1. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA - MG
Curso de Engenharia Civil
EXPRESSÃO GRÁFICA III
Diagramas de cobertura – Telhados
SUMÁRIO
1 COBERTURA DAS EDIFICAÇÕES.........................................................................3
2 TIPOS DE TELHAS................................................................................................14
3 ESTRUTURA DAS COBERTURAS.......................................................................18
4 ETAPAS DE DESENHO DE UM TELHADO (em corte)........................................22
5 VISTAS AUXILIARES.............................................................................................29
6 REFERÊNCIAS.......................................................................................................33
1
2. 1 COBERTURA DAS EDIFICAÇÕES
1. 1 DIAGRAMA DE COBERTURA
A cobertura da edificação constitui parte importante num projeto, pois, além
da função prioritária de proteção da edificação contra chuvas e ventos, ela contribui
para a apresentação estética da mesma determinando o equilíbrio do conjunto.
A representação em projeção horizontal ou planta da cobertura de um prédio
chama-se diagrama de cobertura e é representada no projeto em escala mínima de
1:200, sendo mais usual, porém, na escala 1:100.
1.2 PARTES DO TELHADO
No diagrama de cobertura, a projeção das paredes é representada por linhas
tracejadas e as calhas são representadas por dois traços contínuos; na extensão
onde aparecem os rincões e as partes altas da cobertura, tais como a cumeeira e os
espigões, são representados por um só traço contínuo. A inclinação da água do
telhado é representada por uma seta na direção de seu caimento.
Quanto à forma, os telhados podem ser em meia água (um só declive), em
duas águas (dois declives), em quatro águas (quatro declives), e assim por diante.
No telhado em duas águas, o acabamento da parede em forma triangular abaixo do
beiral do telhado chama-se oitão.
2
3. Figura 1
1.3 TIPOS DE TELHAS E INCLINAÇÃO
A altura do telhado chama-se ponto e varia com clima (em locais onde neva, o
caimento do telhado é muito maior para evitar sobrecargas devido o acúmulo de
neve, o contrário ocorre em regiões de ventos fortes) e o material com o qual é feito
o telhado, pois cada tipo de telha necessita de um caimento diferente devido ao
peso, dimensões, trespasse necessário e sistema de encaixe.
O ponto do telhado é dado em número fracionário que representa a fração do
vão a ser coberto (por exemplo: ponto de 1/4, significa a altura igual 1/4 do vão a ser
coberto). Ao invés de se dar o ponto pode-se também informar o caimento em %.
3
4. 1.4 TIPOS DE BEIRAIS
Figura 2
Há casos em que se usa como cobertura a própria laje de teto ou telhas de
concreto protendido. Nestes tipos de cobertura é necessário que se faça
impermeabilização da laje para evitar infiltração de água de chuva, bem como
isolamento térmico, para se evitar o aquecimento provocado pelos raios solares.
TIPO DE TELHA
Francesa
Colonial
Trapezoidal
Ondulada
Calhetão
MATERIAL
Barro cozido
Barro cozido
Alumínio
Fibrocimento
Fibrocimento
CAIMENTO
de 25% a 40%
de 20% a 25%
de 5% a 10%
de 15% a 20%
de 10% a 15%
Além dos tipos de telhas mais comuns citados acima podemos também
utilizar outros materiais tais como: telhado de pedra (ardósia), telhas onduladas de
madeira compensada, telhas de chapas galvanizadas, placas planas de amianto,
vidro, etc.
4
5. 1.5 CARGAS E TIPO DE ESTRUTURA NOS TELHADOS
Os telhados em função de seu peso e forma são suportados por estruturas
que podem ser de madeira, de aço, de concreto armado ou protendido, além de
outras soluções estruturais menos comuns.
Os telhados que utilizam telhas de barro, por serem mais pesados e utilizados
em residenciais, necessitam de estrutura de madeira chamada de tesoura, que
transfere a carga diretamente para as paredes não apoiando na laje.
Os telhados de fibrocimento ou amianto, por serem mais leves, admitem
apoios sobre pontaletes de madeira que transferem o peso para a laje de cobertura.
Em aplicações comerciais ou industriais, os telhados de fibrocimento ou alumínio
recebem estruturas metálicas de diversas formas e soluções estruturais.
Além do peso próprio das telhas (saturadas) e da estrutura de sustentação do
telhado é levado em consideração o esforço adicional do vento sobre a estrutura. A
norma que trata deste assunto é a NB-6123 (Forças Devidas ao Vento em
Edificações).
MATERIAL DA TELHA
Barro
Fibrocimento
Alumínio
PESO SATURADA
de 100 a 120 Kg/m2
de 35 a 45 Kg/m2
de 5 a 10 Kg/m2
5
13. 2 TIPOS DE TELHAS
2.1 TELHA COLONIAL
Figura 22
2.2 CIMENTO – AMIANTO
Figura 23
13
14. O
declive
coberturas
das
depende
abas
do
tipo
das
da
cobertura a ser utilizado, da região e
do clima.
Nos climas frios, onde neva, as
coberturas são pontiagudas, a fim de
não oferecerem resistência à neve
acumulada. Nos climas quentes, ao
Figura 24
contrário, os ventos fortes devem
O ponto de cobertura de telha
encontrar o menor obstáculo possível;
canal ou colonial é de 1/5 (Figuras 25
daí, o pequeno ângulo de declive das
e 26). Nas coberturas de placas de
abas.
cimento-amianto, esse ponto pode ser
As coberturas de telha francesa
"tipo Marselha" (Figura 24), muito
bem menor devido às características
do material.
utilizadas em todo país, admitem uma
inclinação que não deve ser superior à
obtida quando tomamos, para maior
altura da cobertura, uma medida igual
a 1/4 do vão.
Figura 25
O metro quadrado de cobertura
de
telha
francesa,
incluindo
vigamentos, pesa mais ou menos
50kg; a cobertura de telha colonial
pesa de 60 a 70 kg. As coberturas de
14
15. cimento-amianto são muito mais leves,
aproximadamente 20 kg por metro
quadrado, devido às suas grandes
dimensões,
pequena
espessura
e
maior espaçamento das peças do
telhado que as sustentam.
Figura 27
Figura 28
Figura 26
Quando
se
usam
as
de
Estas chapas onduladas são
comprimento
encontradas
com
as
máximo
(3,05
m),
larguras
recomenda-se a colocação de três
padronizadas
de
0,92
m
e
pontos
de
apoio,
sendo
os
das
comprimentos variáveis de 0,91 m a
extremidades
para
fixação
intermediário
apenas
para
e
o
3,05 m.
apoiar,
Cada uma tem cinco ondas e
evitando assim a flexão (Figuras 27 a
meia, sendo que as meias ondas
30).
laterais servem para encaixe com a
chapa adjacente.
Figura 29
15
16. Uma chapa deve cobrir 0,14 m
e)
são incombustíveis;
da outra no sentido longitudinal e
f)
indefirnáveis.
0,05m no lateral (Figura 27). Além das
As coberturas ainda podem ser
chapas, o fabricante fornece peças de
da forma de canaletas de cimento-
acabamento, como as de ventilação
amianto ou metálicas que permitem
(Figura 30) e o terminal superior ou
coberturas praticamente horizontais.
rufo (Figura 28).
As
amianto
coberturas
de
oferecem
as
cimentoseguintes
vantagens:
a)
são leves;
b)
permitem
isolamento
térmico;
c)
barateiam
a
estrutura
telhado;
d)
permitem a construção
de grandes vãos livres (hangares,
gares de estrada de ferro, oficinas
etc.).
Figura 30
16
17. 3 ESTRUTURA DAS
6.
Terça
COBERTURAS
7.
Cumeeira
8.
Caibro
9.
Estribo
10.
Contra-frechal
11.
Berço
As coberturas de duas abas e
as poligonais quase sempre possuem
tesouras.
As tesouras de telhado têm
Nas tesouras simples, com vão
formas
variadas,
dependendo
de
de grandes dimensões encontramos
diversos fatores.
ainda peças denominadas tirantes e
Antes de desenhar alguns tipos,
escoras ou "mão francesa" (Figura 32).
representemos uma tesoura simples
As
com
asnas,
a
fim
de
firmar
terças
podem
possuir
calços
a
("calços de terça") (Figura 33).
nomeclatura das suas peças (Figura
31).
Figura 32
Figura 31
1.
Linha de tesoura
2.
Asna
3.
Pendural
4.
Perna
5.
Frechal
Figura 33
17
20. 3.2 DETALHES DE FIXAÇÕES COM CHAPAS E TANAGOS ROSQUEADOS
Figura 40
Figura 36
Figura 41
Figura 37
Figura 42
Figura 43
Figura 38
Figura 39
Figura 44
20
21. 4 ETAPAS DE DESENHO DE UM TELHADO (em corte)
4.1 CORTE TRANSVERSAL
Paredes
O engradamento irá se apoiar na laje, nas paredes ou pilares ou ainda
paredes e pilares. Deve-se dimensionar o vão de eixo das paredes.
Figura 45
Contra-frechal
Será colocado sobre a parede. Havendo pilar de laje, colocar-se-á um pedaço
de madeira, chamado berço, onde a _________ irá se apoiar.
Figura 46
21
22. Linha ou banzo inferior
Terá o comprimento do vão onde está apoiada mais a espessura das
paredes.
Figura 47
Pendural ou pontalete
Será determinada sua altura de acordo com o tipo de telha e com o aspecto
arquitetônico. Seu eixo fica localizado no meio do vão.
Figura 48
22
23. Perna ou banzo superior
Uma das extremidades da perna estará colocada a 20 cm da extremidade da
linha e a outra a 10 cm abaixo do pendural ou pontalete.
Figura 49
Cumeeira
Terá 2/3 de sua altura encaixada na extremidade superior do pontalete.
Figura 50
23
24. Frechal
Estará colocado sobre a perna, contando 10 cm da extremidade da mesma.
Sua posição será tal que sirva, junto com a cumeeira, de apoio ao caibro.
Figura 51
Terça
Será colocada no espaço compreendido entre o eixo do frechal e o eixo da
cumeeira.
Figura 52
24
25. Caibros
Estarão apoiados sobre a cumeeira, terça e o frechal e se estenderão além
das paredes, numa cota horizontal correspondente ao beiral.
Figura 53
Mão francesa
Duas delas estarão colocadas a 10 cm do ponto de encontro da linha com o
pontalete, paralelas às dimensões das pernas, ligando assim o pontalete âs pernas.
As outras duas mãos francesas estarão colocadas a 30 cm do ponto de encontro da
linha com o pontalete unindo este à cumeeira.
Figura 54
25
28. 5 VISTAS AUXILIARES
5.1 INTRODUÇÃO
Devido à utilização de projeções ortogonais, em nenhuma das vistas
principais as superfícies inclinadas aparecem representadas em suas verdadeiras
grandezas. A Figura 57 mostra três vistas de um objeto com superfície inclinada,
observe que em nenhuma das três vistas aparece, em verdadeira grandeza, a forma
da parte inclinada do objeto.
O objetivo da vista auxiliar é mostrar a parte inclinada da peça em
VERDADEIRA GRANDEZA.
Figura 57
Como o desenho técnico tem como objetivo representar com clareza as
formas espaciais dos objetos, não tem sentido prático desenhar as partes das vistas
28
29. que aparecem com dimensões fora das suas verdadeiras grandezas. Desta forma, a
ABNT recomenda a utilização de vistas parciais, limitadas por linhas de rupturas,
que representam somente as partes que aparecem as formas verdadeiras dos
objetos, conforme mostra a Figura 58.
Figura 58
•
As vistas auxiliares, como são localizadas em posições diferentes das
posições resultantes das vistas principais, devem ter o sentido de observação
indicado por uma seta designada por uma letra, que será usada para
identificar a vista resultante daquela direção.
29
30. A Figura 59 mostra que as vistas auxiliares, além de representar a forma do
objeto com maior clareza, permitem que as cotas sejam referenciadas às
verdadeiras grandezas das dimensões cotadas.
Figura 59
30
32. REFERÊNCIAS
BOTELHO, Manoel Henrique Campos; GIANNONI, André; BOTELHO, Vinicius
Campos. Manual de projeto de edificações. São Paulo, SP: Pini, 2009. 633 p. ISBN
9788572662093.
FRENCH, Thomas Ewing; VIERCK, Charles J. Desenho técnico e tecnologia gráfica.
8. ed. Porto Alegre: Globo, 2005. 1093 p. ISBN 8525007331.
IZIDORO, Nacir; RIBEIRO, Antônio Clélio; PERES, Mauro Pedro. Apostila de
Desenho Técnico Mecânico. Ivan Ricardo Rodrigues Carriel (org). Itapetininga-SP:
IFSP,
2010.
Disponível
em:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxk
XNldGVjbWVjfGd4OjEzMjAyZjRjMGExY2UwYTk. Acessado 20/05/2013 20:15h.
NEIZEL, Ernst. Desenho técnico para construção civil. São Paulo: Editora
Pedagogica e Universitaria, 1974. 2v. ISBN 9788512130200.
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