John Ruskin - na questão do restauro é um dos pensadores importantes. Ele indicou se evitar tocar nos prédios e deixá-los seguir seu tempo de vida normal. Conservar e escorar se for o caso, mas não alterar.
4. introdução
William Morris, influenciado por
Ruskin, funda em 1877 a
Society for the Protection of
Ancient Buildings
Sociedade para a Proteção dos
Edifícios Antigos
8. introdução
Arquitetura é a arte que de tal
forma dispõe e adorna os edifícios
construídos pelo homem, para
quaisquer usos, que a sua visão
possa contribuir para a saúde
mental, poder e prazer.
J. R.
9. introdução
Trata-se de um humanismo puritano(...)
uma crença profunda, por vezes quase
orgulhosa – por isso humanista – nas
potencialidades humanas, no valor do
trabalho humano, que alterna com uma
sincera compaixão pelas vicissitudes e
sofrimento de que a vida do homem
está repleta – o homem comum,
temente a Deus e cheio de fraquezas;
por isso, humanismo puritano.
10. introdução
A pura beleza consiste numa justa e
humilde veneração pelas obras de
Deus na terra.
A beleza traz a marca da capacidade
intelectual do homem, pois ela
consiste numa interpretação nobre de
imagens de Beleza, originada
principlamente das aparências
externas da natureza orgânica.
12. introdução
É na longa duração com a
passagem do tempo, que a
arquitetura vai se impregnando
da vida e dos valores humanos.
Daí a importância de se construir
edifícios duráveis, e de preservar
aqueles que chegaram até nós.
13. introdução
É preferível deixar as paredes
nuas, ou construí-las de barro –
mas não executá-las em moldes
artificialmente toscos.
15. introdução
É mais comum o homem destruir a
sublimidade natural, do que a
natureza esmagar o poder
humano.
16. introdução
Pode acontecer que um novo
estilo surja ao longo do tempo e
por um movimento nacional; mas
isso seria algo que não poderia ser
apressado ou evitado, por
vontade ou determinação.
J. R.
17. introdução
Recusou a medalha de ouro da
RIBA Royal Institute of Bristish
Architects denunciando seu
presidente pela destruição, sob o
nome de restauração, como o
pior ofensor.
18. introdução
Ruskin influenciou Mário de
Andrade, Mariano Filho, Ricardo
Severo, autor de “A Arte
Tradicional do Brasil”. Esse, por sua
vez, influenciou Mário de
Andrade.
19. introdução
Euclides da Cunha:
Quaisquer melhoramentos ou
retoques que se executem serão
contraproducentes, desde que o
principal encanto dos monumentos
esteja na sua mesma vetustez, no
aspecto caratcterístico que lhes
imprimiu o curso das idades.
20. introdução
Lucio Costa, quando jovem,
liderado por José Mariano Filho:
A casa ideal não reluzente, polida. É
a que se harmoniza com o
ambiente onde está situada, que
tem a cor local; que nos convida,
nos atrai, e parece dizer-nos: Seja
benvindo!
21. introdução
No momento em que o arquiteto
enfatiza o ornamento, existe um
perigo de perder de vista o seu
papel. Então ele está perdido.
J. R.
22. introdução
As ideias de Ruskin surgem no
grupo Arts & Crafts, fundado por
W. Morris, seu discípulo.
Este grupo é uma das origens do
modernismo, segundo Benevolo.
23. A lâmpada da memória
Pode-se viver sem arquitetura,
orar sem ela, mas não se pode
rememorar sem ela.
24. A lâmpada da memória
A Arquitetura deve ser feita
histórica e preservada como tal.
25. A lâmpada da memória
Há dois deveres fundamentais em
relação à arquitetura nacional:
1 – torná-la atual, histórica
2 – preservar como a mais
preciosa das heranças aquelas
das épocas passadas.
26. A lâmpada da memória
Ao se tornarem monumentais ou
históricos que os edifícios
adquirem uma perfeição
verdadeira; e isso por terem sido
construídos solidamente e
decorados num sentido histórico
ou metafórico.
27. A lâmpada da memória
Há uma santidade na casa de um
homem de bem que não pode
ser renovada.
28. A lâmpada da memória
Olho para essas casas finas, instáveis, sem
fundações; para essa fileiras esquálidas de
mesquinhez formalizada, semelhantes sem
diferença e sem solidariedade, tão solitárias
quanto similares, com um penoso
pressentimento de que indicam um tempo
em que a vida passada de cada homem é
seu objeto de desprezo habitual; quando os
homens constróem na esperança de
abandonar os lugares que construíram e viver
na esperança de esquecer os anos que
viveram; pelo seu sacrifício da liberdade sem
o ganho do repouso.
29. A lâmpada da memória
Gostaria que nossas casas fossem
feitas para dura e construídas
para serem belas; que expressem
o caráter e ocupação de cada
homem e parte de sua história.
30. A lâmpada da memória
Uma das vantagens da
arquitetura gótica é admitir uma
riqueza de registros totalmente
ilimitada.
31. A lâmpada da memória
É preferível a obra mais rude que
conta uma história ou registre um
fato, do que a mais rica sem
significado.
32. A lâmpada da memória
Deus nos emprestou a terra para
a nossa vida; é uma grande
responsabilidade. Ela pertence
tanto aqueles que virão depois de
nós, como a nós; e não temos o
direito de envovê-los em prejuízos
desnecessários.
33. A lâmpada da memória
Os homens não são capazes de
beneficiar aqueles que estão com
eles tanto quanto podem
beneficiar os que virão depois
deles; e de todos os púlpitos a
partir dos quais a voz humana se
faz ouvir, de nenhum ele alcança
tão longe quanto do túmulo.
34. A lâmpada da memória
Construir de um modo que nossos
descendentes nos sejam gratos
por isso, homens que dirão ao
contemplar a obra e a matéria
trabalhada:
- “Vejam! Nossos pais fizeram isso
por nós”.
35. A lâmpada da memória
Pitoresco é, em suma, a
Sublimidade Parasitária. Uma
sublimidade que depende de
acidentes ou das características
menos essencais dos objetos a
que pertence.
36. A lâmpada da memória
O pitoresco se acha na
proporção exata de sua distância
do centro conceitual daqueles
aspectos nos quais a sublimidade
é encontrada.
37. A lâmpada da memória
O sentido do pitoresco está nas
características menos essenciais,
desenvolvendo uma sublimidade
diversa daquela da própria
criatura; juba no leão, chifre no
veado, listras na zebra etc.
38. A lâmpada da memória
O pitoresco encontra-se na ruína,
como, por exemplo, uma planta
nascida na parede, assinalando
sua idade, de modo a tornar-se
elemento valioso apesar de não
pertencer a ela originalmente.
39. A lâmpada da memória
A assim chamada Restauração é
a pior forma de Destruição.
40. A lâmpada da memória
É impossível, tão impossível como
ressuscitar os mortos, restaurar
qualquer coisa que já tenha sido
grandiosa ou bela em arquitetura.
41. A lâmpada da memória
Não falemos pois de restauração.
Trata-se de uma mentira do
começo ao fim.
Mais pode ser resgatado das
ruínas de Nívive do que da
reconstruída Milão.
42. A lâmpada da memória
Cuide bem de seus monumentos,
e não será preciso restaurá-los.
43. A lâmpada da memória
Apóie o edifício com escoras de
madeira onde ele desabar; não se
importe com a má aparência dos
reforços: é melhor uma muleta do que
um membro perdido. E faça-o com
ternura: muitas gerações ainda
nascerão e desaparecerão sob sua
sombra. Seu dia fatal por fim chegará;
mas declarada e abertamente, sem
nenhum substituto desonroso e falso
privando o monumento das honras
fúnebres da memória.
44. A lâmpada da memória
Não temos o direito de tocar
(alterar, ou „restaurar‟) os edifícios
antigos. Eles não são nossos.
Pertencem em parte aqueles que
os construíram e em parte a todas
as gerações da humanidade que
nos sucederão.
45. A lâmpada da memória
Os mortos ainda tem seu direito
sobre eles: aquilo pelo qual
trabalharam, a exaltação da
façanha ou a expressão do
sentimento religioso ou o que quer
que exista naqueles edifícios que
tencionavam perpetuar, não
temos o direito de obliterar.
46. A lâmpada da memória
É de ralé que se trata, e sempre
será; não importa se enraivecida, ou
em loucura deliberada; se
agrupada em números incotáveis
ou em comissões; as pessoas que
destroem qualquer coisa de
maneira infundada são ralé, e a
Arquitetura sempre é destruída de
modo infundado.
47. RUSKIN
ESSENCIAL
FICHAMENTO DE ALUNO
TRADUÇÃO E APRESENTAÇÃO
MARIA BRESSAN P INHEIRO
Ateliê Editorial 2008