As principais causas de fissuras no concreto incluem a retração durante o endurecimento, a expansão devido à hidratação do cimento e as deformações térmicas ou mecânicas. É importante proteger a superfície do concreto fresco, usar aditivos adequados, planejar juntas de contração e evitar sobrecargas para prevenir fissuras.
2. INTRODUCÃO
As fissuras são eventos importantes do concreto. Por esta razão, não devem ser
ignoradas porque não tem como evitalas, mesmo que tomadas todas as medidas
preventivas.
Porque devemos preocupar com as fissuras no concreto?
A resposta nos parece muito obvia porque quando se estuda tecnologia do
concreto, especialmente o item das patologias, as fissuras têm uma participação
importante porque elas se constituem veículo condutor de vários agentes agressivos ao
concreto.
Como ocorrem as fissuras?
As fissuras acorrem quando as deformações sofridas pelo concreto superam as
deformações críticas.
O que provoca as deformações no concreto?
As deformações no concreto são de origem interna (intrínseca) e de origem
externa.
Deformações de origem interna
Existem vários causas para provocar a deformação intrínseca do concreto. Por
estas razões, vamos discutir, de forma objetiva e clara, cada uma destas causas
principais.
4. Retração por carbonatação
A retração por carbonatação é provavelmente causada pela dissolução de
cristais de Ca(OH)2, sob tensão devida á retração hidráulica e deposição do CaCO3 nos
espaços não sujeitos à tensão. Temporariamente, é aumentada à compressibilidade da
pasta de cimento. Se a carbonatação ocorrer depois da desidratação do CSH, também
resultará na retração por carbonatação.
Retração Térmica
Os sólidos se expandem com aquecimento e se contraem no resfriamento. Na
massa de concreto ocorre uma elevação de temperatura na hidratação do cimento,
seguida de um arrefecimento para equilibrar com a temperatura externa.
E as deformações de origem externa?
Todo corpo sólido submetido a cargas sofre uma deformação. No concreto, no
instante do carregamento ocorre uma deformação imediata e ao longo do tempo, terá
uma deformação elástica retardada, é o que se denomina de fluência.
Como é induzida a fissuração por retração hidráulica?
Na retração plástica, quando não proteger a superfície do concreto para evitar a
perda prematura da água. As fissuras de retração plástica são usualmente paralelas
e espaçadas de 0,3 a 1,0 m e profundas.
Na retração por secagem, a fissuração depende da extensibilidade do concreto, de
sua resistência e do grau de restrição à deformação. Um aumento do consumo de
cimento, embora aumenta a retração, aumenta a resistência e reduz o risco de abrir
fissura. O uso de acelerador aumenta a tendência à fissuração. Os retardadores
acomodam à retração por secagem na retração plástica e provavelmente, aumenta a
extensibilidade do concreto.
5. Como se manifesta á fissuração por carbonatação?
A retração por carbonatação é provavelmente causada pela dissolução de
cristais de Ca(OH)2, sob tensão devida à retração hidráulica e deposição do CaCO3 nós
espaços vazios não sujeitos á tensão. Se ocorrer a carbonatação a após á desidratação
do CSH, também ocorrerá retração por carbonatação. Após a secagem, a fissuração é
maior. As fissuras ocorrem pela restrição à retração das partes mais profundas do
concreto.
Como se avalia a tendência do concreto fissurar por efeito da retração térmica?
O concreto poderá fissurar quando romper o equilíbrio da equação seguinte:
Dq £ ftk¸Eca
Onde:
ftk = resistência característica do concreto a tração,
Ec = módulo de elasticidade longitudinal do concreto;
a = coeficiente de dilatação linear do concreto;
Dq = qi q = gradiente térmico.
Como prevenir á fissuração?
Segundo a orientação da ABESC Associação Brasileira das Empresas de Serviços
de Concretagem:
1 Usar aditivos plastificantes.
2 Molhar as fôrmas e superfícies de concreto antes de iniciar a concretagem.
3 Planejar o lançamento e execução de juntas na peça a concretar.
4 Não adicionar água para acabamento superficial.
5 Iniciar a cura o mais rápido possível e mantêla no mínimo até sete dias.
6 Proteger a peça recém concretada (sol, vento, vibrações, etc).
7. Referências Bibliográficas
1 Alves, J.Dafico – Fissuração intrínseca do concreto. IBRACON. São Paulo, 1979.
2 Kemp,E.L. and W.J.Wilhelm – Investigation of the Parameters Influencing Bond
Cracking, ACI–Journal/Jan.1979. Pp. 47/58.
3 FURNAS – Concretos : Massa , estrutural, projetado e compactado com rolo. Ed.
Pini. São Paulo, 1997.
4 Ripper, Ernesto – Como evitar erros na construção. ED. PINI – 2ª Edição São Paulo,
1984. Pp. 122.
5 Silveira, A.F.da – O comportamento térmico das barragens de betão. LNEC. Men.
Nº125 – Pp. 31.
6 Andrade, W.Pacelli – Investigações e controle do concreto para usina nuclear de
Angra dos Reis. Paper Nº15 Pág. 259/292. UFRGS Porto Alegre. Abril, 1978.
7 ABESC Manual do concreto dosado em central. Pp. 26. Outubro, 2000.