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OS MECANISMOS DE
COESÃO E COERÊNCIA
TEXTUAIS
PROFESSORA: MÁRCIA OLIVEIRA DA SILVA
OS MECANISMOS DE COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS
O texto não é simplesmente um conjunto de palavras; pois se o
fosse, bastaria agrupá-las de qualquer forma e teríamos um:
"O ontem lanche menino comeu"
Veja que neste caso não há um texto, há somente um grupo de
palavras dispostas em uma ordem qualquer. Mesmo que colocássemos
estas palavras em uma ordem gramatical correta: sujeito-verbo-
complemento, precisaríamos ainda organizar o nível semântico do
texto, deixando-o inteligível.
"O lanche comeu o menino ontem"
O nível sintático está perfeito:
sujeito = o lanche
verbo = comeu
complementos = o menino ontem
Mas o nível semântico apresenta problemas, pois não
é possível que o lanche coma o menino, pelo menos
neste contexto. Caso a frase estivesse empregada
num sentido figurado e em outro contexto, isto seria
possível.
Pedrinho saiu da lanchonete todo lambuzado de
maionese, mostarda e catchup, o lanche era
enorme, parecia que "o lanche tinha comido o
menino".
A coesão e a coerência garantem ao texto uma
unidade de significados encadeados.
A coesão é essencial para evitar a repetição de termos:
Acabamos de receber trinta termômetros clínicos. Os
termômetros clínicos deverão ser encaminhados ao departamento
de pediatria.
Para evitar este inconveniente, podemos utilizar sinônimos ou
outras palavras que substituam, sem fugir aos significados dos
termos anteriores.
a) Acabamos de receber trinta termômetros clínicos. Os mesmos
deverão ser encaminhados ao departamento de pediatria.
b) Acabamos de receber trinta termômetros clínicos. Esses
instrumentos deverão ser encaminhados ao departamento de
pediatria.
Um texto com coesão é aquele que apresenta conexão entre suas
ideias. Para que essa ligação seja estabelecida de forma clara, podemos
utilizar diversas ferramentas. Há, na língua, muitos recursos que garantem o
mecanismo de coesão. São eles:
* POR REFERÊNCIA OU COESÃO REFERENCIAL: Os
pronomes, advérbios e os artigos são os elementos de coesão que
proporcionam a unidade do texto.
Ex: "O Presidente foi a Portugal em visita. Em Portugal o presidente
recebeu várias homenagens."
Esse texto repetitivo torna-se desagradável e sem coesão. Observe a
atuação do advérbio e do pronome no processo de e elaboração do texto.
"O Presidente foi a Portugal. Lá, ele foi homenageado."
Veja que o texto ganhou agilidade e estilo. Os termos “Lá” e “ele”
referem-se a Portugal e Presidente, foram usados a fim de tornar o texto
coeso.
O trabalho que eu fiz mereceu
destaque. (pronome
relativo, retomando o termo
“trabalho” e ligando as orações)
Tenho dois objetivos: o
primeiro é passar no
vestibular; o
segundo, arrumar um bom
emprego. (numerais que
substituem os respectivos
“objetivos”)
Moramos no Brasil. Aqui, as
leis não são respeitadas como
deveriam. (advérbio retomando
o substantivo próprio “Brasil”)
Vejam que os pronomes “ISSO” e “ISTO”
funcionam como elementos
coesivos, uma vez que conectam
informações presentes na tira. Percebam
que tais termos aparecem em situações
diversas de fala e têm propósitos
diferentes.
1. Coesão por Referência Exofórica: é aquela que se refere a
um elemento fora do texto.
Exemplo:
“A gente era pequena naquele tempo. E aquele era um tempo
em que ainda se apregoava nas ruas. Não em todas as ruas, mas
naquela onde vivíamos. Naquela rua, que tinha por nome a data
de um santo, o tempo passava mais lentamente do que no resto
da cidade de Porto Alegre.”
(Trecho inicial de uma crônica, postada no site
http://revistagloborural.globo.com, por Letícia Wierzchowski)
Notem que as expressões em destaque se referem a
informações externas ao texto.
2. Coesão por Referência Endofórica: é aquela que faz
referência a algo dentro do texto.
SE LIGA!
A referência endofórica pode ser feita a algo mencionado
anteriormente no texto – anáfora – ou a algo mencionado
posteriormente – catáfora.
I- Não consegui passar o recado para seu pai, pois, quando eu
voltei, ele já havia ido embora. (“ele” -> termo anafórico)
II- Lá estava ela, ali parada, minha amiga! (“ela” -> termo
catafórico)
DICA DE REDAÇÃO!
Saibam utilizar corretamente os pronomes demonstrativos na redação:
Lembrem-se:
ISSO, ESSA, ESSE (e demais contrações) -> ANAFÓRICOS
ISTO, ESTA, ESTE (e demais contrações) -> CATAFÓRICOS
Observem:
I) A violência cresce a cada dia no Brasil. Esse problema deve ser
combatido por meio de medidas mais eficazes.
II) No Brasil, o problema é este: a violência.
Notem como, na frase II, a referência foi feita anteriormente, portanto o
pronome “esse” possui função anafórica. Já na frase II, o referente
“violência” está localizado posteriormente, logo o pronome “este”
desempenha função catafórica.
• POR ELIPSE: Quando se omite um termo a fim de evitar sua repetição.
"O Presidente foi a Portugal. Lá, foi homenageado."
Veja que neste caso omitiu-se a palavra “Presidente”, pois é
subentendida no contexto.
• LEXICAL: Quando são usadas palavras ou expressões sinônimas de
algum termo subsequente:
"O Presidente foi a Portugal. Na Terra de Camões foi
homenageado por intelectuais e escritores."
Veja que “Portugal” foi substituída por “Terra de Camões” para evitar
repetição e dar um efeito mais significativo ao texto, pois há uma
ligação semântica entre “Terra de Camões” e intelectuais e escritores.
"O presidente viajou para Portugal nesta semana e o ministro dos
Esportes o fez também."
A expressão “o fez também” retoma a sentença “viajou para Portugal”.
* POR OPOSIÇÃO: Empregam-se alguns termos com valor de oposição
(mas, contudo, todavia, porém, entretanto, contudo) para tornar o texto
compreensível.
"Estávamos todos aqui no momento do crime, porém não vimos o
assassino.“
* POR CONCESSÃO OU CONTRADIÇÃO: Referem-se a um fato
que, embora contrário ao fato mencionado na oração principal, permite que
este ocorra. São eles: embora, ainda que, se bem que, apesar
de, conquanto, mesmo que.
"Embora estivéssemos aqui no momento do crime, não vimos o
assassino."
* POR CAUSA: São eles: porque, pois, como, já que, visto que, uma vez que.
"Estávamos todos aqui no momento do crime e não vimos o assassino
uma vez que nossa visão fora encoberta por uma névoa muito forte."
* POR CONDIÇÃO (hípótese): São eles: caso, se, a menos que, contanto que.
"Caso estivéssemos aqui no momento do crime, provavelmente teríamos
visto o assassino."
* POR FINALIDADE (objetivo): São eles: para que, para, a fim de, com o
objetivo de, com a finalidade de, com intenção de.
"Estamos aqui a fim de assistir ao concerto da orquestra municipal."
É muito confusa a distinção entre coesão e coerência, aqui
entenderemos como coerência a ligação das partes do texto com o
seu todo.
Ao elaborar o texto, temos que criar condições para que haja uma
unidade de coerência, dando ao texto mais fidelidade.
“Estava andando sozinho na rua, ouvi passos atrás de
mim, assustado nem olhei, saí correndo, era um homem
alto, estranho, tinha em suas mãos uma arma...”
Se o narrador não olhou, como soube descrever a personagem?
A falta de coerência se dá normalmente: Na inverossimilhança, falta
de concatenação e argumentação falsa.
Um milhão de dólares
“Estava voltando para casa, quando vi na calçada algo que
parecia um saco de lixo, ao me aproximar percebi que era um
pacote...”
O que será que havia dentro do pacote? Veja como o narrador
acabou com a história na escolha infeliz do título.
A incoerência está presente, também, em textos dissertativos que
apresentam defeitos de argumentação.
Em muitas redações observamos afirmações falsas e
inconsistentes. Observe:
“No fundo nenhuma escola está realmente preocupada com a
qualidade de ensino.”
“Estava assistindo ao debate na televisão dos candidatos ao governo
de São Paulo, eles mais se acusavam moralmente do que mostravam
suas propostas de governo, em um certo momento do debate dois
candidatos quase partem para a agressão física. Dessa forma, isso
nos leva a concluir que o homem não consegue conciliar ideias
opostas é por isso que o mundo vive em guerras frequentemente.”
Note que nos dois primeiros exemplos as informações são amplas
demais e sem nenhum fundamento. Já no terceiro, a conclusão
apresentada não tem ligação nenhuma com o exemplo argumentado.
Esses exemplos caracterizam a falta de coerência do texto.
Finalizando:
Tanto os mecanismos de coesão como os de coerência devem ser
empregados com cuidado, pois a unidade do texto depende
praticamente da aplicação correta desses mecanismos.
EXERCÍCIO
Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso
provocou um sangrento conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII
A.C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o oriente. Mas os gregos
conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros
fortificados um imenso cavalo de madeira. Os troianos, felizes com o
presente, puseram-no para dentro. À noite, os soldados gregos, que estavam
escondidos no cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a
invasão. Daí surgiu a expressão "presente de grego".
01. Em "puseram-no", a forma pronominal "no" refere-se:
A) ao termo "rei grego".
B) ao antecedente "gregos".
C) ao antecedente distante "choque".
D) à expressão "muros fortificados".
E) aos termos "presente" e "cavalo de madeira".
02. O sentido de "...o autor de um bom manual de aritmética
para o ensino médio não é necessariamente um
intelectual, mas, se ele escrever esse livro adotando critérios
pedagógicos inovadores e eficazes, pode ser" fica
profundamente alterado com a substituição de "se ele escrever
esse livro" por:
A) caso ele escreva esse livro;
B) conquanto ele escreva esse livro;
C) desde que ele escreva esse livro;
D) uma vez que ele escreva esse livro.
E) contanto que ele escreva esse livro.
03. "Apesar da urgência da organização..."; nesse segmento
do texto, a locução "apesar de" pode ser perfeitamente
substituída por:
A) não obstante; B) entretanto; C) visto que;
D) já que. E) assim como
04. Na oração "e sofre com a falta de alguns dos requisitos
mínimos para uma vida decente", os termos I - "sofre" e II -
"com a falta de alguns dos requisitos mínimos para uma vida
decente" guardam entre si uma relação de:
A) consequência e causa;
B) meio e fim;
C) dúvida e explicação;
D) hipótese e conclusão
E) Causa e efeito
Na questão 05, numere os períodos de modo a constituírem um texto coeso e
coerente e, depois, indique a sequência numérica correta.
05- ( ) Por isso era desprezado por amplos setores, visto como resquício da
era do capitalismo desalmado.
( ) Durante décadas, Friedman - que hoje tem 85 anos e há muito
aposentou-se da Universidade de Chicago - foi visto como uma espécie de
pária brilhante.
( ) Mas isso mudou; o impacto de Friedman foi tão grande que ele já se
aproxima do status de John Maynard Keynes (1883-1945) como o economista
mais importante do século.
( ) Foi apenas nos últimos 10 a 15 anos que Milton Friedman começou a
ser visto como realmente é: o mais influente economista vivo desde a
Segunda Guerra Mundial.
( ) Ele exaltava a ‘liberdade’, louvava os ‘livres mercados’ e criticava o
'excesso de intervenção governamental.' (Baseado em Robert J.
Samuelson, Exame, 1/7/1998)
a) 4, 2, 5, 1, 3 b) 1, 2, 5, 3, 4 c) 3, 1, 5, 2, 4
d) 5, 2, 4, 1, 3 e) 2, 5, 4, 3, 1

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Os mecanismos de coesão e coerência textuais

  • 1. OS MECANISMOS DE COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS PROFESSORA: MÁRCIA OLIVEIRA DA SILVA
  • 2. OS MECANISMOS DE COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS O texto não é simplesmente um conjunto de palavras; pois se o fosse, bastaria agrupá-las de qualquer forma e teríamos um: "O ontem lanche menino comeu" Veja que neste caso não há um texto, há somente um grupo de palavras dispostas em uma ordem qualquer. Mesmo que colocássemos estas palavras em uma ordem gramatical correta: sujeito-verbo- complemento, precisaríamos ainda organizar o nível semântico do texto, deixando-o inteligível. "O lanche comeu o menino ontem" O nível sintático está perfeito: sujeito = o lanche verbo = comeu complementos = o menino ontem
  • 3. Mas o nível semântico apresenta problemas, pois não é possível que o lanche coma o menino, pelo menos neste contexto. Caso a frase estivesse empregada num sentido figurado e em outro contexto, isto seria possível. Pedrinho saiu da lanchonete todo lambuzado de maionese, mostarda e catchup, o lanche era enorme, parecia que "o lanche tinha comido o menino". A coesão e a coerência garantem ao texto uma unidade de significados encadeados.
  • 4.
  • 5. A coesão é essencial para evitar a repetição de termos: Acabamos de receber trinta termômetros clínicos. Os termômetros clínicos deverão ser encaminhados ao departamento de pediatria. Para evitar este inconveniente, podemos utilizar sinônimos ou outras palavras que substituam, sem fugir aos significados dos termos anteriores. a) Acabamos de receber trinta termômetros clínicos. Os mesmos deverão ser encaminhados ao departamento de pediatria. b) Acabamos de receber trinta termômetros clínicos. Esses instrumentos deverão ser encaminhados ao departamento de pediatria.
  • 6. Um texto com coesão é aquele que apresenta conexão entre suas ideias. Para que essa ligação seja estabelecida de forma clara, podemos utilizar diversas ferramentas. Há, na língua, muitos recursos que garantem o mecanismo de coesão. São eles: * POR REFERÊNCIA OU COESÃO REFERENCIAL: Os pronomes, advérbios e os artigos são os elementos de coesão que proporcionam a unidade do texto. Ex: "O Presidente foi a Portugal em visita. Em Portugal o presidente recebeu várias homenagens." Esse texto repetitivo torna-se desagradável e sem coesão. Observe a atuação do advérbio e do pronome no processo de e elaboração do texto. "O Presidente foi a Portugal. Lá, ele foi homenageado." Veja que o texto ganhou agilidade e estilo. Os termos “Lá” e “ele” referem-se a Portugal e Presidente, foram usados a fim de tornar o texto coeso.
  • 7. O trabalho que eu fiz mereceu destaque. (pronome relativo, retomando o termo “trabalho” e ligando as orações) Tenho dois objetivos: o primeiro é passar no vestibular; o segundo, arrumar um bom emprego. (numerais que substituem os respectivos “objetivos”) Moramos no Brasil. Aqui, as leis não são respeitadas como deveriam. (advérbio retomando o substantivo próprio “Brasil”) Vejam que os pronomes “ISSO” e “ISTO” funcionam como elementos coesivos, uma vez que conectam informações presentes na tira. Percebam que tais termos aparecem em situações diversas de fala e têm propósitos diferentes.
  • 8. 1. Coesão por Referência Exofórica: é aquela que se refere a um elemento fora do texto. Exemplo: “A gente era pequena naquele tempo. E aquele era um tempo em que ainda se apregoava nas ruas. Não em todas as ruas, mas naquela onde vivíamos. Naquela rua, que tinha por nome a data de um santo, o tempo passava mais lentamente do que no resto da cidade de Porto Alegre.” (Trecho inicial de uma crônica, postada no site http://revistagloborural.globo.com, por Letícia Wierzchowski) Notem que as expressões em destaque se referem a informações externas ao texto.
  • 9. 2. Coesão por Referência Endofórica: é aquela que faz referência a algo dentro do texto. SE LIGA! A referência endofórica pode ser feita a algo mencionado anteriormente no texto – anáfora – ou a algo mencionado posteriormente – catáfora. I- Não consegui passar o recado para seu pai, pois, quando eu voltei, ele já havia ido embora. (“ele” -> termo anafórico) II- Lá estava ela, ali parada, minha amiga! (“ela” -> termo catafórico)
  • 10. DICA DE REDAÇÃO! Saibam utilizar corretamente os pronomes demonstrativos na redação: Lembrem-se: ISSO, ESSA, ESSE (e demais contrações) -> ANAFÓRICOS ISTO, ESTA, ESTE (e demais contrações) -> CATAFÓRICOS Observem: I) A violência cresce a cada dia no Brasil. Esse problema deve ser combatido por meio de medidas mais eficazes. II) No Brasil, o problema é este: a violência. Notem como, na frase II, a referência foi feita anteriormente, portanto o pronome “esse” possui função anafórica. Já na frase II, o referente “violência” está localizado posteriormente, logo o pronome “este” desempenha função catafórica.
  • 11. • POR ELIPSE: Quando se omite um termo a fim de evitar sua repetição. "O Presidente foi a Portugal. Lá, foi homenageado." Veja que neste caso omitiu-se a palavra “Presidente”, pois é subentendida no contexto. • LEXICAL: Quando são usadas palavras ou expressões sinônimas de algum termo subsequente: "O Presidente foi a Portugal. Na Terra de Camões foi homenageado por intelectuais e escritores." Veja que “Portugal” foi substituída por “Terra de Camões” para evitar repetição e dar um efeito mais significativo ao texto, pois há uma ligação semântica entre “Terra de Camões” e intelectuais e escritores.
  • 12. "O presidente viajou para Portugal nesta semana e o ministro dos Esportes o fez também." A expressão “o fez também” retoma a sentença “viajou para Portugal”. * POR OPOSIÇÃO: Empregam-se alguns termos com valor de oposição (mas, contudo, todavia, porém, entretanto, contudo) para tornar o texto compreensível. "Estávamos todos aqui no momento do crime, porém não vimos o assassino.“ * POR CONCESSÃO OU CONTRADIÇÃO: Referem-se a um fato que, embora contrário ao fato mencionado na oração principal, permite que este ocorra. São eles: embora, ainda que, se bem que, apesar de, conquanto, mesmo que. "Embora estivéssemos aqui no momento do crime, não vimos o assassino."
  • 13. * POR CAUSA: São eles: porque, pois, como, já que, visto que, uma vez que. "Estávamos todos aqui no momento do crime e não vimos o assassino uma vez que nossa visão fora encoberta por uma névoa muito forte." * POR CONDIÇÃO (hípótese): São eles: caso, se, a menos que, contanto que. "Caso estivéssemos aqui no momento do crime, provavelmente teríamos visto o assassino." * POR FINALIDADE (objetivo): São eles: para que, para, a fim de, com o objetivo de, com a finalidade de, com intenção de. "Estamos aqui a fim de assistir ao concerto da orquestra municipal."
  • 14.
  • 15. É muito confusa a distinção entre coesão e coerência, aqui entenderemos como coerência a ligação das partes do texto com o seu todo. Ao elaborar o texto, temos que criar condições para que haja uma unidade de coerência, dando ao texto mais fidelidade. “Estava andando sozinho na rua, ouvi passos atrás de mim, assustado nem olhei, saí correndo, era um homem alto, estranho, tinha em suas mãos uma arma...” Se o narrador não olhou, como soube descrever a personagem? A falta de coerência se dá normalmente: Na inverossimilhança, falta de concatenação e argumentação falsa.
  • 16. Um milhão de dólares “Estava voltando para casa, quando vi na calçada algo que parecia um saco de lixo, ao me aproximar percebi que era um pacote...” O que será que havia dentro do pacote? Veja como o narrador acabou com a história na escolha infeliz do título. A incoerência está presente, também, em textos dissertativos que apresentam defeitos de argumentação. Em muitas redações observamos afirmações falsas e inconsistentes. Observe: “No fundo nenhuma escola está realmente preocupada com a qualidade de ensino.”
  • 17. “Estava assistindo ao debate na televisão dos candidatos ao governo de São Paulo, eles mais se acusavam moralmente do que mostravam suas propostas de governo, em um certo momento do debate dois candidatos quase partem para a agressão física. Dessa forma, isso nos leva a concluir que o homem não consegue conciliar ideias opostas é por isso que o mundo vive em guerras frequentemente.” Note que nos dois primeiros exemplos as informações são amplas demais e sem nenhum fundamento. Já no terceiro, a conclusão apresentada não tem ligação nenhuma com o exemplo argumentado. Esses exemplos caracterizam a falta de coerência do texto. Finalizando: Tanto os mecanismos de coesão como os de coerência devem ser empregados com cuidado, pois a unidade do texto depende praticamente da aplicação correta desses mecanismos.
  • 18. EXERCÍCIO Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII A.C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o oriente. Mas os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira. Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. À noite, os soldados gregos, que estavam escondidos no cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a invasão. Daí surgiu a expressão "presente de grego". 01. Em "puseram-no", a forma pronominal "no" refere-se: A) ao termo "rei grego". B) ao antecedente "gregos". C) ao antecedente distante "choque". D) à expressão "muros fortificados". E) aos termos "presente" e "cavalo de madeira".
  • 19. 02. O sentido de "...o autor de um bom manual de aritmética para o ensino médio não é necessariamente um intelectual, mas, se ele escrever esse livro adotando critérios pedagógicos inovadores e eficazes, pode ser" fica profundamente alterado com a substituição de "se ele escrever esse livro" por: A) caso ele escreva esse livro; B) conquanto ele escreva esse livro; C) desde que ele escreva esse livro; D) uma vez que ele escreva esse livro. E) contanto que ele escreva esse livro.
  • 20. 03. "Apesar da urgência da organização..."; nesse segmento do texto, a locução "apesar de" pode ser perfeitamente substituída por: A) não obstante; B) entretanto; C) visto que; D) já que. E) assim como 04. Na oração "e sofre com a falta de alguns dos requisitos mínimos para uma vida decente", os termos I - "sofre" e II - "com a falta de alguns dos requisitos mínimos para uma vida decente" guardam entre si uma relação de: A) consequência e causa; B) meio e fim; C) dúvida e explicação; D) hipótese e conclusão E) Causa e efeito
  • 21. Na questão 05, numere os períodos de modo a constituírem um texto coeso e coerente e, depois, indique a sequência numérica correta. 05- ( ) Por isso era desprezado por amplos setores, visto como resquício da era do capitalismo desalmado. ( ) Durante décadas, Friedman - que hoje tem 85 anos e há muito aposentou-se da Universidade de Chicago - foi visto como uma espécie de pária brilhante. ( ) Mas isso mudou; o impacto de Friedman foi tão grande que ele já se aproxima do status de John Maynard Keynes (1883-1945) como o economista mais importante do século. ( ) Foi apenas nos últimos 10 a 15 anos que Milton Friedman começou a ser visto como realmente é: o mais influente economista vivo desde a Segunda Guerra Mundial. ( ) Ele exaltava a ‘liberdade’, louvava os ‘livres mercados’ e criticava o 'excesso de intervenção governamental.' (Baseado em Robert J. Samuelson, Exame, 1/7/1998) a) 4, 2, 5, 1, 3 b) 1, 2, 5, 3, 4 c) 3, 1, 5, 2, 4 d) 5, 2, 4, 1, 3 e) 2, 5, 4, 3, 1