Treinar funcionários sobre princípios básicos de ergonomia, riscos associados com
    posturas inadequadas, esforços, movimentos repetitivos, compressões mecânicas,
    ajustes do mobiliário e adoção de práticas que minimizem o potencial de ocorrência
    de DORT, tais como o reconhecimento precoce e informação de DORT.
•   Educar trabalhadores sobre a importância da adoção de micropausas ou mesmo a
    intercalação de tarefas com diferentes padrões biomecânicos. Pequenas pausas
    são preferíveis a pausas longas.
•   Orientar recepcionistas para que, sempre que possível, alternar o tipo de trabalho
    para cada cabeleireira, procurando não marcar por exemplo, duas escovas
    seguidas para o mesmo profissional, mas alternar os horários entre os trabalhos
    desenvolvidos por cada profissional.

    Estabelecer as pausas necessárias

   As pausas são necessárias quando:
• A atividade for altamente repetitiva, apresentar posturas críticas, esforços
  excessivos e fatores contributivos relevantes como, por exemplo, calor excessivo.
• Não houver possibilidade de fazer rodízio de tarefas.

                                                                                    14
• Houver possibilidade de haver rodízio de tarefas, mas as outras tarefas
  apresentarem o mesmo padrão biomecânico; neste caso não haverá vantagem
  biomecânica no rodízio.

      Em todos os postos de trabalho avaliados as pausas são informais, não
havendo um controle rígido das mesmas. A possibilidade da adoção de pausas
formais deve ser considerada quando esgotadas as possibilidades de adoção de
medidas de adequação relativas à engenharia e outras administrativas.

      Ritmo de trabalho

        O ritmo de trabalho deve ser bem determinado de forma a não gerar tensão
para o trabalhador e seus colegas de trabalho. Há que se atender os objetivos da
empresa sem tensionar exageradamente os trabalhadores.
        Conforme entrevistas com os colaboradores, a carga e o ritmo de trabalho são
compatíveis com suas capacidades em executá-las, porém referem sobrecargas nos
finais de semana principalmente quando em épocas de festas.


      Ginástica Laboral

       Estudar a implantação de programa de ginástica de aquecimento muscular
antes do início da jornada como forma de preparar a musculatura e tendões para o
tipo de trabalho que será realizado e distensionamento/relaxamento ao final da
jornada.
       Este programa tem impacto positivo na prevenção dos DORT e os
colaboradores de todos os níveis devem ser incentivados a participarem do programa
visto que reconhecidamente traz impactos positivos na prevenção de DORT, além da
melhoria nos aspectos psicológicos.


      Gerenciamento Administrativo e Médico do DORT

        Recomendamos cuidado especial com relação aos controles epidemiológicos e
estatísticos, no sentido de traçar com a maior precisão possível de informações o
histórico profissional se houver casos de portadores de DORT, seu histórico
psicossocial e a utilização do diagnóstico objetivo no sentido de cruzar informações
que possam auxiliar no direcionamento dos esforços para identificação de postos
críticos e nas medidas para adequá-los ergonomicamente.
        Estas informações estatísticas também são fundamentais para se mensurar o
desempenho do sistema de gestão ergonômica.


      Organização do sistema de trabalho

       A organização do sistema de trabalho deve ser analisada, de forma a não
implicar em situações de riscos adicionais e colaborar com a prevenção de DORT, isto
é:
• As demandas de trabalho devem ser cuidadosamente gerenciadas a não induzir a
   pressões psicofisiológicas.


                                                                                  15
• Estabelecer estratégias administrativas para atender ao aumento de demanda de
  serviço.
• Manter canal aberto para a discussão de situações de trabalho ocasionadoras de
  tensão.
• As pressões para obtenção de resultados devem ser adequadamente aplicadas.
• Os horários, duração da jornada não devem ser fator gerador de fadiga ou tensão.
• O número de horas extras por trabalhador deve ser inferior a 8 horas/mês.




                                                                                16

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Postura Sentada E Computadores
Postura Sentada E ComputadoresPostura Sentada E Computadores
Postura Sentada E Computadores
smarques
 
Modulo4 ergonomia
Modulo4 ergonomiaModulo4 ergonomia
Modulo4 ergonomia
Lucy Jesus
 
Eng.introdução
Eng.introduçãoEng.introdução
Eng.introdução
Eliane Blen
 

Was ist angesagt? (20)

Ergonomia
ErgonomiaErgonomia
Ergonomia
 
Ergonomia
ErgonomiaErgonomia
Ergonomia
 
Palestra de ergonomia Nr -17
Palestra de ergonomia Nr -17Palestra de ergonomia Nr -17
Palestra de ergonomia Nr -17
 
Trabalho de ergonomia apresentação 2
Trabalho de ergonomia   apresentação 2Trabalho de ergonomia   apresentação 2
Trabalho de ergonomia apresentação 2
 
Postura Sentada E Computadores
Postura Sentada E ComputadoresPostura Sentada E Computadores
Postura Sentada E Computadores
 
Modulo4 ergonomia
Modulo4 ergonomiaModulo4 ergonomia
Modulo4 ergonomia
 
Posturas nos cuidados corporais
Posturas nos cuidados corporaisPosturas nos cuidados corporais
Posturas nos cuidados corporais
 
Ergonomia
ErgonomiaErgonomia
Ergonomia
 
Aula ergonomia
Aula ergonomiaAula ergonomia
Aula ergonomia
 
Ergonomia no Trabalho, em Casa e na Vida!
Ergonomia no Trabalho, em Casa e na Vida!Ergonomia no Trabalho, em Casa e na Vida!
Ergonomia no Trabalho, em Casa e na Vida!
 
Eng.introdução
Eng.introduçãoEng.introdução
Eng.introdução
 
NR 17 - Ergonomia
NR 17 - ErgonomiaNR 17 - Ergonomia
NR 17 - Ergonomia
 
Os 10 Princípios Básicos da Ergonomia
Os 10 Princípios Básicos da ErgonomiaOs 10 Princípios Básicos da Ergonomia
Os 10 Princípios Básicos da Ergonomia
 
ERGONOMIA NO TRABALHO
ERGONOMIA NO TRABALHOERGONOMIA NO TRABALHO
ERGONOMIA NO TRABALHO
 
Ergonomia postura slides
Ergonomia postura slidesErgonomia postura slides
Ergonomia postura slides
 
Aula ergonomia
Aula ergonomia Aula ergonomia
Aula ergonomia
 
Aspectos basicos da ergonomia
Aspectos basicos da ergonomiaAspectos basicos da ergonomia
Aspectos basicos da ergonomia
 
Ergonomia ginástica laboral
Ergonomia  ginástica laboralErgonomia  ginástica laboral
Ergonomia ginástica laboral
 
Cartilha de Ergonomia na Construção civil NR 17
Cartilha de Ergonomia na Construção civil NR 17Cartilha de Ergonomia na Construção civil NR 17
Cartilha de Ergonomia na Construção civil NR 17
 
Automação de Escritório - Aula 06 - Ergonomia
Automação de Escritório - Aula 06 - ErgonomiaAutomação de Escritório - Aula 06 - Ergonomia
Automação de Escritório - Aula 06 - Ergonomia
 

Andere mochten auch (11)

1185613454 255.ergon ler_dort
1185613454 255.ergon ler_dort1185613454 255.ergon ler_dort
1185613454 255.ergon ler_dort
 
Check transporte de crianças
Check transporte de criançasCheck transporte de crianças
Check transporte de crianças
 
Michael talbot o universo holografico
Michael talbot   o universo holograficoMichael talbot   o universo holografico
Michael talbot o universo holografico
 
Como funciona o aparelho auditivo
Como funciona o aparelho auditivoComo funciona o aparelho auditivo
Como funciona o aparelho auditivo
 
Balancins
BalancinsBalancins
Balancins
 
Check talha catraca
Check talha catracaCheck talha catraca
Check talha catraca
 
Primeiros socorros manobra de heimlich
Primeiros socorros   manobra de heimlichPrimeiros socorros   manobra de heimlich
Primeiros socorros manobra de heimlich
 
Cartilha seguranca industria papel
Cartilha seguranca industria papelCartilha seguranca industria papel
Cartilha seguranca industria papel
 
Ergonomia e processos de produção
Ergonomia e processos de produçãoErgonomia e processos de produção
Ergonomia e processos de produção
 
Atr espaço confinado 2013 (caldeira)
Atr   espaço confinado 2013 (caldeira)Atr   espaço confinado 2013 (caldeira)
Atr espaço confinado 2013 (caldeira)
 
Apostila operador de guindauto.
Apostila operador de guindauto.Apostila operador de guindauto.
Apostila operador de guindauto.
 

Ähnlich wie Analise erg empresa

Unidade 3 planejamento de espaços
Unidade 3   planejamento de espaçosUnidade 3   planejamento de espaços
Unidade 3 planejamento de espaços
Daniel Moura
 

Ähnlich wie Analise erg empresa (20)

Análise ergonômica do trabalho - 01236 [ E 2 ].doc
Análise ergonômica do trabalho - 01236 [ E 2 ].docAnálise ergonômica do trabalho - 01236 [ E 2 ].doc
Análise ergonômica do trabalho - 01236 [ E 2 ].doc
 
AET.pptx
AET.pptxAET.pptx
AET.pptx
 
1951
19511951
1951
 
Ergonomia atua no NTEP e reduz o SAT
Ergonomia atua no NTEP e reduz o SATErgonomia atua no NTEP e reduz o SAT
Ergonomia atua no NTEP e reduz o SAT
 
treinamento nr 17.pptx
treinamento nr 17.pptxtreinamento nr 17.pptx
treinamento nr 17.pptx
 
ERGONOMIA.pptx
ERGONOMIA.pptxERGONOMIA.pptx
ERGONOMIA.pptx
 
ergonomisa+avr.pptx
ergonomisa+avr.pptxergonomisa+avr.pptx
ergonomisa+avr.pptx
 
Ao treinamento de hj.pptx
Ao  treinamento de hj.pptxAo  treinamento de hj.pptx
Ao treinamento de hj.pptx
 
Ergonomia para escritorios
Ergonomia para escritoriosErgonomia para escritorios
Ergonomia para escritorios
 
jornal de segurança
jornal de segurançajornal de segurança
jornal de segurança
 
Segurito 114 (1)
Segurito 114 (1)Segurito 114 (1)
Segurito 114 (1)
 
Análise Ergonómica de Empresa - EWA
Análise Ergonómica de Empresa - EWAAnálise Ergonómica de Empresa - EWA
Análise Ergonómica de Empresa - EWA
 
Ergonomia
ErgonomiaErgonomia
Ergonomia
 
Análise ergonômica do trabalho
Análise ergonômica do trabalhoAnálise ergonômica do trabalho
Análise ergonômica do trabalho
 
Apostila 5s hoje.pdf
Apostila 5s hoje.pdfApostila 5s hoje.pdf
Apostila 5s hoje.pdf
 
Aula 3 - Projeto de Fábrica e Layout
Aula 3 - Projeto de Fábrica e Layout Aula 3 - Projeto de Fábrica e Layout
Aula 3 - Projeto de Fábrica e Layout
 
Unidade 3 planejamento de espaços
Unidade 3   planejamento de espaçosUnidade 3   planejamento de espaços
Unidade 3 planejamento de espaços
 
Ergonomia conceitos
Ergonomia conceitosErgonomia conceitos
Ergonomia conceitos
 
Tarefa #3
Tarefa #3Tarefa #3
Tarefa #3
 
Fisioterapia do Trabalho - Vida Terapia
Fisioterapia do Trabalho - Vida TerapiaFisioterapia do Trabalho - Vida Terapia
Fisioterapia do Trabalho - Vida Terapia
 

Mehr von Marco Faria (8)

Nr 05
Nr 05Nr 05
Nr 05
 
Andaimes cuidado
Andaimes cuidado Andaimes cuidado
Andaimes cuidado
 
Elevador de obra e gruas
Elevador de obra e gruasElevador de obra e gruas
Elevador de obra e gruas
 
Pae plano de atendimento emergencial
 Pae plano de atendimento emergencial Pae plano de atendimento emergencial
Pae plano de atendimento emergencial
 
Primeiros socorros - basico
Primeiros socorros - basicoPrimeiros socorros - basico
Primeiros socorros - basico
 
Capacete
CapaceteCapacete
Capacete
 
Avcb bombeiros
Avcb   bombeirosAvcb   bombeiros
Avcb bombeiros
 
Avcb bombeiros
Avcb   bombeirosAvcb   bombeiros
Avcb bombeiros
 

Analise erg empresa

  • 2. Item Assunto Página I Informações Gerais da Empresa e Objetivo do Trabalho 3 II Introdução 4 III Metodologia 5 IV Avaliação Ergonômica dos Postos de Trabalho 10 VI Conformidade em Relação à NR-17 - Ergonomia 12 VII Recomendações e Comentários Gerais 14 I. INFORMAÇÕES GERAIS DA EMPRESA E OBJETIVO DO TRABALHO Endereço: Ramo de atividade: Salão de Beleza Grau de Risco: Data das Avaliações: 04/12/2004 2
  • 3. Objetivo: Proceder a avaliação ergonômica dos postos de trabalho, bem como apresentar recomendações aos trabalhadores no momento das entrevistas e as que constam neste laudo, que venham a eliminar ou minimizar possíveis situações anti- ergonômicas observadas. Alvo da Análise: Postos de trabalho das cabeleireiras e das manicures deste Salão de Beleza. Análise da Demanda: O principal motivo que levou-nos a analisar estes postos de trabalho foi a grande incidência de queixas músculo-esqueléticas relacionadas às atividades desenvolvidas por estes profissionais. II. INTRODUÇÃO Ergonomia é a ciência das pessoas no trabalho. Ela envolve a aplicação dos conhecimentos sobre as características do ser humano para beneficiar seu bem-estar e os resultados de seu trabalho e da empresa. Qualquer atividade industrial pode ser vista como um sistema homem-máquina dentro de um certo ambiente. Qualquer sistema existe para atingir objetivos pela consecução de certas funções. Na maioria das atividades industriais o ser humano preenche muitas destas funções. Exposição a condições de trabalho adversas podem resultar em dores momentâneas, fadiga e lesões a médio e longo-prazo. Ambientes de trabalho com projeto inadequado contribuem para reduzir a eficiência, produção, qualidade e aumentar o absenteísmo e os custos de produção. A ergonomia está preocupada em fazer a interface homem-máquina e homem-ambiente 3
  • 4. tão segura, eficiente e confortável quanto possível, preocupando-se em primeiro plano com a saúde do trabalhador e sua satisfação pelo trabalho e em segundo plano com o aumento da lucratividade da empresa. Além da visão prevencionista que deve nortear o trabalho das empresas, a Portaria nº 3.214/78, da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, em sua Norma Regulamentadora nº 17 - Ergonomia, com nova redação dada pela Portaria nº 3751, de 23/11/1990, estabelece parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, e que deve ser observada e implementada pelos empregadores. III. METODOLOGIA Em linhas gerais foram analisados e considerados em cada posto de trabalho todos os requisitos da Norma Regulamentadora nº 17 - Ergonomia, quais sejam:  Mobiliário dos postos de trabalho como: mesas, cadeiras, dimensões, recursos, adequação ergonômica;  Espaço de trabalho;  Repetição;  Força das mãos;  Posturas adotadas no trabalho;  Avaliação qualitativa e quantitativa das condições ambientais: ruído, temperatura e iluminamento; 4
  • 5.  Aspectos gerais ligados à organização do sistema de trabalho. As condições de conforto como ruído e conforto térmico foram avaliadas com base nos itens 17.5.2 a/b/c/d, da NR-17. As condições de iluminamento foram avaliadas com base no item 17.5.3 e sub- itens, da NR-17. Os níveis de iluminamento utilizados como referência, bem como a metodologia de medição, são aqueles determinados pela Norma Brasileira NBR 5413 - Iluminância de Interiores. Os níveis de iluminamento foram medidos com um luxímetro modelo LX-102, marca Lutron. Os níveis de ruído foram avaliados com decibelimetro marca Lutron, modelo SL-4001. O conforto térmico foi avaliado através do: a) calor: Indicador de Temperatura digital marca Politeste, modelo TGM100, com escala de –50ºC a 100ºC; b) umidade relativa do ar: Termo Higrômetro MTH-1380 marca Minipa. Para a realização da análise ergonômica de cada posto de trabalho, foram utilizadas as seguintes metodologias: • Observações de campo de forma a abranger todos os tipos de mobiliários do salão de beleza, assim como as condições ambientais de trabalho acima descritas. • Entrevistas com os colaboradores buscando avaliar o potencial de risco de cada posto de trabalho, bem como situações relacionadas à própria organização do trabalho. • Recurso fotográfico a fim de permitir uma análise complementar para identificação de situações antiergonômicas e possíveis soluções. • Orientações aos colaboradores durante o processo de avaliação a fim de sanar dúvidas com relação ao mobiliário, posturas adotadas. Foi utilizada a escala psicofísica de Borg como ferramenta auxiliar para avaliação de forças. Segue a classificação abaixo: Escala Psicofísica (Borg) 0.5 Muito, Muito Leve 1 Muito Leve 2 Leve 3 4 Até Certo Ponto Pesado 5 Moderadamente Pesado 6 7 Pesado 8 Muito Pesado 9 Muito, Muito Pesado 5
  • 6. 10 Máximo Classificação do Esforço 0,5 - 3 Esforço Leve 4-6 Esforço Moderado 7 - 10 Esforço Pesado A maioria das pessoas entre nós pode dizer se um grupo de músculos está carregado com muito peso ou levemente carregado. No caso de haver dificuldade ao fazer a avaliação, a escala psicofísica de 10 pontos pode ser usada para classificar o esforço físico usando descrições em palavras. O empregado deve ser solicitado para fazer um esforço máximo dos músculos para fixar o topo da escala e depois decidir onde o esforço do trabalho cai na escala para cada grupo de músculos. Em geral as tarefas classificadas como “Esforço Leve” não apresentam risco relevante e assume-se que estejam abaixo de 30% da máxima capacidade de força de um determinado grupamento muscular. Tarefas classificadas como de “Esforço Moderado” devem ser analisadas cuidadosamente, pois podem indicar esforços acima de 30% da capacidade máxima de um determinado grupamento muscular, os quais devem ser evitados. Tarefas classificadas como de “Esforço Pesado” sugerem que a força aplicada por um determinado grupamento muscular é superior a 50% da sua capacidade máxima e sempre deveriam ser evitadas. Porém, em todos os casos a aplicação de forças deve ser analisada em conjunto com outros aspectos biomecânicos e a repetitividade requerida na operação. IV. Avaliação Ergonômica dos Postos de Trabalho Setor: Cabelo Função: Cabeleireira Número de funcionários deste setor: 5 Descrição das atividades desenvolvidas: Esses profissionais realizam cortes de cabelos, escovas, luzes, reflexos e penteados. As atividades destes profissionais são idênticas, sendo avaliadas as atividades de corte e escova. As atividades consistem em: 6
  • 7. Pegar uma toalha do armário e colocar nas costas da cliente.  Lavar os cabelos da cliente realizando massageamento do couro cabeludo.  Pegar uma toalha e enrolar os cabelos.  Ajustar a altura da cadeira para a cliente.  Pegar os materiais necessários como escovas, secador de cabelos, tesouras, pentes, presilhas de dentro da gaveta ao lado da bancada e colocá-los sobre a bancada.  Pegar tesoura com mão direita e efetuar o corte dos cabelos, separando-os por mechas e prendendo-os com presilhas.  Após o término do corte, pegar secador de cabelos com mão esquerda e com mão direita uma escova.  Efetuar o escovamento dos cabelos.  Passar silicone nas pontas dos cabelos com as mãos e penteá-los com dedos da mão esquerda enquanto que com a direita efetua a escova final.  Pegar a escova com mão direita e efetuar o penteado final.  Descer a cadeira para a cliente descer.  Higienizar os materiais utilizados, limpando-os com solução higienizadora. Avaliação ergonômica do posto de trabalho: Repetitividade: • Trabalho repetitivo, com duração média de um corte de cabelos de 20 minutos e tempo médio de realização da escova de 30 minutos. Possui macropausas de aproximadamente 5 minutos entre o atendimento de uma cliente e outra. • Efetua em média, 6 cortes de cabelo, 8 escovas e 2 reflexos por dia de trabalho, sendo válido das quintas-feiras aos sábados, onde o movimento do salão é maior. Nos demais dias, efetua em média 3 cortes de cabelos, 3 escovas e 1 reflexo por dia. Forças: • Esforço físico leve de membros superiores ao massagear couro cabeludo da cliente no momento da lavagem dos cabelos. • Esforço físico moderado a pesado de membro superior direito ao utilizar escova durante o escovamento dos cabelos, dependendo do comprimento dos cabelos, quanto mais comprido ou mais crespos os cabelos, maior o esforço. • Esforço físico moderado a pesado de membro superior esquerdo ao utilizar o secador de cabelos, sendo justificado pelos mesmos motivos citados acima. • Esforço físico leve de membro inferior direito ao acionar pedal da cadeira a fim de elevá-la ou de abaixá-la. • Esforço físico leve de membro superior direito, principalmente de dedos ao efetuar corte de cabelos com tesoura. Posturas: • Trabalho em pé, com pouca movimentação, sendo agravado pelo uso de sapatos com salto alto, ocasionando alteração postural de membros inferiores e acentuando a lordose lombar, o que pode gerar lombalgias e apresentar risco inclusive de torções de tornozelos. 7
  • 8. • Postura estática de ombros durante abdução de membros superiores entre 70 e 120 graus ao efetuar o escovamento dos cabelos, sendo agravada ao fato de exercer esforço físico moderado a pesado e de sustentar o peso do secador que é de aproximadamente 3,5 quilos. Esta postura é muito relevante, visto ser repetitiva. • Torções de punhos com desvio ulnar, principalmente à direita ao utilizar escova. • Desvio ulnar de punho direito ao utilizar tesoura durante o corte de cabelo. • Flexão de coluna cervical durante todo o trabalho. Compressões mecânicas: • Ao utilizar tesouras com cabos metálicos e não anatômicos. Organização do Sistema de Trabalho: • Horário de trabalho: Terça à Quinta das 8:00 às 18:00 e de Sexta à Sábado das 8:00 às 19:00 horas, possuindo 1hora e 30 minutos de almoço, sendo que há revezamento para o almoço. Principais queixas em relação ao trabalho: • Dores em membros superiores, principalmente à esquerda relacionada ao uso freqüente do secador, o qual é relatado como pesado. • Dores em punho e antebraços direito relacionado a movimentos repetitivos durante escovação de cabelos. • Dores em região lombar a qual as cabeleireiras relacionam ao fato de realizarem trabalho em pé. • Queixa com relação ao peso do secador de cabelos Recomendações: • Implantar sistemas de educação ergonômica a fim de conscientizar as cabelereiras no sentido de evitar posturas críticas adequando a altura da cadeira da cliente corretamente; conscientizar quanto a utilização de calçados mais confortáveis e com salto de preferência Anabela a fim de minimizar desconfortos e dores em membros inferiores e região lombar. • Prover secadores de cabelo mais leves e com pegas anatômicas. • Prover tesouras com cabos anatômicos e com revestimento emborrachado a fim de eliminar compressões mecânicas. • Prover banqueta de posição semi-sentada a fim de promover alternância de posturas de membros inferiores e minimizar o cansaço. • Instituir programas de ginástica laboral de aquecimento ou preparatória e de relaxamento ou compensatória, a fim de minimizar queixas dolorosas e minimizar riscos de DORT. 8
  • 9. Setor: Mãos e Pés Função: Manicure Número de funcionários deste setor: 5 Descrição das atividades desenvolvidas: Esses profissionais realizam corte, lixamento e pintura de unhas, o que é chamado de fazer as mãos. As atividades consistem em:  Pegar uma toalha do armário, pegar um recipiente pequeno com água morna e levar até a mesinha de manicure. 9
  • 10.  Sentar-se na cadeira de manicure e separar os materiais a serem utilizados como lixas, alicates de cutícula, algodão, creme e esmalte.  Com a mão da cliente sobre a mesinha iniciar processo de lixamento das unhas de uma das mãos.  Passar creme na mão da cliente e massagear com ambas as mãos.  Passar creme ao redor das unhas de uma das mãos e colocá-la dentro do recipiente com água morna.  Enquanto amolece a cutícula de uma mão efetua o lixamento da outra.  Efetuar o mesmo processo agora com a outra mão.  Retirar mão da cliente do recipiente e com espátula afastar as cutículas.  Com alicate retirar a cutícula de todas as unhas.  Secar com toalha as mãos da cliente.  Pegar vidro de base, abri-lo e passar cuidadosamente em cada unha.  Pegar vidro de esmalte, abri-lo e passar nas unhas num total de duas camadas.  Pegar vidro de óleo secante, abri-lo e passar um pouquinho em cada unha.  Deixar secar por alguns instantes. Avaliação ergonômica do posto de trabalho: Repetitividade: • Trabalho repetitivo, com duração média de realização de mãos de 30 minutos. Possui macropausa de aproximadamente 3 minutos entre uma cliente e outra durante finais de semana. • Efetua em média, 15 mãos por dia. Forças: • Esforços físicos leves de membro superior direito ao lixar, espatular e retirar cutículas com alicate, devido ser considerado um trabalho de precisão. Posturas: • Trabalho sentado com excessiva flexão de quadril e de joelhos, devido cadeira da manicure ser muito baixa e sem possibilidades de ajustes devido inexistência de dispositivos de regulagem. • Postura estática de ombros durante todo o processo de trabalho, devido não ter apoio de antebraços • Flexão de coluna cervical e dorsal ao efetuar todo o trabalho com as unhas. Compressões mecânicas: • Ao utilizar alicates de cutícula e espátulas com cabos metálicos e não anatômicos. Organização do Sistema de Trabalho: • Horário de trabalho: Terça à Quinta das 8:00 às 18:00 e de Sexta à Sábado das 8:00 às 19:00 horas, possuindo 1hora e 30 minutos de almoço, sendo que há revezamento para o almoço. Principais queixas em relação ao trabalho: 10
  • 11. • Dores e cansaço em membros superiores, principalmente à direita. • Dores em punho e antebraços direito relacionado a movimentos repetitivos durante trabalho com alicate de cutícula. • Dores em região cervical, dorsal e lombar devido posição sentada em cadeira desconfortável. • Queixa com relação a calosidades nas mãos devido uso intenso de alicates de cutícula. Recomendações: • Estudar melhoria na cadeira da manicure a fim de que respeitem as normas da NBR – 13.965 que segue abaixo, contemplando requisitos básicos de dimensões e recursos de ajustes. • Estudar melhoria da mesa da manicure a fim de que possua altura regulável e apoio para os antebraços da manicure também regulável, eliminando postura estática de membros superiores. • Implantar sistemas de educação ergonômica a fim de conscientizar as manicures no sentido de evitar posturas críticas procurando manter uma postura ereta e realizar pequenas pausas durante o trabalho. • Prover alicates de cutícula e espátulas com cabos anatômicos e com revestimento emborrachado a fim de eliminar compressões mecânicas. • Instituir programas de ginástica laboral de aquecimento ou preparatória e de relaxamento ou compensatória. VI. CONFORMIDADE EM RELAÇÃO A NR-17 - ERGONOMIA 1. Conformidade em relação ao item 17.2 - Levantamento, transporte e descarga individual de materiais • Não há situações de risco em relação a este item. 2. Conformidade em relação ao item 17.3 - Mobiliário dos postos de trabalho • As mesas de trabalho e as cadeiras das manicures não possuem dimensões compatíveis com o tipo de trabalho desenvolvido e não respeita as características 11
  • 12. antropométricas dos trabalhadores. 3. Conformidade em relação ao item 17.4 - Equipamentos dos postos de trabalho • Há situações de risco com relação ao tipo e peso dos secadores de cabelos, tesouras sem cabo anatômico e sem revestimento emborrachado, causando compressão mecânica. • Os alicates de cutículas e espátulas também não possuem cabo anatômico, nem revestimento emborrachado, causando compressão mecânica. 4. Conformidade em relação ao item 17.5 - Condições ambientais de trabalho a) Ruído: os valores obtidos encontram-se dentro do nível aceitável para efeito de conforto nas atividades, como também dentro dos Limites de Tolerância estabelecidos. b) Calor: os valores obtidos encontram-se dentro dos Limites de Tolerância estabelecidos. c) Iluminação: os valores obtidos encontram-se dentro dos níveis mínimos de iluminamento aceitável para efeito de conforto. d) Índice de Temperatura Efetiva: os valores obtidos encontram-se dentro do nível aceitável para efeito de conforto. e) Velocidade do ar: os valores obtidos encontram-se dentro do nível aceitável para efeito de conforto . f) Umidade Relativa do Ar: os valores obtidos encontram-se dentro do nível aceitável para efeito de conforto. 5. Conformidade em relação ao item 17.6 - Organização do Trabalho • O ritmo de trabalho e as pausas são determinados pelo agendamento de clientes efetuado pela recepcionista. • A percepção dos trabalhadores em relação às demandas de trabalho é de que de uma forma geral estão dentro de parâmetros aceitáveis, porém, há situações de sobrecarga principalmente quando em épocas de festas e final de ano. • Não são realizadas horas extras de forma habitual pela maioria dos funcionários. Apenas a título de lembrete é recomendável que não sejam feitas de forma rotineira mais que 8 horas extras por mês. 12
  • 13. VII. RECOMENDAÇÕES E COMENTÁRIOS GERAIS Ergonomia de Concepção: Mobiliário: • Estabelecer e implementar na empresa uma prática-padrão estabelecendo requerimentos básicos de ergonomia para mobiliário. É desejável que o mobiliário seja totalmente ajustável. • No caso de compra de cadeiras novas preferir as que possuam apoio para os braços com altura regulável e apoio para as costas com ajuste de altura e de 13
  • 14. inclinação. • Envolver funcionários na escolha de tipos para minimizar resistências. • O mobiliário a ser comprado futuramente deve seguir as seguintes recomendações básicas de ergonomia: Para cadeiras, segundo NBR – 13.965: Variável Valor em mm Mínimo Máximo Altura da superfície do assento 420 500 Largura do assento 400 - Profundidade útil do assento 380 440 Altura do encosto 220 - Ângulo de inclinação do assento ( p/ trás) 0º 5º Altura da borda do encosto ao assento 350 - Ângulo de inclinação do encosto 0º 15º Largura do encosto 305 - Altura do apóia braços 200 250 Distância interna dos apóia braços 450 560 Comprimento do apóia braços 200 - Largura do apóia braços 40 - ERGONOMIA DE CORREÇÃO: Vide recomendações de cada posto de trabalho, a fim de realmente corrigir inadequações ergonômicas tanto de mobiliários quanto de equipamentos e ferramentas. ERGONOMIA DE CONSCIENTIZAÇÃO TREINAMENTO: • Treinar funcionários sobre princípios básicos de ergonomia, riscos associados com posturas inadequadas, esforços, movimentos repetitivos, compressões mecânicas, ajustes do mobiliário e adoção de práticas que minimizem o potencial de ocorrência de DORT, tais como o reconhecimento precoce e informação de DORT. • Educar trabalhadores sobre a importância da adoção de micropausas ou mesmo a intercalação de tarefas com diferentes padrões biomecânicos. Pequenas pausas são preferíveis a pausas longas. • Orientar recepcionistas para que, sempre que possível, alternar o tipo de trabalho para cada cabeleireira, procurando não marcar por exemplo, duas escovas seguidas para o mesmo profissional, mas alternar os horários entre os trabalhos desenvolvidos por cada profissional. Estabelecer as pausas necessárias As pausas são necessárias quando: • A atividade for altamente repetitiva, apresentar posturas críticas, esforços excessivos e fatores contributivos relevantes como, por exemplo, calor excessivo. • Não houver possibilidade de fazer rodízio de tarefas. 14
  • 15. • Houver possibilidade de haver rodízio de tarefas, mas as outras tarefas apresentarem o mesmo padrão biomecânico; neste caso não haverá vantagem biomecânica no rodízio. Em todos os postos de trabalho avaliados as pausas são informais, não havendo um controle rígido das mesmas. A possibilidade da adoção de pausas formais deve ser considerada quando esgotadas as possibilidades de adoção de medidas de adequação relativas à engenharia e outras administrativas. Ritmo de trabalho O ritmo de trabalho deve ser bem determinado de forma a não gerar tensão para o trabalhador e seus colegas de trabalho. Há que se atender os objetivos da empresa sem tensionar exageradamente os trabalhadores. Conforme entrevistas com os colaboradores, a carga e o ritmo de trabalho são compatíveis com suas capacidades em executá-las, porém referem sobrecargas nos finais de semana principalmente quando em épocas de festas. Ginástica Laboral Estudar a implantação de programa de ginástica de aquecimento muscular antes do início da jornada como forma de preparar a musculatura e tendões para o tipo de trabalho que será realizado e distensionamento/relaxamento ao final da jornada. Este programa tem impacto positivo na prevenção dos DORT e os colaboradores de todos os níveis devem ser incentivados a participarem do programa visto que reconhecidamente traz impactos positivos na prevenção de DORT, além da melhoria nos aspectos psicológicos. Gerenciamento Administrativo e Médico do DORT Recomendamos cuidado especial com relação aos controles epidemiológicos e estatísticos, no sentido de traçar com a maior precisão possível de informações o histórico profissional se houver casos de portadores de DORT, seu histórico psicossocial e a utilização do diagnóstico objetivo no sentido de cruzar informações que possam auxiliar no direcionamento dos esforços para identificação de postos críticos e nas medidas para adequá-los ergonomicamente. Estas informações estatísticas também são fundamentais para se mensurar o desempenho do sistema de gestão ergonômica. Organização do sistema de trabalho A organização do sistema de trabalho deve ser analisada, de forma a não implicar em situações de riscos adicionais e colaborar com a prevenção de DORT, isto é: • As demandas de trabalho devem ser cuidadosamente gerenciadas a não induzir a pressões psicofisiológicas. 15
  • 16. • Estabelecer estratégias administrativas para atender ao aumento de demanda de serviço. • Manter canal aberto para a discussão de situações de trabalho ocasionadoras de tensão. • As pressões para obtenção de resultados devem ser adequadamente aplicadas. • Os horários, duração da jornada não devem ser fator gerador de fadiga ou tensão. • O número de horas extras por trabalhador deve ser inferior a 8 horas/mês. 16