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Álcool no Trabalho:
  Impacto das Situações
      Relacionadas
                                         O que é isso? O vinho é escarnecedor e a bebida
                                         forte alvoroçadora todo aquele que por eles é
                                         vencido não é sábio




                       Marcelo Lutz - Enfermeiro
    Palavras chave:álcool, trabalho, impacto, causas, consequências




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1 – Resumo

      Constituo esta oportunidade de trabalho em iniciação cientifica, conhecer um
pouco mais sobre os efeitos impactantes do alcoolismo no trabalho, pelo fato que esta
problemática está sendo considerada, hoje, uma verdadeira questão de saúde pública,
tendo o conhecimento cada vez mais evidente, do tamanho e da prevalência do
alcoolismo como um problema cada vez maior que a sociedade atual enfrenta; a
Organização Mundial da Saúde (OMS) refere que o alcoolismo é a terceira maior
causa de morbidade e mortalidade na atualidade e como tal deve ser abordado com
extremo cuidado, já que são vidas que estão em jogo, e que possuem família ou
familiares atrelados com essa doença.

       Assim nesse sentido vamos dar espaço para alguns temas relacionados como,
etilismo no trabalho e questões voltadas para este tema, esperando contribuir na
elucidação das conseqüências pertinentes e prejuízos relacionados ao abuso de
bebidas alcoólicas em ambiente laboral. Que estas linhas venham a colaborar com
mais uma referência na literatura científica para todos os profissionais da área da
Saúde e de outras afins, que se dedicam de modo direto ou indireto a minimizar as
perdas e os danos relacionados aos problemas causados em ambiente de trabalho.




       ABSTRACT
       Introdução
O presente artigo busca e discute a problematização do uso do álcool em ambiente de
trabalho. A pesquisa foi realizada entre fevereiro a agosto de 2012. Rege a busca da
informação em Enfermagem do Trabalho a perspectiva para esclarecer pontos
prejudiciais relevantes para a saúde da empresa e do trabalhador. Interfaces do
processo dogmático etílico uma vez estabelecido, confirmam importantes desajustes
do trabalhador, causando relevantes impactos que contribuem para um
desperfilamento das características inatas do trabalhador, sendo o alcoolismo,
comprovadamente uma das doenças mais incidentes em qualquer classe trabalhadora
brasileira causando alto percentual de acidentes de trabalho, com grande numero de
mortes.

         2 - Desenvolvimento

       Inicialmente faremos a indagação: álcool é droga? Em seu livro Alcoolismo o
livro das respostas, Emanuel Ferraz Vespucci diz: Claro que é. E é a principal droga no mundo
todo, inclusive no Brasil.

        Droga no sentido mais popular da palavra é toda a substancia que provoca mudança de humor,
alterações na percepção e no pensamento. Os cientistas a chamam de substância psicoativa. O álcool se
encaixa por inteiro nessa definição, pois atua no sistema nervoso central. Trata-se da droga mais usada no
mundo e está entre as que provocam a dependência mais difícil de ser enfrentada. Seu consumo é
fortemente favorecido pelo fato de ter respaldo nas leis – e em especial, a legislação fiscal, já que gera
volumosos impostos, e ser aceito socialmente na esmagadora maioria dos países. Tanto que numerosos
pais até mesmo ensinam os filhos a beber, como prova de macheza ou preparação para a idade adulta!

       Analice GigliottiI; Marco Antonio BessaII em seu artigo na Revista Brasileira
de Psiquiatria, dizem que as bebidas compostas por álcool, acompanham a
humanidade desde há muito tempo, e sempre obteve um lugar privilegiado em todas
as culturas, ocupando um lugar de destaque nos rituais religiosos, como fonte de
prazer, e presente também nos momentos de comemoração e de confraternização. O
álcool sempre esteve envolto em simbolismo. Através da história, os ritos de
alimentação das tribos. Faz parte do hábito diário de famílias em todo o mundo,
servindo de alimento e de laço de comunhão entre as pessoas. No entanto, à medida
que as sociedades foram passando por transformações econômicas e sociais,
principalmente com a revolução industrial – que provocou as grandes concentrações
urbanas, multiplicou enormemente a produção e a disponibilidade das bebidas e
reduziu de modo drástico os seus preços –, havendo uma mudança profunda na
maneira da sociedade e dos homens relacionarem-se com o álcool. É como se
houvesse sido revelada a outra face da moeda, ou seja, a mesma substância que
irmana, comunga e alegra, também estimula a agressividade, a discórdia e a dor,
rompendo laços de familiares, de amizade e vínculos de trabalho. As bebidas
alcoólicas são portadoras desta função ambígua: se de um lado são produtos
transbordantes de significados – como o vinho no catolicismo ou na sofisticação da
culinária e do comércio internacional, onde um produto alcoólico pode custar até
milhares de dólares de outro, o uso exagerado dessas bebidas pode originar um grave
transtorno de saúde pública mundial acarretando prejuízos gigantescos para os países
e as sociedades. (Rev.. Bras. De Psiquiatria vol. 26, 2004)

       O etilismo após instalar-se no organismo do ser humano, leva a um difícil
cenário para o tratamento e recuperação, sendo a negação uma verdadeira muralha
protetora atrás da qual o alcoólatra vive, e gradualmente vai ficando intransponível,
chegando a ponto de não poder cumprir nem mesmo aquilo que esteja programado
com o seu dia-a-dia, dificultando a programação do seu próprio futuro, e conforme
relata Leonidas Silva Tonico, a família de um alcoólatra leva aproximadamente sete
anos, convivendo com os problemas criados por ele até tomar coragem de comentar o
assunto fora do circulo familiar e admitir que em seu meio há um alcoólatra. Leva
aproximadamente outros dois anos para pedir ajuda externa.
       Dentro da visão mais conservadora, o alcoolismo só ocorre quando o indivíduo
trabalhador é alcoólatra , no fim da linha, com doenças mais graves, degenerativas,
algumas vezes irreversíveis, com lesões ou distúrbios em vários órgãos, levando a
quadro do tipo falência múltipla de órgãos secundária ao alccolismo (FMO – Álcool),
com prognóstico reservado (Braz apud Lima, 2003).
       José M. B. de Lima diz fazer-se necessário tomar por base dados e visões mais
modernas (OMS) Organização Mundial de Saúde, e diversos outros autores, que
mostram que o conceito de dependência química que vigorou no período das últimas
décadas do século XX estava bastante apoiado no modelo médico do alcoolismo e na
perspectiva da saúde mental, como, ainda hoje, persiste entre muitos profissionais.
Contudo no final da década de 1990, a OMS e muitos centros especializados , nos
EUA e na Comunidade Européia, passaram a dar outro enfoque, levando em conta
que, muitas das vezes, os agravos sobre a saúde e as conseqüências e prejuízos no
trabalho estavam relacionados co o uso e abuso de álcool mais do que com a
dependência.
       Para favorecer uma melhor abordagem do alcoolismo entre os trabalhadores
ampliando, assim, o enfoque desta complexa questão, incluindo outros problemas
relacionados, direta e indiretamente, com o uso nocivo e com o abuso eventual, de
bebidas alcoólicas, sendo também sabido que o uso social não isenta totalmente as
conseqüências.
       Assim no tocante à saúde do empregado e da empresa, interessa os problemas
relacionados que estão mais freqüentes vinculados ao uso e abuso do álcool do que
um quadro de dependência química propriamente dita. Neste caso, passam a ser de
interesse para o programa, situações de abuso do álcool nos fins de semana, em casa,
fora da empresa, mas, que ao longo do tempo, poderão repercutir nas faltas das
segundas-feiras, na queda da produtividade durante a semana nas licenças médicas
repetidas, nos distúrbios familiares que afetam o humor e o estado de equilíbrio
psicológico necessário a todos. Em determinadas circunstâncias o uso de bebidas
alcoólicas durante o horário de expediente representa sérios riscos para o
desenvolvimento adequado das tarefas e até mesmo de acidentes no trabalho que
podem ser pequenos ou grandes
        O álcool consegue mascarar sentimentos, situações desagradáveis e dificuldades
que as pessoas possam passar no curso de suas vidas. Segundo Edwards (1995), para se
entender porque algumas pessoas bebem excessivamente é fundamental saber que o álcool é uma droga
capaz, pelo menos a curto prazo, de remover ou afastar uma ampla variedade de sentimentos
desagradáveis, como por exemplo angústia ou depressão. Para o indivíduo inseguro ou que duvida de seu
próprio valor, beber pode remover temporariamente estes sentimentos. A pessoa que bebe demais está,
freqüentemente, usando o álcool para alterar sua percepção do mundo, que ela acha difícil, ou para aliviar
sentimentos insuportáveis a seu próprio respeito, este beber excessivo pode levar ao alcoolismo, podendo
perder sua auto-estima, convencido de que ele não vale nada, preso a um sentimento de culpa,
profundamente pessimista e, clinicamente deprimido. O beber e suas conseqüências levam a estes
sentimentos e o álcool então é usado. Ao alcoolista parece não existir outra forma de lidar com estes
sentimentos de menos-valia. As razões que podem levar um indivíduo a beber excessivamente são muitas,
e a passagem do beber sem problemas ao alcoolismo não se faz do dia para a noite

             Bertolote e & Ramos admitem uma longa interface entre o beber normal
e o beber excessivo, em geral de vários anos. Nessa interface, começam a aparecer os
problemas relacionados ao uso inadequado do álcool, onde o beber passa a ser
priorizado adquirindo uma importância cada vez maior na vida da pessoa.
       Dizem também que alguns dos sinais do beber problemático são:
desenvolvimento da tolerância, o aumento da importância do álcool na vida da
pessoa; a percepção do grande desejo de beber e da falta de controle em relação a
quando parar, síndrome de abstinência e aumento da ingestão de álcool para aliviar a
síndrome da abstinência. Não subestimando a importância de todos estes fatores
biológicos na determinação da vulnerabilidade ao alcoolismo, apontam que várias
teorias tentam explicar o desenvolvimento da dependência de álcool através de
processos psicológicos, que incluem tanto processos cognitivos (pensamento,
memória, atenção) como fatores afetivos (sentimentos e atitudes).
Cada teoria psicológica procura explicar o desenvolvimento da dependência de álcool
através de seu referencial teórico.

       Os autores ainda relatam uma determinação sócio-cultural, onde os fatores
interpessoais, como a influência dos pares e o comportamento da família, também são
muito importantes na determinação do padrão de uso de álcool.



2.1 -Substâncias de abuso e o local de trabalho

       Segundo a OIT Organização Internacional do Trabalho o consumo e o abuso do
álcool, afeta pessoas comuns, ocorre na maioria das organizações em todos os níveis
e não estão uniformemente distribuídos nas populações. Estudos realizados em
diversos países por todo o mundo revelaram que o consumo de álcool durante os anos
da adolescência é mais esporádico ao longo da semana, atingindo picos durante os
fins de semana. O padrão de consumo dos adultos com idades compreendidas entre
35 e 50 anos está distribuído de modo mais uniforme durante os dias de semana, sem
que existam picos de consumo. Diz também que o abuso de álcool nos locais de
trabalho pode por em risco os trabalhadores, os seus colegas e a sua empresa.
Consoante o setor de atividade e a ocupação do consumidor, esse risco estende-se por
vezes ao público em geral, e ocorrendo na maioria das organizações desde o topo até
as categorias de base.

2.2 – Impacto do alcoolismo no trabalho:

       Para o jornal expresso emprego de Portugal, trabalhar sob o efeito do álcool,
além de prejudicar a saúde, pode ser responsável por acidentes no trabalho, alterações
psicológicas e perturbações na relação com os outros trabalhadores, podendo levar a
falta de concentração, quedas, comportamentos violentos e conflitos laborais e, em
casos mais sérios levar ao aviso prévio do trabalhador. Para além dos efeitos nocivos
sobre a saúde, o álcool cria um ambiente desfavorável em casa, e no trabalho gerando
um problema social e afetando todas as pessoas que estão a volta de quem bebe.

      2.2.1 – Acidente

            Devido a sua toxicidade intrínseca o etanol causa uma miríade de efeitos
deletérios no fígado e alterações em praticamente todas os órgãos e
            tecidos, e que segundo H. P. Rang e M. M. Dale, os principais efeitos do
            etanol atua no sistema nervoso central, onde suas ações depressivas
            assemelham-se àquelas dos anestésicos voláteis, sendo a nível celular
            seu efeito puramente depressivo, causando déficit no sistema nervoso
            central, acarretando sintomas e desordens no organismo que podem
            variar dependendo do estagio do alcoolismo, da quantidade de álcool
            ingerido e do estado psicológico da pessoa, os efeitos da intoxicação
            aguda pelo etanol no homem são bem conhecidos e incluem dificuldade
            da fala, incoordenação motora, aumento da confiança e euforia,
            modificando os comportamentos e poderão acarretar acidentes no
            trabalho devido:


4.1.2.3 – Dificuldade de concentração.
4.1.2.4 – Dificuldade de raciocínio.
4.1.2.5 – Perda da memória.
4.1.2.6 – Sonolência.
4.1.2.7 – Depressão.
4.1.2.8 – Dores de cabeça.
4.1.2.9 – Tremores.

   •Até cerca de 40 por cento dos acidentes de trabalho envolvem ou estão
     relacionados com o consumo do álcool:


4.1.3 – Absenteísmo

   Segundo a OIT, os trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas
alcoólicas, têm maior tendência do que os outros trabalhadores a ausentar-se do
trabalho sem autorização, e possuem um tendência de ausentarem-se do trabalho mais
frequentemente, e chegam de 10 a 15 vezes mais devido ao abuso freqüente de
bebidas alcoólicas nos finais de semana, comemorações esportivas, festas e
problemas familiares.
•Os trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas tem
     maior tendência do que os outros trabalhadores a ausentar-se por oito ou mais
     dias.
   •Um importante fabricante de automóveis verificou que os trabalhadores que
     consumiam grandes quantidades de bebidas alcoólicas / alcoólicos
     apresentavam padrões regulares de absenteísmo à segunda-feira ( a freqüência
     de erros era também mais elevada à segunda-feira.

   4.1.4 Falta de pontualidade

      •Os trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas
        tendem a chegar ao trabalho mais tarde e a sair mais cedo do que os outros
        trabalhadores.


  4.1.5 Pressão sobre os colegas
      •Ao abordar sobre os efeitos farmacológicos do etanol H. P. Rang e M. M.
         Dale, dizem que o desempenho intelectual e motor, a discriminação
         sensorial (que podem ser medidos de várias formas diferentes) sofrem
         redução uniforme pelo etanol, mas os indivíduos geralmente são incapazes
         de julgar isto sozinhos. Com maiores níveis de intoxicação, o humor tende a
         tornar-se altamente lábil, com euforia e melancolia, agressão e submissão
         frequentemente ocorrendo sucessivamente, e poderá acarretar desordens em
         ambiente de trabalho como as que seguem:

      •Maiores cargas de trabalho para compensar a menor produtividade dos
         trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas.
      •Maiores riscos para a segurança resultantes da intoxicação, negligência e
         diminuição da capacidade de julgar dos trabalhadores que consomem
         grandes quantidades de bebidas alcoólicas.
      •Conflitos e queixas.
      •Clima de intimidação e trafico de drogas ilícitas no local de trabalho.
      •Violência.
      •Furtos.

4.1.6 Custos de substituição:

   •A probabilidade de terem trabalhado para três ou mais empregadores no ano
     anterior é maior entre os trabalhadores que consomem grandes quantidades de
     bebidas alcoólicas do que entre outros trabalhadores.
   •A probabilidade de terem deixado voluntariamente um empregador no ano
     anterior é maior entre os trabalhadores que consomem grandes quantidades de
     bebidas alcoólicas do que entre outros trabalhadores.
•A probabilidade de serem despedidos por um empregador nos últimos dois anos é
      maior entre os trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas
      alcoólicas do que entre outros trabalhadores.
   •Aposentam-se 5 a 10 anos antes do tempo, o que representa perda de mão-de-
      obra mais qualificada e mais peso para a Previdência Social.
   •Furtos dentro da empresa ou fora.

4.1.6 Custos com indenizações aos trabalhadores

   •Os trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas têm
     maior tendência do que outros trabalhadores a apresentar um pedido de
     indenização por perdas e danos.


4.1.7 Produção

      Tanto a intoxicação como a diminuição de capacidades que advém do consumo
      (“efeito ressaca”) tem impacto sobre as seguintes funções, que são relevantes
      do ponto de vista do desempenho no trabalho, e como relata Darcy Roberto
      Lima níveis elevados de forma crônica explicam as diferentes alterações do
      alcoólatra sobre diferentes órgãos. Quando ocorrem níveis tóxicos no sangue,
      as alterações nas propriedades das membranas celulares afetam o
      funcionamento de uma grande variedade de proteínas da membrana, incluindo
      canais e sistemas de transporte. Existem evidências, entretanto, de que apenas
      um pequeno número de receptores de neurotransmissores e possivelmente
      canais iônicos no cérebro são susceptíveis à ação do etanol, sendo
      principalmente os principais responsáveis pelas mudanças que ocorrem no
      comportamento, provocando perdas de produtos por defeitos de fabricação
      (falta de atenção ou concentração com mais freqüência de que os não
      alcoolistas, ocasionando os seguintes distúrbios:

   •Tempos de reação ( as reações são mais lentas)
   •Capacidade motora (movimentos desajeitados e coordenação deficiente)
   •Aprendizagem e memória (perda de concentração)
   •Desempenho intelectual (raciocínio lógico afetado)


   •Falhas de conduta ou com normas de segurança
   •Ao abordar o tema Goodman & Gilman descrevem que o as bebidas alcoólicas
      ob o ponto de vista farmacológico, pode produzir ações ansiolíticas e
      desinibição comportamental. Os sinais individuais de intoxicação variam de
      manifestações expansivas e vivazes do afeto até alterações descontroladadas do
      humor e crises emocionais. podendo apresentar componentes de violência.
•Estado de espírito (agressividade ou depressão)



5 – Prevenção

A Mudança de Paradigma: A Prevenção

       O nosso país avança na política de atenção e prevenção dos problemas
relacionados ao álcool. José M. B. de Lima diz que com a assinatura do decreto lei
6.117, de 22 de maio de 2007, pelo presidente Lula com base em competente trabalho
desenvolvido pelo SENAD (Secretaria Nacional Antidroga), damos um salto de
qualidade na direção das políticas públicas à semelhança dos países desenvolvidos no
que tange às conseqüências e prejuízos relacionados ao uso e abuso de bebidas
alcoólicas. Assim como à França, os EUA e outros países desenvolvidos , o Brasil,
com este decreto-lei recém assinado, inscreve-se entre os que dispõe de avançada
legislação referente ao álcool.

       A filosofia básica dos programas de prevenção de abuso de substâncias nos
locais de trabalho consiste em considerar que o abuso de substâncias é um problema
de saúde que pode ser evitado. Ao transformar a prevenção num tema central nos
locais de trabalho, serão menos os trabalhadores a desenvolver problemas
relacionados com abuso de substâncias.

      Existem duas razões essenciais para implementar um programa de prevenção
de abuso de substâncias

   •As iniciativas de prevenção enfatizam a saúde, bem estar e segurança dos
     trabalhadores. Esta é uma abordagem positiva. Tanto as administrações como
     os trabalhadores podem apoiar iniciativas de prevenção de um modo que não
     seja considerado como pondo em causa, seja de que forma for, os
     empregadores representantes dos trabalhadores.

   •A introdução de um programa de prevenção beneficia as empresas. Os estudos
     epidemiológicos demonstram que a incidência de problemas relacionados com
     o consumo de álcool consumida; quanto maior for o consumo, maior o numero
     de problemas como acidentes, absenteísmo, violência e assédio. Além disso, a
     implementação de um programa de prevenção é menos dispendiosa do que o
     tratamento dos trabalhadores dependentes. Deste modo, a produtividade e
     competividade das empresas aumenta.


   Conclusão:
Concluimos que o etilismo representa um dos problemas da nossa sociedade, e
produz vários fatores de risco ligados ao trabalho que muitas vezes tornam-se
irreparáveis, devido as patologias prejudiciais do organismo do trabalhador,
causando acidentes, conflitos em ambiente de trabalho, e levando ao mau
desempenho do funcionário dentro da empresa, observando que muitos são os
fatores, ligados à saúde física, mental e emocional, acabando por ter avarias
conseqüências em todas as áreas da vida e pondo em risco muitos fatores, sendo
um deles a nível do emprego, e ainda trazendo prejuízos financeiros ao
empregador, que muitas vezes vêem-se obrigadas a tomar precauções em relação
aos seus trabalhadores
    Toda essa problemática causa dano ao ser humano, e prejuízo às empresas.
Bibliografia

Revista Brasileira de Psiquiatria vol. 26 suppl.1 São Paulo
May 2004.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextHYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1516-44462004000500004"&HYPERLINK
"http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462004000500004"pid=S1516-
44462004000500004



http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/oit/


Bertolote J. M. & Ramos S.P. Alcoolismo Hoje. Porto Alegre,
Artes Médicas, 1997.

Edwards, G. O Tratamento do Alcoolismo. São Paulo, Martins
Fontes, 1995.

Goodman & Gilman – As Bases Farmacológicas da
Terapêutica. Rio de Janeiro Mc Graw Hill - 10 edição. 2003.

Darcy Roberto Lima – Manual de Farmacologia Clínica,
Terapêutica e Toxicologia. MEDSI. 2003 – Rio de Janeiro.

H. P. Rang & M. M. Dale – Farmacologia. Guanabara
Koogan, Segunda edição. 1993.

José Mauro Braz de Lima – Alcoologia – O Alcoolismo na
Perspectiva da Saúde Pública. Medbook, Editora cientifica
Ltda Rio de Janeiro – 2008.

Leonidas Silva Tonico – Acoolismo – Como Enfrentaar e
Superar. 4. Ed. Ver. E atual. – São Paulo : Paulinas, 2006


http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/oit/
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  • 1. Álcool no Trabalho: Impacto das Situações Relacionadas O que é isso? O vinho é escarnecedor e a bebida forte alvoroçadora todo aquele que por eles é vencido não é sábio Marcelo Lutz - Enfermeiro Palavras chave:álcool, trabalho, impacto, causas, consequências deixar tudo que foi copiado em azul Pegar os artigos para referência 1 – Resumo Constituo esta oportunidade de trabalho em iniciação cientifica, conhecer um pouco mais sobre os efeitos impactantes do alcoolismo no trabalho, pelo fato que esta problemática está sendo considerada, hoje, uma verdadeira questão de saúde pública, tendo o conhecimento cada vez mais evidente, do tamanho e da prevalência do alcoolismo como um problema cada vez maior que a sociedade atual enfrenta; a
  • 2. Organização Mundial da Saúde (OMS) refere que o alcoolismo é a terceira maior causa de morbidade e mortalidade na atualidade e como tal deve ser abordado com extremo cuidado, já que são vidas que estão em jogo, e que possuem família ou familiares atrelados com essa doença. Assim nesse sentido vamos dar espaço para alguns temas relacionados como, etilismo no trabalho e questões voltadas para este tema, esperando contribuir na elucidação das conseqüências pertinentes e prejuízos relacionados ao abuso de bebidas alcoólicas em ambiente laboral. Que estas linhas venham a colaborar com mais uma referência na literatura científica para todos os profissionais da área da Saúde e de outras afins, que se dedicam de modo direto ou indireto a minimizar as perdas e os danos relacionados aos problemas causados em ambiente de trabalho. ABSTRACT Introdução O presente artigo busca e discute a problematização do uso do álcool em ambiente de trabalho. A pesquisa foi realizada entre fevereiro a agosto de 2012. Rege a busca da informação em Enfermagem do Trabalho a perspectiva para esclarecer pontos prejudiciais relevantes para a saúde da empresa e do trabalhador. Interfaces do processo dogmático etílico uma vez estabelecido, confirmam importantes desajustes do trabalhador, causando relevantes impactos que contribuem para um desperfilamento das características inatas do trabalhador, sendo o alcoolismo, comprovadamente uma das doenças mais incidentes em qualquer classe trabalhadora brasileira causando alto percentual de acidentes de trabalho, com grande numero de mortes. 2 - Desenvolvimento Inicialmente faremos a indagação: álcool é droga? Em seu livro Alcoolismo o livro das respostas, Emanuel Ferraz Vespucci diz: Claro que é. E é a principal droga no mundo todo, inclusive no Brasil. Droga no sentido mais popular da palavra é toda a substancia que provoca mudança de humor, alterações na percepção e no pensamento. Os cientistas a chamam de substância psicoativa. O álcool se encaixa por inteiro nessa definição, pois atua no sistema nervoso central. Trata-se da droga mais usada no mundo e está entre as que provocam a dependência mais difícil de ser enfrentada. Seu consumo é fortemente favorecido pelo fato de ter respaldo nas leis – e em especial, a legislação fiscal, já que gera
  • 3. volumosos impostos, e ser aceito socialmente na esmagadora maioria dos países. Tanto que numerosos pais até mesmo ensinam os filhos a beber, como prova de macheza ou preparação para a idade adulta! Analice GigliottiI; Marco Antonio BessaII em seu artigo na Revista Brasileira de Psiquiatria, dizem que as bebidas compostas por álcool, acompanham a humanidade desde há muito tempo, e sempre obteve um lugar privilegiado em todas as culturas, ocupando um lugar de destaque nos rituais religiosos, como fonte de prazer, e presente também nos momentos de comemoração e de confraternização. O álcool sempre esteve envolto em simbolismo. Através da história, os ritos de alimentação das tribos. Faz parte do hábito diário de famílias em todo o mundo, servindo de alimento e de laço de comunhão entre as pessoas. No entanto, à medida que as sociedades foram passando por transformações econômicas e sociais, principalmente com a revolução industrial – que provocou as grandes concentrações urbanas, multiplicou enormemente a produção e a disponibilidade das bebidas e reduziu de modo drástico os seus preços –, havendo uma mudança profunda na maneira da sociedade e dos homens relacionarem-se com o álcool. É como se houvesse sido revelada a outra face da moeda, ou seja, a mesma substância que irmana, comunga e alegra, também estimula a agressividade, a discórdia e a dor, rompendo laços de familiares, de amizade e vínculos de trabalho. As bebidas alcoólicas são portadoras desta função ambígua: se de um lado são produtos transbordantes de significados – como o vinho no catolicismo ou na sofisticação da culinária e do comércio internacional, onde um produto alcoólico pode custar até milhares de dólares de outro, o uso exagerado dessas bebidas pode originar um grave transtorno de saúde pública mundial acarretando prejuízos gigantescos para os países e as sociedades. (Rev.. Bras. De Psiquiatria vol. 26, 2004) O etilismo após instalar-se no organismo do ser humano, leva a um difícil cenário para o tratamento e recuperação, sendo a negação uma verdadeira muralha protetora atrás da qual o alcoólatra vive, e gradualmente vai ficando intransponível, chegando a ponto de não poder cumprir nem mesmo aquilo que esteja programado com o seu dia-a-dia, dificultando a programação do seu próprio futuro, e conforme relata Leonidas Silva Tonico, a família de um alcoólatra leva aproximadamente sete anos, convivendo com os problemas criados por ele até tomar coragem de comentar o assunto fora do circulo familiar e admitir que em seu meio há um alcoólatra. Leva aproximadamente outros dois anos para pedir ajuda externa. Dentro da visão mais conservadora, o alcoolismo só ocorre quando o indivíduo trabalhador é alcoólatra , no fim da linha, com doenças mais graves, degenerativas, algumas vezes irreversíveis, com lesões ou distúrbios em vários órgãos, levando a quadro do tipo falência múltipla de órgãos secundária ao alccolismo (FMO – Álcool), com prognóstico reservado (Braz apud Lima, 2003). José M. B. de Lima diz fazer-se necessário tomar por base dados e visões mais modernas (OMS) Organização Mundial de Saúde, e diversos outros autores, que mostram que o conceito de dependência química que vigorou no período das últimas
  • 4. décadas do século XX estava bastante apoiado no modelo médico do alcoolismo e na perspectiva da saúde mental, como, ainda hoje, persiste entre muitos profissionais. Contudo no final da década de 1990, a OMS e muitos centros especializados , nos EUA e na Comunidade Européia, passaram a dar outro enfoque, levando em conta que, muitas das vezes, os agravos sobre a saúde e as conseqüências e prejuízos no trabalho estavam relacionados co o uso e abuso de álcool mais do que com a dependência. Para favorecer uma melhor abordagem do alcoolismo entre os trabalhadores ampliando, assim, o enfoque desta complexa questão, incluindo outros problemas relacionados, direta e indiretamente, com o uso nocivo e com o abuso eventual, de bebidas alcoólicas, sendo também sabido que o uso social não isenta totalmente as conseqüências. Assim no tocante à saúde do empregado e da empresa, interessa os problemas relacionados que estão mais freqüentes vinculados ao uso e abuso do álcool do que um quadro de dependência química propriamente dita. Neste caso, passam a ser de interesse para o programa, situações de abuso do álcool nos fins de semana, em casa, fora da empresa, mas, que ao longo do tempo, poderão repercutir nas faltas das segundas-feiras, na queda da produtividade durante a semana nas licenças médicas repetidas, nos distúrbios familiares que afetam o humor e o estado de equilíbrio psicológico necessário a todos. Em determinadas circunstâncias o uso de bebidas alcoólicas durante o horário de expediente representa sérios riscos para o desenvolvimento adequado das tarefas e até mesmo de acidentes no trabalho que podem ser pequenos ou grandes O álcool consegue mascarar sentimentos, situações desagradáveis e dificuldades que as pessoas possam passar no curso de suas vidas. Segundo Edwards (1995), para se entender porque algumas pessoas bebem excessivamente é fundamental saber que o álcool é uma droga capaz, pelo menos a curto prazo, de remover ou afastar uma ampla variedade de sentimentos desagradáveis, como por exemplo angústia ou depressão. Para o indivíduo inseguro ou que duvida de seu próprio valor, beber pode remover temporariamente estes sentimentos. A pessoa que bebe demais está, freqüentemente, usando o álcool para alterar sua percepção do mundo, que ela acha difícil, ou para aliviar sentimentos insuportáveis a seu próprio respeito, este beber excessivo pode levar ao alcoolismo, podendo perder sua auto-estima, convencido de que ele não vale nada, preso a um sentimento de culpa, profundamente pessimista e, clinicamente deprimido. O beber e suas conseqüências levam a estes sentimentos e o álcool então é usado. Ao alcoolista parece não existir outra forma de lidar com estes sentimentos de menos-valia. As razões que podem levar um indivíduo a beber excessivamente são muitas, e a passagem do beber sem problemas ao alcoolismo não se faz do dia para a noite Bertolote e & Ramos admitem uma longa interface entre o beber normal e o beber excessivo, em geral de vários anos. Nessa interface, começam a aparecer os problemas relacionados ao uso inadequado do álcool, onde o beber passa a ser priorizado adquirindo uma importância cada vez maior na vida da pessoa. Dizem também que alguns dos sinais do beber problemático são: desenvolvimento da tolerância, o aumento da importância do álcool na vida da pessoa; a percepção do grande desejo de beber e da falta de controle em relação a
  • 5. quando parar, síndrome de abstinência e aumento da ingestão de álcool para aliviar a síndrome da abstinência. Não subestimando a importância de todos estes fatores biológicos na determinação da vulnerabilidade ao alcoolismo, apontam que várias teorias tentam explicar o desenvolvimento da dependência de álcool através de processos psicológicos, que incluem tanto processos cognitivos (pensamento, memória, atenção) como fatores afetivos (sentimentos e atitudes). Cada teoria psicológica procura explicar o desenvolvimento da dependência de álcool através de seu referencial teórico. Os autores ainda relatam uma determinação sócio-cultural, onde os fatores interpessoais, como a influência dos pares e o comportamento da família, também são muito importantes na determinação do padrão de uso de álcool. 2.1 -Substâncias de abuso e o local de trabalho Segundo a OIT Organização Internacional do Trabalho o consumo e o abuso do álcool, afeta pessoas comuns, ocorre na maioria das organizações em todos os níveis e não estão uniformemente distribuídos nas populações. Estudos realizados em diversos países por todo o mundo revelaram que o consumo de álcool durante os anos da adolescência é mais esporádico ao longo da semana, atingindo picos durante os fins de semana. O padrão de consumo dos adultos com idades compreendidas entre 35 e 50 anos está distribuído de modo mais uniforme durante os dias de semana, sem que existam picos de consumo. Diz também que o abuso de álcool nos locais de trabalho pode por em risco os trabalhadores, os seus colegas e a sua empresa. Consoante o setor de atividade e a ocupação do consumidor, esse risco estende-se por vezes ao público em geral, e ocorrendo na maioria das organizações desde o topo até as categorias de base. 2.2 – Impacto do alcoolismo no trabalho: Para o jornal expresso emprego de Portugal, trabalhar sob o efeito do álcool, além de prejudicar a saúde, pode ser responsável por acidentes no trabalho, alterações psicológicas e perturbações na relação com os outros trabalhadores, podendo levar a falta de concentração, quedas, comportamentos violentos e conflitos laborais e, em casos mais sérios levar ao aviso prévio do trabalhador. Para além dos efeitos nocivos sobre a saúde, o álcool cria um ambiente desfavorável em casa, e no trabalho gerando um problema social e afetando todas as pessoas que estão a volta de quem bebe. 2.2.1 – Acidente Devido a sua toxicidade intrínseca o etanol causa uma miríade de efeitos
  • 6. deletérios no fígado e alterações em praticamente todas os órgãos e tecidos, e que segundo H. P. Rang e M. M. Dale, os principais efeitos do etanol atua no sistema nervoso central, onde suas ações depressivas assemelham-se àquelas dos anestésicos voláteis, sendo a nível celular seu efeito puramente depressivo, causando déficit no sistema nervoso central, acarretando sintomas e desordens no organismo que podem variar dependendo do estagio do alcoolismo, da quantidade de álcool ingerido e do estado psicológico da pessoa, os efeitos da intoxicação aguda pelo etanol no homem são bem conhecidos e incluem dificuldade da fala, incoordenação motora, aumento da confiança e euforia, modificando os comportamentos e poderão acarretar acidentes no trabalho devido: 4.1.2.3 – Dificuldade de concentração. 4.1.2.4 – Dificuldade de raciocínio. 4.1.2.5 – Perda da memória. 4.1.2.6 – Sonolência. 4.1.2.7 – Depressão. 4.1.2.8 – Dores de cabeça. 4.1.2.9 – Tremores. •Até cerca de 40 por cento dos acidentes de trabalho envolvem ou estão relacionados com o consumo do álcool: 4.1.3 – Absenteísmo Segundo a OIT, os trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas, têm maior tendência do que os outros trabalhadores a ausentar-se do trabalho sem autorização, e possuem um tendência de ausentarem-se do trabalho mais frequentemente, e chegam de 10 a 15 vezes mais devido ao abuso freqüente de bebidas alcoólicas nos finais de semana, comemorações esportivas, festas e problemas familiares.
  • 7. •Os trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas tem maior tendência do que os outros trabalhadores a ausentar-se por oito ou mais dias. •Um importante fabricante de automóveis verificou que os trabalhadores que consumiam grandes quantidades de bebidas alcoólicas / alcoólicos apresentavam padrões regulares de absenteísmo à segunda-feira ( a freqüência de erros era também mais elevada à segunda-feira. 4.1.4 Falta de pontualidade •Os trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas tendem a chegar ao trabalho mais tarde e a sair mais cedo do que os outros trabalhadores. 4.1.5 Pressão sobre os colegas •Ao abordar sobre os efeitos farmacológicos do etanol H. P. Rang e M. M. Dale, dizem que o desempenho intelectual e motor, a discriminação sensorial (que podem ser medidos de várias formas diferentes) sofrem redução uniforme pelo etanol, mas os indivíduos geralmente são incapazes de julgar isto sozinhos. Com maiores níveis de intoxicação, o humor tende a tornar-se altamente lábil, com euforia e melancolia, agressão e submissão frequentemente ocorrendo sucessivamente, e poderá acarretar desordens em ambiente de trabalho como as que seguem: •Maiores cargas de trabalho para compensar a menor produtividade dos trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas. •Maiores riscos para a segurança resultantes da intoxicação, negligência e diminuição da capacidade de julgar dos trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas. •Conflitos e queixas. •Clima de intimidação e trafico de drogas ilícitas no local de trabalho. •Violência. •Furtos. 4.1.6 Custos de substituição: •A probabilidade de terem trabalhado para três ou mais empregadores no ano anterior é maior entre os trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas do que entre outros trabalhadores. •A probabilidade de terem deixado voluntariamente um empregador no ano anterior é maior entre os trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas do que entre outros trabalhadores.
  • 8. •A probabilidade de serem despedidos por um empregador nos últimos dois anos é maior entre os trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas do que entre outros trabalhadores. •Aposentam-se 5 a 10 anos antes do tempo, o que representa perda de mão-de- obra mais qualificada e mais peso para a Previdência Social. •Furtos dentro da empresa ou fora. 4.1.6 Custos com indenizações aos trabalhadores •Os trabalhadores que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas têm maior tendência do que outros trabalhadores a apresentar um pedido de indenização por perdas e danos. 4.1.7 Produção Tanto a intoxicação como a diminuição de capacidades que advém do consumo (“efeito ressaca”) tem impacto sobre as seguintes funções, que são relevantes do ponto de vista do desempenho no trabalho, e como relata Darcy Roberto Lima níveis elevados de forma crônica explicam as diferentes alterações do alcoólatra sobre diferentes órgãos. Quando ocorrem níveis tóxicos no sangue, as alterações nas propriedades das membranas celulares afetam o funcionamento de uma grande variedade de proteínas da membrana, incluindo canais e sistemas de transporte. Existem evidências, entretanto, de que apenas um pequeno número de receptores de neurotransmissores e possivelmente canais iônicos no cérebro são susceptíveis à ação do etanol, sendo principalmente os principais responsáveis pelas mudanças que ocorrem no comportamento, provocando perdas de produtos por defeitos de fabricação (falta de atenção ou concentração com mais freqüência de que os não alcoolistas, ocasionando os seguintes distúrbios: •Tempos de reação ( as reações são mais lentas) •Capacidade motora (movimentos desajeitados e coordenação deficiente) •Aprendizagem e memória (perda de concentração) •Desempenho intelectual (raciocínio lógico afetado) •Falhas de conduta ou com normas de segurança •Ao abordar o tema Goodman & Gilman descrevem que o as bebidas alcoólicas ob o ponto de vista farmacológico, pode produzir ações ansiolíticas e desinibição comportamental. Os sinais individuais de intoxicação variam de manifestações expansivas e vivazes do afeto até alterações descontroladadas do humor e crises emocionais. podendo apresentar componentes de violência.
  • 9. •Estado de espírito (agressividade ou depressão) 5 – Prevenção A Mudança de Paradigma: A Prevenção O nosso país avança na política de atenção e prevenção dos problemas relacionados ao álcool. José M. B. de Lima diz que com a assinatura do decreto lei 6.117, de 22 de maio de 2007, pelo presidente Lula com base em competente trabalho desenvolvido pelo SENAD (Secretaria Nacional Antidroga), damos um salto de qualidade na direção das políticas públicas à semelhança dos países desenvolvidos no que tange às conseqüências e prejuízos relacionados ao uso e abuso de bebidas alcoólicas. Assim como à França, os EUA e outros países desenvolvidos , o Brasil, com este decreto-lei recém assinado, inscreve-se entre os que dispõe de avançada legislação referente ao álcool. A filosofia básica dos programas de prevenção de abuso de substâncias nos locais de trabalho consiste em considerar que o abuso de substâncias é um problema de saúde que pode ser evitado. Ao transformar a prevenção num tema central nos locais de trabalho, serão menos os trabalhadores a desenvolver problemas relacionados com abuso de substâncias. Existem duas razões essenciais para implementar um programa de prevenção de abuso de substâncias •As iniciativas de prevenção enfatizam a saúde, bem estar e segurança dos trabalhadores. Esta é uma abordagem positiva. Tanto as administrações como os trabalhadores podem apoiar iniciativas de prevenção de um modo que não seja considerado como pondo em causa, seja de que forma for, os empregadores representantes dos trabalhadores. •A introdução de um programa de prevenção beneficia as empresas. Os estudos epidemiológicos demonstram que a incidência de problemas relacionados com o consumo de álcool consumida; quanto maior for o consumo, maior o numero de problemas como acidentes, absenteísmo, violência e assédio. Além disso, a implementação de um programa de prevenção é menos dispendiosa do que o tratamento dos trabalhadores dependentes. Deste modo, a produtividade e competividade das empresas aumenta. Conclusão:
  • 10. Concluimos que o etilismo representa um dos problemas da nossa sociedade, e produz vários fatores de risco ligados ao trabalho que muitas vezes tornam-se irreparáveis, devido as patologias prejudiciais do organismo do trabalhador, causando acidentes, conflitos em ambiente de trabalho, e levando ao mau desempenho do funcionário dentro da empresa, observando que muitos são os fatores, ligados à saúde física, mental e emocional, acabando por ter avarias conseqüências em todas as áreas da vida e pondo em risco muitos fatores, sendo um deles a nível do emprego, e ainda trazendo prejuízos financeiros ao empregador, que muitas vezes vêem-se obrigadas a tomar precauções em relação aos seus trabalhadores Toda essa problemática causa dano ao ser humano, e prejuízo às empresas.
  • 11. Bibliografia Revista Brasileira de Psiquiatria vol. 26 suppl.1 São Paulo May 2004. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextHYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1516-44462004000500004"&HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462004000500004"pid=S1516- 44462004000500004 http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/oit/ Bertolote J. M. & Ramos S.P. Alcoolismo Hoje. Porto Alegre, Artes Médicas, 1997. Edwards, G. O Tratamento do Alcoolismo. São Paulo, Martins Fontes, 1995. Goodman & Gilman – As Bases Farmacológicas da Terapêutica. Rio de Janeiro Mc Graw Hill - 10 edição. 2003. Darcy Roberto Lima – Manual de Farmacologia Clínica, Terapêutica e Toxicologia. MEDSI. 2003 – Rio de Janeiro. H. P. Rang & M. M. Dale – Farmacologia. Guanabara Koogan, Segunda edição. 1993. José Mauro Braz de Lima – Alcoologia – O Alcoolismo na Perspectiva da Saúde Pública. Medbook, Editora cientifica Ltda Rio de Janeiro – 2008. Leonidas Silva Tonico – Acoolismo – Como Enfrentaar e Superar. 4. Ed. Ver. E atual. – São Paulo : Paulinas, 2006 http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/oit/