O Conjunto Residencial Natingui é um conjunto habitacional localizado na Vila Madalena, em São Paulo, construído pelo Banco Nacional de Habitação (BNH) em 1968. É composto por 52 prédios com apartamentos de 2 a 3 quartos e 68 metros quadrados. Apesar de ter sido projetado pelo BNH, o conjunto se beneficiou de sua boa localização e qualidade arquitetônica, valorizando-se ao longo dos anos e recebendo o apelido de "Cohab Chique".
2. HISTÓRIA
• 1964 – Taxa negativa de crescimento do PIB
• Acentuação do processo inflacionário
→ Políticas governamentais de desenvolvimento da
economia e combate à inflação.
→ Construção Civil: Geração de empregos,
movimentação da economia
3.
4. BNH: outras perspectivas Sara Raquel Fernandes Queiroz de Medeiros
Doutoranda PPGA/UFRN saramedeiros@ufrnet.br
RESUMO
O BNH foi um grande órgão criado, em 1964, pelo regime militar com o
objetivo de dinamizar a economia e garantir o apoio político da massa
desabrigada.
Foi o único órgão responsável por uma política nacional da habitação.
Estima-se que o BNH foi responsável, até o período da sua extinção
(1986) por 25% das unidades habitacionais construídas no país. O
investimento em saneamento, eletricidade, pavimentação e estradas
fazem parte de da história do órgão. Com a extinção do BNH a política
habitacional brasileira fica com um vazio. As atribuições do BNH foram
pulverizadas para diversos órgãos: CEF, secretarias e ministérios,
responsáveis pela elaboração das políticas.
5. A ideia defendida é de que o BNH não deve ser lembrado e citado
apenas como uma história de fracasso e decepção. Há de se
entender os verdadeiros motivos que levaram aos seus fracassos,
bem como os motivos envolvidos na sua extinção. Há diversas
análises e mitos formulados a partir da trajetória do BNH. Muitas
dessas análises de cunho social, ficando no campo financeiro e
político. A atuação do BNH recebeu diversas críticas, em sua
maioria ao fato de estar atrelado ao regime militar.
Não há aqui a intenção de negar as críticas nem exaltar a atuação
deste. O objetivo é resgatar a história desse órgão com um novo
olhar que possibilite novas conclusões e, que essas venham nos
servir de parâmetro para avaliar as políticas habitacionais em pauta,
visualizando o que mudou e o que permaneceu na política
habitacional brasileira.
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14. 29 de setembro de 1971
O BNH alcança a classe média
(Em 26 anos, de 1938 a 1964, foram construídas apenas
120.000 habitações pelo sistema então vigente.)
O novo regime, implantado em 1964, em primeiro
lugar, passou a exigir uma poupança inicial dos
compradores e que a arrecadação dos recursos do
BNH fosse feita não do polpudo orçamento federal,
mas entre particulares - o Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço, as cadernetas de poupança e as
letras imobiliárias. Além disso, foi instituída a
correção monetária, para reconstituir o valor do
dinheiro. Essa política, apesar de muito mais
equânime - entre 1964 e julho deste ano já foram
entregues ou iniciadas 704.000 habitações
15. Para permitir construções de melhor
acabamento, agora o BNH pode financiar
imóveis de qualquer valor, embora o teto de seu
financiamento seja de 130.000 cruzeiros.
E, para tranqüilizar uma faixa da população cada
vez mais preocupada com a severidade do
imposto de renda, todas as despesas do
comprador com a correção monetária poderão
ser abatidas da renda bruta.
16. Anuar Hindi, presidente da construtora
paulista mais bem sucedida com os
programas financiados pelo BNH e
especialista em moradias para classe
média, parece ter um argumento
razoável:
"Já existe uma consciência de que a casa
própria é como um hospital. Quem quer
um apartamento com, ar refrigerado
tem que pagar um pouco mais".
17. O ASPECTO SOCIAL - No entanto, suas atribuições têm também
caráter social. Uma pesquisa feita por um órgão especializado do
governo da Guanabara para descobrir as reivindicações dos
favelados descobriu que o problema da casa própria não é o mais
urgente. Ele empata em quarto lugar com "saúde" e vem depois de
"saneamento", "educação" e "transporte para o local de trabalho".
"Não será a obsessão da casa própria um fenômeno típico da
classe média?", pergunta Murilo Gouvea, ex-presidente da
associação que reúne as sociedades de crédito imobiliário (ABECIP)
e, hoje, diretor de um banco de investimentos. Não é essa, porém,
a sua única perplexidade: "É preciso descobrir o que a família
deseja - casa alugada ou comprada?"
Por isso, sugere que o BNH também financie imóveis para alugar;
afinal, "é um banco de habitação e não de proprietários de
imóveis". A sugestão traria a vantagem de regular o mercado
imobiliário: "e, conveniente lembrar que o mercado de automóveis
novos é regulado pelo de usados"
18. Governo Sarney - Lei 2291 – Novembro de 1986
→ Fecha o BNH e cria a Caixa Econômica Federal
• Único órgão responsável por uma política nacional de
habitação
• Responsável por aproximadamente 25% das unidades
habitacionais construídas
• Investimento em Saneamento, Eletricidade , Pavimentação e
Estradas
19. Governo Sarney - Lei 2291 – Novembro de 1986
→ Fecha o BNH e cria a Caixa Econômica Federal
“Desde a extinção do Banco Nacional de Habitação (BNH), em 1988,
a habitação persiste como um bem inatingível para grande parcela
dos brasileiros.
Mesmo aqueles que conseguem ter acesso a essa “mercadoria impossível” o
fazem, na maioria das vezes, em condições de enorme precariedade. Embora a
ação do BNH fosse falha em muitos pontos [principalmente pela sua
incapacidade em atender de forma eficiente às franjas inferiores do mercado],
com a sua extinção a moradia popular ficou órfã, passando por vários
ministérios e secretarias, sem que se conseguisse definir com
clareza um padrão de política a ser implementado”
(CARDOSO e RIBEIRO, 2000).
20.
21. V
I - Bairro da cidade de São Paulo, situado no distrito de
L Pinheiros, na região Oeste do município.
A
- Nasceu Vila dos Farrapos, uma parte de Pinheiros, que se
M estendia, no inicio da ocupação de São Paulo, desde a
várzea do Rio Pinheiros até o espigão da Paulista.
A
D
A - De acordo com antigos moradores do bairro, o proprietário
das terras era um português com três filhas: Ida, Beatriz e
L Madalena. Originando assim, os nomes atuais dos bairros -
E Vila Beatriz, Vila Ida e Vila Madalena.
N
A
22. -Século XVI: habitada por indígenas, jesuítas se instalaram e
H parmeneceram por cerca de 150 anos.
-Século XIX: ampliação da cidade de São Paulo – maior
I necessidade de transporte.
S -1910: a construção de uma linha e de uma estação de bondes
T na região da Vila Madalena.
Foram se instalando diversos povos, como italianos, espanhóis,
Ó portugueses e, neste momento, o antigo Sítio do Rio Verde foi
R loteado e começou a ocupação na Vila Madalena.
-Anos 70, muitos estudantes alugavam essas casas grandes e
I faziam uma espécie de república.
C -Anos 80, começaram a surgir bares e uma série de negócios
O diferenciados (galerias de arte, ateliês e outros).
-Hoje, a Vila Madalena reúne moradores tradicionais, que ainda
possuem casas simples com grandes terrenos.
25. L
O
C
A
L
I
2
Z
A 1
Ç
Ã
O
1. Conjunto I: Rua Manuel Henrique Lopes, 33
2. Conjunto II: Rua Nélson Antônio, 106
Vila Madalena, SP
26. Projetado pelo BNH, apresentando boa localização e qualidade
N de projeto arquitetônico; resultando hoje em 52 prédios com
apartamentos que variam de 2 a 3 quartos. metros quadrados.
A
T
I É dividido entre Natingui I (27 unidades) e Natingui II (25
unidades), construído em 1968, quando o BNH ainda seguia
N conceitos que marcaram os primeiros anos de habitação social
G no Brasil.
U Tipos de apartamento:
I -Plano 2 : 2 quartos – 48,34m²
-Plano 3 : 3 quartos – 58,53m²
-Plano 4 : 2 quartos – 66,93m²
27. Vantagens do conjunto:
N - Localização ainda próxima do centro
A - Método construtivo anterior aos pré-fabricados (BNH)
- Valorização do entorno
T
I
Mesmo com todo o cuidado dos moradores, alguma
N características do conjunto foram modificadas: hoje, grades
G separam cada prédio – antes havia jardins – e o térreo, antes
área de livre circulação, foi adaptado para receber garagens.
U Alguns moradores entraram na justiça para poder construir
I “puxadinhos”, também usados como garagem.
89. Os moradores gostam do lugar:
uma ilha de paz em um bairro com intensa vida noturna.
90.
91.
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98. V
Bairro da cidade de São Paulo, situado no distrito de
I Pinheiros, na região Oeste do município.
L
Nasceu Vila dos Farrapos, uma parte de Pinheiros, que
A se estendia, no inicio da ocupação de São Paulo, desde
a várzea do Rio Pinheiros até o espigão da Paulista.
M
De acordo com antigos moradores do bairro, o
A proprietário das terras era um português com três
D filhas: Ida, Beatriz e Madalena. Originando assim, os
nomes atuais dos bairros - Vila Beatriz, Vila Ida e Vila
A Madalena.
L
E
N
A
99. Século XVI: habitada por indígenas, jesuítas se instalaram e
parmeneceram por cerca de 150 anos.
H
I Século XIX: ampliação da cidade de São Paulo – maior necessidade
de transporte.
S
T 1910: a construção de uma linha e de uma estação de bondes na região
da Vila Madalena.
Ó Foram se instalando diversos povos, como italianos, espanhóis,
R portugueses e, neste momento, o antigo Sítio do Rio Verde foi loteado e
começou a ocupação na Vila Madalena.
I
Anos 70, muitos estudantes alugavam essas casas grandes e faziam
C uma espécie de república.
O
Anos 80, começaram a surgir bares e uma série de negócios
diferenciados (galerias de arte, ateliês e outros).
Hoje, a Vila Madalena reúne moradores tradicionais, que ainda
possuem casas simples com grandes terrenos.
100. 2
1
1. Conjunto I:
Rua Manuel Henrique Lopes, 33
2. Conjunto II:
Rua Nélson Antônio, 106
Vila Madalena, SP
101. 55 prédios com apartamentos de 68 metros quadrados. Vale
até 300 mil reais, recebendo o apelido de “Cohab Chique” por
seus vizinhos.
N
A É dividido entre Natingui I e Natingui II, construído em 1968,
quando o BNH ainda seguia conceitos que marcaram os
T primeiros anos de habitação social no Brasil.
I
Nabil Bonduki destaca:
N - Localização ainda próxima do centro
G - Método construtivo anterior aos pré-fabricados (BNH)
U - Valorização do entorno
I “Alguns conjuntos como esse e o outro próximo do Alto de
Pinheiros, foram beneficiados pelo período em que o BNH ainda
não se preocupava somente em construir unidades em massa”.
102. Dona de Casa Maria Rosa Antonioni, de 53 anos, vive no
conjunto a duas décadas e diz:
N
A “Quem vive aqui gosta. O lugar vem mudando, a padaria da
esquina foi derrubada para entrar uma de grife, mas aqui dentro,
T no condomínio, continuamos vivendo em um desses lugares que
I chamamos de oásis dentro da cidade”.
N Mesmo com todo o cuidado dos moradores, alguma
G características do conjunto foram modificadas: hoje, grades
separam cada prédio – antes havia jardins – e o térreo, antes
U área de livre circulação, foi adaptado para receber garagens.
I
Alguns moradores entraram na justiça para poder construir
“puxadinhos”, também usados como garagem.
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104.
105. Bibliografia
• BNH: outras perspectivas Sara Raquel Fernandes Queiroz de Medeiros
Doutoranda PPGA/UFRN saramedeiros@ufrnet.br