SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 81
Baixar para ler offline
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                       http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad




                   EaD                                                                                              Editar   Anexar    Impressão

            Iniciar sessão ou    Você está aqui: TWiki >   Web EaD > LivroAvaliacaoEmEad                r7 - 18 Feb 2011 - 08:23:02 - Main.PeterStone

          Registro                                 , create new tag


             Web EaD             Índice
             Criar Novo Tópico
             Índice                   1 - Direitos autorais e licenciamento
             Busca                    2 - Avaliação como motivação para a aprendizagem
             Alterações                     2.1 - Introdução
             Notificações                   2.2 - O que é ensinar?
             Estatísticas                   2.3 - Educação a distância – contexto, limites e possibilidades.
             Preferências                   2.4 - A interface aluno - professor
                                            2.5 - Como avaliar a aprendizagem
          Webs                              2.6 - Avaliar na educação a distância.
            BrOffice
                                            2.7 - Conclusão
            EaD
                                      3 - Avaliação diagnóstica
            GrupoJava
                                            3.1 - Os três tipos de avaliação
            GrupoLinux
                                                   3.1.1 - Avaliação Diagnóstica
            GrupoLogica
                                                   3.1.2 - Avaliação Formativa
            GrupoWeb
                                                   3.1.3 - Avaliação Somativa
            Main
                                            3.2 - Função da avaliação diagnóstica
            Ruby
                                            3.3 - Por que tanta ênfase nas avaliações somativas?
            SGBD
                                            3.4 Aplicando avaliações diagnósticas
            SO
                                            3.5 - Avaliações diagnósticas para EaD: ATTLS e COLLES
            Sandbox
                                            3.6 - A importância de cada tipo de avaliação
            TWiki
                                            3.7 - Considerações finais
            Wikeditora
                                      4 - Avaliação formativa
            WikiEdu
                                            4.1 - Introdução
                                            4.2 - Para que serve a avaliação formativa: discutindo o processo
                                            4.3 - Acompanhando e Rastreando o processo de aprendizagem do aluno em EaD
                                            4.4 - Instrumentos de avaliação
                                            4.5 - Formação avaliativa pressupõe feedback
                                            4.6 - Desafios de personalizar, contextualizar e gerar estratégias de feedback
                                            4.7 - Avaliação Formativa na ótica de Otto Peters
                                      5 - Avaliação somativa
                                            5.1 - Introdução
                                            5.2 - Enfoques
                                            5.3 - Critérios para Elaboração
                                            5.4 - Escopo de Avaliação
                                            5.5 - Avaliação Somativa em Ambientes Virtuais de Aprendizagem
                                            5.6 - A Importância da Avaliação Somativa
                                      6 - Subjetividade da avaliação
                                            6.1 - Objetividade, subjetividade e intersubjetividade na avaliação
                                            6.2 - Mediação semiótica
                                            6.3 - Dizeres, saberes e fazeres da avaliação
                                            6.4 - Em síntese, mas não concluindo
                                      7 - Avaliação Ergonômica
                                            7.1 - Relação entre Avaliação ergonômica, Avaliação Contínua e Avaliação Formativa
                                            7.2 - Avaliando a Ergonomia do Material didático
                                            7.3 - Considerações Finais
                                      8 - Avaliação de aprendizagens
                                            8.1 Um Breve Relato sobre Avaliação de Aprendizagens em EAD
                                            Uma visão panorâmica da origem da avaliação de aprendizagem
                                            8.2 - Avaliação de Aprendizagens exige um novo conceito em Ambientes Virtuais de Ensino-
                                            Aprendizagem
                                            8.3 - Avaliação e Aprendizagens Significativas
                                            8.4 - Qualificação x Classificação
                                      9 - Avaliação curricular
                                            9.1 - Introdução
                                            9.2 - O que é um currículo em EAD
                                            9.3 - Avaliando o currículo
                                            9.4 - A EaD no Brasil
                                            9.5 - Novos papeis pra o Professor e aluno
                                            9.6 - O atendimento ao aluno via instrumento de aprendizagem
                                            9.7 - Considerações finais




1 de 81                                                                                                                                        29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                     http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad


                                    10 - Avaliação de competências
                                          10.1 - A Avaliação de Competências no contexto do Ensino Superior a Distância
                                                10.1.1 - O Planejamento da Avaliação sob a ótica do ciclo PDCA
                                                10.1.2 - O Treinamento do Professor
                                          10.2 - Competências e Habilidades
                                                10.2.1 - O que são Competências?
                                                10.2.2 - Diferença fundamental entre Habilidade e Competência
                                          10.3 - O Processo de Avaliação de Competências
                                                10.3.1 - A metodologia A2Comp para Avaliação de Competências
                                                10.3.2 - O Ambiente AulaNet e a Avaliação de Competências
                                          10.4 - Avaliação de Competências X Avaliação de Desempenho
                                    11 - Avaliação colaborativa
                                          11.1 - Introdução
                                          11.2 - A Interatividade
                                          11.3 - A avaliação colaborativa
                                          11.4 - Conclusão
                                    12 - Avaliação da interatividade
                                          12.1 - Interação versus Interatividade
                                          12.2 - Avaliação da Interatividade em Ambientes de EaD
                                          12.3 - A abordagem téorico-construtivista
                                          12.4 - Circunstância da aprendizagem
                                          12.5 - Recursos tecnológicos
                                          12.6 - Suporte ao aluno
                                          12.7 - Interatividade do estudo
                                          12.8 - Instrumentos para avaliação
                                          12.9 - O processo de avaliação
                                    13 - Avaliação de softwares educativos
                                          13.1 - Introdução
                                          13.2 - Base Pedagógica de um Software Educativo
                                          13.3 - Classificação
                                                13.3.1 - Tutoriais
                                                13.3.2 - Exercícios e Práticas
                                                13.3.3 - Programação
                                                13.3.4 - Aplicativos
                                                13.3.5 - Multimídia e Internet
                                                13.3.6 - Simulação e Modelagem
                                                13.3.7 - Jogos
                                          13.4 - Outros critérios de classificação
                                                13.4.1 - Classificação por níveis de Aprendizagem
                                                13.4.2 - Classificação de acordo com a função
                                                13.4.3 - Classificação segundo os Fundamentos Educativos
                                          13.5 - Avaliação de um software
                                          13.6 - Papel do Professor na avaliação dos Softwares
                                    14 - Avaliação de sistemas de EaD
                                          14.1 - Direcionando nosso olhar
                                          14.2 - A importância da Avaliação no contexto educacional
                                          14.3 - Os principais indicadores de um projeto em Ead
                                          14.4 - Os sistemas em Ead
                                          14.5 - Conclusão
                                          14.6 - Referências:
                                    15 - Avaliação de recursos audiovisuais para EaD
                                          15.1 - Introdução
                                          15.2 - Por que usar o audiovisual?
                                          15.3 - Audiovisual e público-alvo
                                          15.4 - Produção audiovisual
                                          15.5 - Estudo de caso: a TV Escola
                                          15.6 - Novo cenário
                                          15.7 - Conclusão
                                    16 - Avaliação de AVAs
                                          16.1 - Concepções Gerais
                                          16.2 - Qualidade de AVA
                                          16.3 - AVA e Recursos
                                          16.4 - Avaliação on-line (Avaliação Em AVA)
                                    17 - Avaliação de chats
                                          17.1 - Avaliando chats - uma mudança no processo de avaliação nos cursos a distância
                                          17.2 - Avaliar para quem?
                                          17.3 - Mudando as formas de avaliar em cursos a distância
                                          17.4 - Bibliografia.
                                    18 - Avaliação de fóruns de discussão




2 de 81                                                                                                                          29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                         http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad


                                            18.1 - Introdução
                                            18.2 - Relação entre Avaliação e Planejamento
                                            18.3 - Desafios da Avaliação em EAD
                                            18.4 - A avaliação da aprendizagem em Fóruns de Discussão
                                            18.5 - Fórum de Discussão, utilizado como Recurso Avaliativo.
                                            18.6 - Procedimentos para Construção e Desenvolvimento do Fórum de Discussão
                                                  18.6.1 - Critérios Avaliativos
                                            18.7 - Dinâmica de Gerenciamento de Fóruns
                                            18.8 - Regulamentando Fórum de Discussão
                                            18.9 - Pensar o Fórum – Docente e Discente
                                            18.10 - Pensar o Fórum - Discente
                                            18.11 - Referências
                                      19 - Avaliação de blogs educativos
                                            19.1 - Introdução
                                            19.2 - Avaliação e suas formas
                                            19.3 - Avaliação em EaD
                                            19.4 - Utilizando Blogs
                                            19.5 - Avaliação e Blogs em educação
                                            19.6 - Considerações finais
                                      20 - Avaliação do professor
                                            20.1 - REFERÊNCIAS
                                      21 - Avaliação do tutor
                                            21.1 - A Tutoria na visão de Otto Peters
                                            21.2 - Avaliação – o papel do Tutor nesse processo
                                            21.3 - Referências Bibliográficas usadas nesse capítulo
                                      22 - Referências Bibliográficas
                                      23 Comentários, sugestões e dúvidas


                                1 - Direitos autorais e licenciamento
                                Direitos autorais © 2003 - 2006, por cada autor de capítulo e seus respectivos colaboradores.

                                Este trabalho está licenciado separadamente por capítulos sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso
                                Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5. Para ver uma cópia desta licença, visite
                                http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ ou envie uma carta para Creative Commons, 559 Nathan Abbott
                                Way, Stanford, California 94305, USA.




                                                    Atribuição-Uso Não-Comercial-Compatilhamento pela mesma licença 2.0 Brasil

                                Você pode:
                                      copiar, distribuir, exibir e executar a obra
                                      criar obras derivadas

                                Sob as seguintes condições:




                                            Atribuição: Você deve dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante.




                                            Uso Não-Comercial: Você não pode utilizar esta obra com finalidades comerciais.




                                           Compartilhamento pela mesma Licença: Se você alterar, transformar, ou criar outra obra com base
                                nesta, você somente poderá distribuir a obra resultante sob uma licença idêntica a esta.

                                       Para cada novo uso ou distribuição, você deve deixar claro para outros os termos da licença desta obra.
                                       Qualquer uma destas condições podem ser renunciadas, desde que Você obtenha permissão do autor.

                                Qualquer direito de uso legítimo (ou "fair use") concedido por lei, ou qualquer outro direito protegido pela
                                legislação local, não são em hipótese alguma afetados pelo disposto acima.

                                Este é um sumário para leigos da Licença Jurídica, acessível na íntegra em: http://creativecommons.org/licenses




3 de 81                                                                                                                                          29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                        http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad


                                /by-nc-sa/2.5/br/legalcode

                                A Licença Simplificada não é uma licença propriamente dita. Ela é apenas uma referência útil para entender a
                                Licença Jurídica (a licença integral) - ela é uma expressão dos seus termos-chave que pode ser compreendida por
                                qualquer pessoa. A Licença Simplifica em si não tem valor legal e seu conteúdo não aparece na licença integral.

                                O Creative Commons não é um escritório de advocacia e não presta serviços jurídicos. A distribuição, exibição ou
                                inclusão de links para esta Licença Simplificada não estabelece qualquer relação advocatícia.


                                2 - Avaliação como motivação para a aprendizagem
                                                                                                                Eliane Vasconcellos Garcia Duarte


                                2.1 - Introdução
                                                                                               “Eu quase nada sei, mas desconfio de muita coisa”.
                                                                                                                                Guimarães Rosa

                                Vivemos na contemporaneidade, com um cenário sócio-econômico fortemente influenciado pela globalização
                                econômica, exigindo dos indivíduos uma postura ativa no sentido de se adaptar e sobreviver a uma realidade de
                                constantes e profundas mudanças políticas, econômicas, educacionais e sociais. Exigindo, para que possamos
                                acompanhá-las, uma constante reciclagem, absorvendo novos conhecimentos e, também, quebrando paradigmas.

                                As implicações das mudanças no ambiente em que vivemos são profundas e inquietantes, tanto do ponto de vista
                                pessoal quanto empresarial, e nos chamam a atenção para o fato de que manter-se “atualizado” é, antes de tudo,
                                uma questão de sobrevivência. Também é necessário lembrar que embora vivamos em uma era de grandes avanços
                                tecnológicos, onde a velocidade da informação é influenciada pelo desenvolvimento das TIC’s e o uso de máquinas
                                está presente em nosso cotidiano, o aumento da produtividade não é função somente de tais ingredientes. Exige de
                                todos nós uma forma de ver, sentir e organizar a sociedade. Vendo por este prisma, a educação a distância
                                possibilita uma alternativa viável de oferecer educação para esta demanda crescente por conhecimento.

                                Segundo Drucker (1992), “a produtividade dos grupos que hoje dominam a força de trabalho, trabalhadores com
                                conhecimento e trabalhadores em serviços, será o maior e mais difícil desafio a ser enfrentado pelos gerentes nos
                                países em desenvolvidos nas próximas décadas. E o trabalho sério, a respeito dessa intimidante tarefa, apenas
                                começou. A explosão da produtividade, também pagou pela expansão da educação, de dez vezes. A
                                produtividade transformou-se na riqueza das nações”.

                                Na era do conhecimento a questão da produtividade está intimamente atrelada à questão do aprendizado, e ao
                                analisarmos a história e a evolução da Administração veremos que a ênfase sempre foi no aumento da
                                produtividade, basta para tanto um estudo mais detalhado das idéias de Taylor, Fayol e seus contemporâneos,
                                embora as ações desenvolvidas a partir desses estudos somente contribuíssem para o aumento da produção. Hoje
                                em dia é amplamente aceita, embora ainda não seja praticada de forma irrestrita, a teoria de que o conhecimento
                                que o trabalhador tem do seu trabalho é o ponto de partida para a elevação conjunta da qualidade, da produtividade
                                e do desempenho.

                                Ainda segundo Drucker [7], “mais duas lições que Taylor e Mayo não conheciam: a maior produtividade necessita
                                de aprendizado contínuo. Não basta reprojetar a função e treinar o trabalhador em uma nova maneira de
                                executá-la – o que pregava Taylor. Tem início o aprendizado, o qual nunca é um produto acabado. Na verdade, o
                                maior beneficio do treinamento não está em aprender o novo. Está em se fazer melhor aquilo que já fazemos
                                bem. E, igualmente importante, uma constatação recente: as pessoas que trabalham com conhecimentos e
                                serviços aprendem mais quando ensinam. A melhor maneira de aumentar a produtividade de um grande vendedor
                                é faze-lo apresentar os segredos do meu sucesso” numa convenção de vendas. A melhor maneira de um
                                cirurgião melhorar seu desempenho é fazer uma palestra a esse respeito na associação médica. Fala-se muito
                                que, na era da informação, toda Empresa deve transformar-se numa instituição de aprendizado. “Ela também
                                deve se transformar em uma instituição de ensino”.

                                O processo educacional é essencial para o ser humano. “O homem é um ser perfectível, um ser de cultura e
                                dependente da educação para levar à plenificação a sua inteligência e a sua vontade a fim de vir a ser ele
                                mesmo.” (Niskier [25]) damos para aprender, para crescer, para nos informar, para questionar, para socializar-nos,
                                enfim para sermos um cidadão. Não basta que o ensino transmita apenas habilidades e conhecimentos já
                                alcançados, mas que eduque o indivíduo transformando-o num homem completo.

                                Portanto, podemos claramente perceber o papel da educação na sociedade em que vivemos, e para tanto é
                                necessário que todos os envolvidos, principalmente os educadores, avaliem o contexto em que atuam e procurem
                                desenvolver métodos e soluções para garantir a efetividade do ensino e do aprendizado.


                                2.2 - O que é ensinar?
                                                                                                    “Educar todas as crianças não é tão importante
                                                                                                     quanto despertar nelas o desejo de aprender.”
                                                                                                                       (John Lubbock, 1834-1913)




4 de 81                                                                                                                                       29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                        http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad


                                Procuramos enfatizar um ambiente onde está em curso um processo de mudanças tão radicais e velozes que as
                                instituições de ensino, a exemplo do que vem ocorrendo em outras áreas, terão de redefinir seu papel e seus
                                objetivos. Nas observações de alguns futuristas, o grande objetivo da educação será capacitar os indivíduos a:
                                         Assumir responsabilidades sobre o seu próprio futuro.
                                         Adquirir conhecimento básico que viabilize suas necessidades de reaprender continuamente e com maior
                                         rapidez.

                                Neste contexto a grande tarefa do educador e professor é desenvolver ações para garantir que o aprendizado
                                ocorra e que o aluno possa utilizar, de forma efetiva, os conhecimentos transferidos em sala de aula.

                                De acordo com Jeanette Voss, em seu livro Revolucionando a Aprendizagem (São Paulo: Makron, 19XX), o ser
                                humano aprende, em média, 10% pelo que lê; 15% pelo que ouve e 80% pelo que vivencia. Significa que temos
                                sistematicamente negligenciado o fator mais importante, que é a participação ativa do aluno no processo. Vivenciar
                                é mudar o foco de ensinar para aprender. Isto faz do aluno o grande responsável pelo que aprende,
                                transformando-o em exigente “consumidor de conhecimento”. Neste cenário, não haverá lugar para currículos
                                massificados, pois os educadores devem estar voltados para transmitir, na medida do possível, exatamente aquilo
                                que o aluno necessita.

                                Segundo Lima [19], “o professor não ensina, ajuda o aluno a aprender”. Reforçando esta afirmativa relembramos o
                                filme “A Sociedade dos Poetas Mortos” onde o Professor protagonizado por Robin Williams enfatiza que “Educar é
                                ensinar a pensar sozinho”.

                                Para tanto, vemos na EAD uma modalidade que enfatiza o texto acima, onde segundo Peters [29] _“numa visão
                                tradicional, sob ponto de vista didático, o processo de ensino e aprendizagem tem uma ligação mais ou menos
                                integrada de formas do aprendizado no estudo em sala de aula, pois consta de”:
                                        Aprender por meio de leitura e material impresso.
                                        Aprender por meio do estudo dirigido.
                                        Aprender por meio do trabalho científico autônomo.
                                        Aprender por meio da comunicação pessoal.
                                        Aprender por meio de meios auditivos e audiovisuais.
                                        Aprender por meio da participação em tradicionais ofertas de ensino acadêmico.”_

                                Durante o processo de ensino-aprendizagem existem fatores intervenientes que devem ser considerados para que o
                                resultado seja o mais efetivo possível. Esses fatores podem ser resumidos conforme abaixo:

                                      Por parte do aluno. O seu desejo de aprender e o nível de conhecimentos que já possui; além disso, é
                                      importante também considerarmos que a relação entre aluno x professor, e a atitude do aluno com relação ao
                                      conteúdo que se deseja ensinar, são também pontos importantes;
                                      Quanto ao assunto a ser ensinado. A estrutura do conteúdo que será transmitido, os requisitos para que a
                                      aprendizagem se efetive (conceitos, associação, princípios, etc.), e a ordem de apresentação dos assuntos;
                                      Por parte do Professor. Os componentes da situação, a forma como verbaliza o conteúdo durante a
                                      transmissão, sua postura e entusiasmo com relação à disciplina, sua postura como exemplo a ser seguido e,
                                      as informações que ele transmite ao aluno acerca de seu progresso no processo de aprendizagem.

                                Ao longo dos últimos anos a prática docente vem se reformulando com o propósito de se adequar às mudanças do
                                ambiente, e também obter melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem com o uso de recursos e
                                métodos mais apropriados ao mundo em que vivemos e às posturas dos alunos que entram em nossas salas de
                                aula (presencial ou virtual).

                                Uma comparação entre a antiga x nova práxis docente pode ser resumidamente apresentada:

                                                                            Antigo           Novo
                                                                          Aula        Orientação
                                                                          Transmitir Construir
                                                                          Copiar      Participar
                                                                          Prova       Elaboração própria
                                                                          Verdade     Aproximação

                                Nesse contexto podemos fazer uma representação esquemática da visão do processo de ensino-aprendizagem:




5 de 81                                                                                                                                       29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                        http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad




                                2.3 - Educação a distância – contexto, limites e possibilidades.
                                Para tanto a educação a distância é uma poderosa ferramenta, dentro do ambiente educacional, com possibilidades
                                de atender a um número quase ilimitado de alunos, com uma metodologia mais efetiva do que as outras
                                modalidades e com a garantia de que os serviços ofertados não perderão qualidade independente da quantidade
                                crescente de alunos.

                                Desde a década de 60 a educação a distância vem sinalizando, que é uma nova modalidade de ensino nada
                                convencional, comparativamente aos outros modelos, tendo ainda um grande espaço a ocupar. Com uma grande
                                vantagem competitiva, o atendimento de um número excessivamente grande de alunos, com grande chance de ser
                                eficiente, eficaz e com qualidade garantida, atendendo plenamente aos anseios de universalização do ensino no
                                Brasil pelas instituições educacionais, com uma demanda cada vez maior e considerando também a condição sócio-
                                econômica do alunado, ficam impossibilitados fisicamente de atender a procura.

                                Dotar as instituições de uma modalidade como a educação à distância, é oferecer a demanda sempre crescente de
                                pessoas ávidas por conhecimento, de um instrumento de ensino e treinamento, ágil, célere e qualitativamente melhor
                                com a garantia de que o conhecimento gerado intensamente pela ciência e cultura humana tem um meio apropriado
                                a sua permanente atualização será propagada de forma rápida e fiel.

                                Segundo Keegan [16] (p.11), “a educação a distância não apareceu no vácuo da educação tradicional, ela tem
                                uma longa história de experimentações, sucessos e fracassos. Podemos considerar que as cartas de Platão e as
                                epístolas de São Paulo como um meio de informação e conhecimento, portanto de educação à distância, todavia
                                temos evidências mais recentes, pois a partir do século XVIII já temos sinais do seu uso, muito embora somente
                                no meado do século XIX, a utilização de educação por correspondência foi largamente utilizada”.

                                Se considerarmos que nos dias atuais a utilização de multimeios, como simuladores on-line em rede de
                                computadores, sistemas de dados em voz-imagem via satélite ou por cabos de fibra ótica, formas avançadas de
                                comunicação e que podem servir de interação entre o aluno e o centro produtor, podemos deduzir o grande
                                potencial que a educação a distância tem para transformar a história da educação no nosso país.

                                No inicio do século XX, o ensino por correspondência foi a melhor alternativa encontrada dentre as varias
                                experiências adotadas pelos educadores, e posteriormente com a introdução do rádio, o grande meio de
                                comunicação utilizado para a divulgação do ensino à distância, principalmente no meio rural, onde diversos projetos
                                foram desenvolvidos objetivando alcançar aluno do interior carente de conhecimento, o EAD foi consolidado como a
                                grande revolução do ensino no Brasil.

                                Os nossos grandes exemplos foram à fundação, em 1939, do Instituto Rádio-Monitor, e em 1941, o Instituto
                                Universal Brasileiro, que alavancaram de forma agressiva, vários projetos com algum sucesso. Entretanto, como
                                temos um traço cultural constante nesta área que é a descontinuidade dos projetos, notadamente no âmbito
                                governamental, os resultados foram se perdendo no tempo e consequentemente os projetos foram diminuindo ou
                                interrompidos definitivamente.

                                Um belo exemplo do uso do EAD foi à utilização do código Morse, método desenvolvido por F. Keller em 1943,
                                destaque entre os vários métodos utilizados para uma capacitação rápida dos recrutas norte-americanos durante a



6 de 81                                                                                                                                       29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                         http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad


                                II Guerra Mundial na recepção de mensagens, que mesmo após o seu termino teve uma ampla e universal utilização,
                                principalmente para a integração social dos atingidos pelos efeitos da guerra na sua nova capacidade laboral, vez
                                que a migração do campo para a reconstrução dos grandes centros pela população exigia uma rápida forma de
                                transmissão de informações.

                                No Brasil as “escolas radiofônicas”, desenvolvidas a partir do MEB - Movimento de Educação de Base, programa
                                voltado para alfabetização e acompanhamento dos primeiros passos dos milhares de jovens e adultos, notadamente
                                no Norte e Nordeste do País, foi sem dúvida o grande destaque entre os projetos voltados para a EAD.

                                Mas, a repressão política que foi imposta a partir do golpe militar de 1964, fez com que o projeto fosse
                                abandonado, esvaindo-se assim todos os esforços e ideais de educação de massa.

                                Mas, uma ferramenta com tantas vantagens não poderia arrefecer no seu crescimento, assim é que a partir dos
                                meados dos anos 60, a EAD deu um grande salto no campo da educação secundaria e superior, começando pela
                                Europa, na França e Inglaterra, tendo posteriormente alcançado os demais continentes.

                                Somando-se a estas podemos acrescentar a Universidade Nacional Aberta, da Venezuela; Universidade Nacional de
                                Educação a Distância, da Espanha; o Sistema de Educação a Distância, da Colômbia; a Universidade de Athabasca,
                                no Canadá; a Universidade para Todos os Homens e as 28 Universidades locais de televisão da China Popular, entre
                                muitas outras.

                                Atualmente milhões de estudantes são atendidos, em mais de 80 paises nos cincos continentes, nos diversos níveis
                                de ensino, seja pelo sistema formal ou não-formal, consolidando a EAD como um grande instrumento de formação.
                                Os próprios professores são treinados e aperfeiçoados através da EAD, como é o caso do México, Tanzânia,
                                Nigéria, Angola e Moçambique. Vários cursos, não formais de ensino, para adultos, nas áreas de saúde, agricultura
                                e previdência social, são oferecidos tanto pela iniciativa privada como pelos Governos. O numero de empresas e
                                instituições desenvolvendo cursos e treinamentos voltados para o desenvolvimento dos seus recursos humanos,
                                através da EAD é cada vez maior.

                                Na Europa o treinamento de pessoal, principalmente na área financeira, é investido de forma cada vez mais
                                vigorosa, por se acreditar que seja a melhor forma de obter maior produtividade e uma grande redução de custos
                                (Nunes, 1992 a). Nos Estados Unidos, quando em 1993 assumiu novo governo, os investimentos em formação e
                                treinamento de pessoal foram a grande arma utilizada para melhorar o desempenho de um modo geral e a EAD foi o
                                grande canal que contribuiu para o sucesso do programa desenvolvido na época.

                                A experiência brasileira: governamental, não-governamental ou privada, nas últimas décadas tem tido o envolvimento
                                de um bom número de técnicos, grandes recursos financeiros, contudo os resultados ainda não espelham o grande
                                esforço feito para consolidar a EAD no cenário nacional.

                                No Brasil algumas empresas são destaques no tema; tal como a Petrobrás, que no período entre 1998 a 2001
                                formou, via Internet, no curso de escolarização básica 4.500 colaboradores. A Empresa possui 40 salas de
                                videoconferência espalhadas pelo país, sendo uma delas no meio da selva Amazônica, às margens do rio Urucu, a
                                600 km de Manaus.

                                Alguns fatores têm contribuído decisivamente para que a não aceitação aconteça, tais como: descontinuidade dos
                                projetos, a ausência de memória administrativa pública brasileira e receio em se adotar procedimentos mais
                                rigorosos e científicos de avaliação de programas e projetos.

                                Dentro deste contexto podem-se estabelecer alguns fatores que limitam e dificultam a atuação da EAD como
                                ferramenta da educação:

                                      População Dispersa. Considerando algumas razões como posição geográfica, condições de emprego,
                                      incapacidade física, etc., os alunos, notadamente os adultos, tem de um lado necessidade de continuar com
                                      seus estudos, procurando aperfeiçoar-se, ou outros motivos; por outro lado estas características dificultam
                                      bastante o aprendizado e a comunicação do aluno do EAD com seus professores;
                                      População Adulta. Na sua grande maioria os alunos do EAD já estão na fase adulta, apresentando
                                      peculiaridades, todavia o programa educativo deve prever que também se terão alunos crianças e jovens, o
                                      que exige um material completo que atenda a todos de uma forma equacionada;
                                      Material Único. Todos os alunos recebem o mesmo programa e material, independente da idade, do
                                      conhecimento intelectual, região geográfica, etc., talvez seja este um grande diferencial se compararmos com
                                      a educação presencial. Como o aluno conta com pouco apoio externo, na EAD ele passa a ser o centro de
                                      todo o processo de ensino;
                                      Cursos pré-produzidos. Como a produção dos cursos é centralizada, uma grande limitação é a
                                      possibilidade de alguma mudança ao longo da sua execução, pois aos alunos são fornecidos materiais
                                      impressos, combinando com suplementos de periódicos e revistas, livros adicionais, rádio, televisão, filmes,
                                      multimídia, etc., todavia de um modo geral sem sofrer alterações que possam adequar-se a este ou aquele
                                      aluno, como eventualmente acontece na educação presencial;
                                      Comunicação Massiva. Na medida em que os programas na EAD objetivam alcançar um grande número de
                                      alunos, nos lugares mais remotos do país, algumas dificuldades são imperiosas, como por exemplo, a
                                      linguagem a ser utilizada, pois como sabemos a cada região agregada ao curso, novos sotaques e gírias,
                                      termos específicos do lugar, desconhecimento de outros termos apresentados nos materiais, vão aparecendo
                                      e como o programa é formatado de maneira definitiva para aquele curso os alunos têm uma grande
                                      dificuldade de entendimento e adaptação;



7 de 81                                                                                                                                     29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                         http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad


                                      Estudo Individualizado. Muito embora nada impeça que o aluno procure ajuda de outros alunos, na prática o
                                      que acontece na EAD é o aluno desenvolver seu curso de forma isolada sem a integração grupal às vezes
                                      necessária, para a troca de conhecimentos e experiências, para melhor desenvolver um determinado tema.

                                Outro aspecto que dificulta o aluno é a adaptação ao método EAD, uma vez que na sua grande maioria, estão
                                habituados ao encontro presencial e quando se vêem sozinhos diante do grande desafio que é estudar de forma
                                autônoma, se sentem inseguros e sem muita certeza que terão capacidade para concluir os estudos.

                                      Custos. Como acontecem em qualquer outra atividade, o investimento para a estruturação de um projeto é
                                      elevado e necessita que atinja um número muito grande de uma população estudantil, para justificar sua
                                      realização.

                                Independente destes aspectos, cada vez mais os profissionais têm necessidade de se tornarem alunos vitalícios, e
                                de se manterem permanentemente qualificados, para atenderem às exigências crescentes do mercado de trabalho.
                                Assim, o processo de educação continuada é imprescindível e, aliado às dificuldades de encontrar tempo para
                                concretizar sua educação formal, abre grandes perspectivas para projetos de educação à distância no Brasil.

                                A EAD além de apresentar suas características próprias, nos leva a refletir sobre aspectos básicos relativos às
                                suas possibilidades e limitações, a saber:
                                      A EAD não surgiu para substituir a educação tradicional, mas sim complementar.
                                      A ênfase da EAD não é mais no professor, e sim, cada vez mais, no aluno.
                                      O foco não é mais no ensinar, e sim no aprender a aprender.
                                      A EAD traz consigo a necessidade de mudança no paradigma tradicional, seja no aspecto do ensino, da
                                      absorção do conhecimento, da relação professor – aluno, e principalmente nas questões ligadas à avaliação.
                                      Nenhuma metodologia de EAD funciona sem interatividade, e para tanto há necessidade de haver escala, pois
                                      do contrário o projeto não tem como se viabilizar economicamente.


                                2.4 - A interface aluno - professor
                                “Ninguém começa a ser educador numa certa
                                Terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém
                                nasce educador ou é marcado para ser educador.
                                A gente se faz educador, a gente se forma como educador permanente,
                                na prática e na reflexão sobre a prática”. (Freire, 1986)

                                Na EAD a relação no processo de docente tem tríplices aspectos: professor, educador e tutor. O professor se
                                projeta quando colabora com o estudante para acordar a crítica e a criatividade, quando são colocadas no plano de
                                julgamento e aproveitamento do já vivenciado.

                                O educador assume seu papel, quando o foco principal são os valores que induzem à autonomia. Desta visão, os
                                dois papéis se concretizam no processo docente. Em outras palavras, tratando-se de construção do saber, a
                                docência é marcada pelo trabalho de estruturar os componentes de estudo, orientar, estimular e provocar o
                                participante a construir o seu próprio saber, partindo do princípio de que não há resposta feita, a cada um compete
                                “criar” um pronunciamento pessoal.

                                Na docência há uma dimensão de busca que perpassa a aprendizagem e caracteriza-se como uma presença. A
                                presença é representada como um campo em que podem conviver o passado e o futuro, subsidiando projeções a
                                serem vividas autonomamente.

                                A docência caracteriza-se por seu caráter solidário e interativo, possibilitando o relacionamento da pessoa como um
                                ser existente e vivenciado como eu, tu, nós e outros, do que decorre em conjunto de dificuldades, inclusive para
                                colocar-se “entre” outros, como uma presença que se põe intencionalmente.

                                O professor, e, principalmente o tutor, é sempre alguém que possui duas características essenciais: domínio do
                                conteúdo técnico-científico e, ao mesmo tempo, habilidade para estimular a busca de resposta pelo participante. Ele
                                é uma figura singular em todas as instituições de ensino a distância, pois é um conselheiro, um orientador, um
                                assessor, etc., que auxilia os alunos no processo de ensino-aprendizagem, com o fito de reduzir ou eliminar as
                                distâncias que definem os estudos por esta modalidade.

                                A orientação educativa no processo considera como relevante às necessidades dos participantes e o contexto
                                educativo do mesmo. Daí, o conceito de professor vai alargando-se e mesclando-se com os conceitos de professor
                                e educador – TUTOR!

                                A tutoria é exercida em momentos diferenciados, podendo ocorrer diretamente ou à distância. Destaca-se que em
                                qualquer dos dois momentos – diretamente ou à distância – o contato com o aluno não consiste em um “jogo” de
                                perguntas e respostas, consiste em discutir e indicar bibliografia que amplia o raio de visão do educando, para que
                                seja possível desenvolver respostas críticas e criativas, consideradas como momentos para ampliação básica do
                                “saber”, voltadas para oportunizar a análise de possibilidades de aplicação prática do saber conquistado.

                                No processo de orientação à distância o atendimento realiza-se a partir da necessidade do aluno, que busca
                                situar-se no contexto da aprendizagem. Neste caso, recursos tecnológicos são os intermediários do diálogo do tutor
                                com o participante. O tutor deve contribuir com informações adequadas para o processo de construção do
                                conhecimento do aluno.



8 de 81                                                                                                                                        29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                        http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad


                                Evidentemente, o professor deve ter domínio do conhecimento em processo, além da habilidade de problematizar e
                                indicar fontes de consulta. Pode-se dizer que o professor é um especialista, tanto no que concerne ao conteúdo do
                                trabalhado na Unidade, como nos procedimentos a adotar para estimular a construção de respostas pessoais.

                                É essencial que o tutor esteja plenamente consciente do seu papel. Não basta dominar o conteúdo trabalhado. É
                                primordial saber para que e o que significa o proposto.


                                2.5 - Como avaliar a aprendizagem
                                Acreditamos que ao longo do tempo em que se discute educação e aprendizagem, a questão da forma de realizar a
                                avaliação daquilo que o aluno aprendeu, sempre foi uma questão polêmica e trouxe à tona questionamentos e
                                contradições.

                                Segundo Bordenave & Pereira [4], “os professores concordam em afirmar que a avaliação é uma área de enorme
                                falta de preparação, mesmo reconhecendo sua decisiva importância. Segundo eles, o problema mais geral da
                                avaliação é a ausência de um conceito integral do aluno, já que as provas medem somente certos aspectos do
                                mesmo, podendo ser injustas ao negligenciar aspectos importantes”.

                                Na EAD, tradicionalmente a avaliação é realizada de forma presencial, em caráter individual, onde o aluno faz sua
                                preparação prévia acerca de um conjunto de assuntos apresentados pelo professor, e em data e hora marcada são
                                formuladas questões abrangendo os assuntos estudados.

                                Nossa experiência mostra que nestas ocasiões a grande maioria do alunado concentra seu esforço de estudo no
                                período pré-realização das avaliações, e também é grande o percentual de alunos que literalmente decoram
                                conceitos e abordagens para “vomitar” durante a realização da avaliação.

                                Entendemos que esta abordagem relega a avaliação da aprendizagem do assunto exposto, a análise critica, o
                                raciocínio sistêmico, a interface entre assuntos, etc.; como uma forma de motivação. E, o pior de tudo é que, com
                                grande incidência, num espaço de tempo muito curto o aluno esquece tudo aquilo que decorou.

                                Segundo Picanço [31], “Cipriano Luckesi chama a atenção para o equívoco implícito na consideração de que esse
                                tipo de prática seja considerada como avaliação. De fato, ela reduz a reflexão sobre as ações dos sujeitos aos
                                limites de uma verificação, na qual se opera um recorte no processo de ensino-aprendizagem que considera a
                                manifestação de conteúdos que foram memorizados pelos alunos. No momento ritual da avaliação, a expressão do
                                que foi assimilado é condicionada a uma forma de registro unificada. É comum a sala de aula passar por alterações,
                                tanto no seu espaço físico quanto na dinâmica das relações entre professores / alunos e conhecimento no temido
                                dia da prova”.

                                Ao pensarmos em avaliação temos a obrigação de focar em algumas questões chaves:
                                      O que queremos medir quando aplicamos uma prova?
                                      Como elaborar as questões que integrarão a avaliação?
                                      Quais são os nossos objetivos?
                                      Que critérios utilizaremos ao efetuarmos a correção da produção do aluno?
                                      Qual a relação existente entre objetivos, métodos e avaliação?
                                      A avaliação será aplicada somente em relação ao conteúdo da disciplina, ou outros aspectos relacionados a
                                      comportamento, interesse, etc., também serão considerados?
                                      Como o professor avaliará e conduzirá este momento?

                                Segundo Bordenave & Pereira [4], “na área da educação, medir significa determinar, através de instrumentos
                                adequados, aspectos quantitativos e qualitativos do comportamento humano. Esses aspectos são variáveis da
                                personalidade, tais como traços de caráter, de temperamento, capacidade de ajustamento, interesses, atitudes; ou
                                aspectos relacionados diretamente com a aprendizagem sistemática: medida de aptidões, indicadores daquilo que o
                                indivíduo já aprendeu ou está aprendendo”.

                                Concluímos que, qualquer que seja o foco, o assunto é bastante complexo e requer uma reflexão profunda para nos
                                permitir adotar a metodologia que garanta a obtenção de melhores resultados e o ajuste dos pontos necessários
                                para aumentar a aprendizagem dos alunos.

                                Há três pontos considerados importantes e, até mesmo comuns, nos vários aspectos relativos à avaliação:

                                    1. Deve ser estruturada considerando as características do grupo a que se destina; ou seja, não há uma fórmula
                                       pronta para toda e qualquer ocasião;
                                    2. Deve ser cada vez mais encarada como um momento único, onde professor e aluno, respectivamente
                                       identificam deficiências no ensino e no processo de incorporação de conhecimentos, e procuram fazer os
                                       ajustes necessários para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem;
                                    3. Deve haver uma cultura consolidada que coloca um peso demasiadamente grande na nota que o aluno
                                       precisa tirar, e termina por menosprezar o significado em si da avaliação, tanto é que, em muitos lugares, a
                                       avaliação continua sendo conhecida como “prova”.

                                Considerando o mutante contexto educacional, reestruturado para atender às novas demandas e, também,
                                reorientado para ser compatível com um ser humano consciente da sua necessidade de educação continuada e, de
                                seu estado permanente de ser inacabado que está sempre em busca de um complemento para melhorar sua visão
                                de mundo, entendemos que há necessidade de uma reavaliação do processo de avaliação, e isto pode ser feito



9 de 81                                                                                                                                       29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                        http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad


                                considerando os parâmetros discriminados na tabela abaixo:

                                                                            Dimensões da avaliação
                                                                            DE               PARA
                                                                        Aprender      Aprender a aprender
                                                                        Freqüência    Participação
                                                                        Prova         Pesquisa
                                                                        Reprodução    Construção própria


                                2.6 - Avaliar na educação a distância.
                                O sistema de ensino aprendizagem tradicional prioriza a transmissão de informações e imagens mediante definições
                                que devem ser memorizadas progressivamente, considerando o aluno como receptador passivo.

                                Porém esta perspectiva, ainda existe na EAD, que muitas vezes, considera a avaliação como um momento
                                determinado, separado do processo de aprendizagem. A avaliação realiza-se a partir de instrumentos de
                                mensuração do conhecimento adquirido em determinados períodos. Muitas vezes é estabelecida uma data para
                                aplicação do instrumento de avaliação, tais como prova, trabalho, seminário, cujos resultados são julgados pelo
                                professor, que estabelece os critérios de julgamento. Na maioria das vezes esses critérios não são conhecidos
                                pelos alunos, tornando-os subjetivos no entendimento dos estudantes, o que pode levar à desconfiança em relação à
                                avaliação e provocar conflitos entre professor e aluno. Este modelo possibilita o aparecimento de desconfianças
                                quanto às preferências e simpatias pessoais dificultando, ainda mais, o relacionamento e o processo de ensino
                                aprendizagem.

                                Ainda perdura o processo baseado em conceitos tradicionais que privilegiam a relação de autoridade e dependência
                                e objetivam o controle sobre os alunos, distanciando o professor e conferindo-lhe autoridade absoluta para julgar.
                                Neste caso são esquecidos fatores importantes que podem influir negativamente a avaliação, tais como a
                                inadequação do momento, tempo e local para sua realização.

                                Devemos lembrar que a avaliação é um processo natural e contínuo, onde o ser humano está constantemente sendo
                                avaliado e avaliando. Na EAD, principalmente por questões de distância, o professor deve perceber que a avaliação
                                independe de utilizar ou não técnicas formais, quando distribui tarefas, define as normas para sua execução,
                                estabelece o assunto a ser pesquisado, aprova ou não o trabalho. Deve perceber que a avaliação é um processo
                                contínuo, Cumulativo e compreensivo, decorrente do ensino-aprendizagem e que procura verificar as mudanças no
                                comportamento, no sentido de valorizar e motivar o desenvolvimento de habilidades e atitudes.

                                O professor não deve somente comparar resultados obtidos com aqueles esperados. Para promover um efetivo
                                aprendizado, o aluno deve identificar suas deficiências de aprendizagem e as causas dessas deficiências. Para que
                                possa realizar essa verificação é necessário estabelecer primeiramente, objetivos claros a serem alcançados dentro
                                do aprendizado referente ao conteúdo de determinada disciplina e acima de tudo estar motivado.

                                No início de um Curso na modalidade de EAD já deve estar concebida as formas avaliativas no Guia do aluno, com o
                                intuito de tornar melhores o objetivo a ser atingido. Além dos objetivos é preciso estabelecer o limite do conteúdo
                                disciplina que vai ser avaliado, quais os padrões mínimos de desempenho esperados e que formas de medidas
                                serão utilizadas. Pois a avaliação é parte do processo de ensino-aprendizagem, e possibilita o acompanhamento dos
                                alunos em diferentes momentos, evidenciando os avanços necessários para que eles prossigam no seu processo de
                                crescimento.

                                A avaliação é um tema de fundamental importância na EAD, destaca-se como um recurso de medidas de objetivos
                                do ensino, de métodos, de conteúdos, de currículos, de programas e das próprias habilidades do professor.

                                Todos os indivíduos buscam seu auto desenvolvimento, procuram atingir seus objetivos e vencer obstáculos e
                                desafios. Porém a forma como atuam tentando atingir suas metas é diferente.

                                Os indivíduos têm comportamentos e objetivos diferentes, por isso devem ser tratados de formas das mais
                                diferentes possíveis. Os professores devem dar atenção às diferenças individuais, pois por este ângulo há uma
                                grande possibilidade de fazer com que os alunos produzam com maior satisfação, elevando o nível de
                                aprendizagem.

                                Quando o professor utiliza técnicas abertas para avaliar o crescimento no processo de aprendizagem do aluno, ele
                                pode obter dados que demonstrem as dificuldades ou o avanço que cada um atingiu. Tais evidências criam
                                referências para identificar qual a melhor maneira de desenvolver a potencialidade do estudante, satisfazendo
                                também suas necessidades de estima e auto-realização “pela valorização dos esforços pessoais, pela abertura de
                                espaços para a criatividade individual (...)” (Pontes [32]).

                                O aluno deve ser motivado a satisfazer sua necessidade de auto-realização aprendendo que concorrência pode
                                significar a superação de suas próprias dificuldades, não valorizando excessivamente os resultados obtidos pelos
                                outros. Cabe ao professor oferecer condições aos alunos de satisfazê-las. Nesse caso, o docente deve considerar
                                como verdadeira motivação, aquelas necessidades que são internas, intrínsecas ao indivíduo como a sua própria
                                constatação de crescimento, o reconhecimento pelos seus esforços, à possibilidade de empreender algo novo. As




10 de 81                                                                                                                                        29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                        http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad


                                necessidades extrínsecas, mais perceptíveis, são aquelas que promovem a satisfação a partir de fatores externos à
                                própria pessoa, como a nota atribuída pelo professor ou as condições ambientais para realizar trabalhos. Esse tipo
                                de satisfação é importante, porem só estimula as pessoas, levando-as a agir, mas necessitam de incentivos
                                constantes. Assim, o aluno poderá deixar de motivar-se a partir do aprendizado em si, que é o fator responsável
                                pelo seu auto desenvolvimento e que permite a satisfação de suas necessidades internas de auto-estima e
                                auto-realização. Conforme dados levantados em pesquisas verificamos que alguns fatores motivacionais dos alunos
                                da EAD são considerados muito importantes:

                                                                    Fatores Motivacionais                   Ocorrências - %
                                                      Atualização profissional                              30
                                                      Aprimoramento e realização profissional               15
                                                      Base teórica para aplicar na profissão                15
                                                      Desafio Pessoal                                       10
                                                      Necessidade de Titulação                              10
                                                      Possibilidade de troca de experiências                10
                                                      Interesse em ingressar em uma instituição de ensino 10
                                             Fonte: adaptado do relatório de Perfil Geral dos Alunos a Distância do LED-UFSC, 2000.

                                É essa forma de satisfação que leva o aluno a envolver-se com o processo de aprendizagem motivando-se a partir
                                de suas próprias carências intrínsecas. Evidencia-se, então, para o aluno que o significado do processo de
                                avaliação é o seu desenvolvimento pessoal e não apenas a nota obtida em momentos determinados.

                                O feedback é uma ferramenta disponível para que o aluno tome conhecimento dos resultados alcançados durante o
                                processo de ensino-aprendizagem, pois analisando os resultados é possível corrigir falhas, reformular o
                                planejamento proposto e evidenciar os acertos e resultados positivos, elevando a auto-estima. Permite ao indivíduo
                                a avaliação de seu comportamento e as correções necessárias para alcançar o objetivo final.

                                Para tanto o feedback deve ser contínuo, reforçando os acertos, elevando a auto-estima, e identificando as falhas,
                                possibilitando com isso uma revisão e uma atualização eficiente por parte do professor ou do tutor. A avaliação
                                contínua e cumulativa é parte do processo de aprendizagem em EAD, e não somente um momento determinado,
                                desvinculado do processo.

                                Dessa forma, as fontes de satisfação e recompensa ocorrem a partir do próprio aprendizado, desencadeando a
                                motivação interna que surge e se mantém, principalmente, quando os alunos sabem o que se espera deles e como
                                será orientado e avaliado pelo professor. Quando o estudante conhece o objetivo e o conteúdo da disciplina e os
                                padrões de desempenho mínimos que são exigidos, tende a se comprometer buscando realizar um bom trabalho, e
                                sentindo a satisfação de ser bem sucedido.

                                O professor deve estar sempre atento aos progressos dos alunos procurando orientá-los, e incentiva-los para o
                                desenvolvimento de suas potencialidades, levando-os a atingir os objetivos propostos. O professor deve assumir
                                uma postura de motivador do processo, promovendo a aprendizagem progressiva e efetiva do conteúdo abordado.
                                O professor deve demonstrar confiança na capacidade dos alunos, elogiar os progressos obtidos antes de apontar
                                as deficiências, que devem ser analisadas conjuntamente, indicando sua disposição de auxiliar o aluno na busca por
                                resultados positivos. Deve enfatizar a importância do crescimento na aprendizagem e a satisfação do bom trabalho.

                                O professor deve ser um bom ouvinte e comunicador, pois através da participação de um diálogo construtivo,
                                possibilita a realização da aprendizagem de forma mais adequada e satisfatória.

                                De acordo com Bergamini [2] “caso se esteja verdadeiramente interessado em promover o desenvolvimento do ser
                                humano (...), devemos cultivar, além da técnica, a atenção e o afeto pelas pessoas.”. A partir dessa premissa o
                                professor pode esperar desenvolver sentimentos de segurança e confiança nos alunos, elevando sua auto-estima,
                                fazendo com que se sintam parte integrante e importante do grupo do qual fazem parte e evidenciando a
                                possibilidade verdadeira de desenvolver suas habilidades e potencialidades.


                                2.7 - Conclusão
                                Concluindo, verificamos que a forma de avaliar o aprendizado na EAD não pode ser instrumento inibidor das
                                manifestações de criatividade individual que levam ao maior desenvolvimento do potencial do aluno, principalmente
                                porque este aluno é um ser adulto, crítico e instigador. O mundo contemporâneo atual tem por exigência um
                                profissional inovador e criativo. Os avanços tecnológicos exigem profissionais com qualificação crescente,
                                necessitando de aperfeiçoamento contínuo.

                                A partir desta premissa evidencia-se que, a tecnologia atual, embora importante, subordina-se ao manejo do
                                homem, que deve estar em constante atualização. Para tanto deve desenvolver espírito empreendedor, dinâmico,
                                criativo, flexível e decidido. _“Essas características do profissional moderno deslocam a ênfase da especialização
                                para a visão mais integradora do seu trabalho, seja com o ambiente interno, seja com o contexto externo; dão mais
                                importância à criatividade e a inovação do que a larga experiência repetitiva; substituem a segurança do
                                conhecimento já testado pela audácia em enfrentar desafios e correr riscos (...)”_(Lucena [20]).




11 de 81                                                                                                                                      29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                          http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad


                                Isto significa que está sendo valorizada crescentemente a capacidade de aprender e criar, para abrir e conquistar
                                novos espaços. Dessa forma torna-se cada vez mais importante o desempenho humano, tendo em vista que o aluno
                                deve ser considerado pela sua capacidade de realizar as tarefas e responsabilidades que lhe foram atribuídas
                                apresentando resultados satisfatórios. Assim o aprendizado do aluno deve ser verificado em relação aos resultados
                                que lhe apresenta e a sua capacidade de criar e aprimorar-se sempre, de acordo com os parâmetros
                                estabelecidos. A verificação desse aprendizado refletirá a capacidade do aluno de utilizar de forma eficiente seu
                                talento e os recursos de que dispõe par atingir as metas propostas. Porém para que tudo isto aconteça é
                                necessário que o aluno seja motivado constantemente, ou seja, em todas as fases avaliativas do processo ensino-
                                aprendizagem. Ele deve se sentir partícipe do processo com uma grande responsabilidade.

                                Sob esta ótica temos o professor como verificador do desempenho, acompanhando o processo de aprendizagem e
                                não apenas avaliando periodicamente o conhecimento obtido. Esta postura leva-o a buscar o desenvolvimento da
                                capacidade do aluno para enfrentar desafios, aperfeiçoar talentos, superar dificuldades, participando e se
                                comprometendo com o aprendizado, não somente das técnicas e habilidades, mas da forma de utilizá-las.

                                Para tanto, a avaliação deixa de ser apenas um instrumento técnico gerador do medo, insegurança e frustração.
                                Passa a ser visto como um processo natural e necessário para direcionar o aprendizado, desenvolvendo a
                                realização pessoal e valorizando o potencial de cada indivíduo, motivando para a busca constante e contínua do
                                aprender a aprender.

                                Além disso, é necessário que o aluno desenvolva na prática suas habilidades para planejar, organizar, dirigir e
                                controlar sua práxis acadêmica. Dessa forma a avaliação passa a ser considerada instrumento útil para todos os
                                envolvidos.

                                A implementação dessa mudança radical de visão na forma de avaliar o aprendizado apóia-se na busca constante
                                de maior investimento em educação a fim de despertar valores comprometidos com a responsabilidade, a
                                criatividade e a inovação. Procura ainda desenvolver a capacidade de aprender mais e mais, aperfeiçoar
                                continuamente suas habilidades, procurando a realização pessoal mediante a satisfação no próprio trabalho. Esses
                                requisitos são fundamentais para o profissional de hoje, e devem ser desenvolvidos, também, no interior de nossas
                                escolas.


                                3 - Avaliação diagnóstica
                                                                                                                                Marcelo Akira Inuzuka


                                3.1 - Os três tipos de avaliação
                                Para poder falar sobre avaliação, é importante saber classificá-las. Bloom et. all [3] classifica as avaliações em três
                                tipos.

                                3.1.1 - Avaliação Diagnóstica
                                Geralmente é realizada inicialmente pelo educador para diagnosticar os pontos fracos e fortes do aluno na área de
                                conhecimento em que se desenvolverá o processo de ensino-aprendizagem. O processo de ensino é um processo
                                de construção de conhecimento e diagnosticar no início é como verificar se 'a fundação da casa está boa para se
                                iniciar a construção', ou seja, se o aluno domina todos os pré-requisitos. Por exemplo, antes de ensinar as
                                operações de multiplicação, é interessante saber se aluno domina bem o processo de soma. Assim, o resultado da
                                avaliação diagnóstica pode apontar uma necessidade de revisão de um assunto que servirá de base para os
                                seguintes, que poderá ser trabalhada individualmente ou coletivamente.

                                3.1.2 - Avaliação Formativa
                                A avaliação formativa é geralmente realizada durante todo o processo de ensino-aprendizagem. É melhor
                                aproveitada quando o resultado (feedback) é rapidamente fornecido para os alunos, permitindo que possam corrigir
                                eventuais erros de interpretação do conteúdo ensinado. É um termômetro para o professor e o aluno saberem como
                                o aprendizado está sendo desenvolvido, bem ou mal, permitindo que o aluno se recupere agilmente.

                                3.1.3 - Avaliação Somativa
                                Geralmente é realizada no final de um curso e é conhecida como 'prova', ou seja, serve para classificar se o aluno
                                'passou' ou não. Pela obrigatoriedade dos professores fornecerem 'notas', é a que é mais aplicada no ensino
                                tradicional.


                                3.2 - Função da avaliação diagnóstica
                                A avaliação diagnóstica possui uma importância elevada no processo de ensino-aprendizagem. Luckesi [21]
                                argumenta que a avaliação deve ser diagnóstica, voltada para autocompreensão e participatipação do aluno.

                                Luckesi defende que a avaliação deva ser um instrumento auxiliar de aprendizagem (mais diagnóstica) e não para
                                aprovação/reprovação de alunos (menos somativa): "...que (a avaliação) ela seja um instrumento auxiliar da
                                aprendizagem e não um instrumento de aprovação ou reprovação dos alunos... Este é o princípio básico e



12 de 81                                                                                                                                          29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                        http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad


                                fundamental para que ela venha a ser diagnóstica. Assim como é constitutivo do diagnóstico médico estar
                                preocupado com a melhoria de saúde do cliente, também é constitutivo da avaliação da aprendizagem estar
                                atentamente preocupada com o crescimento do educando. Caso contrário, nunca será diagnóstica"

                                Outro aspecto interessante é sobre a idéia de Luckesi da função da avaliação, como instrumento de
                                autocompreensão do professor, aluno e sistema de ensino, permitindo descobrir os desvios:

                                "No que se refere à proposição da avaliação e suas funções, há que se pensar na avaliação como um instrumento
                                de diagnóstico para o avanço e, para tanto, ele terá as funções de autocompreensão do sistema de ensino, de
                                autocompreensão do professor e autocompreensão do aluno... O professor, na medida em que está atento ao
                                andamento dos seus alunos, poderá, através da avaliação da aprendizagem, verificar o quanto o seu trabalho está
                                sendo eficiente, e que desvios está tendo. O aluno, por sua vez, poderá estar permanentemente descobrindo em
                                que nível de aprendizagem se encontra, dentro de sua atividade escolar, adquirindo consciência do seu limite e das
                                necessidades de avanço."

                                Luckesi também acrescenta que para a avaliação funcionar como ferramenta de autocompreensão, deve ter um
                                caráter participativo:

                                "Para que a avaliação funcione para os alunos como um meio de autocompreensão, importa que tenha, também, o
                                caráter de uma avaliação participativa. Por participativo, aqui, não estamos entendendo o espontaneísmo de certas
                                condutas auto-avaliativas, mas sim a conduta segundo a qual o professor, a partir dos instrumentos adequados de
                                avaliação, discute com os alunos o estado de aprendizagem que atingiram."

                                Concluindo, Luckesi defende que a avaliação diagnóstica possui elevado valor didático, uma vez que permite uma
                                correção de rumos do sistema de ensino, do professor e do aluno, durante o processo de ensino-aprendizagem por
                                meio da autocompreensão, e que para que esta ocorra, deve ser participativa, através de diálogo adequado com os
                                alunos.


                                3.3 - Por que tanta ênfase nas avaliações somativas?
                                Apesar de Luckesi defender de forma convincente a avaliação diagnóstica, na prática vemos uma tendência elevada
                                pela utilização de avaliações somativas, em detrimento das avaliações diagnósticas e formativas. A percepção de tal
                                tendência é nítida no predomínio do "modelo vestibular" amplamente utilizado no Brasil e o "modelo prova" na
                                maioria de escolas que seguem um modelo tradicional de ensino. Mas qual seriam os motivos para esta
                                preferência?

                                O produto esperado da avaliação diagnóstica é a detecção de problemas, procurando indentificar causas e apontar
                                soluções. Este processo deve ser realizado antes e durante todo o processo de ensino-aprendizagem, não no final,
                                onde já não há mais tempo hábil para que se apliquem as devidas correções. Logo percebe-se que a avaliação
                                diagnóstica ou formativa gera um esforço maior do professor; este precisa conhecer a deficiência específica de
                                cada aluno, de forma individualizada, autocompreensiva e participativa. E assim, quando não há preocupação real
                                com o desenvolvimento do aluno, o professor opta por priorizar a aplicação de avaliações somativas. Para agravar o
                                problema, alguns professores 'jogam a sujeira para baixo do tapete', afrouxando as exigências da avaliação para
                                que 'notas baixas' não reflitam a realidade.

                                É então necessário reavaliar o processo de avaliação, aplicando avaliações diagnósticas em momentos
                                estratégicos, e a partir da detecção de 'doenças' aplicar o 'remédio', mesmo que amargo. Somente assim é que
                                podemos saudavelmente desenvolver um bom nível de educação.


                                3.4 Aplicando avaliações diagnósticas
                                Como foi dito aplicação de avaliações diagnósticas pode ser tanto no início ou durante um curso e tem várias formas
                                de aplicação. Vamos apresentar alguns casos para que tornemos sua utilização mais clara.

                                Segundo Tarouco [44], a Avaliação Diagnóstica pode ser utilizada para realizar encaminhamentos ou reforço escolar
                                para que o aluno resolva seus problemas juntamente com especialistas como psicólogos, orientadores educacionais,
                                entre outros:

                                "...ocorre em dois momentos diferentes: antes e durante o processo de instrução; no primeiro momento, tem por
                                funções: verificar se o aluno possui determinadas habilidades básicas, determinar que objetivos de um curso já
                                foram dominados pelo aluno, agrupar alunos conforme suas características, encaminhar alunos a estratégias e
                                programas alternativos de ensino; no segundo momento, buscar a identificação das causas não pedagógicas dos
                                repetidos fracassos de aprendizagem, promovendo, inclusive quando necessário, o encaminhamento do aluno a
                                outros especialistas (psicólogos, orientadores educacionais, entre outros)."

                                Por outro lado, Swearingen [43], explica que a avaliação diagnóstica é utilizada para determinar a necessidade de
                                reestudo:

                                "Na prática, o propósito da avaliação diagnóstica é para medir, antes do processo de ensino, cada deficiência,
                                competência, fraqueza, conhecimentos e habilidades. Possuindo tais dados, isto permitirá que o professor oriente
                                seus alunos e ajustem o curriculum para suprir cada necessidade individual... Por exempl, o Departamento de
                                Matemática de Heritage College aplica um teste diagnóstico a todos seus estudantes de matemática... durante a




13 de 81                                                                                                                                      29/9/2011 16:27
LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki                                                         http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad


                                primeira semana de cada semestre...Baseado nos resultados, a deficiência de cada estudante é determinada, e
                                cada estudante é subsequentemente obrigado a participar um programa tutor baseado em computador que é
                                confeccionado conforme suas dificuldades."

                                Outros autores [1] consideram que uma avaliação que a própria discussão de uma correção de prova classificatório
                                pode ser diagnóstica, que com certeza pode ser um elemento de autocompreensão do seu nível de aprendizado, de
                                forma participativa:

                                "...Assim, no momento em que o professor elaborar provas cujas questões forem formuladas a partir de objetivos
                                definidos, aplicando-as em situações novas e, após a correção, sejam elas discutidas com os alunos para
                                solucionar seus problemas de aprendizagem, a prova classificatória, transforma-se numa avaliação diagnóstica...
                                Ora, quaisquer formas de avaliações, sejam provas, trabalhos em grupo, pesquisas, participação do aluno nas
                                atividades rotineiras de sala de aula, ao serem avaliadas, deverão, sempre, constituir-se em novo momento de
                                descoberta e possibilidade de novas aprendizagens, ou seja, algo dinâmico e não estático..."

                                Portanto, quando a avaliação diagnóstica é aplicada no início de um curso, esta tem a função de detectar problemas
                                e deficiências, permitindo encaminhá-lo para outro curso de reforço para fins de resolver problemas de aprendizado
                                ou até para outros especialistas de outras áreas, como psicólogos ou médicos. Quando a mesma é aplicada
                                durante o curso, pode ser utilizada participativamente para autocompreensão, por exemplo, em correções de
                                'provas' juntamente com alunos.


                                3.5 - Avaliações diagnósticas para EaD: ATTLS e COLLES
                                Em EaD, um dos problemas mais comuns encontrados é a evasão, não somente do curso, mas também em
                                atividades. Cabe ao professor conhecer e acompanhar seus alunos, por meio de avaliações diagnósticas que
                                permitam direcionar ações que minimizem os problemas enfrentados pela modalidade à distância. Neste sentido,
                                estudaremos 2 tipos de avaliação diagnósticas voltados para o ambiente EaD: ATTLS e COLLES. Os três foram
                                originalmente criados para funcionar internamente no ambiente Moodle [6], porém os pelo menos os dois últimos
                                podem ser aplicados independentemente [5].

                                Conforme Inuzuka et all [14], o moodle possui uma concepção sócio-constrututivista, e suas atividades são voltadas
                                para a cooperação entre pares. Segundo Vygotsky, a inteligência humana origina-se de em nossa sociedade ou
                                cultura, e o ganho individual cognitivo ocorre primeiramente através de processos de aprendizagem inter-pessoais
                                (interação com o ambiente social) do que intra-pessoal (internalização). Neste sentido Filho [8], explica melhor o que
                                vem a ser construtivismo social ou sócio-construtivismo, aplicado no Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle:

                                "...O Construtivismo Social tem como fundamento teórico a visão da aprendizagem como processo dinâmico. A
                                aprendizagem é vista como uma atividade de elaboração conceitual em um ambiente caracterizado pela interação
                                social. O Construtivismo Social é uma epistemologia, ou modo de saber, em que o novo conhecimento é
                                construído através da colaboração recíproca, especialmente em um contexto de intercâmbio de experiências
                                pessoais... Um elemento central para a colaboração recíproca é o desenvolvimento de competências de
                                comunicação, ou seja, a habilidade de participar nas discussões com colegas e tutores em modo construtivo. As
                                discussões devem ser orientadas à compreensão mútua e a atividades de reflexão crítica..."

                                Neste sentido, as três avaliações visam avaliar os possíveis alunos que teriam mais dificuldades de cooperação e
                                que seriam mais propensos a não se integrarem à turma, devendo, portanto terem um acompanhamento mais
                                próximo do professor para que a evasão não se concretize.

                                Segue a descrição de FILHO [8] da avaliação *ATTLS:*

                                "...A sigla ATTLS (em inglês, Attitudes Towards Thinking and Learning Survey) refere-se a um tipo de questionário
                                baseado na teoria dos 'modos de saber' e foi desenvolvido por Galotti et al. (1999) [2] para medir a proporção em
                                que uma pessoa tem um saber 'conectado' (CK) ou um saber 'destacado' (SK). Pessoas com valores CK maiores
                                tendem a ver os processos de aprendizagem como experiências prazerosas, cooperam com maior freqüência,
                                procuram ser agradáveis e demonstram interesse em construir a partir da idéia dos outros, enquanto as pessoas
                                com valores SK mais altos tendem a ter uma posição mais crítica e criar polêmicas...Um professor pode (e deve)
                                aplicar o questionário ATTLS logo no início de um curso. Se analisar os resultados de cada participante do curso,
                                uma intervenção pessoal (conversa particular com alunos que se mostram fora da média do grupo) terá como
                                resultado redução na evasão (desistência) e melhor aproveitamento da turma como um todo..."

                                Segue a descrição da avaliação COLLES por Taylor e Maor [45]:

                                "... COLLES foi projetado para nos habilitar a monitorar a extensão da capacidade interativa da Internet em engajar
                                estudantes as práticas de aprendizado dinâmicas...a forma com que é administrada depende do propósito do
                                avaliador. Tipicamente aplicamos o formulário no início do curso, depois de duas semanas... e finalmente na semana
                                final..."

                                COLLES (Constructivist On-Line Learning Environment Survey) é uma auto-avaliação que avalia seis critérios:
                                relevância, reflexão, interatividade, suporte da tutoria, suporte entre estudantes e interpretação. É uma boa
                                ferramenta de autocompreensão dos relacionamentos entre professor-aluno, tutor-aluno e aluno-aluno.


                                3.6 - A importância de cada tipo de avaliação


14 de 81                                                                                                                                        29/9/2011 16:27
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo
Avaliação em EAD guia completo

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Design instrucional para atividade didática matriz
Design instrucional para atividade didática matrizDesign instrucional para atividade didática matriz
Design instrucional para atividade didática matrizVera Mln Silva
 
Curso em ead para criação de jogos virtuais
Curso em ead para criação de jogos virtuaisCurso em ead para criação de jogos virtuais
Curso em ead para criação de jogos virtuaisfrogstation
 
Dissertacao vanessa Nogueira
Dissertacao vanessa NogueiraDissertacao vanessa Nogueira
Dissertacao vanessa NogueiraPaulo Perris
 
Educação a Distância: Estudo Comparativo entre as modadlidades EaD e Presencial
Educação a Distância: Estudo Comparativo entre as modadlidades EaD e PresencialEducação a Distância: Estudo Comparativo entre as modadlidades EaD e Presencial
Educação a Distância: Estudo Comparativo entre as modadlidades EaD e PresencialRoberta Tavares
 
EXPERIMENTAÇÃO EM CIÊNCIAS NA EAD: indagação online com os professores em AVA
EXPERIMENTAÇÃO EM CIÊNCIAS NA EAD: indagação online com os professores em AVAEXPERIMENTAÇÃO EM CIÊNCIAS NA EAD: indagação online com os professores em AVA
EXPERIMENTAÇÃO EM CIÊNCIAS NA EAD: indagação online com os professores em AVAValmir Heckler
 
QUAL A IMPORTÂNCIA DA EAD NAS ORGANIZAÇÕES NO APRENDIZADO DOS COLABORADORES ?
QUAL A IMPORTÂNCIA DA EAD NAS ORGANIZAÇÕES NO APRENDIZADO DOS COLABORADORES ?QUAL A IMPORTÂNCIA DA EAD NAS ORGANIZAÇÕES NO APRENDIZADO DOS COLABORADORES ?
QUAL A IMPORTÂNCIA DA EAD NAS ORGANIZAÇÕES NO APRENDIZADO DOS COLABORADORES ?Rocha Lima
 
Manual programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em...
Manual   programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em...Manual   programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em...
Manual programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em...Robson Peixoto
 
LV (Learning Vectors) - Avaliação Formativa em EaD online (tese_gilvandenys_u...
LV (Learning Vectors) - Avaliação Formativa em EaD online (tese_gilvandenys_u...LV (Learning Vectors) - Avaliação Formativa em EaD online (tese_gilvandenys_u...
LV (Learning Vectors) - Avaliação Formativa em EaD online (tese_gilvandenys_u...Gilvandenys Leite Sales
 
Apostila Introdução à EaD (parte 2) 2013
Apostila Introdução à EaD (parte 2) 2013Apostila Introdução à EaD (parte 2) 2013
Apostila Introdução à EaD (parte 2) 2013Gonzalo Abio
 
Um modelo de suporte à avaliação formativa para ambientes de EaD.
Um modelo de suporte à avaliação formativa para ambientes de EaD.Um modelo de suporte à avaliação formativa para ambientes de EaD.
Um modelo de suporte à avaliação formativa para ambientes de EaD.TelEduc
 
Boletim Nº 27 Polo EAD ULBRA Santa Maria
Boletim Nº 27 Polo EAD ULBRA Santa MariaBoletim Nº 27 Polo EAD ULBRA Santa Maria
Boletim Nº 27 Polo EAD ULBRA Santa MariaVanessa Nogueira
 
Material Didatico Para Ead Joao Jose Saraiva Da Fonseca
Material Didatico Para Ead Joao Jose Saraiva Da FonsecaMaterial Didatico Para Ead Joao Jose Saraiva Da Fonseca
Material Didatico Para Ead Joao Jose Saraiva Da Fonsecajoao jose saraiva da fonseca
 
Guia prático para o desenvolvimento de projetos de ead
Guia prático para o desenvolvimento de projetos de eadGuia prático para o desenvolvimento de projetos de ead
Guia prático para o desenvolvimento de projetos de eaddocenciaonlinecnj
 

Destaque (20)

Orientação didaticopedagocia ead
Orientação didaticopedagocia eadOrientação didaticopedagocia ead
Orientação didaticopedagocia ead
 
Monografia Unifei designer instrucional
Monografia Unifei designer instrucionalMonografia Unifei designer instrucional
Monografia Unifei designer instrucional
 
Tutorial ined
Tutorial inedTutorial ined
Tutorial ined
 
Ead Joao Jose Saraiva Da Fonseca
Ead Joao Jose Saraiva Da FonsecaEad Joao Jose Saraiva Da Fonseca
Ead Joao Jose Saraiva Da Fonseca
 
Design instrucional para atividade didática matriz
Design instrucional para atividade didática matrizDesign instrucional para atividade didática matriz
Design instrucional para atividade didática matriz
 
Curso em ead para criação de jogos virtuais
Curso em ead para criação de jogos virtuaisCurso em ead para criação de jogos virtuais
Curso em ead para criação de jogos virtuais
 
Dissertacao vanessa Nogueira
Dissertacao vanessa NogueiraDissertacao vanessa Nogueira
Dissertacao vanessa Nogueira
 
Ead Organizacoes Joao Jose Saraiva Da Fonseca
Ead Organizacoes Joao Jose Saraiva Da FonsecaEad Organizacoes Joao Jose Saraiva Da Fonseca
Ead Organizacoes Joao Jose Saraiva Da Fonseca
 
Educação a Distância: Estudo Comparativo entre as modadlidades EaD e Presencial
Educação a Distância: Estudo Comparativo entre as modadlidades EaD e PresencialEducação a Distância: Estudo Comparativo entre as modadlidades EaD e Presencial
Educação a Distância: Estudo Comparativo entre as modadlidades EaD e Presencial
 
EXPERIMENTAÇÃO EM CIÊNCIAS NA EAD: indagação online com os professores em AVA
EXPERIMENTAÇÃO EM CIÊNCIAS NA EAD: indagação online com os professores em AVAEXPERIMENTAÇÃO EM CIÊNCIAS NA EAD: indagação online com os professores em AVA
EXPERIMENTAÇÃO EM CIÊNCIAS NA EAD: indagação online com os professores em AVA
 
QUAL A IMPORTÂNCIA DA EAD NAS ORGANIZAÇÕES NO APRENDIZADO DOS COLABORADORES ?
QUAL A IMPORTÂNCIA DA EAD NAS ORGANIZAÇÕES NO APRENDIZADO DOS COLABORADORES ?QUAL A IMPORTÂNCIA DA EAD NAS ORGANIZAÇÕES NO APRENDIZADO DOS COLABORADORES ?
QUAL A IMPORTÂNCIA DA EAD NAS ORGANIZAÇÕES NO APRENDIZADO DOS COLABORADORES ?
 
Manual programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em...
Manual   programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em...Manual   programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em...
Manual programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em...
 
LV (Learning Vectors) - Avaliação Formativa em EaD online (tese_gilvandenys_u...
LV (Learning Vectors) - Avaliação Formativa em EaD online (tese_gilvandenys_u...LV (Learning Vectors) - Avaliação Formativa em EaD online (tese_gilvandenys_u...
LV (Learning Vectors) - Avaliação Formativa em EaD online (tese_gilvandenys_u...
 
Glossario ead
Glossario eadGlossario ead
Glossario ead
 
Apostila Introdução à EaD (parte 2) 2013
Apostila Introdução à EaD (parte 2) 2013Apostila Introdução à EaD (parte 2) 2013
Apostila Introdução à EaD (parte 2) 2013
 
Didatica Ead Joao Jose Saraiva Da Fonseca
Didatica Ead Joao Jose Saraiva Da FonsecaDidatica Ead Joao Jose Saraiva Da Fonseca
Didatica Ead Joao Jose Saraiva Da Fonseca
 
Um modelo de suporte à avaliação formativa para ambientes de EaD.
Um modelo de suporte à avaliação formativa para ambientes de EaD.Um modelo de suporte à avaliação formativa para ambientes de EaD.
Um modelo de suporte à avaliação formativa para ambientes de EaD.
 
Boletim Nº 27 Polo EAD ULBRA Santa Maria
Boletim Nº 27 Polo EAD ULBRA Santa MariaBoletim Nº 27 Polo EAD ULBRA Santa Maria
Boletim Nº 27 Polo EAD ULBRA Santa Maria
 
Material Didatico Para Ead Joao Jose Saraiva Da Fonseca
Material Didatico Para Ead Joao Jose Saraiva Da FonsecaMaterial Didatico Para Ead Joao Jose Saraiva Da Fonseca
Material Didatico Para Ead Joao Jose Saraiva Da Fonseca
 
Guia prático para o desenvolvimento de projetos de ead
Guia prático para o desenvolvimento de projetos de eadGuia prático para o desenvolvimento de projetos de ead
Guia prático para o desenvolvimento de projetos de ead
 

Semelhante a Avaliação em EAD guia completo

SC - EAD - SL05 - Criação e Desenvolvimeto de Cursos
SC - EAD - SL05 - Criação e Desenvolvimeto de CursosSC - EAD - SL05 - Criação e Desenvolvimeto de Cursos
SC - EAD - SL05 - Criação e Desenvolvimeto de CursosUFPB
 
Apontamentos sobre Avaliação IHAC-UFBA
Apontamentos sobre Avaliação IHAC-UFBAApontamentos sobre Avaliação IHAC-UFBA
Apontamentos sobre Avaliação IHAC-UFBAIHAC - UFBA
 
Ficha De Caracterizacao Leitura Probl Aval Online
Ficha De Caracterizacao Leitura Probl Aval OnlineFicha De Caracterizacao Leitura Probl Aval Online
Ficha De Caracterizacao Leitura Probl Aval OnlineESTG
 
Beyond Marks And Measurement
Beyond Marks And MeasurementBeyond Marks And Measurement
Beyond Marks And Measurementlmsapereira
 
Beyond Marks And Measurement
Beyond Marks And MeasurementBeyond Marks And Measurement
Beyond Marks And Measurementlmsapereira
 
Avaliação na EaD: estamos preparados para avaliar?
Avaliação na EaD: estamos preparados para avaliar?Avaliação na EaD: estamos preparados para avaliar?
Avaliação na EaD: estamos preparados para avaliar?Enilton Ferreira Rocha
 
Proposta de design_final_de_avaliacao_mpeleanos6
Proposta de design_final_de_avaliacao_mpeleanos6Proposta de design_final_de_avaliacao_mpeleanos6
Proposta de design_final_de_avaliacao_mpeleanos6Adelaide Dias
 
Guia de elaboracao_matematica_90527
Guia de elaboracao_matematica_90527Guia de elaboracao_matematica_90527
Guia de elaboracao_matematica_90527elannialins
 
Avaliar Para Quê
Avaliar Para QuêAvaliar Para Quê
Avaliar Para QuêPaula Peres
 
Proposta De Modelo De Avaliacao(4)
Proposta De Modelo De Avaliacao(4)Proposta De Modelo De Avaliacao(4)
Proposta De Modelo De Avaliacao(4)Maria Leal
 
Estudo e reflexão sobre avaliação biologia 2013
Estudo e reflexão sobre avaliação   biologia 2013Estudo e reflexão sobre avaliação   biologia 2013
Estudo e reflexão sobre avaliação biologia 2013Fernanda Rezende Pedroza
 
Relato Experiência Taxonomia SOLO
Relato Experiência Taxonomia SOLORelato Experiência Taxonomia SOLO
Relato Experiência Taxonomia SOLOCamilo Almendra
 
Proposta De Modelo De Avaliacao 3
Proposta De Modelo De Avaliacao 3Proposta De Modelo De Avaliacao 3
Proposta De Modelo De Avaliacao 3Maria Leal
 
Tcc ii curso análise e desenvolvimento de sistemas
Tcc ii curso análise e desenvolvimento de sistemasTcc ii curso análise e desenvolvimento de sistemas
Tcc ii curso análise e desenvolvimento de sistemasCarlos Eduardo Kadu
 
2ª Unidade PlanificaçãO
2ª Unidade PlanificaçãO2ª Unidade PlanificaçãO
2ª Unidade PlanificaçãOguest0d6192
 
2ª Unidade PlanificaçãO
2ª Unidade PlanificaçãO2ª Unidade PlanificaçãO
2ª Unidade PlanificaçãOguest0d6192
 
# Avaliação Formativa em Ambientes de EaD
# Avaliação Formativa em Ambientes de EaD# Avaliação Formativa em Ambientes de EaD
# Avaliação Formativa em Ambientes de EaDTelEduc
 

Semelhante a Avaliação em EAD guia completo (20)

SC - EAD - SL05 - Criação e Desenvolvimeto de Cursos
SC - EAD - SL05 - Criação e Desenvolvimeto de CursosSC - EAD - SL05 - Criação e Desenvolvimeto de Cursos
SC - EAD - SL05 - Criação e Desenvolvimeto de Cursos
 
Apontamentos sobre Avaliação IHAC-UFBA
Apontamentos sobre Avaliação IHAC-UFBAApontamentos sobre Avaliação IHAC-UFBA
Apontamentos sobre Avaliação IHAC-UFBA
 
Ficha De Caracterizacao Leitura Probl Aval Online
Ficha De Caracterizacao Leitura Probl Aval OnlineFicha De Caracterizacao Leitura Probl Aval Online
Ficha De Caracterizacao Leitura Probl Aval Online
 
Beyond Marks And Measurement
Beyond Marks And MeasurementBeyond Marks And Measurement
Beyond Marks And Measurement
 
Beyond Marks And Measurement
Beyond Marks And MeasurementBeyond Marks And Measurement
Beyond Marks And Measurement
 
Avaliação na EaD: estamos preparados para avaliar?
Avaliação na EaD: estamos preparados para avaliar?Avaliação na EaD: estamos preparados para avaliar?
Avaliação na EaD: estamos preparados para avaliar?
 
Proposta de design_final_de_avaliacao_mpeleanos6
Proposta de design_final_de_avaliacao_mpeleanos6Proposta de design_final_de_avaliacao_mpeleanos6
Proposta de design_final_de_avaliacao_mpeleanos6
 
Proposta de design_final_de_avaliação
Proposta de design_final_de_avaliaçãoProposta de design_final_de_avaliação
Proposta de design_final_de_avaliação
 
Guia de elaboracao_matematica_90527
Guia de elaboracao_matematica_90527Guia de elaboracao_matematica_90527
Guia de elaboracao_matematica_90527
 
Avaliar Para Quê
Avaliar Para QuêAvaliar Para Quê
Avaliar Para Quê
 
Proposta De Modelo De Avaliacao(4)
Proposta De Modelo De Avaliacao(4)Proposta De Modelo De Avaliacao(4)
Proposta De Modelo De Avaliacao(4)
 
Estudo e reflexão sobre avaliação biologia 2013
Estudo e reflexão sobre avaliação   biologia 2013Estudo e reflexão sobre avaliação   biologia 2013
Estudo e reflexão sobre avaliação biologia 2013
 
Relato Experiência Taxonomia SOLO
Relato Experiência Taxonomia SOLORelato Experiência Taxonomia SOLO
Relato Experiência Taxonomia SOLO
 
AVALIAÇÃO ESTADUAL Comparada às Nacionais: SAEB e ENEM
AVALIAÇÃO ESTADUAL Comparada às Nacionais: SAEB e ENEMAVALIAÇÃO ESTADUAL Comparada às Nacionais: SAEB e ENEM
AVALIAÇÃO ESTADUAL Comparada às Nacionais: SAEB e ENEM
 
Proposta De Modelo De Avaliacao 3
Proposta De Modelo De Avaliacao 3Proposta De Modelo De Avaliacao 3
Proposta De Modelo De Avaliacao 3
 
Tcc ii curso análise e desenvolvimento de sistemas
Tcc ii curso análise e desenvolvimento de sistemasTcc ii curso análise e desenvolvimento de sistemas
Tcc ii curso análise e desenvolvimento de sistemas
 
2ª Unidade PlanificaçãO
2ª Unidade PlanificaçãO2ª Unidade PlanificaçãO
2ª Unidade PlanificaçãO
 
2ª Unidade PlanificaçãO
2ª Unidade PlanificaçãO2ª Unidade PlanificaçãO
2ª Unidade PlanificaçãO
 
Apêndice 1
Apêndice 1Apêndice 1
Apêndice 1
 
# Avaliação Formativa em Ambientes de EaD
# Avaliação Formativa em Ambientes de EaD# Avaliação Formativa em Ambientes de EaD
# Avaliação Formativa em Ambientes de EaD
 

Mais de Marcelo Henderson Salles

Práticas socioculturais e discurso resende pereira-2010
Práticas socioculturais e discurso  resende pereira-2010Práticas socioculturais e discurso  resende pereira-2010
Práticas socioculturais e discurso resende pereira-2010Marcelo Henderson Salles
 
Giving knowledge for free the emergence of open educational resources
Giving knowledge for free   the emergence of open educational resourcesGiving knowledge for free   the emergence of open educational resources
Giving knowledge for free the emergence of open educational resourcesMarcelo Henderson Salles
 
Fundamentos da educacao a distancia midias e ambientes virtuais
Fundamentos da educacao a distancia midias e  ambientes virtuaisFundamentos da educacao a distancia midias e  ambientes virtuais
Fundamentos da educacao a distancia midias e ambientes virtuaisMarcelo Henderson Salles
 

Mais de Marcelo Henderson Salles (20)

atividade-mitose-pdf
atividade-mitose-pdfatividade-mitose-pdf
atividade-mitose-pdf
 
Como fazer uma apresentação
Como fazer uma apresentaçãoComo fazer uma apresentação
Como fazer uma apresentação
 
Web2
Web2Web2
Web2
 
Tecnologia educacional-livro
Tecnologia educacional-livroTecnologia educacional-livro
Tecnologia educacional-livro
 
Tecn aprend vol1
Tecn aprend vol1Tecn aprend vol1
Tecn aprend vol1
 
Strategy ebooknew
Strategy ebooknewStrategy ebooknew
Strategy ebooknew
 
Práticas socioculturais e discurso resende pereira-2010
Práticas socioculturais e discurso  resende pereira-2010Práticas socioculturais e discurso  resende pereira-2010
Práticas socioculturais e discurso resende pereira-2010
 
Objetos de aprendizagem
Objetos de aprendizagemObjetos de aprendizagem
Objetos de aprendizagem
 
Multimida na educação
Multimida na educaçãoMultimida na educação
Multimida na educação
 
Moodle
MoodleMoodle
Moodle
 
Moodle estategias pedagogicas
Moodle estategias pedagogicasMoodle estategias pedagogicas
Moodle estategias pedagogicas
 
Material didatico impresso_ead
Material didatico impresso_eadMaterial didatico impresso_ead
Material didatico impresso_ead
 
Manual rede
Manual redeManual rede
Manual rede
 
Inclusão digital
Inclusão digitalInclusão digital
Inclusão digital
 
Giving knowledge for free the emergence of open educational resources
Giving knowledge for free   the emergence of open educational resourcesGiving knowledge for free   the emergence of open educational resources
Giving knowledge for free the emergence of open educational resources
 
Gestao de cursos a distancia
Gestao de cursos a distanciaGestao de cursos a distancia
Gestao de cursos a distancia
 
Fundamentos de-educacao-a-distancia
Fundamentos de-educacao-a-distanciaFundamentos de-educacao-a-distancia
Fundamentos de-educacao-a-distancia
 
Fundamentos da educacao a distancia midias e ambientes virtuais
Fundamentos da educacao a distancia midias e  ambientes virtuaisFundamentos da educacao a distancia midias e  ambientes virtuais
Fundamentos da educacao a distancia midias e ambientes virtuais
 
Engaging interactions for e learning
Engaging interactions for e learningEngaging interactions for e learning
Engaging interactions for e learning
 
E learning strategy
E learning strategyE learning strategy
E learning strategy
 

Avaliação em EAD guia completo

  • 1. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad EaD Editar Anexar Impressão Iniciar sessão ou Você está aqui: TWiki > Web EaD > LivroAvaliacaoEmEad r7 - 18 Feb 2011 - 08:23:02 - Main.PeterStone Registro , create new tag Web EaD Índice Criar Novo Tópico Índice 1 - Direitos autorais e licenciamento Busca 2 - Avaliação como motivação para a aprendizagem Alterações 2.1 - Introdução Notificações 2.2 - O que é ensinar? Estatísticas 2.3 - Educação a distância – contexto, limites e possibilidades. Preferências 2.4 - A interface aluno - professor 2.5 - Como avaliar a aprendizagem Webs 2.6 - Avaliar na educação a distância. BrOffice 2.7 - Conclusão EaD 3 - Avaliação diagnóstica GrupoJava 3.1 - Os três tipos de avaliação GrupoLinux 3.1.1 - Avaliação Diagnóstica GrupoLogica 3.1.2 - Avaliação Formativa GrupoWeb 3.1.3 - Avaliação Somativa Main 3.2 - Função da avaliação diagnóstica Ruby 3.3 - Por que tanta ênfase nas avaliações somativas? SGBD 3.4 Aplicando avaliações diagnósticas SO 3.5 - Avaliações diagnósticas para EaD: ATTLS e COLLES Sandbox 3.6 - A importância de cada tipo de avaliação TWiki 3.7 - Considerações finais Wikeditora 4 - Avaliação formativa WikiEdu 4.1 - Introdução 4.2 - Para que serve a avaliação formativa: discutindo o processo 4.3 - Acompanhando e Rastreando o processo de aprendizagem do aluno em EaD 4.4 - Instrumentos de avaliação 4.5 - Formação avaliativa pressupõe feedback 4.6 - Desafios de personalizar, contextualizar e gerar estratégias de feedback 4.7 - Avaliação Formativa na ótica de Otto Peters 5 - Avaliação somativa 5.1 - Introdução 5.2 - Enfoques 5.3 - Critérios para Elaboração 5.4 - Escopo de Avaliação 5.5 - Avaliação Somativa em Ambientes Virtuais de Aprendizagem 5.6 - A Importância da Avaliação Somativa 6 - Subjetividade da avaliação 6.1 - Objetividade, subjetividade e intersubjetividade na avaliação 6.2 - Mediação semiótica 6.3 - Dizeres, saberes e fazeres da avaliação 6.4 - Em síntese, mas não concluindo 7 - Avaliação Ergonômica 7.1 - Relação entre Avaliação ergonômica, Avaliação Contínua e Avaliação Formativa 7.2 - Avaliando a Ergonomia do Material didático 7.3 - Considerações Finais 8 - Avaliação de aprendizagens 8.1 Um Breve Relato sobre Avaliação de Aprendizagens em EAD Uma visão panorâmica da origem da avaliação de aprendizagem 8.2 - Avaliação de Aprendizagens exige um novo conceito em Ambientes Virtuais de Ensino- Aprendizagem 8.3 - Avaliação e Aprendizagens Significativas 8.4 - Qualificação x Classificação 9 - Avaliação curricular 9.1 - Introdução 9.2 - O que é um currículo em EAD 9.3 - Avaliando o currículo 9.4 - A EaD no Brasil 9.5 - Novos papeis pra o Professor e aluno 9.6 - O atendimento ao aluno via instrumento de aprendizagem 9.7 - Considerações finais 1 de 81 29/9/2011 16:27
  • 2. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad 10 - Avaliação de competências 10.1 - A Avaliação de Competências no contexto do Ensino Superior a Distância 10.1.1 - O Planejamento da Avaliação sob a ótica do ciclo PDCA 10.1.2 - O Treinamento do Professor 10.2 - Competências e Habilidades 10.2.1 - O que são Competências? 10.2.2 - Diferença fundamental entre Habilidade e Competência 10.3 - O Processo de Avaliação de Competências 10.3.1 - A metodologia A2Comp para Avaliação de Competências 10.3.2 - O Ambiente AulaNet e a Avaliação de Competências 10.4 - Avaliação de Competências X Avaliação de Desempenho 11 - Avaliação colaborativa 11.1 - Introdução 11.2 - A Interatividade 11.3 - A avaliação colaborativa 11.4 - Conclusão 12 - Avaliação da interatividade 12.1 - Interação versus Interatividade 12.2 - Avaliação da Interatividade em Ambientes de EaD 12.3 - A abordagem téorico-construtivista 12.4 - Circunstância da aprendizagem 12.5 - Recursos tecnológicos 12.6 - Suporte ao aluno 12.7 - Interatividade do estudo 12.8 - Instrumentos para avaliação 12.9 - O processo de avaliação 13 - Avaliação de softwares educativos 13.1 - Introdução 13.2 - Base Pedagógica de um Software Educativo 13.3 - Classificação 13.3.1 - Tutoriais 13.3.2 - Exercícios e Práticas 13.3.3 - Programação 13.3.4 - Aplicativos 13.3.5 - Multimídia e Internet 13.3.6 - Simulação e Modelagem 13.3.7 - Jogos 13.4 - Outros critérios de classificação 13.4.1 - Classificação por níveis de Aprendizagem 13.4.2 - Classificação de acordo com a função 13.4.3 - Classificação segundo os Fundamentos Educativos 13.5 - Avaliação de um software 13.6 - Papel do Professor na avaliação dos Softwares 14 - Avaliação de sistemas de EaD 14.1 - Direcionando nosso olhar 14.2 - A importância da Avaliação no contexto educacional 14.3 - Os principais indicadores de um projeto em Ead 14.4 - Os sistemas em Ead 14.5 - Conclusão 14.6 - Referências: 15 - Avaliação de recursos audiovisuais para EaD 15.1 - Introdução 15.2 - Por que usar o audiovisual? 15.3 - Audiovisual e público-alvo 15.4 - Produção audiovisual 15.5 - Estudo de caso: a TV Escola 15.6 - Novo cenário 15.7 - Conclusão 16 - Avaliação de AVAs 16.1 - Concepções Gerais 16.2 - Qualidade de AVA 16.3 - AVA e Recursos 16.4 - Avaliação on-line (Avaliação Em AVA) 17 - Avaliação de chats 17.1 - Avaliando chats - uma mudança no processo de avaliação nos cursos a distância 17.2 - Avaliar para quem? 17.3 - Mudando as formas de avaliar em cursos a distância 17.4 - Bibliografia. 18 - Avaliação de fóruns de discussão 2 de 81 29/9/2011 16:27
  • 3. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad 18.1 - Introdução 18.2 - Relação entre Avaliação e Planejamento 18.3 - Desafios da Avaliação em EAD 18.4 - A avaliação da aprendizagem em Fóruns de Discussão 18.5 - Fórum de Discussão, utilizado como Recurso Avaliativo. 18.6 - Procedimentos para Construção e Desenvolvimento do Fórum de Discussão 18.6.1 - Critérios Avaliativos 18.7 - Dinâmica de Gerenciamento de Fóruns 18.8 - Regulamentando Fórum de Discussão 18.9 - Pensar o Fórum – Docente e Discente 18.10 - Pensar o Fórum - Discente 18.11 - Referências 19 - Avaliação de blogs educativos 19.1 - Introdução 19.2 - Avaliação e suas formas 19.3 - Avaliação em EaD 19.4 - Utilizando Blogs 19.5 - Avaliação e Blogs em educação 19.6 - Considerações finais 20 - Avaliação do professor 20.1 - REFERÊNCIAS 21 - Avaliação do tutor 21.1 - A Tutoria na visão de Otto Peters 21.2 - Avaliação – o papel do Tutor nesse processo 21.3 - Referências Bibliográficas usadas nesse capítulo 22 - Referências Bibliográficas 23 Comentários, sugestões e dúvidas 1 - Direitos autorais e licenciamento Direitos autorais © 2003 - 2006, por cada autor de capítulo e seus respectivos colaboradores. Este trabalho está licenciado separadamente por capítulos sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ ou envie uma carta para Creative Commons, 559 Nathan Abbott Way, Stanford, California 94305, USA. Atribuição-Uso Não-Comercial-Compatilhamento pela mesma licença 2.0 Brasil Você pode: copiar, distribuir, exibir e executar a obra criar obras derivadas Sob as seguintes condições: Atribuição: Você deve dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante. Uso Não-Comercial: Você não pode utilizar esta obra com finalidades comerciais. Compartilhamento pela mesma Licença: Se você alterar, transformar, ou criar outra obra com base nesta, você somente poderá distribuir a obra resultante sob uma licença idêntica a esta. Para cada novo uso ou distribuição, você deve deixar claro para outros os termos da licença desta obra. Qualquer uma destas condições podem ser renunciadas, desde que Você obtenha permissão do autor. Qualquer direito de uso legítimo (ou "fair use") concedido por lei, ou qualquer outro direito protegido pela legislação local, não são em hipótese alguma afetados pelo disposto acima. Este é um sumário para leigos da Licença Jurídica, acessível na íntegra em: http://creativecommons.org/licenses 3 de 81 29/9/2011 16:27
  • 4. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad /by-nc-sa/2.5/br/legalcode A Licença Simplificada não é uma licença propriamente dita. Ela é apenas uma referência útil para entender a Licença Jurídica (a licença integral) - ela é uma expressão dos seus termos-chave que pode ser compreendida por qualquer pessoa. A Licença Simplifica em si não tem valor legal e seu conteúdo não aparece na licença integral. O Creative Commons não é um escritório de advocacia e não presta serviços jurídicos. A distribuição, exibição ou inclusão de links para esta Licença Simplificada não estabelece qualquer relação advocatícia. 2 - Avaliação como motivação para a aprendizagem Eliane Vasconcellos Garcia Duarte 2.1 - Introdução “Eu quase nada sei, mas desconfio de muita coisa”. Guimarães Rosa Vivemos na contemporaneidade, com um cenário sócio-econômico fortemente influenciado pela globalização econômica, exigindo dos indivíduos uma postura ativa no sentido de se adaptar e sobreviver a uma realidade de constantes e profundas mudanças políticas, econômicas, educacionais e sociais. Exigindo, para que possamos acompanhá-las, uma constante reciclagem, absorvendo novos conhecimentos e, também, quebrando paradigmas. As implicações das mudanças no ambiente em que vivemos são profundas e inquietantes, tanto do ponto de vista pessoal quanto empresarial, e nos chamam a atenção para o fato de que manter-se “atualizado” é, antes de tudo, uma questão de sobrevivência. Também é necessário lembrar que embora vivamos em uma era de grandes avanços tecnológicos, onde a velocidade da informação é influenciada pelo desenvolvimento das TIC’s e o uso de máquinas está presente em nosso cotidiano, o aumento da produtividade não é função somente de tais ingredientes. Exige de todos nós uma forma de ver, sentir e organizar a sociedade. Vendo por este prisma, a educação a distância possibilita uma alternativa viável de oferecer educação para esta demanda crescente por conhecimento. Segundo Drucker (1992), “a produtividade dos grupos que hoje dominam a força de trabalho, trabalhadores com conhecimento e trabalhadores em serviços, será o maior e mais difícil desafio a ser enfrentado pelos gerentes nos países em desenvolvidos nas próximas décadas. E o trabalho sério, a respeito dessa intimidante tarefa, apenas começou. A explosão da produtividade, também pagou pela expansão da educação, de dez vezes. A produtividade transformou-se na riqueza das nações”. Na era do conhecimento a questão da produtividade está intimamente atrelada à questão do aprendizado, e ao analisarmos a história e a evolução da Administração veremos que a ênfase sempre foi no aumento da produtividade, basta para tanto um estudo mais detalhado das idéias de Taylor, Fayol e seus contemporâneos, embora as ações desenvolvidas a partir desses estudos somente contribuíssem para o aumento da produção. Hoje em dia é amplamente aceita, embora ainda não seja praticada de forma irrestrita, a teoria de que o conhecimento que o trabalhador tem do seu trabalho é o ponto de partida para a elevação conjunta da qualidade, da produtividade e do desempenho. Ainda segundo Drucker [7], “mais duas lições que Taylor e Mayo não conheciam: a maior produtividade necessita de aprendizado contínuo. Não basta reprojetar a função e treinar o trabalhador em uma nova maneira de executá-la – o que pregava Taylor. Tem início o aprendizado, o qual nunca é um produto acabado. Na verdade, o maior beneficio do treinamento não está em aprender o novo. Está em se fazer melhor aquilo que já fazemos bem. E, igualmente importante, uma constatação recente: as pessoas que trabalham com conhecimentos e serviços aprendem mais quando ensinam. A melhor maneira de aumentar a produtividade de um grande vendedor é faze-lo apresentar os segredos do meu sucesso” numa convenção de vendas. A melhor maneira de um cirurgião melhorar seu desempenho é fazer uma palestra a esse respeito na associação médica. Fala-se muito que, na era da informação, toda Empresa deve transformar-se numa instituição de aprendizado. “Ela também deve se transformar em uma instituição de ensino”. O processo educacional é essencial para o ser humano. “O homem é um ser perfectível, um ser de cultura e dependente da educação para levar à plenificação a sua inteligência e a sua vontade a fim de vir a ser ele mesmo.” (Niskier [25]) damos para aprender, para crescer, para nos informar, para questionar, para socializar-nos, enfim para sermos um cidadão. Não basta que o ensino transmita apenas habilidades e conhecimentos já alcançados, mas que eduque o indivíduo transformando-o num homem completo. Portanto, podemos claramente perceber o papel da educação na sociedade em que vivemos, e para tanto é necessário que todos os envolvidos, principalmente os educadores, avaliem o contexto em que atuam e procurem desenvolver métodos e soluções para garantir a efetividade do ensino e do aprendizado. 2.2 - O que é ensinar? “Educar todas as crianças não é tão importante quanto despertar nelas o desejo de aprender.” (John Lubbock, 1834-1913) 4 de 81 29/9/2011 16:27
  • 5. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad Procuramos enfatizar um ambiente onde está em curso um processo de mudanças tão radicais e velozes que as instituições de ensino, a exemplo do que vem ocorrendo em outras áreas, terão de redefinir seu papel e seus objetivos. Nas observações de alguns futuristas, o grande objetivo da educação será capacitar os indivíduos a: Assumir responsabilidades sobre o seu próprio futuro. Adquirir conhecimento básico que viabilize suas necessidades de reaprender continuamente e com maior rapidez. Neste contexto a grande tarefa do educador e professor é desenvolver ações para garantir que o aprendizado ocorra e que o aluno possa utilizar, de forma efetiva, os conhecimentos transferidos em sala de aula. De acordo com Jeanette Voss, em seu livro Revolucionando a Aprendizagem (São Paulo: Makron, 19XX), o ser humano aprende, em média, 10% pelo que lê; 15% pelo que ouve e 80% pelo que vivencia. Significa que temos sistematicamente negligenciado o fator mais importante, que é a participação ativa do aluno no processo. Vivenciar é mudar o foco de ensinar para aprender. Isto faz do aluno o grande responsável pelo que aprende, transformando-o em exigente “consumidor de conhecimento”. Neste cenário, não haverá lugar para currículos massificados, pois os educadores devem estar voltados para transmitir, na medida do possível, exatamente aquilo que o aluno necessita. Segundo Lima [19], “o professor não ensina, ajuda o aluno a aprender”. Reforçando esta afirmativa relembramos o filme “A Sociedade dos Poetas Mortos” onde o Professor protagonizado por Robin Williams enfatiza que “Educar é ensinar a pensar sozinho”. Para tanto, vemos na EAD uma modalidade que enfatiza o texto acima, onde segundo Peters [29] _“numa visão tradicional, sob ponto de vista didático, o processo de ensino e aprendizagem tem uma ligação mais ou menos integrada de formas do aprendizado no estudo em sala de aula, pois consta de”: Aprender por meio de leitura e material impresso. Aprender por meio do estudo dirigido. Aprender por meio do trabalho científico autônomo. Aprender por meio da comunicação pessoal. Aprender por meio de meios auditivos e audiovisuais. Aprender por meio da participação em tradicionais ofertas de ensino acadêmico.”_ Durante o processo de ensino-aprendizagem existem fatores intervenientes que devem ser considerados para que o resultado seja o mais efetivo possível. Esses fatores podem ser resumidos conforme abaixo: Por parte do aluno. O seu desejo de aprender e o nível de conhecimentos que já possui; além disso, é importante também considerarmos que a relação entre aluno x professor, e a atitude do aluno com relação ao conteúdo que se deseja ensinar, são também pontos importantes; Quanto ao assunto a ser ensinado. A estrutura do conteúdo que será transmitido, os requisitos para que a aprendizagem se efetive (conceitos, associação, princípios, etc.), e a ordem de apresentação dos assuntos; Por parte do Professor. Os componentes da situação, a forma como verbaliza o conteúdo durante a transmissão, sua postura e entusiasmo com relação à disciplina, sua postura como exemplo a ser seguido e, as informações que ele transmite ao aluno acerca de seu progresso no processo de aprendizagem. Ao longo dos últimos anos a prática docente vem se reformulando com o propósito de se adequar às mudanças do ambiente, e também obter melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem com o uso de recursos e métodos mais apropriados ao mundo em que vivemos e às posturas dos alunos que entram em nossas salas de aula (presencial ou virtual). Uma comparação entre a antiga x nova práxis docente pode ser resumidamente apresentada: Antigo Novo Aula Orientação Transmitir Construir Copiar Participar Prova Elaboração própria Verdade Aproximação Nesse contexto podemos fazer uma representação esquemática da visão do processo de ensino-aprendizagem: 5 de 81 29/9/2011 16:27
  • 6. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad 2.3 - Educação a distância – contexto, limites e possibilidades. Para tanto a educação a distância é uma poderosa ferramenta, dentro do ambiente educacional, com possibilidades de atender a um número quase ilimitado de alunos, com uma metodologia mais efetiva do que as outras modalidades e com a garantia de que os serviços ofertados não perderão qualidade independente da quantidade crescente de alunos. Desde a década de 60 a educação a distância vem sinalizando, que é uma nova modalidade de ensino nada convencional, comparativamente aos outros modelos, tendo ainda um grande espaço a ocupar. Com uma grande vantagem competitiva, o atendimento de um número excessivamente grande de alunos, com grande chance de ser eficiente, eficaz e com qualidade garantida, atendendo plenamente aos anseios de universalização do ensino no Brasil pelas instituições educacionais, com uma demanda cada vez maior e considerando também a condição sócio- econômica do alunado, ficam impossibilitados fisicamente de atender a procura. Dotar as instituições de uma modalidade como a educação à distância, é oferecer a demanda sempre crescente de pessoas ávidas por conhecimento, de um instrumento de ensino e treinamento, ágil, célere e qualitativamente melhor com a garantia de que o conhecimento gerado intensamente pela ciência e cultura humana tem um meio apropriado a sua permanente atualização será propagada de forma rápida e fiel. Segundo Keegan [16] (p.11), “a educação a distância não apareceu no vácuo da educação tradicional, ela tem uma longa história de experimentações, sucessos e fracassos. Podemos considerar que as cartas de Platão e as epístolas de São Paulo como um meio de informação e conhecimento, portanto de educação à distância, todavia temos evidências mais recentes, pois a partir do século XVIII já temos sinais do seu uso, muito embora somente no meado do século XIX, a utilização de educação por correspondência foi largamente utilizada”. Se considerarmos que nos dias atuais a utilização de multimeios, como simuladores on-line em rede de computadores, sistemas de dados em voz-imagem via satélite ou por cabos de fibra ótica, formas avançadas de comunicação e que podem servir de interação entre o aluno e o centro produtor, podemos deduzir o grande potencial que a educação a distância tem para transformar a história da educação no nosso país. No inicio do século XX, o ensino por correspondência foi a melhor alternativa encontrada dentre as varias experiências adotadas pelos educadores, e posteriormente com a introdução do rádio, o grande meio de comunicação utilizado para a divulgação do ensino à distância, principalmente no meio rural, onde diversos projetos foram desenvolvidos objetivando alcançar aluno do interior carente de conhecimento, o EAD foi consolidado como a grande revolução do ensino no Brasil. Os nossos grandes exemplos foram à fundação, em 1939, do Instituto Rádio-Monitor, e em 1941, o Instituto Universal Brasileiro, que alavancaram de forma agressiva, vários projetos com algum sucesso. Entretanto, como temos um traço cultural constante nesta área que é a descontinuidade dos projetos, notadamente no âmbito governamental, os resultados foram se perdendo no tempo e consequentemente os projetos foram diminuindo ou interrompidos definitivamente. Um belo exemplo do uso do EAD foi à utilização do código Morse, método desenvolvido por F. Keller em 1943, destaque entre os vários métodos utilizados para uma capacitação rápida dos recrutas norte-americanos durante a 6 de 81 29/9/2011 16:27
  • 7. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad II Guerra Mundial na recepção de mensagens, que mesmo após o seu termino teve uma ampla e universal utilização, principalmente para a integração social dos atingidos pelos efeitos da guerra na sua nova capacidade laboral, vez que a migração do campo para a reconstrução dos grandes centros pela população exigia uma rápida forma de transmissão de informações. No Brasil as “escolas radiofônicas”, desenvolvidas a partir do MEB - Movimento de Educação de Base, programa voltado para alfabetização e acompanhamento dos primeiros passos dos milhares de jovens e adultos, notadamente no Norte e Nordeste do País, foi sem dúvida o grande destaque entre os projetos voltados para a EAD. Mas, a repressão política que foi imposta a partir do golpe militar de 1964, fez com que o projeto fosse abandonado, esvaindo-se assim todos os esforços e ideais de educação de massa. Mas, uma ferramenta com tantas vantagens não poderia arrefecer no seu crescimento, assim é que a partir dos meados dos anos 60, a EAD deu um grande salto no campo da educação secundaria e superior, começando pela Europa, na França e Inglaterra, tendo posteriormente alcançado os demais continentes. Somando-se a estas podemos acrescentar a Universidade Nacional Aberta, da Venezuela; Universidade Nacional de Educação a Distância, da Espanha; o Sistema de Educação a Distância, da Colômbia; a Universidade de Athabasca, no Canadá; a Universidade para Todos os Homens e as 28 Universidades locais de televisão da China Popular, entre muitas outras. Atualmente milhões de estudantes são atendidos, em mais de 80 paises nos cincos continentes, nos diversos níveis de ensino, seja pelo sistema formal ou não-formal, consolidando a EAD como um grande instrumento de formação. Os próprios professores são treinados e aperfeiçoados através da EAD, como é o caso do México, Tanzânia, Nigéria, Angola e Moçambique. Vários cursos, não formais de ensino, para adultos, nas áreas de saúde, agricultura e previdência social, são oferecidos tanto pela iniciativa privada como pelos Governos. O numero de empresas e instituições desenvolvendo cursos e treinamentos voltados para o desenvolvimento dos seus recursos humanos, através da EAD é cada vez maior. Na Europa o treinamento de pessoal, principalmente na área financeira, é investido de forma cada vez mais vigorosa, por se acreditar que seja a melhor forma de obter maior produtividade e uma grande redução de custos (Nunes, 1992 a). Nos Estados Unidos, quando em 1993 assumiu novo governo, os investimentos em formação e treinamento de pessoal foram a grande arma utilizada para melhorar o desempenho de um modo geral e a EAD foi o grande canal que contribuiu para o sucesso do programa desenvolvido na época. A experiência brasileira: governamental, não-governamental ou privada, nas últimas décadas tem tido o envolvimento de um bom número de técnicos, grandes recursos financeiros, contudo os resultados ainda não espelham o grande esforço feito para consolidar a EAD no cenário nacional. No Brasil algumas empresas são destaques no tema; tal como a Petrobrás, que no período entre 1998 a 2001 formou, via Internet, no curso de escolarização básica 4.500 colaboradores. A Empresa possui 40 salas de videoconferência espalhadas pelo país, sendo uma delas no meio da selva Amazônica, às margens do rio Urucu, a 600 km de Manaus. Alguns fatores têm contribuído decisivamente para que a não aceitação aconteça, tais como: descontinuidade dos projetos, a ausência de memória administrativa pública brasileira e receio em se adotar procedimentos mais rigorosos e científicos de avaliação de programas e projetos. Dentro deste contexto podem-se estabelecer alguns fatores que limitam e dificultam a atuação da EAD como ferramenta da educação: População Dispersa. Considerando algumas razões como posição geográfica, condições de emprego, incapacidade física, etc., os alunos, notadamente os adultos, tem de um lado necessidade de continuar com seus estudos, procurando aperfeiçoar-se, ou outros motivos; por outro lado estas características dificultam bastante o aprendizado e a comunicação do aluno do EAD com seus professores; População Adulta. Na sua grande maioria os alunos do EAD já estão na fase adulta, apresentando peculiaridades, todavia o programa educativo deve prever que também se terão alunos crianças e jovens, o que exige um material completo que atenda a todos de uma forma equacionada; Material Único. Todos os alunos recebem o mesmo programa e material, independente da idade, do conhecimento intelectual, região geográfica, etc., talvez seja este um grande diferencial se compararmos com a educação presencial. Como o aluno conta com pouco apoio externo, na EAD ele passa a ser o centro de todo o processo de ensino; Cursos pré-produzidos. Como a produção dos cursos é centralizada, uma grande limitação é a possibilidade de alguma mudança ao longo da sua execução, pois aos alunos são fornecidos materiais impressos, combinando com suplementos de periódicos e revistas, livros adicionais, rádio, televisão, filmes, multimídia, etc., todavia de um modo geral sem sofrer alterações que possam adequar-se a este ou aquele aluno, como eventualmente acontece na educação presencial; Comunicação Massiva. Na medida em que os programas na EAD objetivam alcançar um grande número de alunos, nos lugares mais remotos do país, algumas dificuldades são imperiosas, como por exemplo, a linguagem a ser utilizada, pois como sabemos a cada região agregada ao curso, novos sotaques e gírias, termos específicos do lugar, desconhecimento de outros termos apresentados nos materiais, vão aparecendo e como o programa é formatado de maneira definitiva para aquele curso os alunos têm uma grande dificuldade de entendimento e adaptação; 7 de 81 29/9/2011 16:27
  • 8. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad Estudo Individualizado. Muito embora nada impeça que o aluno procure ajuda de outros alunos, na prática o que acontece na EAD é o aluno desenvolver seu curso de forma isolada sem a integração grupal às vezes necessária, para a troca de conhecimentos e experiências, para melhor desenvolver um determinado tema. Outro aspecto que dificulta o aluno é a adaptação ao método EAD, uma vez que na sua grande maioria, estão habituados ao encontro presencial e quando se vêem sozinhos diante do grande desafio que é estudar de forma autônoma, se sentem inseguros e sem muita certeza que terão capacidade para concluir os estudos. Custos. Como acontecem em qualquer outra atividade, o investimento para a estruturação de um projeto é elevado e necessita que atinja um número muito grande de uma população estudantil, para justificar sua realização. Independente destes aspectos, cada vez mais os profissionais têm necessidade de se tornarem alunos vitalícios, e de se manterem permanentemente qualificados, para atenderem às exigências crescentes do mercado de trabalho. Assim, o processo de educação continuada é imprescindível e, aliado às dificuldades de encontrar tempo para concretizar sua educação formal, abre grandes perspectivas para projetos de educação à distância no Brasil. A EAD além de apresentar suas características próprias, nos leva a refletir sobre aspectos básicos relativos às suas possibilidades e limitações, a saber: A EAD não surgiu para substituir a educação tradicional, mas sim complementar. A ênfase da EAD não é mais no professor, e sim, cada vez mais, no aluno. O foco não é mais no ensinar, e sim no aprender a aprender. A EAD traz consigo a necessidade de mudança no paradigma tradicional, seja no aspecto do ensino, da absorção do conhecimento, da relação professor – aluno, e principalmente nas questões ligadas à avaliação. Nenhuma metodologia de EAD funciona sem interatividade, e para tanto há necessidade de haver escala, pois do contrário o projeto não tem como se viabilizar economicamente. 2.4 - A interface aluno - professor “Ninguém começa a ser educador numa certa Terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou é marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma como educador permanente, na prática e na reflexão sobre a prática”. (Freire, 1986) Na EAD a relação no processo de docente tem tríplices aspectos: professor, educador e tutor. O professor se projeta quando colabora com o estudante para acordar a crítica e a criatividade, quando são colocadas no plano de julgamento e aproveitamento do já vivenciado. O educador assume seu papel, quando o foco principal são os valores que induzem à autonomia. Desta visão, os dois papéis se concretizam no processo docente. Em outras palavras, tratando-se de construção do saber, a docência é marcada pelo trabalho de estruturar os componentes de estudo, orientar, estimular e provocar o participante a construir o seu próprio saber, partindo do princípio de que não há resposta feita, a cada um compete “criar” um pronunciamento pessoal. Na docência há uma dimensão de busca que perpassa a aprendizagem e caracteriza-se como uma presença. A presença é representada como um campo em que podem conviver o passado e o futuro, subsidiando projeções a serem vividas autonomamente. A docência caracteriza-se por seu caráter solidário e interativo, possibilitando o relacionamento da pessoa como um ser existente e vivenciado como eu, tu, nós e outros, do que decorre em conjunto de dificuldades, inclusive para colocar-se “entre” outros, como uma presença que se põe intencionalmente. O professor, e, principalmente o tutor, é sempre alguém que possui duas características essenciais: domínio do conteúdo técnico-científico e, ao mesmo tempo, habilidade para estimular a busca de resposta pelo participante. Ele é uma figura singular em todas as instituições de ensino a distância, pois é um conselheiro, um orientador, um assessor, etc., que auxilia os alunos no processo de ensino-aprendizagem, com o fito de reduzir ou eliminar as distâncias que definem os estudos por esta modalidade. A orientação educativa no processo considera como relevante às necessidades dos participantes e o contexto educativo do mesmo. Daí, o conceito de professor vai alargando-se e mesclando-se com os conceitos de professor e educador – TUTOR! A tutoria é exercida em momentos diferenciados, podendo ocorrer diretamente ou à distância. Destaca-se que em qualquer dos dois momentos – diretamente ou à distância – o contato com o aluno não consiste em um “jogo” de perguntas e respostas, consiste em discutir e indicar bibliografia que amplia o raio de visão do educando, para que seja possível desenvolver respostas críticas e criativas, consideradas como momentos para ampliação básica do “saber”, voltadas para oportunizar a análise de possibilidades de aplicação prática do saber conquistado. No processo de orientação à distância o atendimento realiza-se a partir da necessidade do aluno, que busca situar-se no contexto da aprendizagem. Neste caso, recursos tecnológicos são os intermediários do diálogo do tutor com o participante. O tutor deve contribuir com informações adequadas para o processo de construção do conhecimento do aluno. 8 de 81 29/9/2011 16:27
  • 9. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad Evidentemente, o professor deve ter domínio do conhecimento em processo, além da habilidade de problematizar e indicar fontes de consulta. Pode-se dizer que o professor é um especialista, tanto no que concerne ao conteúdo do trabalhado na Unidade, como nos procedimentos a adotar para estimular a construção de respostas pessoais. É essencial que o tutor esteja plenamente consciente do seu papel. Não basta dominar o conteúdo trabalhado. É primordial saber para que e o que significa o proposto. 2.5 - Como avaliar a aprendizagem Acreditamos que ao longo do tempo em que se discute educação e aprendizagem, a questão da forma de realizar a avaliação daquilo que o aluno aprendeu, sempre foi uma questão polêmica e trouxe à tona questionamentos e contradições. Segundo Bordenave & Pereira [4], “os professores concordam em afirmar que a avaliação é uma área de enorme falta de preparação, mesmo reconhecendo sua decisiva importância. Segundo eles, o problema mais geral da avaliação é a ausência de um conceito integral do aluno, já que as provas medem somente certos aspectos do mesmo, podendo ser injustas ao negligenciar aspectos importantes”. Na EAD, tradicionalmente a avaliação é realizada de forma presencial, em caráter individual, onde o aluno faz sua preparação prévia acerca de um conjunto de assuntos apresentados pelo professor, e em data e hora marcada são formuladas questões abrangendo os assuntos estudados. Nossa experiência mostra que nestas ocasiões a grande maioria do alunado concentra seu esforço de estudo no período pré-realização das avaliações, e também é grande o percentual de alunos que literalmente decoram conceitos e abordagens para “vomitar” durante a realização da avaliação. Entendemos que esta abordagem relega a avaliação da aprendizagem do assunto exposto, a análise critica, o raciocínio sistêmico, a interface entre assuntos, etc.; como uma forma de motivação. E, o pior de tudo é que, com grande incidência, num espaço de tempo muito curto o aluno esquece tudo aquilo que decorou. Segundo Picanço [31], “Cipriano Luckesi chama a atenção para o equívoco implícito na consideração de que esse tipo de prática seja considerada como avaliação. De fato, ela reduz a reflexão sobre as ações dos sujeitos aos limites de uma verificação, na qual se opera um recorte no processo de ensino-aprendizagem que considera a manifestação de conteúdos que foram memorizados pelos alunos. No momento ritual da avaliação, a expressão do que foi assimilado é condicionada a uma forma de registro unificada. É comum a sala de aula passar por alterações, tanto no seu espaço físico quanto na dinâmica das relações entre professores / alunos e conhecimento no temido dia da prova”. Ao pensarmos em avaliação temos a obrigação de focar em algumas questões chaves: O que queremos medir quando aplicamos uma prova? Como elaborar as questões que integrarão a avaliação? Quais são os nossos objetivos? Que critérios utilizaremos ao efetuarmos a correção da produção do aluno? Qual a relação existente entre objetivos, métodos e avaliação? A avaliação será aplicada somente em relação ao conteúdo da disciplina, ou outros aspectos relacionados a comportamento, interesse, etc., também serão considerados? Como o professor avaliará e conduzirá este momento? Segundo Bordenave & Pereira [4], “na área da educação, medir significa determinar, através de instrumentos adequados, aspectos quantitativos e qualitativos do comportamento humano. Esses aspectos são variáveis da personalidade, tais como traços de caráter, de temperamento, capacidade de ajustamento, interesses, atitudes; ou aspectos relacionados diretamente com a aprendizagem sistemática: medida de aptidões, indicadores daquilo que o indivíduo já aprendeu ou está aprendendo”. Concluímos que, qualquer que seja o foco, o assunto é bastante complexo e requer uma reflexão profunda para nos permitir adotar a metodologia que garanta a obtenção de melhores resultados e o ajuste dos pontos necessários para aumentar a aprendizagem dos alunos. Há três pontos considerados importantes e, até mesmo comuns, nos vários aspectos relativos à avaliação: 1. Deve ser estruturada considerando as características do grupo a que se destina; ou seja, não há uma fórmula pronta para toda e qualquer ocasião; 2. Deve ser cada vez mais encarada como um momento único, onde professor e aluno, respectivamente identificam deficiências no ensino e no processo de incorporação de conhecimentos, e procuram fazer os ajustes necessários para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem; 3. Deve haver uma cultura consolidada que coloca um peso demasiadamente grande na nota que o aluno precisa tirar, e termina por menosprezar o significado em si da avaliação, tanto é que, em muitos lugares, a avaliação continua sendo conhecida como “prova”. Considerando o mutante contexto educacional, reestruturado para atender às novas demandas e, também, reorientado para ser compatível com um ser humano consciente da sua necessidade de educação continuada e, de seu estado permanente de ser inacabado que está sempre em busca de um complemento para melhorar sua visão de mundo, entendemos que há necessidade de uma reavaliação do processo de avaliação, e isto pode ser feito 9 de 81 29/9/2011 16:27
  • 10. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad considerando os parâmetros discriminados na tabela abaixo: Dimensões da avaliação DE PARA Aprender Aprender a aprender Freqüência Participação Prova Pesquisa Reprodução Construção própria 2.6 - Avaliar na educação a distância. O sistema de ensino aprendizagem tradicional prioriza a transmissão de informações e imagens mediante definições que devem ser memorizadas progressivamente, considerando o aluno como receptador passivo. Porém esta perspectiva, ainda existe na EAD, que muitas vezes, considera a avaliação como um momento determinado, separado do processo de aprendizagem. A avaliação realiza-se a partir de instrumentos de mensuração do conhecimento adquirido em determinados períodos. Muitas vezes é estabelecida uma data para aplicação do instrumento de avaliação, tais como prova, trabalho, seminário, cujos resultados são julgados pelo professor, que estabelece os critérios de julgamento. Na maioria das vezes esses critérios não são conhecidos pelos alunos, tornando-os subjetivos no entendimento dos estudantes, o que pode levar à desconfiança em relação à avaliação e provocar conflitos entre professor e aluno. Este modelo possibilita o aparecimento de desconfianças quanto às preferências e simpatias pessoais dificultando, ainda mais, o relacionamento e o processo de ensino aprendizagem. Ainda perdura o processo baseado em conceitos tradicionais que privilegiam a relação de autoridade e dependência e objetivam o controle sobre os alunos, distanciando o professor e conferindo-lhe autoridade absoluta para julgar. Neste caso são esquecidos fatores importantes que podem influir negativamente a avaliação, tais como a inadequação do momento, tempo e local para sua realização. Devemos lembrar que a avaliação é um processo natural e contínuo, onde o ser humano está constantemente sendo avaliado e avaliando. Na EAD, principalmente por questões de distância, o professor deve perceber que a avaliação independe de utilizar ou não técnicas formais, quando distribui tarefas, define as normas para sua execução, estabelece o assunto a ser pesquisado, aprova ou não o trabalho. Deve perceber que a avaliação é um processo contínuo, Cumulativo e compreensivo, decorrente do ensino-aprendizagem e que procura verificar as mudanças no comportamento, no sentido de valorizar e motivar o desenvolvimento de habilidades e atitudes. O professor não deve somente comparar resultados obtidos com aqueles esperados. Para promover um efetivo aprendizado, o aluno deve identificar suas deficiências de aprendizagem e as causas dessas deficiências. Para que possa realizar essa verificação é necessário estabelecer primeiramente, objetivos claros a serem alcançados dentro do aprendizado referente ao conteúdo de determinada disciplina e acima de tudo estar motivado. No início de um Curso na modalidade de EAD já deve estar concebida as formas avaliativas no Guia do aluno, com o intuito de tornar melhores o objetivo a ser atingido. Além dos objetivos é preciso estabelecer o limite do conteúdo disciplina que vai ser avaliado, quais os padrões mínimos de desempenho esperados e que formas de medidas serão utilizadas. Pois a avaliação é parte do processo de ensino-aprendizagem, e possibilita o acompanhamento dos alunos em diferentes momentos, evidenciando os avanços necessários para que eles prossigam no seu processo de crescimento. A avaliação é um tema de fundamental importância na EAD, destaca-se como um recurso de medidas de objetivos do ensino, de métodos, de conteúdos, de currículos, de programas e das próprias habilidades do professor. Todos os indivíduos buscam seu auto desenvolvimento, procuram atingir seus objetivos e vencer obstáculos e desafios. Porém a forma como atuam tentando atingir suas metas é diferente. Os indivíduos têm comportamentos e objetivos diferentes, por isso devem ser tratados de formas das mais diferentes possíveis. Os professores devem dar atenção às diferenças individuais, pois por este ângulo há uma grande possibilidade de fazer com que os alunos produzam com maior satisfação, elevando o nível de aprendizagem. Quando o professor utiliza técnicas abertas para avaliar o crescimento no processo de aprendizagem do aluno, ele pode obter dados que demonstrem as dificuldades ou o avanço que cada um atingiu. Tais evidências criam referências para identificar qual a melhor maneira de desenvolver a potencialidade do estudante, satisfazendo também suas necessidades de estima e auto-realização “pela valorização dos esforços pessoais, pela abertura de espaços para a criatividade individual (...)” (Pontes [32]). O aluno deve ser motivado a satisfazer sua necessidade de auto-realização aprendendo que concorrência pode significar a superação de suas próprias dificuldades, não valorizando excessivamente os resultados obtidos pelos outros. Cabe ao professor oferecer condições aos alunos de satisfazê-las. Nesse caso, o docente deve considerar como verdadeira motivação, aquelas necessidades que são internas, intrínsecas ao indivíduo como a sua própria constatação de crescimento, o reconhecimento pelos seus esforços, à possibilidade de empreender algo novo. As 10 de 81 29/9/2011 16:27
  • 11. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad necessidades extrínsecas, mais perceptíveis, são aquelas que promovem a satisfação a partir de fatores externos à própria pessoa, como a nota atribuída pelo professor ou as condições ambientais para realizar trabalhos. Esse tipo de satisfação é importante, porem só estimula as pessoas, levando-as a agir, mas necessitam de incentivos constantes. Assim, o aluno poderá deixar de motivar-se a partir do aprendizado em si, que é o fator responsável pelo seu auto desenvolvimento e que permite a satisfação de suas necessidades internas de auto-estima e auto-realização. Conforme dados levantados em pesquisas verificamos que alguns fatores motivacionais dos alunos da EAD são considerados muito importantes: Fatores Motivacionais Ocorrências - % Atualização profissional 30 Aprimoramento e realização profissional 15 Base teórica para aplicar na profissão 15 Desafio Pessoal 10 Necessidade de Titulação 10 Possibilidade de troca de experiências 10 Interesse em ingressar em uma instituição de ensino 10 Fonte: adaptado do relatório de Perfil Geral dos Alunos a Distância do LED-UFSC, 2000. É essa forma de satisfação que leva o aluno a envolver-se com o processo de aprendizagem motivando-se a partir de suas próprias carências intrínsecas. Evidencia-se, então, para o aluno que o significado do processo de avaliação é o seu desenvolvimento pessoal e não apenas a nota obtida em momentos determinados. O feedback é uma ferramenta disponível para que o aluno tome conhecimento dos resultados alcançados durante o processo de ensino-aprendizagem, pois analisando os resultados é possível corrigir falhas, reformular o planejamento proposto e evidenciar os acertos e resultados positivos, elevando a auto-estima. Permite ao indivíduo a avaliação de seu comportamento e as correções necessárias para alcançar o objetivo final. Para tanto o feedback deve ser contínuo, reforçando os acertos, elevando a auto-estima, e identificando as falhas, possibilitando com isso uma revisão e uma atualização eficiente por parte do professor ou do tutor. A avaliação contínua e cumulativa é parte do processo de aprendizagem em EAD, e não somente um momento determinado, desvinculado do processo. Dessa forma, as fontes de satisfação e recompensa ocorrem a partir do próprio aprendizado, desencadeando a motivação interna que surge e se mantém, principalmente, quando os alunos sabem o que se espera deles e como será orientado e avaliado pelo professor. Quando o estudante conhece o objetivo e o conteúdo da disciplina e os padrões de desempenho mínimos que são exigidos, tende a se comprometer buscando realizar um bom trabalho, e sentindo a satisfação de ser bem sucedido. O professor deve estar sempre atento aos progressos dos alunos procurando orientá-los, e incentiva-los para o desenvolvimento de suas potencialidades, levando-os a atingir os objetivos propostos. O professor deve assumir uma postura de motivador do processo, promovendo a aprendizagem progressiva e efetiva do conteúdo abordado. O professor deve demonstrar confiança na capacidade dos alunos, elogiar os progressos obtidos antes de apontar as deficiências, que devem ser analisadas conjuntamente, indicando sua disposição de auxiliar o aluno na busca por resultados positivos. Deve enfatizar a importância do crescimento na aprendizagem e a satisfação do bom trabalho. O professor deve ser um bom ouvinte e comunicador, pois através da participação de um diálogo construtivo, possibilita a realização da aprendizagem de forma mais adequada e satisfatória. De acordo com Bergamini [2] “caso se esteja verdadeiramente interessado em promover o desenvolvimento do ser humano (...), devemos cultivar, além da técnica, a atenção e o afeto pelas pessoas.”. A partir dessa premissa o professor pode esperar desenvolver sentimentos de segurança e confiança nos alunos, elevando sua auto-estima, fazendo com que se sintam parte integrante e importante do grupo do qual fazem parte e evidenciando a possibilidade verdadeira de desenvolver suas habilidades e potencialidades. 2.7 - Conclusão Concluindo, verificamos que a forma de avaliar o aprendizado na EAD não pode ser instrumento inibidor das manifestações de criatividade individual que levam ao maior desenvolvimento do potencial do aluno, principalmente porque este aluno é um ser adulto, crítico e instigador. O mundo contemporâneo atual tem por exigência um profissional inovador e criativo. Os avanços tecnológicos exigem profissionais com qualificação crescente, necessitando de aperfeiçoamento contínuo. A partir desta premissa evidencia-se que, a tecnologia atual, embora importante, subordina-se ao manejo do homem, que deve estar em constante atualização. Para tanto deve desenvolver espírito empreendedor, dinâmico, criativo, flexível e decidido. _“Essas características do profissional moderno deslocam a ênfase da especialização para a visão mais integradora do seu trabalho, seja com o ambiente interno, seja com o contexto externo; dão mais importância à criatividade e a inovação do que a larga experiência repetitiva; substituem a segurança do conhecimento já testado pela audácia em enfrentar desafios e correr riscos (...)”_(Lucena [20]). 11 de 81 29/9/2011 16:27
  • 12. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad Isto significa que está sendo valorizada crescentemente a capacidade de aprender e criar, para abrir e conquistar novos espaços. Dessa forma torna-se cada vez mais importante o desempenho humano, tendo em vista que o aluno deve ser considerado pela sua capacidade de realizar as tarefas e responsabilidades que lhe foram atribuídas apresentando resultados satisfatórios. Assim o aprendizado do aluno deve ser verificado em relação aos resultados que lhe apresenta e a sua capacidade de criar e aprimorar-se sempre, de acordo com os parâmetros estabelecidos. A verificação desse aprendizado refletirá a capacidade do aluno de utilizar de forma eficiente seu talento e os recursos de que dispõe par atingir as metas propostas. Porém para que tudo isto aconteça é necessário que o aluno seja motivado constantemente, ou seja, em todas as fases avaliativas do processo ensino- aprendizagem. Ele deve se sentir partícipe do processo com uma grande responsabilidade. Sob esta ótica temos o professor como verificador do desempenho, acompanhando o processo de aprendizagem e não apenas avaliando periodicamente o conhecimento obtido. Esta postura leva-o a buscar o desenvolvimento da capacidade do aluno para enfrentar desafios, aperfeiçoar talentos, superar dificuldades, participando e se comprometendo com o aprendizado, não somente das técnicas e habilidades, mas da forma de utilizá-las. Para tanto, a avaliação deixa de ser apenas um instrumento técnico gerador do medo, insegurança e frustração. Passa a ser visto como um processo natural e necessário para direcionar o aprendizado, desenvolvendo a realização pessoal e valorizando o potencial de cada indivíduo, motivando para a busca constante e contínua do aprender a aprender. Além disso, é necessário que o aluno desenvolva na prática suas habilidades para planejar, organizar, dirigir e controlar sua práxis acadêmica. Dessa forma a avaliação passa a ser considerada instrumento útil para todos os envolvidos. A implementação dessa mudança radical de visão na forma de avaliar o aprendizado apóia-se na busca constante de maior investimento em educação a fim de despertar valores comprometidos com a responsabilidade, a criatividade e a inovação. Procura ainda desenvolver a capacidade de aprender mais e mais, aperfeiçoar continuamente suas habilidades, procurando a realização pessoal mediante a satisfação no próprio trabalho. Esses requisitos são fundamentais para o profissional de hoje, e devem ser desenvolvidos, também, no interior de nossas escolas. 3 - Avaliação diagnóstica Marcelo Akira Inuzuka 3.1 - Os três tipos de avaliação Para poder falar sobre avaliação, é importante saber classificá-las. Bloom et. all [3] classifica as avaliações em três tipos. 3.1.1 - Avaliação Diagnóstica Geralmente é realizada inicialmente pelo educador para diagnosticar os pontos fracos e fortes do aluno na área de conhecimento em que se desenvolverá o processo de ensino-aprendizagem. O processo de ensino é um processo de construção de conhecimento e diagnosticar no início é como verificar se 'a fundação da casa está boa para se iniciar a construção', ou seja, se o aluno domina todos os pré-requisitos. Por exemplo, antes de ensinar as operações de multiplicação, é interessante saber se aluno domina bem o processo de soma. Assim, o resultado da avaliação diagnóstica pode apontar uma necessidade de revisão de um assunto que servirá de base para os seguintes, que poderá ser trabalhada individualmente ou coletivamente. 3.1.2 - Avaliação Formativa A avaliação formativa é geralmente realizada durante todo o processo de ensino-aprendizagem. É melhor aproveitada quando o resultado (feedback) é rapidamente fornecido para os alunos, permitindo que possam corrigir eventuais erros de interpretação do conteúdo ensinado. É um termômetro para o professor e o aluno saberem como o aprendizado está sendo desenvolvido, bem ou mal, permitindo que o aluno se recupere agilmente. 3.1.3 - Avaliação Somativa Geralmente é realizada no final de um curso e é conhecida como 'prova', ou seja, serve para classificar se o aluno 'passou' ou não. Pela obrigatoriedade dos professores fornecerem 'notas', é a que é mais aplicada no ensino tradicional. 3.2 - Função da avaliação diagnóstica A avaliação diagnóstica possui uma importância elevada no processo de ensino-aprendizagem. Luckesi [21] argumenta que a avaliação deve ser diagnóstica, voltada para autocompreensão e participatipação do aluno. Luckesi defende que a avaliação deva ser um instrumento auxiliar de aprendizagem (mais diagnóstica) e não para aprovação/reprovação de alunos (menos somativa): "...que (a avaliação) ela seja um instrumento auxiliar da aprendizagem e não um instrumento de aprovação ou reprovação dos alunos... Este é o princípio básico e 12 de 81 29/9/2011 16:27
  • 13. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad fundamental para que ela venha a ser diagnóstica. Assim como é constitutivo do diagnóstico médico estar preocupado com a melhoria de saúde do cliente, também é constitutivo da avaliação da aprendizagem estar atentamente preocupada com o crescimento do educando. Caso contrário, nunca será diagnóstica" Outro aspecto interessante é sobre a idéia de Luckesi da função da avaliação, como instrumento de autocompreensão do professor, aluno e sistema de ensino, permitindo descobrir os desvios: "No que se refere à proposição da avaliação e suas funções, há que se pensar na avaliação como um instrumento de diagnóstico para o avanço e, para tanto, ele terá as funções de autocompreensão do sistema de ensino, de autocompreensão do professor e autocompreensão do aluno... O professor, na medida em que está atento ao andamento dos seus alunos, poderá, através da avaliação da aprendizagem, verificar o quanto o seu trabalho está sendo eficiente, e que desvios está tendo. O aluno, por sua vez, poderá estar permanentemente descobrindo em que nível de aprendizagem se encontra, dentro de sua atividade escolar, adquirindo consciência do seu limite e das necessidades de avanço." Luckesi também acrescenta que para a avaliação funcionar como ferramenta de autocompreensão, deve ter um caráter participativo: "Para que a avaliação funcione para os alunos como um meio de autocompreensão, importa que tenha, também, o caráter de uma avaliação participativa. Por participativo, aqui, não estamos entendendo o espontaneísmo de certas condutas auto-avaliativas, mas sim a conduta segundo a qual o professor, a partir dos instrumentos adequados de avaliação, discute com os alunos o estado de aprendizagem que atingiram." Concluindo, Luckesi defende que a avaliação diagnóstica possui elevado valor didático, uma vez que permite uma correção de rumos do sistema de ensino, do professor e do aluno, durante o processo de ensino-aprendizagem por meio da autocompreensão, e que para que esta ocorra, deve ser participativa, através de diálogo adequado com os alunos. 3.3 - Por que tanta ênfase nas avaliações somativas? Apesar de Luckesi defender de forma convincente a avaliação diagnóstica, na prática vemos uma tendência elevada pela utilização de avaliações somativas, em detrimento das avaliações diagnósticas e formativas. A percepção de tal tendência é nítida no predomínio do "modelo vestibular" amplamente utilizado no Brasil e o "modelo prova" na maioria de escolas que seguem um modelo tradicional de ensino. Mas qual seriam os motivos para esta preferência? O produto esperado da avaliação diagnóstica é a detecção de problemas, procurando indentificar causas e apontar soluções. Este processo deve ser realizado antes e durante todo o processo de ensino-aprendizagem, não no final, onde já não há mais tempo hábil para que se apliquem as devidas correções. Logo percebe-se que a avaliação diagnóstica ou formativa gera um esforço maior do professor; este precisa conhecer a deficiência específica de cada aluno, de forma individualizada, autocompreensiva e participativa. E assim, quando não há preocupação real com o desenvolvimento do aluno, o professor opta por priorizar a aplicação de avaliações somativas. Para agravar o problema, alguns professores 'jogam a sujeira para baixo do tapete', afrouxando as exigências da avaliação para que 'notas baixas' não reflitam a realidade. É então necessário reavaliar o processo de avaliação, aplicando avaliações diagnósticas em momentos estratégicos, e a partir da detecção de 'doenças' aplicar o 'remédio', mesmo que amargo. Somente assim é que podemos saudavelmente desenvolver um bom nível de educação. 3.4 Aplicando avaliações diagnósticas Como foi dito aplicação de avaliações diagnósticas pode ser tanto no início ou durante um curso e tem várias formas de aplicação. Vamos apresentar alguns casos para que tornemos sua utilização mais clara. Segundo Tarouco [44], a Avaliação Diagnóstica pode ser utilizada para realizar encaminhamentos ou reforço escolar para que o aluno resolva seus problemas juntamente com especialistas como psicólogos, orientadores educacionais, entre outros: "...ocorre em dois momentos diferentes: antes e durante o processo de instrução; no primeiro momento, tem por funções: verificar se o aluno possui determinadas habilidades básicas, determinar que objetivos de um curso já foram dominados pelo aluno, agrupar alunos conforme suas características, encaminhar alunos a estratégias e programas alternativos de ensino; no segundo momento, buscar a identificação das causas não pedagógicas dos repetidos fracassos de aprendizagem, promovendo, inclusive quando necessário, o encaminhamento do aluno a outros especialistas (psicólogos, orientadores educacionais, entre outros)." Por outro lado, Swearingen [43], explica que a avaliação diagnóstica é utilizada para determinar a necessidade de reestudo: "Na prática, o propósito da avaliação diagnóstica é para medir, antes do processo de ensino, cada deficiência, competência, fraqueza, conhecimentos e habilidades. Possuindo tais dados, isto permitirá que o professor oriente seus alunos e ajustem o curriculum para suprir cada necessidade individual... Por exempl, o Departamento de Matemática de Heritage College aplica um teste diagnóstico a todos seus estudantes de matemática... durante a 13 de 81 29/9/2011 16:27
  • 14. LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad primeira semana de cada semestre...Baseado nos resultados, a deficiência de cada estudante é determinada, e cada estudante é subsequentemente obrigado a participar um programa tutor baseado em computador que é confeccionado conforme suas dificuldades." Outros autores [1] consideram que uma avaliação que a própria discussão de uma correção de prova classificatório pode ser diagnóstica, que com certeza pode ser um elemento de autocompreensão do seu nível de aprendizado, de forma participativa: "...Assim, no momento em que o professor elaborar provas cujas questões forem formuladas a partir de objetivos definidos, aplicando-as em situações novas e, após a correção, sejam elas discutidas com os alunos para solucionar seus problemas de aprendizagem, a prova classificatória, transforma-se numa avaliação diagnóstica... Ora, quaisquer formas de avaliações, sejam provas, trabalhos em grupo, pesquisas, participação do aluno nas atividades rotineiras de sala de aula, ao serem avaliadas, deverão, sempre, constituir-se em novo momento de descoberta e possibilidade de novas aprendizagens, ou seja, algo dinâmico e não estático..." Portanto, quando a avaliação diagnóstica é aplicada no início de um curso, esta tem a função de detectar problemas e deficiências, permitindo encaminhá-lo para outro curso de reforço para fins de resolver problemas de aprendizado ou até para outros especialistas de outras áreas, como psicólogos ou médicos. Quando a mesma é aplicada durante o curso, pode ser utilizada participativamente para autocompreensão, por exemplo, em correções de 'provas' juntamente com alunos. 3.5 - Avaliações diagnósticas para EaD: ATTLS e COLLES Em EaD, um dos problemas mais comuns encontrados é a evasão, não somente do curso, mas também em atividades. Cabe ao professor conhecer e acompanhar seus alunos, por meio de avaliações diagnósticas que permitam direcionar ações que minimizem os problemas enfrentados pela modalidade à distância. Neste sentido, estudaremos 2 tipos de avaliação diagnósticas voltados para o ambiente EaD: ATTLS e COLLES. Os três foram originalmente criados para funcionar internamente no ambiente Moodle [6], porém os pelo menos os dois últimos podem ser aplicados independentemente [5]. Conforme Inuzuka et all [14], o moodle possui uma concepção sócio-constrututivista, e suas atividades são voltadas para a cooperação entre pares. Segundo Vygotsky, a inteligência humana origina-se de em nossa sociedade ou cultura, e o ganho individual cognitivo ocorre primeiramente através de processos de aprendizagem inter-pessoais (interação com o ambiente social) do que intra-pessoal (internalização). Neste sentido Filho [8], explica melhor o que vem a ser construtivismo social ou sócio-construtivismo, aplicado no Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle: "...O Construtivismo Social tem como fundamento teórico a visão da aprendizagem como processo dinâmico. A aprendizagem é vista como uma atividade de elaboração conceitual em um ambiente caracterizado pela interação social. O Construtivismo Social é uma epistemologia, ou modo de saber, em que o novo conhecimento é construído através da colaboração recíproca, especialmente em um contexto de intercâmbio de experiências pessoais... Um elemento central para a colaboração recíproca é o desenvolvimento de competências de comunicação, ou seja, a habilidade de participar nas discussões com colegas e tutores em modo construtivo. As discussões devem ser orientadas à compreensão mútua e a atividades de reflexão crítica..." Neste sentido, as três avaliações visam avaliar os possíveis alunos que teriam mais dificuldades de cooperação e que seriam mais propensos a não se integrarem à turma, devendo, portanto terem um acompanhamento mais próximo do professor para que a evasão não se concretize. Segue a descrição de FILHO [8] da avaliação *ATTLS:* "...A sigla ATTLS (em inglês, Attitudes Towards Thinking and Learning Survey) refere-se a um tipo de questionário baseado na teoria dos 'modos de saber' e foi desenvolvido por Galotti et al. (1999) [2] para medir a proporção em que uma pessoa tem um saber 'conectado' (CK) ou um saber 'destacado' (SK). Pessoas com valores CK maiores tendem a ver os processos de aprendizagem como experiências prazerosas, cooperam com maior freqüência, procuram ser agradáveis e demonstram interesse em construir a partir da idéia dos outros, enquanto as pessoas com valores SK mais altos tendem a ter uma posição mais crítica e criar polêmicas...Um professor pode (e deve) aplicar o questionário ATTLS logo no início de um curso. Se analisar os resultados de cada participante do curso, uma intervenção pessoal (conversa particular com alunos que se mostram fora da média do grupo) terá como resultado redução na evasão (desistência) e melhor aproveitamento da turma como um todo..." Segue a descrição da avaliação COLLES por Taylor e Maor [45]: "... COLLES foi projetado para nos habilitar a monitorar a extensão da capacidade interativa da Internet em engajar estudantes as práticas de aprendizado dinâmicas...a forma com que é administrada depende do propósito do avaliador. Tipicamente aplicamos o formulário no início do curso, depois de duas semanas... e finalmente na semana final..." COLLES (Constructivist On-Line Learning Environment Survey) é uma auto-avaliação que avalia seis critérios: relevância, reflexão, interatividade, suporte da tutoria, suporte entre estudantes e interpretação. É uma boa ferramenta de autocompreensão dos relacionamentos entre professor-aluno, tutor-aluno e aluno-aluno. 3.6 - A importância de cada tipo de avaliação 14 de 81 29/9/2011 16:27