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São Paulo, 01 de Abril de 2014
UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA
Rural Studio e Canteiro Experimental, contribuições para o ensino de arquitetura no Brasil
Tomaz Lotufo
UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA
“Do total da população mundial de 6,5 bilhões, cerca de 5,8 bilhões de pessoas,
ou 90% têm pouco ou nenhum acesso à maioria dos produtos e serviços que muitos
de nós considera um direito adquirido”
(Design For The Other 90%, 2007)
UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA
• Nos maiores centros urbanos, a população moradora de favelas2 representa entre 20 e
40%.1
• Mais de 50% do território urbano se reproduz na informalidade.3
• Em 2010 a taxa anual média de crescimento das cidades era de 1,9%, enquanto da
periferia de São Paulo era de mais de 6%.3
1- LABHAB-FAUUSP, MARICATO (2001, p.38)
2- O conceito de favelas utilizado se refere à situação totalmente ilegal de ocupação do solo
3- WHITAKER (2010, p.15 e 16)
Como o trabalho do arquiteto poderá atingir maior parte da população?
UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA
Assim, as cidades do futuro, em vez de feitas de vidro e aço, como foi previsto por gerações anteriores de urbanistas, serão
construídas em grande parte de tijolo aparente, palha, plástico reciclado, blocos de cimento e restos de madeira (Davis, 2006).
UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA
UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA
“Existe no Brasil uma analfabetismo urbanístico...”
Ermínia Maricato, Revista Caros Amigos, Janeiro de 2013
“Esse é o trabalho essencial da universidade: interpretar este
mundo e a partir daí propor modificá-lo.” O nosso dever é ajudar a
produzir consciência... Para a sociedade.
Milton Santos, Agosto de 1997, revista Adusp em pronunciamento sobre o papel da
universidade na sociedade.
Arq. Diébédo Kéré – Gambo, Burkina Faso – Desenho adequado as pessoas e ao lugar.
Arq. Diébédo Kéré – Gambo, Burkina Faso – Desenho adequado as pessoas e ao lugar.
Vilarejo de Gambo, Burkina Faso
Como o Design pode contribuir com aspectos sociais, econômicos e ambientais?
PID – Design de Interesse Público
ANTECEDENTES
Um resgate histórico do arquiteto ampliando os horizontes de atuação
Fortalecimento dos movimentos sociais.
Arquitetos trabalhando com as bases.
Autogestão do produção de moradia.
IAPs – Institutos de
Aposentadoria e Pensão
1937 / 1945 –
Vargas
FCP – Fundação Casa
Popular
1946 / 1964 –
Dutra, Vargas e Juscelino
BNH – Banco Nacional de
Habitação
1964 / 1986 – Ditadura
Laboratório de Habitação
Mutirões
Assessoria Técnica
1982 – Atual
Redemocratização
Origem das políticas públicas habitacionais.
Participação ativa de arquitetos na Habitação Social.
Período de grande produção de ideias de arquitetura e urbanismo.
1962 – Arquitetura Nova
Objetivo maior: crescimento econômico. Empreiteiras.
Baixa qualidade do projeto urbano e de arquitetura.
1962 – Arquitetura Nova
A poética da economia
Antecedentes
1982 – Laboratório de Habitação da Belas Artes
Desenho + Engajamento Social
LabHab Belas Artes – Recanto da Alegria LabHab Belas Artes Equipe do LabHab na Belas Artes
Antecedentes
UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA
“Para que a educação venha a ser popular é necessário que seja um processo de
aprendizagem constante na medida em que se vai descobrindo e interpretando a
realidade social, para transformá-la através de uma ação organizada: deve
responder a interesses da classe explorada, ser aplicável à vida diária dos
participantes e estimular a iniciativa e a criatividade (...)” (Lefèvre, 1981)
TOCA DAS POSSIBILIDADES – VARZEA QUEIMADA, JAICÓS, PIAUÍ
FOTO: TATIANA CARDEAL
Comunidade de Varzea Queimada construindo a cúpula
1976 – FAU Farias Brito,
Guarulhos
Prof. Eduardo Kneese de
Melo e Vitor Lotufo
Prof. Maria Amélia Leite e
Yopanan Rebello
1979 – FAU Belas Artes, São
Paulo
1982 – LABHAB Belas Artes
Cúpula Recanto da Alegria
1990 – FAU PUCCamp
Canteiro Experimental
Buckminster Fuller – Rev. Architectural Design (AD)
Alternativas ao modernismo na prática de arquitetura
Espaço – Soluções geométricas em esc. 1:1 (Projeto)
Prof. João Marcos de
Almeida Lopes e
Vitor Lotufo
Espaço pedagógico para práticas
construtivas – Canteiro Experimental
Aula de estrutura escala 1:1
Ensino de estrutura por meio de modelos
Encontrar o porquê do cálculos
Engajamento social
Técnicas e materiais apropriados
Construção em comunidade
1981 – Mestrado de Rodrigo Lefèvre
Projeto de um acampamento de obra: uma Utopia
1993 – FAU USP, São Paulo
Prof. Antônio Battaglia,
Elisabetta Romano e
Erika Yoshioka
Prof. Eduardo Salmar e
Maxim Bucaretchi
1997 – FAU Unimep, Santa
Barbara - Laboratório de
Sistemas Construtivos
1998 – FAU USP, São Paulo
Prof. Reginaldo Ronconi e
Erika Yoshioka
2008 – IAU USP, São
Carlos
Exercícios práticos para tecnologia da construção
Espaço improvisado
Apoio dos alunos para viabilização
Construção com terra crua
Maior numero de escolas
Prof. João Marcos de
Almeida Lopes e
Akemi Ino
Espaço consolidado – oficial
Inclusão de um técnico para o CE
Aumenta espaço dentro da grade curricular
Estudantes mais trabalhadores da
construção civil
Inserção na comunidade
2009 – Canteiro Experimental no
Projeto Pedagógico da UFFS, RS
1998/2014 - Canteiro Experimental FAUUSP
2 disciplinas curriculares e 1 optativa
1º. Ano – Semestre 1 – AUT 182 – Construção do Edifício I
1º. Ano – Semestre 1 – AUT 182 – Construção do Edifício I
© LCC – Cúpula de gesso
1º. Ano – Semestre 1 – AUT 182 – Construção do Edifício I
Práticas pedagógicas em Canteiro Experimental
1º. Semestre – Testando a cúpula
© LCC – Cúpula de gesso
1º. Ano – Semestre 2 – AUT 184 – Construção do Edifício II
Materiais, Técnicas, Construção do objeto
© LCC
2º. Semestre – Práticas construtivas na escala do material
© LCC
4º. e 5º. Ano - Curso optativo – PBL (Problem Based Learning)
Escala 1:1
© LCC
FOTO REGINALDO RONCONI
Para que esta proposta pedagógica cumpra efetivamente seu papel é preciso que esteja
presente ao longo de todos os anos do curso de arquitetura.
O Canteiro Experimental é uma metodologia de ensino que pode ser apropriada em diversas
situações. Como levar esta abordagem para dentro de comunidades que devem ser
reconhecidas?
• A consciência é parte de um todo, o Canteiro Experimental proporciona uma formação mais integral.
• Incorporar práticas construtivas incentiva a relação entre teoria e prática no processo de formação.
• O Canteiro Experimental favorece atividades coletivas e a tomada de decisões em grupo.
• Projeto: não como fim e sim como um meio para uma transformação mais ampla.
• Por meio do Canteiro Experimental o aluno desenvolve autonomia.
• Por meio do Canteiro Experimental o ensino tem um enfoque multidisciplinar.
Considerações – O papel da universidade: Produzir consciência
Nós temos o dever de participar da realidade Social, Política e
Ambiental que nossa comunidade está enfrentando, e isso requer que os
arquitetos olhem além da arquitetura para uma maior compressão do todo
à que ele pertence. (Samuel Mockbee)
Samuel Mockbee – 1993 a 2001 Andrew Freear – 2001 atual
Rural Studio, Universidade de Auburn, EUA, Alabama – 1993/2014
Rural Studio, Universidade de Auburn, EUA, Alabama – 1993/2013
Lucy’s Carpet House, 2002
Criado por D.K. Ruth e Samuel Mockbee na escola de arquitetura da Universidade de Auburn.
Os objetivos eram:
1. Aproximar o aluno da realidade social. Intercambio com um universo pouco conhecido.
2. Formar além de um arquiteto, um cidadão.
3. Despertar no aluno e entendimento da capacidade que tem de transformar a realidade.
Campus produtivo
O PROGRAMA É DESENVOLVIDO EM 3 FASES
Comunidade
É para a comunidade de Newbern e arredores – não mais
que um raio de 35 km – que são destinadas as construções
realizadas por meio do programa de “Design Build” do Rural.
Alguns estudantes moram nas proximidades do Campus.
Projeto
É desenvolvido em situações reais. Durante esta etapa, são
realizadas reuniões com a comunidade.
O objetivo é ensinar estudantes de arquitetura o papel social
do arquiteto e desenvolver uma arquitetura que proponha
melhorias nas condições de vida no oeste do Alabama.
Construção
Com os projetos em mãos os estudantes constroem casas
ou equipamentos coletivos.
“Quando construímos, testamos a nossa teoria,
que é o desenho (...) Você pode aprender
incrivelmente confirmando o que foi pensado e
descobrir o que poderia ser diferente.”
(John Marusish, instrutor, 2012)
Programas Rural Studio
• Alunos 3º. ANO – Aulas de projeto/ História da arquitetura vernacular/ Materiais e métodos de
construção/ Madeira. Os alunos ficam em um alojamento em Morissette, Newbern, Alabama
• TFG – Os alunos do quinto ano desenvolvem o projeto e construção de um espaço para a
comunidade da região. O projeto é desenvolvido em grupos de 3 a 5 alunos. Eles devem realizar
um projeto completo da edificação junto a comunidade. Já existem recursos definidos, caso
necessitem, devem conseguir recursos financeiros para a construção e efetivamente realizá-la.
• Outreach Program – É uma residência profissional para recém formados e uma possibilidade de
participação de alunos e estrangeiros de outras universidades.
Os alunos passam por um processo de seleção e entram como membros de um grupo que
pesquisa/construindo casas populares de até 20.000 U$$ (12.000 material/ 8.000 mão de obra).
Essa pesquisa faz parte de um programa chamado 20K, o qual tem como objetivo superar
desafios impostos pelos baixos recursos dos programas federais de habitação. As casas não
podem custar mais de 20.000 U$ e devem ter condições de serem construídas por empreiteiros
locais.
3º. Ano – Farm
Galpão de alojamento dos estudantes em Newbern, AL, EUA
Atividades no Campus Morrissette 3º. ano
Atividades em sala de aula 3º. ano
5º. ano – Espaços comunitários até 35km de distância
5º. ano – Início do semestre todos juntos trabalhando as temáticas
5º. ano TFG – Super Thesis: Town Hall
5º. ano TFG – Akron Boys and Girls Club – Construído pelos estudantes
13%
16%
26%
População abaixo da linha de pobreza – U.S. Census, 2010
Estados Unidos
Alabama
Hale County
36% da população mora em
casa trailer
Outreach Program
Outreach Program – opção para a Casa Trailer, busca o programa de crédito 502c
Roundwood House, 2008
Outreach Program – Davi’s House, 2009
As habitações são produzidas para clientes reais que vivem na
casa e tornam possível uma avaliação de como melhorar os
protótipos subsequentes.
EVOLUÇÃO DAS 20K HOUSE DE 2005 A 2013
O Outreach Program demonstra que um programa habitacional pode ser resultado de um processo
de pesquisa e extensão universitária, partindo de situações reais, dialogando com usuários,
projetistas, construtores e poder público.
Em 2008, as equipes de thesis também participaram e desenvolveram além da V04 as V05/06/07
Considerações finais – Contribuições para o ensino de arquitetura no Brasil
• A promoção de momentos de ensino em comunidades que atualmente não são atendidas pelo serviço
de arquitetura na construção do aprendizado.
• É necessário que práticas construtivas pedagógicas sejam constantes ao longo de todos os anos dos
cursos de arquitetura.
• Com estes dois pontos, aproxima-se de uma formação integral (teórica, prática e empírica), gerando
conhecimento por meio de uma relação transversal entre diversas disciplinas.
• É possível envolver todas as disciplinas do curso de arquitetura com alunos e professores imersos em
uma comunidade, centrados no projeto e construção de ambientes construídos reais.
• Por meio da experimentação, abre-se espaço para a reflexão.
• O Canteiro é um espaço onde é possível dominar a técnica para ter liberdade no processo criativo.
• O Canteiro potencializa o diálogo entre professor e aluno.
• Pedagogia por meio de práticas construtivas em comunidade desenvolvem autonomia.
• Pedagogia por meio de práticas construtivas em comunidade desenvolvem percepção da função social
do arquiteto.
• E existe “clima” para outro ensino. Uma demanda claramente demonstrada pela atual geração de
jovens:
Foto: Miguel Rodriguez
Foto: Miguel Rodriguez
• Trabalho em rede: divulgação nos
meios eletrônicos e nas redes sociais
• Evita a valorização de nomes –
Fortalece o grupo
• Transformação pela ação: prototipando
e experimentando
• Disponibilização da informação –
Copyleft
Temos em mãos os ingredientes necessários para um novo ensino que levará a outra prática profissional: a
escola de arquitetura livre como um jardim da infância; os alunos curiosos como crianças. Ao mesmo tempo,
sem muros ou cercas. Melhor ainda se fosse permeável por espaços público dentro de uma vila ou cidade.
Fica a questão:
Qual é o desenho dessa escola de arquitetura?
Obrigado

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Um Novo Ensino para Uma Nova Prática - Tomaz Lotufo

  • 1. São Paulo, 01 de Abril de 2014 UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA Rural Studio e Canteiro Experimental, contribuições para o ensino de arquitetura no Brasil Tomaz Lotufo
  • 2. UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA “Do total da população mundial de 6,5 bilhões, cerca de 5,8 bilhões de pessoas, ou 90% têm pouco ou nenhum acesso à maioria dos produtos e serviços que muitos de nós considera um direito adquirido” (Design For The Other 90%, 2007)
  • 3. UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA
  • 4. • Nos maiores centros urbanos, a população moradora de favelas2 representa entre 20 e 40%.1 • Mais de 50% do território urbano se reproduz na informalidade.3 • Em 2010 a taxa anual média de crescimento das cidades era de 1,9%, enquanto da periferia de São Paulo era de mais de 6%.3 1- LABHAB-FAUUSP, MARICATO (2001, p.38) 2- O conceito de favelas utilizado se refere à situação totalmente ilegal de ocupação do solo 3- WHITAKER (2010, p.15 e 16) Como o trabalho do arquiteto poderá atingir maior parte da população?
  • 5. UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA Assim, as cidades do futuro, em vez de feitas de vidro e aço, como foi previsto por gerações anteriores de urbanistas, serão construídas em grande parte de tijolo aparente, palha, plástico reciclado, blocos de cimento e restos de madeira (Davis, 2006).
  • 6. UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA
  • 7. UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA
  • 8. “Existe no Brasil uma analfabetismo urbanístico...” Ermínia Maricato, Revista Caros Amigos, Janeiro de 2013 “Esse é o trabalho essencial da universidade: interpretar este mundo e a partir daí propor modificá-lo.” O nosso dever é ajudar a produzir consciência... Para a sociedade. Milton Santos, Agosto de 1997, revista Adusp em pronunciamento sobre o papel da universidade na sociedade.
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  • 10.
  • 11. Arq. Diébédo Kéré – Gambo, Burkina Faso – Desenho adequado as pessoas e ao lugar.
  • 12. Arq. Diébédo Kéré – Gambo, Burkina Faso – Desenho adequado as pessoas e ao lugar.
  • 13. Vilarejo de Gambo, Burkina Faso
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  • 20. Como o Design pode contribuir com aspectos sociais, econômicos e ambientais? PID – Design de Interesse Público
  • 21. ANTECEDENTES Um resgate histórico do arquiteto ampliando os horizontes de atuação
  • 22. Fortalecimento dos movimentos sociais. Arquitetos trabalhando com as bases. Autogestão do produção de moradia. IAPs – Institutos de Aposentadoria e Pensão 1937 / 1945 – Vargas FCP – Fundação Casa Popular 1946 / 1964 – Dutra, Vargas e Juscelino BNH – Banco Nacional de Habitação 1964 / 1986 – Ditadura Laboratório de Habitação Mutirões Assessoria Técnica 1982 – Atual Redemocratização Origem das políticas públicas habitacionais. Participação ativa de arquitetos na Habitação Social. Período de grande produção de ideias de arquitetura e urbanismo. 1962 – Arquitetura Nova Objetivo maior: crescimento econômico. Empreiteiras. Baixa qualidade do projeto urbano e de arquitetura.
  • 23. 1962 – Arquitetura Nova A poética da economia Antecedentes
  • 24. 1982 – Laboratório de Habitação da Belas Artes Desenho + Engajamento Social LabHab Belas Artes – Recanto da Alegria LabHab Belas Artes Equipe do LabHab na Belas Artes Antecedentes
  • 25. UM NOVO ENSINO PARA OUTRA PRÁTICA “Para que a educação venha a ser popular é necessário que seja um processo de aprendizagem constante na medida em que se vai descobrindo e interpretando a realidade social, para transformá-la através de uma ação organizada: deve responder a interesses da classe explorada, ser aplicável à vida diária dos participantes e estimular a iniciativa e a criatividade (...)” (Lefèvre, 1981)
  • 26. TOCA DAS POSSIBILIDADES – VARZEA QUEIMADA, JAICÓS, PIAUÍ
  • 28. Comunidade de Varzea Queimada construindo a cúpula
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  • 33.
  • 34. 1976 – FAU Farias Brito, Guarulhos Prof. Eduardo Kneese de Melo e Vitor Lotufo Prof. Maria Amélia Leite e Yopanan Rebello 1979 – FAU Belas Artes, São Paulo 1982 – LABHAB Belas Artes Cúpula Recanto da Alegria 1990 – FAU PUCCamp Canteiro Experimental Buckminster Fuller – Rev. Architectural Design (AD) Alternativas ao modernismo na prática de arquitetura Espaço – Soluções geométricas em esc. 1:1 (Projeto) Prof. João Marcos de Almeida Lopes e Vitor Lotufo Espaço pedagógico para práticas construtivas – Canteiro Experimental Aula de estrutura escala 1:1 Ensino de estrutura por meio de modelos Encontrar o porquê do cálculos Engajamento social Técnicas e materiais apropriados Construção em comunidade 1981 – Mestrado de Rodrigo Lefèvre Projeto de um acampamento de obra: uma Utopia
  • 35. 1993 – FAU USP, São Paulo Prof. Antônio Battaglia, Elisabetta Romano e Erika Yoshioka Prof. Eduardo Salmar e Maxim Bucaretchi 1997 – FAU Unimep, Santa Barbara - Laboratório de Sistemas Construtivos 1998 – FAU USP, São Paulo Prof. Reginaldo Ronconi e Erika Yoshioka 2008 – IAU USP, São Carlos Exercícios práticos para tecnologia da construção Espaço improvisado Apoio dos alunos para viabilização Construção com terra crua Maior numero de escolas Prof. João Marcos de Almeida Lopes e Akemi Ino Espaço consolidado – oficial Inclusão de um técnico para o CE Aumenta espaço dentro da grade curricular Estudantes mais trabalhadores da construção civil Inserção na comunidade 2009 – Canteiro Experimental no Projeto Pedagógico da UFFS, RS
  • 36. 1998/2014 - Canteiro Experimental FAUUSP 2 disciplinas curriculares e 1 optativa
  • 37. 1º. Ano – Semestre 1 – AUT 182 – Construção do Edifício I
  • 38. 1º. Ano – Semestre 1 – AUT 182 – Construção do Edifício I
  • 39.
  • 40. © LCC – Cúpula de gesso 1º. Ano – Semestre 1 – AUT 182 – Construção do Edifício I Práticas pedagógicas em Canteiro Experimental
  • 41. 1º. Semestre – Testando a cúpula © LCC – Cúpula de gesso
  • 42. 1º. Ano – Semestre 2 – AUT 184 – Construção do Edifício II Materiais, Técnicas, Construção do objeto © LCC
  • 43. 2º. Semestre – Práticas construtivas na escala do material © LCC
  • 44. 4º. e 5º. Ano - Curso optativo – PBL (Problem Based Learning) Escala 1:1 © LCC
  • 46. Para que esta proposta pedagógica cumpra efetivamente seu papel é preciso que esteja presente ao longo de todos os anos do curso de arquitetura. O Canteiro Experimental é uma metodologia de ensino que pode ser apropriada em diversas situações. Como levar esta abordagem para dentro de comunidades que devem ser reconhecidas? • A consciência é parte de um todo, o Canteiro Experimental proporciona uma formação mais integral. • Incorporar práticas construtivas incentiva a relação entre teoria e prática no processo de formação. • O Canteiro Experimental favorece atividades coletivas e a tomada de decisões em grupo. • Projeto: não como fim e sim como um meio para uma transformação mais ampla. • Por meio do Canteiro Experimental o aluno desenvolve autonomia. • Por meio do Canteiro Experimental o ensino tem um enfoque multidisciplinar. Considerações – O papel da universidade: Produzir consciência
  • 47. Nós temos o dever de participar da realidade Social, Política e Ambiental que nossa comunidade está enfrentando, e isso requer que os arquitetos olhem além da arquitetura para uma maior compressão do todo à que ele pertence. (Samuel Mockbee)
  • 48. Samuel Mockbee – 1993 a 2001 Andrew Freear – 2001 atual Rural Studio, Universidade de Auburn, EUA, Alabama – 1993/2014
  • 49. Rural Studio, Universidade de Auburn, EUA, Alabama – 1993/2013 Lucy’s Carpet House, 2002 Criado por D.K. Ruth e Samuel Mockbee na escola de arquitetura da Universidade de Auburn. Os objetivos eram: 1. Aproximar o aluno da realidade social. Intercambio com um universo pouco conhecido. 2. Formar além de um arquiteto, um cidadão. 3. Despertar no aluno e entendimento da capacidade que tem de transformar a realidade.
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  • 59. O PROGRAMA É DESENVOLVIDO EM 3 FASES
  • 60. Comunidade É para a comunidade de Newbern e arredores – não mais que um raio de 35 km – que são destinadas as construções realizadas por meio do programa de “Design Build” do Rural. Alguns estudantes moram nas proximidades do Campus.
  • 61. Projeto É desenvolvido em situações reais. Durante esta etapa, são realizadas reuniões com a comunidade. O objetivo é ensinar estudantes de arquitetura o papel social do arquiteto e desenvolver uma arquitetura que proponha melhorias nas condições de vida no oeste do Alabama.
  • 62. Construção Com os projetos em mãos os estudantes constroem casas ou equipamentos coletivos. “Quando construímos, testamos a nossa teoria, que é o desenho (...) Você pode aprender incrivelmente confirmando o que foi pensado e descobrir o que poderia ser diferente.” (John Marusish, instrutor, 2012)
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  • 64. Programas Rural Studio • Alunos 3º. ANO – Aulas de projeto/ História da arquitetura vernacular/ Materiais e métodos de construção/ Madeira. Os alunos ficam em um alojamento em Morissette, Newbern, Alabama • TFG – Os alunos do quinto ano desenvolvem o projeto e construção de um espaço para a comunidade da região. O projeto é desenvolvido em grupos de 3 a 5 alunos. Eles devem realizar um projeto completo da edificação junto a comunidade. Já existem recursos definidos, caso necessitem, devem conseguir recursos financeiros para a construção e efetivamente realizá-la. • Outreach Program – É uma residência profissional para recém formados e uma possibilidade de participação de alunos e estrangeiros de outras universidades. Os alunos passam por um processo de seleção e entram como membros de um grupo que pesquisa/construindo casas populares de até 20.000 U$$ (12.000 material/ 8.000 mão de obra). Essa pesquisa faz parte de um programa chamado 20K, o qual tem como objetivo superar desafios impostos pelos baixos recursos dos programas federais de habitação. As casas não podem custar mais de 20.000 U$ e devem ter condições de serem construídas por empreiteiros locais.
  • 65. 3º. Ano – Farm
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  • 67. Galpão de alojamento dos estudantes em Newbern, AL, EUA
  • 68. Atividades no Campus Morrissette 3º. ano
  • 69. Atividades em sala de aula 3º. ano
  • 70. 5º. ano – Espaços comunitários até 35km de distância
  • 71. 5º. ano – Início do semestre todos juntos trabalhando as temáticas
  • 72. 5º. ano TFG – Super Thesis: Town Hall
  • 73. 5º. ano TFG – Akron Boys and Girls Club – Construído pelos estudantes
  • 74. 13% 16% 26% População abaixo da linha de pobreza – U.S. Census, 2010 Estados Unidos Alabama Hale County 36% da população mora em casa trailer Outreach Program
  • 75. Outreach Program – opção para a Casa Trailer, busca o programa de crédito 502c
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  • 78. Outreach Program – Davi’s House, 2009 As habitações são produzidas para clientes reais que vivem na casa e tornam possível uma avaliação de como melhorar os protótipos subsequentes.
  • 79. EVOLUÇÃO DAS 20K HOUSE DE 2005 A 2013 O Outreach Program demonstra que um programa habitacional pode ser resultado de um processo de pesquisa e extensão universitária, partindo de situações reais, dialogando com usuários, projetistas, construtores e poder público.
  • 80. Em 2008, as equipes de thesis também participaram e desenvolveram além da V04 as V05/06/07
  • 81. Considerações finais – Contribuições para o ensino de arquitetura no Brasil • A promoção de momentos de ensino em comunidades que atualmente não são atendidas pelo serviço de arquitetura na construção do aprendizado. • É necessário que práticas construtivas pedagógicas sejam constantes ao longo de todos os anos dos cursos de arquitetura. • Com estes dois pontos, aproxima-se de uma formação integral (teórica, prática e empírica), gerando conhecimento por meio de uma relação transversal entre diversas disciplinas. • É possível envolver todas as disciplinas do curso de arquitetura com alunos e professores imersos em uma comunidade, centrados no projeto e construção de ambientes construídos reais. • Por meio da experimentação, abre-se espaço para a reflexão. • O Canteiro é um espaço onde é possível dominar a técnica para ter liberdade no processo criativo. • O Canteiro potencializa o diálogo entre professor e aluno. • Pedagogia por meio de práticas construtivas em comunidade desenvolvem autonomia. • Pedagogia por meio de práticas construtivas em comunidade desenvolvem percepção da função social do arquiteto. • E existe “clima” para outro ensino. Uma demanda claramente demonstrada pela atual geração de jovens:
  • 83. Foto: Miguel Rodriguez • Trabalho em rede: divulgação nos meios eletrônicos e nas redes sociais • Evita a valorização de nomes – Fortalece o grupo • Transformação pela ação: prototipando e experimentando • Disponibilização da informação – Copyleft
  • 84.
  • 85. Temos em mãos os ingredientes necessários para um novo ensino que levará a outra prática profissional: a escola de arquitetura livre como um jardim da infância; os alunos curiosos como crianças. Ao mesmo tempo, sem muros ou cercas. Melhor ainda se fosse permeável por espaços público dentro de uma vila ou cidade. Fica a questão: Qual é o desenho dessa escola de arquitetura?