SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 7
Downloaden Sie, um offline zu lesen
P1 / TRABALHO FINAL

O JARDIM DA METRÓPOLE
CÓRREGO DA ÁGUA VERMELHA / ZONA LESTE DE
SÃO PAULO

ROTEIRO

1. BASES CONCEITUAIS

1.1 O JARDIM DA METRÓPOLE1
    Poucas cidades foram capazes de dominar sua condição metropolitana,
    apesar de todos os planos elaborados, não há porque pensar que
    tenham tido êxito...

    Metrópoles contemporâneas – grandes vazios resultantes da obsolescência
    de antigas instalações industriais, alterações de sistemas de serviços,...,
    GRANDES VAZIOS, (espaços vagos)

    Busca de alternativas deve colocar questões mais globais, que reconhecem os
    problemas ambientais, sem renunciar do potencial de uso desses espaços
    vagos como espaços livres metropolitanos,

    Objetivo: VERTEBRAR a metrópole a partir desses vazios gerados na ocupação
    do território, como sistemas, disposição das novas infraestruturas, resolução de
    problemas ambientais, necessidade de novos espaços livres......

    um novo estrato constituído de vazios que tem dinâmicas próprias, onde os
    cursos d’água, a vibração do solo, os processos ligados à vegetação possam ser
    a chave para a compreensão da riqueza de cada lugar. O estrato livre consolida
    a valorização dessas riquezas: nova ordem de atuações.

O novo estrato do qual falamos é o produto da acumulação de todos os espaços livres da nova cidade
metropolitana, desde os parques naturais aos parques urbanos, desde os rios às praias, desde os
corredores verdes às novas agriculturas metropolitanas, desde os bosques aos novos jardins temáticos,
desde os espaços que resolvam as problemáticas meio-ambientais aos entornos das grandes infra-
estruturas que necessitamos.

Este novo estrato quer refazer o terrain vague metropolitano para tratar de desenhar a nova geografia
da cidade. Trata-se de um estrato livre que pretende ajudar a definir um novo modelo de ordenação
territorial desde o que aqui denominamos jardim da metrópole.

A Consideração conjunta e inter-relacionada nos âmbitos metropolitanos das matrizes ecológicas
de Richard T. T. Forman, da reinterpretação contemporânea dos sistemas de parques de Frederick

1
 . Conforme Enric Batlle em El Jardín de la metrópoli / Del paisaje romântico al espacio libre para uma ciudad
sostenible, Editorial Gustavo Gili, SL, Barcelona, 2011.
                                                                                                                 1
Law Olmsted e dos espaços gerados desde a sustentabilidade como resposta aos problemas meio-
ambientais, constitui o embrião do nascimento do que aqui denominamos jardim                                         da
metrópole.
As matrizes ecológicas, ordenadas segundo o modelo de Forman através da trilogia patch-corridor-
matrix, 2 são aplicáveis a qualquer território.

Os sistemas de espaços livres urbanos nasceram como desenvolvimento do modelo elaborado por
Olmsted nos primeiros system park. 3

Não obstante, os espaços disponíveis para formar parte desse novo sistema são também frágeis,
estão sujeitos a diferentes expectativas que podem fazer que resultem inutilizados como espaços
potenciais do jardim da metrópole. Trata-se de espaços que se consideram pendentes
                                                                             de
urbanizar, ou que podem ser o melhor lugar para dispor as novas infraestruturas.
Também é nesses lugares onde a metrópole resolve seus problemas meio-ambientais,
ou onde tem que circular as energias que se consome.

Os entornos com valor agregado tratam de compatibilizar a existência do jardim da metrópole com
o desenvolvimento de novos assentamentos, o traçado de novas infra-estruturas, a implantação de
novos usos metropolitanos ou a necessidade de espaços destinados a resolver as problemáticas
meio-ambientais. Os entornos com valor agregado podem converter-se em novos fenômenos de
paisagem que atenderão tanto a Problemática concreta que se esteja resolvendo como o aumento da
qualidade dos espaços naturais próximos.

Talvez o destino final do que estamos tratando de definir se resuma na busca de um modelo para desenhar
o território metropolitano compreensível e coerente no qual nossa sociedade possa ver-se representada de
alguma maneira. Bernardo Secchi presume brilhantemente com as palavras seguintes: “Nos dizem depois
que também é importante interconectá-los com uns corredores porque assim as diferentes
espécies, botânicas e animais, podem emigrar de um lugar a outro, e que estas migrações
aumentam a biodiversidade. Aumentam a diversidade das espécies que se acham presentes em
cada uma dessas áreas, espécies botânicas e animais. E um aumento da biodiversidade redunda
em um aumento da capacidade de resistência do sistema ecológico para enfrentar-se com toda a
artificialidade que nós introduzimos, Eu não sei si é certo ou não... A mim me agrada o tema; as
migrações mesclam as espécies, aumentam a biodiversidade, aumentam a capacidade de
resistência... Agrada-me porque me parece uma grande metáfora social. Se nós nos mesclamos,
nos fazemos mais fortes todos... Mas sobre o que quero chamar a atenção é sobre isso; eu falei de
ponto, de linha e superfície. Começam a converter-se em uma linguagem minha, de arquiteto, de
pessoa que projeta um território. Começo a ver coisas que sei como manejar, materiais com os
quais trabalhar na construção de um projeto. Todos nossos projetos são composições feitas a base
desses elementos. É esse o aspecto que me interessa. Não usar o sistema ambiental só para conter
a expansão urbana ou para conter o consumo do solo da cidade, senão utilizá-lo ademais para dar
um desenho ao território onde se reconheça, talvez, seu último sentido. Talvez, na cidade
decimonônica nós conseguimos sentirmo-nos em casa porque encontramos uma cidade feita de
ruas, de calçadas, de pontos, de monumentos que restituíam a seu ponto justo a ordem urbana, e
era isso precisamente o que a cidade decimonônica pretendia. Talvez a sociedade da primeira parte
do nosso século, um pouco enamorada de todo o maquinismo, de todas as grandes obras de
engenharia, se reconhecia a si mesma nos grandes sistemas infra-estruturais. Talvez hoje nós não
podemos usar estes elementos para compreender a forma da cidade, que pelo contrário cresce, se
dispersa e se confunde por todas as partes, convertendo-se em um amálgama de objetos muito
heterogêneos. Mas podemos, pelo contrário, usar uma correta projeção do sistema ambiental,
ponto, linha e superfície do sistema ambiental, para conseguir desenhar o território. Com um

2
. Ver: Forman, Richard T. T., Land Mosaics. The Ecology of Landscapes and Regions, Cambridge University Press, Cambridge, 1995.
3
. Fein, Albert, op. Cit.
                                                                                                                                  2
desenho compreensível, coerente, um desenho no qual nossa sociedade, de alguma forma, consiga
sentir-se representada”. 4

Os sistemas de drenagem do território são os corredores mais estáveis e contínuos, e os que têm
uma maior capacidade de recuperação ainda que totalmente degradados. 5

A matriz ecológica metropolitana poderá integrar em seu conjunto espaços de usos muito diversos,
como os espaços agrícolas compatíveis com os espaços livres e esportivos de alto valor natural.




Matriz ecológica metropolitana de Barcelona, Espanha.
Desenho da possível matriz ecológica metropolitana de Barcelona, a partir da superposição dos espaços que compõem o anel verde de Barcelona,
do conjunto das drenagens do território, os diversos corredores verdes, os diversos espaços agrários que podem ser potenciados e de alguns
entornos com valor agregado que poderiam ser incorporados.


Os novos sistemas verdes se constroem desde a idéia da recuperação                                             das
conectividades perdidas, mas também abre a base que pode estabelecer cada um dos novos
espaços livres. Estes novos espaços livres – margem de cidade compacta ou interstício
metropolitano – não podem ser desenhados exclusivamente desde o programa local que os
possibilita, mas devem recolher e assumir o papel que lhes corresponda dentro de um suposto sistema
ideal. Estes espaços livres poderão formar parte de uma sucessão de espaços que tratem de estabelecer
alguma conectividade ou ser imprescindíveis para recuperar                                   algum lugar natural
degradado. Estes novos parques também poderão vincular-se aos sistemas naturais que todavia se
encontrem no lugar ou aos novos sistemas naturais que se estabeleçam para fazer emergir os valores
ecológicos que antes se havia anulado.

Um sistema de espaços livres urbanos que se explicará desde essa dupla perspectiva, a de uns espaços
que se organizam como um sistema como meio de consolidar as conectividades, e uns espaços
construídos a partir de uns sistemas naturais potenciados ou recuperados.

Todo espaço não construído permite uniões urbanas e pode ser o apoio de uma união verde. É importante
analisar a grande quantidade de espaços livres infra-utilizados ou marginalizados como                                      espaços
residuais, situados em áreas densamente povoadas. Estes espaços também são suscetíveis de
construir boas uniões verdes, e muitas vezes constituem as últimas possibilidades que ficam para
estabelecer percursos entre as partes construídas e os espaços naturais.

As dimensões de uma união verde como passeio são variáveis e dependerão sempre das disponibilidades
físicas ou das previsões urbanísticas. Uma união verde pode reduzir-se a um passeio de cinco metros
de largura ao longo de algumas centenas de metros, ou pode converter-se em um autêntico
corredor verde de largura suficiente e uns poucos quilômetros de comprimento. Não há regras



4
 . Secchi, Bernardo “La práctica actual de la proyetación territorial” (conferência proferida no Máster de Projetação Urbanística da Universitat
Politécnica de Catalunya), em Eizaguirre, Xabier (ed.), La construcción del território disperso, Edicions UPC, Barcelona, 2001.
5
 . Ver: Saunders, Denis A. E Hobbs, Richard J., The Role of Corridors, Surrey Beatty & Sons, Chipping Borton, 1991.
                                                                                                                                                   3
estritas, mas os espaços de mais de trinta metros de largura que garantissem a
continuidade ao longo do território começam a constituir umas vias eficientes.

As uniões verdes se entenderão basicamente como espaços
                                          arborizados que também poderão
exercer funções de drenagem das águas da cidade. Será essencial a continuidade
dos percursos para pedestres e bicicletas, e, portanto, a boa resolução de todos os cruzamentos com o
resto das infraestruturas. As uniões verdes poderão ser simples passeios urbanos ou aproximarem-se ao
conceito de corredor ecológico, garantindo assim as continuidades naturais. A reconversão
desses espaços em drenagens vistos da cidade permite aproveitar a água da chuva para criar espaços
úmidos que passarão a formar parte do sistema de parques e do próprio sistema natural. As uniões verdes
são uma peça a mais do sistema de percursos urbanos das cidades.

O jardim da metrópole pretende, talvez de forma atrevida, ser uma opção cultural sobre a metrópole. Em
palavras de Manuel de Solà-Morales, 6 o jardim da metrópole também é um espaço unitário e aberto:
a imagem visível da continuidade da cidade. O novo estrato que constrói o jardim da metrópole é o
novo modelo de espaço livre para conseguir uma cidade sustentável, e pode chegar a ser a idéia
que condense e defina a nova                  forma da metrópole.

O estrato livre
O resultado é um mutante, um híbrido entre o urbano e o natural, o fim de uma tipologia (o parque
urbano) e o nascimento de um novo estrato (o estrato livre).

O estrato livre que estamos tratando de definir se constrói desde a utilização das tipologias
convencionais da paisagem – as margens de um rio, um bosque, um campo, um arvoredo, um
pântano, etc. – que, com ligeiros ajustes, podem promover efeitos significativos sem necessidade
de ter que eliminá-los ou encobri-los.

O estrato livre deve ser visto num mapa que tem que ser produzido e construído, que sempre pode
ser desmontado, alterado ou modificado, mas que deve conservar sua essência; um estrato
codificado desde a vitalidade que contem e pode chegar a ter um lugar, e que podemos redescobrir no
projeto de drenagens
                  do território, dos bosques da metrópole, das
agriculturas urbanas, das infra-estruturas verdes e dos jardins
temáticos.
As drenagens do território, os bosques da metrópole, as agriculturas urbanas, as infraestruturas
verdes, os jardins temáticos e os espaços da sustentabilidade são projetos imprescindíveis que
podem somar-se ao resto dos projetos da metrópole, com a vontade de transformar umas
paisagens agora obsoletas no conjunto do estrato livre.

Trata-se de lugares que poderiam ser como os de sempre – um riacho, um bosque, um campo, um
vertedouro e uma autopista, etc. –, mas que também poderiam ser novos motores da forma do
território, para assim deixar de ser o vazio, o espaço residual, o interstício ou a borda de uma
estrada e passar a ser umas novas paisagens, vigorosas, úteis, aproveitáveis e, porque não,
também igualmente belos.


O estrato livre é o jardim da metrópole.

6
. Sola-Morales, Manuel de, “Um nuevo Paseo de Gràcia”, op. Cit.
                                                                                                        4
1.2. CÓDIGO FLORESTAL / RURAL E URBANO




2. AÇÕES PROJETUAIS
  A. ESTABELECIMENTO DE LIMITES / REMOÇÕES DE USOS
     INDEVIDOS
  B. CONECTIVIDADES LONGITUDINAIS E TRANSVERSAIS.
  C. TEMAS:
    CONTROLE DA VASÃO DAS ÁGUAS
    (BACIAS DE CONTENSÃO).
    REFLORESTAMENTO (BOSQUES)
    AGRICULTURA
    ESPORTES
    JARDINS TEMÁTICOS

3. PADRÕES
2XVIAS 3m de largura
ESTACIONAMENTO LINEAR 2m de largura
CALÇADA PRINCIPAL 3,5m de largura / CALÇADA SECUNDÁRIA 2,5m
de largura
CICLOVIA 1,5 m de largura

4. BASES CARTOGRÁFICAS
GOOGLE EARTH / RECORTE DA ÁREA
SARA BRASIL / RECORTE DA ÁREA

                                                              5
REGIÃO DA GRANDE SÃO PAULO / SITUAÇÃO DO RECORTE NA
METRÓPOLE
ATLAS AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO / MACRO
DRENAGEM DE SÃO PAULO / ÍNDICE DE BACIAS

5. REFERÊNCIAS
PLAYA VISTA PARK, MICHAEL MALTZAN, LOS ANGELES, REVISTA
DOMUS 952 NOV 2011
PRAÇA DA MÃE PRETA, HIS, JOSÉ PAULO DE BEM, CURSO
PROJETO VII, ARQUITETURA E PAISAGISMO, UNIVERSIDADE
BELAS ARTES, 2011.




                                                          6
7

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Urban science in topo.ucpel
Urban science in topo.ucpelUrban science in topo.ucpel
Urban science in topo.ucpelOtavio M Peres
 
Cidades Racionalistas
Cidades Racionalistas Cidades Racionalistas
Cidades Racionalistas Rafaela Stella
 
vazios-urbanos-percursos-contemporaneos
vazios-urbanos-percursos-contemporaneosvazios-urbanos-percursos-contemporaneos
vazios-urbanos-percursos-contemporaneosricaFernanda5
 
Cronologia do urbanismo e do planejamento urbano
Cronologia do urbanismo e do planejamento urbanoCronologia do urbanismo e do planejamento urbano
Cronologia do urbanismo e do planejamento urbanoCLARA LUIZA MIRANDA
 
A circulação das idéias do urbanismo Aridson Andrade - 2011
A circulação das idéias do urbanismo   Aridson Andrade - 2011A circulação das idéias do urbanismo   Aridson Andrade - 2011
A circulação das idéias do urbanismo Aridson Andrade - 2011Aridson Andrade
 

Was ist angesagt? (7)

Urban science in topo.ucpel
Urban science in topo.ucpelUrban science in topo.ucpel
Urban science in topo.ucpel
 
O urbanismo (Resumo)
O urbanismo (Resumo)O urbanismo (Resumo)
O urbanismo (Resumo)
 
Cidades Racionalistas
Cidades Racionalistas Cidades Racionalistas
Cidades Racionalistas
 
Aula 06082007
Aula 06082007Aula 06082007
Aula 06082007
 
vazios-urbanos-percursos-contemporaneos
vazios-urbanos-percursos-contemporaneosvazios-urbanos-percursos-contemporaneos
vazios-urbanos-percursos-contemporaneos
 
Cronologia do urbanismo e do planejamento urbano
Cronologia do urbanismo e do planejamento urbanoCronologia do urbanismo e do planejamento urbano
Cronologia do urbanismo e do planejamento urbano
 
A circulação das idéias do urbanismo Aridson Andrade - 2011
A circulação das idéias do urbanismo   Aridson Andrade - 2011A circulação das idéias do urbanismo   Aridson Andrade - 2011
A circulação das idéias do urbanismo Aridson Andrade - 2011
 

Ähnlich wie O jardim da metrópole

A ideia principal da urbanização do terreno é agregar as formas da quadra nas...
A ideia principal da urbanização do terreno é agregar as formas da quadra nas...A ideia principal da urbanização do terreno é agregar as formas da quadra nas...
A ideia principal da urbanização do terreno é agregar as formas da quadra nas...zezinhopequeno
 
Cidades sustentabilidade urbana
Cidades sustentabilidade urbanaCidades sustentabilidade urbana
Cidades sustentabilidade urbanamanjosp
 
sdgdrgdfg.ppt
sdgdrgdfg.pptsdgdrgdfg.ppt
sdgdrgdfg.pptFacul3
 
Monografia josé hamiltonimpressão
Monografia josé hamiltonimpressãoMonografia josé hamiltonimpressão
Monografia josé hamiltonimpressãoResgate Cambuí
 
150703-Texto do artigo-348008-1-10-20190506.pdf
150703-Texto do artigo-348008-1-10-20190506.pdf150703-Texto do artigo-348008-1-10-20190506.pdf
150703-Texto do artigo-348008-1-10-20190506.pdfGazpromrepresentativ
 
Suelton morte e vida de grandes cidades- jane jacobs
Suelton  morte e vida de grandes cidades- jane jacobsSuelton  morte e vida de grandes cidades- jane jacobs
Suelton morte e vida de grandes cidades- jane jacobsSuelton Crispiano
 
AULA 13 - VAZIOS URBANOS E QUADRA ABERTA - CONCEITOS.pdf
AULA 13 - VAZIOS URBANOS E QUADRA ABERTA - CONCEITOS.pdfAULA 13 - VAZIOS URBANOS E QUADRA ABERTA - CONCEITOS.pdf
AULA 13 - VAZIOS URBANOS E QUADRA ABERTA - CONCEITOS.pdfPaulaMariaMagalhesTe
 
3011351.ppt
3011351.ppt3011351.ppt
3011351.pptFacul3
 
Análise comparativa de três Parques.
Análise comparativa de três Parques.Análise comparativa de três Parques.
Análise comparativa de três Parques.Mônica Almeida
 
Pensar a cidade nos contextos da cibercultura apresentação
Pensar a cidade nos contextos da cibercultura apresentaçãoPensar a cidade nos contextos da cibercultura apresentação
Pensar a cidade nos contextos da cibercultura apresentaçãoAndreia Regina Moura Mendes
 
Projeto II - estacionamento, condensador social e área verde
Projeto II - estacionamento, condensador social e área verdeProjeto II - estacionamento, condensador social e área verde
Projeto II - estacionamento, condensador social e área verdeAridson Andrade
 
Cidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores Críticos
Cidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores CríticosCidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores Críticos
Cidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores CríticosFundação Dom Cabral - FDC
 
Clc 6 cultura_de_ urbanismo_e_mobilidade_reflexão_sílvia_fernandes
Clc 6 cultura_de_ urbanismo_e_mobilidade_reflexão_sílvia_fernandesClc 6 cultura_de_ urbanismo_e_mobilidade_reflexão_sílvia_fernandes
Clc 6 cultura_de_ urbanismo_e_mobilidade_reflexão_sílvia_fernandesSILVIA G. FERNANDES
 

Ähnlich wie O jardim da metrópole (20)

Enric Batlle - Essencial
Enric Batlle - EssencialEnric Batlle - Essencial
Enric Batlle - Essencial
 
Design
DesignDesign
Design
 
A ideia principal da urbanização do terreno é agregar as formas da quadra nas...
A ideia principal da urbanização do terreno é agregar as formas da quadra nas...A ideia principal da urbanização do terreno é agregar as formas da quadra nas...
A ideia principal da urbanização do terreno é agregar as formas da quadra nas...
 
Cidades sustentabilidade urbana
Cidades sustentabilidade urbanaCidades sustentabilidade urbana
Cidades sustentabilidade urbana
 
sdgdrgdfg.ppt
sdgdrgdfg.pptsdgdrgdfg.ppt
sdgdrgdfg.ppt
 
Corredores verdes
Corredores verdesCorredores verdes
Corredores verdes
 
Monografia josé hamiltonimpressão
Monografia josé hamiltonimpressãoMonografia josé hamiltonimpressão
Monografia josé hamiltonimpressão
 
150703-Texto do artigo-348008-1-10-20190506.pdf
150703-Texto do artigo-348008-1-10-20190506.pdf150703-Texto do artigo-348008-1-10-20190506.pdf
150703-Texto do artigo-348008-1-10-20190506.pdf
 
Suelton morte e vida de grandes cidades- jane jacobs
Suelton  morte e vida de grandes cidades- jane jacobsSuelton  morte e vida de grandes cidades- jane jacobs
Suelton morte e vida de grandes cidades- jane jacobs
 
Pranchas A3
Pranchas A3Pranchas A3
Pranchas A3
 
AULA 13 - VAZIOS URBANOS E QUADRA ABERTA - CONCEITOS.pdf
AULA 13 - VAZIOS URBANOS E QUADRA ABERTA - CONCEITOS.pdfAULA 13 - VAZIOS URBANOS E QUADRA ABERTA - CONCEITOS.pdf
AULA 13 - VAZIOS URBANOS E QUADRA ABERTA - CONCEITOS.pdf
 
Taina de assumpcao
Taina de assumpcaoTaina de assumpcao
Taina de assumpcao
 
3011351.ppt
3011351.ppt3011351.ppt
3011351.ppt
 
Análise comparativa de três Parques.
Análise comparativa de três Parques.Análise comparativa de três Parques.
Análise comparativa de três Parques.
 
Pensar a cidade nos contextos da cibercultura apresentação
Pensar a cidade nos contextos da cibercultura apresentaçãoPensar a cidade nos contextos da cibercultura apresentação
Pensar a cidade nos contextos da cibercultura apresentação
 
Urbanização
UrbanizaçãoUrbanização
Urbanização
 
Urbanização
UrbanizaçãoUrbanização
Urbanização
 
Projeto II - estacionamento, condensador social e área verde
Projeto II - estacionamento, condensador social e área verdeProjeto II - estacionamento, condensador social e área verde
Projeto II - estacionamento, condensador social e área verde
 
Cidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores Críticos
Cidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores CríticosCidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores Críticos
Cidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores Críticos
 
Clc 6 cultura_de_ urbanismo_e_mobilidade_reflexão_sílvia_fernandes
Clc 6 cultura_de_ urbanismo_e_mobilidade_reflexão_sílvia_fernandesClc 6 cultura_de_ urbanismo_e_mobilidade_reflexão_sílvia_fernandes
Clc 6 cultura_de_ urbanismo_e_mobilidade_reflexão_sílvia_fernandes
 

Mehr von Carlos Elson Cunha

Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)
Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)
Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)Carlos Elson Cunha
 
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology mead and the reality of t...
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology   mead and the reality of t...Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology   mead and the reality of t...
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology mead and the reality of t...Carlos Elson Cunha
 
Alexandria sem muros monografia 2016
Alexandria sem muros   monografia 2016Alexandria sem muros   monografia 2016
Alexandria sem muros monografia 2016Carlos Elson Cunha
 
Atitude mental correta para falar em público
Atitude mental correta para falar em públicoAtitude mental correta para falar em público
Atitude mental correta para falar em públicoCarlos Elson Cunha
 
Introduções para falar em público
Introduções para falar em públicoIntroduções para falar em público
Introduções para falar em públicoCarlos Elson Cunha
 
Xadrez é fácil com o aluno eterno
Xadrez é fácil   com o aluno eternoXadrez é fácil   com o aluno eterno
Xadrez é fácil com o aluno eternoCarlos Elson Cunha
 
Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas
Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas
Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas Carlos Elson Cunha
 
Guindaste de palitos de picolé
Guindaste de palitos de picoléGuindaste de palitos de picolé
Guindaste de palitos de picoléCarlos Elson Cunha
 
Todas as árvores do largo da concórdia
Todas as árvores do largo da concórdiaTodas as árvores do largo da concórdia
Todas as árvores do largo da concórdiaCarlos Elson Cunha
 
Levantamento fotográfico v oprr bras
Levantamento fotográfico v oprr brasLevantamento fotográfico v oprr bras
Levantamento fotográfico v oprr brasCarlos Elson Cunha
 
Lançamento de livros enanparq
Lançamento de livros enanparqLançamento de livros enanparq
Lançamento de livros enanparqCarlos Elson Cunha
 
Cdhu principais programas e tipologias
Cdhu principais programas e tipologiasCdhu principais programas e tipologias
Cdhu principais programas e tipologiasCarlos Elson Cunha
 

Mehr von Carlos Elson Cunha (20)

Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)
Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)
Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)
 
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology mead and the reality of t...
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology   mead and the reality of t...Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology   mead and the reality of t...
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology mead and the reality of t...
 
Alexandria sem muros monografia 2016
Alexandria sem muros   monografia 2016Alexandria sem muros   monografia 2016
Alexandria sem muros monografia 2016
 
Shopping das artes
Shopping das artesShopping das artes
Shopping das artes
 
Atitude mental correta para falar em público
Atitude mental correta para falar em públicoAtitude mental correta para falar em público
Atitude mental correta para falar em público
 
Introduções para falar em público
Introduções para falar em públicoIntroduções para falar em público
Introduções para falar em público
 
O temor de falar em público
O temor de falar em públicoO temor de falar em público
O temor de falar em público
 
Mec solo ms
Mec solo msMec solo ms
Mec solo ms
 
Xadrez é fácil com o aluno eterno
Xadrez é fácil   com o aluno eternoXadrez é fácil   com o aluno eterno
Xadrez é fácil com o aluno eterno
 
Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas
Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas
Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas
 
B n
B nB n
B n
 
Guindaste de palitos de picolé
Guindaste de palitos de picoléGuindaste de palitos de picolé
Guindaste de palitos de picolé
 
Atribuições arquiteto
Atribuições arquitetoAtribuições arquiteto
Atribuições arquiteto
 
Todas as árvores do largo da concórdia
Todas as árvores do largo da concórdiaTodas as árvores do largo da concórdia
Todas as árvores do largo da concórdia
 
R caetano pinto
R caetano pintoR caetano pinto
R caetano pinto
 
Levantamento fotográfico v oprr bras
Levantamento fotográfico v oprr brasLevantamento fotográfico v oprr bras
Levantamento fotográfico v oprr bras
 
Lançamento de livros enanparq
Lançamento de livros enanparqLançamento de livros enanparq
Lançamento de livros enanparq
 
Drenagem urbana.2007
Drenagem urbana.2007Drenagem urbana.2007
Drenagem urbana.2007
 
Domótica em bibliotecas
Domótica em bibliotecasDomótica em bibliotecas
Domótica em bibliotecas
 
Cdhu principais programas e tipologias
Cdhu principais programas e tipologiasCdhu principais programas e tipologias
Cdhu principais programas e tipologias
 

O jardim da metrópole

  • 1. P1 / TRABALHO FINAL O JARDIM DA METRÓPOLE CÓRREGO DA ÁGUA VERMELHA / ZONA LESTE DE SÃO PAULO ROTEIRO 1. BASES CONCEITUAIS 1.1 O JARDIM DA METRÓPOLE1 Poucas cidades foram capazes de dominar sua condição metropolitana, apesar de todos os planos elaborados, não há porque pensar que tenham tido êxito... Metrópoles contemporâneas – grandes vazios resultantes da obsolescência de antigas instalações industriais, alterações de sistemas de serviços,..., GRANDES VAZIOS, (espaços vagos) Busca de alternativas deve colocar questões mais globais, que reconhecem os problemas ambientais, sem renunciar do potencial de uso desses espaços vagos como espaços livres metropolitanos, Objetivo: VERTEBRAR a metrópole a partir desses vazios gerados na ocupação do território, como sistemas, disposição das novas infraestruturas, resolução de problemas ambientais, necessidade de novos espaços livres...... um novo estrato constituído de vazios que tem dinâmicas próprias, onde os cursos d’água, a vibração do solo, os processos ligados à vegetação possam ser a chave para a compreensão da riqueza de cada lugar. O estrato livre consolida a valorização dessas riquezas: nova ordem de atuações. O novo estrato do qual falamos é o produto da acumulação de todos os espaços livres da nova cidade metropolitana, desde os parques naturais aos parques urbanos, desde os rios às praias, desde os corredores verdes às novas agriculturas metropolitanas, desde os bosques aos novos jardins temáticos, desde os espaços que resolvam as problemáticas meio-ambientais aos entornos das grandes infra- estruturas que necessitamos. Este novo estrato quer refazer o terrain vague metropolitano para tratar de desenhar a nova geografia da cidade. Trata-se de um estrato livre que pretende ajudar a definir um novo modelo de ordenação territorial desde o que aqui denominamos jardim da metrópole. A Consideração conjunta e inter-relacionada nos âmbitos metropolitanos das matrizes ecológicas de Richard T. T. Forman, da reinterpretação contemporânea dos sistemas de parques de Frederick 1 . Conforme Enric Batlle em El Jardín de la metrópoli / Del paisaje romântico al espacio libre para uma ciudad sostenible, Editorial Gustavo Gili, SL, Barcelona, 2011. 1
  • 2. Law Olmsted e dos espaços gerados desde a sustentabilidade como resposta aos problemas meio- ambientais, constitui o embrião do nascimento do que aqui denominamos jardim da metrópole. As matrizes ecológicas, ordenadas segundo o modelo de Forman através da trilogia patch-corridor- matrix, 2 são aplicáveis a qualquer território. Os sistemas de espaços livres urbanos nasceram como desenvolvimento do modelo elaborado por Olmsted nos primeiros system park. 3 Não obstante, os espaços disponíveis para formar parte desse novo sistema são também frágeis, estão sujeitos a diferentes expectativas que podem fazer que resultem inutilizados como espaços potenciais do jardim da metrópole. Trata-se de espaços que se consideram pendentes de urbanizar, ou que podem ser o melhor lugar para dispor as novas infraestruturas. Também é nesses lugares onde a metrópole resolve seus problemas meio-ambientais, ou onde tem que circular as energias que se consome. Os entornos com valor agregado tratam de compatibilizar a existência do jardim da metrópole com o desenvolvimento de novos assentamentos, o traçado de novas infra-estruturas, a implantação de novos usos metropolitanos ou a necessidade de espaços destinados a resolver as problemáticas meio-ambientais. Os entornos com valor agregado podem converter-se em novos fenômenos de paisagem que atenderão tanto a Problemática concreta que se esteja resolvendo como o aumento da qualidade dos espaços naturais próximos. Talvez o destino final do que estamos tratando de definir se resuma na busca de um modelo para desenhar o território metropolitano compreensível e coerente no qual nossa sociedade possa ver-se representada de alguma maneira. Bernardo Secchi presume brilhantemente com as palavras seguintes: “Nos dizem depois que também é importante interconectá-los com uns corredores porque assim as diferentes espécies, botânicas e animais, podem emigrar de um lugar a outro, e que estas migrações aumentam a biodiversidade. Aumentam a diversidade das espécies que se acham presentes em cada uma dessas áreas, espécies botânicas e animais. E um aumento da biodiversidade redunda em um aumento da capacidade de resistência do sistema ecológico para enfrentar-se com toda a artificialidade que nós introduzimos, Eu não sei si é certo ou não... A mim me agrada o tema; as migrações mesclam as espécies, aumentam a biodiversidade, aumentam a capacidade de resistência... Agrada-me porque me parece uma grande metáfora social. Se nós nos mesclamos, nos fazemos mais fortes todos... Mas sobre o que quero chamar a atenção é sobre isso; eu falei de ponto, de linha e superfície. Começam a converter-se em uma linguagem minha, de arquiteto, de pessoa que projeta um território. Começo a ver coisas que sei como manejar, materiais com os quais trabalhar na construção de um projeto. Todos nossos projetos são composições feitas a base desses elementos. É esse o aspecto que me interessa. Não usar o sistema ambiental só para conter a expansão urbana ou para conter o consumo do solo da cidade, senão utilizá-lo ademais para dar um desenho ao território onde se reconheça, talvez, seu último sentido. Talvez, na cidade decimonônica nós conseguimos sentirmo-nos em casa porque encontramos uma cidade feita de ruas, de calçadas, de pontos, de monumentos que restituíam a seu ponto justo a ordem urbana, e era isso precisamente o que a cidade decimonônica pretendia. Talvez a sociedade da primeira parte do nosso século, um pouco enamorada de todo o maquinismo, de todas as grandes obras de engenharia, se reconhecia a si mesma nos grandes sistemas infra-estruturais. Talvez hoje nós não podemos usar estes elementos para compreender a forma da cidade, que pelo contrário cresce, se dispersa e se confunde por todas as partes, convertendo-se em um amálgama de objetos muito heterogêneos. Mas podemos, pelo contrário, usar uma correta projeção do sistema ambiental, ponto, linha e superfície do sistema ambiental, para conseguir desenhar o território. Com um 2 . Ver: Forman, Richard T. T., Land Mosaics. The Ecology of Landscapes and Regions, Cambridge University Press, Cambridge, 1995. 3 . Fein, Albert, op. Cit. 2
  • 3. desenho compreensível, coerente, um desenho no qual nossa sociedade, de alguma forma, consiga sentir-se representada”. 4 Os sistemas de drenagem do território são os corredores mais estáveis e contínuos, e os que têm uma maior capacidade de recuperação ainda que totalmente degradados. 5 A matriz ecológica metropolitana poderá integrar em seu conjunto espaços de usos muito diversos, como os espaços agrícolas compatíveis com os espaços livres e esportivos de alto valor natural. Matriz ecológica metropolitana de Barcelona, Espanha. Desenho da possível matriz ecológica metropolitana de Barcelona, a partir da superposição dos espaços que compõem o anel verde de Barcelona, do conjunto das drenagens do território, os diversos corredores verdes, os diversos espaços agrários que podem ser potenciados e de alguns entornos com valor agregado que poderiam ser incorporados. Os novos sistemas verdes se constroem desde a idéia da recuperação das conectividades perdidas, mas também abre a base que pode estabelecer cada um dos novos espaços livres. Estes novos espaços livres – margem de cidade compacta ou interstício metropolitano – não podem ser desenhados exclusivamente desde o programa local que os possibilita, mas devem recolher e assumir o papel que lhes corresponda dentro de um suposto sistema ideal. Estes espaços livres poderão formar parte de uma sucessão de espaços que tratem de estabelecer alguma conectividade ou ser imprescindíveis para recuperar algum lugar natural degradado. Estes novos parques também poderão vincular-se aos sistemas naturais que todavia se encontrem no lugar ou aos novos sistemas naturais que se estabeleçam para fazer emergir os valores ecológicos que antes se havia anulado. Um sistema de espaços livres urbanos que se explicará desde essa dupla perspectiva, a de uns espaços que se organizam como um sistema como meio de consolidar as conectividades, e uns espaços construídos a partir de uns sistemas naturais potenciados ou recuperados. Todo espaço não construído permite uniões urbanas e pode ser o apoio de uma união verde. É importante analisar a grande quantidade de espaços livres infra-utilizados ou marginalizados como espaços residuais, situados em áreas densamente povoadas. Estes espaços também são suscetíveis de construir boas uniões verdes, e muitas vezes constituem as últimas possibilidades que ficam para estabelecer percursos entre as partes construídas e os espaços naturais. As dimensões de uma união verde como passeio são variáveis e dependerão sempre das disponibilidades físicas ou das previsões urbanísticas. Uma união verde pode reduzir-se a um passeio de cinco metros de largura ao longo de algumas centenas de metros, ou pode converter-se em um autêntico corredor verde de largura suficiente e uns poucos quilômetros de comprimento. Não há regras 4 . Secchi, Bernardo “La práctica actual de la proyetación territorial” (conferência proferida no Máster de Projetação Urbanística da Universitat Politécnica de Catalunya), em Eizaguirre, Xabier (ed.), La construcción del território disperso, Edicions UPC, Barcelona, 2001. 5 . Ver: Saunders, Denis A. E Hobbs, Richard J., The Role of Corridors, Surrey Beatty & Sons, Chipping Borton, 1991. 3
  • 4. estritas, mas os espaços de mais de trinta metros de largura que garantissem a continuidade ao longo do território começam a constituir umas vias eficientes. As uniões verdes se entenderão basicamente como espaços arborizados que também poderão exercer funções de drenagem das águas da cidade. Será essencial a continuidade dos percursos para pedestres e bicicletas, e, portanto, a boa resolução de todos os cruzamentos com o resto das infraestruturas. As uniões verdes poderão ser simples passeios urbanos ou aproximarem-se ao conceito de corredor ecológico, garantindo assim as continuidades naturais. A reconversão desses espaços em drenagens vistos da cidade permite aproveitar a água da chuva para criar espaços úmidos que passarão a formar parte do sistema de parques e do próprio sistema natural. As uniões verdes são uma peça a mais do sistema de percursos urbanos das cidades. O jardim da metrópole pretende, talvez de forma atrevida, ser uma opção cultural sobre a metrópole. Em palavras de Manuel de Solà-Morales, 6 o jardim da metrópole também é um espaço unitário e aberto: a imagem visível da continuidade da cidade. O novo estrato que constrói o jardim da metrópole é o novo modelo de espaço livre para conseguir uma cidade sustentável, e pode chegar a ser a idéia que condense e defina a nova forma da metrópole. O estrato livre O resultado é um mutante, um híbrido entre o urbano e o natural, o fim de uma tipologia (o parque urbano) e o nascimento de um novo estrato (o estrato livre). O estrato livre que estamos tratando de definir se constrói desde a utilização das tipologias convencionais da paisagem – as margens de um rio, um bosque, um campo, um arvoredo, um pântano, etc. – que, com ligeiros ajustes, podem promover efeitos significativos sem necessidade de ter que eliminá-los ou encobri-los. O estrato livre deve ser visto num mapa que tem que ser produzido e construído, que sempre pode ser desmontado, alterado ou modificado, mas que deve conservar sua essência; um estrato codificado desde a vitalidade que contem e pode chegar a ter um lugar, e que podemos redescobrir no projeto de drenagens do território, dos bosques da metrópole, das agriculturas urbanas, das infra-estruturas verdes e dos jardins temáticos. As drenagens do território, os bosques da metrópole, as agriculturas urbanas, as infraestruturas verdes, os jardins temáticos e os espaços da sustentabilidade são projetos imprescindíveis que podem somar-se ao resto dos projetos da metrópole, com a vontade de transformar umas paisagens agora obsoletas no conjunto do estrato livre. Trata-se de lugares que poderiam ser como os de sempre – um riacho, um bosque, um campo, um vertedouro e uma autopista, etc. –, mas que também poderiam ser novos motores da forma do território, para assim deixar de ser o vazio, o espaço residual, o interstício ou a borda de uma estrada e passar a ser umas novas paisagens, vigorosas, úteis, aproveitáveis e, porque não, também igualmente belos. O estrato livre é o jardim da metrópole. 6 . Sola-Morales, Manuel de, “Um nuevo Paseo de Gràcia”, op. Cit. 4
  • 5. 1.2. CÓDIGO FLORESTAL / RURAL E URBANO 2. AÇÕES PROJETUAIS A. ESTABELECIMENTO DE LIMITES / REMOÇÕES DE USOS INDEVIDOS B. CONECTIVIDADES LONGITUDINAIS E TRANSVERSAIS. C. TEMAS: CONTROLE DA VASÃO DAS ÁGUAS (BACIAS DE CONTENSÃO). REFLORESTAMENTO (BOSQUES) AGRICULTURA ESPORTES JARDINS TEMÁTICOS 3. PADRÕES 2XVIAS 3m de largura ESTACIONAMENTO LINEAR 2m de largura CALÇADA PRINCIPAL 3,5m de largura / CALÇADA SECUNDÁRIA 2,5m de largura CICLOVIA 1,5 m de largura 4. BASES CARTOGRÁFICAS GOOGLE EARTH / RECORTE DA ÁREA SARA BRASIL / RECORTE DA ÁREA 5
  • 6. REGIÃO DA GRANDE SÃO PAULO / SITUAÇÃO DO RECORTE NA METRÓPOLE ATLAS AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO / MACRO DRENAGEM DE SÃO PAULO / ÍNDICE DE BACIAS 5. REFERÊNCIAS PLAYA VISTA PARK, MICHAEL MALTZAN, LOS ANGELES, REVISTA DOMUS 952 NOV 2011 PRAÇA DA MÃE PRETA, HIS, JOSÉ PAULO DE BEM, CURSO PROJETO VII, ARQUITETURA E PAISAGISMO, UNIVERSIDADE BELAS ARTES, 2011. 6
  • 7. 7