SARCOMAS E MESENQUIMOPATIAS TUMORES AULAS.Catalani
1. A química dos polímeros
a serviço da medicina
Luiz Henrique Catalani
Laboratório de Biomateriais Poliméricos
Instituto de Química - USP
2. Biomateriais é uma idéia antiga….
1. Esqueletos do período neolítico 32.000 anos, revelam
que já se conhecia a técnica de sutura.
2. Ouro foi usado como reparo dental por chineses,
astecas e romanos a até 2000 atrás.
3. Evidências de implantes dentários em múmias datam
de 600 AC
4. Já em 1775, ferro e latão foram eram usados para
reparo de fêmur fraturado.
5. O primeiro olho de vidro foi produzido em 1832 pelo
vidreiro Ludwig Müller-Uri em Lauscha, Alemanha.
6. Indígenas da América central e África utilizavam
pinças de formigas para costura de ferimentos.
7. George Washington (1732-1799) tinha dentes de
marfim.
4. O que são biomateriais
“material intended to interface with biological
systems to evaluate, treat, augment or replace any
tissue, organ or function of the body”
ESB Consensus Conference II
Virtualmente todo indivíduo terá
contato com biomateriais por
algum tempo durante sua vida.
desempenho funcional
vs
biocompatibilidade
5. Biocompatibilidade
É a habilidade do material de atuar com uma
resposta apropriada do hospedeiro em uma
aplicação específica.
A interação de contato do biomaterial com o
ambiente biológico ocorre na interface do
material. A biocompatibilidade será
determinada pelas interações que ocorrem
nesta interface.
Onde a célula faz a ligação
(ancoragem) dependerá das
propriedades específicas da
área.
http://www.weizmann.ac.il/Structural_Biology/faculty_pages/Addadi/
6. O ambiente “in vivo” não é estático
Um dispositivo efetivo deve ser fabricado de um
material que não desordene o processo
metaestável nem a performance do dispositivo.
A vida não é uma condição estável.
É um processo dinâmico metaestável
constantemente trocando energia e material com o
mundo externo para produzir trabalho.
7. Ciência dos biomateriais
Ação
Identificação da necessidade
Desenho do dispositivo
Síntese do material
Fabricação
Esterilização e embalagem
Regulamentação
Uso clínico
Análise do explante
Facilitador
Teste do material
Teste do dispositivo
Desenhista industrial
Bioengenheiro
Advogado especialista
Patologista
Inventor
Químico (polímeros,
metal, cerâmica, etc)
Mecânico
Engenheiro
Médico/dentista/oftalmologista
Idéia
Paciente
13. Dentística e
periodontia
Implante endósteo
Ti, alumina
fosfato de cálcio
Restaurações dentárias
compósitos a base de
bis-acrilatos reticulados
Implante subperiósteo
Liga Co-Cr-Mo (CAD/CAM)
Biomateriais
27. Hidrogéis :
o que são e para que servem
• liberação controlada de fármacos
(dispositivos)
• curativos tópicos
• lentes de contato
• bioadesivos
• encapsulação celular (transplante)
• suporte para crescimento celular
(engenharia de tecidos)
• biossensores, etc.
28. Curativos
Leveza, qualidade não abrasiva
Permeabilidade ao oxigênio e
vapores de água
Atuam como dispositivo de
medicação tópica
Transparência, permite visualizar o
processo de cura
Impermeável a bactérias
Capacidade de absorção do
exsudato, permite manter o
ferimento limpo por mais tempo
Flexível, não inibe a fisioterapia
Adesão à pele sã e não adesão
ao ferimento, permite a troca de
curativo com menos dor
P PPH
OH H2O
H2O
, e-
, e-
P P
36. Eletrofiação
O processo de eletrofiação foi patenteado em 1934 por A. Formhals
O processo produz fibras com diâmetros entre 5 microns até dezenas de
nanômetros
Mesma escala de tamanho de células e estruturas de ocorrência em matriz
extracelular.
Possível substratos para crescimento celular e em aplicações como
curativos, liberação de fármacos e regeneração de tecidos.
Alta área específica é ideal para técnicas de filtração, absorção e
separação
A. Small Intestinal
Submucosa - Natural ECM
B. Electrospun Type I, II
Collagen and Elastin
37. Eletrofiação
Base coletora (alvo) serve como aterramento
Campo elétrico aplicada fica entre 0,5 e 3 kV/cm
Bomba
Solução de polímero
Capilar
Cone de
Taylor
Alvo aterrado
Filamento
Fonte de alta
tensão
38. Eletrofiação
O campo elétrico gera uma tensão
na solução carregada na saída do
capilar.
O jato se afila em um formato
específico chamado de cone de
Taylor
A tensão superficial no cone é
vencida impulsionando o fluido em
direção do alvo aterrado
O solvente é perdido por
evaporação e o polímero vitrifica
durante o vôo até o alvo
Ocorre um movimento de
instabilidade aerodinâmica chamado
de chicoteamento (whipping).
Uma malha de não-tecido é
coletada no alvo
Texposição = 18 ns
Foto: Shin et al, Polymer, 42, (2001) 9955
39. 5% 10%
15% 15%
Solução de PVP/EtOH:DMF (1:1)
PVP
5%
PVP
10%
PVP
15%
Formação de
fibras
- + +
Diâmetro das
fibras
- 0,4-1,2
μm
400-
500
nm
Uniformidade
da malha
- - +
Formação de
gotas
+ - -
Condições iniciais para eletrofiação de PVP
Micrografias malhas iniciais de PVP
Malhas de PVP por eletrofiação
Fogaça, Catalani, Soft Materials, no prelo.
41. Comparação da quantidade
cumulativa de BSA liberada:
(▲) nanofibras de PVP – 536 nm
(●) nanofibras de PVP – 133 nm
(■) filme de PVP por evaporação
Atividade debridante
Fogaça e Catalani, Soft Materials, no prelo.
(A) Perfil de liberação de
colagenase:
membrana de fibras de
PVP – 536 nm
(B) Atividade da
colagenase
42. Formação das AgNPs
diretamente na solução de
PVP – sem a necessidade de
agente redutor;
Nanocompósito hPVP/AgNP
43. Pseudomonas aeruginosa Staphylococcus aureus Escherichia coli
Concentração de AgNP no
hidrogel (%)
Controle
0,01 0,05 0,1 0,5 1 PVP Tetraciclina
P. aeruginosa - + + + + - +
S. aureus - - + + + - +
E. coli - + + + + - +
Concentração Mínima Inibitória
(experimento)
Valores de conc. mínima inibitória do hidrogel PVP/AgNP
Atividade bactericida de PVP/AgNP
44. Atividade fungicida
500
ppm
IM
100
ppm
DCI
C. parapsilosis
Fungi Fungicidal
Fungicidal amount (% w/w) Positive controls
0.005 0.01 0.025 0.1
PVP/
AgNP
Micon
azole
Ampho
tericin
C. albicans
Imidazole - + + + - + +
4,5-DCI + + + + - + +
C. krusei
Imidazole - - + + - + +
4,5-DCI + + + + - + +
C. parapsilosis
Imidazole - - - + - + +
4,5-DCI - + + + - + +
100
ppm
IM
C. albicans
50
ppm
DCI
C. krusei
500
ppm
IM
50
ppm
DCI
N
H
N
N
H
NNC
NC
45. Eletrofiação do PBT/PET com
colágeno
Co-solução de PBT (4%) e colágeno
tipo I de tendão bovino (2%) em TFA
Catalani, Collins, Jaffe, Macromolecules, 40 (2007) 1693.
46. Informações da Área escaneada:
112 pontos por linha e 97 linhas por imagem,
em uma área de 15 x 13 μm, dando um
total de 10864 espectros adquiridos com
tempo de aquisição individual de 0.33
segundos.
B C
(A) Região Scaneada (B) Espectros Raman (C) Imagem Confocal; Verde – PET;
Vermelho – Colágeno; Amarelo – PET + Colágeno
Microscopia Confocal Raman S4,6
A
47. 0,5-0,75 1,25-1,5 2,0-2,25 2,75-3,0
0
5
10
15
20
25
30
35
%Frequencia
Diametro (micrometro)
S4,6 antes da digestao com colagenase
S4,6 antes
Ensaio com a colagenase
0,5-0,75 1,25-1,5 2,0-2,25 2,75-3,0
0
5
10
15
20
25
30
35
%Frequencia
Diametro (micrometro)
S4,6 depois da digestao com colagenase
S4,6 depois da digestão
com colagenase
48. 0 1 2 3 4 5
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Absorbancia
Tempo (dias)
PET:Col
100:00
80:20 (S8,2
)
40:60 (S4,6
)
A
B
C
Ensaio de MTT 3T3-L1 (A) PET (B) S8,2 (C) S4,6
Ensaio biológico com 3T3-L1
50. Polímeros de fontes renováveis
O
HO
HO
OH
OH
OH
HO
O
OH
O
O
O*
*
PLLA
O
O
O
**
PHB
QUÍM.
FERM.
FERM.
OH
HO
HO
OH
OH
OH O
O
OH
HO
H
H
HO
O
O
OH
HO
O
O
OH
ISOSORBÍDEO
ÁC. SUCCÍNICO
ÁC. ITACÔNICO
QUÍM. QUÍM.
FERM.
FERM.
54. Copolímeros de ácido lático e
succinato de isosorbila como biomateriais
Casarano et al Polymer, 50, (2009) 6218
55. Copolímeros de ácido lático e
succinato de isosorbila como biomateriais
PLLA
285-15
270-30
260-40
Casarano et al Polymer, 50, (2009) 6218
56. Projetos em andamento
•Produção de nanofibras alinhadas de polímeros biodegradáveis para
crescimento e regeneração de células neurais
(Daniel de Souza Alcobia – Mestrado)
•Estudo da matriz extracelular (ECM) decelularizada para o desenvolvimento
de ECMs artificiais
(Mariana Carvalho Burrows – Doutorado)
•Produção de suportes poliméricos para o crescimento de células-tronco
mesenquimais e sua aplicação em regeneração óssea
(Ricardo Bentini – Doutorado)
•Desenvolvimento de matrizes poliméricas eletrofiadas para regeneração de
membranas timpânicas perfuradas
(Ana Paula Serafini Immich – Pós-doutorado)
•O uso de matrizes poliméricas eletrofiadas e células troncos de polpa
dentária e de adipócitos na engenharia dos tecidos periodontais
(Flávia Gonçalves – Pós-doutorado)
57. • Alliny Naves (PD)
• Flávia Gonçalves (PD)
• Renata Fogaça (PD)
• Ana Paula Serafini Immich (PD)
• Ricardo Bentini (D)
• Mariana C. Carvalho (D)
• Daniel Alcobia (M)
• Leonardo Barizon (M)
• Daniel Franco Minatelli (IC)
• Flávia Caetano Cara (IC)
• Felipe de Miranda Barbosa (IC)
• Nathália Regina P. de Oliveira (IC)
• Mayara Sguerra (IC)
• Henrique Tadeu Fernandes (IC)
• Vitor Zamarion (D)
• Prof. Hernan Chaimovich (IQUSP)
• Prof. Iolanda Cuccovia (IQUSP)
• Prof. Henrique Toma (IQUSP)
• Prof. Koiti Araki (IQUSP)
• Prof. Denise Petri (IQUSP)
• Prof. Maria Rita P. Bueno (IBUSP)
• Prof. Célia Garcia (IBUSP)
• Prof. Ana Campa (FCF-USP
• Prof. Michael Jaffe (NJIT-USA)
• Prof. George Collins (NJIT-USA)
• Prof. Richard Gross (Poly-NYU-USA)
• Guilhermino Fechine (PD)
• Janaína A.G. Barros (PD)
• Vânia B. Bueno (D)
• Antonio J.C. Brant (D)
• Romeu Casarano (D)
• Danielle Juais (M)
Agradecimentos