O documento discute a importância de limites, atitudes e regras na educação das crianças. Afirma que pais progressistas abrem mão de autoridade, levando as crianças a impor sua vontade, e que é necessário estabelecer regras claras com amor e rigor, permitindo que as crianças aprendam a respeitar limites e se socializar. Também ressalta que educar crianças é uma responsabilidade compartilhada entre família e escola.
2. Limites, atitudes, regras, valores… na
educação!!!!
A educação dos filhos é uma tarefa muito importante na
vida de cada um, não restando dúvidas, que hoje há muita
insegurança na consecução dessa nobre tarefa, o que é
um dilema para os pais.
Muitos pais questionam-se sobre:
- Como educar os filhos?
- Qual é o caminho correcto?
Há uma variante que é fulcral:
- As atitudes firmes e coerentes são fundamentais na
educação dos filhos.
Prof. Luís Veiga
3. Limites, atitudes, regras, valores…
na educação!!!!
Sabemos que os pais de hoje – ditos progressistas -
abrem mão de toda a autoridade – evitam intervenções
autoritárias - o que não é mais que uma fuga de
responsabilidades educacionais.
Os pais, na sua maioria, têm medo de enfrentar os filhos,
revelando assim a falta de firmeza, o que leva as crianças
a impor a sua vontade a não aceitarem ser contrariadas,
nem que para tal tenham de :
espernear
gritar
chorar
alegar doenças
Prof. Luís Veiga
4. Limites, atitudes, regras, valores…
na educação!!!!
Os pais têm de estabelecer regras e objectivos, para que a
criança se sinta obrigada e segura.
É bom não esquecer que os limites e as punições são uma
constante nas nossas vidas, na sociedade.
Se um motorista/condutor segue acima dos limites de
velocidade permitida, será multado, punido.
Viver em sociedade significa obedecer a regras,
não sendo possível viver sem elas. É por tal motivo
que a criança precisa, desde cedo, aprender como
se deve comportar em grupos (na escola…) em
sociedade.
Prof. Luís Veiga
5. Limites, atitudes, regras, valores…
na educação!!!!
Deixar as crianças proceder como querem, não é um gesto
de grandeza, de modernidade dos pais, é sim uma fuga
das responsabilidades e medo de serem chamados de
“antigos” e “autoritários” (quadrados).
Saber dizer não é uma atitude, dentro do processo
educativo, necessária e saudável.
A liberdade total leva a criança a ter dificuldades em
aprender e aceitar regras e limites.
É preciso educar: .com amor e rigor
.com permissões e proibições
.com prémios e castigos
Prof. Luís Veiga
6. Limites, atitudes, regras, valores…
na educação!!!!
Os limites ensinam a criança a respeitar o próximo,
facilitando a socialização, pelo que devem fazer parte da
educação.
Quando o limite não é respeitado, é importante que haja
um “castigo” (não físico)/ “punição” que deve ser sempre
equivalente à gravidade do acto cometido e aplicado (a)
de imediato.
É importante clarificar que:
“limite” é diferente de “repressão”
O limite actua sobre a criança através dos castigos.
A repressão actua sobre a criança através da culpa.
O castigo age sobre o acto e a culpa sobre a pessoa.
Prof. Luís Veiga
7. Limites, atitudes, regras, valores…
na educação!!!!
Mas, quando falamos de limites, se
reflectirmos, constatamos que:
somos as primeiras gerações de pais a não repetir com
os filhos os erros dos nossos progenitores;
tentando abolir os abusos do passado, somos os pais
mais dedicados e compreensivos, mas por outro lado os
mais tolos e inseguros que já houve na história
Esquecemos é que, estamos a lidar com crianças
mais “espertas”, ousadas, agressivas e poderosas
do que nunca.
Prof. Luís Veiga
8. Limites, atitudes, regras, valores…
na educação!!!!
Ou seja, ao tentarmos ser os pais que queríamos ter tido,
passamos de um extremo ao outro, pelo que somos:
a última geração de filhos que obedeceram aos seus
pais;
a primeira geração de pais que obedecem aos seus
filhos;
os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros
que tememos os filhos;
os últimos que crescemos sob o mando dos pais e os
primeiros que vivemos sob o jugo dos filhos;
os últimos que respeitamos os nossos pais e os
primeiros que aceitamos que os nossos filhos nos faltem
ao respeito.
Prof. Luís Veiga
9. Limites, atitudes, regras, valores…
na educação!!!!
Os termos das relações familiares mudaram de forma
radical para o bem e para o mal.
Assim, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e
os nossos filhos se foram desvanecendo, os bons pais
passaram a ser aqueles que conseguem que os seus filhos
os amem, ainda que poucos os respeitem, pois são os
filhos que agora esperam respeito dos pais.
Os papéis inverteram-se e agora são os pais quem tem
que agradar aos seus filhos para os “ganhar” e não o
inverso. É isto que explica o esforço que hoje fazem tantos
pais e mães para serem os melhores amigos e “ tudo dar”
… aos seus filhos.
Prof. Luís Veiga
10. Limites, atitudes, regras, valores…
na educação!!!!
Os filhos precisam de perceber que, durante a infância,
estamos à frente das suas vidas, como líderes capazes de
sujeitá-los quando não os podemos conter e de guiá-los
enquanto não sabem para onde vão.
Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes vai permitir
confiar na nossa idoneidade para governar/orientar as
suas vidas enquanto menores, porque vamos à frente
liderando-os e não atrás, carregando-os e rendidos à sua
vontade.
Só assim evitaremos que as novas gerações se afoguem
no descontrole e no tédio numa sociedade à deriva, sem
parâmetros nem destino…
Prof. Luís Veiga
11. Limites, atitudes, regras, valores…
na educação!!!!
Parafraseando, Davide Costa Braz num artigo sobre
educação, “sabemos que a educação é tão antiga como a
Humanidade, parecendo constituir um dos primeiros
sustentáculos da própria sobrevivência do Homem"
O que se pretende, então, através da educação é que o ser
humano se adapte ao meio ambiente, criando condições
para a aquisição e desenvolvimento de conhecimentos,
valores, comportamentos e atitudes favoráveis a essa
adaptação.
É constatável, que as variáveis – valores, atitudes,
comportamentos - que devem nortear a educação
vagueiam desvirtuadas da sua pura essência e
substância.
Prof. Luís Veiga
12. Limites, atitudes, regras, valores…
na educação!!!!
Pois, por uma lado, a grande maioria dos pais, educam os
filhos sem firmeza, potenciando a sua vontade e a “não
autoridade” dos progenitores.
Por outro lado, a grande maioria dos pais delegam, quase
integralmente na escola a educação dos filhos;
Mas também, por outro lado, a grande maioria dos
pais, insurge-se contra a escola quando esta tenta
“educar” os filhos, incutindo-lhes
regras, limites, atitudes, valores e comportamentos
socializantes, conducentes a uma vivência em sociedade
com auto-confiança, iniciativa, responsabilidade…
Prof. Luís Veiga
13. Limites, atitudes, regras, valores…
na educação!!!!
Temos de reconhecer que o problema actual da educação
das crianças/jovens é um problema de toda a
sociedade, pelo que todos em franca, sadia, eficaz e
concertada cooperação, temos essa responsabilidade com
as gerações futuras.
É evidente que toda a cooperação, tal como na
educação, implica limites, regras e respeito pela liberdade
dos outros e das Instituições. Cooperação não pode
encerrar em si intromissão em campos que só a cada
instituição dizem respeito, seja ela a Instituição
família, seja a Instituição escola.
Prof. Luís Veiga
14. Limites, atitudes, regras, valores…
na educação!!!!
A instituição família terá de cumprir a sua parte no
integral respeito pelas variantes que o acto de educar
encerra, para a instituição escola colaborar nessa
responsabilidade, que primeiramente é dos pais.
Embora estas duas instituições se complementem, não se
pode exigir da escola o que à família compete, sob pena
de eternamente se culpabilizarem uma à outra.
“Os filhos tornam-se para os pais,
segundo a educação que recebem,
uma recompensa ou um castigo.”
J.Petit, poeta norte americano
Prof. Luís Veiga